Palestra. Auditoria do Terceiro Setor. Julho Apoio: Elaborado por: José Aparecido Maion
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1 Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) , (teleatendimento), fax (11) web: Rua Rosa e Silva, 60 Higienópolis São Paulo SP Presidente: Luiz Fernando Nóbrega Gestão Palestra Auditoria do Terceiro Setor A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184. Elaborado por: José Aparecido Maion O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a). Julho 2012 Apoio: Acesso gratuito pelo portal do CRC SP
2 2 INTRODUÇÃO: ORIGEM LATINA DO TERMO AUDITORIA Vem de audire (ouvir), foi ampliado pelos ingleses como auditing para denominar a tecnologia contábil da revisão. Para atender o mundo globalizado, de uma sociedade moderna composta pelas grandes organizações, com o desenvolvimento econômico dos países, gerando crescente complexidade na administração dos negócios, onde as transações são contabilizadas em real-time, sujeitas às determinações fiscais e legais, e devido à criação de normas regulamentadoras da profissão, o conceito de auditoria tem-se ampliado ao longo do tempo. Foi a partir da criação da Security and Exchange Comisson (SEC) em 1934, nos Estados Unidos (EUA), que a profissão de auditor assumiu importância e criou-se um novo estímulo, uma vez que as empresas que transacionavam ações na Bolsa de Valores foram obrigadas a utilizarem os serviços de auditoria para dar maior credibilidade às suas DC.
3 3 A Origem da Auditoria no Brasil Surgiu na época colonial, quando o juiz era a pessoa de confiança do rei, designada pela Coroa portuguesa para conferir o recolhimento dos tributos ao tesouro, reprimindo e punindo fraudes. E no decurso do sistema capitalista, a expansão comercial e a forte concorrência, despertaram nas empresas, antes familiares, a necessidades de aumentar suas instalações, investir em tecnologia e aperfeiçoar os controles e procedimentos internos. Tornou-se necessário atrair recursos de terceiros, por meio de empréstimos de longo prazo e abertura do capital social a novos acionistas. A Origem da Auditoria no Brasil Os investidores precisavam obter informativos sobre a situação financeira e patrimonial, a solvência e a gestão dos recursos da empresa para avaliar a segurança, o grau de liquidez e a rentabilidade. Assim, as DC tornaram-se os informativos mais importantes, e para maior segurança, os investidores passaram a exigir que as demonstrações fossem examinadas por profissionais independentes e de capacidade técnica reconhecida, a exemplo do que já era realizado nos Estados Unidos da América, na Inglaterra e em outros países desenvolvidos.
4 4 A Origem/Evolução da Auditoria no Brasil Em 1931, através do Decreto nº , a profissão de guardador de livros passou a ser regulamentada, no que se incluía a função de auditor. Por ocasião da lei nº' 7.988/45, foi criado o curso de Ciências Contábeis, de nível superior, e de Técnico, de nível médio, tornando a Auditoria uma prerrogativa daquele profissional. Até então, os trabalhos de auditoria, no Brasil, eram escassos e necessários apenas para o controle administrativo e à formulação de pareceres sobre balanços, ainda como atos formais. RESUMINDO - NO BRASIL O desenvolvimento da auditoria teve influência de filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras; financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais; crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas; evolução do mercado de capitais; criação das normas de auditoria promulgadas pelo BACEN (Banco Central do Brasil) em 1972, e criação da CVM, da Lei Nº 6404/76, Lei e
5 5 Lei /07 - Alteração da Lei 6.385/76 A Lei nº /07, altera a Lei nº 6.385/76 que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a CVM. Art único. A entidade referida no caput deste artigo deverá ser majoritariamente composta por contadores, dela fazendo parte, paritariamente, representantes de entidades representativas de sociedades submetidas ao regime de elaboração de demonstrações financeiras previstas nesta Lei, de sociedades que auditam e analisam as DC, do órgão federal de fiscalização do exercício da profissão contábil e de universidade ou instituto de pesquisa com reconhecida atuação na área contábil e de mercado de capitais. LEI Nº /07 - Art. 2 o A Lei n o 6.404, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 195-A: Reserva de Incentivos Fiscais Art. 195-A.... Art. 3 º : Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.
6 6 LEI Nº /07 - Art. 2 o A Lei n o 6.404, de 15 de... Parágrafo único. Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ ,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ ,00 (trezentos milhões de reais) LEI Nº , DE 11 DE JUNHO DE 2010 (DOU de )... altera os Decretos-Leis nos 9.295, de 27 de maio de 1946, 1.040, de 21 de outubro de 1969,.. Art. 6o f) regular acerca dos princípios contábeis, do Exame de Suficiência, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada; e editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional. (NR)
7 7 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS CPC O CPC foi criado pela Resolução CFC nº /05 com o objetivo de (art. 2º) o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS CPC Resumindo CPC emite Pronunciamentos, Interpretações e Orientações; Órgãos reguladores emitem seus atos próprios adotando os do CPC; Convergência com as Normas do International Accounting Standards Board (IASB).
8 8 QUEM PODE EXERCER A ATIVIDADE DE AUDITORIA NO BRASIL? Resolução CFC n.º 1.246/09 - Dispõe sobre a participação de estudantes em trabalhos auxiliares da profissão contábil. Art. 1º O aluno matriculado em curso superior de Ciências Contábeis ou em curso Técnico em Contabilidade poderá participar de trabalhos auxiliares da área contábil, respeitando as prerrogativas profissionais estabelecidas no Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946, art. 25, alíneas a e b, sob a supervisão, orientação e responsabilidade direta de profissional de Contabilidade legalmente habilitado. QUEM PODE EXERCER A ATIVIDADE DE AUDITORIA NO BRASIL? Resolução CFC n.º 1.246/09 - Dispõe sobre a participação de estudantes em trabalhos auxiliares da profissão contábil. Parágrafo único. Os estudantes do curso superior em Ciências Contábeis poderão participar de trabalhos auxiliares compreendidos entre todas as prerrogativas profissionais estabelecidas pelo Art. 25 do Decreto-Lei n.º 9.295/46, inclusive dos trabalhos privativos de contadores, entre eles, perícias judiciais ou extrajudiciais, auditorias contábeis, verificação de haveres, revisão permanente ou periódica de escritas, assim entendidas as contabilidades societárias e fiscais e quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos profissionais de Contabilidade.
9 9 QUEM PODE EXERCER A ATIVIDADE DE AUDITORIA NO BRASIL? Resolução CFC n.º 1.246/09 - Dispõe sobre a participação de estudantes em trabalhos auxiliares da profissão contábil. Art. 2º O estudante deverá comprovar a regularidade da matrícula e da frequência perante o responsável da organização contábil, que será apresentada à fiscalização do CRC da sua jurisdição sempre que solicitado, como condição de legitimidade de sua participação nos trabalhos. QUEM PODE EXERCER A ATIVIDADE DE AUDITORIA NO BRASIL? Resolução CFC n.º 1.246/09 - Dispõe sobre a participação de estudantes em trabalhos auxiliares da profissão contábil. Art. 3º A participação nos trabalhos auxiliares a que se refere a presente Resolução está condicionada à comprovação, pelo estudante, de 300 (trezentas) horas/aula de disciplina específica de Contabilidade. Art. 4º A inobservância do disposto nesta Resolução constitui infração, inclusive ao Código de Ética Profissional do Contabilista, e o profissional será punido com a multa prevista na alínea c, do art. 27, do Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946.
10 10 CONTADOR devidamente registrado nos CRC s (PF ou PJ) CIA s aberta (CVM) Instituições Financeiras (BCB) Previdência Privada (SUSEP) Outros EXAME DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA EDUCAÇÃO CONTINUADA REVISÃO DE QUALIDADE PELOS PARES Objetivo da Auditoria NBC TAs é aumentar o grau de confiança nas dc por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as dc foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso da maioria das estruturas conceituais para fins gerais, essa opinião expressa se as dc estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. A auditoria conduzida em conformidade com as TAs e exigências éticas relevantes capacita o auditor a formar essa opinião.
11 11 NBC TAs Como base para a opinião do auditor, as NBC TAs exigem que ele obtenha segurança razoável de que as dc como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro. Asseguração razoável é um nível elevado de segurança. Esse nível é conseguido quando o auditor obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir a um nível aceitavelmente baixo o risco de auditoria (isto é, o risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada quando as dc contiverem distorção relevante). Contudo, asseguração razoável não é um nível absoluto de segurança porque há limitações inerentes em uma auditoria, as quais resultam do fato de que a maioria das evidências de auditoria em que o auditor baseia suas conclusões e sua opinião é persuasiva e não conclusiva.
12 12 Quadro Resumo das Normas Profissionais e Técnicas Técnicas Profissionais Estrutura Lógica das Normas (e do Curso) A Código de Ética do Contabilista, Norma de Controle de Qualidade e Estrutura Conceitual para Trabalhos de Asseguração
13 13 NBC TAs Principais - Conceitos Básicos Ética, NBC TAs e Controle de Qualidade (NBC PA 01, 200, 220 ) Controle Interno Objetivo e Componentes (315) Afirmações nas Demonstrações Contábeis (315) Materialidade e Risco de Auditoria (320) Procedimentos de Avaliação de Risco (240, 315) Resposta aos Riscos Avaliados (240, 300, 330, 500) Procedimentos Adicionais de Auditoria (330, 505, 520) Estimativas Contábeis (540) Partes Relacionadas (550) Eventos Subsequentes (560) Continuidade Operacional (570) Resumo dos Requisitos de Outras Normas de Auditoria (250, 402, 501, 510, 600, 610, 620, 720) Documentação de Auditoria (NBC PA 01, 220, 230, 240, 300, 315, 330) Formação da Opinião sobre as DC (700) FASE I: Avaliação de Riscos - Visão Geral Atividades Preliminares Aceitação e Continuação de Trabalho (NBC PA 01, 210, 220, 300) Planejamento da Auditoria Estratégia Global de Auditoria (300) Determinação e Utilização de Materialidade (320, 450) Discussões da Equipe de Auditoria (240, 300, 315) Realização de Procedimentos de Avaliação de Riscos Riscos Inerentes Identificação (240, 315) Riscos Inerentes Avaliação (240, 315) Riscos Significativos (240, 315, 300) Entendimento do Controle Interno (240, 315) Avaliação de Controles Internos (315) Comunicação de Deficiências de Controle Interno (265) Conclusão da Fase de Avaliação de Riscos (315)0000
14 14 FASE II: Resposta aos Riscos - Visão Geral Plano de Auditoria (260, 300, 330, 500) Determinação da Extensão dos Testes (330, 500, 530) Documentação do Trabalho Executado (230, 500) Representações Formais (580) FASE III: Relatório Visão Geral Avaliação da Evidência de Auditoria (220, 330, 450, 520, 540) Comunicação com os Responsáveis pela Governança (260, 450) Modificações no Relatório de Auditoria (705) Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos (706) Informações Comparativas (710) VISÃO GERAL
15 15 RESUMO DOS COMPONENTES DO RISCO DE AUDITORIA
16 16 PERFIL E ATIVIDADES BÁSICAS DO AUDITOR Verifica-se que a atividade de auditoria independente (contábil) é prerrogativa do Contador. Para melhor entendimento, substituímos o termo Contador para Auditor. Além da capacidade técnica e intelectual, existem alguns aspectos de caráter pessoal que são importante para complementar o perfil profissional do contador, no exercício da atividade da auditoria, dentre os quais destacamos:
17 Senso crítico e analítico pelas próprias características da função deve o auditor possuir uma capacidade de crítica bastante apurada, de modo que possa distinguir aquilo que efetivamente deva ser examinado e fazer o julgamento adequado no momento da avaliação. Para tanto, o aspecto da análise também deve ser associado à crítica. Curiosidade Em princípio o auditor deve interessar-se por tudo que se passa na entidade que possa influir operacionalmente ou não no seu estado patrimonial. Deve sempre estar formulando perguntas, tais como: O que é que está sendo feito? Por que é que está sendo feito? Quais as repercussões disto dentro da entidade? Pode ser feito de forma mais racional? Há necessidade disto ser feito?
18 18 Persistência Deve prosseguir e aprofundar-se no que está se propondo a examinar ou avaliar até satisfazer-se de que compreendeu plenamente a situação. Além disso, efetuará testes para certificar-se de que tudo foi feito da maneira que foi explicada. Abordagem construtiva Deve encarar os erros encontrados como pistas e não como crimes. Deve estar interessado em descobrir uma maneira de evitar que os erros se repitam e não em recriminar o responsável pelos mesmos. Um erro deve ser considerado como um indicador para futuro melhoramento. Cooperação Deve considerar-se um colaborador e não um rival daqueles cujos serviços está auditando. O seu objetivo deve ser orientá-los e não simplesmente criticá-los. A maior preocupação do auditor deve ser a de aprimorar o funcionamento da entidade e deve estar mais interessado em alcançar o seu objetivo do que receber elogios pelo seu feito. Relacionamento A capacidade de saber relacionar-se bem dentro da entidade é um fator muito importante para que o auditor possa obter colaboração daqueles que atuam nas áreas auditadas. Portanto, é conveniente que este possua bons conhecimentos de relações humanas no trabalho.
19 19 Discrição Em face da abrangência do seu trabalho o auditor toma contato com muitas informações e registros de caráter sigiloso cuja divulgação poderia gerar sérios transtornos à entidade. Em razão disso e tendo em conta também que a função de auditor por si só exige um alto grau de confiança e formação moral, a discrição é um traço de personalidade indispensável ao profissional. CONTATO: desenvolvimento@crcsp.org.br
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