1. Introdução Conceito de Pegada Ecológica Metodologia de cálculo da Pegada Ecológica Pegada Ecológica da ZMAR...
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- Wagner Delgado Zagalo
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2 Índice pág. 1. Introdução Conceito de Pegada Ecológica Metodologia de cálculo da Pegada Ecológica Pegada Ecológica da ZMAR Energia Consumida Resíduos Produzidos Ocupação do solo Água Pegada por tipo de Ecossistema Pegada Ecológica Global Referências bibliográficas
3 1. Introdução A ZMAR - eco campo resort & spa, reconhecendo que pode afectar, de forma positiva ou negativa, os bens comuns, assumiu voluntariamente o compromisso de reduzir o seu impacte ambiental e o dever de cuidar da atmosfera, da hidrosfera e da biodiversidade. Este compromisso materializou-se através da assinatura de um protocolo com a Quercus, em 2011, no âmbito do Programa Pegada Ecológica, no qual a empresa se comprometeu a implementar um plano de redução que visa a melhoria contínua e o investimento em capital natural, preservando, com a Quercus habitats fundamentais para a sobrevivência de espécies em situação desfavorável. No seguimento do processo de implementação do Programa Pegada Ecológica, o presente relatório procura apresentar uma primeira avaliação da pegada da empresa relativa ao ano de 2010, sendo este o ponto de partida na monitorização do trabalho a realizar nos próximos anos. 5
4 2. Conceito de Pegada Ecológica A Pegada Ecológica (PE) é um conceito criado por William Rees e Mathis Wackernagel, nos anos 1990, e na sua essência pode ser definida como a superfície produtiva ou ecossistema aquático necessário para manter o consumo de recursos e energia, assim como absorver os resíduos produzidos por uma determinada população humana ou economia, considerando a tecnologia existente, independentemente da parte do planeta em que está situada. Esta abordagem inclui somente a superfície produtiva para uso humano, excluindo, por exemplo, os desertos e os polos Considera-se, portanto, a superfície terrestre e marinha que suporta a atividade fotossintética e a biomassa utilizada pelos humanos, procurando estimar a magnitude do consumo humano, que na atualidade excede a capacidade de recuperação da biosfera (Wackernagel, 1999). 3. Metodologia de cálculo da Pegada Ecológica A avaliação da Pegada Ecológica das Organizações resulta de uma adaptação da metodologia desenvolvida por Doménech et al. (2007). Energia Consumos de energia, no âmbito da electricidade, mobilidade e transportes e aquisição de serviços Resíduos Produção de resíduos do tipo papel e cartão, embalagens e orgânicos (resíduos urbanos) Uso do solo Área ocupada pela edificação e áreas verdes Água e recursos florestais Pegada associada ao consumo de água e recursos com origem na floresta Figura 1 Categorias da Avaliação PE A Pegada Ecológica é apresentada em hectares globais (hag). Um hectare global é equivalente a um hectare de espaço biológico produtivo com uma produtividade comparada com uma produtividade mundial média (Quercus, 2008). 6
5 4. Pegada Ecológica da ZMAR 4.1. Energia Consumida Para a contabilização da pegada relativa do consumo de energia elétrica segundo as diferentes fontes de energia, renováveis e não renováveis, foram tidos em conta os dados apresentados pela REN para o ano 2010 (REN vide QUERCUS, 2008). Como tal, a energia fornecida aos consumidores em território nacional pela rede elétrica resulta em cerca de 64% de fontes renováveis e 36% de fontes não renováveis. Energia eléctrica KWh = 13,81 hag Figura 2 Dados referentes à Pegada Ecológica segundo a categoria energia 4.2. Resíduos Produzidos No âmbito da categoria dos resíduos, procura-se calcular a energia associada à produção de recursos, como por exemplo o papel e cartão. Para além da pegada associada à produção desses recursos, é contabilizada a poupança energética resultante da separação e reciclagem dos resíduos produzidos. Para a ZMAR foram tidos em conta os valores de resíduos produzidos, nomeadamente ao nível de papel e cartão, alumínio, vidro, plástico e resíduos sólidos urbanos. Contabilizou-se uma pegada global nesta categoria de 91,48 hag, distribuída segundo o gráfico 1. 7
6 Gráfico 1 Distribuição da Pegada Ecológica segundo a categoria resíduos Ocupação do Solo Nesta categoria procura-se avaliar a área construída e impermeabilizada associada às estruturas exploradas pela empresa. Nos dados fornecidos, existem um total de 80 ha de área pertencente à organização, dos quais 1,2% são ocupados pelas infraestruturas. Sabendo que grande parte da área apresenta características naturais, aplicando a fórmula de cálculo tendo em conta a área impermeabilizada, cerca de 0,96 ha, resulta uma pegada de 2,71 hag Água A água, embora seja um recurso renovável, é um recurso escasso que suporta taxas de exploração muito limitadas no tempo. Como tal, torna-se importante avaliar qual a área produtiva necessária para suportar a consumo dos recursos desta natureza por parte da empresa. A partir do valor apresentado, correspondente a um consumo total de m 3 de água, chegamos a uma pegada de 42,99 hag. 8
7 5. Pegada por tipo de Ecossistema A PE está dividida em várias sub-pegadas apresentando as seguintes subcategorias: Energia fóssil corresponde a uma área virtualmente necessária para absorver as emissões de CO 2 resultantes da queima de combustíveis fósseis. Trata-se de reservar determinada área para a absorção do excesso de CO 2 libertado. A contabilização da absorção é efetuada com base nas florestas, não levando em linha de conta a taxa de absorção por parte dos oceanos, pelo que é necessário ter em consideração que a madeira não poderá ser utilizada para fins que possam libertar o carbono armazenado. Terra arável aquela superfície em que o Homem desenvolve atividades agrícolas, retirando produtos como alimentos, fibras, azeite, entre outras, para suprir as suas necessidades alimentícias. Pastagem - área dedicada a pastos, de onde se obtêm determinados produtos animais como carne, leite, pele e lã. Bosque - a superfície ocupada pelos bosques, de onde advêm principalmente produtos derivados da madeira, utilizados na produção de bens, e também combustíveis como a lenha. Terreno construído - área ocupada por edifícios, estradas e outros espaços impermeabilizados, e como tal corresponde a um solo completamente degradado, pelo que não é biologicamente produtiva. Mar - a superfície marinha biologicamente produtiva aproveitada pelo Homem para obter pescado e marisco. Face ao exposto, é apresentada a contabilização da Pegada Ecológica (hag) segundo as categorias estudadas e ecossistemas. Tabela 1 Contabilização da Pegada Ecológica segundo as categorias estudadas e ecossistemas. Pegada por tipo de Ecossistema (hag) Categoria Terreno Energia fóssil Terra arável Pastagem Bosque construído Mar Consumo eletricidade 13, ,42 -- Mobilidade e combustíveis Serviços Resíduos produzidos 89, , Ocupação do solo ,71 -- Água ,
8 6. Pegada Ecológica Global A Pegada Ecológica Global (PEG) da ZMAR, de acordo com a metodologia aplicada e categorias analisadas, corresponderá a 150,99 hag. Gráfico 2 Distribuição da PEG segundo as categorias analisadas Da análise dos resultados obtidos, constata-se que uma grande proporção da Pegada Ecológica se deve às categorias associadas à produção de resíduos e ao consumo de água. No caso da produção de resíduos, existe uma preocupação por parte da ZMAR em direcionar para linhas de reciclagem 100% dos resíduos produzidos nas tipologias papel e cartão, alumínio, vidro e plástico. No campo do consumo de energia elétrica, o seu peso sobre o global da pegada é de 9%, enquanto a impermeabilização do solo é a categoria que menos contribui para o total do calculo efetuado. Tendo somente por base o número de hóspedes para o ano de 2010, em número de , e não contabilizando os visitantes diários, poderemos dizer que a pegada média por utilizador é de 14 m 2 g. É necessário realçar que, dos 150, 99 hag da pegada da ZMAR, cerca de 98% da pegada resulta, de forma direta ou indireta, do perfil dos utentes da organização, pelo que de futuro, de forma a diminuir a mesma, a intervenção poderá passar pela sensibilização dos mesmos a adotar comportamentos que diminuam o seu impacto sobre os ecossistemas, nomeadamente através de uma utilização mais sustentável do recurso água e do recurso energia elétrica. Da parte da organização, o investimento em energias renováveis, será uma forma de contribuir para a dimi- 10
9 nuição no consumo de combustíveis fósseis e desta forma diminuir o impacto sobre os ecossistemas. Será também importante evitar, tanto quanto possível, a utilização de produtos de consumo que incorporem muita embalagem, pelo que o ideal é verificar junto dos fornecedores de produtos quais as melhores opções para reduzir a quantidade de resíduos produzidos. 7. Referências bibliográficas QUERCUS (2008). Pegada Ecológica das Organizações. Documento de consulta interna. DOMÉNECH, J. L. (2007). Huella Ecológica y Desarrollo Sostenible, AENOR, Madrid, Spain. REES, W.E. (2000). Eco-Footprint Analysis: Merits and Brickbats, Ecological Economics, vol. 32, pp WACKERNAGEL, M. (1999). An Evaluation of the Ecological Footprint, Ecological Economics, vol. 31, pp WACKERNAGEL, M. & REES, W. (1996). Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth, New Society Publishers, Gabriola Island, Canada and Philadelphia, USA. 11
10 ZMAR Sede: Multiparques A Céu Aberto, Campismo e Caravanismo em Parques, S.A. Herdade A-de-Mateus, Caixa Postal 3845 S. Salvador, Odemira Telefone: Fax: Página da Internet: - QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza Bairro Associativo do Calhau - Bairro do Calhau Parque Florestal de Monsanto, Lisboa Telefone: Fax: Página da internet - Correio Electrónico: quercus@quercus.pt 12
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