INTRODUÇÃO. Paralelamente, podem identificar-se os quatro princípios estruturantes da Rede Social: Integração. Subsidiariedade.
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- Benedicta Sintra de Sousa
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1 INTRODUÇÃO Segundo a Resolução do Conselho de Ministros 197/97, a Rede Social tem como grande objectivo incentivar o surgimento de redes de apoio integrado de âmbito local. De forma mais particular, pode considerar-se que a Rede Social define as seguintes prioridades: Fomentar a articulação e actuação concertada entre entidades públicas e privadas; Detectar e promover os encaminhamentos adequados a situações e problemas dos indivíduos ou grupos; Fomentar uma cobertura concelhia racional e equitativa dos equipamentos e serviços sociais; Potenciar e divulgar o conhecimento sobre as realidades concelhias; A Rede Social apresenta-se, deste modo, como um programa estruturante e um instrumento fundamental no processo de desenvolvimento local, pela implementação de processos de planeamento estratégico territorializados (concelhios) como base da intervenção social. Esta metodologia requer a realização de Diagnósticos Sociais participados, a implementação de Sistemas Locais de Informação e a realização de Planos de Desenvolvimento Social. Embora sem uma intervenção directa na resolução dos problemas dos indivíduos ou grupos em situação e/ou em risco de pobreza e exclusão social, a Rede Social potencia e rentabiliza a organização das parcerias locais (PNAI, 2001). Paralelamente, podem identificar-se os quatro princípios estruturantes da Rede Social: Integração Articulação Inovação Subsidiariedade 1
2 NOÇÃO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL A noção de desenvolvimento social, concretizado pela Cimeira de Copenhaga em 1995, reflecte o objectivo central de contribuir para a igualdade de oportunidades e garantir condições de vida dignas e direitos de cidadania para todos. Esta ideia pressupõe a tomada de consciência colectiva dos problemas existentes, a mobilização dos actores sociais para a resolução dos mesmos e a promoção do desenvolvimento apoiado nas redes locais e nas forças endógenas que estas consubstanciam. A intervenção em rede constitui, assim, o motor dos processos de desenvolvimento social local. O desenvolvimento social assenta nos seguintes pilares: - Erradicação da pobreza, dando especial urgência às situações de pobreza absoluta; - Promoção do emprego, generalizando o direito ao trabalho e dirigindo esforços para a redução do desemprego; - Integração social, salientando-se a necessidade de implementação de medidas destinadas a reforçar a coesão social, reconhecendo a importância da família e da comunidade. Deste modo, pressupõe-se uma noção de desenvolvimento sustentável que articula o desenvolvimento económico, social e ambiental, bem como a participação activa e concertada dos actores interessados. O PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL O planeamento no domínio social é uma metodologia de investigação-acção que associa o conhecimento das especificidades dos problemas locais à intenção de provocar uma mudança social. Deste modo, o constitui um instrumento de definição conjunta e negociada de objectivos prioritários para a promoção do desenvolvimento social local. Tem em vista tanto a produção de efeitos correctivos como também os efeitos preventivos gerados por um aumento da dinâmica institucional, com vista à melhoria das condições de vida das populações. Pode-se dizer que o Plano de Desenvolvimento Social traça o retrato de uma situação social desejável mas realista, incluindo uma programação das etapas e estratégias a desenvolver para alcançar a situação. 2
3 Este Plano orienta, assim, as respostas às necessidades individuais e colectivas, procurando vincular as iniciativas de todos os agentes cujo âmbito de actuação tem repercussões no desenvolvimento social do Concelho. Torna-se, portanto, necessária uma conjugação das políticas sociais da habitação, da saúde, da educação, do emprego, da acção social e outras, dentro de uma concepção de desenvolvimento do território que contemple uma visão global, a participação dos cidadãos e o estabelecimento de formas dinâmicas de parceria. Nesta perspectiva, o para o Concelho de Resende será estabelecido para três anos através da concretização dos seguintes objectivos: Explorar articulações com medidas de âmbito regional e nacional (POEFDS, FSE, PIDDAC, etc.), fomentando a apresentação de projectos e candidaturas; Privilegiar uma intervenção em rede, fomentando a articulação e actuação interinstitucional; Apostar em acções capazes de criar efeitos multiplicadores; Potenciar os recursos endógenos. Deste modo, e tendo em consideração a hierarquização dos problemas definida no Diagnóstico Social, importa definir eixos prioritários, finalidades, objectivos e estratégias que perante a situação diagnosticada e os recursos humanos e materiais disponíveis se afigurem mais adequados. De facto, este só pode ser analisado e compreendido à luz do Diagnóstico Social. Os resultados definidos neste Plano têm validade a partir da metodologia utilizada. Desta forma, todo o planeamento estratégico resultou de reuniões do Núcleo Executivo com o CLAS e outras entidades intervenientes. As reuniões realizadas tiveram sempre uma perspectiva integradora, de aprendizagem mútua e de articulação entre os diversos participantes, perspectivando intervenções com efeitos multiplicadores baseados nos recursos endógenos da comunidade. O Plano de Desenvolvimento Social não é um plano estratégico inalterável, pelo contrário deve ser passível de sofrer ajustamentos, sendo que a sua flexibilidade deve permitir a inclusão de novas iniciativas, novas metodologias e, acima de tudo, de novas parcerias. 3
4 DO DIAGNÓSTICO AO PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL Tal como já foi referido, o e o Diagnóstico são componentes do mesmo processo, complementando-se. O articula-se com o Diagnóstico, traduzindo os problemas e as prioridades nele inventariadas, pois é delas que devem decorrer as grandes orientações e estratégias. Convém, neste âmbito, realizar uma pequena resenha dos principais passos percorridos pelo CLAS, de forma a melhor se perceberem as linhas orientadoras do Plano de Desenvolvimento Social. Em Janeiro do ano passado foi apresentado ao CLAS o Pré-Diagnóstico Social, onde se apresentou uma análise pormenorizada da situação social do Concelho, sem existir ainda qualquer preocupação ao nível da priorização das problemáticas evidenciadas. Depois de analisado e discutido o referido documento, surgiu a necessidade de identificar prioridades de intervenção, reflectindo-se nas causas dos problemas e nos recursos existentes para os resolver. Assim, foi proposta, pelo Núcleo Executivo, uma grelha de análise dos problemas enunciados no Pré-Diagnóstico, de forma a ser possível consolidar uma hierarquização na intervenção junto dos mesmos. Deste modo, a grelha foi apresentada ao CLAS, tendo sido preenchida através da criação de grupos de trabalho, em reunião plenária. Depois de preenchida pelos diversos grupos, o Núcleo Executivo compilou as várias grelhas numa só que foi posteriormente aprovada pelo CLAS. Em seguida, foi possível aglutinar alguns problemas com origens e consequências semelhantes, estabelecendo uma hierarquização mais objectiva e fácil de interpretar. A hierarquia foi estabelecida de acordo com a escala: Prioridade de Intervenção Elevada, Média e Baixa. Observe-se a distribuição obtida tendo em consideração que os problemas enquadrados dentro de cada categoria não têm qualquer ordem de importância ou gravidade: 4
5 PRIORIDADE DE INTERVENÇÃO ELEVADA O analfabetismo segundo os CENSOS 2001, 21,2% da população é analfabeta; A dificuldade de implementação do ensino recorrente e ausência de respostas alternativas a população analfabeta ou pouco escolarizada não é receptiva a esta medida; O elevado absentismo e abandono escolar segundo um estudo do Ministério da Educação, 9,3% das crianças e jovens abandona o ensino antes de concluir a escolaridade obrigatória; O reduzido número de creches existe apenas uma em todo o Concelho; A inexistência de espaços de ocupação de tempos livres de crianças e jovens. O alcoolismo; O desemprego e o elevado número de pessoas que têm como principal meio de vida os subsídios sociais; A deficiência segundo os CENSOS 2001, 11,2% da população é portadora de deficiência; PRIORIDADE DE INTERVENÇÃO MÉDIA O envelhecimento da população e a insuficiência de respostas segundo os CENSOS 2001, 20,4% da população tem 65 ou mais anos; O parque habitacional antigo e degradado e a inexistência de habitação social; O reduzido número de profissionais de saúde e a falta de condições físicas do Centro de Saúde; A fraca valorização do ensino pré-escolar, particularmente em algumas freguesias, que se traduz numa taxa de cobertura do pré-escolar de 64%; O isolamento das populações pela ausência de uma rede viária dentro do Concelho; O reduzido número de Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS) e o fraco dinamismo por parte das existentes; A existência de um número considerável de crianças vítimas de negligência. PRIORIDADE DE INTERVENÇÃO BAIXA Reduzido número de equipamentos, espaços e eventos culturais e recreativos. 5
6 Facilmente se observa a existência de uma teia de problemas, em que uns são causa e efeito de outros, constituindo-se um emaranhado que urge dissolver. O solucionamento dos problemas sociais não se pode limitar à resolução de situações concretas, mas sim ao solucionamento articulado entre várias problemáticas, numa perspectiva multidisciplinar e de complementaridade. Começando por analisar uma das pontas da teia ou novelo emaranhado, verifica-se que a maioria da população possui níveis de escolaridade baixos, sendo que os problemas a este nível terão implicações noutras dimensões do desenvolvimento sustentado das populações. Assim, e conforme o Preâmbulo do Diagnóstico Social, o Concelho apresenta uma taxa de analfabetismo de 21,2%, sendo a mais elevada da região. Esta situação atinge de forma mais acentuada as mulheres, sendo que a percentagem de mulheres analfabetas é de 61%. Aliada a este fenómeno está a baixa escolarização da população com 43,6% de indivíduos que possuem apenas o 1º ciclo. A melhor forma de combater estes problemas seria, por um lado, escolarizar a população analfabeta e, por outro, promover o aumento da escolarização da população, combatendo o abandono escolar precoce. De facto, o que se verifica no Concelho é uma grande dificuldade na implementação do ensino recorrente (resposta tradicional para a alfabetização), na medida em que a motivação da população para esta medida é muito diminuta, por razões que se prendem com a desvalorização do saber, com a falta de disponibilidade para a frequência e com a ausência de uma rede de transportes. Associado a este problema está a ausência de outro tipo de respostas alternativas, mais ligadas à formação profissional e com uma componente eminentemente prática. A aprendizagem ao longo da vida apresenta-se como fundamental e tem uma tripla incidência: ma prevenção dos novos riscos de exclusão emergentes da economia do conhecimento e da sociedade da informação, na promoção da cidadania junto de todas as gerações e na promoção da reinserção de grupos socialmente desfavorecidos (PNAI, 2001). O outro ponto fulcral do problema prende-se com o elevado absentismo e abandono escolar. Ao nível do abandono escolar, o Concelho apresenta uma taxa de 9,3%, sendo que a média nacional corresponde a 2,7%, realidade que constitui mais um problema de intervenção prioritária. A falta de motivação e gosto pelos estudos reflecte a aridez de que se revestem os 6
7 conteúdos escolares para uma comunidade em que, muitas vezes, as famílias pouco ou nada incentivam as actividades educativas e culturais. Em regra, o capital cultural e educativo de uma família condiciona o capital cultural e educativo dos seus filhos, existindo uma tendência para que os pais com menos escolaridade não identifiquem e valorizem a aquisição de conhecimentos por parte dos filhos (embora existam situações em que tal não se verifique). Assim, ao reflectir no número de analfabetos existentes no Concelho, pode encontrar-se alguma relação de causalidade entre estes problemas. Por outro lado, sabe-se que a escola não tem ainda a capacidade para promover um ensino inclusivo, mantendo-se muito massificada, não conseguindo reconhecer e trabalhar as dinâmicas individuais potenciadoras de situações de abandono e absentismo. O abandono escolar surge normalmente associado a situações de exclusão social, na medida em que não permite a aquisição de competências básicas. Paralelamente, verifica-se a inexistência de ATL s no Concelho, havendo uma lacuna grave ao nível da ocupação dos tempos livres das crianças, nomeadamente em idade escolar. Sabese que a frequência de ATL s, bem como dos jardins de infância, funciona como agente protector do insucesso e abandono escolares, podendo colmatar algumas das dificuldades familiares, atrás mencionadas. O acesso efectivo à educação constitui uma condição básica para o desenvolvimento do país. Esta preocupação deve ser considerada a partir do préescolar, na medida em que este deve permitir a aquisição de competências e ao mesmo tempo promover atitudes positivas em relação à aprendizagem durante diversas fases da vida (PNAI, 2001). Associado aos baixos níveis de escolaridade, verifica-se uma lacuna ao nível da formação e qualificação profissional, inibindo a inserção da população no mercado de trabalho. A instrução e a frequência da escola apresentam-se como factores decisivos na integração social e profissional de todos os membros da sociedade actual. Deste modo, a reduzida escolaridade e qualificação profissional representam uma dificuldade na adaptação ás exigências da sociedade moderna, sendo que quanto mais baixo for o nível de escolaridade e qualificação profissional, mais susceptível estará o indivíduo a possuir empregos precários, estando mais vulnerável ao desemprego. O peso dos empregos pouco qualificados e das precárias condições de trabalho, são factores que contribuem para diferentes facetas da pobreza em Portugal. A elevação das condições de empregabilidade, representa assim um instrumento decisivo para melhorar a adequação entre a oferta e a procura de trabalho, tendo em vista 7
8 promover os níveis de qualificação profissional (PNAI, 2001) Pode-se dizer que o desemprego é um problema causa e consequência de muitos outros, pelo que está aqui considerado como sendo de prioridade de intervenção elevada. O desemprego acarreta a inexistência de rendimentos podendo dar lugar a situações de pobreza e exclusão social. Nesta perspectiva, o emprego dá aos indivíduos um papel activo na sociedade permitindo-lhes o acesso a um rendimento e a um estatuto. A inexistência prolongada de emprego, pode rotular o indivíduo e fazer com que este se auto-rotule, sendo que o desemprego de longa duração pode desencadear graves carências individuais, tais como uma diminuição das competências, hábitos e laços sociais e uma degradação da auto-estima, e carências sociais nomeadamente ao nível da educação e da habitação. Por outro lado, as políticas sociais existentes de apoio a esta e outras situações de exclusão (Rendimento Mínimo de Inserção, Prestações de Desemprego) podem instituir uma certa acomodação por parte dos seus beneficiários. Verifica-se, no Concelho, a existência de um elevado número de habitantes que têm como principal meio de vida os subsídios sociais (pensões, RMG, subsídio de desemprego ), reflexo da falta de ofertas de emprego, do envelhecimento da população (ao nível das pensões de velhice) e da sustentação de um ciclo de dependência económica em relação ao estado. De facto, ao nível do desemprego, o Concelho evidencia problemas estruturais que se perpetuam no tempo. Assim, apresenta uma taxa de desemprego elevada, de 8%, sendo que o fenómeno atinge mais o sexo feminino (18% para as mulheres). A este respeito merece destaque a inexistência de um tecido empresarial dinâmico no Concelho, bem como a baixa capacidade de mobilidade das populações, que se recusam a sair da sua área de residência para encontrar um emprego. Este fenómeno atinge principalmente as mulheres, pois muitas delas apenas tiveram experiências na vida doméstica e agrícola, apresentando também como dificuldade não terem onde deixar os filhos. De facto, a insuficiência de respostas ao nível da creche (existe apenas uma na sede do concelho com uma taxa de cobertura de 4%) tem consequências directas ao nível da empregabilidade das mulheres. As situações de exclusão social resultam em muitos problemas paralelos, nomeadamente a falta de acesso aos cuidados de saúde e de noções de promoção da saúde e a prevalência de comportamentos aditivos continuados. É de referir que o alcoolismo é um dos problemas de saúde que ainda encontra uma forte implantação no concelho de Resende, desconhecendo-se, 8
9 no entanto, o número exacto de pessoas afectadas por este problema. A gravidade deste problema acentua-se se se pensar que ele não afecta unicamente a pessoa que consome o álcool, mas que influencia negativamente todos os elementos do agregado familiar, provocando uma desorganização psicossocial no relacionamento familiar e, por vezes, até a ruptura. Os doentes alcoólicos e com outras dependências debatem-se com problemas graves tais como a falta de estruturas de retaguarda e apoio, bem como de sistemas de acompanhamento e reabilitação. A este nível, é fundamental adoptar políticas transversais de educação e promoção da saúde e desenvolver a medicina preventiva e comunitária. Um outro problema com contornos sociais graves é a existência de um elevado número de deficientes no Concelho. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a deficiência caracteriza-se por perdas ou alterações que podem ser temporárias ou permanentes e que incluem a existência ou ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou outra estrutura do corpo, incluindo a função mental. A deficiência representa a exteriorização de um estado patológico e, em princípio, reflecte perturbações a nível do órgão. Segundo os CENSOS 2001, a percentagem de indivíduos portadores de deficiência é de 11,2%, sendo a média nacional de 6,2%. No entanto, não existem dados/estudos locais que comprovem estes valores claramente alarmantes. Seja qual for a sua dimensão real, este problema adquire contornos mais graves, quando se constata a inexistência de respostas sociais de apoio e de acompanhamento para esta franja da população, que se apresenta como particularmente vulnerável a processos de exclusão social. Depois de todos os parceiros do CLAS assumirem estes como os problemas mais graves do Concelho, torna-se fundamental criar respostas para os resolver. Segundo a lógica da complementaridade entre as respostas, toda a comunidade deverá reflectir no contributo que poderá dar de forma a colmatar estas lacunas. Os primeiros passos já foram dados através da EMISSÃO DE PARECERES TÉCNICOS, por parte do CLAS, a sete projectos sociais para o Concelho. Deste modo, quatro instituições locais submeteram os seus projectos à apreciação do CLAS, a saber: A Santa Casa da Misericórdia que apresentou dois projectos: Centro de Actividades Ocupacionais / Lar Residencial para Deficientes e Creche; 9
10 A Casa do Povo de Resende que também apresentou dois projectos: Centro de Convívio para Idosos e Centro de Actividades de Tempos Livres; A Câmara Municipal de Resende que apresentou igualmente dois projectos: Creche e Centros de Noite / Centros Comunitários; A Associação Laços D Ouro que apresentou um projecto para a criação de um Centro de Acolhimento Temporário para Crianças. Da apreciação destes sete projectos resultaram pareceres favoráveis para todos, salientando-se assim a sua importância para o desenvolvimento social do Concelho. PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO CONCELHO DE RESENDE Depois de tecidas estas considerações introdutórias, resta expor a versão final do Plano de Desenvolvimento do Concelho de Resende elaborada pelo Núcleo Executivo. Perante os problemas identificados, estabeleceram-se quatro Eixos de Intervenção: Eixo I Promover a escolarização da população Eixo II Expandir e qualificar os serviços de intervenção junto da população alcoólica e sensibilizar para o problema do aumento das outras dependências, promovendo a educação para a saúde Eixo III Promover a qualificação profissional e as competências de empregabilidade Eixo IV Conhecer a população deficiente e criar e qualificar serviços de intervenção junto desta população Observe-se a operacionalização destes eixos, com a noção de que se constituiu um Plano ambicioso que necessitará do envolvimento de todos, no sentido de se concretizarem as estratégias propostas. 10
11 EIXO I PROMOVER A ESCOLARIZAÇÃO DA POPULAÇÃO FINALIDADES Aumentar o nível de escolarização da população OBJECTIVOS GERAIS Combater o absentismo e prevenir o abandono escolar OBJECTIVOS ESPECÍFICOS Perceber as principais causas do absentismo e abandono escolar e identificar estratégias de intervenção local ESTRATÉGIAS Realização de reuniões de sensibilização com os Conselhos Executivos das Escolas do 2º e 3º ciclo. RESULTADOS ESPERADOS 1 reunião com cada Conselho Executivo, a realizar durante o 1º período do próximo ano lectivo Realização de reuniões/acções de sensibilização junto dos professores (principalmente os do 2º e 3º ciclo) X reuniões, envolvendo X professores, durante o próximo ano lectivo Planificação de X actividades para combater o abandono escolar Potenciar a actividade dos jovens enquanto agentes de mudança Diversificação das actividades extraescolares, por parte das Associações de Estudantes X actividades desenvolvidas durante os próximos 2 anos lectivos 11
12 Consciencializar a população escolar sobre esta problemática Acções de sensibilização nas escolas em parceria com o PEETI (Plano para a Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil) 3 acções de sensibilização (desenvolvidas na EB 2, na EB 3/S e no Externato), durante o 2º período do próximo ano lectivo Reintegrar as crianças e jovens que abandonaram o sistema de ensino, em percursos escolares tradicionais ou alternativos Intervir junto dos encarregados de educação, por parte das escolas; Criar PIEF s (Programa Integrado de Educação Formação) Contacto com os encarregados de educação; Articulação com a CPCJ; Estabelecimento de parceria com o PEETI Acompanhamento dos agregados familiares sinalizados Criação de um PIEF, no próximo ano lectivo, integrando 15 jovens Criar cursos de Educação Formação de Nível II Fomento de candidaturas ao POEFDS, no âmbito dos cursos de Educação Formação (no caso das entidades credenciadas pelo INOFOR) e no âmbito do PRODEP III (no caso das escolas) Criação de X cursos, em X anos, integrando X jovens Redução da Taxa de Abandono Escolar em X%, num prazo de X anos Requalificação dos serviços prestados em meio escolar Reorganizar a rede escolar Criação de Centros Escolares, onde funcionarão as várias valência escolares (préescolas, 1º CEB, ATL, ludoteca, etc.) Criação de dois Centros Escolares: S. Martinho de Mouros até 2005 e Resende até
13 Promover hábitos de leitura na população Incentivar e motivar crianças e jovens para a leitura Aumentar a frequência de crianças e jovens na biblioteca municipal Promover e divulgar as actividades desenvolvidas na biblioteca municipal: - Oficina do Conto - Hora do Conto - Concurso Contos e Contadores - Estafeta de Contos - Caixas-Biblioteca - Prémio de Poesia Infantil Cerca de 15/20 crianças a frequentar cada actividade desenvolvida Incentivar e motivar a população em geral para a leitura Facilitar o acesso aos livros Organização e realização da Feira do Livro, no espaço da Biblioteca Municipal 1500 visitantes na Feira 400 livros vendidos Expandir e qualificar as respostas educativas à primeira infância Elevar a taxa de cobertura do pré-escolar; Reforçar a importância deste nível de ensino; Sensibilização das famílias para importância do préescolar; X famílias sensibilizadas Fomentar a criação de novas respostas ao nível das creches e de respostas alternativas Criar 2 novas creches na sede do Concelho Apresentação de candidaturas ao POEFDS, por parte de duas instituições Câmara Municipal e Santa Casa da Misericórdia; Aumento da Taxa de Cobertura da Creche no Concelho de Resende em cerca de 23%, no prazo de um ano. Dar formação certificada para amas Estabelecimento de protocolos com a Segurança Social X amas certificadas em X anos 13
14 Diversificar os recursos humanos dos estabelecimentos de ensino Diversificar as respostas educativas Apoiar um maior número de situações, abarcando um maior número de dificuldades escolares, sociais e familiares Fomentar a criação de cursos de formação com equivalência escolar (Aprendizagem) Criar um gabinete multidisciplinar ao nível do Concelho Abrir novos cursos de Aprendizagem; Aplicação das medidas a criar (CASE ou outro) Aumento do número de protocolos com o Centro de Emprego de Lamego e Centro de Formação Profissional de Vila Real, no âmbito dos cursos de Aprendizagem; 1 gabinete multidisciplinar em funcionamento efectivo, com um psicólogo, com capacidade para acompanhar cerca de X crianças no próximo ano lectivo. Abertura de X cursos de Aprendizagem nos próximos 2 anos, inserindo X jovens. Promover a ocupação de tempos livres de crianças e jovens Fomentar a criação de ATL s Criar um ATL na sede do Concelho Estabelecimento de acordos de cooperação com a Segurança Social, por parte da Casa do Povo de Resende; 20 crianças a frequentar o ATL, no espaço de 1 ano Potenciar formas informais de ocupação de tempos livres Sensibilizar as instituições locais para a importância das actividades de tempos livres Diversificação das actividades de tempos livres das seguintes entidades: Bandas de S. Cipriano; Associação de Karaté; Dragões de Resende; Ranchos das freguesias; Grupo de Jovens; Escuteiros; Desenvolvimento de X actividades novas, por parte de X entidades, nos próximos 3 anos 14
15 Dinamização, em algumas Juntas de Freguesia, de actividades de tempos livres, a funcionar durante os fins de semana ou férias escolares, com recurso aos programas do IPJ X grupos de actividades de tempos livres a funcionar em X freguesias Inverter o crescimento da Taxa de Analfabetismo Fomentar a criação de novas respostas de alfabetização e reforçar as existentes Abrir cursos de Educação e Formação de Adultos; Expandir o Ensino Recorrente; Implementação e divulgação de Ateliers de Ocupação de Tempos Livres na Biblioteca Municipal: - Expressão Plástica - Expressão Dramática -Exposições comemorativas das várias datas temáticas Estabelecimento de protocolo com a ANEFA; Abertura de novos cursos nas freguesias X, Y Cerca de 15/20 crianças a frequentar cada actividade desenvolvida X adultos escolarizados, num prazo de 3 anos X pessoas a frequentarem o Ensino Recorrente, num prazo de 3 anos 15
16 EIXO II EXPANDIR E QUALIFICAR OS SERVIÇOS DE INTERVENÇÃO JUNTO DA POPULAÇÃO ALCOÓLICA E SENSIBILIZAR PARA O PROBLEMA DO AUMENTO DAS OUTRAS DEPENDÊNCIAS, PROMOVENDO A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE FINALIDADES Melhorar a qualidade de vida dos doentes alcoólicos e suas famílias OBJECTIVOS GERAIS Redução da taxa de alcoolismo no concelho de Resende. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS Proporcionar oportunidades tratamento. de ESTRATÉGIAS Parceria Centro de Saúde/Associação Pró- Resende na constituição de uma equipa multidisciplinar. Articulação com o CRAP em alternativa ao CRAC. Parceria RESULTADOS ESPERADOS Funcionamento semanal da consulta de PLA. Promoção de estilos de vida saudáveis junto da população jovem. Criar factores de protecção face ao consumo de drogas. Implementar planos de prevenção junto da população escolar do 1º, 2º e 3º ciclos. C.M.R./I.D.T./Outras entidades. Funcionamento de um plano de prevenção no ano lectivo 2004/2005. Fornecer informação relativamente a assuntos relacionados com a Saúde. Implementar acções de sensibilização junto da população escolar relativas a temas como: saúde oral, alimentação, prevenção de acidentes. Articulação entre o Centro de Saúde /Agrupamento/outras entidades. Implementação de acções em todas as E.B. 1º ciclo no decorrer do ano lectivo de 2004/
17 EIXO III PROMOVER A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E AS COMPETÊNCIAS DE EMPREGABILIDADE FINALIDADES Promover o aumento dos níveis de qualificação profissional OBJECTIVOS GERAIS Fomentar a formação profissional qualificante OBJECTIVOS ESPECÍFICOS Proporcionar formação profissional antes do ingresso na vida activa ESTRATÉGIAS Manutenção da actividade do Pólo de Formação Profissional do Centro de Emprego de Lamego (em parceria com a AFOPADIS), no âmbito das acções para jovens com o 9º ano Sistema de Aprendizagem RESULTADOS ESPERADOS Conclusão dos 4 cursos em funcionamento; Cerca de 56 jovens com certificação de Nível III concluída durante o presente ano; Cerca de 15 jovens com certificação de Nível III concluída no próximo ano. Estabelecimento de protocolos entre entidades locais e outras entidades credenciadas pelo INOFOR em regime de cedência de espaço, formando a população local X acções de formação de qualificação inicial desenvolvidas no espaço de 3 anos, englobando X formandos Organização de sessões colectivas de divulgação, por parte da UNIVA da Casa do Povo de Resende, de várias acções de formação desenvolvidas por entidades locais e regionais 5 acções desenvolvidas durante o presente ano 17
18 Proporcionar formação contínua de activos Estabelecimento de protocolos entre entidades locais e outras entidades credenciadas pelo INOFOR em regime de cedência de espaço, formando a população local X acções de formação de qualificação inicial desenvolvidas no espaço de 3 anos, englobando X formandos Realização de acções de sensibilização para as empresas e sociedades sedeadas no Concelho, ressaltando a importância da formação contínua de trabalhadores e dirigentes X acções de sensibilização realizadas durante o próximo ano Promover empregabilidade a Reforçar a aquisição de competências de empregabilidade/de procura activa de emprego Fomentar, nas entidades locais, o interesse pelo desenvolvimento de acções de formação Promover a informação e orientação profissional da população em geral e apoiar os jovens à procura do primeiro emprego na definição do seu percurso profissional/formativo Apresentação de candidatura à acreditação pelo INOFOR, de uma entidade local Manutenção de contactos regulares com entidades empregadoras, constituindo uma bolsa de emprego na UNIVA Realização, por parte da UNIVA, de sessões colectivas de promoção das competências de empregabilidade; Uma entidade local credenciada pelo INOFOR, no próximo ano 5 sessões colectivas, desenvolvidas durante o presente ano, envolvendo grupos de 15 inscritos na UNIVA 18
19 Apoio individualizado aos inscritos na UNIVA Promover a frequência de estágios e cursos de formação, bem como outras formas de contacto com o mercado de trabalho Divulgação das medidas do IEFP, no âmbito dos Estágios Profissionais, Programas Ocupacionais e outros, em parceria com a UNIVA e o Centro de Emprego de Lamego X sessões de divulgação, para X inscritos no Centro de Emprego, durante o presente ano Promover a inserção profissional/social de grupos desfavorecidos Intensificação do Mercado Social de Emprego, por parte do IEFP (Programas de Inserção/Emprego; Empresas de Inserção, Programas Ocupacionais para Carenciados) X medidas no âmbito do Mercado Social de Emprego implementadas no Concelho, nos próximos 3 anos X beneficiários directos Fomentar o mercado de trabalho Criar alternativas ao emprego por conta de outrém Promover o mercado de trabalho local e o tecido empresarial Promover a criação do próprio emprego Aumentar o nº de postos de trabalho no Concelho Divulgação das medidas de apoio do IEFP, para constituição do próprio emprego e apoio na elaboração de candidaturas Criação de 2 parques industriais, em Anreade e no Arco X sessões de divulgação, para X inscritos no Centro de Emprego, durante o presente ano X empresas sedeadas no Concelho, com X trabalhadores locais (indiferenciados e técnicos) 19
20 EIXO IV CONHECER A POPULAÇÃO DEFICIENTE E CRIAR E QUALIFICAR SERVIÇOS DE INTERVENÇÃO JUNTO DESTA POPULAÇÃO FINALIDADES OBJECTIVOS GERAIS OBJECTIVOS ESTRATÉGIAS RESULTADOS ESPECÍFICOS ESPERADOS Conhecer a população portadora de deficiência Identificar a população deficiente Elaborar um estudo sobre a população deficiente no Concelho, considerando o tipo de deficiência, a faixa etária e a freguesia de residência Contacto com as IPSS locais, com a Equipa de Coordenação dos Apoios Educativos, com a Câmara Municipal e com as Juntas de Freguesia Elaboração, no espaço de um ano, de um estudo detalhado sobre a população deficiente, residente no Concelho Contacto com as famílias dos deficientes identificados Contacto com o Centro de Saúde Prevenir o aumento da taxa de deficiência Reforçar o trabalho preventivo e de promoção da saúde ao nível da deficiência Sensibilizar as famílias de risco para a prevenção da deficiência congénita Acompanhamento das famílias de risco, por parte do Centro de Saúde e IPSS Diminuição do aparecimento de novos casos de deficiência Sensibilizar a população alcoólica para a prevenção do Síndrome Alcoólico Fetal (SAF) Reforço das medidas de planeamento familiar nas famílias identificadas 20
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