TOMADA DE TESTEMUNHO (transcrição) Gilberto Natalini. 10/5/ Completo. Tomada de testemunho por integrantes da CNV

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1 TOMADA DE TESTEMUNHO (transcrição) Gilberto Natalini 10/5/ Completo DEPOENTE: Categoria do depoente: Tipo de arquivo: GILBERTO NATALINI Vítima civil Vídeo Duração: 00:33:16 Ocasião: Tomada de testemunho por integrantes da CNV Data: 10/5/2013 Local: Responsáveis pela tomada de depoimento: NUP: Brasília, DF José Carlos Dias e Claudio Fonteles / (vídeo); / (termo) Nomes Citados: Locais Citados: Paulo Antunes Horta; Maria Aparecida Horta; Celso Antunes Horta; Carlos Alberto Brilhante Ustra; Walter Nascimento, Dirceu Diniz; José Teles; Antônio Benetazzo DOI-CODI (SP); DOPS (SP) Organizações Citadas: O Movimento de Libertação Popular (Molipo)

2 1 José Carlos Dias (Comissão Nacional da Verdade) Vereador Natalini, o senhor já 2 assinou o termo de comparecimento? Eu pediria que fosse respeitado o recinto em que 3 está sendo tomado o depoimento, façam o favor. Se o senhor Marival quiser dar 4 entrevista, fiquem fora da sala. Eu pediria aos companheiros da imprensa que 5 permitissem que nós pudéssemos trabalhar. Eu quero agradecer a presença do Vereador 6 Gilberto Natalini, que se dispôs a prestar um depoimento que nós consideramos valioso 7 pelas informações que pode dar. 8 Gilberto Natalini Bom, em primeiro lugar, eu queria cumprimentar os senhores, o 9 Doutor José Carlos Dias, o Doutor Claudio Fonteles, cumprimentar os demais 10 presentes, dizer que eu estou aqui cumprindo uma função cidadã de vir aqui contar um 11 pouco a história que aconteceu comigo. Eu vou fazer um relato pessoal do que 12 aconteceu comigo sem nenhum tipo de outra referência ou de outra elucidações, porque 13 na verdade, eu acho que vale mais o que a gente viveu e passou, pessoalmente, é o que 14 eu queria relatar. Eu era estudante do terceiro ano da Escola Paulista de Medicina, atual 15 UNIFESP, em 1972, eu estava no terceiro ano da faculdade, tinha dezenove anos de 16 idade, e nós obviamente tínhamos uma participação política na faculdade, um grupo 17 razoável de estudantes e tínhamos contato naquela época com diversas pessoas, 18 militantes, na verdade, eu pessoalmente não pertencia a nenhuma organização política 19 que fazia oposição ao governo, ao Regime Militar, mas eu pessoalmente, eu criei uma 20 posição política de oposição, de resistência à ditadura militar da época, e por isso nós 21 tínhamos contato, através do centro acadêmico e através da atividade estudantil com 22 diversas pessoas que nos procuravam, das mais variadas tendências políticas, grupos 23 clandestinos, que atuavam contra uma política de oposição ao governo militar. E nós 24 recebíamos lá muitas publicações, participávamos de articulações e reorganização da 25 União Estadual dos Estudantes, articulação entre as faculdades de Medicina, na época, o 26 Ministro da Educação queria implantar o ensino pago nas universidades federais, não 27 havia uma resistência muito grande, nós trabalhávamos pra isso com muita dificuldade e 28 com muito cuidado. Eu conheci um estudante que passou lá, e nós recebíamos lá os 29 jornais e publicações das organizações e entre elas a Molipo, Movimento de Libertação 30 Popular, que era muito presente lá, que fazia muita documentação, contatos e etc. e nós 31 recebíamos esses jornais e eu uma vez, um estudante que passou lá clandestinamente, 32 também da articulação estudantil, dei um jornal desse da Molipo para esse estudante, e 33 esse estudante foi preso no Mato Grosso, um certo tempo depois, e pegaram esse jornal 34 com ele, e ele foi torturado barbaramente, isso eu sei, porque quando eu fui preso me 35 mostraram a foto dele lá no DOI-CODI e a foto que me mostraram era ele todo 36 deformado, inchado, com hematomas por conta do interrogatório que ele sofreu dos 37 órgãos de repressão, e nesse interrogatório ele contou quem tinha dado o jornal da

3 38 Molipo pra ele, que era eu. Então, a partir daí, eu fui seguido durante um bom período, 39 não sei exatamente quanto, mas foi mais de trinta ou quarenta dias eu fui seguido pelos 40 órgãos de repressão clandestinamente, também sei que fui seguido, me mostraram 41 várias fotos minhas, até dentro do banheiro da biblioteca da Escola Paulista de 42 Medicina, fizeram uma foto eu entrando no banheiro, uma coisa bem focada pra ver se 43 descobriam o que eu estava fazendo com aquele jornal, quem era eu, qual era a minha 44 relação com a Molipo e tal. E como não descobriram nada, eu ia da casa para a 45 faculdade, da faculdade pra casa, fazia as reuniões, eu não tinha uma militância política 46 efetiva nem na Molipo, nem em nenhum outro grupo clandestino, mas tinha militância 47 no Movimento Estudantil independente como estudante, militância até grande, bem 48 efervescente, na medida da possiblidade que na época permitia, obviamente. Quando 49 passou o período, eles me prenderam, eu saía da minha casa, da casa dos meus avós, que 50 eu morava com os meus avós, rua Piratinga 677, ali no Bosque da Saúde, eu descia a pé 51 de manhã todo dia, descia, virava a esquina para tomar o ônibus pra descer lá na rua da 52 Escola Paulista, e na hora que eu desci e dobrei a esquina, três viaturas disfarçadas, na 53 época veraneios, três veraneios me cercaram, desceram vários homens fortemente 54 armados e me prenderam, pegaram e me jogaram para dentro do carro e me levaram 55 para a rua Tutoia do DOI-CODI. 56 José Carlos Dias (Comissão Nacional da Verdade) Quando foi isso? 57 Gilberto Natalini - Foi em meados de O dia exato, eu esqueci até por uma 58 questão de autodefesa psicológica, o dia exato, o tempo exato eu não me preocupei mais 59 em lembrar, mas isso está tudo documentado nos documentos nossos que estão lá no 60 antigo DOPS em São Paulo, está tudo lá registrado. Então me levaram pra lá, me 61 puseram na sala para me interrogar, e veio os dois interrogadores, fiquei três dias lá 62 sendo interrogado, de dia, de noite, de noite e de dia, inclusive pelo Coronel Ustra, ele 63 me interrogou várias vezes, na sala, e a sala era muito pequena e escura, tinha umas 64 lâmpadas assim no rosto da gente, não me torturam nesse momento fisicamente, eu não 65 fui torturado fisicamente, eu fui bastante pressionado psicologicamente, ameaçado de 66 todas as formas pra dizer como é que eu tinha o contato com esse jornal. Quem era a 67 pessoa que me entregava o jornal. Quem me entregava o jornal era um estudante de 68 medicina, que está por aí, mora em Goiás, é medico hoje, era meu colega e meu amigo 69 pessoal, Paulo Antunes Horta, que tinha uma irmã, Maria Aparecida Horta, que era 70 militante da Molipo, Maria Aparecida Horta, está por aí até hoje, não sei exatamente 71 onde ela está, mas a gente até pouco tempo teve contato com a família, e o Celso Horta 72 que era outro irmão dele também, ficou preso muitos anos, mas eu contei para o 73 Coronel Ustra e ele acreditou, tanto é que três dias depois ele fez uma ordem de soltura 74 me soltando, eu contei pra ele que eu recebia esses jornais, eu achava esses jornais nos 75 banheiros da faculdade, embaixo das carteiras, que tinha muito desses jornais, e outros 76 jornais, e que eu tinha isso tudo em casa arquivado, eu não sabia direito e tal, contei pra 77 ele isso e ele acreditou, ele acreditou e a equipe acreditou, e ele falou Então tá bom, eu 78 vou te soltar, você vai lá, entrega tudo que você tem para os agentes, pra trazer pra cá. 79 Tá bom, me soltou, assinou a ordem de soltura e me levaram para a rua Piratinga,

4 para a casa do meu avô, e da minha avó, morava uma tia, uma prima e um tio deficiente, e eu estudava medicina morando na casa deles, aí eu fui direto pro meu quarto, meu quartinho de estudos, abrir a porta, entrou aquele monte de polícia dentro da casa, abriu a porta pra pegar os jornais, enfiar em um local, entregar e para eles me levarem embora, e não tinha jornal nenhum lá. Não tinha nenhum jornal lá, sumiram os jornais tudo, a minha tia uma pessoa de idade, muito inocente, veio atrás, eu perguntei: Tia, cadê os jornais que estavam aqui, que eu guardo aqui, veio aqui em casa os seus colegas, fulano, beltrano e ciclano, cinco ou seis, pegaram isso tudo, falaram que era muito perigoso, puseram em um saco e levaram para a casa do seu tio Fulano, meu tio Vanderlei que morava perto do aeroporto. Pronto, ali mesmo eu comecei a apanhar, apanhei na frente deles, levei um sopapo na cara, o agente falou, agora você vai ver, você enganou o major, você enganou o comandante e agora você vai ver o que vai acontecer com você, aí já foram ali, já deram um empurrão na minha avó, porque ela entrou na frente e falou que não era para me levar, que eu não devia nada, que eu era uma pessoa do bem, aí deram um empurrão nela e foram saindo tudo de armas, e me puseram na viatura, e me levaram, quer dizer eu levei eles na casa do meu tio, uma prima minha foi na frente com um carro para indicar a casa do tio. Chegando lá, estava lá tudo, até uma caveira que eu tinha ganhado de um coveiro em Macaé, que era do Partido Comunista, era muito amigo da família, quando eu entrei na faculdade ele me deu uma caveira, falou pra mim assim, esse é o meu presente pra você estudar, a gente ia dispensar, então fica com você, e eu tinha a caveira montada para estudar, até a caveira eles ensacaram e levaram pra lá, acharam que ter uma caveira era um problema grave, então colocaram em um saco com toda aquela situação, e aí logo eles pegaram tudo, colocaram em um carro, pegaram o meu tio, botaram ele no carro, pegaram a minha prima e fomos todos para o DOI-CODI, quando cheguei lá fui recebido pelo Comandante, o Doutor Tibiriçá, o Major Ustra, que era chamado de doutor Tibiriçá, e aí ele falou, Então você, agora eu quero saber exatamente o que aconteceu, nesse momento eles já foram atrás prender os colegas, que foram lá na minha casa levar o material. Nós fomos presos em onze, da Escola Paulista, inclusive o Paulo Horta, o Walter Nascimento, e mais uma turma, o Zezito, Dirceu Diniz, José Teles, foram onze, dos onze, eles ficaram uma semana, tomaram choques, tentaram tirar deles alguma coisa, bateram neles, torturaram, mas com sete dias eles foram dispensados, e ficou eu, o Paulo Horta e o Walter Nascimento que éramos considerados quem de fato tinham relações mais próximas com a Molipo, e aí realmente resolveram tirar de nós o nome de quem era a pessoa que distribuía os jornais, que eles tinham interesse, e a pessoa era a Cida Horta. Nós apanhamos lá, acho que ficamos sessenta dias aproximadamente, tortura todo dia, praticamente todo dia, de dia, de noite, não tinha horário certo, nós ficamos na cela três, tinham três celas assim e três selas do outro lado, a nossa era a de cá, a última, fiquei preso com o Pedro Rocha, com o Viera, o pessoal de militância que estava lá apanhando muito, sofrendo muito. Tinha a moça, a doutora que hoje é Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Marcia Amaral, era estudante da Escola Paulista de Medicina, tinha sido barbaramente torturada por eles também, quando nós chegamos, ela já estava mais aliviada, mas tinha sido barbaramente, ela tinha sido seviciada por eles, estava presa na cela que tinha para mulheres que ficava do lado,

5 Marcia Amaral está aí, no Ministério, não sei se ela já veio aqui contar. Então, apanhamos muito, apanhamos bastante, e eles batiam muito na gente, choque, espancamento, tortura psicológica, vários tipos de José Carlos Dias (Comissão Nacional da Verdade) Cadeira do dragão? Gilberto Natalini Olha, eu fui parar nessa cadeira do dragão, acho que fui duas vezes, não foi o principal método. O principal método que eles faziam era José Carlos Dias (Comissão Nacional da Verdade) O pau de arara? Gilberto Natalini O pau de arara não, esse não usaram comigo. Eu não lembro, mas eu acho que não usaram não, mas choques, sim. Eu sou deficiente auditivo dos dois ouvidos, desse ouvido muito mais, eu tive que fazer cirurgia ao invés de clínica médica, porque clínica médica precisa muito do estetoscópio, embora eu ouça, mas para apurar o som do estetoscópio meus ouvidos não dão, então eu mudei de especialidade pra cirurgia graças a essa atuação dos agentes de tortura do DOI-CODI, até que eu sou um cirurgião razoável, nesse ponto de vista eu me adaptei razoavelmente bem, mas apanhamos bastante, muito, o Paulo Horta foi muito torturado, a esposa dele estava grávida de dois ou três meses, ela perdeu o filho lá, e o que eu ia dizer para os senhores é que eu tive a vivência de ter o coronel Ustra presente, sempre muito presente nas salas de tortura, mandando, mandando, mandando, presenciando, participando, orientando, eles fazem aquele jogo de um bate e outro alisa, eu tive alisadores também, tinha o doutor Tomé, bem magrinho, com o gogó saliente, que era o alisador, depois que apanhava bastante, depois que eu estava todo arrebentado, ele vinha com um copinho de água com um café, sentava e tal, aquele hábito que a gente conhece de desestruturação moral e psicológica do preso. Faziam muito. Eu tive o episódio pessoal, ele já me chamou de mentiroso, talvez porque eu tenha enganado ele, aquele dia que eu falei pra ele no dia que ele me soltou, eu não sou mentiroso, nunca menti na minha vida, e apanhei dele pessoalmente, ele me bateu, o coronel Ustra me bateu pessoalmente. Eu era, junto dos jovens, que lia poesia e as minhas poesias eram, tinha poesia romântica e tinha poesia de protesto contra o regime, eu era um poeta razoável, mas depois eu desisti. Tinham poesias que cobravam os generais, os coronéis, e falava da libertação do Brasil, da liberdade, da democracia. Um dia ele me pegou, eu não lembro que dia foi, me despiu, me colocou em pé na poça d água, ligou fio no corpo, e pessoalmente chamou a tropa, uma turma de torturadores, alguns soldados tomavam conta ali, colocou todo mundo lá pra fazer uma sessão de declamação de poesia, ele queria que eu declamasse para a tropa dele, as poesias que eu escrevia contra o regime, e ficou lá horas, ficou com a vara na mão, eu não lembro exatamente o que era, era um cipó ou uma coisa desse tipo, ele mesmo me batendo, pessoalmente, e ordenando os outros a dar o choque, o telefone, durante horas e horas. Uma noite ele ficou ali, pessoalmente, me batendo, isso aí eu não tenho por que inventar uma história dessas, com que objetivo? Isso aconteceu, é fato concreto, e se os senhores chamarem aqui o Paulo Antunes Horta, que mora lá em Itaporanga, em Goiás, que é médico lá, formado com a gente, ele vai contar também que o coronel Ustra bateu pessoalmente nele, porque bateu também. Nós

6 tínhamos um preso lá, que era o sobrinho do Dom Paulo Evaristo Arns, era um advogado, estudante de Direito, o chamavam de Beto. José Carlos Dias (Comissão Nacional da Verdade) Paulo Antunes Horta é irmão do Celso Antunes Horta? Gilberto Natalini Irmão do Celso Horta e da Cida Horta, ele, junto conosco, porque a gente conversava bastante na sela, eu, ele e o Walter Nascimento, que também é médico em São Paulo, também apanhou do Ustra, mas quem era o mais visado, vamos dizer, na hierarquia de nós três era, primeiro o Paulo, segundo eu, e terceiro o Walter, que era por ordem de, vamos dizer assim, de referência deles. Então ele me bateu pessoalmente, para eu declamar as poesias, para me punir, queria que eu fizesse isso, obviamente que eu não fiz, apanhei bastante, das mãos dele e das pessoas que trabalhavam com ele lá, que tinha o Albernaz, esse Tomé que era mais... tinha um tal de Padre, que também era esquisito, tinha um do CENIMAR, um forte e gordo do CENIMAR, tinha o Capitão Pis-Porrinha, a gente ri, né, mas o Capitão Pis-Porrinha era um baixinho, nem sei se era capitão, e o apelido foi posto, porque ele só falava do PIS/PASEP na época, PIS, era uma propaganda danada do PIS, e ele quando torturava as mulheres, ele se excitava sexualmente, chegava até o final da excitação, então puseram o apelido dele de capitão Pis-Porrinha por causa desse fato, eu não sei qual era o nome dele, nunca mais o vi. Bom, é difícil contar essas coisas, porque, alguns detalhes, as pessoas geralmente correm dessas coisas, porque é muito difícil. Depois de alguns anos, eu saí e me formei na Escola Paulista e fui fazer residência no Hospital do Servidor Público Estadual e lá, era só cirurgia, eu estava no estágio de ortopedia, e me apareceu lá um torturador que tinha me batido bastante, eu me lembro dele porque ele tinha levado um tiro nas costas, não sei em que circunstâncias, e ele andava um pouco torto assim, e ele chegou lá com o pé quebrado, era uma pessoa de uns quarenta e poucos anos, estava com o osso do pé trincado, e aí eu reconheci ele, eu estava no plantonista, aí ele entrou, com a muletinha, sentou, e aí eu pensei, Puxa, esse cara aí é aquele lá, mas não falei nada, o atendi, o sentei na maca, fiz a anestesia, escolhi a agulha mais fina que eu pude, ele não sentiu nada, enfaixei o pé dele, coloquei o gesso, atendi, voltamos na mesa, fiz a receita, e falei Agora o senhor toma esse remédio, daqui a uns quinze dias, tire a tala, e está tudo certo. O senhor lembra de mim?, ele olhou pra mim e falou, Não, eu não estou lembrando de você, não. Poxa, eu lembro de você tão bem, você não lembra de mim? Eu sou o Gilberto Natalini, estudante de medicina, o senhor me bateu pra caramba lá, judiou de mim, está lembrando? Então, eu fiz com você agora, como se deve tratar um ser humano, não é como você tratava a gente lá, não, é desse jeito aqui. E ele largou a muleta, largou a receita e saiu pulando em um pé só pela porta daquele pronto-socorro do Hospital do Servidor Público Estadual, sumiu e nunca mais eu o vi. Foi o último contato que eu tive com alguém daquele meio. Nunca mais eu o encontrei com o coronel, nunca mais o vi, nem sei mais como ele é hoje, a não ser pelas fotos do jornal, e nenhum daqueles outros torturadores. Só pra eu não tomar muito tempo dos senhores também, o Paulo Horta recebeu um recado do pai dele também, o velho advogado Horta, que morava em Guaratinguetá, a família, e repare que, porque nós ficamos até

7 muito para segurar o nome da Cida, e não falamos, eu acho que eles, depois que o Dom Paulo agiu, o sobrinho dele também estava apanhando muito, o sobrinho dele era da Quarta Internacional, era uma coisa assim, um grupo desse tipo, estava apanhando muito e o Dom Paulo já tinha sumido de São Paulo e ainda estava agindo, nós ficamos sabendo que o Cardeal... o Arcebispo tinha agido lá de uma forma firme, nós sentimos um pouco que a gente não ia, tinha determinado na mente que a gente pensava que ia morrer, não ia sobreviver, a gente via gente morrer lá, tinha um que se chamava Benetazzo, é um caso até conhecido, que entrou lá, gritou um dia e uma noite, saiu arrastado e sangrando e depois saiu no jornal que ele tinha morrido em um tiroteio com a repressão, então isso a gente viu, ouviu os gritos dele e viu a movimentação de puxar o corpo, Esse já foi, presunto, aquelas coisas. Então, depois que o Dom Paulo agiu, eu acho que teve, pra nós e para o sobrinho dele mudou um pouco a violência do negócio, mas continuamos apanhando, aí o pai do Paulo Horta mandou um recado, que veio pelo guardinha, aqueles guardas da PM que ficam tomando conta do DOI-CODI, o guardinha era de Guaratinguetá, e o guardinha chamou o Paulo Horta assim em um cantinho e falou, Pode falar que ela já saiu do Brasil, e o Paulo Horta falou, Mas o que é isso, rapaz, pode falar o quê?, aí o guardinha contou três ou quatro historinhas que só o Paulo Horta e o pai dele sabiam, e o Paulo Horta falou, Puxa vida, então voltou lá, sentou com a gente: O que a gente faz?, me contou tudo direitinho, aí eu falei Só pode ser seu pai mesmo, o cara mora lá, veio com esse recado e contou essas histórias para você, que só você e o seu pai sabiam, era aquelas coisas de intimidade de pai com filho, que o pai contou para o guarda para o Paulo Horta acreditar, e aí o Paulo Horta falou, Tá bom, então vamos falar, aí falou o nome dela pra eles, contou que era ela que era a ligação, isso depois de um tempão já daquela confusão que eu estou contando para os senhores. Eles montaram um esquema lá, foi um reboliço naquele pátio daquele DOI-CODI, de carro, de viatura, pra prender a Cida Horta, mas ela já estava, ou já estava chegando ou já estava no Chile, escapou pro Chile, depois foi para a China e depois foi para Cuba, e voltou só quando estava segura, então, na verdade, eles não conseguiram pegá-la. Bateram na gente mais uns quinze dias de vingança, porque não conseguiram pegar, era vingança, eles mesmos falavam que estávamos apanhando porque não tínhamos falado a tempo, e depois mandaram a gente para o DOPS, para o DOPS, ficamos lá mais trinta dias, como eles chamavam, cumprindo pena, no DOPS. Conheci lá o Fleury, conheci o delegado Manote, Sigilo, esses eu conheci, mas eles não nos torturaram porque o serviço tinha sido feito pelo outro, nós fomos lá só ficar na sela, e depois de trinta dias me soltaram e me mandaram de volta para o DOI-CODI para eu ser solto, aí tinha lá o Capitão Albernaz, eu acho que é isso, me chamou em uma sala para dizer que eu ia ser solto, Só que eu quero combinar um negócio com você, você é estudante, vai ser médico, vai se dar bem na vida, então você não conta o que você viveu aqui, não conta para ninguém, fica quieto que é melhor para você, se não você pode daqui pra pouco desaparecer do mapa, sumir e sua vida acabar, então fica quieto, estou dando um conselho de amigo pra você, disse o Albernaz, e aí eu saí com a malinha, me puseram na rua, eu andei um pouquinho, e peguei um táxi, já contei logo para o motorista do taxi, nunca mais parei de contar, estou contando para os senhores

8 aqui agora, eu acho que eu tenho que contar isso, eu sou presidente da Comissão da Verdade de São Paulo, e é difícil pra quem sofreu falar, mas é preciso falar. Era isso. José Carlos Dias (Comissão Nacional da Verdade) Nós agradecemos muito, vereador, a sua presença, o trabalho que o senhor está fazendo como presidente da Comissão Municipal da Verdade, e desejar muito sucesso no trabalho, e o que for necessário para nós termos um entrosamento dentro das comissões, o que precisarmos fazer para colaborar com o trabalho de vocês, vocês podem contar com a gente. Gilberto Natalini Nós estamos trazendo dos Estados Unidos o fotógrafo que fotografou o Herzog, ele está disposto a contar que aquilo foi uma fraude, que ele participou de uma fraude, ele está vendo, nós estamos pagando a passagem e a estadia dele, o depoimento dele é 28 de maio, às onze horas e se algum dos senhores ou alguém que os senhores designar, e quiser acompanhar e interrogar também, conversar, perguntar, e usar aquele depoimento para a utilização dessa comissão está à disposição lá, não tem nenhum problema. Claudio Fonteles (Comissão Nacional da Verdade) Eu também agradeço, e gostaria só de um adendo, viu a morte do Benetazzo? Eu vi o corpo sendo arrastado e depois de uma noite para o dia, tinha outra pessoa também ou só ele? Gilberto Natalini Não. Eu vi o Vieira. Morto, só tem esse caso que a gente viu, eu vi o Vieira pendurado de cabeça para baixo durante horas, acho que um dia, 24 horas, eu não sei quanto tempo foi lá, pendurado, amarrado pelos pés no teto, balançando e depois ele teve um problema, depois que tiraram ele, ele teve um problema mental que não conseguiu mais raciocinar direito, eu vi isso, mas de morte lá dentro, que eu vi foi só esse caso aí. Não posso falar mais, porque realmente eu não vi. Claudio Fonteles (Comissão Nacional da Verdade) E o coronel Ustra assina a sua ordem de soltura? Gilberto Natalini Assinou, até na mesa, em cima está assinada, ele deu na mão do comandado dele, assinou e depois eu fui solto. Só isso? Estou dispensado? Muito obrigado. Claudio Fonteles (Comissão Nacional da Verdade) Nós que agradecemos. Obrigado. José Carlos Dias (Comissão Nacional da Verdade) Está suspensa a sessão por meia hora.

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