Aos 4 anos. Desenvolvimento Psicológico. i dos Pais
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- Ana Luísa Cruz Sampaio
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1 i dos Pais Aos 4 anos Aos 4 anos de idade várias competencias intelectuais e emocionais surgem mais integradas dando à criança um acréscimo de autonomia e iniciativa no contexto das relações com os adultos e os seus amigos (aumenta a capacidade de compromisso, planeamento, de prontidão para a realização de tarefas, etc.) reforçando o seu interesse por aprender. As crianças desta idade, estão por isso mais capazes de serem, e demonstrarem ser, mais capazes de envolver-se em iniciativas e em geral são muito activos e propositivos, continuando a explorar e adquirir informações sobre o seu mundo, sobre como ele funciona. Isto implica, o desafio de aprender a usar o poder que o crescimento confere, quer física quer psicologicamente. Por exemplo, descobrir que os comportamentos têm consequências, promove o desenvolvimento de um novo pensamento moral que lhes permitirá adquirir comportamentos socialmente adequados. No entanto, como o balanço entre autonomia/afirmação e consequências da realidade/regras sociais, não se faz sem contradições naturais, por vezes as crianças destas idades podem ser resistentes a instruções dos seus pais, e procurar experimentar a força e o exercício de poder em certas situações relacionais ou outros desafios. Deste equilíbrio, resultará um sentimento de competência e segurança em si e nos outros, importante para a estabilidade e organização da sua personalidade. Desenvolvimento Psicológico A criança com quatro anos possui uma imaginação muito viva que a leva a interessar-se por tudo o que a rodeia. Ela gosta de experimentar diferentes identidades e papeis nos jogos de faz de conta e de se envolver em brincadeiras de fantasia. Este
2 gosto é concordante com as perguntas fazem sobre tudo o que as rodeia (como?, por quê?, quando?, por quanto tempo?, etc.) na tentativa de compreender o mundo e as causa dos acontecimentos que observam. Adicionalmente, a criança com quatro anos caracteriza-se por ter muita energia, pelo que este período poderá ser esperado ocorrer inquietação motora e psicológica. Uma das repercussões desta característica é a possibilidade da criança mostrar-se desorganizada para falar ou agir. Nesta altura, a criança vê-se confrontada com poder apresentar dificuldades em aceitar as regras do comportamento que fazem parte da socialização, bem como aceitar as críticas face ao seu comportemanto. Pode necessitar de chamar a atenção dos outros através de diferentes comportamentos. A criança adquire nesta fase alguma estabilidade na avaliação de atributos pessoais, que faz em função das suas experiências concretas de sucesso ou insucesso. É uma fase em que a criança manifesta a vontade de se afirmar e ao mesmo tempo o desejo de agradar. As tentativas de marcar a sua vontade manifestam-se por vezes em comportamentos de recusa e de birras, acompanhadas de pequenas frases (cerra os dentes para mostrar que não quer comer, atira o jogo que não quer arrumar ou grita quando não quer ir dormir). As birras e exigências ficam com o tempo mais sofisticadas de forma a garantir a atenção dos pais e imposição da sua vontade.ao mesmo tempo, a criança começa a aprender algumas regras, limites e a conhecer o ambiente do seu quotidiano, criando expectativas sobre as suas experiências rotineiras. A noção de certo e errado vai emergindo de forma directa, nomeadamente, portei-me mal porque a mãe se zangou, fui bonita porque o pai me deu um doce dou um rebuçado ao João para ele ser meu amigo. Nesta fase está a começar a aprender a controlar o seu comportamento, pelo que a criança começa a ter capacidade intenção de um comportamento, fazendo um plano rudimentar num período do tempo, inibindo comportamentos e suspendendo as suas acções. Na medida em que a criança começa a adquirir cada vez mais consciência do seu lugar no mundo, podem surgir nela alguns medos associados a ruídos e ao escuro, numa
3 tentativa de se proteger física, ou psicologicamente, dos estímulos que a criança perceba como ameaçadores. Coordenação Motora A habilidade para as crianças desenvolverem o controlo pelo seu próprio corpo cresce vertiginosamente durante a época da infância, pelo que no âmbito da coordenação motora, aos quatro anos, as crianças ganham maior habilidade para exercícios físicos do tipo: atirar uma bola pelo alto ou dar saltos mais longos e com maior força. Coordenação mão-olho É expectável que com a chegada dos quatro anos, haja tarefas de precisão na vida quotidiana da sua criança que esta possa começar a cumprir com maior assertividade: ajudar a pôr a mesa, lavar-se e secar-se a cara e as mãos, ajudar a fazer a cama, arrumar a roupa, levar um copo com agua com maior estabilidade, etc. No entanto, no que respeita aos trabalhos manuais, a criança poderá demonstrar menor destreza: será capaz de copiar um circulo e duas retas em perpendicular sendo possível que chegue a desenhar uma pessoa. O uso de objetos alheios que requeiram de maior coordenação, como por exemplo, as tesouras, evidenciam uma maior dificuldade. Desenvolvimento Emocional Ao nível emocional, as crianças desta fase são normativamente inseguras, como resultado da sua crescente autonomia e independência. Ainda assim, o seu desenvolvimento emocional e mental é, de certa forma, limitado, pelo que têm dificuldade em aceitar críticas, assumir a culpa e as derrotas. É um período no qual a criança ainda se coloca no centro do mundo, apresentando, por vezes, atitudes autocentradas, sendo, muitas vezes, negativas, exigentes e apresentam dificuldades ao nível da adaptação a novas situações. É ainda frequente que exibam comportamentos de
4 violência e que se voltem a observar episódios de birra ou pedidos de apoio e afecto que recordam idades mais precoces que devem ser atendidos e acompanhados de uma compreensão das situações, com a ajuda dos adultos. Nestas situações é importante também ouvir os porquês das crianças, antes de fechar as conversas. Desenvolvimento Social A partir desta idade é frequente que as crianças não gostem de ser beijadas em público, especialmente os meninos. Começamos também a observar nesta idade, que as crianças se começam a identificar com adultos fora da família (p.ex., o/a professor/a, vizinho/a, etc.). É também nesta fase que os meninos se identificam fortemente com o pai. As amizades das crianças desta idade são ainda algo instáveis, mas já tendem a estabilizar-se mais em relação a idades anteriores. Por vezes são cruéis com os pares, e isto decorre das capacidades de empatia ainda em desenvolvimento. A criança desta idade tem uma grande necessidade de ser vencedora, pelo que pode procurar mudar as regras dos jogos e atividades, a fim de atender às suas necessidades, o que dificulta os jogos e atividades grupais. Desenvolvimento da Fala/Linguagem A conversa de uma criança com quatro anos começa a mostrar-se mais elaborada: nota-se que inicia a utilização de outros tempos verbais mais complexos para relatar narrativas próprias das suas experiências pessoais, podendo utilizar o calão ou inventar palavras novas. Adaptação Escolar Através do tempo, as crianças aprendem a focar a sua atenção por mais tempo numa só atividade, mas por enquanto, a criança com quatro anos poderá facilmente alternar de atividades, ainda que não tenha acabado a anterior. No entanto, a sua concentração será suficiente para começar a jogar sossegadamente em cima de uma
5 mesa ou poderá executar trabalhos depois de observar os modelos concretos, ainda que por enquanto apresente pouca habilidade para os trabalhos manuais. A sua grande energia deverá ser empregue preferivelmente em atividades livres que permitam uma expressão mais ampla daquilo que acontece dentro do mundo interno das nossas crianças, como emoções, desejos, sentimentos, etc. Como pai/mãe Como pai/mãe pode apoiar o seu filho em superar os desafios desta idade fornecendo informações sobre o mundo, esclarencendo fantasias, expectativas ou medos desadequados, respondendo às muitas perguntas que as crianças desta idade normalamente transportam dentro de si, dando-lhes a liberdade e oportunidade para explorar e experimentar (dentro dos limites de segurança) e pensar, permitindo falhanços naturais, colocando-se nos momentos de frustração como suporte emocional, contendo as tristezas e zangas, e ajudando a reflectir sobre as experiências, como por exemplo, as consequências positivas e negativas de forma adequada à compreensão nesta idade. Neste sentido os pais são bons parceiros de nos jogos de fantasia, promovendo o prazer da brincadeira e da exploração, ao mesmo tempo que podem ajudar a distinguir entre fantasia e realidade. É importante envolver-se nas actividades que interessam ao seu filho, promover as relações com as outras crianças, promover a diversificação de actividades de lazer e convívio, dando-lhes oportunidades para tomar decisões sobre coisas que lhes possam afectar, de modo que eles ganhem uma sensação de controle e poder sobre suas vidas, sabendo que os crescidos estão disponíveis e os podem ajudar a reconhecer limites ou regras importantes, o que cumpre uma função reasseguradora. A equipa Chão d andar chaodandar@gmail.com Chão d andar
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