Ambiente Macroeconômico e de Investimentos

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1 Boletim Mensal Número / Agosto / 2002 Ambiente Macroeconômico e de Investimentos No geral, a proximidade do pleito eleitoral continua prejudicando o ritmo de investimentos no País, sendo que o volume de processos apresentado à mídia nessas últimas semanas representa metade do observado no início do ano. Nesse ambiente conturbado, porém, as empresas têm aproveitado para reorganizar suas estruturas operacionais, estreitar acordos e parcerias ou mesmo buscar novos sócios com capital ou tecnologia. Do lado setorial as diferenças de comportamento têm sido marcantes, sendo que hoje há desde setores que apenas seguem o deprimido ciclo externo de negócios, como energia e telecomunicações, até setores que, a despeito das dificuldades globais, ainda registram uma boa evolução de novos negócios. Nesse último caso destaca-se o caso da agroindústria, cujas perspectivas melhoram no ritmo do próprio ajuste cambial. As próximas semanas deverão ser tomadas pelo debate eleitoral e é provável que isso ainda prejudique as decisões gerais de novos empreendimentos. Contudo, há um certo represamento de grandes negócios (já em vias de conclusão), o que sugere uma concentração de eventos para após a conclusão da transição política. Cenário Anual 1º S 2º S º S 2º S 2002 PIB (PM) - Var % PIB (PM) - US$ Bilhões IPCA - Var % Déficit Fiscal - % PIB Taxa de Câmbio - R$/US$ Taxa de Câmbio - Var % Taxa de Juros Nominal - % Saldo Comercial - US$ Bilhões Trans. Corrent. - % PIB Conjuntura de Investimentos - 26/Jul/2002 a 26/Ago/2002 Alimentos e Agroindústria * O Grupo Cosan, maior empresa sucroalcooleira do País, fechou a compra da Usina da Barra, de Barra Bonita (SP). Com essa operação, a Cosan passa de 9 para 11 usinas próprias e agora detém cerca de 12% da produção do setor na Região Centro/Sul. O valor da transação não foi revelado. A Cosan já detinha participação de 21% na Usina da Barra e agora passa a 54% de seu capital. * A gaúcha Minuano (Minupar) e a italiana Sesto, controlada pela Italia Salumi, estão formando uma joint venture para a industrialização de carne de frango. Um dos objetivos da nova empresa será a colocação de produtos no mercado europeu com as marcas da Sesto. Sua sede será em Arroio do Meio (RS), onde está instalada a Minuano, e os valores e participações não foram revelados. * A Leite Verde, empresa de capital brasileiro e neozelandês, vai investir R$ 30 m no oeste da Bahia para implantar um projeto intensivo na produção de leite. Os investimentos têm um horizonte de oito anos e baseiam-se na crença de que a região se tornará uma importante bacia leiteira no País.

2 Toda a tecnologia do projeto virá da Nova Zelândia, maior exportadora mundial de leite. * A Coinbra, subsidiária do grupo Louis Dreyfus, está iniciando a construção de sua primeira esmagadora de soja no Mato Grosso, no município de Alto Araguaia. O empreendimento abrange uma refinaria de óleo e no total vai somar R$ 90 m. A previsão é de que a unidade entre em funcionamento em janeiro de O Estado de Mato Grosso é o maior produtor de soja do País. Hoje, a Coinbra hoje possui cinco fábricas próprias e uma arrendada. * O grupo Mabel vai investir R$ 20 m para instalar uma fábrica de biscoitos, wafers e salgadinhos em Araquari, SC. Essa será sua primeira unidade produtiva na Região Sul do País. * A Coopervale, de Palotina (PR), vai investir R$ 10 m para instalar uma das maiores indústrias de amido de mandioca no País. Será em Assis Chateaubriand, no oeste do PR. Seu objetivo é atender às demandas do setor têxtil e alimentício. A Coopervale já possui uma fecularia no município de Terra Roxa, também PR. * A Parmalat vendeu as operações da Neugebauer para a Indústria de Balas Florestal, de Lajeado (RS). O valor da transação não foi revelado. A Neugebauer foi adquirida pela Parmalat em 1998 e era o único ativo da multinacional italiana no segmento de chocolates. A Florestal produz balas e pirulitos e a compra representa sua entrada no setor de chocolates. A Parmalat informou ainda que está vendendo sua unidade de Manhuaçu (MG) para a Comercial de Laticínios de Natal (Clan). Essa fábrica produz manteiga, requeijão, queijos e leite em pó industrial. Farmácias e Farmacêuticos * A maior rede nordestina de farmácias, a cearense Pague Menos, pretende investir R$ 20 m nos próximos três anos para amparar seus planos de atuação no Sul/Sudeste/Centro-Oeste. A rede hoje possui 196 lojas no NO/NE distribuídas em 30 cidades. As primeiras unidades do novo projeto ficarão em São Paulo. * A Lemgruber, empresa de produtos cirúrgicos à base de látex (luvas e tubos), tem planos de construir uma fábrica no Maranhão. O projeto prevê investimentos de US$ 70 m e a unidade deverá abastecer não apenas o mercado interno, mas também a Europa, África e EUA. O MA possui vantagens como base exportadora para esses mercados e pode ainda garantir o abastecimento de matéria-prima à empresa. * A brasileira Wheaton, que atua no mercado de embalagens plásticas e de vidro para as indústrias farmacêutica e de cosméticos, vai investir R$ 47 m entre 2002 e Do total, cerca de R$ 20 m vão financiar a mudança de suas subsidiárias Farmacap e Viton para Campinas (SP). Hoje a Farmacap está em Itapecerica da Serra (SP) e a Viton em Cotia (SP). Campinas também receberá a linha de decoração de frascos da Wheaton, que hoje está em São Bernardo do Campo. Têxteis * A norte-americana Unifi e a brasileira Companhia de Fiação e Tecelagem Cedro e Cachoeira fecharam uma parceria técnico-comercial para atuarem no mercado brasileiro. O acordo envolve troca de know-how e o desenvolvimento de novos tecidos para o mercado de roupas esportivas e casuais (active wear). A Unifi é a maior produtora de fios de poliéster do mundo. Há três anos no Brasil, a empresa está investindo US$ 40 m para elevar sua produção em Alfenas (MG). * Visando ampliar suas exportações, a Coteminas pretende abrir um centro de distribuição de confecções de cama e mesa na costa oeste dos EUA. Os investimentos pela têxtil mineira no projeto são orçados entre US$ 30 m e US$ 40 m. O projeto conta com a parceria da norte-americana Springs, que distribui os produtos da Coteminas nos EUA e que já possui um centro de distribuição na costa leste. Energia * Depois de anunciar a incorporação do Grupo PeCom (Perez Companc), a Petrobras adquiriu mais uma empresa argentina, a Petrolera Santa Fe. A Santa Fe é a filial argentina da Devon Energy Corporation e a Petrobras estará pagando US$ 89,5 m pela empresa. * Foi formalizada a criação da CPFL Energia, maior holding privada do setor energético brasileiro. A empresa tem como acionistas controladores a VBC Energia, a 521 Participações (representando a Previ) e a Bonaire. Ela resulta da troca de ações da CPFL distribuidora e da CPFL geradora e possui faturamento estimado em R$ 6,3 bilhões. Entre seus projetos imediatos está a abertura de capital e a emissão de ações no mercado norte-americano. Comunicações * O Grupo de Comunicação O Dia, que edita o jornal O Dia, e a Editora JB, responsável pelo Jornal do Brasil e pela revista Forbes Brasil, decidiram unificar suas operações até o final do ano. As duas empresas fecharam acordo formando um consórcio que será responsável pela centralização das áreas administrativa, financeira, de recursos humanos, tecnologia, suprimentos, marketing e comercial dos três veículos. O objetivo é reduzir os custos operacionais e a iniciativa está sendo denominada Consórcio de Mídia Impressa.

3 * A Globopar anunciou a redução de sua participação na NetSat (Sky), TV por assinatura via satélite, de 54% para 49,9%. Com isso, o controle da NetSat deverá ficar com seus sócios norteamericanos, a News Corp, que antes da transação detinha 36% da empresa, e a Liberty Media, que detinha 10%. A operação ocorrerá com a redução dos investimentos previstos para o biênio 2002/2003 pela organização brasileira, os quais serão compensados pelas empresas americanas. Outros Setores * A AMCOR Packaging Americas, empresa subsidiária da AMCOR Packaging de origem australiana, adquiriu 100% das ações da SBG Participações e Empreendimentos, empresa holding da Injepet Embalagens Ltda e Injepet da Amazonia SA fabricantes de preformas e garrafas PET com fábricas em Jundiaí, SP e Manaus, AM. A AMCOR já detinha 60% da SBG desde 2000, e adquiriu agora o restante das ações que pertenciam ao South America Private Equity Growth Fund, South America Private Equity Growth Fund Coinvestors e Latin Plastics Inc. A transação cujo valor não foi revelado, significa a primeira saída total dos Fundos de Private Equity administrados pela BPE Investimentos que investiram em 1996 nas empresas Injepet. Apesar da forte desvalorização cambial ocorrida após o investimento inicial dos Fundos, a taxa interna de retorno do investimento foi positiva em Reais. * A Tigre, empresa catarinense de tubos e conexões em PVC, segue perseguindo a diversificação de suas atividades. Para tanto, prevê investimentos de R$ 10 m em sua unidade de Indaiatuba (SP) para ampliar sua produção de esquadrias de PVC. Os gastos focarão a compra de novos equipamentos. * A brasileira Gerdau e a canadense Co-Steel anunciaram acordo para fundir suas operações na América do Norte. A nova companhia vai se chamar Gerdau AmeriSteel Corporation e deverá englobar as duas afiliadas da Gerdau no Canadá (Courtice Steel e MRM Steel), as cinco unidades da AmeriSteel (Gerdau) nos EUA e as quatro unidades controladas pela Co-Steel. A Gerdau ficará com 74% da empresa formada. Com a operação, o Grupo Gerdau passará à décima-quinta colocação no ranking da siderurgia mundial. * A Votorantim Metais (VM), empresa de mineração e metalurgia de não-ferrosos do Grupo Votorantim, anunciou um pacote de investimentos de R$ 650 m nos próximos 18 meses. Seu foco será a expansão da produção de zinco e níquel. Mas o valor também inclui os US$ 84 m que a VM destinará à expansão da Siderúrgica Barra Mansa e mais R$ 250 m na área energética para amparar os projetos. A VM hoje passa por uma fase de consolidação, sendo que a recém adquirida Paraibuna de Metais (CPM) será fundida com sua subsidiária Companhia Mineira de Metais (CMM). * Com a aprovação do negócio pelos acionistas da Copene, foi formalizada a criação da Braskem, holding petroquímica que vai reunir ativos da primeira e segunda geração no País. O consórcio Odebrecht/Mariani controlará a Braskem, detendo 78,1% de seu capital votante (59,6% do capital total). A Petroquisa vai deter 8,12% do controle e os fundos Previ e Petros ficarão com 6%. Até o final do ano a Braskem deverá incorporar as ações de minoritários da Trikem, Polialden e Nitrocarbono. Com o surgimento da nova empresa, deixarão de existir a Copene Petroquímica, a OPP Produtos Petroquímicos (do Grupo Odebrecht) e a Participações (do Grupo Mariani). Vale ainda ressaltar que a Braskem ficará com os 29,5% do capital da Copesul antes detidos pelo Grupo Odebrecht. * A WEG, fabricante de motores elétricos com sede em Jaraguá do Sul (SC), vai investir US$ 15 m para instalar uma unidade de produção no México. A unidade será inaugurada em 2003 e visa atingir o mercado norte-americano. As novas instalações deverão substituir a atual unidade mexicana da empresa, adquirida da Asea Brown Boveri (ABB) em Ela vai produzir motores trifásicos, monofásicos e geradores. * Visando a redução de custos e o aumento de produtividade, a Itautec, braço de informática do grupo Itautec Philco, está promovendo uma reestruturação de suas atividades. A decisão inclui a criação de seis unidades de negócios com status de empresas independentes: desktops e mobilidade (microcomputadores, notebooks e computadores de mão); servidores e armazenamento; automação bancária; automação comercial; auto-atendimento e; e-business e novas tecnologias. * O grupo gaúcho Randon, que atua nos setores de implementos rodoviários, veículos especiais e autopeças está se associando à norte-americana ArvinMeritor. O acordo visa fortalecer a Suspensys, empresa controlada pela Randon e fabricante de tambores de freios, eixos, cubos de roda e suspensões para ônibus e caminhões. A ArvinMeritor vai assumir 49,9% de participação na Suspensys e em troca vai transferir uma linha de produção nos EUA e outra na Inglaterra para o RS nos próximos dois anos. A empresa também vai entrar com US$ 250 m em contratos externos já fechados. * A Táxi Aéreo Marília, empresa do grupo TAM, vai transferir seus serviços de manutenção de aeronaves executivas do Aeroporto de Congonhas (São Paulo) para o aeroporto de Jundiaí. O investimento vai consumir R$ 15 m e deverá dobrar a capacidade de manutenção da empresa em um prazo de dois anos.

4 * A Condor Empreendimentos Imobiliários pretende investir R$ 150 m para construir um shopping center, o Belvedere, em Porto Alegre. Seu foco será o público de maior poder aquisitivo. A previsão é de que o empreendimento seja concluído em três ou quatro anos, sendo que as obras devem se iniciar em março de * O grupo Bradesco está concentrando as operações das financeiras que incorporou nesses últimos anos. Isso criará uma empresa com empréstimos da ordem de R$ 7 bilhões e 20% do segmento de veículos. Será a Finasa, marca adquirida com a absorção do Banco Mercantil de São Paulo. O Banco Finasa, além de sua própria carteira e a do Mercantil, vai também agrupar as operações de financiamento ao consumo do Banco Continental, do Banco Ford e do BCN, todos pertencentes ao Bradesco. Já o CDC do próprio Bradesco não participará da concentração, pois foca apenas os clientes do Banco. A BRASILPAR atua na área de Serviços Financeiros, prestando serviços envolvendo compra, venda, associação entre empresas, atração de sócios, avaliação de empresas e projetos, assim como assessoria no levantamento de recursos de longo prazo e de capital (Project Financing e Restruturação de Empresas). A BPE INVESTIMENTOS é o novo nome para as atividades das empresas: Brasilprivate Consultoria e Participações Ltda., administradora do FIRE - Fundo Mútuo de Investimentos em Empresas Emergentes e da Brasil Private Equity Ltda., contratada exclusiva da WestSphere do Brasil Ltda. para a administração da carteira de investimentos do South America Private Equity Growth Fund Coinvestors, L.P. no Brasil, com participações acionárias nas empresas Mobitel, Datasul e TendTudo. As participações acionárias do South America Private Equity Growth Fund, L.P. anteriormente também administradas pela equipe, passaram para a responsabilidade da Baring Latin America Partners LLC a partir de dezembro de A carteira atual do FIRE é composta pelas seguintes empresas: Autotrac Comércio e Telecomunicações S/A, Latina S/A, Getec Guanabara Química Industrial S/A, Companhia Brasileira de Esterilização S/A, Metalciclo Reciclagem de Metais S/A, Armco Staco S/A Indústria Metalúrgica, Metalkraft S/A Injeção e Usinagem, OpenCommerce S/A, Padron S/A Impressos de Segurança e KA2 Laundry Services S/A (Mr. Clean). BRASILPAR: BPE Investimentos: Alberto Ortenblad Filho Antonio Carlos Molina Luiz Carlos Mazzaferro Junior Marco Antonio Serra Marina Fernandes de Oliveira Ricardo Hanitzsch Rodrigo de Barros Monzoni Vinicius Casagrande Canheu ortenblad@brasilpar.com.br acmolina@brasilpar.com.br lcmazza@brasilpar.com.br mars@brasilpar.com.br marina.fernandes@brasilpar.com.br ricardo.h@brasilpar.com.br monzoni@brasilpar.com.br vcanheu@brasilpar.com.br Cláudio A. Peçanha R. Duncan Littlejohn Frederico Greve Luis Fernando Salem Paulo Chueri cpecanha@bpei.com.br dlittlejohn@bpei.com.br fgreve@bpei.com.br fsalem@bpei.com.br pchueri@bpei.com.br Tel.: (011) Fax : (011) O boletim NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS é editado mensalmente pela BPE Investimentos e pela Brasilpar Serviços Financeiros Av. Paulista, º andar SP Tel: (011) Fax: (011) Diretores: Paulo Chueri e Antonio Carlos Molina. O cenário econômico contido neste boletim refere-se aos resultados de nossas simulações e podem ser modificados sem prévia comunicação. A BPE Investimentos e a Brasilpar não se responsabilizam pela utilização comercial ou financeira dessas previsões. Os projetos e valores de investimentos das empresas citadas nesse boletim referem-se aos divulgados nos principais meios jornalísticos. A BPE Investimentos e a Brasilpar não se responsabilizam pela veracidade dessas informações. Não é permitida a

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