Intervenção Psicossocial na Freguesia de São Julião do Tojal, especificamente no Bairro CAR
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- Aníbal Rodrigues Arantes
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1 Comissão Social de Freguesia de São Julião do Tojal Intervenção Psicossocial na Freguesia de São Julião do Tojal, especificamente no Bairro CAR 1- Enquadramento do Projecto A freguesia de São Julião do Tojal, no concelho de Loures, é caracterizada por uma complexidade de problemas inerentes ao funcionamento da família. A reformulação do Diagnóstico Social assim o demonstra. Desta forma, a Técnica de Apoio e Acompanhamento à Comissão Social de Freguesia de São Julião do Tojal, tendo conhecimento do tipo de problemas de carácter social, em função do seu elevado número e gravidade que afectam a população da freguesia, teve a iniciativa de propor uma intervenção psicossocial com as famílias residentes na área geográfica da freguesia de São Julião do Tojal, especificamente a residente no Bairro CAR. O conteúdo funcional dos Técnicos de Apoio e Acompanhamento às Comissões Sociais de Freguesia não prevê o atendimento directo às famílias, devendo colaborar com os parceiros da Comissão e outros agentes locais que se venham a considerar pertinentes para o efeito em acções concretas conducentes à atenuação/resolução dos problemas diagnosticados. Neste sentido, foi proposto em Plano de Acção para o segundo semestre de 2007: Atendimentos a famílias, sinalizadas pelos parceiros ou outras entidades, com necessidade de intervenção psicossocial no Bairro CAR. Existindo a impossibilidade, no momento, de implementar o Atendimento Integrado, enquanto nova metodologia inerente à Rede Social, apresento a seguinte proposta de trabalho Finalidade do Projecto Tendo subjacente o Atendimento Integrado, enquanto metodologia dinamizadora da criação de condições para a inclusão social das famílias, no contexto do desenvolvimento e valorização da comunidade, o Técnico de Apoio e Acompanhamento
2 à Comissão Social de Freguesia de São Julião do Tojal deverá dinamizar e sustentar o acompanhamento psicossocial às famílias, sinalizadas pelos parceiros ou outras entidades, com necessidade de intervenção. A estratégia de intervenção deverá ser mais que uma adição de soluções múltiplas (emprego, educação, saúde, etc), mas antes a construção com a família de soluções coerentes que mobilizem, de forma articulada, vários actores/instituições e recursos, de modo a estruturarem-se e inserirem-se socialmente, potenciando a capacidade das pessoas, de se tornarem cidadãos activos e participantes na sua mudança e na mudança da comunidade/sociedade onde estão inseridos. É, assim, fundado pela necessidade da existência de intervenções integradas que mobilizem diversos organismos e que possibilitem uma maior eficácia ao nível da inserção social e profissional dos públicos mais vulneráveis aos processos de exclusão. Pretende-se uma articulação entre as várias instituições, de forma a permitir a rentabilização dos recursos e evitar a duplicidade de intervenções e respostas às situações. Este trabalho terá por base a Rede Social, enquanto motor de constituição de parcerias efectivas e potenciadoras num processo de envolvimento participativo de todos os que se comprometem para serem agentes e motores de desenvolvimento social e local e a ajudar a criar sinergias favoráveis ao Atendimento Integrado. São, assim, considerados os parceiros constituintes da Comissão Social da Freguesia de São Julião do Tojal e outros directamente envolvidos ou a envolver no processo de intervenção. 2- Necessidades e Potencialidades identificadas São analisadas as necessidades da população, assim como as suas potencialidades. São analisadas as potencialidades locais com o objectivo de um desenvolvimento social integrado. Procuramos promover a inclusão de todos os residentes, garantindo o acesso aos recursos, aos direitos, aos bens e serviços, bem como promover a igualdade de oportunidades de participação social numa sociedade com melhor qualidade e maior coesão.
3 Este projecto deverá desenvolver um trabalho no sentido de ser instrumento de responsabilização de cada pessoa, promovendo as condições de cumprimento dos respectivos deveres de cidadania. Este objectivo passa por promover a coesão social das políticas correntes de desenvolvimento económico, formação, emprego, educação, segurança social, saúde, habitação e informação. Mais do que olhar para o combate da exclusão social tendo por base a noção de direito social, a intervenção deve ir para além do simples reforço de dispositivos de assistência, mas sim procurar proporcionar a participação activa de todos na vida social: cidadão activo no seu processo de integração. Nesse sentido, e considerando a família como: primeiro espaço de aprendizagem para a criança e para o jovem, é o habitat permanente de aquisição de conhecimentos e de valores, um lugar de formação ou de deformação onde se aprende a SER. A família, quando lhe são dadas as condições adequadas (de ordem social, económica, educacional e cultural) e as aprende a gerir responsavelmente, gera uma integração saudável, equilibrada e até «rentável» do cidadão para a sociedade. (Ana Monteiro, Família e Exclusão Social, Ministério da Solidariedade e Segurança Social, 1996) 3- Estrutura Organizativa do Atendimento 3.1 Área Territorial: Freguesia de São Julião do Tojal (Bairro CAR) Partimos de um modelo de intervenção global, sistémico e interdisciplinar, o qual tem como unidade básica de acção, ou matriz, a família. É a partir desta unidade central, que toda a acção se estrutura. Informar, apoiar e potenciar as famílias nos seus processos de autodeterminação, através de intervenções articuladas. O processo de intervenção tem início com a sinalização das famílias, pelos parceiros ou outras entidades, que verifiquem a necessidade de se realizar um diagnóstico, com o objectivo de se conhecer a situação da família em causa e, caso se justifique, desenvolver a intervenção. Esta sinalização deverá ser efectuada através do preenchimento de impresso próprio (conf. Modelo em anexo), previamente preenchido pelo requerente, e enviado ao cuidado do Presidente da Comissão Social de Freguesia
4 de São Julião do Tojal, solicitando a intervenção da Técnica de Serviço Social. Será, assim, formalizada uma contratualização entre o técnico/pessoa responsável pelo encaminhamento e o Técnico de Serviço Social da Junta de Freguesia de São Julião do Tojal. Posteriormente deverá ser efectuado um atendimento em conjunto com a pessoa/técnico responsável pelo encaminhamento e o técnico de Serviço Social, com o objectivo de apresentar o utente/técnico e definir a primeira fase de intervenção. Sempre que se justifique deverão ser efectuadas reuniões para analisar e (re)avaliar a intervenção com os parceiros envolvidos. Por outro lado, o técnico gestor de caso, figura que acompanha integralmente o percurso da família, informará, sempre que necessário, através de informação/relatório social, o desenvolvimento da situaçãoproblema. 3.2 Local de Atendimento: - EB1 Zambujal: Famílias com crianças a frequentar esta escola - Associação de Moradores do Bairro CAR Famílias residentes no Bairro Parceiros a envolver: Segurança Social de Loures Saúde (Centro de Saúde de Loures; CAT) Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Zambujal GNR de São Julião do Tojal Junta de Freguesia de São Julião do Tojal ARPI de São Julião do Tojal ARPI do Zambujal Agrupamento de Escolas João Villaret Programa Escolhas Construir Novas Cidadanias Santa Casa da Misericórdia de Loures EB1 Zambujal JI Zambujal EB1 / JI São Julião do Tojal CPCJ Loures Instituto do Emprego Formação Profissional Centro de Emprego de Loures
5 4- Objectivos do Projecto 4.1 Objectivos Gerais - Implementar o Atendimento Integrado na freguesia de São Julião do Tojal e assim integrar os diferentes níveis de intervenção; - Analisar as necessidades e potencialidades das famílias, em atendimento/acompanhamento de modo a promover as condições para o seu pleno desenvolvimento/integração a nível psicossocial Objectivos Específicos 1. Intervir com as famílias individualmente ou em grupo, com vista ao desenvolvimento das suas competências; 2. Optimizar os recursos ao nível do atendimento; 3. Criar respostas de carácter integrado, compreendendo de forma holística os problemas do indivíduo/família, evitando respostas fragmentadas, atendendo às necessidades globais das famílias; 4. Reduzir os tempos de espera do diagnóstico às respostas; 5. Implementar sistematicamente e avaliar as estratégias de intervenção articuladas com as famílias. 5- Princípios Orientadores dos Programas de Inserção* Trabalhar percursos individuais numa óptica integrada transporta consigo um conjunto de princípios e de procedimentos. Princípios Orientadores: Abordagem multidimensional - considera os diferentes problemas da vida dos indivíduos e das suas famílias, bem como as relações que se estabelecem entre tais problemas. Trabalho em parceria Deve implicar uma coordenação entre serviços, no sentido da resolução conjunta dos problemas e da criação das respostas necessárias e efectivamente adequadas.
6 Abordagem territorializada Aposta numa forte proximidade com as populações e com os recursos locais. Colocação das pessoas no centro da sua actuação dos serviços Obriga os serviços a promover a participação dos/as utentes e a pensar, em primeiro lugar, nos seus interesses e necessidades. Existência da figura de gestor/a de caso Figura que acompanha integralmente o percurso dos indivíduos. 6- Etapas para a Construção de um Percurso Integrado 1. Acolhimento É a fase da escuta e do estabelecimento de uma relação. È também a fase de elaboração de um diagnóstico partilhado. 2. Orientação/negociação Período para negociar programas/percursos de inserção a partir do estabelecimento de objectivos realistas que respondam aos problemas diagnosticados, apoiados na definição de aspirações e valorizando experiências e competências. Para o futuro devemos levar o melhor do passado. 3. Acompanhamento É uma fase de acompanhamento do percurso definido, assegurando o seu sucesso e a abordagem multidimensional dos problemas identificados. Em várias intervenções tem sido demonstrado que o acompanhamento é, muitas vezes, a chave do sucesso dos programas / percursos de inserção estabelecidos. 4. Avaliação A avaliação deve ter em conta a situação de partida dos indivíduos/famílias e os objectivos definidos, procurando uma identificação de resultados que podem e devem passar por uma valorização das competências adquiridas, e/ou desenvolvidas, pelos indivíduos. *Memorando para o Atendimento/Acompanhamento Social, HD&III Públicos Diferentes. Iguais Oportunidades, CESIS
7 7- Resultados Esperados de uma Abordagem Integrada: - Racionalização dos recursos da parceria. - Aloucação dos recursos existentes para a resolução dos problemas das pessoas. - Participação do/a beneficiário/a em todo o processo. - Orientação e acompanhamento das situações em lugar do encaminhamento. - Intervenção nas várias dimensões dos problemas, o que permitirá também o desenvolvimento de competências pessoais e sociais por parte do/a beneficiário/a. - Maior satisfação das pessoas.
8 SINALIZAÇÃO Comissão Social de S. Julião do Tojal Data: Entidade: Pessoa a contactar: Identificação do elemento da família a contactar Nome: Morada: Telf.: Telm.: Motivo do Encaminhamento: Resultado Esperado: Outros dados que considere importantes Assinatura: Junta de Freguesia de São Julião do Tojal Rua 1.º de Maio, 54 1.º São Julião do Tojal Tel: Fax: e.mail: geral@jf-sjtojal.pt
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