L I D A. BOLETIM INFORMATIVO ÁREA TRABALHISTA Janeiro de Edição nº 1. Primeira edição do LIDA FIQUE ATENTO!

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1 L I D A BOLETIM INFORMATIVO ÁREA TRABALHISTA Janeiro de Edição nº 1 Primeira edição do LIDA TRIBUNAIS Pagamento de contribuição sindical patronal por holdings sem empregados (p. 2) Acordo de falsa demissão sem justa causa e o crime de estelionato (p. 2) Efeito de súmula no tempo é discutido por TRT (p. 3) Validade de contrato de parceria em salão de beleza (p. 4) LEGISLAÇÃO Decreto nº de : Altera o salário mínimo a partir de (p.4) Portaria MTE nº 269 de : Aprova as instruções para declaração da RAIS relativos ao ano-base de 2015 (p.5) Portaria MTPS/MF nº 1 de : Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo INSS, inclusive reajuste da tabela de contribuição (p.5) FIQUE ATENTO! Certidão de Distribuição de Ações Trabalhistas no TRT-SP eletrônica e gratuita. Retomada dos prazos processuais (TRT) e (TST). PJe no TRT-SP na fase de conhecimento de todas as Varas do Trabalho LIDA é um boletim elaborado pela Área Trabalhista de CSMV Advogados sócia responsável: Thereza Cristina Carneiro (tcarneiro@csmv.com.br) O LIDA é escrito mensalmente e tem caráter meramente informativo, visando fomentar o debate e, portanto, não deve ser considerado como opinião legal para situações específicas Direitos autorais reservados a CSMV Advogados Av. Bri gad eiro Faria Lima, 1.461, 9º an d ar, cj s. 91/9 4, To rr e Su l Jard im Paulistan o CEP São Paulo SP Tel Fax sm v.com.b r

2 Pagamento de contribuição sindical patronal por holdings sem empregados Em dezembro de 2015, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) reiterou o entendimento de que as holdings (sociedades cujo principal objetivo social é a gestão de participações societárias) que não possuem empregados, não estão sujeitas ao pagamento de contribuição sindical patronal. A discussão não é recente, mas ressurge todo início do ano em razão do prazo para pagamento da contribuição sindical patronal. Os sindicatos patronais responsáveis pela categoria econômica das holdings questionam a inexigibilidade da contribuição sindical, sob o argumento de que a mera constituição da empresa a insere na categoria econômica, pelo que, independente de filiação sindical ou contratação de empregados, a contribuição sindical seria devida. A jurisprudência trabalhista, porém, entende que empresas sem empregados não se enquadram na definição legal de empregadora (art. 2º, CLT), de modo que não estão obrigadas a recolher contribuição, instituída no artigo 580, III, da CLT. O TST ainda complementou esse entendimento, esclarecendo que a holding pura não possui atividade econômica própria e que as empresas controladas devem observar o correto enquadramento sindical e realizar o pagamento de contribuição sindical patronal. Fonte: Processo nº Acordo de falsa demissão sem justa causa e o crime de estelionato A simulação de demissão sem justa causa pode configurar crime de estelionato, este foi o entendimento adotado pela 1ª Vara do Trabalho de Várzea Grande/MT, em recente decisão, com repercussão nacional. A simulação ocorre quando o empregado e o empregador celebram acordo, geralmente motivado pelo interesse do empregado em cessar a relação trabalhista sem perder os direitos previstos na hipótese de dispensa sem justa causa ou no interesse do empregador em não manter uma relação com empregado desmotivado. Assim, o empregador registra o término do contrato como rescisão sem justa causa, permitindo ao empregado o saque das contribuições ao FGTS e a habilitação no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para receber o seguro-desemprego; em algumas situações e conforme o ajustado, o empregado retorna a multa de 40% do FGTS ao empregador. Tal prática é ilegal porque além de 2

3 simular uma situação inexistente, as partes acabam fraudando tanto a União, quanto a Caixa Econômica Federal, responsáveis, respectivamente, pelo seguro-desemprego e FGTS. O FGTS, além de ser uma reserva do empregado, também é destinado ao Sistema Financeiro de Habitação e pode ser movimentado em outras ocasiões, como na aposentadoria ou falecimento do trabalhador e para o financiamento de imóveis, conforme disposto na Lei 8.036/1990. Na ação trabalhista nº , a Reclamante pleiteava a devolução da multa de 40% do FGTS, sob a alegação de que a empresa havia retido alguns pagamentos até que a Reclamante devolvesse a multa. Houve a confissão da realização de acordo em razão do interesse do empregado em rescindir seu contrato de trabalho. Foi determinada a comunicação à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho; bem como que sejam tomadas as providências para que os trabalhadores devolvam as parcelas do seguro-desemprego recebidas de forma ilegal. Fonte: Processo nº Efeito de súmula no tempo é discutido por TRT A sexta turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) proferiu decisão a respeito do efeito das súmulas no tempo. Enquanto as leis são reguladas pelo Princípio da Irretroatividade, ou seja, seus efeitos não retroagem para acontecimentos anteriores à entrada em vigor, o TRT-SP entendeu que esse princípio não se aplica à publicação de súmula pelo TST. O fundamento é de que uma súmula é apenas uma consolidação do entendimento reiterado do Tribunal, isto é, uma interpretação das normas vigentes, e, portanto, não estaria limitada temporalmente. Com esse fundamento, o TRT-SP aplicou o texto atual da Súmula nº 124, do TST, a um bancário que laborou em período anterior à sua modificação, ocorrida em ; a redação anterior da Súmula nº 124 era mais benéfica aos bancos, pois previa a adoção do divisor 180 para o cálculo do salário-hora do bancário. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) entendeu por afastar a aplicação retroativa da Súmula nº 124, do TST, sob o fundamento de que a revisão radical de entendimento até então consagrado gera insegurança jurídica e cria um passivo trabalhista imprevisto. Dessa forma, é possível levar essa discussão à reapreciação pelos Tribunais do Trabalho. 3

4 Fonte: Processo nº Processo nº Validade do contrato de parceria em salão de beleza O contrato de parceria firmado entre um salão de beleza e profissional da beleza (Lei nº /2012) não caracteriza vínculo empregatício, conforme recente decisão do TST em julgamento de recurso de revista apresentado pela empresa. O TRT-MG havia reconhecido no contrato entre uma manicure e o salão de beleza uma típica relação de emprego, com pessoalidade, subordinação e não eventualidade, explicando que a atividade de manicure se insere na atividade-fim da empresa. O TST reformou o acórdão, porém, ressaltando que a manicure possuía instrumentos próprios e apenas se utilizava da estrutura física do salão, e recebendo percentual dos serviços prestados, o que afastaria o lucro do salão; ainda, a profissional possuía flexibilidade para escolher os horários em que poderia trabalhar, afastando a existência de subordinação. Por fim, o TST ressaltou que o contrato de parceria é usual nesse ramo de prestação de serviços e reafirmou sua validade. Fonte: Processo nº Decreto nº de A partir de , o valor do salário mínimo será de R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais); o valor mínimo diário corresponde a R$ 29,33 (vinte e nove reais e trinta e três centavos) e o valor mínimo da hora é R$ 4,00 (quatro reais). Portaria MTE nº 269 de A portaria em referência aprova as instruções para declaração da RAIS relativo ao anobase de 2015, obrigatória às empresas. As declarações devem ser enviadas por meio da internet, com a utilização de certificado digital válido (ICP Brasil) para estabelecimentos que possuem a partir de 11 vínculos. O prazo para a entrega da RAIS iniciou em e finaliza em ; as retificações e exclusões de arquivos enviados podem ocorrer até Esse Boletim foi elaborado pela Equipe Trabalhista do CSMV Advogados e tem caráter meramente informativo, não podendo ser utilizado como opinião legal para situações específicas. Para mais informações, entre em contato com a sócia responsável, Thereza Cristina Carneiro (tcarneiro@csmv.com.br). A reprodução total ou parcial deste Boletim depende de autorização expressa de seus autores, conforme legislação vigente.

5 o último dia do prazo. As empresas sem empregados também estão obrigadas a declarar a RAIS Negativa. Portaria MTPS/MF nº 1 de Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo INSS, e atualiza a tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, como segue: Salário-de-contribuição Alíquota para fins de recolhimento do INSS até R$ 1.556,94 8% de R$ 1.556,95 até R$ 2.594,92 9% de R$ 2.594,93 até R$ 5.189,82 11% FIQUE ATENTO! Certidão de Distribuição de Ações Trabalhistas no TRT-SP Desde o dia , a Certidão de Distribuição de Ação Trabalhista no âmbito do TRT-SP é emitida de forma eletrônica e gratuita, com validade de 90 dias, e abrangendo processos físicos e eletrônicos. Retomada dos prazos processuais Desde o dia , os prazos recursais retornaram no âmbito de todos os TRT; no Rio de Janeiro, a suspensão perdurou até e, em São Paulo, até O TST mantém a suspensão dos prazos recursais até o dia , em razão das férias coletivas dos Ministros. PJe no TRT-SP A partir de , o Processo Judicial Eletrônico (PJe) foi instituído na fase de conhecimento em todas as noventa Varas do Trabalho do Fórum Ruy Barbosa, em São Paulo SP. A distribuição de novos processos será feita exclusivamente pelo sistema do PJe. O LIDA é um Boletim informativo desenvolvido mensalmente pelos integrantes da Área Trabalhista de CSMV Advogados Sócia da Área Trabalhista: Thereza Cristina Carneiro Participaram da elaboração desta edição: Thereza Cristina Carneiro (tcaneiro@csmv.com.br), Ariane Byun (abyun@csmv.com.br) e Marcela Ishii (mishii@csmv.com.br). 5