DEPUTADO SIMÃO SESSIM PP/RJ. seguinte discurso) Senhor presidente, senhoras e senhores. deputados, há poucos dias o próprio Governo Federal admitiu

Transcrição

1 DEPUTADO SIMÃO SESSIM PP/RJ D O SR. SIMÃO SESSIM (PP-RJ. Pronuncia o seguinte discurso) Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, há poucos dias o próprio Governo Federal admitiu que quase metade das rodovias federais estão em mau estado de conservação, razão pela qual estaria empenhando R$ 3,2 bilhões do orçamento deste ano para reverter a situação crítica das estradas brasileiras, investindo principalmente em recuperação de asfalto e ampliação de alguns trechos. Paralelamente, a Confederação Nacional do Transporte também divulgou a edição de 2005 da Pesquisa Rodoviária, que trouxe um dado preocupante: pelo menos 72% das rodovias brasileiras apresentam problemas. Isto me faz lembrar a mesma pesquisa referente a 2004, em que avaliou o grau de conservação de 19 rodovias do Estado do Rio de Janeiro, mostrando que duas estavam em péssimas condições,

2 três outras em estado ruim, quatro foram consideradas deficientes e apenas dez tiveram o conceito entre bom e ótimo estado de conservação. Mas, por que falo isso, senhor presidente? Falo porque me preocupo com a situação das rodovias do Estado que tenho a honra de representar nesta Casa, região para a qual peço um pouco mais de atenção do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. No domingo, dia 25 de setembro, o jornal O Globo estampou matéria sobre o que chamou de perdas bilionárias no trânsito para denunciar que somente no Estado do Rio de Janeiro custos sociais e materiais de acidentes de trânsito chegam a cifra de 2 bilhões de reais para os cofres públicos. A situação mais crítica fica no Norte fluminense, por conta da BR-101, na altura da cidade de Campos, que está abandonada há cerca de dez anos, conforme já denunciei da tribuna desta Casa.

3 Agora mesmo, a presidente da Associação dos Parentes de Vítimas da BR-101, senhora Darcy Amorim, volta a encabeçar um movimento pela duplicação daquela rodovia da morte. Até porque, ela própria perdeu o filho Danilo Amorim, de apenas 26 anos, num trágico acidente naquela estrada. Foi no dia 1º de janeiro de 2004, quando o rapaz voltava para casa com a noiva, depois de passar o reveillon em Búzios, na Região dos Lagos. Na verdade, senhor presidente, um relatório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro sobre a BR-101, mostra que o trecho daquela estrada, na altura de Campos, tem nada menos que 141 pontos de risco de acidente. No estudo, elaborado a pedido do Ministério Público federal, o Crea analisou 285 dos 320 quilômetros que ligam a Ponte Rio-Niterói à divisa do Estado do Rio de Janeiro com o Espírito Santo, mostrando que, em média, motoristas passam por um ponto de risco a cada dois quilômetros rodados.

4 O trecho Norte da BR-101, que registra um movimento imenso de caminhões, carretas e carros de passeio, tem tráfego em mão dupla na maior parte do trajeto. Já são mais de 5 mil acidentes com mais 500 mortos e três mil e tantos outros feridos. E o que isso representa para o contribuinte, senhor presidente? Representa muito dinheiro. O engenheiro Elmar Pereira de Mello, do Instituto de Pesquisas Rodoviárias do Departamento de Infra-Estrutura de Transportes, disse ao Globo que os custos sociais e materiais para o contribuinte devem chegar aos R$ 470 milhões por ano, só nas estradas federais do Estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, somados os acidentes em estradas estaduais e vias municipais, os custos, pasmem, sobem para R$ 2,3 bilhões, somente, repito, no Rio de Janeiro. Estamos falando, na verdade, senhor presidente, de um valor equivalente a mais do dobro do orçamento previsto para investimentos e conservação da

5 Secretaria Estadual de Transportes e do DER-RJ somados para este ano de 2005, que seria de R$ 1,01 bilhão. Já nas estradas federais de todo o País, os acidentes custam R$ 4,8 bilhões por ano ou R$ 21 bilhões se contabilizados também os acidentes nas vias estaduais e municipais de todo o território nacional, o equivalente a 1,5% do nosso Produto Interno Bruto. Essas cifras correspondem ainda a cinco vezes todo o orçamento do Ministério dos Transportes liberado para obras e manutenção, apenas este ano, em torno de R$ 3,8 bilhões. Portanto, senhor presidente, reitero da tribuna desta Casa a minha preocupação e o meu apelo no sentido de que o Governo Federal invista de verdade na melhoria da malha rodoviária federal do Estado do Rio de Janeiro, de forma a reduzir ao máximo a perda de tantas vidas. Muito obrigado!