Hidrelétricas e Unidades de Conservação na Amazônia: c caso do Complexo Tapajós
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- Lúcia Castilhos Álvaro
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1 Hidrelétricas e Unidades de Conservação na Amazônia: c caso do Complexo Tapajós Audiência Publica Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - CMADS Brasilia, 20 de novembro de 2012 Brent Millikan Diretor, Programa Amazônia International Rivers
2 Organização da apresentação Antecedentes da Medida Provisória 558/2012 O processo de encaminhamento e aprovação da MP 558/2012 Algumas características do licenciamento ambiental da UHE São Luiz do Tapajós e outras barragens recentes na Amazônia Considerações Finais
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4 Hidrelétricas previstas no Complexo Tapajós
5 Antecedentes da MP /03/2010: Aviso Ministerial no. 30/GM-MME para o MMA, informando sobre aprovação pela ANEEL de estudos de inventário do Tapajós/Jamanxim, e previsão de construção das UHEs São Luiz do Tapajós, Jatobá e Chacorão no rio Tapajós e as UHEs Cachoeira do Caí, Jamanxim, Cachoeira dos Patos e Jardim do Ouro, no rio Jamanxim; Aviso do MME ainda informa sobre áreas a serem desafetadas em Unidades de Conservação e da TI Munduruku, para abrigar canteiros e reservatórios das referidas hidrelétricas, com respectivos memoriais descritivos da Eletronorte
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7 Parque Nacional do Jamanxim
8 Comunidade Pimental/ Parque Nacional da Amazônia
9 Áreas de inundação pela UHE São Luiz do Tapajós
10 Parque Nacional do Jamanxim
11 UHE Chacorão e TI Munduruku
12 Antecedentes da MP 558 Decisões políticas tomadas a partir do estudo de inventário realizado pela Eletronorte e/ CNEC e aprovado pela ANEEL: inclusão no PDE, PAC, Resolução do CNPE em maio de 2011 Limitações do inventário do Tapajós/Jamanxim: não inclui Avaliação Ambiental Integrada - AAI (Manual Eletrobras); não considera impactos cumulativos entre hidrelétricas do Complexo Tapajós e destas com outros empreendimentos vinculados (hidrovia, mineração) ; não considera impactos sobre comunidades indígenas e populações tradicionais; sem realização de consulta prévia; não considera compatibilidade com outras políticas territoriais (UCs, TIs, Plano BR-163 Sustentável, etc.)
13 Fonte: AHIMOR Hidrovia do Tapajos
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17 Antecedentes da MP /03/10: Gabinete MMA encaminha processo para Presidência do ICMBio, solicitando providências (sem análise da CONJUR e outras áreas afins do Ministério? Maio de 2011: Consultados pela sede em Brasília, gerentes locais do ICMBio levantam uma série de questões importantes sobre as consequências potenciais da proposta de desafetação em cada uma das UCs da região do Tapajós (biodiversidade, ecossistemas aquáticos, meios de vida de populações locais, pesca, turismo, etc.); sem mais discussão interna no ICMBio envolvendo sede em BSB e técnicos locais Setembro de 2011: sede do ICMBio conclui que a elaboração do EIA não pode incidir sobre unidades de conservação (com exceção da APA Tapajós) e afirma entretanto, desde que as áreas das UCs sobrepostas pelos reservatórios e eixos de barramento sejam desafetadas, é possível a condução do prcesso de licenciamento ambiental
18 Processo de encaminhamento e aprovação da MP 558 MP 558 editada pela Presidente Dilma em 06 de janeiro de 2012; exposição de motivos enfoca a situação de pequenos posseiros no PARNA da Amazônia, da região de Itaituba (objeto da MP 542/2011, que caducou) Fevereiro de 2012: Procurador Geral protocola o ADI 4717 sobre irregularidades na MP 558 (p.ex. ausência de urgência e relevância, sem EIA e estudo de viabilidade; etc.),; parecer favorável ao julgamento tempestivo no STF pela relatora Carmem Lucia (no entanto, não entra em pauta) Amicus curaie da Terra de Direitos; questionamentos e manifestações de comunidades locais
19 Processo de encaminhamento e aprovação da MP 558 Comissão mista não se reuniu, conforme exigência formal do Congresso para tramitação de MPs Tentativas frustradas de convocar audiências públicas no Congresso Congresso (sociedade civil, ICMBio, etc.) Relatores na Câmara e Senado designados última hora, sem tempo hábil para análise e discussão da MP e emendas (inclusive algumas de contrabanda) Carta aberta de lideranças e organizações da sociedade civil, lida pelo Senador Cristóvam Buarque no dia da votação MP 558 criou precedente negativo (supressão de UCs sem critérios de transparência, resguardo do interesse público, dos direitos humanos e da legislação ambiental
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21 Características da fase inicial de licenciamento da UHE São Luiz do Tapajós e outras hidrelétricas recentes Desarticulação do componente indígena do EIA, levando a conflitos com comunidades locais (Munduruku) Sub-dimensionamento de impactos socioambientais (biodiversidade, GEE, meio de vida de populações locais); implicações para decisões sobre viabilidade, mitigação e compensação de impactos Falta de consulta prévia na fase do EIA (artigo 231, Convenção 169 OIT) IBAMA se limitar a verificar um check-list dos itens dos TR do EIA, sem análise qualitativa, para convocar audiências públicas Audiências públicas com deficiências de informação prévia o de qualidade, divulgação, acesso; sem influência sobre resultados do licenciamento Concessão de licenças, contrariando pareceres de técnicos, com lacunas da fase do EIA sobre impactos, riscos e viabilidade ambiental, transformadas em condicionantes da LP, e at da LI Judicialização dos processos de licenciamento
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23 Usinas plataforma: hidreletricas do bem? Não é realista afirmar que um contingente de trabalhadores e equipamentos pesados vão ser transportados por helicóptero (plataforma de petróleo no mar tem média de 175 operários) > abertura de estradas, impactos sobre áreas urbanas Usina plataforma não resolve a questão dos migrantes excedentes e trabalhadores desempregados depois da finalização das obras, Mesmo com usinas fio d agua, áreas alagadas consideráveis ( hectares, somente em unidades de conservação) Profundas alterações nos ecossistemas fluviais e terrestres Impactos sobre a pesca ignorados (movimento de peixes migratórios, Usinas convencionais a montante (Teles Pires, Juruena) Impactos cumulativos das hidrelétricas com as hidrovias e projetos de exploração mineral não considerados
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25 Considerações finais Conflitos entre hidrelétricas e áreas protegidas: muitos problemas poderiam ser evitados no âmbito do planejamento estratégico do setor elétrico, buscando melhores alternativas para a sociedade; No planejamento de barragens, conflitos precisam ser abordados inicialmente na fase do inventário, com ferramentas como AAI e AAE Necessidade de aprofundamento do debate e dialogo sobre o licenciamento de barragens, inclusive arcabouço legal Necessidade de debate sobre arcabouço legal e procedimentos de alterações de limites de UCs, resquardando interesse público, direitos humanos e respeito à legislação ambiental Fragilidades na implementação de políticas públicas e baixa presença do Estado na Amazônia dificultam soluções (PNGATI, PAS, Plano BR-163 Sustentável?)
26 Obrigado
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