475/ 2009/COGES/DENOP/SRH/MP
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- Terezinha Sanches Ramires
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1 MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Secretaria de Recursos Humanos Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais Coordenação Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas NOTA TÉCNICA N o 475/ 2009/COGES/DENOP/SRH/MP ASSUNTO: CARGO DE TÉCNICO EM REABILITAÇÃO OU FISIOTERAPIA REFERÊNCIA: / SUMÁRIO EXECUTIVO 1. Trata-se de consulta, proveniente do Serviço Médico Universitário Rubens Brasil - SMURB, acerca da situação funcional de servidoras lotados na referida Unidade, ocupantes do cargo de Técnico em Reabilitação ou Fisioterapia, em face da Resolução nº 211, de 17 de agosto de 2000, do Conselho Federal de Fisioterapia (CREFITO), a qual veda o exercício profissional da Fisioterapia aos portadores de Certificados de Cursos Seqüenciais e dá outras providências. ANÁLISE 2. A consulta apresenta os seguintes questionamentos, que foram submetidos à análise da Subsecretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Educação: Sendo a Universidade Federal da Bahia uma instituição autônoma, possuidora de um plano de cargos e salários reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura, e tendo as respectivas servidoras desenvolvido as atividades de atendimento e tratamento fisioterápico sob supervisão dos fisioterapeutas do serviço, pergunta-se: Como proceder com as funcionárias no que tange a Resolução do CREFITO? Estas servidoras podem continuar atuando na função? Como a Universidade tem se posicionado sobre esta questão uma vez que dispomos de técnicos de reabilitação em outras unidades da UFBA? Como proceder com a avaliação de desempenho das servidoras quando solicitada pela Superintendência para progressão funcional? A inserção em tarefas administrativas a exemplo de agendamento de consultas, distribuição de prontuários nas salas, registro dos atendimentos poderão ser caracterizados como desvio de função? (fl.1) 3. Em atendimento à consulta realizada, a Subsecretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Educação manifestou-se ressaltando que o ponto central da demanda refere-se ao disposto na referida Resolução, que veda o exercício profissional da Fisioterapia aos portadores de Certificados de Cursos Seqüenciais. Acrescenta a Subsecretaria
2 que o Conselho Federal de Fisioterapia considera ilegal, com relação a estes, a prática de ato profissional que por sua natureza metodológica, científica e técnica, configure ato próprio e privativo do profissional Fisioterapeuta. A Resolução nº 211, de 17 de agosto de 2000, dispõe o seguinte: Art. 1º O exercício profissional da Fisioterapia só é permissível ao indivíduo portador de diploma de graduação superior plena em Fisioterapia, após obtenção do registro profissional no Sistema COFFITO/CREFITO. Art. 2º É proibido o exercício profissional da Fisioterapia ao portador de Certificado de Curso Seqüencial, mesmo que reconhecido no âmbito educacional. Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário 4. Cita como importante referência para análise do caso a Lei nº , de 12 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreira dos Cargos de Técnico Administrativo em Educação, segundo a qual para que ocorra o ingresso no cargo de Técnico Administrativo em Educação de Técnico em Reabilitação ou Fisioterapia, o candidato deve apresentar como escolaridade o Ensino Médio profissionalizante ou Ensino Médio completo mais curso profissionalizante, conforme descreve o Anexo II, da referida Lei: DISTRIBUIÇÃO DOS CARGOS POR NÍVEL DE CLASSIFICAÇÃO E REQUISITOS PARA INGRESSO CARGOS TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO NÍVEL DE DENOMINAÇÃO DO REQUISITOS PARA INGRESSO CLASSIFICAÇÃO CARGO ESCOLARIDADE OUTROS D Técnico em Reabilitação ou Fisioterapia Médio Profissionalizante ou Médio completo + curso Técnico 5. Transcreve, ainda, o Decreto Lei nº 938, de 13 de outubro de 1969: Art. 1º É assegurado o exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, observado o disposto no presente Decreto-lei. Art. 2º O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, diplomados por escolas e cursos reconhecidos, são profissionais de nível superior. Art. 3º É atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do ciente. Art. 4º É atividade privativa do terapeuta ocupacional executar métodos e técnicas terapêuticas e recreacional com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade mental do paciente. Art. 5º Os profissionais de que tratam os artigos 3º e 4º poderão, ainda, no campo de atividades específica de cada um:
3 I - Dirigir serviços em órgãos e estabelecimentos públicos ou particulares, ou assessorá-los tecnicamente; II - Exercer o magistério nas disciplinas de formação básica ou profissional, de nível superior ou médio; III - supervisionar profissionais e alunos em trabalhos técnicos e práticos. Art. 6º Os profissionais de que trata o presente Decreto-lei, diplomados por escolas estrangeiras devidamente reconhecidas no país de origem, poderão revalidar seus diplomas. Art. 7º Os diplomas conferidos pelas escolas ou cursos a que se refere o artigo 2º deverão ser registrados no órgão competente do Ministério da Educação e Cultura. Art. 8º Os portadores de diplomas expedidos até data da publicação do presente Decreto-lei, por escolas ou cursos reconhecidos, terão seus direitos assegurados, desde que requeiram, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, o respectivo registro observando quando for o caso, o disposto no final do art. 6º. Art. 9º É assegurado, a qualquer entidade pública ou privada que mantenha cursos de fisioterapia ou de terapia ocupacional, o direito de requerer seu reconhecimento, dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias, a partir da data da publicação do presente Decreto-lei. Art. 10. Todos aqueles que, até a data da publicação no presente Decreto lei exerçam sem habilitação profissional, em serviço público atividade de que cogita o artigo 1º serão mantidos nos níveis funcionais que ocupam e poderão ter as denominações de auxiliar de fisioterapia e auxiliar de terapia ocupacional, se obtiverem certificado em exame de suficiência. 1º O disposto no artigo é extensivo, no que couber, aos que, em idênticas condições e sob qualquer vínculo empregatício, exerçam suas atividades em hospitais e clínicas particulares. 2º Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura promoverá realização, junto às instituições universitárias competentes, dos exame de suficiência a que se refere este artigo. Art. 11. Ao órgão competente do Ministério da Saúde caberá fiscaliza em todo o território nacional, diretamente ou através das repartições sanitárias congêneres dos Estados, Distrito Federal e Territórios, o exercício das profissões de que trata o presente Decreto-lei. Art. 12. O Grupo da Confederação Nacional da Profissões Liberais, constante do Quadro de Atividades e Profissões, anexo à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovado pelo Decreto-lei nº 5 452, de 1 de maio de 1943, é acrescido das categorias profissionais de fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, auxiliar de fisioterapia e auxiliar de terapia ocupacional. Art. 13. O presente Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogandose as disposições em contrário. 6. Traz ao esclarecimento a citação da Lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 1975, que criou os Conselhos: Federal e Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, transcrevendo o inciso II do art. 5º, que especificou a competência do Conselho Federal. Art. 5º Compete ao Conselho Federal: I -...
4 II - exercer função normativa, baixar atos necessários à interpretação e execução do disposto nesta Lei e à fiscalização do exercício profissional, adotando providências indispensáveis à realização dos objetivos institucionais. 7. Faz menção, também, à Resolução nº 241, de 23 de maio de 2002, que tornou ilegal o exercício de atividades aos portadores de certificado de Técnico em Reabilitação ou Fisioterapia, conforme a seguir: Art. 1º - É vedado ao portador de certificado de Técnico de Reabilitação e/ou Fisioterapia a prática de ato profissional que por sua natureza metodológica, científica e técnica, esteja caracterizada na sua prescrição e na sua indução terapêutica como ato próprio e privativo de profissional Fisioterapeuta; Art. 2º - A prática referida no artigo 1º desta resolução é tipificada como exercício ilegal de atividade regulamentada que deverá ser interrompida pela ação institucional do CREFITO, preventivo a ocorrência de lesões econômicas e sociais nos termos da lei; Art. 3º - O Fisioterapeuta com registro profissional no COFFITO que se associar e/ou se acumpliciar com ações indutoras ao exercício ilegal da atividade regulamentada Fisioterapia e/ou delegar a leigo ato que por sua natureza técnico/científica seja próprio e privativo de profissional Fisioterapeuta na tipicidade do artigo 1º desta resolução, responderá solidariamente nos termos da lei, pelas ofensas éticas e legais cometidas e também, pelas lesões econômicas e sociais resultantes do ilícito praticado; Art. 4º - Os casos omissos serão deliberados pelo Plenário do COFFITO; Art. 5º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas disposições em contrário. 8. A Subsecretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Educação dá prosseguimento à sua manifestação colocando que o cargo em comento é originário do Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos PUCRCE, objeto da Lei nº 7.596/87: Descrição do Cargo: Auxiliar o Fisioterapeuta na execução dos trabalhos e nas execuções das técnicas fisioterápicas prescritas pelo médico. Responsabilidades: Pelo serviço executado; Pelo material de consumo, equipamento e material permanente à sua disposição. Requisitos: 2º grau completo/ profissionalizante e/ou de especialização. Promoção ou acesso: Conforme estabelecido neste PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. Atividades Típicas: Manusear todos os aparelhos relacionados com fisioterapia, sabendo os cuidados a tomar com cada um deles, durante as aplicações; Auxiliar na execução dos exercícios e técnicas cinesioterápicas prescritas; Examinar o cliente, verificando as partes do corpo a serem massageadas, bem como a indicação médica, para iniciar o tratamento prescrito; Massagear os clientes, utilizando processos adequados, para corrigir anomalias físicas ou estéticas,
5 melhorar a circulação ou obter outras vantagens terapêuticas; Treinas o cliente na prática de exercícios, fazendo demonstrações para ajudar a correlação dos defeitos e/ou na recuperação ou embelezamento das partes em tratamento; Executar outras tarefas da mesma natureza e nível de dificuldade. 9. Com base nos diplomas legais apresentados a Subsecretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Educação demonstra seu entendimento no sentido de que não há conflito entre o conteúdo das resoluções do Conselho Federal de Fisioterapia e o disposto na Lei nº , de 12 de janeiro de 2005 (que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras dos Cargos de Técnico-Administrativo em Educação PCCTAE), pois as normas do Conselho Federal referem-se à exigência da profissão de Fisioterapeuta diplomado em curso superior de Fisioterapia. Já o cargo de Técnico em Reabilitação ou Fisioterapia (previsto no PCCTAE) reúne conjunto de atribuições e responsabilidades diferentes daquelas desempenhadas pelo Fisioterapeuta, apresentando como requisito para ingresso o certificado de conclusão de curso de nível médio profissionalizante ou certificado de conclusão do nível médio mais curso técnico. 10. Prossegue sua manifestação com a seguinte afirmação: não se caracteriza como exercício ilegal da profissão o trabalho desenvolvido por auxiliares de fisioterapeuta, no caso concreto os Técnicos em Reabilitação ou Fisioterapia, onde atuam profissionais habilitados em fisioterapia. O desempenho técnico dos auxiliares de fisioterapia subordina-se à direção, coordenação, supervisão e orientação do fisioterapeuta, figurando, portanto, entre aqueles técnicos que, geralmente sob supervisão de profissionais de formação superior, desempenham tarefas complementares, porém de amplitude e responsabilidades menores (fl. 18). 11. Por fim, a Subsecretaria submete o presente processo à apreciação superior, sugerindo, s.m.j., o seu encaminhamento à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, para esclarecimentos quanto ao posicionamento a ser adotado, com vistas a uniformizar entendimento acerca do tema e para que possa prestar orientações à Universidade Federal da Bahia. 12. Em síntese, é o relatório. 13. As atribuições inerentes ao cargo de Técnico em Reabilitação ou Fisioterapia não são as mesmas do cargo de Fisioterapeuta, conforme pode ser constatado ao realizar comparação entre as atribuições do primeiro já relacionadas no item 8 supra e as do segundo cargo, conforme descrito a seguir: Descrição do Cargo: Executar tratamento das enfermidades psicomotoras, através de agentes físicos; Responsabilidades: Pelo serviço executado; Pelo material de consumo, equipamento e material permanente à sua disposição. Requisitos:
6 Curso Superior Completo de Reabilitação e Fisioterapia e/ou Registro no Conselho competente Promoção ou acesso: Conforme estabelecido neste Plano de Cargos e Salários. Atividades Típicas: - o estudo de doentes e acidentes; planejar e executar tratamentos de afecções reumáticas, osteorartroses, seqüelas de acidentes vascular cerebrais, meningite, de paralisia cerebrais, motoras, memógeras e outros; atender amputados, preparando o coto e fazendo treinamentos; Ensinar exercícios corretivos, orientado e treinando pacientes; Ensinar exercícios físicos de preparação e condicionamento pré e pós parto; Fazer relaxamento, exercícios e jogos com pacientes portadores de problemas psíquicos; Supervisionar e avaliar atividades do pessoal auxiliar de fisioterapia; Observar as anotações das aplicações e tratamentos realizados; Planejar, Organizar e Administrar serviços gerais e específicos de fisioterapia; Preparar relatórios, documentos e pareceres em assuntos de fisioterapia; Executar outras tarefas da mesma natureza e nível de dificuldade. 14. Feita a comparação indicada, pode-se concluir que o Técnico em Reabilitação ou Fisioterapia desempenha de forma auxiliar algumas atividades de menor grau de complexidade, sob supervisão do Fisioterapeuta. Importante entender que aquele não exercerá funções privativas deste, visto que a maior parte de suas atribuições apenas guardam relação e similaridade com as atividades descritas pelo Decreto Lei nº 938, de 13 de outubro de 1969, in verbis: Art. 3º É atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicas com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente. 15. O Decreto Lei nº 938/69 prevê a hipótese de profissionais de nível médio desenvolverem atividades relacionadas ou inerentes à fisioterapia, ao dispor em seu art. 5º, inciso II, a possibilidade de o fisioterapeuta exercer magistério, no campo de atividades específicas, nas disciplinas de formação básica ou profissional, de nível superior ou médio. Logo, o texto normativo admite tanto a existência de profissionais de nível médio, como a existência de instituições de ensino direcionadas para este nível de formação. 16. Acrescentamos que não cabe ao COFITO interferir nos critérios utilizados pela Administração Pública para o provimento de cargos públicos, visto que suas atribuições se restringem àquelas estabelecidas pela Lei nº 6.316/75 citada anteriormente. CONCLUSÃO 17. O cargo de Técnico em Reabilitação ou Fisioterapia, integrante do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, estruturado pela Lei nº /2005, apresenta requisitos e atividades diversas das do Cargo de Fisioterapeuta. É válido reforçar que as atribuições inerentes ao cargo de Técnico em Reabilitação ou
7 Fisioterapia não abrangem aquelas que são próprias e privativas dos profissionais de Fisioterapia. Por fim, não se vislumbra conflito entre as normas jurídicas que regulamentam a profissão de fisioterapeuta e a Lei nº /2005, considerando estar cumprido o atendimento de todos os requisitos formais e materiais de elaboração da Lei. 18. Com tais esclarecimentos, propomos o encaminhamento do presente processo à Coordenação Geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Educação COGEP/MEC, para ciência e conhecimento. À consideração superior. Brasília, 29 de outubro de EMERÍUDA BORGES SANTOS Chefe de Divisão DIPCC/COGES/SRH/MP De acordo. À consideração da Senhora Diretora do Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais Brasília, 29 de outubro de VANESSA SILVA DE ALMEIDA Coordenadora Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas Aprovo. Encaminhe-se ao COGEP/MEC, conforme proposto. Brasília, 29 de outubro de DANIELE RUSSO BARBOSA FEIJÓ Diretora do Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais
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