SOBRE A ELETROBRAS ELETRONUCLEAR BREVE HISTÓRICO DA GERAÇÃO NUCLEAR NO BRASIL A ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL

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2 SUMÁRIO SOBRE A ELETROBRAS ELETRONUCLEAR 01 BREVE HISTÓRICO DA GERAÇÃO NUCLEAR NO BRASIL 02 A ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL Qual o papel e a importância da energia nuclear como alternativa energética para o Brasil? 04 A energia nuclear é uma tecnologia viável e sustentável no Brasil? 05 Em comparação com outras formas de geração de energia, a fonte nuclear é competitiva? 05 Quanto representa a produção de Angra 1 e Angra 2? 06 Qual foi a participação de Angra 1 e Angra 2 na matriz elétrica brasileira em ? No ano passado, a participação das nucleares no Sistema Interligado Nacional 07 (SIN) foi maior que em 2010? Quando Angra 1 e Angra 2 atingiram MWh? 07 Como podemos medir a importância da geração de energia das usinas nucleares durante o racionamento de energia elétrica, no período de janeiro a setembro de , ano em que o país sofreu racionamento de energia? Quando a CNAAA atingiu, pela primeira vez, a geração de MW? 08 ANGRA 1 1) DESEMPENHO / PRODUÇÃO 09 Qual a potência nominal da Usina Angra 1? 09 Quando a construção de Angra 1 foi iniciada? 09 Quando a Usina atingiu a primeira criticalidade (momento em que o reator entra 09 numa reação em cadeia)? Quando se deu a primeira sincronização na rede? 09 Quando Angra 1 começou a operar comercialmente? 10 Qual é a área construída de Angra 1? 10 Quantos habitantes Angra 1 foi capaz de abastecer de energia elétrica em 2011? 10 Qual é o histórico de operação de Angra 1? 10 Qual foi o fator de disponibilidade (tempo em que a Usina esteve disponível para 12

3 gerar 100% de sua capacidade) de Angra 1 nos últimos anos? Quais as principais causas dos baixos valores de fator de disponibilidade de 12 Angra 1, de 2005 até 2010? Qual é a previsão de geração de energia para os próximos anos? 13 Qual é o fator de confiabilidade de Angra 1? 13 Qual a média de geração da Usina Angra 1 em relação ao seu potencial máximo? 13 Qual é a potência de consumo próprio de Angra 1? 13 Quando foi o primeiro reabastecimento de Angra 1? 14 Quando foi o último e quando será o próximo reabastecimento de Angra 1? 14 Quantos reabastecimentos já foram realizados? 14 De abril de 2005 até a substituição dos seus Geradores de Vapor, em 2009, 14 Angra 1 não operou a plena carga. Por quê? Angra 1 deixou de merecer o apelido de "vaga-lume"? 14 Então, por que a Usina, entre julho e setembro de 2010, precisou ser desligada 15 quatro vezes? Que investimentos poderão melhorar a disponibilidade de Angra 1? 15 2) CUSTOS 15 Quanto custou a instalação de Angra 1? 15 Qual o custo de produção de Angra 1? 16 Qual o valor gasto com a compra de equipamentos de Angra 1? 16 3) PROGRAMA DE MELHORIAS DE ANGRA 1 16 Que providências estão sendo tomadas para ampliar a vida útil de Angra 1, que 16 já está há mais tempo em funcionamento? Qual a importância dos Geradores de Vapor? 16 Por que foi necessário trocar os dois Geradores de Vapor de Angra 1? 17 Quais são os benefícios da troca? 17 Quando se iniciou o processo e quando foi concluído? 17 Quais foram os fornecedores? 18 Quanto tempo levou a fabricação dos Geradores de Vapor? 18 Como foi o transporte dos equipamentos até a CNAAA? 18 Quanto tempo levou a troca propriamente dita? 18 Como foi feita a substituição? 18 Onde serão armazenados os geradores antigos? 18 Qual o investimento total do projeto de substituição? 19 Outras usinas já realizaram operações semelhantes? 19

4 Que outras renovações estão sendo introduzidas em Angra 1? 19 Com novos geradores e combustível avançado, os outros componentes da Usina 19 Angra 1 precisarão ser atualizados? A tampa do vaso do reator precisará ser trocada? 20 A instrumentação e o controle informatizado de Angra 1, criados há mais de 20 anos, ainda atendem às demandas da operação? 20 ANGRA 2 1) DESEMPENHO / OPERAÇÃO 21 Qual a potência nominal da Usina Angra 2? 21 Quando a construção de Angra 2 foi iniciada? 21 Quando a Usina atingiu a primeira criticalidade (momento em que o reator entra 21 numa reação em cadeia)? Quando se deu a primeira sincronização na rede? 22 Quando Angra 2 começou a operar comercialmente? 22 Qual é a área construída de Angra 2? 22 Quantos habitantes Angra 2 foi capaz de abastecer de energia elétrica em 2011? 22 Qual o histórico de operação de Angra 2? 22 Qual foi o fator de disponibilidade (tempo em que a Usina esteve disponível para 23 gerar 100% de sua capacidade) de Angra 2 nos últimos anos? Qual é o fator de confiabilidade de Angra 2? 23 Qual a média de geração da Usina Angra 2 em relação ao seu potencial máximo? 23 Qual é a potência de consumo próprio de Angra 2? 24 Quando foi o primeiro reabastecimento de Angra 2? 24 Quando será o próximo reabastecimento? 24 Quantos reabastecimentos já foram realizados? 24 Qual é a previsão de geração de energia para os próximos anos? 24 Que investimentos poderão melhorar a disponibilidade de Angra 2? 24 A Usina Angra 2 conseguiu um superávit de geração de 50 MW sem alterar o 25 projeto original. Quais foram as ações práticas adotadas para que a Eletronuclear alcançasse esse desempenho? O desempenho de Angra 2 é comparável a outras usinas do tipo PWR do resto 25 do mundo? Angra 2 continuará operando em sua potência máxima (1.350 MW)? 25 2) CUSTOS 26 De quanto foi o custo das instalações de Angra 2? 26

5 Analise o custo/benefício da conclusão de Angra Qual o custo de produção de Angra 2? 26 Qual o valor gasto com a compra de equipamentos de Angra 2? 27 ANGRA 3 1) POR QUE ANGRA 3? 28 Angra 3, depois de mais de 20 anos, terá suas obras reiniciadas. Como foi essa 28 decisão governamental? Quais os argumentos técnicos que referendaram a decisão do CNPE de concluir 29 Angra 3? E o processo de licenciamento ambiental, como se deu? 30 Além da licença do Ibama, que outras autorizações são necessárias para a 32 efetiva retomada das obras de Angra 3? Qual o prazo para que a Eletrobras Eletronuclear entregue o Relatório Final de 34 Análise de Segurança (RFAS) de Angra 3? A decisão sobre Angra 3 não deveria ter sido apreciada pelo Congresso 35 Nacional? Por que as obras de Angra 3 foram paralisadas? 36 Quando as obras foram paralisadas? 36 Quando as obras foram reiniciadas? 37 O MPF recomendou a paralisação das obras de Angra 3, solicitando que fosse 37 entregue um relatório final de análise de segurança probabilística, antes do início da construção. Quais medidas foram tomadas para cumprir essa solicitação? Que benefícios Angra 3 trará para o setor elétrico brasileiro? 38 2) DADOS TÉCNICOS 42 Angra 3 é uma usina de última geração? 42 Qual será o tipo de reator de Angra 3? 42 Qual será a potência nominal da Usina? 42 Por que no cronograma da Aneel Angra III aparece com MW de potência, 42 já que no projeto da Usina a potência será de MW? Já foi determinada a garantia física de energia de Angra 3? 43 Quais são as diferenças entre Angra 2 e Angra 3? 43 Como será o Sistema de Instrumentação e Controle de Angra 3? 43 Qual será a área construída de Angra 3? 44 Qual o progresso físico atual de Angra 3? 44

6 Qual o cronograma para a conclusão da Usina? 44 3) CUSTOS E INVESTIMENTOS 45 Quanto foi gasto para a preservação de Angra 3 durante o período de paralisação 45 das obras? Quanto já foi investido, até hoje, em compra de equipamentos e na construção da 46 Usina Angra 3? Quanto será necessário investir para a conclusão da Usina? Como se explica o aumento do orçamento? Em junho de 2009, era de R$ 8,4 46 bilhões e, um ano depois, passou para R$ 9,9 bilhões? Quem fará o investimento para a construção de Angra 3, o grupo Eletrobras ou 46 algum agente privado? Esses financiamentos já foram solicitados? 46 Com decisão da Alemanha de desligar suas usinas há risco de o governo alemão 47 não autorizar o crédito de exportação à Areva e o projeto da usina nuclear ser interrompido? A indústria brasileira pode cobrir a montagem de Angra 3? 47 Qual é o grau de nacionalização previsto para Angra 3? 48 O que é Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Usinas 48 Nucleares (Renuclear) e de que forma ele beneficia Angra 3? Já foi escolhido o modelo de comercialização de Angra 3? 48 O preço da energia gerada por Angra 3 não será alto demais, na comparação 49 com as outras fontes? 4) MÃO DE OBRA 49 Das pessoas que trabalharam na construção de Angra 1 e Angra 2, quantas eram da região e quantas vieram de fora? A Eletronuclear vai priorizar a contratação de 49 trabalhadores dos municípios vizinhos à Central Nuclear durante a construção de Angra 3? Quantos trabalhadores já foram contratados para a obra? 51 Esse efetivo deve aumentar? 51 Qual será o perfil da mão de obra requerida para Angra 3? 51 5) ACORDO 52 Angra 3 está prevista no acordo bilateral Brasil-Alemanha? 52 Com o reposicionamento da Alemanha em relação à energia nuclear, o governo 53 alemão ainda apoia a manutenção desse acordo? 6) CONTRATOS E LICITAÇÕES 53 Quando foi assinado o contrato de obras civis de Angra 3 com a Construtora Andrade Gutierrez? 53

7 Qual é o valor do Contrato de obras civis com a construtora Andrade Gutierrez? 54 A Andrade Gutierrez tinha de ser obrigatoriamente a empreiteira encarregada da 54 execução de Angra 3? Não se cogitou fazer outra licitação? Estava prevista multa em caso de rescisão unilateral? 55 O que diz o acordo com a Areva? A empresa fornecerá os equipamentos e 55 financiará o projeto? Que contratos já foram assinados para Angra 3 e que precisam ser revistos? 55 Para que serviços precisarão ser feitos novos contratos mediante processo de 56 licitação? Quais são os valores estimados dos contratos de bens e serviço e quando serão 56 publicados os outros editais de licitações? Como será implementado o contrato da montagem eletromecânica? 57 7) EQUIPAMENTOS 57 Os equipamentos de Angra 3 estão em condições de operação confiável e 57 segura? Como é feita a proteção dos equipamentos? 58 Como funciona o programa de manutenção e preservação? 58 Os equipamentos já comprados são os principais ou não? 58 Esses equipamentos comprados não estão obsoletos? 58 Quando foram comprados? 59 Que tipo de equipamento ainda será comprado? 59 Qual o valor destinado para a compra dos equipamentos que faltam? 59 NOVAS USINAS NUCLEARES O Brasil planeja expandir sua capacidade de geração nucleoelétrica além de 61 Angra 3? De que de forma o acidente no Japão afetou o Programa Nuclear Brasileiro? 62 Até agora, o que já foi feito pela Eletronuclear para dar prosseguimento às 62 metas do Programa Nuclear Brasileiro? Quais aspectos são analisados para escolher a localização das novas 63 centrais nucleares? Qual o motivo, na época, da escolha do Nordeste para a construção das 65 primeiras usinas? A Eletrobras Eletronuclear inaugurou um escritório no Nordeste. Por que foi escolhida a capital de Pernambuco? 65

8 Por que o litoral da Bahia até Pernambuco, considerado antes área de 65 interesse, foi descartado? Quais as mudanças que devem ocorrer no Nordeste se forem instaladas 66 usinas nucleares? Que outros tipos de benefícios a Região Nordeste teria? 66 Qual seria o investimento previsto para a implantação dessas novas usinas? 66 Com relação aos subsídios, há previsão de investimentos estrangeiros na 67 construção dessas usinas? Quais serão as alternativas tecnológicas para as novas usinas? 67 Qual a participação e a importância da indústria brasileira nesse processo? 67 Qual será a participação da energia nuclear na matriz energética brasileira 67 com as novas usinas? A construção das centrais está vinculada ao crescimento da economia do 68 país e, por consequência, da demanda por energia. A crise internacional deve reduzir significativamente a taxa de crescimento econômico por um período que o governo considera médio. O programa sofrerá alterações? A cadência de uma nova usina por ano é factível? Como? 68 TEMAS GERAIS 1) TARIFA 69 Atualmente, qual é o valor da tarifa da energia elétrica gerada pelas usinas 71 Angra 1 e Angra 2? 2) BALANÇO PATRIMONIAL / DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 70 De quanto foi o resultado da Eletronuclear em 2010? 70 Quais as mudanças feitas que contribuíram para a melhora do resultado do serviço e para neutralizar os sucessivos prejuízos da Eletronuclear? 71 Qual o investimento realizado da Eletronuclear no ano 2010? 72 O orçamento da Eletronuclear foi aprovado pelo Programa de Dispêndios 72 Globais? 3) PESSOAL E VILAS RESIDENCIAIS 73 Quantos funcionários tem a Eletronuclear? 73 Há um número suficiente de técnicos para as três usinas ou haverá 73 necessidade de contratação? O que está sendo feito para renovar o quadro de pessoal da empresa? Quantas vilas residenciais a Eletronuclear possui? Quantas residências 73 existem em cada uma dessas vilas? Que outras instalações há nas vilas?

9 4) LOCALIZAÇÃO 75 Por que o município de Angra dos Reis foi escolhido para abrigar a CNAAA? 75 5) FUNCIONAMENTO E SEGURANÇA DAS USINAS 75 Qual é a vida útil das usinas nucleares? 75 Como é o funcionamento de uma usina nuclear? 76 A energia nuclear é distribuída pelo Sistema Interligado Nacional (SIN)? 77 Quais os estados que não fazem parte do SIN? 77 Qual o grau de segurança das usinas nucleares? 77 Os padrões de segurança nuclear adotados no Brasil são eficientes? 80 O que é um prédio de contenção? 80 De que é formada a estrutura externa das usinas Angra 1 e Angra 2? 82 E a estrutura interna das usinas nucleares, como é formada? 82 Quais são as principais diferenças entre a central de Chernobyl e as usinas de 83 Angra? Quais são as principais diferenças entre a central de Fukushima e as usinas de 86 Angra? Quais as ações de revisão das usinas de angra devido ao evento de Fukushima? 87 Quantos acidentes aconteceram nos últimos dez anos? 90 Que tipo de acidente seria mais possível de acontecer nas usinas nucleares de 91 Angra? Nos dosímetros aparece a medida de radiação. Como se chama essa medida? 91 Quanto um funcionário pode receber de radiação? A taxa é mensal? 92 O que acontece quando se ultrapassa o limite de radiação que um funcionário 92 pode receber? O que aconteceria se um avião caísse na Central Nuclear? 92 O projeto estrutural leva em consideração a possível ocorrência de um abalo 93 sísmico? Existe um monitoramento sísmico nas usinas? 94 Qual a possibilidade de um tsunami (maremoto) atingir o litoral brasileiro na 95 Região Sudeste? Existe no local um sistema de segurança adequado para impedir uma possível 95 ocorrência de invasão? Quais as medidas existentes para se detectar, impedir e combater tal fato? 6) EVENTOS OPERACIONAIS E PLANO DE EMERGÊNCIA 95 Como é feita a classificação dos eventos? 95

10 Qual o objetivo da Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES)? 96 Como são classificados os eventos dentro da Escala INES? 96 A partir de que nível, na Escala Internacional de Eventos Nucleares, os riscos 98 devem preocupar a população? Existe um plano de emergência? É feito algum tipo de treinamento com a 99 população local? No âmbito do Plano de Emergência, como são classificados os eventos e a partir 100 de que nível devem preocupar a população? Como funciona o Plano de Emergência Externo? 101 Como funciona o Plano de Emergência Local? 102 Em caso de um acidente grave, que área poderia ser atingida? 102 Há quantas pessoas aproximadamente nas ZPEs 3 e 5? 103 Houve um ENU em Angra 2 no dia 15 de maio de 2009 que causou repercussão, 103 preocupando as autoridades municipais e a opinião pública. O que de fato ocorreu? Como esse incidente foi classificado na Escala INES? 105 Esses incidentes são divulgados? 105 Houve risco para a saúde dos trabalhadores envolvidos com o incidente? 105 O que representa a dose a que os trabalhadores estiveram expostos? 106 O que aconteceu com o empregado envolvido no incidente? 107 É comum ocorrer eventos com contaminação de trabalhadores nas usinas? 107 7) REJEITOS 107 Como são classificados os rejeitos radioativos? 107 Como a Eletronuclear vem conduzindo as ações relacionadas aos rejeitos de 108 Angra 1 e Angra 2 e como pretende resolver a questão para Angra 3? Qual o grau de perigo que eles oferecem para as pessoas e o meio ambiente? 109 Quando, exatamente, são produzidos rejeitos de médio e alto níveis de radiação? 110 Onde estão sendo armazenados os rejeitos de Angra 1 e Angra 2? E onde serão 110 armazenados os rejeitos de Angra 3? Os projetos de construção de depósitos na Europa são do mesmo nível que os 111 nossos? Por que os Depósitos 2 e 3 foram construídos com paredes de concreto, e o 111 Depósito 1 é de alvenaria? As obras do Depósito 3 já foram concluídas? Quantos empregos esse 111 empreendimento gerou?

11 Qual foi o custo de construção do Depósito 3? 112 Por que a obra do módulo B do Depósito 2 foi embargada em 2003? Como está o 112 licenciamento do empreendimento atualmente? Qual é a capacidade do Depósito 2B e quanto foi investido para sua conclusão? 113 Para que servirá o Prédio de Monitoração? Qual é o custo do empreendimento? 113 Como se deve resolver o problema do armazenamento dos rejeitos que se 113 encontram em depósitos iniciais? Qual a capacidade de armazenamento dos Depósitos Iniciais de Rejeitos? Qual o 114 percentual ocupado? Qual a previsão no tempo para esgotamento do espaço? Qual é a área dos Depósitos Iniciais de Rejeitos? 114 Como é feita a ocupação desses depósitos? 114 A Eletrobras Eletronuclear vem tomando medidas para otimizar a capacidade de 115 armazenamento dos Depósitos Iniciais de Rejeitos? Qual a produção de rejeitos de Angra 1 e Angra 2? 115 Quantas toneladas de rejeitos existem armazenadas na Central Nuclear de Angra 115 dos Reis? E nos Estados Unidos? Qual é a quantidade de elementos combustíveis (rejeitos de alta atividade) 116 armazenados nas piscinas de combustível usado? Qual é a massa dos elementos combustíveis de Angra 1 e de Angra 2? 116 Qual a capacidade das piscinas que guardam os elementos combustíveis usados 116 nas usinas? O espaço ainda disponível nas piscinas é suficiente para mais quanto tempo de 116 operação? Como os rejeitos de baixa e média atividades são manuseados e armazenados? 116 Como é feito o transporte dos rejeitos de baixo e médio níveis de radiação de 117 dentro das usinas até os Depósitos Iniciais? O que aconteceria se o caminhão que transporta os rejeitos caísse na encosta? 117 No caso de deslizamento de encosta, o que acontecerá com os rejeitos? 117 Como a população da região pode fiscalizar a segurança do armazenamento dos 118 rejeitos? Qual o atual estágio de desenvolvimento do depósito definitivo de rejeitos 118 radioativos? Quais as metas que a CNEN traçou para o início da construção e da operação do 119 Repositório Nacional de Rejeitos de Baixo e Médio Níveis de Radiação e do Depósito Intermediário de Longa Duração para Combustíveis Usados? Qual a lei que dispõe sobre a seleção de locais para a construção dos depósitos 120

12 finais de rejeitos radioativos? Como seria o transporte dos rejeitos caso o depósito definitivo fosse fora do sítio 121 das usinas? O que é reprocessamento dos elementos combustíveis e qual o seu objetivo? 121 O país estuda a possibilidade de fazer o reprocessamento dos combustíveis 122 usados? Por que os rejeitos não são incinerados? 122 Quanto tempo os rejeitos precisam ficar armazenados para deixar de causar 122 ameaça à população? O que é a meia-vida dos radionuclídeos? 122 8) COMBUSTÍVEL 124 Qual é o custo do combustível nuclear? Se comparado a outras fontes 124 energéticas, é competitivo? No caso do aumento do preço do urânio, qual é a consequência nos custos de 125 geração de energia nuclear? Que quantidade de urânio é necessária para produzir 1 kwh? 125 Como estão nossas reservas de urânio? O que temos hoje e qual sua vida útil? 125 Há perspectivas de crescimento? Qual a expectativa para que Angra 3 receba o urânio vindo da jazida de Itataia, 126 em Santa Quitéria, no Ceará, que deve começar a ser explorada em 2011 numa parceria da Galvani com a INB? O Brasil enriquece urânio? 126 Como o combustível chega a Angra? 127 Quais são as etapas do ciclo do combustível nuclear? 128 Quantos elementos combustíveis são necessários para abastecer as usinas de 129 Angra 1 e Angra 2? E qual é a característica desses combustíveis? 9) PARADAS 130 Como é feito o reabastecimento das usinas? 130 Qual o impacto das paradas de reabastecimento no Sistema Integrado Nacional? 130 Qual é o custo por dia das usinas Angra 1 e Angra 2 quando paralisadas por 131 incidentes ou para recarga e manutenção técnica? O que acontece com o combustível usado? 131 Há necessidade de licenciamento? 131 Quais os órgãos envolvidos nessa operação? 132 Que tipo de combustível é usado na recarga? 132

13 Qual é a previsão das paradas de 2012? ) FUNDO DE DESCOMISSIONAMENTO E SEGURO DAS USINAS 132 O que é descomissionamento de uma usina nuclear? 132 O que é o fundo de descomissionamento das usinas? 133 Qual será o custo do descomissionamento de Angra 1 e Angra 2? 133 De onde provêm os recursos para o fundo de descomissionamento das usinas 133 Angra 1 e Angra 2? Como funciona o seguro das usinas nucleares? Qual o valor das apólices? 134 Quais riscos são cobertos pelo seguro? 134 De quanto em quanto tempo as usinas são vistoriadas pelas seguradoras? ) VANTAGENS AMBIENTAIS 135 Quais as vantagens ambientais de uma usina nuclear sobre as usinas térmicas 135 convencionais? Como é monitorado o meio ambiente para saber se não há risco? 138 Qual a posição da empresa em relação aos protestos dos ambientalistas? ) RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 140 Como a empresa atua na área de responsabilidade socioambiental? 140 Qual a importância para a empresa em agir de forma socialmente responsável? 140 A empresa apoia parcerias com o poder público? 140 Como é avaliado o retorno desses projetos para a empresa? 141 Quais os projetos desenvolvidos pela Eletrobras Eletronuclear na área de saúde? 142 Qual é a relação entre a Eletrobras Eletronuclear e a Feam? 142 O que é o Cira? 142 Como a Eletronuclear está investindo na área de educação? 143 Quais são os projetos da Eletrobras Eletronuclear para o meio ambiente? 144 A criação da Estação Ecológica de Tamoios, em janeiro de 1990, é uma das 145 medidas compensatórias decorrentes da instalação de Angra 2? E o Parque Nacional da Serra da Bocaina? Qual é o envolvimento da Eletrobras 146 Eletronuclear? A Eletrobras Eletronuclear dá suporte às comunidades indígenas vizinhas às 147 suas instalações? Que tipo de investimento cultural a empresa promove? 147 Que outros investimentos a Eletronuclear vem fazendo para melhorar a qualidade 148 de vida nos municípios de Paraty, Rio Claro e Angra dos Reis? O complexo é aberto ao público para visitação? Para a empresa, qual a 149

14 importância de políticas de comunicação como a do Centro de Informações de Itaorna, onde há uma exposição de filmes e folhetos educativos, e os cuidados da empresa com o meio ambiente e a população? Qual foi a meta de investimento para 2011? ) O ACIDENTE NUCLEAR NA CENTRAL DE FUKUSHIMA DAIICHI 150 Diante do acidente nuclear do Japão, o Brasil deverá manter o seu programa 151 nuclear? Quais as lições aprendidas com o acidente nuclear no Japão? 152 As usinas brasileiras correm o risco de sofrer com tsunamis como ocorrido no 153 Japão? Diante do que aconteceu no Japão, seria adequado se o Brasil desligasse as 153 usinas em operação e interrompesse os planos para a construção de novas usinas? As nossas usinas são seguras? 155 Que medidas adicionais o Brasil adotará após a tragédia do Japão em relação às 156 usinas de Angra? 14) PANORAMA DA ENERGIA NUCLEAR NO MUNDO 158 Qual a participação da energia nuclear no mercado mundial? 158 Qual é a capacidade instalada mundial por fonte nuclear? 158 Como estão distribuídos, no mundo, os reatores nucleares? 158 Como estão distribuídos, no mundo, os reatores do tipo PWR utilizados nas 159 Usinas Angra 1 e Angra 2? Quantos reatores nucleares estão em construção no mundo? 160 Dos reatores em construção, quantos são do tipo PWR? 160 Quais os países que mais dependem da energia nuclear dentro de sua matriz 161 energética? Quais os países que mais contribuem com energia nuclear na matriz energética 162 mundial? E o Brasil, com quanto contribui? Qual a situação atual da energia nuclear em alguns países? 163 Quais são as projeções da AIEA quanto ao crescimento da energia nuclear? 210 Por quanto tempo as reservas de urânio conhecidas poderão abastecer as usinas 211 nucleares? Que países possuem as maiores reservas? Produção e edição: Coordenação de Relações com a Mídia da Eletronuclear

15 SOBRE A ELETROBRAS ELETRONUCLEAR A Eletrobras Eletronuclear é uma sociedade anômima de economia mista com a finalidade de operar e construir as usinas termonucleares do país. Subsidiária da Eletrobras, foi criada em 1997 a partir da fusão entre a antiga Diretoria Nuclear de Furnas e Nuclebrás Engenharia (Nuclen). A Eletronuclear opera as duas usinas nucleares da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), no município de Angra dos Reis, com a capacidade instalada total de MW. Pelo sistema elétrico interligado, essa energia chega aos principais centros consumidores do país e correspondeu a mais de 3% da energia elétrica consumida no Brasil em 2011 e a 30% da capacidade instalada no Rio de Janeiro, o que corresponde a um terço do consumo total de energia elétrica do estado proporções que se ampliarão quando estiver concluída a terceira usina da Central. Atualmente, estão em operação as usinas Angra 1, com capacidade para geração de 640 megawatts elétricos, e Angra 2, com potência de megawatts elétricos. Angra 3, que será praticamente uma réplica de Angra 2 (incorporando os avanços tecnológicos ocorridos desde a construção dessa Usina), está prevista para gerar megawatts. A CNAAA, situada em Itaorna, município de Angra dos Reis, foi assim denominada em justa homenagem ao pesquisador pioneiro da tecnologia nuclear no Brasil e principal articulador de uma política nacional para o setor. Embora a construção da primeira usina tenha sido sua inspiração, o almirante, nascido em 1889, não chegou a ver Angra 1 gerando energia, pois faleceu em Mas sua obra persiste na competência e na capacitação dos técnicos que fazem o Brasil ter hoje usinas nucleares classificadas entre as mais eficientes do mundo. 1

16 BREVE HISTÓRICO DA GERAÇÃO NUCLEAR NO BRASIL 1968 O governo brasileiro decide construir a primeira usina nuclear Começa a construção de Angra O Brasil assina um acordo de cooperação com a Alemanha para ter acesso ao ciclo completo de abastecimento. Inicia uma forte indústria de equipamentos, produção de combustível nuclear e um protocolo de compra de oito usinas nucleares Os dois primeiros reatores de MW Siemens/KWU são encomendados, e a construção começa Angra 1 é conectada à rede pela primeira vez. As atividades de construção de Angra 2 se desenvolvem vagarosamente nos anos As obras civis de Angra 3 são iniciadas Início da operação comercial de Angra As obras de Angra 3 são paralisadas É contratada a montagem eletromecânica de Angra É criada a Eletronuclear Início da operação comercial de Angra 2. 01/04/07 Angra 1 completa 25 anos de operação. 25/06/07 O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autoriza a retomada de Angra O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) concede, no dia 23/07/08, a Licença Prévia Ambiental da Usina Angra 3. 04/03/09 O Ibama emite a Licença de Instalação que autoriza o início das obras de Angra 3. 2

17 09/03/09 A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) concede a Licença Parcial de Construção para Angra 3. 24/06/09 A Prefeitura de Angra dos Reis emite o Alvará de Licença para a construção de Angra 3. 22/07/09 O Tribunal de Contas da União revisa a minuta do termo aditivo ao contrato de obras civis e autoriza a retomada de Angra 3. 14/09/09 A Eletronuclear e a Construtora Andrade Gutierrez assinam o aditivo contratual para a retomada da construção civil de Angra 3. 31/05/10 A CNEN concede a Licença de Construção de Angra 3, autorizando o início da concretagem da laje do prédio do reator da Usina. 21/07/10 Angra 2 completa 10 anos de operação. No dia 21 de julho de 2000, a usina era sincronizada pela primeira vez ao Sistema Interligado Nacional (SIN). 01/03/10 Angra 1 completa 30 anos. No dia 1º de abril de 1982, a usina era sincronizada pela primeira vez ao Sistema Interligado Nacional (SIN). 3

18 A ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL Qual o papel e a importância da energia nuclear como alternativa energética para o Brasil? De complementaridade. Não deve existir competição entre as fontes energéticas disponíveis. Dificilmente haverá uma fonte de energia que represente solução única de forma sustentável para um país. O próprio exemplo brasileiro, cujo sistema elétrico integrado foi por muito tempo baseado essencialmente na fonte hídrica e que hoje passa por uma transformação no sentido de se tornar um sistema hidrotérmico, reforça essa tese. O caráter largamente majoritário da hidroeletricidade torna o Brasil um caso único, com uma importante vantagem competitiva em nível global. A operação do sistema, entretanto, vai depender de quanto e onde chove no país, ou seja, da Natureza. A vazão dos rios varia nas estações do ano, e períodos secos ocorrem em ciclos de cinco a dez anos. Um sistema hídrico que se autorregule para enfrentar um ano seco como, por exemplo, o de 2001, necessita, no mínimo, de cinco meses de energia hídrica armazenada. No entanto, as usinas hidroelétricas que deverão entrar em operação, de agora em diante, tenderão a apresentar uma razão entre a capacidade de armazenamento de água e a produção de energia elétrica da ordem de dois meses. Há uma tendência de que essa razão continue a diminuir. Grandes reservatórios na Amazônia, região onde se encontra a maior parte do potencial hidroelétrico disponível para aproveitamento, são inviáveis dos pontos de vista social e ambiental. Portanto, a geração de eletricidade no Brasil por meio de centrais térmicas, a médio prazo, não é motivada pelo esgotamento do potencial hídrico, mas para fazer frente aos riscos hidrológicos. Nesse contexto, as usinas termoelétricas passam a ser provenientes da necessidade de regulação do sistema. A expansão da contribuição de outras fontes renováveis eólica, solar, biomassa deverá ser a máxima possível. Porém elas não reduzirão a necessidade da complementação térmica. Todas as fontes renováveis dependem dos ciclos da Natureza e requerem complementação térmica para os períodos em que não estão plenamente disponíveis. 4

19 O país está passando por um divisor de águas : a situação atual de virtual monopólio da hidroeletricidade no sistema integrado nacional apresenta tendência de evolução para uma situação em que a componente hidroelétrica continuará a predominar e ter precedência, porém ao lado de uma importante componente termoelétrica necessária para garantir o funcionamento seguro do sistema. Nesse contexto, o Brasil dispõe de uma situação privilegiada, pois dispõe, em seu território, de diversas alternativas de geração térmica: urânio, carvão, biomassa, gás natural e petróleo. Cada uma com suas especificidades de uso. Fator de utilização, abundância em território nacional, segurança de abastecimento, logística de aprovisionamento, volatilidade de preço, impacto ambiental e outros usos (transporte, indústria) determinarão a contribuição relativa de cada uma para a imprescindível complementação térmica. Deve-se ressaltar que, diferentemente dos combustíveis fósseis, o combustível nuclear urânio, do qual o Brasil possui uma das maiores reservas mundiais, não tem atualmente qualquer outro uso industrial corrente que não seja a geração de energia elétrica. Essa importância se torna ainda mais realçada agora, quando o país passou a dominar o conhecimento do ciclo completo de fabricação do combustível nuclear. A energia nuclear é uma tecnologia viável e sustentável no Brasil? Sim, por vários aspectos. Primeiro porque a opção nuclear permite a geração confiável de uma energia ambientalmente limpa, que não contribui para o efeito estufa, e não é afetada pelas variações climáticas. Além disso, a energia nuclear faz uso de um combustível de origem nacional, o que permite minimizar vulnerabilidades no abastecimento e na proteção contra a volatilidade dos preços, não estando sujeito a flutuações no mercado internacional. Ocupando uma área pequena, quando comparada com outras formas de geração de energia, as usinas nucleares podem ficar próximas aos grandes centros consumidores, eliminando a necessidade de longas linhas de transmissão. Em comparação com outras formas de geração de energia, a fonte nuclear é competitiva? Sob o aspecto de competitividade econômica, destacamos que no último leilão A-3 de energia nova realizado pela Câmara de Comercialização de Energia 5

20 Elétrica (CCEE), em 27/08/2009, o preço médio de venda de energia alcançado pelas usinas térmicas foi de R$ 144,60 por megawatt hora, evidenciando a viabilidade econômica da opção nuclear. Quanto representa a produção de Angra 1 e Angra 2? Como o parque elétrico brasileiro tem mais de 90% da sua geração de origem hidráulica, com longas linhas de transmissão até os grandes centros consumidores, a importância de Angra 1 e Angra 2 para a estabilização do sistema elétrico no eixo Rio-São Paulo é muito grande. São 640 MW de Angra 1 e MW de Angra 2, fundamentais para a melhoria da confiabilidade no fornecimento de energia elétrica para o sistema da Região Sudeste. Particularmente, no que diz respeito ao Rio de Janeiro, a energia nuclear respondeu, em 2011, por cerca de 30% da capacidade instalada, o que corresponde a um terço do consumo total de energia elétrica do estado. Angra 3 acrescentará outro bloco de energia similar ao de Angra 2. Com as três usinas em operação, o complexo nuclear de Angra dos Reis terá um potencial de geração total de aproximadamente MWh por ano, sendo capaz de atender a cerca de 60% da demanda energética do Estado do Rio de Janeiro, se considerarmos os dados de Qual foi a participação de Angra 1 e Angra 2 na matriz elétrica brasileira em 2011? Em 2011, a produção de energia elétrica de Angra 1 e Angra 2, juntas, foi de ,2 MWh o que representa 3,17% da geração de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional SIN. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS, a nuclear foi a segunda maior fonte de geração elétrica, ficando atrás somente das hidroelétricas. 6

21 Geração do Sistema Interligado Nacional (SIN) Período: Janeiro/2011 a Dezembro/2011 Tipo de Usina Geração Total Geração Térmica (GWh) (%) (%) Hidráulica (1) ,052 91,18 - Nuclear ,251 3,17 37,58 Gás ,167 2,38 28,28 Carvão 5.663,579 1,15 13,60 Óleo 4.759,186 0,96 11,43 Biomassa 3.792,244 0,77 9,11 Eólica 1.894,381 0,38 - Total térmicas ,427 8,43 100,0 Total do SIN , ,0 - Geração Total Geração Térmica Hidráulica (1) Nuclear Gás Carvão Óleo Biomassa Eólica (1) Inclui a parcela de Itaipu-Brasil Fonte: ANEEL No ano passado, a participação das nucleares no Sistema Interligado Nacional (SIN) foi maior que em 2010? As usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 fecharam o ano de 2011 gerando ,2 MWh 7,6% a mais que em Essa energia seria suficiente para abastecer Brasília, Belo Horizonte, Maceió, Curitiba e Angra dos Reis por aproximadamente 1 ano. No ano passado, Angra 1 também bateu o recorde de produção desde que foi sincronizada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), tendo gerado ,0 MWh. O valor supera os ,8 MWh gerados em Quando Angra 1 e Angra 2 atingiram MWh? No dia 7 de novembro de 2009, as usinas nucleares atingiram a produção total de MWh. Angra 1 está em operação comercial desde abril de 1985 e Angra 2, desde fevereiro de Os MWh dariam para atender ao consumo das seguintes cidades: Curitiba por 41 anos Belo Horizonte por 31 anos Brasília por 29 anos 7

22 Rio de Janeiro por 12 anos São Paulo por sete anos Como podemos medir a importância da geração de energia das usinas nucleares durante o racionamento de energia elétrica, no período de janeiro a setembro de 2001, ano em que o país sofreu racionamento de energia? No dia 18 de setembro de 2001, os reservatórios do Sudeste estavam operando com 22% de sua capacidade. Se as usinas nucleares de Angra dos Reis não tivessem suprido o Sistema Elétrico Brasileiro com MWh de janeiro a setembro de 2001, o nível médio desses reservatórios estaria 8% abaixo e poderia ter ocorrido o apagão. Quando a CNAAA atingiu, pela primeira vez, a geração de MW? No dia 18 de junho de 2009, às 9h30, pela primeira vez, a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto atingiu MW. A Usina Angra 1 gerava 646 MW e, Angra 2, MW. 8

23 ANGRA 1 1. DESEMPENHO / PRODUÇÃO Em 1968, o governo brasileiro decidiu ingressar no campo da produção da energia nucleoelétrica, com o objetivo primordial de propiciar ao setor elétrico a oportunidade de conhecer essa moderna tecnologia e adquirir experiência para fazer frente às possíveis necessidades futuras. Como àquela época já estava prevista uma complementação termoelétrica na área do Rio de Janeiro, foi decidido que esse aumento se fizesse mediante a construção de uma usina nuclear de cerca de 600 MW. Essa incumbência foi, então, confiada pela Eletrobras a Furnas, que realizou uma concorrência internacional, vencida pela empresa americana Westinghouse. Angra 1 foi adquirida sob a forma de turn key, como um pacote fechado, que não previa transferência de tecnologia por parte do fornecedor. No entanto, a experiência acumulada pela Eletronuclear em todos esses anos de operação comercial, com indicadores de eficiência que superam o de muitas usinas similares, permite que a empresa tenha, hoje, a capacidade de realizar um programa contínuo de melhoria tecnológica em Angra 1, incorporarando os mais recentes avanços da indústria nuclear. Qual a potência nominal da Usina Angra 1? A potência elétrica (bruta) de Angra 1 é 640 MW. Quando a construção de Angra 1 foi iniciada? A construção de Angra 1 foi iniciada em março de 1972 com a concretagem da laje do prédio do reator. Quando a Usina atingiu a primeira criticalidade (momento em que o reator entra numa reação em cadeia)? A primeira reação em cadeia foi estabelecida às 20h23 do dia 13/03/1982. Quando se deu a primeira sincronização na rede? Às 15h26 do dia 01/04/

24 Quando Angra 1 começou a operar comercialmente? A Usina Angra 1 começou a operar no dia 01/01/1985. Qual é a área construída de Angra 1? Angra 1 ocupa ,35 m 2. Quantos habitantes Angra 1 foi capaz de abastecer de energia elétrica em 2011? Angra 1 pode gerar energia equivalente ao consumo de uma cidade com 2,5 milhões de habitantes por um ano. Considerando-se o consumo médio do Estado do Rio de Janeiro (2.000 kwh/hab/ano), Angra 1 atendeu cerca de 2,3 milhões de habitantes em 2011 (aproximadamente 9,9% do consumo de eletricidade do Estado do Rio de Janeiro). Qual é o histórico de operação de Angra 1? A geração bruta, desde o início da operação comercial até 31 de dezembro de 2011, é a seguinte: ANO GERAÇÃO BRUTA DE ANGRA 1 (MWh) FASE 1 APARECIMENTO E SOLUÇÃO DE GRANDES PROBLEMAS , , , , , , , ,1 10

25 ,9 FASE 2 APÓS A SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS , , ,2 FASE 3 APÓS A CISÃO DE FURNAS E A FUSÃO COM A NUCLEN , , , , , , , , , , , , , , ,0 TOTAL ,9 11

26 Qual foi o fator de disponibilidade (tempo em que a Usina esteve disponível para gerar 100% de sua capacidade) de Angra 1 nos últimos anos? ANO Angra 1 (%) , , , , , , , , , , , ,00 Quais as principais causas dos baixos valores de fator de disponibilidade de Angra 1, de 2005 até 2010? Ano Fator de Disponibilidade (%) Principais causas ,61 Execução de reparos nos Geradores de Vapor ,88 Substituição do rotor de uma das Turbinas de Baixa Pressão ,45 Problemas na excitatriz do Gerador Elétrico 12

27 ,90 Preservação dos Geradores de Vapor , ,30 Substituição dos Geradores de Vapor no período de 24/01/09 a 06/06/09 - Reparo no Sistema de Refrigeração a Hidrogênio do Gerador Elétrico Principal; - Balanceamento de um dos mancais do Gerador Elétrico Principal. Qual é a previsão de geração de energia para os próximos anos? Os dados abaixo se referem à geração bruta de Angra 1, descontando os dias de parada para reabastecimento de combustível e manutenção periódica e 3% de Taxa Equivalente de Indisponibilidade Forçada (TEIF) para eventuais desligamentos não programados: 2012: Em torno de MWh (Angra 1 não realizará Parada para reabastecimeto de combustível em 2012) 2013: Em torno de MWh Qual é o fator de confiabilidade de Angra 1? A Eletronuclear utiliza 3% de TEIF (Taxa Equivalente de Indisponibilidade Forçada). Ou seja, após abater as paradas programadas, ainda existe a taxa da incidência de paradas não programadas. Portanto, o fator de confiabilidade das usinas é de 97%. Os valores de geração bruta listados acima já estão levando em conta as paradas programadas. Qual a média de geração da Usina Angra 1 em relação ao seu potencial máximo? A média de geração em relação ao potencial máximo, desde o início da operação comercial até 31/12/2011, é de 53,9%. Qual é a potência de consumo próprio de Angra 1? 30 MW. 13

28 Quando foi o primeiro reabastecimento de Angra 1? A primeira parada para reabastecimento de combustível de Angra 1 foi realizada de 04/01/1986 a 31/07/1986, simultaneamente, com outros serviços técnicos na Usina. Quando foi o último e quando será o próximo reabastecimento de Angra 1? O último abastecimento aconteceu em setembro de 2011 e o próximo está programado para janeiro de Em 2012, em razão do último reabastecimento de combustível nuclear, o ciclo de operação de Angra 1 será mais longo fazendo com que não seja necessária parada para reabastecimento de combustível e manutenção programada. Quantos reabastecimentos já foram realizados? Desde o início da operação já foram realizados 18 recarregamentos de combustível em Angra 1. De abril de 2005 até a substituição dos seus Geradores de Vapor, em 2009, Angra 1 não operou a plena carga. Por quê? Para preservar a vida útil dos antigos Geradores de Vapor, à época, foi tomada decisão estratégica de limitar a potência a 83% do reator de forma a restringir a temperatura da água entrando nos tubos dos Geradores de Vapor a 330ºC, minimizando o ataque da corrosão sob tensão aos mesmos. Com a substituição dos Geradores de Vapor, a Usina tem operado a plena carga, exceto quando solicitada, pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), sua redução, para atender às necessidades do Sistema Elétrico Interligado. Angra 1 deixou de merecer o apelido de "vaga-lume"? Nos primeiros anos de sua operação, Angra 1 enfrentou problemas com alguns equipamentos: os tubos dos condensadores foram trocados por outros de titânio; alguns transformadores e os inversores estáticos tiveram de ser substituídos, e dois novos geradores de emergência a diesel precisaram ser instalados. Através de outras ações administrativas e técnicas também houve uma melhoria muito grande no desempenho operacional da Usina. Os problemas foram sanados de forma adequada há vários anos, fazendo com que 14

29 hoje a Usina opere em padrões de desempenho compatíveis com a prática internacional. Em média, nos dois últimos anos, Angra 1 atendeu a aproxidamente 20% do consumo de eletricidade do Estado do Rio de Janeiro. Então, por que a Usina, entre julho e setembro de 2010, precisou ser desligada quatro vezes? Na verdade, um dos desligamentos (17/07 a 22/08) foi programado em comum acordo com o ONS. As usinas nucleares realizam anualmente uma parada para reabastecimento de combustível e atividades de inspeções e manutenções periódicas. Os outros três desligamentos não estavam programados. A decisão foi tomada em curto prazo para sanar fuga de hidrogênio na área não nuclear da Usina, mais precisamente no gerador elétrico principal. Que investimentos poderão melhorar a disponibilidade de Angra 1? Além da substituição dos dois Geradores de Vapor realizada em 2009, as seguintes modificações estão planejadas e acarretarão em melhorias na disponibilidade de Angra 1: substituição das válvulas de controle e de isolamento da água de alimentação dos Geradores de Vapor, válvulas de isolamento de vapor principal; substituição da tampa do vaso de pressão do reator; substituição dos controladores Foxboro e outros que se encontram igualmente obsoletos, por controladores digitais; substituição dos rotores das turbinas de baixa pressão, entre outras. 2. CUSTOS Quanto custou a instalação de Angra 1? Segundo o Balanço Anual (2010) da Eletronuclear, publicado no dia 01/06/2011, no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, o custo bruto de construção das instalações de Angra 1, atribuído à Eletronuclear, foi de R$ ,00 realizado até 31 de dezembro de

30 Qual o custo de produção de Angra 1? O custo de produção de uma usina é constituído pelo seu custo de O&M (Operação e Manutenção) e do combustível. O custo de produção de Angra 1 (em 31/12/2010) foi de R$ 99,50/MWh, sendo R$ 76,82/MWh de O&M, e R$ 22,68/MWh de combustível. Qual o valor gasto com a compra de equipamentos de Angra 1? Os equipamentos de Angra 1 estão registrados pelo valor de R$ mil (864 milhões e 516 mil reais). 3. PROGRAMA DE MELHORIAS DE ANGRA 1 Que providências estão sendo tomadas para ampliar a vida útil de Angra 1, que já está há mais tempo em funcionamento? A Usina Angra 1 comemorou o 25º aniversário do início de sua operação comercial, em janeiro de 2010, no auge do desenvolvimento de ações que otimizarão seu desempenho, o que, por sua vez, ampliará a vida útil da Usina por mais 20 anos. A troca dos Geradores de Vapor foi uma dessas medidas. Para a Eletronuclear, essas ações são prioritárias e resultam de um amplo estudo das condições de operação da Usina e de suas necessidades a longo prazo, a exemplo do que vem ocorrendo em várias plantas do mundo. Qual a importância dos Geradores de Vapor? Os Geradores de Vapor são equipamentos instalados no sistema primário da Usina e fazem a interface entre os sistemas nucleares e não nucleares. Eles são responsáveis pela produção do vapor saturado seco para movimentar as turbinas e o gerador de energia elétrica. Cada um tem 4,5 m de diâmetro superior do casco, 20,6 m de comprimento e pesam, em operação normal, 413 t (o peso de cada equipamento vazio é de aproximadamente 330 t). Ainda há tubos por onde passa a água a uma temperatura de 303ºC. 16

31 Por que foi necessário trocar os dois Geradores de Vapor de Angra 1? Embora a troca não estivesse prevista no projeto inicial de Angra 1, foi uma decisão tomada pela Eletronuclear, depois da identificação da predisposição para desgaste da liga metálica utilizada nos tubos dos equipamentos. Esses tubos estão sujeitos a processos de degradação decorrentes da sensibilidade do material do qual são constituídos (liga do tipo Inconel 600) e às condições (mecânicas e ambientais) sob as quais operam, o que exigia frequentes testes de sua integridade. Materiais mais resistentes, não suscetíveis à corrosão sob tensão, foram utilizados na fabricação dos novos geradores, cujos cascos são confeccionados com aço de baixa liga tipo manganês-molibdênio-níquel, e a sua parte inferior é integralmente revestida, por solda, com aço inoxidável e Inconel. Na parte interna, foram soldados tubos em U de liga de níquel (Inconel 690), por onde circula a água proveniente do reator nuclear. Quais são os benefícios da troca? Com a substituição dos Geradores de Vapor, elimina-se a necessidade da inspeção em 100% dos tubos, em cada parada, passando a adotar-se uma inspeção por amostragem, tal como é realizado em Angra 2. Também há uma redução do tempo de parada para o recarregamento de combustível nuclear, devido à diminuição do escopo de trabalho. Além disso, os custos de preservação/reparos serão praticamente eliminados. O custo, considerando-se todas as tarefas de manutenção dos antigos geradores, era em torno de EUR 7,5 milhões. Após a troca, cairá para EUR 1 milhão. Portanto, a substituição foi uma medida necessária para a continuação da operação de Angra 1, o que viabilizará também a extensão da vida operacional da Usina. Quando se iniciou o processo e quando foi concluído? O processo começou em maio de 2004, com o início da fabricação dos novos geradores, e foi concluído em junho de De 24/01/2009 a 04/06/2009, Angra 1 ficou fora do Sistema Elétrico Nacional para realização de parada programada para a troca dos equipamentos e manutenções diversas. 17

32 Quais foram os fornecedores? A Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. Nuclep foi a responsável pela fabricação dos Geradores de Vapor. Coube à empresa francesa Areva NP a engenharia, a aquisição dos materiais e a assistência técnica na fabricação. A Westinghouse foi a empresa contratada pela Eletronuclear, mediante licitação, para realizar os serviços de substituição. Quanto tempo levou a fabricação dos Geradores de Vapor? A fabricação levou aproximadamente 39 meses. Como foi o transporte dos equipamentos até a CNAAA? Os equipamentos chegaram à CNAAA, em Angra dos Reis, no dia 7 de abril de O transporte foi uma operação complexa, por terra e mar, que durou sete dias. Uma carreta especial com 12 eixos e 12 rodas em cada eixo foi utilizada para transporte terrestre, e uma balsa de 50 m de comprimento x 16 m de largura, no transporte marítimo até a Central Nuclear. Quanto tempo levou a troca propriamente dita? A parada teve duração de mais de 120 dias de trabalho ininterrupto, dos quais cerca de 90 ficaram reservados para as atividades de substituição dos geradores. Como foi feita a substituição? A obra mobilizou mais de trabalhadores, em regime de 24 horas. Com a Usina desligada, foi feita uma abertura provisória de 36 metros quadrados na parede do edifício do reator, por onde saíram os antigos geradores e entraram os novos. Dispositivos especiais foram utilizados para o içamento e o transporte dos equipamentos, de quase 400 toneladas e 20 metros de comprimento. Onde serão armazenados os geradores antigos? Os antigos Geradores de Vapor foram armazenados, de maneira segura, no Depósito Inicial dos Geradores de Vapor DIGV, no próprio sítio da Central Nuclear, em Angra dos Reis. O depósito está localizado numa área denominada Ponta Fina, situada a aproximadamente 800 metros de Angra 1. O local reúne condições ambientais 18

33 adequadas e, por estar próximo da Usina, ofereceu facilidade e segurança para o transporte. O depósito, integrado ao sistema de proteção física e de monitoração radiológica da Central Nuclear, atende às normas nacionais e internacionais aplicáveis. Qual o investimento total do projeto de substituição? O valor total do investimento foi de R$ ,00 (724 milhões de reais), englobando aquisição, análise de segurança, licenciamento, substituição e armazenamento. Os recursos foram provenientes da Eletrobras, garantidos por contratos de financiamento. Outras usinas já realizaram operações semelhantes? Em escala mundial, todas as usinas que utilizam esse tipo de gerador têm apresentado problemas relativos à gradual degradação do feixe tubular. Em todo o mundo, 89 usinas nucleares já realizaram substituições semelhantes, num total de 258 Geradores de Vapor. Até 2011, outras 16 usinas planejam substituir tais equipamentos. Que outras renovações estão sendo introduzidas em Angra 1? A Eletronuclear, hoje, tem um programa de gerenciamento de Angra 1 que consiste na coordenação de ações de longo prazo de operação, manutenção e engenharia que asseguram o controle da integridade e da capacidade funcional de sistemas, estruturas e equipamentos. Vale a pena destacar a adoção do combustível nuclear avançado. Trata-se de uma modernização no projeto dos elementos combustíveis nucleares que permitirá uma economia sensível nos custos de geração de Angra 1. Com esse avanço tecnológico haverá uma significativa economia de urânio (até 12%), redução do número de elementos combustíveis novos a serem adquiridos em cada reabastecimento e aumento das margens de segurança. O reabastecimento da Usina, com o combustível avançado, será estendido de 12 meses, como é hoje, para 18. Com novos geradores e combustível avançado, os outros componentes da Usina Angra 1 precisarão ser atualizados? Associada a outras modificações (como um upgrade da turbina), a substituição permite que, no futuro, seja estendida a vida útil de Angra 1 e que haja um 19

34 aumento da oferta de sua energia térmica em 6,3%, o que significa um acréscimo de 47 MW em sua potência. A tampa do vaso do reator precisará ser trocada? No restante da indústria nuclear, a troca dessa peça, em plantas semelhantes à de Angra 1, tem sido prática comum. No nosso caso, a substituição é a alternativa que melhor combina requisitos de segurança e economia para a operação da Usina. A Eletronuclear está realizando estudos para determinar a melhor estratégia para esse procedimento e, também, a data mais adequada. A instrumentação e o controle informatizado de Angra 1, criados há mais de 20 anos, ainda atendem às demandas da operação? A Eletronuclear hoje tem algumas dificuldades para adquirir equipamentos ou componentes para reposição dessa instrumentação porque boa parte de seus módulos informatizados é analógica e não digitalizada, conforme os projetos mais avançados. A modernização da instrumentação e do controle se caracteriza por altos custos e longo período de desenvolvimento e implementação (de 5 a 7 anos), tendo sido iniciada em

35 ANGRA 2 1. DESEMPENHO / OPERAÇÃO Fruto de um acordo nuclear Brasil-Alemanha, a construção e a operação de Angra 2 ocorreram conjuntamente à transferência de tecnologia para o país, o que levou também o Brasil a um desenvolvimento tecnológico próprio, do qual resultou o domínio sobre praticamente todas as etapas de fabricação do combustível nuclear. Desse modo, a Eletronuclear e a indústria nuclear nacional reúnem, hoje, profissionais qualificados e sintonizados com o estado da arte do setor. Qual a potência nominal da Usina Angra 2? Angra 2 opera com um reator alemão Siemens/KWU (atual Areva NP) cuja potência elétrica (bruta) é de MW. Quando a construção de Angra 2 foi iniciada? As obras civis de Angra 2 foram contratadas à Construtora Norberto Odebrecht e iniciadas em 1976 com o estaqueamento. O início da construção propriamente dito se deu em setembro de 1981, com a concretagem da laje do prédio do reator. Entretanto, a partir de 1983, o empreendimento teve o seu ritmo progressivamente desacelerado devido à redução dos recursos financeiros disponíveis. Em 1991, o governo decidiu retomar as obras de Angra 2, e a composição dos recursos financeiros necessários à conclusão do empreendimento foi resolvida ao final de 1994, sendo então realizada em 1995 a concorrência para a contratação da montagem eletromecânica da Usina. As empresas vencedoras se associaram formando o consórcio Unamon, o qual iniciou as suas atividades no canteiro em janeiro de Quando a Usina atingiu a primeira criticalidade (momento em que o reator entra numa reação em cadeia)? A primeira reação em cadeia foi estabelecida no dia 14/07/

36 Quando se deu a primeira sincronização na rede? Às 22h18 do dia 21/07/2000. Quando Angra 2 começou a operar comercialmente? Angra 2 começou a operar comercialmente no dia 01/02/2001. Qual é a área construída de Angra 2? Angra 2 ocupa ,74 m 2. Quantos habitantes Angra 2 foi capaz de abastecer de energia elétrica em 2011? Angra 2, sozinha, poderia atender ao consumo de duas cidades do porte de Brasília e Belo Horizonte, por aproximadamente 1 ano. Como tem o maior gerador elétrico do Hemisfério Sul, Angra 2 contribui decisivamente com sua energia para que os reservatórios de água que abastecem as hidroelétricas sejam mantidos em níveis que não comprometam o fornecimento de eletricidade da região economicamente mais importante do país, o Sudeste. Considerando-se o consumo médio do Estado do Rio de Janeiro (2.000 kwh/hab/ano), Angra 2 atendeu cerca de 5,5 milhões de habitantes em 2011 (aproximadamente 23,6% do consumo de eletricidade do Estado do Rio de Janeiro). Qual o histórico de operação de Angra 2? A geração bruta, desde o início da operação comercial até julho de 2010, é a seguinte: Ano Geração Bruta Angra 2 (MWh) , , , , , , ,3 22

37 , , , ,2 Total ,2 Qual foi o fator de disponibilidade (tempo em que a Usina esteve disponível para gerar 100% de sua capacidade) de Angra 2 nos últimos anos? ANO Angra 2 (%) , , , , , , , , , , ,09 Qual é o fator de confiabilidade de Angra 2? A Eletronuclear utiliza 3% de TEIF (Taxa Equivalente de Indisponibilidade Forçada). Ou seja, após abater as paradas programadas, ainda existe a taxa da incidência de paradas não programadas. Portanto, o fator de confiabilidade da usina é de 97%. Os valores de geração bruta listados acima já estão levando em conta as paradas programadas. Qual a média de geração da Usina Angra 2 em relação ao seu potencial máximo? A média de geração em relação ao potencial máximo, desde o início da operação comercial (01/02/2001) até 31/12/2011, é de 88,1%. 23

38 Qual é a potência de consumo próprio de Angra 2? 75 MW. Quando foi o primeiro reabastecimento de Angra 2? Angra 2 foi desligada pela primeira vez no dia 9 de março de 2002, como programado. No dia 5 de abril foi sincronizada ao sistema, atingindo 100% de potência aos 25 minutos do dia 7 de abril de Quando será o próximo reabastecimento? A última parada para reabastecimento de parte do combustível foi concluída no dia 01 de abril de 2012, e o próximo reabastecimento de Angra 2 está previsto para meados de Quantos reabastecimentos já foram realizados? Em Angra 2 tivemos o abastecimento inicial e 8 reabastecimentos. Qual é a previsão de geração de energia para os próximos anos? Os dados, abaixo, referem-se à geração bruta de Angra 2, descontando os dias de parada para reabastecimento de combustível e manutenção periódica. 2012: em torno de MWh 2013: em torno de MWh Que investimentos poderão melhorar a disponibilidade de Angra 2? - Substituição dos selos das Bombas de Refrigeração do Reator por Selos Hidrodinâmicos; Manutenção da disponibilidade de um transformador elevador como sobressalente; Modernização dos conjuntos Motor x Bomba do Sistema de Água de Refrigeração Principal; Nacionalização de equipamentos; Modernização dos sistemas de Instrumentação e Controle. Assegurar condições para desenvolvimento e aprendizado contínuo de seu pessoal, em níveis compatíveis com as necessidades de desempenho e crescimento da empresa; Troca dos flaps do Sistema de Refrigeração dos Componentes. 24

39 Disponibilização de motores elétricos reservas. A Usina Angra 2 conseguiu um superávit de geração de 50 MW sem alterar o projeto original. Quais foram as ações práticas adotadas para que a Eletronuclear alcançasse esse desempenho? Angra 2 opera há 11 anos com desempenho comparável ao das mais modernas usinas nucleares existentes no mundo. Projetada para produzir MW, Angra 2 vem gerando mais 41 MW excedente suficiente para abastecer de energia elétrica estados como Acre ou Roraima. Angra 2 passou a gerar a potência de MW a partir de 28 de setembro de 2000, quando foi atingido, pela primeira vez, o patamar de 100% de potência no reator. Esse padrão de geração pode ser atribuído ao excelente desempenho da planta como um todo e, sobretudo, à constante atualização de seu projeto, incorporando os principais avanços da indústria nuclear alemã. Tais modificações do projeto foram e continuarão sendo introduzidas em Angra 2, ao longo das fases de implantação e de operação da Usina. O desempenho de Angra 2 é comparável a outras usinas do tipo PWR do resto do mundo? No mês de março de 2011, a Usina Nuclear Angra 2 atingiu a marca de MWh energia suficiente para abastecer as cidades de São Paulo durante 4,5 anos; Rio de Janeiro durante 8 anos; Brasília durante 19 anos; ou Belo Horizonte durante 20 anos. No ano de 2010, Angra 2 apresentou uma atuação de destaque, ocupando o 36º lugar em produção entre as 435 usinas em operação no mundo, segundo a publicação americana Nucleonics Week, especializada em energia nuclear. A Usina fechou o ano de 2010 gerando ,54 MWh. Até 30 de novembro de 2011 Angra 2 produziu ,56 MWh, tendo uma previsão de encerrar o ano com uma produção de ,56 MWh, o que será nosso recorde de produção anual. Angra 2 continuará operando em sua potência máxima (1.350 MW)? A expectativa da Eletronuclear é operar Angra 2 à potência máxima, continuamente, como nas usinas alemãs. O fator de capacidade previsto é em torno de 90%. Somente as usinas na França não operam a 100% 25

40 continuamente, porque 75% da produção de energia elétrica francesa são de origem nuclear e, à noite, a carga é reduzida. No Brasil, não é a Eletronuclear que determina o nível de geração e sim o ONS. O nível de operação depende das condições hidrológicas e da demanda do sistema. 2. CUSTOS De quanto foi o custo das instalações de Angra 2? Segundo o Balanço Anual (2010) da Eletronuclear, publicado no dia 01/06/2011, no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, o custo bruto de construção das instalações de Angra 2, atribuído à Eletronuclear, foi de R$ ,00 realizado até 31 de dezembro de Analise o custo/benefício da conclusão de Angra 2. Setenta por cento dos investimentos totais da Usina haviam sido realizados quando a montagem de Angra 2 foi retomada. Os custos para concluí-la eram menores do que qualquer outra alternativa de construção de usina que viesse a gerar MW, sendo que os MW de Angra 2 equivalem a uma potência nominal de uma hidroelétrica de MW, porque oferece, ao longo do ano, maior quantidade de energia firme, isto é, não sujeita a condições hidrológicas desfavoráveis. Desse modo, o investimento para o término de Angra 2 foi uma decisão correta e proporcionará retorno tanto do ponto de vista energético quanto financeiro. A montagem e o comissionamento foram realizados em tempos compatíveis com os prazos praticados em usinas alemãs similares e mais recentes. Ou seja, quando a empresa contou com recursos assegurados para as obras, a Usina Angra 2 foi concluída em um prazo compatível com o tempo gasto em usinas do mesmo porte. A fase de comissionamento foi menor que a das usinas alemãs similares a Angra 2. Qual o custo de produção de Angra 2? O custo de produção de uma usina é constituído pelo seu custo de O&M (Operação e Manutenção) e do combustível. O custo de produção de Angra 2 (em 31/12/2010) foi de R$ 69,92/MWh, sendo R$ 51,31/MWh de O&M e R$ 18,61/MWh de combustível. 26

41 Qual o valor gasto com a compra de equipamentos de Angra 2? Os equipamentos de Angra 2 estão registrados pelo valor de R$ mil (3 bilhões, 950 milhões e 91 mil reais. 27

42 ANGRA 3 1. POR QUE ANGRA 3? Angra 3, depois de mais de 20 anos, teve suas obras reiniciadas. Como foi essa decisão governamental? O governo, por intermédio do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), aprovou, no dia 25 de junho de 2007, a retomada de Angra 3 e determinou que a Eletrobras e a Eletronuclear conduzissem a retomada da construção da Usina. A mesma resolução estabeleceu que o Ministério de Minas e Energia - MME providenciasse, por meio de consultoria independente, uma avaliação da estrutura e dos componentes dos custos de operação de Angra 3, visando à definição da tarifa de geração de energia elétrica. Tais diretivas ensejaram, basicamente, as seguintes linhas de ações: 1) Reavaliação dos custos para a conclusão do empreendimento: o MME contratou a consultora suíça Colenco Power Engineering AG, cujo relatório final foi emitido em dezembro de A Colenco, em sua conclusão, chegou a valores bem próximos cerca de 1% de diferença em relação às avaliações da Eletronuclear. 2) Revisão do Estudo de Viabilidade para Angra 3: foi criado um Grupo de Trabalho Eletrobras/Eletronuclear, com acompanhamento da Casa Civil da Presidência da República e do MME, com o intuito de revisar os cálculos estimativos da tarifa de equilíbrio para a energia a ser gerada por Angra 3. As conclusões do Grupo de Trabalho basicamente corroboraram os resultados anteriormente apresentados pela Eletronuclear no tocante ao valor da tarifa de venda da energia a ser gerada pela Usina, ao tempo de recuperação do capital a investir e à rentabilidade do projeto. 3) Apreciação legal dos contratos existentes para Angra 3: A Eletronuclear elaborou um relatório gerencial abordando os pontos relevantes de cada contrato e encaminhou ao Grupo de Trabalho composto por representantes da Casa Civil, do MME e da Eletrobras. O Grupo de Trabalho concluiu que os contratos são válidos, devendo, no entanto, serem renegociados respeitando os atuais aspectos legais, comerciais e de mercado. Nesse tocante, até dezembro de 2011, a Eletrobras Eletronuclear: 28

43 a. renegociou o contrato de obras civis com a Construtora Andrade Gutierrez. Parecer do TCU sobre o aditivo do contrato de construção civil: o Tribunal de Contas da União (TCU) revisou a minuta do termo aditivo ao contrato de obras civis (encaminhado ao órgão no início de março de 2009) e autorizou, no dia 22 de julho de 2009, a continuação das obras para a conclusão da Usina contanto que o valor pactuado entre a Eletronuclear e a Construtora Andrade Gutierrez fosse reduzido em aproximadamente R$ 120 milhões. No dia 14 de setembro de 2009, atendendo às determinações do TCU, a Eletronuclear e a Construtora Andrade Gutierrez assinaram o aditivo contratual para a retomada da construção civil de Angra 3. b. concluiu as renegociações de 14 dos 26 contratos de suprimentos e montagens específicas de equipamentos nacionais. Os demais contratos se encontram com as renegociações bem adiantadas, sendo previstas para terminarem até meados de 2012; c. concluiu as renegociações contratuais com a Areva em julho de 2011, tendo sido os contratos assinados no dia 28, com um valor de EUR 314,6 milhões para a execução de serviços de engenharia e atividades de coordenação de projeto e de EUR 735,1 milhões para suprimentos de equipamentos e materiais, incluindo nesse último EUR 90,0 milhões para o fornecimento de sobressalentes e peças de reposição. Quais os argumentos técnicos que referendaram a decisão do CNPE de concluir Angra 3? O consumo de energia elétrica no Brasil continua apresentando elevada taxa anual de crescimento, em geral superior ao crescimento do PIB, caracterizando elevada elasticidade. Tal fato se intensifica à medida que se melhora a renda das populações mais pobres e o país alcança maturidade no seu desenvolvimento econômico e social. A análise do horizonte vindouro, conforme os estudos do Plano Decenal, indica que a opção nuclear será necessária para o atendimento do mercado de energia elétrica nacional a partir da segunda metade da década de A sua retirada do programa, no horizonte decenal, exigiria a inclusão de usinas térmicas a gás 29

44 natural, que não seria uma solução adequada devido às dificuldades da garantia do suprimento do combustível, à perspectiva de elevação do seu custo e à dependência energética do país da importação do gás natural. Estudos governamentais consideram crescimento do PIB de 4%, enquanto que o atual esforço do governo, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prevê um PIB crescendo à taxa média de 5% ao ano, o que acarretará um acréscimo adicional do mercado de energia elétrica e, em consequência, maior oferta de geração para fazer face a essa nova demanda. E o processo de licenciamento ambiental, como se deu? No que se refere aos aspectos ambientais, a Usina já obteve todas as autorizações necessárias. No dia 23 de julho de 2008, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a Licença Prévia nº 279/08 da Usina Angra 3 e, no dia 5 de março de 2009, o órgão emitiu a Licença de Instalação nº 591/09, autorizando o início das obras da Usina Angra 3. A licença é válida por um período de seis anos, observadas as seis condicionantes gerais e as 45 específicas discriminadas no documento. Entenda o processo De acordo com a legislação ambiental estabelecida em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente Conama, a construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de estabelecimentos e atividades que utilizem recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, ou ainda capazes de causar degradação ambiental, dependem de licenciamento ambiental, que tem três fases distintas: I - Licença Prévia (LP) concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. II - Licença de Instalação (LI) autoriza a instalação do empreendimento ou da atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. 30

45 III- Licença de Operação (LO) autoriza a operação da atividade ou do empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinadas para a operação. Tais licenças são emitidas pelo Ibama, que é o órgão do governo federal responsável pelo licenciamento ambiental de empreendimentos industriais de grande porte. O licenciamento ambiental de um empreendimento tem por base um amplo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA). Os dois documentos identificam os possíveis impactos ambientais, socioculturais e econômicos que possam resultar da instalação do empreendimento, e propõem medidas mitigadoras, bem como compensatórias, na forma de benefícios para a comunidade. O EIA e o RIMA de Angra 3 foram submetidos ao Ibama em maio de No dia 27 de abril de 2007, o órgão divulgou no Diário Oficial da União o seu recebimento. Cópias dos dois documentos foram disponibilizadas para consulta em diversas localidades. Após análise do EIA/RIMA, foram promovidas audiências públicas sobre o empreendimento nos municípios de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro cidades dentro da área de influência do empreendimento, nos dias 19, 20 e 21 de junho de 2007, respectivamente, e, em complementação às anteriores, convocou-se uma quarta audiência pública no município do Rio de Janeiro, realizada no dia 26 de novembro de O empreendimento de Angra 3 foi também discutido com as comunidades circunvizinhas à Central Nuclear em 17 reuniões prévias, realizadas pela Eletronuclear, nesses municípios. No entanto, o processo de licenciamento de Angra 3 foi paralisado por uma decisão liminar da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis (RJ) à ação civil pública promovida pelo Ministério Público Federal (MPF). A ação pedia a nulidade das audiências públicas já realizadas. Tal ação alegava que não houve observância a todas as formalidades legais na condução das audiências, como, por exemplo, o descumprimento do prazo regulamentar para a realização do evento, ferindo os princípios legais de publicidade e transparência. A Eletronuclear, na ocasião, recorreu da decisão por entender que foi atingido o objetivo de dar publicidade e conhecimento das audiências ao público, pela distribuição de cópias do EIA e do RIMA e pela realização de uma ampla 31

46 campanha de divulgação por ocasião das mesmas. Entretanto, a empresa decidiu participar do novo ciclo de debates por entender que seria uma nova oportunidade de a empresa expor seu empreendimento e tirar possíveis dúvidas da população. No dia 25 de janeiro de 2008, foi publicado, no Diário Oficial da União, edital do Ibama informando que, em atendimento à legislação vigente e à decisão liminar do Juízo da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis, promoveria novas audiências públicas relativas ao licenciamento ambiental do empreendimento nos municípios de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro. Essas audiências foram realizadas nos dias 25, 26 e 27 de março de 2008, respectivamente. Em atendimento à solicitação do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado de São Paulo Consema, o Ibama promoveu também, no dia 28 de março, uma audiência suplementar em Ubatuba (SP). Todas as audiências públicas foram consideradas válidas pelo Ibama. As atas dos encontros, que fazem parte de um Relatório Final, emitida para cada audiência, foram encaminhadas para o órgão ambiental e demais entidades envolvidas. Além da licença do Ibama, que outras autorizações são necessárias para a efetiva retomada das obras de Angra 3? Licenciamento nuclear: Para a retomada das obras da Usina, também é necessária a autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Até dezembro de 2011 foram emitidas as seguintes licenças: 1ª Licença Parcial de Construção Concedida em 09 de março de Autoriza a execução do concreto de regularização da cava de fundações e a impermeabilização das fundações dos prédios nucleares; 2ª Licença Parcial de Construção Concedida em 11 de março de Autoriza a execução de estruturas não nucleares, fora do Caminho Crítico do Cronograma de Implantação, tais como: o Edifícios de Administração Principal, Auxiliar e Portaria Principal (UYA, UYB e UYF); o Oficina Fria e Depósito Convencional (UST); o Almoxarifado Eletromecânico e Estação de Tratamento de Esgoto (4USU e UGV); o Tanques Coletores e Separadores de Óleo (1UGX e 2UGX); o Bases dos Transformadores Reservas (BAT e BBT). 32

47 3ª Licença Parcial de Construção Concedida em 29 de março de Autoriza a construção do edifício da turbina (UMA); Licença de Construção Concedida em 25 de maio de Com condicionantes, autoriza os serviços de obras civis para Angra 3; Autorizações para concretagem (período de maio/2010 a dezembro/2011): o 31/maio/2010: Laje de fundação do edifício do reator (UJB); o 27/setembro/2010: Laje de fundação do edifício de controle (UBA); o 15/outubro/2010: Laje de fundação do edifício auxiliar do reator (UKA); o 08/dezembro/2010: Base de sustentação da esfera de contenção do edifício do reator (UJB); o 10/janeiro/2011: Paredes e pilares até elevação +1,74m do edifício de controle (UBA); o 26/janeiro/2011: Paredes secundárias abaixo da estrutura da calota esférica inferior do edifício do reator (UJB); o 01/março/2011: Parede cilíndrica externa entre as elevações -0,85m e +14,15m do edifício do reator (UJB); o 20/abril/2011: Estrutura das galerias de água de refrigeração (PAB); o 03/maio/2011: Laje da elevação +1,74m do edifício de controle (UBA); o 03/maio/2011: Paredes cilíndricas até elevação +11,10m / Paredes radiais entre R=23,6m e 29,6m / Laje da elevação +3,65m do edifício do reator (UJB); o 08/junho/2011: Lajes e vigas das elevações +7,15m e +11,15m do edifício do reator (UJB); o 09/junho/2011: Lajes das elevações +1,80m, +2,10m e +2,45m e paredes de concreto armado do edifício do reator (UJB); o 22/junho/2011: Elementos localizados entre as elevações -3,85m e -0,85m do edifício auxiliar do reator (UKA); o 01/agosto/2011: Elementos localizados entre as elevações -0,85m e a face inferior das lajes e vigas da elevação +5,05m do edifício auxiliar do reator (UKA); o 15/agosto/2011: Elementos localizados entre as elevações +1,74m e +5,15m e lajes em concreto armado situadas na elevação +5,15m do edifício de controle (UBA); o 29/agosto/2011: Laje de fundação entre as elevações -5,45m e +0,35m / Paredes e vigas elevações -4,10m e +0,35m / Lajes de 33

48 elevações -1,35m e + 0,30m do edifício de alimentação de emergência (ULB); o 20/setembro/2011: Laje de fundação da estrutura de tomada d água de refrigeração principal (UPC); o 30/setembro/2011: Vigas, paredes e pilares entre as elevações +5,15m e as cotas de fundo das lajes situadas nas elevações +8,15m e +8,45m do edifício de controle (UBA); o 23/dezembro/2011: Parede cilíndrica externa (parede 1100 contenção de concreto) entre as elevações +14,15m e +18,45m do edifício do reator (UJB); o 28/dezembro/2011: Câmara de compensação para o PEB (2/3 UQZ) e parte engrossada dos pilares de sustentação entre a laje de fundação e a elevação +4,80m do compartimento de válvulas do vapor principal e água de alimentação (UJE). Alvará de Licença para Construção ( licença de uso de solo ) A Eletrobras Eletronuclear recebeu, no dia 24 de junho de 2009, sendo posteriormente renovado em 31 de maio de 2010, o Alvará da Prefeitura de Angra dos Reis que concede a licença municipal para a construção da Usina Angra 3. A licença foi expedida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Angra dos Reis e havia sido requerida pela empresa no dia 6 de agosto de Essa licença estava condicionada às negociações com a prefeitura sobre as compensações socioambientais a serem aplicadas em contrapartida à instalação da Usina. No dia 5 de outubro de 2009, a companhia e a administração municipal assinaram um termo de compromisso, formalizando o acordo. Em seis anos serão investidos cerca de R$ 350 milhões em Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro, nas áreas de educação, saúde, defesa civil, ação social, obras e serviços públicos, atividades econômicas, água e esgoto, cultura e meio ambiente. Qual o prazo para que a Eletrobras Eletronuclear entregue o Relatório Final de Análise de Segurança (RFAS) de Angra 3? Para que a empresa receba a Autorização para Operação Inicial (AOI), o RFAS deverá ser entregue até dois anos antes da solicitação desta. Dessa forma, para receber a autorização ao final de 2015, conforme estabelecido no cronograma, a empresa terá que entregar o RFAS ao final de

49 A decisão sobre Angra 3 não deveria ter sido apreciada pelo Congresso Nacional? A obra para a construção de Angra 3, que começou em 1984, foi autorizada pelo Decreto Presidencial n.º /75, procedimento legal em vigor à época. Portanto, não seria aplicável a Angra 3 a exigência prevista no artigo 225, 6º, da Constituição Federal de Entretanto, o MPF defendeu a tese de que o Ibama não poderia prosseguir no processo de licenciamento ambiental sem que houvesse, previamente, a lei específica autorizando a localização do empreendimento, de acordo com a Constituição Federal. Independentemente dessa controvérsia legal, o fato é que os trabalhos desenvolvidos pelo Ibama quanto ao licenciamento ambiental foram imprescindíveis como medida preliminar para que fossem analisados os aspectos relativos ao impacto ambiental. Não seria, portanto, razoável o Congresso aprovar uma lei que autorizasse a localização de uma usina nuclear sem ter garantia da viabilidade ambiental do local onde ela será instalada. Garantia essa que somente pode ser dada pela Licença Prévia, após o Ibama ter analisado o EIA/RIMA do empreendimento e realizado as audiências públicas previstas na legislação aplicável. Nesse sentido, já decidiu o TRF da 2ª Região, a saber: De fato, a CRFB/88 exige a autorização do Congresso Nacional para a instalação de usinas nucleares. Estabelece, também, que lei federal deverá determinar o local em que as mesmas deverão ser instaladas. IV Cumpre registrar, todavia, que o planejamento para a efetivação do empreendimento Angra 3 se iniciou muito antes da ordem constitucional atual. Registre-se, também, que consoante a CRFB/67, emendada em 1969, a autorização para instalações nucleares se dava sob a forma de decreto presidencial. Dessa maneira, no ano de 1975, nos exatos termos constitucionais, o então presidente da República, por meio do Decreto n.º , autorizou a estruturação de uma terceira unidade de usina nuclear (fl. 85). V Verifica-se, assim, que o empreendimento em testilha foi iniciado ao tempo da Constituição anterior, que dispensava as exigências de autorização do Congresso Nacional para a construção de usinas nucleares, bem como a disposição sobre a localização das mesmas. VI Deve-se afirmar, dessa maneira, que não há que se falar em caducidade do Decreto n.º /75 em confronto aos preceitos da nova ordem constitucional. E isso porque, analisando a 35

50 jurisprudência do Pretório Excelso, quando o texto constitucional pretender assumir efeito retrospectivo, deve assim se manifestar expressamente. VII Outrossim, ainda que se admita a imprescindibilidade de cumprimento de tais requisitos, entende-se que os mesmos não devem vincular o início do procedimento de licenciamento ambiental. E isso porque é nesse procedimento no qual serão realizados todos os estudos necessários para a efetivação de empreendimento considerado poluidor, estudos esses imprescindíveis ao Congresso Nacional no momento em que for avaliar se deve ou não autorizar o funcionamento do referido empreendimento. VIII Caso contrário, o Congresso Nacional estaria sem qualquer referencial para emitir sua decisão, seja sobre a aprovação da construção da usina, seja sobre o local onde a mesma deverá ser construída. IX Agravo de Instrumento provido. (Des. Reis Friede, 7ª Turma Especializada da 2ª região, Agravo de Instrumento n.º , decisão de 11/04/2007) O próprio texto da Constituição diz: As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. Logo, a lei específica de que trata a Constituição, se aplicável ao caso de Angra 3, refere-se à instalação da Usina e não ao estudo de sua viabilidade ambiental. Certo é que, no processo de licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama, existe a previsão de três licenças (prévia, de instalação e de operação), todas obtidas a partir de uma lógica procedimental específica e legalmente instituída. Por que as obras de Angra 3 foram paralisadas? Uma série de fatores políticos e econômicos contribuíram para a desaceleração do Programa Nuclear Brasileiro. O principal fator foi o forte recrudescimento da crise econômica mundial, com fortes repercussões no Brasil, nas décadas de 1980 e Quando as obras foram paralisadas? Em relação à obra civil, as atividades ocorreram por cerca de dois anos, entre 1984 e 1986, período no qual foram realizados cortes de rocha, aberturas de cavas para blocos de fundação, preparação parcial do sítio e executadas as instalações parciais de infraestrutura do canteiro de obras. 36

51 O material oriundo do desmonte foi utilizado para a construção do molhe de proteção marinha da Baía de Itaorna, local onde se encontra a Central Nuclear. No tocante a equipamentos já adquiridos, destacam-se os componentes importados de grande porte da chamada ilha nuclear, tais como: vaso do reator, Gerador de Vapor, pressurizador, bombas principais de refrigeração, suportes de componentes do circuito primário e, ainda, os principais componentes do chamado circuito secundário, como, por exemplo: turbinas de alta e baixa pressão, bombas principais de água de alimentação e de condensado, além de diversos equipamentos gerais, tipo: estação de válvulas, trocadores de calor, vasos de pressão etc. Tais equipamentos vêm sendo mantidos sob rigoroso esquema de preservação em almoxarifados no próprio sítio da Usina e nas instalações da Nuclep. Quando as obras foram reiniciadas? No dia 31 de maio de 2010, conforme Ofício nº 094/10, a CNEN autorizou o início da concretagem da laje de fundação do edifício do reator da Usina. Considerando o marco zero da obra o início dos trabalhos de concretagem da laje de fundação do edifício do reator, as obras foram formalmente iniciadas no dia seguinte, em 01 de junho de O MPF recomendou a paralisação das obras de Angra 3, solicitando que fosse entregue um relatório final de análise de segurança probabilística, antes do início da construção. Quais medidas foram tomadas para cumprir essa solicitação? Para cumprir a solicitação do MPF a CNEN determinou, através da Resolução nº 77, de 25 de maio de 2010, as seguintes condicionantes: 1. A ELETRONUCLEAR deverá apresentar à CNEN, em até oito meses, o Programa de Análise Probabilística de Segurança (APS), níveis 1 e 2, e implementar integralmente o referido Programa antes da concessão da Autorização de Operação Inicial (item V-b) Em 03 de setembro de 2010, a Areva foi contratada para elaborar o Programa de Análise Probabilística de Segurança (APS) de níveis 1 e 2. Em 28 de janeiro de 2011, foi encaminhada à CNEN a primeira versão do Programa de APS níveis 1 e 2 (SM.G 045/11). Após avaliações, uma 37

52 nova versão do Programa foi encaminhada à CNEN, em 23 de setembro de 2011 (SM.G 528/11). 2. A ELETRONUCLEAR deverá apresentar à CNEN, em até oito meses, as Bases e os Critérios para o Gerenciamento de Acidentes Severos (item V-c). Os relatórios das bases e os critérios do Gerenciamento de Acidentes Severos foram encaminhados à CNEN, em 01 de fevereiro de 2011 (SM.G-051/11). 3. A ELETRONUCLEAR deverá elaborar o Capítulo 19 do RFAS sobre Análise Probabilística de Segurança e Acidentes Severos (item V-d) Por meio da Portaria nº 83, publicada no Diário Oficial da União do dia 14 de setembro de 2010, a CNEN estabeleceu o conteúdo e a abrangência do Capítulo 19, que apresentará, no seu primeiro item, uma descrição da utilização da APS na melhoria do projeto da Usina, bem como outras utilizações em processos orientados por risco. Essa seção ainda deve conter uma avaliação qualitativa da APS, as características preventivas do projeto, e uma análise crítica da operadora em relação à APS níveis 1 e 2 considerando eventos iniciadores internos e a planta operando a plena potência. No item dois, referente à Avaliação de Acidentes Severos, a requerente deverá descrever as características do projeto para prevenir e mitigar acidentes severos. O objetivo é apresentar uma avaliação determinística para mostrar de que forma as medidas preventivas abordariam os seguintes eventos: acidente postulado com falha do desligamento do reator; operação com inventário reduzido; perda de alimentação elétrica; proteção contra incêndio; e acidente de perda de refrigerante por sistemas de interface. Que benefícios Angra 3 trará para o setor elétrico brasileiro? Quando entrar em operação, Angra 3 terá uma potência elétrica de MW e poderá gerar mais de MWh por ano carga suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período. O empreendimento tem várias outras vantagens, que o tornam um dos mais importantes investimentos do setor elétrico brasileiro: Aspectos energéticos e elétricos: 38

53 Alta taxa de geração de energia elétrica com confiabilidade: aproximadamente 10 TWh/ano; Aumento da base térmica do sistema elétrico interligado, contribuindo para a diversificação da matriz energética nacional e reduzindo riscos de déficit de energia elétrica, principalmente por ocasião de regimes hidrológicos menos favoráveis; Ampliação da capacidade de geração do Sudeste, uma região historicamente importadora de energia elétrica, com consequente redução da necessidade de investimentos em transmissão; Melhor desempenho do sistema interligado de transmissão de energia elétrica, com a redução do seu carregamento, devido ao aumento do porte do parque gerador local; Localização privilegiada, próxima a grandes centros consumidores (cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte); Melhoria da confiabilidade do suprimento para as regiões do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Desde o início de sua operação, gerar toda a sua disponibilidade, ao contrário de outras fontes, que levam um longo tempo na fase de instalação das turbinas, quando o número de unidades geradoras é elevado. Aspectos ambientais: Não emissão de gases ou partículas causadores do efeito estufa, de chuva ácida, de poluição urbana ou de alteração na camada de ozônio; Não emissão de materiais particulados e metais cancerígenos e mutagênicos (arsênio, mercúrio, chumbo, cádmio etc.); Não há impactos ambientais decorrentes do alagamento de grandes áreas; Propicia o incremento do conjunto de medidas compensatórias socioeconômicas, que já vêm sendo realizadas na região circunvizinha à Central Nuclear. 39

54 Aspectos econômicos: Aumento de encomendas de componentes na Nuclep (fábrica de equipamentos pesados, especializada nos grandes componentes da chamada ilha nuclear, localizada em Itaguaí, RJ); Aumento de encomendas em fabricantes e fornecedores de equipamentos nacionais, com a consequente criação de empregos; Custos de geração compatíveis com as demais opções de geração; A sua retirada do programa, no horizonte decenal, exigiria a inclusão de usinas térmicas a gás natural, carvão ou óleo. Aspectos do ciclo do combustível nuclear: Aumento da receita proveniente da venda de combustível nuclear, contribuindo para a economia de escala da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), fabricante do combustível nuclear; Completa nacionalização do combustível nuclear, com a utilização do processo industrial de enriquecimento isotópico por ultracentrifugação, desenvolvido de forma pioneira pela Marinha do Brasil; Utilização de combustível nacional urânio existente e beneficiado no país, fazendo uso de suas reservas, que são a 6ª maior do mundo, sem as implicações de necessitar de suprimento externo. Aspectos industriais e tecnológicos: Consolidação de uma tecnologia de ponta, com elevado conteúdo estratégico; Aproveitamento e não dispersão de valioso capital humano, altamente especializado e formado durante a implantação do Programa Nuclear Brasileiro; Fortalecimento do sistema de ciência e tecnologia existente, através de programas conjuntos e consultorias específicas em universidades e centros de pesquisas, com criação de demanda para a formação e a qualificação profissional com um programa de tecnologia multidisciplinar; 40

55 Fortalecimento da indústria nacional como fornecedora de equipamentos de alta tecnologia, aumentando o seu poder de competição no mercado internacional; Aumento da massa crítica de conhecimentos no setor nuclear brasileiro, permitindo futuras propostas de programas de centrais de menor porte para regiões que não disponham de potencial hidráulico competitivo; Geração e consolidação de empregos qualificados na indústria, em empresas projetistas e centros de pesquisas. Aspectos regionais na área de influência da CNAAA: Incremento na arrecadação de impostos e nas atividades econômicas regionais; Altos investimentos socioeconômicos e ambientais na região da central nuclear e a adoção de Unidades de Conservação Ambiental; Desenvolvimento e melhoria da infraestrutura local e regional, através da implantação dos programas compensatórios acordados especificamente para a implantação do empreendimento, incluindo a melhoria da rede rodoviária, a implantação de hospital regional e o treinamento de pessoal das administrações municipais; Oportunidade de criação de cerca de postos diretos e indiretos de trabalho no período de maior movimentação no canteiro de obras da Usina. Já na fase de operação de Angra 3, estima-se que serão criados cerca de 500 empregos diretos permanentes; Consolidação da política de implementação de parcerias regionais entre a Eletrobras Eletronuclear e os municípios vizinhos, nas áreas de saúde, educação, saneamento, infraestrutura, preservação ambiental, cultura e patrimônio histórico. Preservação e melhoria do meio ambiente local e regional através do apoio à implantação de projetos ambientais associados à manutenção de áreas de preservação e geração de renda. 41

56 2. DADOS TÉCNICOS Angra 3 é uma usina de última geração? Não. A usina de última geração similar a Angra 3 é Olkiluoto 3, na Finlândia. Ocorre que, ao longo da construção de Angra 2 e do projeto de Angra 3, diversas melhorias técnicas foram introduzidas no projeto, notadamente aquelas oriundas do design das usinas da série Konvoy, que se colocam entre as de melhor desempenho operacional no mundo. Dessa forma, Angra 2 e Angra 3 refletem, hoje, o atual estado da técnica em termos de centrais nucleares PWR de sua geração. Qual será o tipo de reator de Angra 3? O reator de Angra 3 será idêntico ao de Angra 2, do tipo PWR, com projeto da Siemens/KWU, atual Areva NP. Qual será a potência nominal da Usina? A potência elétrica (bruta) de Angra 3 será de MW. Por que no cronograma da Aneel Angra 3 aparece com MW de potência, já que no projeto da Usina a potência será de MW? A potência do projeto original de Angra 3 (assim como de Angra 2) é de fato MW. Sucede que, a partir de testes operacionais em Angra 2, se constatou a real viabilidade e a pertinência de aumentar a potência da Usina para MW. Tal alteração demandará investimento de pequena monta, quando comparado aos benefícios de uma maior geração por parte de nossas usinas. No momento, a Eletronuclear está desenvolvendo uma série de estudos com vistas a homologar esse novo valor (1.405 MW) para Angra 2. Os mencionados estudos englobam testes operacionais e uma revisão em nossos Estudos de Análise de Segurança da planta. É intenção da Eletrobras Eletronuclear, tão breve os estudos sejam concluídos, homologar esse novo valor na Aneel, no ONS, na CNEN etc. Tendo em vista que Angra 3 é uma usina similar e quase idêntica a Angra 2, os estudos já então desenvolvidos para Angra 2 servirão para Angra 3. 42

57 Especificamente quanto à Aneel, mensalmente é emitido um relatório informando àquele órgão sobre o andamento das obras de Angra 3. Nesse relatório já é informado que a potência de Angra 3 é MW. Já foi determinada a garantia física de energia de Angra 3? O MME, por meio da Portaria Nº. 12/2010, estabeleceu a garantia física de energia da Usina Termonuclear Angra 3. Para a Usina, com potência instalada de MW, foi estabelecida uma garantia física de 1.214,2 MW médios, correspondente a mais de MWh em 1 ano energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período. Segundo a Portaria, no cálculo já foram considerados o consumo próprio e as perdas elétricas até o ponto de conexão à Rede Básica na Subestação de 500 kv em Angra dos Reis. Quais são as diferenças entre Angra 2 e Angra 3? As divergências entre os projetos se referem, principalmente, à necessidade de adequações, determinadas por diferenças específicas entre as duas plantas, como, por exemplo: Terreno: Angra 2 foi construída sobre estacas, em virtude das características do local onde foi edificada, e Angra 3 será sobre rocha. Sistema de Instrumentação e Controle: Enquanto Angra 2 ainda utiliza um sistema analógico, Angra 3 usará as técnicas digitais de última geração. Como será o Sistema de Instrumentação e Controle de Angra 3? Os sistemas de Instrumentação e Controle (I&C) a serem usados em Angra 3 manterão os mesmos princípios funcionais do projeto básico de Angra 2. Com o avanço tecnológico, os sistemas de I&C a serem utilizados na nova usina se basearão no estado da arte da tecnologia digital e em softwares qualificados, já em uso em várias outras usinas nucleares no mundo, tais como Tianwan, na China (em operação), e Olkiluoto 3, na Finlândia (em construção). Para a realização das mesmas funções do projeto de Angra 2, de uma forma geral, a I&C utilizará menos equipamentos, haverá a redução do número de armários eletrônicos no prédio de controle, assim como uma menor quantidade de cabos será necessária, graças à utilização intensa de softwares para a realização de monitoração, supervisão e controle da Usina. Na Sala de Controle, onde será 43

58 feito uso intenso de computadores, os painéis de controle também terão sua quantidade reduzida em relação a Angra 2. A adoção da Sala de Controle Digital vai melhorar a comunicação e o nível de informação para os operadores, sendo mais concisa e mais facilmente acessível. A visualização em telões, bastante flexíveis e podendo apresentar diferentes diagramas e detalhes, permite, dessa forma, uma resposta mais rápida do operador, colocando Angra 2 entre as mais modernas usinas do mundo. Devido a essa nova tecnologia, o treinamento dos operadores será realizado em um novo simulador baseado na própria Sala de Controle Digital de Angra 3. Cabe ressaltar que o treinamento de um operador, licenciado pela CNEN, dura em média quatro anos e o mesmo já deve estar preparado para a fase de comissionamento da Usina. Qual será a área construída de Angra 3? Cerca de m². Qual o progresso físico atual de Angra 3? O empreendimento apresenta um progresso total de 39% até dezembro de 2011, sendo que para engenharia o progresso corresponde a 39%, para suprimento nacional 13%, para a montagem da esfera de contenção 22% e para construção civil 33%, sendo 28% do volume total de concreto estrutural já executado. Qual o cronograma para a conclusão da Usina? Como Angra 3 será uma usina quase gêmea de Angra 2, grande parte do projeto de engenharia de Angra 2 está sendo utilizada para Angra 3, havendo, assim, um enorme aproveitamento dos documentos técnicos já desenvolvidos. De qualquer forma, o cronograma executivo de Angra 3 prevê 66 meses para a sua implantação, englobando as atividades de engenharia, suprimento, construção civil, montagem eletromecânica, comissionamento e testes préoperacionais. Esse prazo se inicia com os trabalhos de concretagem da laje de fundo do edifício do reator e se encerra com o fim dos testes de operação e potência da planta. Antecedendo à fase de concretagem, no entanto, foram executadas diversas atividades preliminares de engenharia e instalação da infraestrutura do canteiro de obras. 44

59 A obra de Angra 3 tem os seguintes quantitativos: - Área do Sítio de Angra m 2 - Perímetro do Sítio de Angra m - Concreto m 3 - Aço t - Embutidos t - Pintura m 2 - Equipamentos t - Documentos para fabricação de spools/suportes un - Tubulação pré-fabricada t - Tubulação montada no campo t - Dutos de ventilação m - Componentes de ventilação un - Isolamento térmico aplicado m 2 - Cabos de força lançados km - Cabos de Instrumentação e controle km - Conexões un - Bandejas de cabos montadas t - Disjuntores instalados un 3. CUSTOS e INVESTIMENTOS Quanto foi gasto para a preservação de Angra 3 durante o período de paralisação das obras? A manutenção da condição de obra paralisada, incluindo estocagem e preservação dos equipamentos, seguros, inspeções periódicas, manutenção do canteiro e estrutura empresarial voltada para essas atividades e perspectiva de retomada, monta a aproximadamente US$ 20 milhões/ano. A experiência com Angra 2, cujos componentes, analogamente a Angra 3, também estiveram armazenados por longo período, demonstrou que as unidades de preservação e a inspeção final nos equipamentos, previamente à sua montagem, proporcionam a manutenção de elevado padrão de desempenho dos equipamentos. 45

60 Quanto já foi investido, até hoje, em compra de equipamentos e na construção da Usina Angra 3? Quanto será necessário investir para a conclusão da Usina? A valoração dos equipamentos já adquiridos para Angra 3 monta a cerca de EUR 600 milhões (equivalentes a US$ 750 milhões na base de preços de janeiro de 1999). Para a conclusão do empreendimento, são estimados investimentos adicionais da ordem de R$ 9,9 bilhões (na base de preços de junho de 2010), sendo 70% desses gastos a serem efetuados no Brasil. Como se explica o aumento do orçamento? Em junho de 2009, era de R$ 8,4 bilhões e, um ano depois, passou para R$ 9,9 bilhões? O aumento no orçamento é devido à atualização monetária (inflação), ao incremento do valor real em razão do aquecimento do mercado, aos maiores investimentos socioeconômicos e ambientais necessários para o atendimento às condicionantes do licenciamento ambiental e ao aumento do escopo dos serviços de engenharia no mercado nacional, fruto de novos cálculos solicitados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear. Quem fará o investimento para a construção de Angra 3, o grupo Eletrobras ou algum agente privado? O projeto financeiro de Angra 3 considera que parte do investimento virá de empréstimos com bancos estrangeiros para o financiamento de serviços estrangeiros de engenharia e aquisições de equipamentos no mercado internacional. O restante, em empréstimos da Eletrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a aquisição de bens e serviços nacionais. Até 2011 foi investido R$ 1,4 bilhão no empreendimento, entre custos diretos e indiretos. Em 2012, o plano da Eletronuclear é investir R$ 2,07 bilhões em Angra 3. Esses financiamentos já foram solicitados? O financiamento para o empreendimento já está estruturado. O contrato de financiamento com o BNDES para encomendas a serem feitas no mercado nacional foi assinado no final de fevereiro de Até dezembro de 2011 já foram disponibilizados R$ 542 milhões, que cobrirão gastos previstos na compra 46

61 de máquinas e equipamentos e na contratação de serviços nacionais. Esse montante representa 9% do empréstimo, de R$ 6,1 bilhões. Além dos recursos do BNDES, a empresa conta com um financiamento de R$ 890 milhões da Eletrobras, oriundos do fundo da Reserva Global de Reversão (RGR), cujos saldos devem ser aplicados no próprio setor elétrico. Desse montante, até dezembro de 2011 foram liberados R$ 594 milhões (67% do total) em três parcelas disponibilizadas em fevereiro, agosto e dezembro de A cobertura dos serviços de engenharia e aquisições de equipamentos no mercado internacional, cerca de 1,3 bilhão de euros, será suportada por financiamento internacional, cujo processo está sendo conduzido pela Eletrobras. O Hermes, agência alemã de seguro ao crédito de exportação, deu seu aval para a concessão desse financiamento, com cobertura válida até setembro de A expectativa é que o Congresso Nacional analise, ainda no primeiro semestre de 2012, a contratação do mesmo. A Eletrobras selecionou um consórcio de bancos liderado pelo francês Société Générale para financiar essa parcela do empreendimento. Com decisão da Alemanha de desligar suas usinas há risco de o governo alemão não autorizar o crédito de exportação à Areva e o projeto da usina nuclear ser interrompido? O aval da agência alemã de seguro ao crédito de exportação (Hermes) é altamente desejável. As negociações entre a Eletronuclear e a Areva, referentes ao contrato para o fornecimento de equipamentos importados e para a prestação de serviços de engenharia estrangeira para Angra 3, não preveem necessariamente a obrigatoriedade de vinculação com aquela agência governamental. Portanto, não há riscos de a construção de Angra 3 vir a ser interrompida, caso o Hermes venha a não conceder suas garantias para o financiamento em moeda estrangeira e para a aquisição de equipamentos no mercado alemão. A indústria brasileira pode cobrir a montagem de Angra 3? A recente experiência com a montagem eletromecânica de Angra 2 vem demonstrar a capacidade brasileira na montagem de empreendimentos dessa natureza. Todas as atividades foram executadas por empresas brasileiras, sob a supervisão e o controle técnico da própria Eletronuclear, sendo a participação 47

62 estrangeira voltada apenas para atividades nas quais aspectos contratuais assim o determinavam. Quanto ao suprimento de equipamentos para Angra 3, a indústria nacional terá participação ativa, através da colocação de encomendas no valor de cerca de R$ 1,6 bilhão. Qual é o grau de nacionalização previsto para Angra 3? Em Angra 2, foi de 50,4%. Para Angra 3 a previsão é que seja um pouco mais, algo em torno de 54%. Já para as usinas nucleares pós-angra 3 a meta é de 75%. O que é Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Usinas Nucleares (Renuclear) e de que forma ele beneficia Angra 3? Em dezembro de 2010 foi aprovada a Medida Provisória 517, posteriormente convertida na lei nº /2011, que isenta de Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI, e Imposto de Importação, II, equipamentos e materiais utilizados em projetos aprovados pelo Ministério de Minas e Energia para a construção de usinas nucleares. O Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Usinas Nucleares (Renuclear) se aplica a projetos aprovados até dezembro de 2012, e estabelece que a isenção de IPI será para a aquisição de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos novos adquiridos no mercado interno ou externo, assim como de materiais de construção ou incorporação em obras de infraestrutura destinadas ao ativo imobilizado e que a isenção de II será para a aquisição de bens no exterior sem similar nacional. A construção da Usina Nuclear Angra 3 é beneficiada pela medida. As empresas que se envolverem na construção da usina, orçada em R$ 9,9 bilhões, terão um significativo alívio fiscal. Com o Renuclear, a Eletrobras Eletronuclear espera reduzir em aproximadamente R$ 700 milhões os custos de sua construção. Já foi escolhido o modelo de comercialização de Angra 3? Sim. O Ministério de Minas e Energia (MME), por meio da Portaria Nº 980, de 21 de dezembro de 2010, que revogou a Portaria Nº 586 de 23 de junho de 2010, autorizou a celebração de Contrato de Energia de Reserva - CER entre a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCEE e a Eletronuclear para 48

63 contratação de até MW médios de Energia de Reserva proveniente da Usina Angra 3, na modalidade por quantidade de energia. O prazo contratual de suprimento da Energia de Reserva será de 35 anos, com início de entrega em 1º de janeiro de Fica estabelecido também por essa Portaria que o preço da Energia de Reserva contratada, será de R$ 148,65 por MWh, nos termos do art. 2º da Resolução CNPE nº 3, de 25 de julho de A Eletronuclear e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) assinaram, no dia 26 de agosto, o Contrato de Venda de Energia de Reserva (CER) para a comercialização de MW médios provenientes da Usina Nuclear Angra 3. O prazo de suprimento contratual será de 35 anos com início em 1º de janeiro de 2016 e o ponto de entrega será no submercado Sudeste/Centro-Oeste, onde está localizado o empreendimento. O preço de venda da energia contratada, na modalidade por quantidade de energia, será de R$ 148,65/MWh (base setembro de 2009), conforme fixado anteriormente pela Portaria do MME nº 980, de 21 de dezembro de Numa simulação com ajuste do preço de venda até dezembro de 2011, o contrato renderia, por ano, R$ 1,75 bilhão à Eletronuclear o que significaria aproximadamente 90% do atual faturamento/ano de Angra 1 e Angra 2. O preço da energia gerada por Angra 3 não será alto demais, na comparação com as outras fontes? A título de comparação, no leilão A-3 de energia nova realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em 27/08/2009, mesmo ano em que foi definido o Preço de Venda da Energia de Angra 3, o preço médio de venda de energia alcançado pelas usinas térmicas foi de R$ 144,60 por megawatt hora, evidenciando a viabilidade econômica da opção nuclear. 4. MÃO DE OBRA Das pessoas que trabalharam na construção de Angra 1 e Angra 2, quantas eram da região e quantas vieram de fora? A Eletronuclear vai priorizar a contratação de trabalhadores dos municípios vizinhos à Central Nuclear durante a construção de Angra 3? 49

64 A Eletronuclear não tem informações precisas quanto aos números de trabalhadores contratados durante a construção de Angra 1, já que os apontamentos dessa época ficaram sob a responsabilidade de Furnas. Pode-se afirmar que foi muito pequeno o número de pessoas da região de Angra dos Reis e arredores trabalhando na obra, perante o fato de que no ano em que foi construída não havia disponibilidade de mão de obra qualificada local para atender aos requisitos inerentes à implantação de uma usina nuclear. Em momentos de pico a empresa chegou a ter cerca de 5 mil pessoas em seus alojamentos. No caso de Angra 2, a situação já foi diferente. Devido às contratações locais para as atividades de paradas de Angra 1, já havia uma qualificação da mão de obra regional, razão pela qual foi possível a contratação de pessoal dos municípios circunvizinhos à Central Nuclear (vide tabela abaixo). Na época da construção de Angra 2, inclusive, a Eletronuclear não forneceu alojamento para os trabalhadores cuja qualificação existisse na região. Em geral, estima-se que para Angra 3 o índice de participação de mão de obra da região será superior ao utilizado em Angra 2. A empresa vem dando prioridade à mão de obra local. Para isso, não oferecu qualquer benefício ou concessão (alojamento, transporte etc.) para os trabalhadores de fora, visando a incentivar, assim, a contratação de profissionais locais. Caso as empresas empreiteiras contratem gente de fora, elas terão de arcar com o ônus de alimentação, transporte e alojamento desse pessoal. Geração de Empregos Até empregos diretos e indiretos durante a construção. Cerca de 500 empregos diretos na fase de operação. Geração de e mpre gos na c ons truçã o civil e montage m de Angra 2 CNO Construtora Norberto Odebrecht UNAMON Consórcio de Montagem Nuclear Angra...63% Paraty % Rio Claro/Lídice...8% Volta Redonda/Barra Mansa...7% Outras...20% Total Angra...44,5% Paraty...1,5% Rio Claro/Lídice...4% Volta Redonda/Barra Mansa...13% Outras...37% Total 50

65 Quantos trabalhadores já foram contratados para a obra? A construção de Angra 3 está permitindo a criação de novos empregos, movimentando o mercado de trabalho da região da Costa Verde. A Construtora Andrade Gutierrez responsável pelas obras civis, no final de dezembro de 2011, contava com um efetivo de aproximadamente empregados, sendo que cerca de 80% são moradores dos municípios de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro coerente com a política da empresa de priorização da mão de obra local. Esse efetivo deve aumentar? Sim. Esse efetivo deve aumentar nos quatro primeiros anos da obra. Estima-se que, em média, serão necessários, somente para atender aos serviços da construção civil, um efetivo de trabalhadores, podendo chegar a 4 mil nos momentos de pico (entre o 2º e o 3º ano). Além destes, os serviços de montagem eletromecânica, que serão iniciados no segundo ano da obra, empregarão 4 mil funcionários, de modo que as obras da Usina, ao longo de 5,5 anos de implantação, mobilizarão, em média, cinco mil empregos diretos com picos que poderão alcançar nove mil colocações no período de maior movimentação no canteiro. Qual será o perfil da mão de obra requerida para Angra 3? As fases de viabilização da construção de um empreendimento nuclear como Angra 3 passam por projeto, construção civil, suprimento de materiais e equipamentos, montagem eletromecânica, comissionamento (testes) e, por fim, a operação da Usina. A construção de Angra 3 e a montagem dos equipamentos serão executadas com participação preponderante de técnicos e profissionais brasileiros. Nesse primeiro momento, a demanda maior é por carpinteiros de fôrmas, pedreiros, montadores de andaime, armadores e ajudantes. Até o momento mais de 80% do pessoal contratado são moradores da Costa Verde, coerente com a política da empresa de priorização da mão de obra local. Já os serviços de instalação e de montagem dos equipamentos eletromecânicos que mobilizarão novos trabalhadores serão objeto de futura licitação, cujo edital está em fase final de elaboração e deve ser divulgado em breve. Para atender ao início desses serviços, serão requisitados profissionais com 51

66 qualificação, tais como: eletricistas, montadores, instrumentistas, encanadores, ajudantes, pintores etc. A mesma política de priorização será adotada, somente buscando profissionais fora da região quando comprovadamente não houver disponibilidade local. Normalmente, as empresas contratadas para a execução das obras civis e montagem eletromecânica fazem um mixing com pessoal experiente, advindos do envolvimento prévio na execução de obras similares, e pessoal inexperiente, que é submetido a treinamento pelas próprias empresas contratadas. A maior participação de estrangeiros se dará somente na fase de comissionamento de equipamentos e sistemas da Usina, ou seja, na fase de testes, cabendo à empresa franco-alemã Areva a complementação do fornecimento de parte dos equipamentos, não disponível no mercado nacional, e o suporte técnico de alguns serviços específicos de supervisão de montagem e de engenharia. Já para a fase de operação da Usina, serão necessários cerca de 500 empregos diretos permanentes, cuja seleção se dará por meio de concurso público. As principais categorias contratadas serão: operadores, mecânicos, eletricistas, instrumentistas, químicos, engenheiros e físicos. Esse pessoal, ao ser admitido na Eletronuclear, é submetido a longo período de treinamento que pode, em alguns casos, durar até cinco anos. Esses treinamentos são desenvolvidos pela Eletronuclear no seu Centro de Treinamento situado na Vila de Mambucaba, próximo à Central Nuclear. 5. ACORDO Angra 3 está prevista no acordo bilateral Brasil-Alemanha? Sim. A Eletrobras estabeleceu, em 1974, um programa para a construção de oito usinas nucleares. Com base nesse programa foi assinado, em 1975, o acordo nuclear entre os dois governos. Nos seus anexos foram citadas nominalmente Angra 2 e Angra 3. Hoje esse acordo foi substituído pelo acordo por troca de notas ao acordo entre o Brasil e a Alemanha sobre Cooperação no Setor de Energia com foco em Energias Renováveis e Eficiência Energética, pelo qual as partes assumem o compromisso de respeitar o acordo dos usos pacíficos de energia nuclear (de 52

67 27/6/1975) e demais convenções sobre o assunto, cuja celebração e entrada em vigor ocorreram em 14 de maio de Com o reposicionamento da Alemanha em relação à energia nuclear, o governo alemão ainda apoia a manutenção desse acordo? O apoio do governo alemão foi concretizado com a autorização à agência governamental alemã de seguro ao crédito de exportação, Hermes, para que esta dê o suporte necessário às linhas de financiamento alemãs ao empreendimento Angra 3. Mesmo que haja restrições de natureza política à ampliação da colaboração na área nuclear tendo em vista o reposicionamento da Alemanha em relação à utilização dessa fonte primária na sua matriz energética, é muito importante que os compromissos em vigor sejam cumpridos e honrados para evitar um ambiente de instabilidade e incertezas no relacionamento tecnológico e comercial entre os dois países. Nesse contexto, consideramos que a continuação da garantia da Agência Hermes para o financiamento dos bancos e fornecimentos para o programa brasileiro de construção da Usina Nuclear Angra 3 que decorreu do acordo Nuclear Brasil-Alemanha de 1975, e cujos compromissos foram reafirmados pela troca de notas de 2008, é um compromisso assumido pela Alemanha que muito contribuirá para a manutenção do ambiente de confiança nos programas de relacionamento comercial e tecnológico entre os dois países. Uma eventual suspensão da garantia Hermes pelo governo alemão configuraria um rompimento unilateral dos acordos em vigor e deveria suscitar, do governo brasileiro, reações compatíveis com a gravidade de tal ato. 6. CONTRATOS E LICITAÇÕES Quando foi assinado o contrato de obras civis de Angra 3 com a Construtora Andrade Gutierrez? As obras civis de Angra 3 foram licitadas e adjudicadas à Construtora Andrade Gutierrez mediante contrato assinado em 16 de junho de A construtora contratada foi mobilizada em junho de 1984, dando-se início às obras. Os serviços já executados consistiram em mobilização, instalação do contratado no canteiro de obras e intervenções no local das edificações, com cortes de 53

68 rocha e abertura de cavas para blocos de fundação. Em abril de 1986 as obras foram paralisadas, tendo ocorrido a desmobilização da contratada. Mas o contrato continuou em vigor, aguardando decisão governamental sobre a retomada das obras. O valor pago anualmente à Andrade Gutierrez para a manutenção e a preservação de suas instalações, do canteiro de obras e pelo uso de casas de sua propriedade pela Eletrobras Eletronuclear era da ordem de R$ 5 milhões. O documento foi revisto, adequando-se às condições atuais de mercado, aos quantitativos reais advindos da experiência com Angra 2 e ao estabelecimento do escopo que atenda a todas as necessidades das obras. De modo a subsidiar as negociações, foram elaborados e estabelecidos cronogramas e historiogramas para as principais atividades de obras civis de Angra 3, considerando 66 meses para a conclusão do empreendimento (a partir do início da concretagem da laje de fundação do prédio do reator), tendo sido identificados todos os serviços necessários com os respectivos quantitativos. Tanto a Eletrobras Eletronuclear como a Construtora Andrade Gutierrez elaboraram composições de preços unitários para cada item. O TCU analisou esse aditivo e liberou a continuação das obras para a conclusão da Usina. Qual é o valor do contrato de obras civis com a Construtora Andrade Gutierrez? A oferta da construtora, após algumas rodadas de negociações, foi de R$ 1,37 bilhão. Considerando a redução estabelecida pelo TCU de R$ 120 milhões, o valor final do contrato foi estabelecido em R$ 1,25 bilhão (base de preço julho/2008). A Andrade Gutierrez tinha de ser obrigatoriamente a empreiteira encarregada da execução de Angra 3? Não se cogitou fazer outra licitação? O contrato com a Construtora Andrade Gutierrez continuou em vigor desde a paralisação das obras e, no âmbito legal, o TCU também deu parecer favorável sobre a possibilidade jurídica de manutenção do mesmo. 54

69 Estava prevista multa em caso de rescisão unilateral? No caso de rescisão unilateral, estava previsto o pagamento de custos pertinentes à desmobilização e ainda 10% dos saldos a haver do valor do contrato. O que diz o acordo com a Areva? A empresa fornecerá os equipamentos e financiará o projeto? A Areva, resultante da fusão da empresa alemã Siemens KWU com a francesa Framatome, tem um contrato comercial válido para sua participação na construção de Angra 3, mediante o fornecimento de bens e serviços importados. As renegociações contratuais com a Areva foram concluídas em julho de 2011, tendo sido os contratos assinados no dia 28, com um valor de EUR 314,6 milhões para a execução de serviços de engenharia e atividades de coordenação de projeto e de EUR 735,2 milhões para suprimentos de equipamentos e materiais, incluindo nesse último EUR 90,0 milhões para o fornecimento de sobressalentes e peças de reposição. O financiamento para esse escopo importado de bens e serviços deverá vir de empréstimos de bancos europeus, cujo contrato está sendo negociado pela Eletrobras Eletronuclear. Que contratos já foram assinados para Angra 3 e que precisam ser revistos? De um total de 26 contratos para suprimentos de equipamentos nacionais a renegociar, 14 já foram assinados (com as empresas Confab, Bardella, Nuclep e EBSE) e os outros 12 estão sendo renegociados. 1. Bardella S/A Indústrias Mecânicas: 05 contratos 04 assinados: equipamentos de movimentação de carga, pontes rolantes e hidromecânicos; 01 em renegociação: ponte da tomada d água. 2. Confab Industrial S/A: 11 contratos 05 assinados: tanques de processo, eclusas, esfera de contenção metálica; 06 em renegociação: tanques, revestimentos e tubulações. 3. Empresa Brasileira de Solda Elétrica S/A EBSE: 01 contrato 55

70 01 assinado: tubos de aço-carbono de grandes diâmetros. 4. Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A Nuclep: 07 cartas de intenção 04 assinados: equipamentos mecânicos de grande porte como os condensadores e acumuladores; suportes mecânicos; 03 em renegociação: braçadeiras e tubulões. 5. KSB: 01 contrato 01 em renegociação: bombas centrífugas nucleares. 6. Siemens: 01 contrato 01 em renegociação: transformadores do gerador. 7. Equipamento Importado: Areva NP: 03 contratos 03 assinados: 01 para fornecimento de equipamentos importados diversos (mecânicos, elétricos, instrumentação e controle), 01 para execução dos serviços de engenharia e 01 para garantias de equipamentos, sistemas e performance operacional da planta. Para que serviços precisarão ser feitos novos contratos mediante processo de licitação? No mercado nacional serão licitados os seguintes contratos de maior vulto: 1. Montagem eletromecânica. 2. Serviços de engenharia. 3. Serviços de apoio ao gerenciamento do empreendimento. Quais são os valores estimados dos contratos de bens e serviço e quando serão publicados os outros editais de licitações? A Eletrobras Eletronuclear, até dezembro de 2011, assinou contratos associados à construção de Angra 3, a serviços de engenharia civil e eletromecânica e a serviços de suporte ao gerenciamento e implantação, que montam cerca de R$ 1,7 bilhão. É previsto para 2012 que os demais contratos de serviços de engenharia e suporte ao gerenciamento sejam assinados, sendo o montante estimado em R$ 215 milhões. Para a licitação dos serviços de montagem eletromecânica, a Eletronuclear prevê o valor de R$ 1,9 bilhão, sendo, portanto, uma das maiores licitações no mercado nacional. O edital foi publicado em agosto de 2011 e é expectativa da Eletrobras Eletronuclear que o processo de contratação, que vai desde a fase de 56

71 pré-qualificação até a formalização dos contratos, leve aproximadamente oito meses. Estima-se que as empresas vencedoras dos pleitos iniciem suas atividades no canteiro de obras no mês de agosto de Até dezembro de 2011 foram publicados 23 editais para a contratação de suprimentos nacionais, sendo que 4 contratos já foram assinados, somando o valor de R$ 6,1 milhões. Como será implementado o contrato da montagem eletromecânica? O escopo global da montagem eletromecânica está dividido em dois contratos (pacotes de serviços): um pacote associado ao primário e outro, ao secundário. Neles, constam as atividades a serem desenvolvidas nas edificações e estruturas, respectivamente, do sistema de geração de vapor por fonte nuclear e nos sistemas convencionais da usina. O orçamento de R$ 1,93 bilhão, calculado a partir da base de preços de dezembro de 2010, está dividido em R$ 850 milhões, para o pacote primário, e R$ 1,08 bilhão, para o secundário. Isso inclui o fornecimento de materiais e equipamentos, num valor superior a R$ 100 milhões. Esses serviços contratados incluem montagem de componentes; tubulações; válvulas; bandejas de cabos; suportes de tubulação e de bandejas; instalação de equipamentos de processo; painéis elétricos; lançamento de bandejas e cabos elétricos e de sistemas de instrumentação e controle; facilidades de ventilação e ar condicionado; execução de isolamento térmico e de pinturas industriais. A maior parte das atividades deverá ser executada em 30 meses. Porém, o contrato prevê um período total de 58 meses, pois também será necessário contar com as empresas prestadoras de serviços nas fases de comissionamento, testes de potência da usina e operação inicial da unidade. 7. EQUIPAMENTOS Os equipamentos de Angra 3 estão em condições de operação confiável e segura? Sim. A experiência com Angra 2 demonstrou que as unidades de preservação e a inspeção final nos equipamentos, previamente à sua montagem, 57

72 proporcionaram a manutenção de elevado padrão de desempenho dos equipamentos. Como é feita a proteção dos equipamentos? Os equipamentos vêm sendo mantidos sob rigoroso esquema de preservação em almoxarifados no próprio sítio da Usina e nas instalações da Nuclep. Eles são embalados em folhas de alumínio, selados a vácuo e com controle de umidade. Tanques e vasos de pressão são preservados com gás inerte. E os materiais estocados ao tempo estão revestidos com película protetora. Como funciona o programa de manutenção e preservação? Inspeção mensal e de 24 meses. Tarefas de manutenção: substituição de proteções, de desumidificadores e de graxas e óleos quando se mostrem necessário etc. E mais: manutenção da documentação, segurança industrial, proteção contra incêndio, meios materiais e humanos para a realização das tarefas de manutenção, inspeção e controle dos equipamentos e inspeções e auditorias independentes. Os equipamentos já comprados são os principais ou não? Sim. Aqueles já adquiridos se classificam como os principais componentes mecânicos da Usina, tais como os mais importantes da chamada ilha nuclear : vaso de pressão do reator; Geradores de Vapor; pressurizador; bombas principais de refrigeração do reator; suportes de componentes e outros; equipamentos do grupo turbo-gerador e importantes componentes mecânicos; e equipamentos de processo do circuito convencional. Esses equipamentos comprados não estão obsoletos? Não. Encontram-se em ótimas condições para uma operação confiável e segura da planta. Os equipamentos já adquiridos apresentam os mesmos projetos de engenharia e os mesmos métodos fabris e construtivos que aqueles ora em operação nas usinas alemãs mais recentemente construídas as usinas da série Konvoy, que, desde o início de operação comercial, vêm se colocando entre as usinas nucleares de melhor desempenho operacional no mundo. 58

73 Quando foram comprados? As ordens de compra dos equipamentos de Angra 3 foram dadas entre os anos 1977 e A maioria dos equipamentos foi recebida em 1984, e transferida para a CNAAA em 1986 e Que tipo de equipamento ainda será comprado? No mercado internacional serão adquiridos, entre outros, a máquina de recarga de combustível, as barras de controle para o reator, cabos especiais de instrumentação e controle, material de tubulação e tanques para o grupo turbogerador, equipamentos de processo e, principalmente, o novo sistema de instrumentação e controle digital. No mercado nacional serão adquiridos componentes mecânicos, tais como: vasos e tanques, trocadores de calor e equipamentos de processo; pontes rolantes, pórticos e guindastes, suportes especiais e revestimentos, equipamentos rotativos, bombas e válvulas, tubos e peças especiais ferríticas, isolamento térmico, sistemas de ventilação e de proteção contra incêndio; equipamentos elétricos, tais como: transformadores, painéis elétricos, bandejas de cabos e suportes de montagem, cabos elétricos de força, baterias e materiais diversos. Qual o valor destinado para a compra dos equipamentos que faltam? Até fevereiro de 2012 já foram encomendados no mercado nacional cerca de R$ 570 milhões em materiais, componentes e equipamentos: À Confab foram assinados contratos no montante de R$ 335,6 milhões para o suprimento do material e a montagem da esfera de contenção do reator, as penetrações na contenção, diversos tanques de grande porte, o suporte do vaso de pressão do reator e o revestimento da piscina de elementos combustíveis. À Bardella, R$ 89,5 milhões, em equipamentos de movimentação de cargas, tais como: ponte polar, ponte da turbina, guindaste semipórtico e equipamentos da tomada d água. À Nuclep, R$ 92,6 milhões, para o fornecimento dos condensadores principais, dos acumuladores, embutidos e suportes especiais. À EBSE, R$ 17,2 milhões, referentes a tubos ferríticos soldados. Outros contratos de menor monta, em um valor total de R$ 31,8 milhões, já foram firmados com diversos fabricantes nacionais, tais como: KSB, TROX, FUZITEC e SOMAX para o 59

74 fornecimento de bombas, peças de tubulação, assessórios e peças de sistemas de ventilação. Para completar o escopo nacional de fornecimentos, ainda serão licitados aproximadamente R$ 1,1 bilhão em equipamentos, componentes sobressalentes para diversos sistemas da Usina. Para atender ao escopo importado de materiais, equipamentos e componentes, cujo início de encomendas está planejado para o segundo semestre de 2012, é prevista a importância de aproximadamente EUR 735 milhões. 60

75 NOVAS USINAS NUCLEARES O Brasil planeja expandir sua capacidade de geração nucleoelétrica além de Angra 3? O Plano Nacional de Energia PNE-2030, que subsidia o governo na formulação de sua estratégia para a expansão da oferta de energia até 2030, no seu cenário de referência, apontava a necessidade da implantação de MW nucleares adicionais no período após a implantação de Angra 3 ( ), sendo MW no Nordeste e MW no Sudeste. Outros cenários analisados pelo PNE consideravam a necessidade de MW e MW para o mesmo período. Segundo o estudo, em 2015, o parque nuclear passaria a ter MW com a entrada de Angra 3. Já com as outras quatro usinas a capacidade de geração de energia nuclear, em 2030, chegaria a MW. Para fazer os cálculos, o estudo considerou um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,1% ao ano e um crescimento de demanda por energia de 3,5% ao ano até 2030 Em julho de 2008, o governo federal criou o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB). A função do Comitê era fixar diretrizes e metas para o desenvolvimento do Programa e supervisionar sua execução. A Casa Civil coordena as atividades do comitê, e os ministérios de Minas e Energia, da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente, da Defesa e da Fazenda também estão representados. Na ocasião de sua criação, foi apresentado o planejamento de MW adicionais até 2025, guardando a possibilidade, a ser confirmada por estudos futuros, de expansão até MW adicionais, tendo essa proposta sido aprovada. Em 18 de setembro de 2008, o presidente Lula, em reunião com o CDPNB, determinou que os estudos preliminares para a seleção de local da Central Nuclear do Nordeste fossem iniciados. Esses estudos, de natureza técnica, eram coordenados pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia. Somente os resultados desses estudos poderiam indicar os locais candidatos a receberem a central nuclear (conjunto de usinas nucleares). Os locais selecionados deveriam ter condições de abrigar até seis usinas nucleares duas até 2030 e mais quatro posteriormente, a fim de otimizar custos e operação das mesmas. 61

76 No momento, estamos aguardando o lançamento do Plano Nacional de Energia 2035 (PNE 2035), que será lançado pelo governo este ano. Esse documento vai determinar o planejamento energético brasileiro para as próximas décadas e dizer qual será a contribuição futura da energia nuclear. Estamos aguardando isso para dar continuição ao trabalho de prospecção de sítios para sediar novas usinas nucleares. Já fizemos um levantamento de 40 áreas aptas em todo o país. O PNE 2035 indicará as áreas prioritárias para prosseguirmos com a escolha dos sítios finalistas. De que de forma o acidente no Japão afetou o Programa Nuclear Brasileiro? O acidente com a central de Fukushima está promovendo em todo o mundo novos estudos, debates e posicionamentos, que, obviamente, estão retardando eventuais tomadas de decisão sobre novos empreendimentos nucleares, aí incluído o processo de seleção de sítios. Entretanto, as mesmas razões que levaram o mundo a planejar o aumento da participação nuclear na matriz internacional de geração de eletricidade ainda estão presentes. Em particular no Brasil, onde a demanda reprimida de eletricidade é significativa, caso tenhamos como padrão o nível de consumo de países desenvolvidos, que se inicia em aproximadamente KWh/pessoa/ano, valor este cerca de 100% superior ao nosso atual patamar de consumo de eletricidade. O acidente nuclear no Japão não implica elementos objetivos que possam alterar os rumos atuais do Programa Nuclear Brasileiro, a não ser a incorporação das lições técnicas que estão sendo aprendidas, que aperfeiçoarão sua segurança num processo de melhoria contínua. Até agora, o que já foi feito pela Eletronuclear para dar prosseguimento às metas do Programa Nuclear Brasileiro? Antes do acidente no Japão, a Eletronuclear já tinha dado início ao procedimento de seleção de locais candidatos para as futuras centrais nucleares brasileiras, a partir das diretrizes de planejamento estabelecidas pelo Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030), que considerava, no seu cenário de referência, a expansão da oferta nuclear nesse horizonte em MW, sendo MW na Região Nordeste e MW na Região Sudeste. Inicialmente, o foco foi na região compreendida pelo litoral entre Recife e Salvador, os dois maiores centros de carga da Região Nordeste, e o vale dos grandes rios que desembocam nesse litoral, conforme orientação do PNE-2030 e a atual configuração da Rede Básica do Sistema Interligado Nacional. 62

77 A metodologia de seleção de local é organizada em três etapas, sendo a primeira a identificação de áreas candidatas, ou seja, aquelas que passam pelos 20 critérios de exclusão e evitação estabelecidos. Essa primeira etapa foi concluída para a região inicialmente estudada e, posteriormente, os trabalhos dessa etapa já totalmente informatizados através do desenvolvimento de um Sistema de Informações Geográficas foram estendidos a todo o território nacional, como subsídio aos estudos de revisão para o Plano Nacional de Energia 2035, em execução pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE. Quais aspectos são analisados para escolher a localização das novas centrais nucleares? A escolha do sítio para a instalação de uma Central Nuclear obedecerá à legislação vigente e às normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN. Os estudos se baseiam em princípios estabelecidos pela Agência Internacional de Energia Atômica AIEA e pelo Electric Power Research Institute EPRI (EUA). Nesses estudos são considerados aspectos geográficos, demográficos, meteorológicos, hidrológicos, geológicos, sismológicos e geotécnicos dos sítios potenciais candidatos à instalação da central. O processo de seleção, além dos aspectos acima, considera fundamental a promoção do envolvimento do público em geral (cidadania, autoridades e outros). PROCESSO DE SELEÇÃO: Uma seleção adequada de sítio é o primeiro passo para a viabilização empresarial da nova central e para a sustentabilidade do empreendimento. Considerando-se que a primeira região de interesse é o Nordeste, o processo de seleção terá quatro etapas, a saber: Etapa 1 - Exclusão Através de 12 critérios de exclusão como impedimentos regulatórios, institucionais, de projeto, ambientais e outros, serão eliminadas áreas onde a instalação de usinas nucleares é inviável. 63

78 Etapa 2 Evitação Essa etapa eliminará vastas extensões de terras onde, apesar da viabilidade, a instalação de uma central nuclear não seria desejável, como, por exemplo, áreas com altos índices populacionais; com maior impacto ambiental; consideradas de significativo valor histórico, cultural e estético. Ao fim dessas etapas, nas regiões remanescentes serão escolhidas de 15 a 20 áreas candidatas a partir de critérios técnicos. Etapa 3 Adequação Nessa etapa o foco do processo se altera. Agora, serão comparados os atributos das áreas candidatas identificadas para selecionar aquelas que reúnem os conjuntos de condições mais favoráveis para a instalação da central. Nesse estudo serão utilizados cerca de 50 critérios, divididos em quatro grandes grupos de interesse (saúde e segurança; meio ambiente; socioeconômico e engenharia; e custos relativos). As áreas consideradas menos aptas serão progressivamente eliminadas. Etapa 4 Determinação O objetivo dessa fase é selecionar os quatro sítios mais adequados e submetêlos à avaliação política para que se escolha o sítio preferido. Nessa etapa, estudos ainda mais detalhados, dos critérios avaliados na terceira etapa, serão necessários para assegurar a efetividade do processo de seleção. Todas essas etapas devem ser previamente desenvolvidas para que os seus riscos sejam identificados e mitigados, resultando num risco empresarial total do empreendimento tão ou mais baixo do que os riscos das fontes competidoras. Devemos observar que a seleção de sítios não necessariamente está atrelada à decisão de empreender novas centrais nucleares. Ocorre que o desenvolvimento de um sítio demanda cerca de 2 anos adicionais a partir do ponto em que estamos, portanto, o desenvolvimento dos estudos poderá ou não esperar a decisão de empreender. Caso venhamos a desenvolver o sítio e a decisão seja de empreender, teremos poupado 2 anos, caso contrário, a partir da decisão de empreender serão necessários 2 anos adicionais apenas para selecionar o sítio. 64

79 Qual o motivo, na época, da escolha do Nordeste para a construção das primeiras usinas? Com a elaboração do PNE-2030, ficou caracterizada a necessidade de construção de usinas nucleares para atender ao crescimento do mercado de energia elétrica da Região Nordeste. Depois da entrada em operação, nos anos 1990, da Usina Hidroelétrica de Xingó, no Rio São Francisco, o Nordeste passou a ser uma região importadora de energia elétrica. A Eletrobras Eletronuclear inaugurou um escritório no Nordeste. Por que foi escolhida a capital de Pernambuco? Para marcar o início desse processo de expansão do Programa Nuclear, a Eletronuclear inaugurou, em agosto de 2009, um escritório em Recife para facilitar o envolvimento com as organizações públicas e regulatórias, requisito fundamental no processo de seleção do sítio da Central Nuclear do Nordeste. Recife foi escolhida por ser uma cidade com infraestrutura e dotada de instituições públicas e privadas expressivas, o que a põe na dimensão necessária para dar suporte adequado a projetos dessa magnitude. Por que o litoral da Bahia até Pernambuco, considerado antes área de interesse, foi descartado? A finalização dos estudos para a escolha do local da Central Nuclear nordestina apontou as margens do Rio São Francisco como a melhor opção quando confrontadas com cerca de 20 critérios de exclusão e evitação no processo de seleção de sítios. O uso da água do rio nas usinas pode se limitar a 0,4% de sua vazão mínima, caso se utilizem torres de refrigeração, o que constitui um reduzido impacto ambiental. O litoral da Bahia até Pernambuco foi descartado para abrigar usinas nucleares porque: há várias e extensas áreas de proteção ambiental ao longo do litoral, que, apesar de não impedirem a instalação de usinas, aumentam consideravelmente o risco do licenciamento, e, portanto, devem ser evitadas; 65

80 metrópoles e cidades de menor porte localizadas no litoral contraindicam a instalação de usinas devido à proximidade de grandes aglomerados de pessoas; aquíferos ao longo de grande parte da faixa litorânea podem vir a ser problema no momento do licenciamento; grande parte do litoral abriga gasoduto e é necessária uma distância mínima entre essa instalação e usinas nucleares; e solos sedimentares, presentes na região, são contraindicados para suportar as sólidas fundações de usinas nucleares. Dois ou mais desses critérios foram encontrados em parte considerável dessa costa. Quais as mudanças que devem ocorrer no Nordeste se forem instaladas usinas nucleares? A primeira mudança diz respeito à produção interna de energia elétrica. O Nordeste poderá passar outra vez a produzir a sua própria energia. Segundo, os municípios e a região que instalarem a usina nuclear deverão ter um grande desenvolvimento socioeconômico e cultural. Que outros tipos de benefícios a Região Nordeste teria? Vários são os benefícios: disponibilidade de energia interna própria e limpa; possibilidade de desenvolvimento de projeto integrado com usina nuclear para dessalinização da água do mar em volume compatível com as necessidades hídricas da região, caso a usina venha a ser implantada no litoral; volume de recursos envolvidos na construção, operação e manutenção, com consequente geração de empregos; fortalecimento do núcleo básico de recursos humanos na área de energia nuclear e das demais especialidades envolvidas nessa tecnologia e a possibilidade de obtenção de royalties para o município que abrigar a usina. Qual seria o investimento previsto para a implantação dessas novas usinas? Aproximadamente US$ 5 bilhões para uma unidade de MW, ou seja, US$ 5.000/KWe instalado. Esse valor é overnight, ou seja, seria o montante a ser 66

81 pago se a usina fosse quitada de uma única vez. Entretanto, o pagamento se dará ao longo de 15 anos e será acrescido de juros. E o investimento poderá ser amortizado durante o período a partir da geração de caixa da própria usina. Como a vida útil do empreendimento supera os 60 anos, a nova usina nuclear produzirá eletricidade e se apropriará de significativos montantes de lucro durante quase meio século após a amortização do investimento inicial. Com relação aos subsídios, há previsão de investimentos estrangeiros na construção dessas usinas? Não está decidido neste momento quem serão os parceiros privados na construção dessas usinas. Mas, sem dúvida, poderão conter tanto investimentos privados nacionais quanto internacionais. Quais serão as alternativas tecnológicas para as novas usinas? Para as usinas pós-angra 3 deverão surgir três concorrentes internacionais: Areva/Mitsubishi, que recentemente estabeleceram um acordo; Westinghouse/Toshiba; e a Rosenergoatom, empresa russa. Qual a participação e a importância da indústria brasileira nesse processo? A participação da indústria nacional nos empreendimentos de geração nuclear no país tem aumentado gradativamente. Para Angra 2, o grau de nacionalização foi de 50,4% e, no caso de Angra 3, a previsão é que seja ainda maior (54%), principalmente após sua retomada, quando a maior parte dos componentes e equipamentos complementares será posta no mercado nacional. No caso de usinas nucleares pós-angra 3, a meta é de participação de cerca de 70%. Qual será a participação da energia nuclear na matriz energética brasileira com as novas usinas? De modo aproximado, usando os dados de Angra 1 e Angra 2, quanto à energia, e considerando que a Central de Angra tem MW de potência instalada e gerou 3,37% da energia do sistema elétrico nacional, cada MW (uma unidade deverá ter MW) de usina nuclear corresponde a 1,7% da energia gerada no sistema elétrico nacional. Como estamos selecionando sítios para até 6 usinas, a participação desse eventual sítio iria variar desde 1,7% até 10,2% da 67

82 geração de eletricidade no país, conforme a central assente de uma até seis usinas de MW. A construção das centrais está vinculada ao crescimento da economia do país e, por consequência, da demanda por energia. A crise internacional deve reduzir significativamente a taxa de crescimento econômico por um período que o governo considera médio. O programa sofrerá alterações? Não. A taxa de crescimento econômico de referência para os estudos do PNE é de 4,3%, inferior àquelas que vinham sendo obtidas nos últimos anos e possivelmente inferior à eventual redução causada pela crise internacional atual. A cadência de uma nova usina por ano é factível? Como? Não existe planejamento da expansão do parque nuclear para o período posterior a O que se pode afirmar é que certamente essa expansão terá de ser acelerada, na medida do progressivo aproveitamento, e consequente redução, do potencial hidroelétrico nacional disponível. Quanto à factibilidade técnica de uma cadência de uma nova usina por ano, ela é demonstrada pelos programas nucleares da França ( MW em cerca de 30 anos), dos EUA ( MW também em cerca de 30 anos) e do Japão. 68

83 TEMAS GERAIS 1. TARIFA Atualmente, qual é o valor da tarifa da energia elétrica gerada pelas usinas Angra 1 e Angra 2? A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou as tarifas de referência definitiva e a provisória praticada pela Eletrobras Eletronuclear, com vigência no período de 5 de dezembro de 2011 a 4 de dezembro de 2012, conforme Resolução Nº publicada no Diário Oficial da União. A tarifa provisória foi fixada em R$ 148,79/MWh, um reajuste de 2,2% em relação ao período anterior. Vale lembrar que a Lei N /2009 determinou um novo critério para o reajuste da tarifa de venda da energia produzida por Angra 1 (640 MW) e Angra 2 (1.350 MW) a Furnas agente comercializador da energia nuclear desde a criação da Eletronuclear. Dessa forma, a tarifa a ser praticada pela empresa, a partir de dezembro de 2009, é calculada e homologada anualmente pela Aneel pela aplicação de uma fórmula que considera a variação das despesas com a aquisição do combustível nuclear e a aplicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para os demais custos e despesas. Também foi estabelecida em R$ 130,29/MWh a tarifa de referência definitiva para fins do cálculo do diferencial definido no art. 12 da Lei Essa lei autoriza a Eletronuclear a repassar para Furnas, entre 2013 e 2015, o diferencial verificado, de 2010 a 2012, entre a variação da tarifa provisória e a de referência. A partir de 1º de janeiro de 2013, o pagamento pela energia das usinas nucleares será rateado entre todas as concessionárias, permissionárias ou autorizadas de serviço público de distribuição no Sistema Interligado Nacional SIN. 69

84 2. BALANÇO PATRIMONIAL / DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO De quanto foi o resultado da Eletronuclear em 2010? Ao final do exercício de 2010, a Eletronuclear apresentou um prejuízo de R$ (134 milhões e 754 mil reais), enquanto que, no exercício de 2009, o resultado registrou um lucro líquido de R$ (218 milhões e 247 mil reais). O resultado financeiro negativo de R$ mil, conforme detalhado ao final deste relatório, explica o prejuízo do exercício de Receita A partir da receita operacional líquida de R$ mil, computado o custo do serviço de R$ mil, e a despesa líquida da receita operacional de R$ mil, obtém-se ao final do exercício de 2010 um lucro operacional de R$ mil, correspondente a uma Margem Operacional MO de 23,15%. Resultado Operacional Depois de computado o resultado financeiro negativo de R$ mil, e a reversão de despesas de Imposto de Renda e contribuição social de R$ mil, tem-se ao final do exercício um Prejuízo Operacional de R$ mil, que corresponde a uma Taxa de Lucratividade negativa TLFn de 8,06%. Fatores relevantes do resultado financeiro A seguir, as explicações para as rubricas que afetaram o resultado financeiro da companhia no exercício de 2010: 1 - Encargos de dívidas As despesas de encargos financeiros de R$ mil, dos quais registra uma parcela de R$ mil relativos a juros sobre empréstimos e financiamentos captados com a Eletrobras. 2 - Variações monetárias e cambiais As variações monetárias e cambiais passivas e ativas apresentam no exercício um valor líquido de despesa financeira de R$ mil, assim destacadas: Despesa de variação monetária sobre a dívida de financiamentos com a Eletrobras de R$ mil, quando registrou naquele período janeiro a 70

85 dezembro de 2010 um aumento no IGPM (indexador contratual) da ordem de 11,32%; A variação cambial sobre as dívidas em euro, calculadas sobre os financiamentos com a Eletrobras e com fornecedores, apresentou no exercício de 2010 uma recuperação de despesa financeira (receita) de R$ mil, explicada pela desvalorização ocorrida na cotação do euro frente ao real, quando registrou no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro uma queda de 11,14%; Da mesma forma, a variação cambial calculada sobre o passivo para o descomissionamento das usinas Angra e Angra 2 apresentou uma recuperação de despesa financeira (receita) de R$ mil, nesse caso explicada pela desvalorização do dólar frente ao real, que no período de janeiro a dezembro de 2010 foi de 2,63 %. Outros dados financeiros: Receita bruta 2010: R$ mil Receita líquida 2010: R$ mil Prejuízo 2010: R$ mil Ebtda (Lucro antes de impostos + juros + variações monetárias + depreciação + amortização) 2010: R$ mil O aumento da receita pela correção tarifária e a redução dos custos e das despesas operacionais explicam o bom desempenho do resultado do serviço nos últimos exercícios. Quais as mudanças feitas que contribuíram para a melhora do resultado do serviço e para neutralizar os sucessivos prejuízos da Eletronuclear? A transformação de grande parte da dívida de financiamentos com a Eletrobras em Adiantamento para Futuro Aumento de Capital - AFAC, em um montante de R$ mil, contabilizada ao final do exercício de 2010, certamente irá recompor a situação de lucro da companhia para os próximos exercícios, pois 71

86 não sofrerá mais com os altos custos do serviço da dívida. Qual o investimento realizado da Eletronuclear no ano 2010? No exercício de 2010 foram investidos R$ 531,3 milhões, assim distribuídos: Manutenção do Sistema de Geração de Energia Termonuclear de Angra 1 e Angra 2 R$ 172,8 milhões; Manutenção do Parque de Obras e Equipamentos de Angra 3 R$ 5,8 milhões; Implantação da Usina Termonuclear Angra 3 R$ 337,4 milhões; Estudos de viabilidade para ampliação da geração de energia elétrica R$ 4,9 milhões; Infraestrutura R$ 10,4 milhões. O orçamento da Eletronuclear foi aprovado pelo Programa de Dispêndios Globais? Em 2010, a Eletronuclear teve seu orçamento aprovado, no contexto do Programa de Dispêndios Globais - PDG, por meio do Decreto Nº 6.997, de 04 de novembro de 2009, revisto pelo Decreto Nº 7.417, de 30 de dezembro de Para os dispêndios econômicos, foi fixado o limite de R$ 2.879,8 milhões, distribuídos em R$ 1.094,4 milhões para investimentos, R$ 96,4 milhões para outros dispêndios de capital (amortizações) e R$ 1.689,0 milhões para dispêndios correntes. Em termos de realizações, foram gastos R$ 531,3 milhões em investimentos, R$ 75,6 milhões em outros dispêndios de capital (amortizações) e R$ 1.582,6 milhões em dispêndios correntes, totalizando R$ 2.189,5 milhões. Os dispêndios com investimentos se concentraram em cinco programas: Manutenção do Sistema de Geração de Energia Termonuclear de Angra 1 e Angra 2 (R$ 172,8 milhões), Manutenção do Parque de Obras e Equipamentos da Usina de Angra 3 (R$ 5,8 milhões), Implantação da Usina Termonuclear de Angra 3 (R$ 337,4 milhões), Estudos de Viabilidade para Ampliação da Geração de Energia Elétrica (R$ 4,9 milhões) e Infraestrutura de Apoio (R$ 10,4 milhões). Os dispêndios correntes se concentraram na manutenção das usinas em operação, destacando-se serviços de terceiros (R$ 267,8 milhões), combustível nuclear (R$ 270,8 milhões), pessoal próprio e encargos (R$ 356,9 milhões), 72

87 impostos/contribuições (R$ 125,7 milhões), utilidades e serviços (R$ 11,2 milhões), encargos de uso da rede e de conexão (R$ 51,1 milhões), juros e outros (R$ 390,4 milhões), materiais de consumo (R$ 43 milhões) e outros dispêndios correntes (R$ 65,7 milhões). Os recursos econômicos realizados foram de R$ 1.907,5 milhões, originados de receitas de venda de energia de R$ 1.782,4 milhões, demais receitas operacionais de R$ 2,3 milhões, receitas não operacionais de R$ 12,2 milhões e de outros recursos de R$ 110,6 milhões. 3. PESSOAL E VILAS RESIDENCIAIS Quantos funcionários tem a Eletronuclear? O quadro de pessoal da Eletronuclear, em 31/01/2012, é composto por empregados, sendo 771 na Sede no Rio de Janeiro, em Angra dos Reis, 5 no escritório de Brasília e 1 no escritório de Recife. Há um número suficiente de técnicos para as três usinas ou haverá necessidade de contratação? O que está sendo feito para renovar o quadro de pessoal da empresa? O contingente atual de empregados da Eletronuclear não engloba a quantidade de técnicos suficiente para operar três usinas nucleares, sendo necessário futuramente a contratação de novos profissionais em todas as carreiras da empresa. Além disso, a empresa está realizando um estudo visando à implantação de um Plano de Sucessão Programada dos Empregados que estão por se aposentar. Quantas vilas residenciais a Eletronuclear possui? Quantas residências existem em cada uma dessas vilas? Que outras instalações há nas vilas? Vila Residencial de Praia Brava: 540 Residências; 02 Hotéis: Hospedagem I - 06 suítes e 48 apartamentos; Hospedagem II - 21 apartamentos e 32 quartos; 73

88 01 Hospital; 01 Escola; 01 Creche; 02 Clubes; 01 Cine Teatro; 01 Centro Comercial; 01 Centro Ecumênico. Vila Residencial de Mambucaba: 481 Residências; 72 Flats; 01 Laboratório de Monitoração Ambiental; 01 Centro de Treinamento com Simulador; 03 Escolas; 02 Creches; 01 Clube e 3 Centros Comerciais; 01 Unidade Médica da FEAM; 01 Campo de Futebol; 03 Quadras Poliesportivas. Vila Operária: 200 Residências; 05 Blocos de Hospedagem com banheiros coletivos com 155 quartos; 03 Blocos de Hospedagem com banheiros individuais (suítes) com 84 apartamentos; 04 Blocos de Alojamento com banheiros coletivos com 128 quartos; 09 Repúblicas com 34 leitos; 01 Centro de Medicina de Radiações Ionizantes; 01 Restaurante; 01 Destacamento do Corpo de Bombeiros; 01 Centro Ecumênico; 01 Campo de Futebol. 74

89 Vila Consag 150 residências; 30 Repúblicas com 90 leitos; 01 Churrasqueira; 01 Centro Comercial; 01 Restaurante. 4. LOCALIZAÇÃO Por que o município de Angra dos Reis foi escolhido para abrigar a CNAAA? A CNAAA está instalada num dos pontos mais bonitos do litoral do país, na Praia de Itaorna. Um dos fatores determinantes para escolha do local foi a proximidade quase equidistante de três grandes centros consumidores brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, evitando perdas de energia em longas linhas de transmissão. Outro fator importante foi a proximidade do mar. Embora o urânio seja o combustível, é a água que movimenta e refrigera uma usina nuclear. Por isso ela precisa ser construída próxima a um rio ou mar, onde exista água em abundância. 5. FUNCIONAMENTO E SEGURANÇA DAS USINAS Qual é a vida útil das usinas nucleares? A vida útil das usinas nucleares é em média de 40 anos. Entretanto, a robustez do projeto das usinas similares a Angra 1 e Angra 2 permite prorrogar suas vidas úteis, a exemplo de dezenas de usinas americanas com projeto igual ao das brasileiras. A extensão de vida útil das usinas nucleares é uma estratégia adotada em diversos países como alternativa à construção de outras usinas. Normalmente, a renovação de licença prolonga a vida da usina em mais 20 anos, representando, para a operadora, um período de receita com o investimento inicial já amortizado. 75

90 Como é o funcionamento de uma usina nuclear? Uma usina nuclear funciona como uma usina térmica convencional; só que, para gerar o calor, não usa combustão de carvão, óleo ou gás. A matéria-prima da usina é o urânio, que é extraído no Brasil, em sua maioria, da mina de Caetité, na Bahia. Os elementos combustíveis das usinas são compostos por varetas cheias de pequenas pastilhas cerâmicas de dióxido de urânio (UO 2 ). (fig El. Combustível) A geração de energia começa com a fissão dos átomos de urânio dentro do núcleo do reator. Essa fissão gera calor e aquece a água do sistema primário. No Gerador de Vapor, essa água aquece a do sistema secundário, transformando-a em vapor. Após movimentar a turbina, esse vapor passa pelo condensador, onde é resfriado pela água do mar (sistema terciário) (atenção para o uso desse termo, pois no diagrama abaixo aparece com o nome de sistema de água de circulação ) e retorna ao Gerador de Vapor. O gerador elétrico acoplado ao eixo da turbina produz a eletricidade que abastece a rede de energia elétrica. É importante salientar que todos os sistemas de circulação de água são independentes, não havendo contato direto entre eles. REATORES A ÁGUA PRESSURIZADA (PWR) 76

91 A energia nuclear é distribuída pelo Sistema Interligado Nacional (SIN)? Sim. Pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), a energia das usinas nucleares brasileiras chega aos principais centros consumidores do país. Como o parque elétrico brasileiro tem mais de 90% da sua geração de origem hidráulica, com longas linhas de transmissão até os grandes centros consumidores, a importância de Angra 1 e Angra 2 para a estabilização do sistema elétrico no eixo Rio-São Paulo é muito grande. São 640 MW de Angra 1 e MW de Angra 2, fundamentais para a melhoria da confiabilidade no fornecimento de energia elétrica para o sistema da Região Sudeste. Quais os estados que não fazem parte do SIN? Os estados que estão de fora do Sistema Interligado Nacional (SIN) são Amazonas, Amapá e Roraima. Apenas 3,4% da capacidade de produção de energia elétrica do país se encontram fora do SIN. Qual o grau de segurança das usinas nucleares? De todas as atividades industriais, a geração de energia elétrica em usinas nucleares é uma das que oferecem menos risco. O pensamento e a atitude dominantes são a busca da melhoria contínua, isto é, que é sempre possível melhorar a segurança. As usinas que constituem a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, CNAAA, foram projetadas e construídas dentro dos mais rigorosos critérios de segurança adotados internacionalmente. Seu licenciamento ambiental está a cargo do Ibama, e o nuclear está a cargo da CNEN, obedecendo rigorosamente à legislação vigente no país. No projeto e na operação da CNAAA a segurança ganha prioridade absoluta e, de acordo com a Política de Gestão Integrada da Segurança da Eletrobras Eletronuclear, A Segurança Nuclear é prioritária e precede a produção, não devendo nunca ser comprometida por qualquer razão. Tem-se como meta desse esforço satisfazer o objetivo principal que é proteger os indivíduos, a sociedade e o meio ambiente contra o risco radiológico. As usinas nucleares possuem sistemas de segurança redundantes, independentes e fisicamente separados, em condições de resfriar o núcleo do reator e os Geradores de Vapor em situações normais ou de emergência, prevenindo também a ocorrência de acidentes. Na situação improvável de perda 77

92 de controle do reator em operação normal, esses sistemas independentes de segurança entram automaticamente em ação para impedir condições operacionais inadmissíveis. Além de todos esses sistemas, as usinas nucleares de Angra têm sistemas de segurança passivos, que funcionam sem que precisem ser acionados por dispositivos elétricos. Esses sistemas são as numerosas barreiras protetoras de concreto e aço, que protegem as usinas contra impactos externos (terremotos, maremotos, inundações e explosões) ou aumento da pressão no interior da Usina. Cerca de 95% das substâncias radioativas de uma usina nuclear são geradas no núcleo do reator durante o funcionamento deste, quando da fissão nuclear do combustível. O próprio combustível nuclear, que é composto por varetas cheias de pequenas pastilhas cerâmicas de dióxido de urânio (UO 2 ), funciona como barreira interna, pois a maior parte dos produtos que se originam da fissão dos núcleos de urânio fica retida nas posições vazias da estrutura cristalina dessas pastilhas. Apenas uma pequena fração dos produtos de fissão voláteis e gasosos consegue escapar da estrutura do combustível. Para reter essa fração, as pastilhas de dióxido de urânio são colocadas no interior de tubos de uma liga especial de zircônio, hermeticamente selados. Na eventualidade de microfissuras em algumas varetas do elemento combustível, existem sistemas de monitoramento, purificação e desgaseificação, para assegurar que a operação do reator seja feita em condições de segurança. O sistema de refrigeração do reator funciona como uma barreira estanque, evitando a liberação de substâncias radioativas. Angra 1 e Angra 2 operam com um reator do tipo PWR (água pressurizada), que é o mais utilizado no mundo (cerca de 60% dos reatores em operação no mundo, segundo dados do último relatório anual da AIEA em 2010). O reator PWR é projetado para ter características de autorregulação, isto é, com o aumento de temperatura há uma diminuição de potência, exatamente para funcionar como freio automático contra aumentos repentinos de potência. Ainda assim, para a remota possibilidade de o sistema de refrigeração permitir a liberação não controlada de substâncias radioativas, o reator está contido por um edifício de aço estanque, de formato cilíndrico em Angra 1 e esférico em Angra 2, denominado Prédio de Contenção. Tal barreira é projetada para evitar qualquer liberação de radioatividade no caso do mais sério acidente de falha da 78

93 refrigeração do núcleo do reator. Essa contenção de aço está protegida de impactos externos por um edifício de paredes de concreto armado. Durante a operação normal da Usina, a pressão no lado de dentro do edifício do reator é mantida abaixo da pressão atmosférica externa, exatamente para impedir que produtos radioativos possam escapar do interior da Usina para o meio ambiente. Todas essas barreiras são devidamente testadas durante a construção e a montagem da Usina, e suas integridades verificadas no decorrer da operação da mesma. Grande parte das ações que visam a neutralizar ocorrências anormais na usina é automática. Mesmo assim, os operadores de uma usina nuclear são altamente treinados e precisam ser necessariamente licenciados pela CNEN. Os operadores de Angra 1 passam por um rigoroso treinamento realizado nos Estados Unidos e na Europa, onde utilizam simuladores compatíveis com a Sala de Controle de Angra 1. A Eletronuclear possui em Mambucaba (município de Paraty/RJ) um simulador que é uma réplica da sala de controle de Angra 2. Lá, todos os operadores da Usina Angra 2 são treinados, podendo-se reproduzir todas as situações que ocorrem durante o funcionamento normal da usina ou em situações anormais e emergenciais. Operadores de diversos países têm sido treinados nesse simulador nos últimos anos. Para Angra 3, um simulador exclusivo está em fase de especificação e compra. Além dos rígidos critérios adotados nas fases de projeto e de operação, há um plano de emergência que abrange uma área com raio de 15 quilômetros em torno da CNAAA. Esse plano, que envolve, além da Eletronuclear, os órgãos da Defesa Civil, a CNEN, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, assim como diversas empresas de prestação de serviços, contempla todas as medidas para proteção dos trabalhadores e da população no caso de um acidente nuclear, inclusive até a necessidade de evacuação ordenada. Por isso, periodicamente, são feitos exercícios simulados para que se possa testar o seu funcionamento. Além dos processos de autoavaliação implantados pela Eletronuclear, as usinas são sistematicamente auditadas pelos órgãos reguladores nacionais a CNEN mantém profissionais residentes que têm acesso a todas as atividades e aos documentos e são avaliadas periodicamente por organismos internacionais, como a Agência Internacional de Energia Atômica, AIEA, e a Associação Mundial de Operadores Nucleares, WANO (World Association of Nuclear 79

94 Operators). As usinas também mantêm um intenso intercâmbio com outros organismos nacionais e internacionais na busca da melhoria contínua. Os padrões de segurança nuclear adotados no Brasil são eficientes? O Brasil é signatário da Convenção Internacional de Segurança Nuclear e da Convenção Internacional para Gerenciamento Seguro de Combustível Usado e Rejeitos Radioativos. Bianualmente, o país envia relatórios a esses organismos que são rigorosamente escrutinados. Além disso, a Eletronuclear é membro da Wano, que congrega as principais operadoras de usinas nucleares do mundo. Essa associação tem um papel de autorregulamentação do setor, adicional à regulamentação nacional e internacional, garantindo padrões uniformes entre todos os seus associados. As usinas de Angra são inspecionadas regularmente por técnicos da associação, e técnicos das nossas usinas compõem regularmente equipes de inspeção em outras usinas no mundo. Esses intercâmbios são uma oportunidade para a troca de experiências operacionais, crescimento cultural e profissional dos funcionários e a melhoria contínua de nossos processos. O que é um prédio de contenção? Para a remota possibilidade de o sistema de refrigeração permitir a liberação não controlada de substâncias radioativas, o reator é envolvido por um edifício de aço estanque, denominado Prédio de Contenção. Tal barreira é projetada para evitar qualquer liberação de radioatividade no caso do mais sério acidente de falha da refrigeração do núcleo do reator, em que se assume a ruptura total da tubulação do sistema de refrigeração do reator, com toda a água de refrigeração sendo descarregada e retida dentro do Prédio de Contenção. Essa estrutura de contenção de aço especial está protegida de impactos externos por um edifício de paredes de concreto armado. Durante a operação normal da usina, a pressão no lado de dentro do edifício do reator é mantida abaixo da pressão atmosférica externa, exatamente para impedir que produtos radioativos possam escapar do interior da Usina para o meio ambiente. Todas essas barreiras são devidamente testadas durante a construção e a montagem da Usina, e suas integridades verificadas ao decorrer da operação da mesma. 80

95 Estruturas de contenção modelo de Angra 2 e Angra 3 Estruturas dos Prédios de Contenção das usinas Angra 1, Angra 2 e Angra 3: Angra 1 A estrutura externa de concreto do envoltório de contenção está assentada diretamente na rocha, a uma profundidade aproximada de 10m abaixo do nível do mar. Sua forma é cilíndrica com tampo em calota esférica e com as seguintes características: altura de 58m acima do nível do solo, diâmetro interno de 35m e espessura de parede de 75cm. A forma da estrutura interna do envoltório de contenção é cilíndrica com tampo em calota esférica e com as seguintes características: a parte cilíndrica tem uma espessura média de 38mm, diâmetro de 32 metros e altura da estrutura de 70 metros. Angra 2 A estrutura de concreto do envoltório de contenção é de forma cilíndrica com uma cúpula hemisférica, com as seguintes dimensões aproximadas: diâmetro interno de 60m, espessura de 60cm e altura de 60m. Essa estrutura está assentada em cerca de 200 estacas, atingindo até uma profundidade de 40m abaixo do nível do mar. A estrutura de aço é uma esfera que envolve o reator nuclear e as piscinas de elementos combustíveis. As 81

96 dimensões do envoltório de contenção, de estrutura metálica, são as seguintes: diâmetro interno de 56m, espessura de 30mm e peso de toneladas. Angra 3 Estruturas semelhantes às de Angra 2. As usinas nucleares de Angra dos Reis foram projetadas para resistir a vários tipos de acidentes. Entre os acidentes externos postulados consideram-se o maior terremoto que poderia ocorrer no sítio e o efeito da explosão de um caminhão carregado de TNT em estrada próxima. Os prédios de contenção onde ficam os reatores nucleares têm barreiras de concreto e de aço dimensionadas para resistir a esses tipos de evento. Pode-se verificar que, mesmo não sendo necessária a consideração de queda de avião no projeto por causa da baixa probabilidade de ocorrência desse evento, as usinas poderiam resistir até ao impacto de um grande avião em velocidade de pouso ou decolagem, sem que as barreiras de segurança fossem inteiramente rompidas. Um impacto dessa natureza teria uma probabilidade muito pequena de comprometer a segurança da Usina, da população e do meio ambiente. De que é formada a estrutura externa das usinas Angra 1 e Angra 2? Angra 1 A estrutura externa de concreto do envoltório de contenção de Angra 1 está assentada diretamente na rocha, a uma profundidade aproximada de 10m abaixo do nível do mar. Sua forma é cilíndrica com tampo em calota esférica e com as seguintes características: altura de 58m acima do nível do solo, diâmetro interno de 35m e espessura de parede de 75cm. Angra 2 A estrutura de concreto do envoltório de contenção de Angra 2 é de forma cilíndrica com uma cúpula hemisférica, com as seguintes dimensões aproximadas: diâmetro interno de 60m, espessura de 60cm e altura de 60m. Essa estrutura está assentada em cerca de 200 estacas, atingindo até uma profundidade de 40m abaixo do nível do mar. E a estrutura interna das usinas nucleares, como é formada? Angra 1 A forma da estrutura interna do envoltório de contenção de Angra 1 é cilíndrica com tampo em calota esférica e com as seguintes características: a parte cilíndrica tem uma espessura média de 38mm, diâmetro de 32 metros e altura da estrutura de 70 metros. Angra 2 A estrutura de aço em Angra 2 é uma esfera que envolve o reator 82

97 nuclear e as piscinas de elementos combustíveis. As dimensões do envoltório de contenção, de estrutura metálica, são as seguintes: diâmetro interno de 56m, espessura de 30mm e peso de toneladas. Quais são as principais diferenças entre a central de Chernobyl e as usinas de Angra? O reator acidentado na central de Chernobyl (tipo RBMK1000) difere dos reatores construídos no Brasil (PWR) não apenas no seu princípio físico de funcionamento, mas, também, nas principais características construtivas. RBMK Chernobyl PWR Angra 1 e Angra 2 O reator RBMK1000 é do tipo água fervente circulando em tubos de pressão utilizando grafite como moderador de nêutrons. O combustível consiste de pastilhas de dióxido de urânio enriquecido entre 1,1% e 2% encamisadas em varetas de liga de zircônio. Os elementos combustíveis estão inseridos nos tubos de pressão, que, por sua vez, estão introduzios nos blocos de grafite. A água de refrigeração circula pelos tubos de pressão e passa ao estado de vapor à medida que remove o calor produzido no núcleo do reator. O vapor gerado é separado da fase líquida e levado às turbinas. A água resultante da condensação do vapor expandido nas turbinas retorna e é novamente distribuída pelos tubos de pressão, fechando o ciclo fig 1. Nos reatores PWR, a água pressurizada é utilizada como refrigerante e moderador em um circuito fechado (circuito primário), separado do circuito secundário pelos tubos dos Geradores de Vapor. O calor removido do núcleo é transferido ao circuito secundário nos Geradores de Vapor fig 2. Estabilidade Comparação RBMK / PWR No ciclo direto de vapor nos reatores RBMK se estabelece uma única barreira entre o refrigerante em contato com o combustível e o meio ambiente; essa barreira é o condensador da turbina, em contraposição aos PWR, em que os Geradores de Vapor constituem uma segunda barreira. O grafite nos reatores RBMK, ao contrário da água nos PWR, apresenta características de absorção de calor que favorecem o surgimento, em determinadas condições de operação, de instabilidades que podem comprometer a integridade do combustível. Em casos extremos de falta de resfriamento do núcleo, a temperatura do grafite pode elevar-se a ponto de este incendiar-se em contato com o ar. De fato, as investigações mostraram que, contrariando os procedimentos, o reator de Chernobyl operava em um nível de potência não recomendado. Em consequência dessa instabilidade, houve um aumento rápido de potência 83

98 levando os elementos combustíveis ao superaquecimento e causando uma explosão de vapor de grandes proporções, destruindo o núcleo e incendiando o grafite. As características de projeto dos reatores PWR asseguram condições de estabilidade em toda a faixa de operação. Liberação de Radiação Comparação RBMK / PWR As principais diferenças em termos de características construtivas referentes à segurança em relação aos reatores construídos no Brasil advêm da filosofia adotada originalmente para os reatores RBMK, de não levar em consideração acidentes muito improváveis. Como exemplo típico pode-se citar a não construção de envoltório de contenção, existente em Angra 1 e Angra 2, que minimizaria a liberação de elementos radioativos para o meio ambiente. Com respeito ao acidente de Chernobyl, cabe destacar que a total diversidade de critérios de projeto, de filosofia de segurança e de condições de operação existentes entre usinas soviéticas do tipo RBMK na época do acidente, e as nossas do tipo PWR, que integram a Central Nuclear de Angra dos Reis, desqualificaria qualquer comparação em termos de riscos de acidentes e efeitos consequenciais. Análise da AIEA Após o acidente, foi estabelecido um amplo programa internacional, liderado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), de análise dos projetos dos reatores do Leste da Europa, resultando na proposição de modificações importantes, como modernização dos sistemas de instrumentação e controle e implementação de sistemas de segurança adicionais, visando a elevar o nível de segurança dessas usinas a patamares comparáveis às usinas do Ocidente, como Angra 1 e Angra 2. Grande parte dessas medidas já foi implementada. Em verdade, devido a características construtivas da Usina de Chernobyl, aconteceu um incêndio no grafite usado como elemento moderador (elemento que é colocado para controlar a fissão controlada do urânio baixamente enriquecido). Sem esse elemento moderador, não acontece fissão no átomo do urânio baixamente enriquecido. Em Angra e outras usinas que utilizam a água como elemento moderador, esse tipo de acidente seria impossível. No caso da bomba atômica, uma comparação muitas vezes erroneamente feita com as usinas nucleoelétricas, requer urânio altamente enriquecido ou plutônio, 84

99 e não é usado elemento moderador: é uma tecnologia bastante diferente. Seria quase como comparar gasolina ou óleo combustível com a dinamite, já que esses materiais envolvem igualmente possibilidade de reações químicas com liberação de energia. A título de conhecimento, para quem não está envolvido com a tecnologia nuclear: o urânio como sai das minas, chamado de minério de urânio, que necessita de mineração e atividades de metalurgia, em parte semelhantes a outros metais, como o ferro, irá formar, após diversas etapas de depuração de outros elementos, o que chamamos de urânio natural. Esse urânio natural é composto de um isótopo não físsil (não se divide naturalmente com o choque de um nêutron), estável, não radioativo, chamado Urânio 238 ( 238 U o peso atômico dele é de 238 "unidades de massa atômica"), e o urânio físsil, instável, fracamente radioativo, que (por ser menos estável que o 238 U) se fragmenta em dois átomos diferentes, de peso menor, e que libera energia durante essa divisão. Esse isótopo é chamado de Urânio 235 ( 235 U): é o isótopo que nos interessa. Seu núcleo atômico pode ser dividido, liberando uma grande quantidade de energia, lançando-se um nêutron contra ele. Ele está em concentração muito pequena no urânio natural e é usado apenas em alguns tipos de reatores especiais que necessitam de água pesada (molécula composta por um átomo de oxigênio e dois de deutério (isótopo de hidrogênio que contém um próton e dois nêutrons no núcleo). Nos reatores das usinas de Angra utilizam-se água leve (H 2 O) desmineralizada, e urânio baixamente enriquecido, entre outras substâncias. O que chamamos de urânio enriquecido é o urânio no qual aumentamos artificialmente, através de um processo, a proporção de 235 U em relação ao 238 U. Esse processo é chamado de enriquecimento isotópico. Poucos países detêm a tecnologia para conseguir esse processo de forma comercial ou em grande escala. Os que detêm dificultam, de todas as maneiras, as possibilidades dos que não têm, de consegui-la. O Brasil, graças à pesquisa e ao desenvolvimento da Marinha, e a instalações da INB, iniciou, a partir de 2004, a produção comercial de urânio enriquecido. Tentou-se adquirir uma tecnologia para enriquecimento do urânio na Alemanha, por ocasião do Acordo Nuclear entre o Brasil e aquele país, mas não foi possível, pois os Estados Unidos bloquearam a transferência de tecnologia do sistema de difusão gasosa, da Alemanha para o Brasil. 85

100 O sistema, que foi desenvolvido por nós, brasileiros, é o de ultracentrifugação (diga-se de passagem, muito mais barato e eficiente), em que o gás contendo urânio é centrifugado em altíssima rotação. Como o 238 U é mais pesado que o 235 U, uma concentração maior de 238 U se localiza na parte distante do eixo da centrífuga, e o 235 U se concentra no centro. São necessárias muitas centrífuga para se conseguir algum enriquecimento. Quem consegue realizar um enriquecimento isotópico baixo, teoricamente está habilitado a realizar um enriquecimento alto e entrar para o seleto grupo que possui bombas atômicas. Esse é o receio do grupo formado por Estados Unidos, Inglaterra, França e mais alguns outros, que desejam manter isolado esse poder de destruição. Quem consegue essa tecnologia também se torna mais um fornecedor em potencial de urânio enriquecido comercial no mundo, dividindo o mercado. Atualmente, os únicos países que dominam tecnologicamente todas as etapas desse processo, desde a mineração até a produção comercial de elementos combustíveis, são o Brasil, os Estados Unidos e a Rússia. Quais são as principais diferenças entre a central de Fukushima e as usinas de Angra? Existem hoje, segundo dados da AIEA, 441 usinas nucleares em operação no mundo. Em torno de 60% contam com reatores a água pressurizada (PWR), o mesmo modelo de Angra 1 e Angra 2. Aproximadamente, 25% são reatores a água fervente (BWR), como os da central de Fukushima, no Japão. Outros 10% equivalem a tecnologias que estão se tornando obsoletas e sumirão da matriz nuclear mundial na medida em que essas usinas cheguem ao fim de suas vidas úteis. Num acidente com perda total da alimentação elétrica, como o ocorrido em Fukushima, um reator PWR permitiria que os operadores tivessem mais tempo para o restabelecimento da energia do que um BWR. A usina PWR conta com circuitos independentes e Geradores de Vapor, equipamentos que contêm uma quantidade significativa de água e que permitem que o resfriamento do reator ocorra por circulação natural até o restabelecimento de energia, sem a necessidade de se utilizar bombas acionadas por eletricidade. Numa usina BWR, existe um circuito único, sem Geradores de Vapor. Um corte no fornecimento de energia interrompe imediatamente o resfriamento, como aconteceu na usina de Fukushima Daiichi. Portanto, nessas condições, a usina 86

101 PWR apresenta algumas vantagens. No Japão, 50% das usinas são do tipo PWR e a outra metade é BWR. Vale ressaltar que, na região afetada, não havia usinas PWR em operação, apenas BWRs. Quais as ações de revisão das usinas de Angra devido ao evento de Fukushima? A Eletronuclear, por determinação de sua Diretoria Executiva, como uma das atribuições do Comitê Gerencial de Resposta a Fukushima, instituído pela CGE n o 038/11, de 20/09/2011, referenciado na CGE como Plano de Trabalho, elaborou o que chamou de Plano de Resposta a Fukushima da Eletronuclear, tendo como objetivo estabelecer o planejamento de execução das iniciativas de estudos e projetos a serem desenvolvidos pela empresa para reavaliação da segurança das unidades da CNAAA, à luz das lições aprendidas com o acidente ocorrido na Central de Fukushima Daiichi, no Japão, em março de O Plano engloba 30 estudos e 28 projetos, a serem desenvolvidos no período de 2011 a 2015, com investimentos estimados em cerca de R$ 300 milhões. Os estudos e projetos relacionados no Plano estão voltados para o sítio e para as unidades Angra 1 e Angra 2, sendo que os resultados relativos a Angra 2 serão diretamente incorporados ao projeto de Angra 3, sempre que aplicável. O Plano está estruturado distinguindo três Áreas Principais de Avaliação, mostradas e caracterizadas na figura a seguir. Áreas Principais de Avaliação do PLANO DE RESPOSTA AO ACIDENTE DE FUKUSHIMA PROTEÇÃO CONTRA EVENTOS DE RISCO Foco: Proteção contra Eventos com Potencial de Induzir Falhas Múltiplas nos Sistemas de Segurança Objetivo: Assegurar que os sistemas de segurança das unidades sejam preservados em situações em que eventos externos ou internos às instalações possam danificar ou limitar o funcionamento de seus equipamentos CAPACIDADE DE RESFRIAMENTO Foco: Capacidade de Resfriamento do Combustível em Condições Além das Bases de Projeto Objetivo: Prover meios alternativos de resfriamento do núcleo do reator e das piscinas de combustível irradiado, para o caso de situações de falhas dos sistemas de segurança além de suas bases de projeto LIMITAÇÃO DE CONSEQUÊNCIAS RADIOLÓGICAS Foco: Limitação das Conseqüências Radiológicas no Caso de Acidentes Severos Objetivo: Dispor de recursos para minimizar o risco de perda de integridade das barreiras de contenção e de liberação de materiais radioativos para o meio externo Evolução temporal dos acidentes Defesa em Profundidade 87

102 A Eletronuclear executou uma série de verificações de segurança, em curto prazo, propostas pela Associação Mundial de Operadores Nucleares (WANO), da qual a empresa faz parte. Em uma segunda etapa, deu início ao desenvolvimento do chamado teste de estresse para as usinas Angra 1 e Angra 2, de acordo com o padrão das Associações dos Órgãos Reguladores Nucleares da Europa Ocidental (WENRA). Esse teste tem por objetivo principal a avaliação das condições existentes nas plantas para lidar com acidentes além das bases de projeto e está sendo desenvolvido para todas as usinas nucleares dos países da Europa, por determinação da Comunidade Europeia. Enfoque em quatro áreas O programa de reavaliação das usinas está focado em quatro áreas: 1) Verificação das bases de projeto para eventos externos o objetivo é assegurar a disponibilidade dos sistemas de segurança diante de cenários de eventos externos extremos. Nesse sentido, estão sendo reavaliados os critérios de projeto (verificação de estruturas, sistemas e equipamentos) frente aos riscos da Natureza, considerando os abalos sismológicos, as inundações por efeito de chuva, as encostas, os movimentos de mar e a influência dos tornados. Onda - Nossas usinas estão preparadas para suportar uma onda de até 4 metros. A empresa pretende implantar um sistema de monitoração de movimento de mar para realizar estudos de evolução de ondas, considerando alturas registradas fora da Baía da Ilha Grande em condições meteorológicas severas. Essa avaliação irá mostrar se será preciso fazer um reforço estrutural ou aumento do molhe de proteção. É importante destacar que os acessos aos edifícios de segurança de Angra 1 e Angra 2 se situam a 5,60 metros acima do nível médio do mar. Os de Angra 3 ficarão a 6,60 metros. Tsunamis - As usinas brasileiras se encontram em locais de baixo risco sísmico e que não estão sujeitos a tsunamis, devido às características geológicas de localização de nosso território. O Brasil está distante das bordas da placa tectônica em que está localizado e, diferentemente do caso do Japão, a borda da nossa placa, que está sob o oceano, afasta-se da que lhe está adjacente. Este fato de as placas do Oceano Atlântico Sul 88

103 se afastarem diferentemente das placas do Pacífico Norte, que se chocam torna fisicamente inviável que, mesmo no caso de um forte terremoto no local, venha a ser formada uma onda tsunami. Chuvas estudos para verificação de cotas de alagamento considerando obstrução de canais e redes de drenagem. São feitos estudos de tempo de recorrência, ou seja, cientistas projetam para trás estudo estatístico para identificar a pior chuva em mil e 10 mil anos. Estudos de simulação mostram que os canais de drenagem da central nuclear funcionam muito bem no caso da pior chuva em mil anos e, no caso da pior em 10 mil anos, há extravasamento, mas a água não chega a invadir os prédios, ou seja, o espelho d água fica abaixo do nível de entrada dos edifícios. A empresa pretende ampliar esse estudo e simular a obstrução do túnel de descarga de água em Piraquara de Fora e o seu extravasamento para o sítio, de modo a identificar se será preciso aumentar a capacidade de drenagem dos canais ou alterar a soleira de entrada dos prédios. Encostas Todas as encostas e as obras de contenção executadas no entorno da central nuclear têm monitoramento contínuo, e são feitas avaliações periódicas. Mas a empresa pretende contratar uma instituição independente para reavaliar a monitoração e o trabalho de contenção, inclusive considerando a possibilidade de serem atingidas estruturas ou sistemas de segurança das usinas, no caso de ruptura total das encostas. Tornados No projeto de Angra 3, já está considerado o efeito dos tornados. Mas a empresa irá realizar estudos de verificação do impacto que os tornados teriam nas estruturas externas de Angra 1 e Angra 2. Terremotos As bases de projeto das usinas brasileiras são conservadoras. Mas, mesmo assim, a Eletronuclear contratará um estudo para atualizar os registros sísmicos da região. 2) Definição de medidas para mitigação de acidentes severos o objetivo é dotar as usinas de recursos para controlar acidentes ou seja, fazer o desligamento seguro do reator que excedam as condições postuladas. Como exemplo dessas melhorias, que com o acidente de Fukushima passaram a ser tratadas com elevada prioridade, é a conclusão do programa de implantação de procedimentos e recursos para gerenciamento de acidentes severos. 89

104 Esse programa envolve estudos de análise de segurança, elaboração de procedimentos para orientação da atuação dos operadores e instalação, nas unidades, de recursos adicionais para controle das consequências desses acidentes. Especial atenção está sendo dada aos sistemas de suprimento de energia elétrica de emergência, cuja falha foi determinante para a magnitude das consequências do acidente de Fukushima. Nesse contexto, a empresa está desenvolvendo estudos para implantação de uma pequena central hidroelétrica (PCH) na região de Angra dos Reis, dedicada à alimentação elétrica das usinas no caso de perda total de todos os 12 dieselgeradores já existentes, hipótese improvável, mas que ocorreu no Japão devido à catástrofe natural inédita. A PCH não foi considerada no orçamento de R$ 300 milhões, pois ainda está em estudo. 3) Definição de recursos externos adicionais para mitigação de catástrofes naturais São ações adicionais para mitigar as consequências de situações de extrema severidade. A empresa está estudando a possibilidade de utilização de equipamentos móveis para suprimento de energia elétrica e bombeamento de água para resfriamento do reator e das piscinas de combustível, incluindo grupos diesel e moto-bombas portáteis. 4) Reavaliação das condições do plano de emergência A empresa vem estudando meios alternativos de evacuação que não sejam por estrada. Um exemplo é o estudo para implantação de quatro cais marítimos (Mambucaba, Praia Vermelha, Praia Brava e Frade) e diversas quadras poliesportivas que possam servir como heliportos, dentro das Zonas de Planejamento de Emergência, o que permitirá complementar o processo de evacuação da população por mar e das pessoas com necessidades especiais por ar, agilizando e dando maior flexibilidade ao plano de emergência. Quantos acidentes aconteceram nos últimos dez anos? Em mais de vinte anos de geração de energia nuclear no Brasil, nunca houve em Angra dos Reis um acidente ou evento que pusesse em risco os trabalhadores das usinas, a população ou o meio ambiente da região. A Eletronuclear foi uma das primeiras companhias brasileiras a adotar um programa de cultura de segurança, na qual todos os funcionários estão 90

105 individualmente comprometidos. Essa determinação levou à adoção de uma Política de Gestão Integrada de Segurança que privilegia a segurança nuclear e abrange a garantia da qualidade, a proteção do meio ambiente, a segurança do trabalho, a saúde ocupacional e a proteção física, assim como deriva para aspectos gerenciais como a análise de risco e gestão de contratos, entre outros. No projeto e na operação da CNAAA a segurança ganha prioridade absoluta e, de acordo com a Política, a segurança nuclear é prioritária e precede a produção, não devendo nunca ser comprometida por qualquer razão. Tem-se como meta desse esforço satisfazer o objetivo principal que é proteger os indivíduos, a sociedade e o meio ambiente contra o risco radiológico. O programa de cultura de segurança desenvolvido pela Eletronuclear, pioneiro na indústria mundial, contou com a consultoria da Agência Internacional de Energia Atômica e se tornou uma referência na área de segurança para empresas que operam usinas nucleares em todo o mundo. Que tipo de acidente seria mais possível de acontecer nas usinas nucleares de Angra? Na realidade, um acidente nas usinas da CNAAA com consequências radiológicas, isto é, com liberação de material radioativo, é muito pouco provável de acontecer. O pior acidente que pode ocorrer nas usinas Angra 1 ou Angra 2 é uma fusão do núcleo do reator, motivada por perda de refrigeração associada à perda das barreiras físicas de contenção. Esse foi o caso da usina americana de Three Mile Island (TMI-2), onde houve um acidente com danos severos ao núcleo e escape do circuito primário de grande quantidade de materiais radioativos que, entretanto, ficaram retidos dentro do envoltório de contenção. Assim como TMI- 2, os reatores de Angra 1 e Angra 2 são do tipo PWR, que utilizam água pressurizada como refrigerante e também como moderador. Nos dosímetros aparece a medida de radiação. Como se chama essa medida? A unidade do sistema internacional de unidades é o Sievert (Sv). Na rotina operacional, as doses envolvidas são muito baixas. Os dosímetros eletrônicos mostram os submúltiplos automaticamente. As doses registradas aparecem em micro-sievert (µsv), ou seja, 1/ do Sv. 91

106 Quanto um funcionário pode receber de radiação? A taxa é mensal? A Norma CNEN-NN-3.01 (Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica) determina os limites para o Indivíduo Ocupacionalmente Exposto (IOE) e para o público. Os limites são de µsv/ano, desde que a média dos últimos 5 anos não ultrapasse µsv/ano. A Eletronuclear adota limites operacionais trimestrais, e por atividade, ainda menores que os limites estabelecidos pela CNEN, de forma a garantir o cumprimento dos limites da Norma. O que acontece quando se ultrapassa o limite de radiação que um funcionário pode receber? Os limites sempre foram cumpridos, nunca ocorreu de um empregado superálos. Procedimentos administrativos proíbem o acesso dos empregados quando as doses acumuladas atingem 80% do limite trimestral. O crédito de 20% do limite trimestral somente será utilizado caso o empregado tenha crédito anual, a tarefa justifique sua participação e com a autorização do gerente direto do empregado e do superintendente da unidade. Como o limite é anual, pode ocorrer que, para o gerenciamento do crédito de dose, o empregado seja afastado das atividades em área controlada por determinados períodos. O que aconteceria se um avião caísse na Central Nuclear? As usinas nucleares de Angra dos Reis foram projetadas para resistir a vários tipos de acidentes. Entre os acidentes externos postulados consideram-se o maior terremoto que poderia ocorrer no sítio e o efeito da explosão de um caminhão carregado de TNT em estrada próxima. O prédio onde fica o reator nuclear tem barreiras de concreto e de aço dimensionadas para resistir a esses tipos de evento. Pode-se verificar que, mesmo não sendo necessária a consideração de queda de avião no projeto por causa da baixa probabilidade de ocorrência desse evento, as usinas poderiam resistir até ao impacto de um grande avião em velocidade de pouso ou decolagem, sem que as barreiras de segurança fossem inteiramente rompidas. Um impacto dessa natureza teria uma probabilidade muito pequena de comprometer a segurança da Usina, da população e do meio ambiente. 92

107 O projeto estrutural leva em consideração a possível ocorrência de um abalo sísmico? As usinas nucleares de Angra dos Reis foram projetadas para resistir a vários tipos de acidentes. Mesmo estando numa região com probabilidade muito baixa de ocorrência de eventos sísmicos, o projeto das usinas de Angra, entre outros acidentes externos considerados, leva em conta o maior terremoto que poderia ocorrer no sítio. O prédio onde fica o reator nuclear tem barreiras de concreto e de aço dimensionadas para resistir a esses tipos de evento. Diversos sistemas garantem, de forma segura, o desligamento das usinas após qualquer abalo que atinja os níveis de intensidade especificados no seu projeto. O projeto se baseia em normas de segurança internacionais, que consideram uma aceleração horizontal na rocha de 0.10 g (aceleração da gravidade, g=10m/s 2 ). Especialistas da PUC/RJ e do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP (IAG/USP) estimaram que a probabilidade de ocorrência de um abalo dessa proporção na Central Nuclear é de uma vez a cada 50 mil anos. O maior terremoto registrado na região Sudeste, nas últimas décadas, ocorreu em 22 de abril de 2008, atingiu 5,2 graus na escala Richter e teve seu epicentro no Oceano Atlântico, a 215 km da cidade de São Vicente, no litoral paulista, e a 315 km da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). O nível das acelerações registrado na Estação Sismográfica de Angra dos Reis foi de 0,0017 g, (2% do valor de projeto), e inferior ao nível mínimo acima do qual passaria a ser registrado na instrumentação sísmica das próprias usinas (0,01 g). Localização do epicentro do terremoto em relação à Central Nuclear 93

108 Construídas numa região com probabilidade muito baixa de ocorrência de eventos sísmicos, as usinas de Angra, como já dissemos, foram projetadas para resistir a terremotos. Diversos sistemas garantem, de forma segura, o desligamento das usinas após qualquer abalo que atinja as especificações consideradas no seu projeto. Esse projeto se baseia em normas de segurança internacionais, que consideram uma aceleração horizontal na rocha de 0.10 g. Especialistas da PUC/RJ e do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP (IAG/USP) estimam que a probabilidade de ocorrência de um abalo dessa proporção nas proximidades da Central Nuclear é de uma vez a cada 50 mil anos. Três fatores são determinantes para medir a intensidade local de um evento sísmico: a magnitude do terremoto, a distância em relação ao epicentro e a profundidade em que ocorre o abalo. Por exemplo, um terremoto de magnitude 4 na escala Richter, com o epicentro no local das usinas, não provocaria acelerações superiores às previstas no projeto. Para tanto, seria necessário que ocorresse um abalo de magnitude 5 a menos de 12 km; ou um terremoto de magnitude 6 a menos de 37 km da Central Nuclear. Existe um monitoramento sísmico nas usinas? A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) possui uma Estação Sismográfica equipada com aparelhos modernos que monitoram, identificam e analisam os eventos sísmicos locais e regionais. Essa Estação opera desde 2002, monitorando continuamente qualquer vibração no sítio das usinas e registrando todos os eventos. Ela permite determinar o epicentro, a magnitude e as demais características de qualquer evento sísmico, além de indicar o nível de aceleração na região da Central Nuclear. Esses registros, aliados aos catálogos sísmicos disponíveis, confirmam a baixa sismicidade da região de Angra. Além disso, cada usina possui instrumentação sísmica própria e independente para monitoramento dessas acelerações. Caso ocorra um abalo que ultrapasse 10% das acelerações estimadas no projeto, um alarme é disparado na sala de controle onde sua intensidade pode ser identificada imediatamente. Nesse caso, os valores de aceleração são analisados para calcular seu impacto na Usina. Se as acelerações atingirem 50% dos valores de projeto, a Usina deve ser inspecionada para verificar a existência de algum dano. 94

109 Qual a possibilidade de um tsunami (maremoto) atingir o litoral brasileiro na Região Sudeste? Um evento dessa natureza é provocado na maioria das vezes em decorrência de um abalo sísmico de grande magnitude (superior a 7.0) no mar, em que o foco esteja pouco profundo e em regiões de borda de placas tectônicas que se movem uma em direção à outra, gerando ondas que podem alcançar grande amplitude nas regiões costeiras próximas. Esse fenômeno é o que ocorreu em várias ocasiões no Pacífico e no episódio do Japão em 11 de março de A Região Sudeste do litoral brasileiro está situada na placa tectônica sulamericana, que se afasta da placa tectônica africana. Portanto, no Oceano Atlântico Sul, não existem as condições necessárias para gerar os tsunamis (maremotos). Existe no local um sistema de segurança adequado para impedir uma possível ocorrência de invasão? Quais as medidas existentes para se detectar, impedir e combater tal fato? O conceito de proteção física do local das usinas (sítio) envolve medidas de proteção de fora para dentro, medidas estas que vão se tornando mais rigorosas quanto mais próximas das usinas. O local é dotado de medidas para proteção física, quais sejam: existência de cercas concêntricas monitoradas, a externa cercando o sítio e a interna (dupla), as usinas; corpo de guarda; guaritas em sequência (externa e interna e de acesso às usinas) sistema de circuito fechado de televisão e sistema de alarme para abertura das portas dos depósitos. 6. EVENTOS OPERACIONAIS E PLANO DE EMERGÊNCIA Como é feita a classificação dos eventos? A severidade de acidentes nucleares pode ser avaliada usando a Escala Internacional de Eventos Nucleares (International Nuclear Event Scale INES) da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A INES é um mecanismo para pronta e consistente comunicação dos eventos ocorridos em quaisquer 95

110 instalações que lidem com materiais radioativos, ou os transportem, facilitando uma compreensão mútua entre a comunidade nuclear, os meios de comunicação e o público em geral. Mas essa classificação não deve ser confundida com a sequência de etapas do planejamento de resposta à emergência utilizada para a comunicação às autoridades regulatórias e ao poder público. Qual o objetivo da Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES)? Tal como os furacões são classificados por sua severidade e os terremotos têm sua escala Richter, a AIEA comunica a gravidade de eventos relacionados ao uso ou transporte de materiais radioativos por intermédio de um protocolo numérico. A INES é o mecanismo usado para facilitar o entendimento com os meios de comunicação e a população. A INES foi aplicada, inicialmente, durante um período de teste, para classificar os eventos ocorridos em centrais nucleares, com envolvimento de 32 países. Organismos internacionais e países usuários controlaram essa aplicação. A escala funcionou com êxito e foi posta à disposição para a adoção formal no mundo inteiro. Também foi ampliada e adaptada para permitir a sua aplicação a todas as instalações nucleares relacionadas com a indústria nuclear civil, bem como o transporte, o armazenamento e o uso de fontes radioativas. A Edição 2008 do Manual da INES foi desenvolvida para facilitar a tarefa daqueles que devem taxar a significação de segurança de eventos que usam a escala. O documento inclui orientação adicional e fornece exemplos e comentários no uso contínuo da INES. O manual pode ser acessado em: Como são classificados os eventos dentro da Escala INES? Os eventos se classificam na escala segundo 8 níveis: Desvio (0) abaixo da escala. Nenhuma importância com relação à segurança. Anomalia (1) pode ocorrer devido a uma falha de equipamento, a um erro humano ou a procedimentos inadequados. Essas situações são consideradas tipicamente abaixo da escala. Incidente (2) incidente com falha importante dos dispositivos de segurança, mas nos quais subsiste defesa em profundidade suficiente 96

111 para fazer frente a falhas adicionais. Evento resultante de uma dose recebida por um trabalhador acima do limite de dose anual estabelecida e/ou evento que implique a presença de quantidades significativas de radioatividade em áreas da instalação para as quais, de acordo com o projeto, tal fato não seria justificável, e que exija medidas corretivas. Incidente Sério (3) liberação externa acima dos limites autorizados, resultando, para o indivíduo mais exposto fora da área da instalação, numa dose da ordem de décimos de milisieverts (as doses são expressas em termos de dose equivalente efetiva; dose de corpo inteiro). Quando for conveniente, esses critérios podem ser expressos em termos dos limites anuais de descarga de efluentes correspondentes, permitidos pelas autoridades nacionais. Provavelmente, medidas de proteção fora da área de instalação não seriam necessárias. Eventos na área da instalação, implicando doses recebidas pelos trabalhadores suficientes para causar efeitos agudos à saúde e/ou eventos que provoquem uma grave contaminação, como, por exemplo, a liberação de alguns milhares de terabequeréis de atividade em uma contenção secundária de onde o material pode ser retornado a uma área de armazenamento satisfatória. Incidentes nos quais uma falha suplementar dos sistemas de segurança poderia conduzir a condições de acidente ou a uma situação em que, caso ocorresse em certos eventos iniciadores, os sistemas de segurança seriam incapazes de impedir um acidente. Acidente Sem Risco Importante Fora da Área da Instalação (4) liberação externa de radioatividade que resulte, para o indivíduo mais exposto fora da área da instalação, numa dose da ordem de alguns milisieverts. Com essa liberação, seria pouco provável a necessidade da aplicação de medidas de proteção fora da área de instalação, executando-se, talvez, um controle dos alimentos locais. Um acidente desse tipo poderia resultar em danos à Central Nuclear, tais como a fusão parcial do núcleo de um reator de potência, ou eventos comparáveis em instalações que não sejam reatores, criando problemas graves de retorno à normalidade na área da instalação. Irradiação de um ou mais trabalhadores que implique uma superexposição com alta probabilidade de morte precoce. Acidente com Risco Fora da Área da Instalação (5) liberação externa de 97

112 materiais radioativos. Essa liberação resultaria, provavelmente, na aplicação parcial das contramedidas previstas nos planos para casos de emergência, com o objetivo de reduzir a probabilidade de efeitos sobre a saúde. Pode incluir danos graves a uma grande parte do núcleo de um reator de potência, um acidente de criticalidade relevante ou um incêndio ou explosão importantes, que liberem grande quantidade de radioatividade dentro da instalação. Acidente Sério (6) liberação externa de materiais radioativos. Essa liberação resultaria, provavelmente, na aplicação integral das contramedidas previstas nos planos locais para casos de emergência, visando a limitar os efeitos graves sobre a saúde. Acidente Grave (7) liberação externa de uma fração importante de material radioativo de uma instalação grande. Seria constituída, tipicamente, de uma mistura de produtos de fissão radioativos de vidas curta e longa. Essa liberação poderia ocasionar efeitos tardios para a saúde da população de uma vasta região, possivelmente, mais de um país e consequências a longo prazo para o meio ambiente. Um exemplo desse nível é o acidente de Chernobyl, na Ucrânia (1986). A partir de que nível, na Escala Internacional de Eventos Nucleares, os riscos devem preocupar a população? No que diz respeito à população, um evento de nível 5 (o máximo da escala é 7), que corresponde a uma liberação externa limitada de material radioativo, mas requerendo a implementação parcial de contramedidas planejadas de segurança, é considerado acidente com risco moderado para a área externa da Usina. Somente para os eventos de nível 6 (acidente sério) e nível 7 (acidente grave), medidas amplas e irrestritas deverão ser tomadas para evitar riscos para a população próxima das usinas. 98

113 Existe um plano de emergência? É feito algum tipo de treinamento com a população local? Usinas como Angra 1 e Angra 2 foram projetadas e construídas com barreiras de proteção sucessivas e preparadas para resistir a um acidente mais sério. No entanto, como é comum e recomendável nos locais onde existem instalações industriais, um plano de emergência foi elaborado para orientar a população que mora nas proximidades da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Para atender aos requisitos de licenciamento da Usina Nuclear Angra 1, foi elaborada, em 1978, a primeira versão do Plano de Emergência Externo. Desde então, o plano sofreu diversas alterações de formatação e responsabilidades pela sua execução, sendo que, em 1994, então sob a coordenação da Subsecretaria de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro e já intitulado Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro (PEE/RJ), esse Plano passou a considerar, de forma plena, a atuação de órgãos sediados efetivamente na região de Angra dos Reis, principalmente a Defesa Civil desse município. No PEE/RJ constam ações específicas a serem implementadas nas Zonas de Planejamento de Emergência, que são áreas vizinhas à CNAAA, delimitadas por círculos, com raios, respectivamente, de 3 km, 5 km, 10 km e 15 km, centrados no Edifício do Reator de Angra 1. 99

114 No âmbito do Plano de Emergência, como são classificados os eventos e a partir de que nível devem preocupar a população? Existe um modelo internacional de classificação e comunicação de emergências ao órgão regulador e às demais autoridades, que prevê ações sempre preventivas e antecipatórias. O modelo pressupõe quatro etapas possíveis de evolução dos eventos em razão do possível grau de impacto. Vão desde as mais simples, sem nenhum reflexo sobre a saúde e a segurança da população, até as mais sérias, que podem ter como consequência a liberação de material radioativo para o meio ambiente. O PEE/RJ da CNAAA é acionado gradativamente, conforme as etapas descritas a seguir: 1) Evento Não Usual (ENU) é uma condição anormal na Usina sem nenhuma possibilidade de liberação de material radioativo para o meio ambiente. 2) Alerta indicação de real ou provável degradação nos níveis de segurança. São ativados os Centros de Emergência internos das usinas e os externos, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro e Brasília, sem a necessidade de ações de evacuação dos trabalhadores nem da população. Em casos de Alerta e ENU não está prevista qualquer ação junto à população. 3) Emergência de Área indicação de real ou possível falha nas funções de segurança; não há indicação de falha iminente do núcleo do reator. Os trabalhadores não envolvidos com a emergência são retirados das usinas, conforme estabelece o Plano de Emergência Local (PEL). 4) Emergência Geral indicação de real ou possível liberação de material radioativo; indicação de degradação iminente ou real do núcleo do reator. A população da ZPE-3 será evacuada para a ZPE-5 e, no caso de um agravamento, a população da ZPE-5 será removida para a ZPE-10. A população será orientada pela Defesa Civil, que tem destacamentos a leste e oeste da CNAAA, por intermédio de 8 sirenes instaladas nas ZPEs 3 e 5. O Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro (PEE/RJ) estabelece a remoção da população terrestre que não possui meios próprios, por meio de ônibus da Eletronuclear e das empresas concessionárias de transporte da região. Os abrigos serão escolas municipais e estaduais predefinidas no plano. Os ilhéus serão removidos pelo 1 Distrito Naval e abrigados no Colégio Naval de Angra dos Reis. 100

115 A cada dois anos são realizados exercícios simulados com a participação voluntária de parte da população e de todos os órgãos envolvidos na resposta a uma situação de emergência na CNAAA. Como funciona o Plano de Emergência Externo? O planejamento prevê ações em uma área de até 5 km em torno da Central Nuclear, que conta com um sistema de som capaz de transmitir alertas e informações. As estações locais de rádio e TV também fazem parte do plano e estão preparadas para divulgar instruções em caso de necessidade. Campanhas de esclarecimento também são realizadas, incluindo a distribuição anual de 40 mil calendários, de casa em casa, com instruções sobre como os moradores devem agir em situações de emergência. O calendário chama a atenção, também, para o teste mensal do sistema de som nas localidades próximas às usinas. O teste acontece todo dia 10, às 10 horas da manhã, para não confundir os moradores. As ações especificadas nesse plano, coordenadas pela Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, sob a supervisão geral do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), que é o órgão central do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), e a supervisão técnica da CNEN, envolvem, também, a participação das seguintes organizações: Exército, Marinha, Aeronáutica, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Defesa Civil de Angra dos Reis, Defesa Civil de Paraty, empresas de eletricidade, de telefonia, de abastecimento de água e empresas de transporte urbano da região, além de outras secretarias estaduais e municipais. Visando a manter esse plano sempre em condições de acionamento, são realizados anualmente exercícios simulados. Nos anos pares, os Exercícios de Emergência Parcial, quando são testadas, entre outras ações previstas no PEE/RJ, a eficácia da cadeia de comunicações e a eficiência da ativação dos Centros de Emergência, e, nos anos ímpares, os Exercícios de Emergência Geral, quando são postas em prática e testadas todas as ações revistas no plano, inclusive a capacidade de mobilização de meios em pessoal e material; a disseminação de informações ao público e à imprensa; a ativação de alguns abrigos e até mesmo a simulação de evacuação de voluntários residentes na 101

116 ZPE-3 e na ZPE-5, embora a possibilidade de remoção da população circunvizinha à Central Nuclear seja uma hipótese muito pouco provável. Como funciona o Plano de Emergência Local? O Plano de Emergência Local PEL tem como objetivo proteger a saúde e garantir a segurança dos trabalhadores das usinas e do público em geral presente na Área de Propriedade da Eletronuclear em qualquer situação de emergência radiológica em Angra 1 e/ou Angra 2. O PEL abrange toda a área da CNAAA, a Vila Residencial de Praia Brava e a região de Piraquara de Fora. Esse Plano contempla, ainda, o apoio a ser prestado à Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro e à CNEN na ZPE-3 e na ZPE-5. Para testar e aprimorar a eficiência das equipes que, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, respondem pela atuação inicial nas usinas dos Grupos e das Equipes de Emergência, previstas no PEL, a Eletronuclear realiza dez exercícios anuais, sendo cinco por usina. Além desses exercícios simulados, os Grupos e as Equipes de Emergência participam, ainda, dos Exercícios de Emergência Parcial e dos Exercícios de Emergência Geral em conjunto com os diversos órgãos dos diferentes níveis de governo diretamente envolvidos no PEE/RJ. Em caso de um acidente grave, que área poderia ser atingida? Com base nos critérios estabelecidos pela CNEN, as ações para a proteção da população, em situações de emergência na Central Nuclear de Angra, são esquematizadas segundo as Zonas de Planejamento de Emergência ZPEs, com graus de planejamento de resposta que variam de acordo com a distância da Central Nuclear. A ZPE-3 está compreendida num raio de 3 km ao redor de Angra 1, a ZPE-5 num raio de 5 km e as ZPEs 10 e 15 em raios de 10 km e 15 km, respectivamente. O Plano de Emergência Externo prevê as ações preventivas e urgentes de remoção da população num raio de 3 km e, em caso de agravamento do acidente, também num raio de 5 km. Nessas zonas é que estão instaladas as sirenes para notificação da população. As ZPEs 10 e 15 são consideradas zonas de controle ambiental, onde não são previstas medidas de proteção urgentes e preventivas e sim medidas baseadas 102

117 numa monitoração do meio ambiente. Há quantas pessoas aproximadamente nas ZPEs 3 e 5? A Defesa Civil Municipal de Angra trabalha, na ZPE-3, com uma estimativa de 360 pessoas e, na ZPE-5, com pessoas. (Fonte: Fusar) Houve um ENU em Angra 2 no dia 15 de maio de 2009 que causou repercussão, preocupando as autoridades municipais e a opinião pública. O que de fato ocorreu? Às 16h15 de 15/05/2009, em virtude da ocorrência de alarme de radiação na ventilação da Usina, foi deflagrado preventivamente ENU em Angra 2. O alarme foi normalizado imediatamente após sua ocorrência. O sinal atuou devido à falha no procedimento da descontaminação (remoção de material radioativo) de uma peça metálica dentro de uma oficina localizada no interior da Usina Angra 2 que causou a liberação de material radiativo na sala onde o trabalho estava sendo executado. Existem alguns equipamentos que, por estarem em contato com a radioatividade e a água radioativa, adquirem uma camada uma espécie de tártaro sólida em eixos de bombas e equipamentos rotativos que forma uma crosta em torno do metal que só pode ser removida por meios mecânicos. Em algumas situações, uma simples lavagem química consegue retirar essa 103

118 contaminação. O líquido que retira o material radioativo é coletado e tratado como rejeito líquido nos sistemas adequados. Em outros casos, é preciso lixar e esmerilhar a peça para remover o material radioativo encontrado na sua superfície. Com a remoção mecânica, são geradas partículas uma espécie de poeira, que precisam ser filtradas. Os filtros, posteriormente, são tratados como rejeitos sólidos, colocados em tambores e imobilizados. Esse trabalho é normalmente executado dentro de um compartimento lacrado, com ventilação especial, localizado no interior de uma sala também especialmente vedada. Esse dispositivo garante o recolhimento e a segregação dos particulados, evitando sua dispersão. O empregado que executa esse tipo de tarefa usa vestimentas especiais, com máscaras de face inteira dotada de filtragem para protegê-lo da possibilidade de inalação dessas partículas que contêm material radioativo. Ocorre que o empregado que estava conduzindo a operação descumpriu alguns procedimentos, executando a tarefa com a porta da sala aberta, sem a obrigatória vedação, e com o sistema especial de ventilação desligado. Com isso, as partículas geradas por lixação e esmerilhamento da peça se dispersaram na sala onde estava sendo realizada a operação e para outros ambientes internos da Usina, provocando uma leve contaminação em outros trabalhadores. Essa dispersão de pó contendo material radioativo no interior da Usina provocou disparo do alarme de aumento de radiação. O sinal indica que algo não planejado está acontecendo dentro de um ambiente interno da Usina e provoca a imediata mobilização de equipe para investigação da causa do ocorrido. Após avaliação das condições radiológicas da Usina e consequências do evento, constatou-se que não houve impacto para o meio ambiente, para os trabalhadores da Usina e para o público em geral. Análises e verificações dos monitores de radiação também indicaram que as liberações pela ventilação estiveram dentro da normalidade durante todo o tempo. Ainda no mesmo dia do evento, foram efetuadas monitorações na chaminé da Usina e no seu entorno, tendo sido constatado que nenhum material radioativo chegou ao meio ambiente. Amostras de grama, terra e água foram colhidas sem que nada de anormal fosse detectado. Portanto, o impacto fora da Usina foi nulo. O acidente tem certa importância para a indústria nuclear, mas, sobretudo, para a melhoria das práticas internas de 104

119 trabalho. O ENU foi encerrado às 18h15 do mesmo dia. Como esse incidente foi classificado na Escala INES? Na avaliação da Eletronuclear, o evento foi classificado na INES como nível 0 (abaixo da escala; nenhuma importância com relação à segurança). Esses incidentes são divulgados? Existe toda uma metodologia de relato interno. Alguns casos precisam ser comunicados à CNEN e outros são apenas para ações internas da empresa. A CNEN mantém plantões para recebimento dessas comunicações e para pronto atendimento, com responsabilidade de transmitir informações à prefeitura, à Câmara de Vereadores, à Secretaria de Defesa Civil Municipal e a outros órgãos municipais e federais. No ENU do dia 15 de maio de 2009, as comunicações obrigatórias da Eletronuclear e da CNEN foram feitas em tempo hábil, dentro das normas e de procedimentos aplicáveis e com transparência. Note-se que os inspetores da CNEN residentes na Central Nuclear imediatamente analisaram o evento no local. O nível de detalhamento e a linguagem da informação contidos no aviso da ocorrência de um ENU são considerados adequados por se tratar de uma etapa interna da Eletronuclear e antecipatória do Plano de Emergência. Entretanto, a forma e o conteúdo utilizados estão sendo analisados para que se possa melhorar o processo de comunicação. Houve risco para a saúde dos trabalhadores envolvidos com o incidente? Cinco outros trabalhadores se encontravam próximos da sala onde o empregado realizava a tarefa de descontaminação de forma inapropriada. Todos os seis empregados foram monitorados, descontaminados com água e sabão e submetidos à detecção individual de radiação. Os exames feitos indicaram que os níveis de radiação a que estiveram submetidos foram muito abaixo dos limites estabelecidos nos procedimentos operacionais da empresa, que são bem mais rigorosos do que aqueles determinados pelas normas regulatórias. Entretanto, quatro dos seis empregados submetidos à detecção apresentaram ligeira indicação de pó nas narinas, o que poderia ter dado ensejo à inalação de material radioativo. Esses quatro foram então encaminhados ao Centro de Medicina das Radiações Ionizantes CMRI da Eletronuclear para exames 105

120 complementares num equipamento apropriado denominado Contador de Corpo Inteiro. Esse encaminhamento se deu no mesmo dia do evento. Os resultados dos exames feitos nesses quatro empregados no referido equipamento mostraram valores muitíssimo mais baixos que os valores máximos admissíveis por procedimentos e normas aplicáveis. O trabalhador que apresentou a maior contagem indicou 60 unidades de medida, quando o limite para que exames mais aprofundados sejam obrigatórios é de (mil unidades de medida). O limite máximo anual estabelecido pelas normas a que um trabalhador pode ser exposto é de (vinte mil unidades de medida). Em 28 de maio de 2009, por medida de cautela, os quatro trabalhadores foram novamente submetidos ao Contador de Corpo Inteiro, indicando valores ainda menores daqueles verificados em 15/05/2009, praticamente não detectáveis. Foi ainda providenciado o encaminhamento dos quatro trabalhadores para exame de Contador de Corpo Inteiro numa organização independente para que não paire a mais longínqua dúvida sobre o monitoramento efetuado nas instalações do CMRI da Eletronuclear. O que representa a dose a que os trabalhadores estiveram expostos? Os trabalhadores envolvidos no evento receberam doses de 1 µsv, 17 µsv, 237 µsv. A título de comparação, seguem alguns dados do Escritório de Ciências do Departamento de Energia dos Estados Unidos (US DOE/Office of Science): Radiação Natural: ~ µsv/ano (Nota: Existem lugares com valores de até µsv/ano, como na Costa de Kerala, na Índia). Tripulação de voos comerciais: µsv/ano Exames Médicos: - 1 radiografia de tórax: ~100 µsv - 1 radiografia dentária: ~1.600 µsv - 1 mamografia: ~2.500 µsv - 1 cintilografia do miocárdio (Tc-99): ~4.400 µsv - 1 cintilografia óssea (Tc-99): ~ µsv O limite da CNEN é µsv/ano, desde que a média dos últimos 5 anos não ultrapasse µsv/ano. E o da Eletronuclear, µsv/ano. 106

121 O que aconteceu com o empregado envolvido no incidente? Houve uma advertência formal ao empregado que descumpriu o procedimento de trabalho, na qual foi reforçado que os procedimentos de segurança precisam ser cumpridos. É comum ocorrer eventos com contaminação de trabalhadores nas usinas? Não é incomum ocorrerem eventos com contaminação de trabalhadores, seja de suas roupas, luvas ou sapatilhas, durante os trabalhos normais de operação e manutenção das usinas. Nesses casos, os trabalhadores são prontamente descontaminados por procedimentos simples, na maioria das vezes utilizando-se apenas água e sabão. Durante as operações de paradas das usinas para reabastecimento e manutenção, devido ao aumento do número de trabalhadores dentro das instalações e por causa da natureza dos trabalhos efetuados, a probabilidade aumenta. No entanto, é importante esclarecer que a contaminação, dentro dos limites regulamentares, é inerente ao processo de trabalho em área radioativa. Não se declara qualquer situação de emergência por esse tipo de contaminação. 7. REJEITOS Como são classificados os rejeitos radioativos? Os rejeitos gerados por uma usina nuclear são organizados em três classes, segundo o nível de radioatividade que apresentam: os de Baixo, Médio e Alto Níveis de Radiação. São classificados também em função da meia-vida dos elementos radioativos nos mesmos, como rejeitos de longa e de baixa duração. Os rejeitos de Baixo Nível de Radiação ( Low Level Waste LLW ) compreendem, principalmente, materiais ligeiramente contaminados, tais como: papéis, plásticos, vestimentas e ferramentas. Com a finalidade de redução de seus volumes, esses rejeitos são usualmente compactados antes da deposição final. Também são classificados dessa forma a maior parte dos gases e dos líquidos ativados ou contaminados produzidos durante a operação da Usina. Os rejeitos de Médio Nível de Radiação ( Intermediate Level Waste ILW ) compreendem: filtros, resinas, concentrado do evaporador e outros materiais 107

122 que sofreram contaminação. Os rejeitos do tipo ILW são solidificados ou imobilizados em materiais inertes, tal como o concreto ou o betume. O combustível nuclear irradiado na Usina se constitui na única fonte de material radioativo de alto nível de radiação e longa duração, quando visto sob a ótica de rejeitos, pois, se pensado no ciclo completo do combustível, ainda existe a possibilidade de reprocessamento e reutilização do mesmo para gerar maiores quantidades de energia. Os rejeitos de Alto Nível de Radiação ( High Level Waste HLW ) têm atividade de vida longa e, como geram quantidades consideráveis de calor, necessitam de resfriamento por no mínimo 10 anos. Durante esse período, os rejeitos HLW são mantidos em instalações de armazenamento inicial (piscinas de resfriamento de combustível usado) junto às centrais nucleares que os produziram. Como a Eletronuclear vem conduzindo as ações relacionadas aos rejeitos de Angra 1 e Angra 2 e como pretende resolver a questão para Angra 3? A Eletronuclear tem como missão estatutária o projeto, a construção e a operação de usinas nucleoelétricas, cujas responsabilidades incluem a guarda segura dos materiais radioativos gerados em suas instalações, protegendo os trabalhadores, o público e o meio ambiente dos efeitos nocivos da radiação, até a sua disposição final em instalações projetadas para o armazenamento de longo prazo ou definitivo, cuja responsabilidade legal de implantação e operação é da CNEN. Atualmente existem tecnologias seguras para o gerenciamento de rejeitos de médio e baixo níveis de radiação, desde sua coleta até o armazenamento nos depósitos iniciais. Os rejeitos sólidos de baixo e médio níveis de radiação são acondicionados em embalagens metálicas, testadas e qualificadas pela CNEN e transferidos para o depósito inicial, construído no próprio sítio da CNAAA. Esse depósito é permanentemente controlado e fiscalizado por técnicos de proteção radiológica e especialistas em segurança da Eletronuclear. Já os elementos combustíveis de alta atividade são colocados dentro de uma piscina contendo um sistema de resfriamento no interior das usinas, este é considerado um depósito intermediário de longa duração, cercado de todos os requisitos de segurança exigidos internacionalmente. O Brasil é signatário da Convenção Internacional para Gerenciamento Seguro de Rejeitos Radioativos e Combustível Usado, sendo periodicamente auditado pela 108

123 Agência Internacional de Energia Atômica AIEA com base em relatório que bianualmente é encaminhado a essa organização. Toda indústria nuclear brasileira age de modo coerente com o que é praticado no mundo inteiro, como não poderia deixar de ser, já que o país é signatário dessa Convenção Internacional. REJEITOS RADIOATIVOS BAIXA E MÉDIA COMBUSTÍVEL USADO DEPÓSITO INICIAL NA CENTRAL NUCLEAR Até 2020 DEPÓSITO INICIAL PISCINA DENTRO DA USINA ISOLADA DO AMBIENTE EXTERNO Mandatório 10 anos (mínimo) DEPÓSITO INTERMEDIÁRIO DE LONGA DURAÇÃO (500 ANOS) DEPÓSITO FINAL (REPOSITÓRIO NACIONAL) RECICLAGEM (REPROCESSAMENTO) DEPÓSITO FINAL ALTA ATIVIDADE Qual o grau de perigo que eles oferecem para as pessoas e o meio ambiente? Não há risco. O nível de radiação é mantido abaixo dos padrões nacionais e internacionais que garantem a proteção dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Para tanto, a Eletronuclear faz medições constantes nos arredores dos depósitos iniciais e os resultados são avaliados periodicamente pela CNEN e por organismos internacionais. Dessa forma, a probabilidade de ocorrência de um acidente é muito remota, devido, primeiramente, à maneira de acondicionamento do rejeito. O rejeito é sólido ou solidificado e armazenado em recipientes qualificados pela CNEN, que exige, por normas, um alto grau de segurança. Além disso, as embalagens contendo rejeitos são estocadas em depósito confinado, impedindo sua dispersão para o meio ambiente. Todavia, há um plano de emergência a ser executado para assegurar a proteção da população que vive próximo às usinas, em caso de qualquer situação que ofereça risco radiológico. 109

124 Quando, exatamente, são produzidos rejeitos de médio e alto níveis de radiação? Todos os resíduos são produzidos durante o processo normal de operação das usinas nucleares, com ênfase nas paradas, quando as usinas se encontram desligadas para recarregamento e manutenção. Os rejeitos de alto nível de radiação (combustível usado, que só se torna rejeito quando desmontado ou se torna inexplorável) são produzidos apenas quando há troca de elementos combustíveis. Onde estão sendo armazenados os rejeitos de Angra 1 e Angra 2? E onde serão armazenados os rejeitos de Angra 3? A CNAAA possui três depósitos iniciais de rejeitos de baixo e médio níveis de radiação (Depósitos 1, 2 e 3), devidamente licenciados pelo Ibama e pela CNEN, que compõem seu Centro de Gerenciamento de Rejeitos CGR, localizado no próprio sítio da Central Nuclear. Esses depósitos têm capacidade suficiente para armazenar de forma segura, ou seja, isolados do público e do meio ambiente, todos os rejeitos de baixo e médio níveis de radiação produzidos pela operação e manutenção das usinas Angra 1, Angra 2 e Angra 3 até Os custos associados ao gerenciamento inicial desses rejeitos estão incluídos nos de Operação e Manutenção (O&M) das três usinas. Devido à troca dos Geradores de Vapor de Angra 1, foi construído também na própria CNAAA o Depósito Inicial dos Geradores de Vapor (DIGV), onde estão estocados os dois geradores que foram substituídos. Esse mesmo depósito receberá a cabeça do reator de Angra 1 que será trocada nos próximos anos. Angra 1 O combustível usado é armazenado numa piscina que está localizada no edifício do combustível na própria Usina. Os rejeitos radioativos de médio e baixo níveis de radiação estão sendo armazenados nos Depósitos Iniciais do CGR. Angra 2 O combustível usado é armazenado numa piscina que está localizada no edifício do reator na própria Usina. Atualmente, os rejeitos de médio e baixo níveis de radiação gerados por Angra 2 estão armazenados em local específico no interior da Usina. Devido ao pequeno volume gerado por Angra 2, ainda não há necessidade da remoção desses rejeitos para as unidades do CGR. Angra 3 O gerenciamento inicial dos rejeitos radioativos gerados pela Usina 110

125 Angra 3 será da mesma forma que Angra 2, devido à similaridade do projeto conceitual existente entre ambas. O processo utilizado para o seu tratamento será a solidificação com a utilização de betume, com prévia estocagem dentro da própria Usina nos primeiros anos de operação e posterior transferência para o CGR e, no futuro, para um depósito definitivo. Os projetos de construção de depósitos na Europa são do mesmo nível que os nossos? Nossos depósitos foram projetados e construídos dentro da mais atual tecnologia existente para esse tipo de instalação. Os técnicos de entidades internacionais que nos inspecionam periodicamente classificam nossos depósitos como dos melhores em termos internacionais. Por que os Depósitos 2 e 3 foram construídos com paredes de concreto, e o Depósito 1 é de alvenaria? Os Depósitos 2 e 3 foram projetados para receberem embalados contendo rejeitos de médio nível de radiação, podendo obviamente receber embalados de baixo nível de radiação também. O Depósito 1 foi projetado tendo metade parede de concreto, para receber rejeitos de médio nível de radiação, e metade de alvenaria, para receber apenas rejeitos de baixo nível de radiação. O projeto dos Depósitos 2 e 3 permite uma maior flexibilidade para estocagem de embalados, já que não necessita de segregação dos embalados em médio e baixo níveis de radiação. As obras do Depósito 3 já foram concluídas? Quantos empregos esse empreendimento gerou? Sim. As obras começaram em julho de 2006 após o Ibama e a CNEN terem concedido a licença para a instalação do Depósito 3 e foram concluídas em abril de A CNEN e o Ibama também já deram a autorização de operação do Depósito. Na fase de construção, a obra gerou, em média, 200 empregos pelo período de aproximadamente 12 meses. Após a conclusão, devido às características de segurança e utilização apenas como armazenagem, serão empregadas cerca de sete pessoas durante as operações para a guarda de novos embalados. 111

126 O Depósito está localizado na área da antiga pedreira, ao lado dos Depósitos 1 e 2, no sítio da Central Nuclear, e tem a capacidade de armazenar embalados de 200 litros de Angra 2; 300 caixas metálicas de 1m³ de rejeitos não compactados de Angra 1; e embalados de 200 litros gerados por Angra 1. Qual foi o custo de construção do Depósito 3? R$ (15 milhões, 874 mil e 977 reais). Por que a obra do módulo B do Depósito 2 foi embargada em 2003? Como está o licenciamento do empreendimento atualmente? A ampliação do módulo B do Depósito 2 foi embargada em 03/02/2003 por meio do auto nº 7.667/2003, emitido pela Prefeitura Municipal de Angra dos Reis. Logo após esse embargo, que teve como base questões administrativas, houve um outro efetuado pelo MP, o qual entendeu que o licenciamento da referida obra não contemplava a apresentação de um EIA/RIMA, apesar de o mesmo não ter sido solicitado pelo Ibama em suas condicionantes quando da emissão da licença. A Eletronuclear providenciou a elaboração do documento solicitado (EIA/RIMA) e conseguiu uma licença prévia. Uma das exigências do processo de licenciamento foi a realização de uma Audiência Pública. A empresa, atendendo à convocação do Ibama, participou no dia 31 de agosto de 2006, em Angra dos Reis, de Audiência Pública para a ampliação do segundo depósito de rejeitos (Depósito 2B) e para a construção do Prédio de Monitoração da Central Nuclear, também objeto de licenciamento. Na Audiência, foram apresentados os detalhes desses empreendimentos e o EIA/RIMA, encomendado pela Eletronuclear à empresa MRS Estudos Ambientais. A conclusão do estudo foi que a implantação do Depósito 2B e do Prédio de Monitoração não acrescentava risco significativo. Segundo a MRS, não se tratava de novas estruturas físicas que pudessem alterar o meio ambiente, mas sim de estruturas complementares. Além disso, os possíveis impactos são passíveis de controle dentro dos programas já em prática na empresa. As obras recomeçaram em julho de 2007 e foram concluídas em janeiro de O depósito vem operando desde setembro de

127 Qual é a capacidade do Depósito 2B e quanto foi investido para sua conclusão? O módulo B tem capacidade de armazenar até tambores. O orçamento da obra foi de R$ ,00 (1 milhão, 602 mil e 236 reais). Para que servirá o Prédio de Monitoração? Qual é o custo do empreendimento? O Prédio de Monitoração tem por finalidade realizar a contabilização isotópica dos embalados de rejeitos radioativos de baixo e médio níveis de radiação. Funcionará como uma espécie de laboratório de análises, onde poderão ser realizadas as caracterizações dos materiais radioativos e efetuado o manuseio dos embalados de rejeitos. O projeto da edificação, que terá 785,5m 2, já está pronto e o início da construção está previsto para março de 2012, com previsão de término para maio de O custo do empreendimento será de 29 milhões de reais. Atualmente a Eletronuclear vem desenvolvendo os estudos de determinação do ativo isotópico dos rejeitos em parceria com o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) e com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Como se deve resolver o problema do armazenamento dos rejeitos que se encontram em depósitos iniciais? Os rejeitos de baixo nível de radiação, constituídos de luvas, sapatilhas, vestimentas, máscaras e ferramentas contaminadas, podem, após o decaimento, ser liberados como resíduos industriais ou lixo comum, pois já não apresentam qualquer risco. Na maioria dos casos, materiais em bom estado, tais como vestimentas, em vez de serem descartados, são lavados e reutilizados. Os rejeitos que não podem ser descartados são acondicionados em recipientes específicos, de acordo com o tipo, e estocados nos Depósitos Iniciais. Os rejeitos que estão estocados nos Depósitos Iniciais da CNAAA deverão ficar sob guarda da Eletronuclear até que seja construído um depósito de longo prazo ou definitivo, cuja responsabilidade de implantação é da CNEN. 113

128 Qual a capacidade de armazenamento dos Depósitos Iniciais de Rejeitos? Qual o percentual ocupado? Qual a previsão no tempo para esgotamento do espaço? O CGR apresenta os seguintes dados em termos de capacidade de armazenamento: DEPÓSITO CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO PERCENTUAL DE OCUPAÇÃO (janeiro/2012) 1 - LBA Tambores de 200 litros 43% 1 LMA Tambores de 200 litros 97% 2A 783 Liners de 1m 3 88% 2B 3A Tambores de 200 litros e Área de Tambores: 252 Liners de 1m 3 83% Área de Liners: 1,2% Tambores de 200 litros e Área Tambores: 300 Caixas Metálicas de 1,2m 3 0,9% Área de Caixas: 76% 3B Tambores de 200 litros / Angra 2 0% O esgotamento da capacidade de armazenamento do CGR se dará em 2020, quando, segundo planejamento da CNEN e da Eletronuclear, o depósito definitivo de rejeitos radioativos já estará implantado. Qual é a área dos Depósitos Iniciais de Rejeitos? Depósito 1: 949,2 m 2 (área de estocagem + área de inspeção + área de acesso) Depósito 2: 1.178,5 m 2 (área de estocagem + área de descarregamento) Depósito 3: 917,2 m 2 (área de estocagem + área de descarregamento) Como é feita a ocupação desses depósitos? A ocupação dos Depósitos Iniciais não pode ser considerada apenas com a lógica da ocupação atual. O armazenamento é feito mediante um plano de remanejamento. Este considera o rearranjo, os tipos de embalados e de licenciamento de cada depósito. 114

129 A Eletrobras Eletronuclear vem tomando medidas para otimizar a capacidade de armazenamento dos Depósitos Iniciais de Rejeitos? Para gerenciar melhor o espaço ocupado dos depósitos, a Eletronuclear concluiu, em maio de 2006, um trabalho pioneiro de supercompactação dos embalados de rejeitos sólidos de baixa atividade. Tal medida foi necessária porque se identificou que o Depósito 1 estava perto de sua exaustão cerca de 94% ocupado, não tendo condições de receber os rejeitos da 14ª parada de Angra 1, que ocorreu em maio e junho de O serviço de compactação começou em março de 2006 e foi executado pela empresa americana DTS/INET. Foi utilizada uma prensa com uma força de toneladas para compactar tambores. As tortas geradas (tambor prensado) foram colocadas em 128 caixas. Houve um ganho muito grande em termos de volume, já que foram recuperadas 52 células de estocagem (espaço equivalente a 832 tambores), aumentando o espaço livre do depósito. A supercompactação garantiu uma sobrevida para o Depósito 1 de pelo menos cinco anos. De agora em diante, será feito um trabalho para otimizar o máximo possível a utilização dos tambores, melhorando naturalmente a compactação do rejeito de baixa atividade. Qual a produção de rejeitos de Angra 1 e Angra 2? Nos últimos cinco anos, em média, Angra 1 produziu, por ano, 100m 3 de rejeitos. E Angra 2, no mesmo período, produziu em média 10m 3 por ano. Quantas toneladas de rejeitos existem armazenadas na Central Nuclear de Angra dos Reis? E nos Estados Unidos? Na Central Nuclear de Angra dos Reis está armazenado, em caráter provisório, todo o resíduo produzido pelas usinas Angra 1, desde 1982, e Angra 2, desde Em relação a Angra 1, são embalados estocados, que ocupam cerca de m 3. De Angra 2, são 419 embalados, que ocupam 84 m 3. Nos EUA, são cerca de 70 mil toneladas de combustível nuclear usado, atualmente armazenado em 131 lugares de 31 estados do país. 115

130 Qual é a quantidade de elementos combustíveis (rejeitos de alta atividade) armazenados nas piscinas de combustível usado? Em dezembro de 2011: Angra elementos combustíveis. Angra elementos combustíveis. Qual é a massa dos elementos combustíveis de Angra 1 e de Angra 2? Angra kg (peso total) Angra kg (peso total) Levando em conta o número total de elementos combustíveis armazenados nas piscinas de combustível usado, a massa total dos elementos de Angra 1 é de kg e de Angra 2, de kg. A massa se refere apenas ao urânio, não estando incluídos os materiais estruturais como tubos-guia, bocais etc. Qual a capacidade das piscinas que guardam os elementos combustíveis usados nas usinas? Angra 1: elementos combustíveis. Angra 2: elementos combustíveis. Angra 3: elementos combustíveis. O espaço ainda disponível nas piscinas é suficiente para mais quanto tempo de operação? Para os elementos combustíveis usados (rejeitos de alta atividade) a capacidade das piscinas existentes é até Como os rejeitos de baixo e médio níveis de radiação são manuseados e armazenados? Os rejeitos, ao serem gerados, passam por um processo de solidificação, após o que são acondicionados em embalados especiais (tambores de aço, liners, caixas metálicas ou de concreto) no interior das usinas. Esses embalados são manuseados por meio de empilhadeiras, talhas e pontes rolantes. O armazenamento se dá por empilhamento dessas embalagens conforme estabelecido em projeto. No caso dos tambores metálicos, os mesmos são colocados sobre pallets para o acondicionamento, e em cada pallet são 116

131 colocados quatro tambores. Atualmente a Eletronuclear está adotando o uso de pallets metálicos e substituindo os antigos de madeira por esse novo modelo. No depósito 1, os pallets são empilhados em quatro níveis, e as caixas metálicas, estocadas diretamente umas sobre as outras formando pilhas de três e quatro níveis. No depósito 2, os tambores são empilhados em racks (cada rack contendo quatro tambores), formando cinco e seis níveis de empilhamento. Os liners são estocados diretamente uns sobre os outros, formando pilhas de quatro níveis. No depósito 3, os tambores são empilhados em racks (com quatro tambores, cada), formando seis e sete níveis de empilhamento. As caixas metálicas são estocadas em pilhas de quatro e cinco racks (cada rack contendo uma caixa) e os liners, diretamente uns sobre os outros, em pilhas de até quatro níveis. Toda a operação com os embalados contendo rejeitos radioativos é monitorada pela divisão de proteção radiológica da Usina. Como é feito o transporte dos rejeitos de baixo e médio níveis de radiação de dentro das usinas até os Depósitos Iniciais? É feito por meio de caminhão, sendo este escoltado pela segurança física e proteção radiológica. Note-se que o transporte ocorre no interior da área vigiada das usinas, com um percurso máximo de 2.000m. O que aconteceria se o caminhão que transporta os rejeitos caísse na encosta? Nada. Os embalados seriam transferidos para outro caminhão e levados aos depósitos. Porém, vale observar que a análise de risco considerou como sendo um acidente de baixíssima probabilidade. No caso de deslizamento de encosta, o que acontecerá com os rejeitos? Foram tomadas medidas de engenharia que garantem a estabilidade da encosta acima dos depósitos. Não há possibilidade de cair pedras sobre os depósitos. 117

132 Como a população da região pode fiscalizar a segurança do armazenamento dos rejeitos? A fiscalização de material radioativo é atribuição da CNEN, a qual realiza inspeções periódicas. A cada inspeção é emitido um documento atestando a condição de armazenagem. Qual o atual estágio de desenvolvimento do depósito definitivo de rejeitos radioativos? Conforme a legislação em vigor compete à CNEN, como delegada da União, dar destino final aos rejeitos radioativos em território nacional. Compete ao gerador dos rejeitos (à Eletronuclear, no caso da CNAAA) a armazenagem inicial desse material até a sua transferência para a CNEN. Para os rejeitos radioativos e combustível nuclear usado da CNAAA, as armazenagens inicial, intermediária e final estão sendo equacionadas de forma tecnicamente consistente e segura pela CNEN em parceria com a Eletronuclear. O destino final dos rejeitos de baixo e médio níveis de radiação (materiais cuja contaminação não é removível, como luvas, peças de vestuário, filtros, resinas etc.) há muito tempo não constitui um desafio tecnológico apreciável, estando tecnicamente resolvido nos diversos países que possuem parques de geração nucleoelétrica bem maiores que o brasileiro e utilizam a energia nuclear na medicina, na agricultura e na indústria. Até o presente momento, já estão elaboradas as bases conceituais para a implantação de um Repositório Nacional de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação produzidos pela CNAAA e outros geradores. Estudos sobre as condições geológicas favoráveis à localização desses depósitos estão em realização pela CNEN. É importante esclarecer que os combustíveis usados ( queimados ) não são considerados rejeitos de alta atividade, uma vez que eles ainda guardam uma grande capacidade de gerar energia. Por essa razão, para os elementos combustíveis queimados (usados) nos reatores das usinas nucleares, está sendo concebida pela CNEN, em colaboração com a Eletronuclear, uma moderna sistemática de encapsulamento, transporte e armazenamento desse material em um Depósito Intermediário de Longa Duração. Essa concepção, que permite a armazenagem com opção de recuperação posterior do combustível, permite esperar responsavelmente a melhor solução técnica e econômica para o 118

133 destino final desses elementos, ou a decisão de reciclagem do combustível usado para a geração de energia elétrica, solução que já é praticada por diversos países. Os brasileiros terão assim a tranquilidade de, nos próximos séculos, não sofrerem qualquer efeito negativo decorrente desses elementos, guardando para as futuras gerações a possibilidade de utilizar esse material como uma fonte de energia adicional. A Eletronuclear, em consonância com a CNEN, está planejando construir uma instalação piloto de armazenamento intermediário de longa duração de elementos combustíveis usados, para demonstrar que essa solução é tecnicamente adequada e fundamentada nos princípios de segurança. Esse projeto terá total transparência para a comunidade científica e o público em geral. A seleção do local para a implantação do depósito intermediário de longa duração para elementos combustíveis usados deverá atender a todos os requisitos técnicos e de segurança estabelecidos por normas e de acordo com as mais modernas técnicas nacionais e internacionais existentes para execução de trabalhos similares. A escolha da localização do depósito intermediário de longa duração para elementos combustíveis usados será feita com a participação e a concordância dos municípios candidatos cujo escolhido deverá receber uma compensação financeira de acordo com as resoluções da CNEN em cumprimento aos requisitos legais. Quais as metas que a CNEN traçou para o início da construção e da operação do Repositório Nacional de Rejeitos de Baixo e Médio Níveis de Radiação e do Depósito Intermediário de Longa Duração para Combustíveis Usados? O Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro CDPNB, criado em julho de 2008 por decreto do presidente da República, estabeleceu como meta que o Depósito Final de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação (Repositório Nacional) entre em operação em 2018 e que o Depósito Intermediário de Longa Duração para Combustível Usado, em Essas metas são compatíveis com as condicionantes do processo de licenciamento ambiental da Usina Angra 3. Note-se que a responsabilidade legal pela implantação de depósitos intermediários e finais de rejeitos radioativos é da 119

134 Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN, tendo o operador da instalação geradora de rejeitos a responsabilidade limitada aos depósitos iniciais. A partir da entrada em operação do Depósito Final de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação (Repositório Nacional), os rejeitos armazenados nos depósitos iniciais da CNAAA serão paulatinamente transferidos para essa instalação. A Lei estabelece que o poluidor é responsável pelos custos da deposição final dos rejeitos por ele gerados. A CNEN será indenizada pela Eletronuclear para prestar esse serviço de armazenagem final. Repositório Nacional de Rejeitos de Baixo e Médio Níveis de Radiação: 2014: Início da construção 2018: Início da operação Depósito Intermediário de Longa Duração para Combustíveis Usados 2015: Projeto conceitual 2016: Seleção de local 2021: Início da construção 2026: Início da operação Qual a lei que dispõe sobre a seleção de locais para a construção dos depósitos finais de rejeitos radioativos? A Lei nº , de 20 de novembro de 2001, publicada no Diário Oficial de 21 de novembro de 2001, está em vigor desde então e dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a indenização, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depósitos de rejeitos radioativos. Sendo a CNEN a responsável por critérios, procedimentos e normas a serem adotados na seleção, na construção, no licenciamento, na administração e na remoção de rejeitos no país. A lei estabelece que os municípios que vierem a abrigar os depósitos de rejeitos receberão mensalmente compensação financeira e proíbe a importação de rejeitos. 120

135 Como seria o transporte dos rejeitos caso o depósito definitivo fosse fora do sítio das usinas? Seria de acordo com a norma CNEN NE 5.01 Transporte de Material Radioativo, que estabelece, entre outras disposições, o transporte de material radioativo. Os rejeitos são armazenados em estado sólido. Portanto, em caso de qualquer eventual acidente, estes continuarão confinados no interior do prédio mediante a manutenção de uma subpressão interna e serão retidos nos filtros High Efficiency Particulate Air - HEPA do sistema de ventilação em circuito fechado. O que é reprocessamento dos elementos combustíveis e qual o seu objetivo? O reprocessamento dos elementos combustíveis descarregados do reator (rejeitos radioativos de alta atividade) visa à separação do material físsil e fértil, principalmente plutônio e urânio, dos produtos de fissão, para eventual uso posterior como combustível. O objetivo principal do reprocessamento é reduzir o volume de rejeitos. Sua política é, também, uma ação ecológica que visa a preservar os recursos naturais (jazidas de urânio). No entanto, vale esclarecer que os elementos combustíveis usados, em que pese o fato de conterem em seu seio rejeitos nucleares, não podem ser de per se considerados nem técnica nem legalmente como rejeitos de alto nível de radiação. Essencialmente, 95% do combustível usado nada mais é do que urânio, material físsil e, portanto, combustível passível de reciclagem. Nada impede, tecnicamente, que esse urânio venha a ser futuramente utilizado em reatores brasileiros, como de fato já é feito em escala industrial em países como França, Reino Unido e Japão. Dos restantes 5%, cerca de 3% são elementos radioativos que decaem rapidamente e, após um ou dois anos, representam ameaça insignificante. Portanto, apenas 2% do material que sai do reator, após transformar massa em energia por cerca de três anos, constituem rejeito radioativo de alta atividade e longo prazo de decaimento. Por conseguinte, soluções definitivas (repositórios eternos) ainda não existem porque até então não são imediatamente necessárias. Sob a ótica de tecnologia e custos, eles já são viáveis há longo tempo. São razões de ordem política e perspectivas de uso futuro dos elementos combustíveis usados que têm postergado sua efetiva implantação no mundo. 121

136 Considerando que a reciclagem de elementos combustíveis usados no Brasil hoje não é viável nem técnica nem economicamente e que é uma decisão que deverá ser tomada pelas gerações futuras, o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro estabeleceu a meta de que o Depósito Intermediário de Longa Duração DILD para elementos combustíveis usados seja implantado no país até O DILD será projetado, construído e operado de forma a garantir tecnicamente o armazenamento seguro, isto é, isolado do público e do meio ambiente, do combustível usado pelas usinas nucleares nacionais existentes e a serem implantadas, por período não inferior a 500 anos. O país estuda a possibilidade de fazer o reprocessamento dos combustíveis usados? No Brasil, a decisão de reprocessar ou não o combustível usado levará em conta os aspectos políticos e econômicos da época em que for tomada, o que deverá ocorrer até o término da vida útil das usinas, ou seja, num horizonte de 20 a 50 anos. Por que os rejeitos não são incinerados? O processo de incineração resulta na presença de elementos radioativos na fumaça da combustão, o que obriga a adoção de filtros para sua retenção. Tais filtros devem ser então encapsulados e guardados como rejeito. Esse processo é utilizado ainda de forma restrita em outros países e poderá vir a ser adotado, como forma de reduzir o volume de rejeitos armazenados, após estudos mais aprofundados. Quanto tempo os rejeitos precisam ficar armazenados para deixar de causar ameaça à população? A atividade dos vários elementos radioativos guardados varia de segundos até vários anos. Durante todo esse período os rejeitos estarão adequadamente acondicionados e monitorados. O que é a meia-vida dos radionuclídeos? É o tempo necessário para que a metade de uma dada quantidade de um elemento radioativo decaia, transformando-se em outro (Figura 2.3). 122

137 Por exemplo, um isótopo do césio, o Cs 137, tem uma meia-vida de aproximadamente 30 anos e, quando decai, transforma-se em um isótopo do bário, o Ba 137, que é estável. Então, se em um dado instante existem 100g de Cs 137, trinta anos depois existirão apenas 50g. Os outros 50g terão se transformado em Ba 137. A tabela abaixo apresenta a meia-vida de alguns radionuclídeos (Fig. 2.4). Devese considerar a meia-vida biológica e a meia-vida efetiva, que utilizam fatores de multiplicação. As figuras a seguir apresentam tabelas de unidades de radiação, que podem servir como informação. 123

138 8. COMBUSTÍVEL Qual é o custo do combustível nuclear? Se comparado a outras fontes energéticas, é competitivo? A matéria-prima para produção do combustível nuclear apresenta uma baixa incidência no custo final de geração de energia elétrica, se comparada com as demais fontes de origem térmica. Sua competitividade, no Brasil, pode ser demonstrada pela tabela abaixo, que faz uma comparação entre os custos de combustível das usinas nucleares e das térmicas convencionais, efetivamente despachadas pelo ONS, para gerar a mesma quantidade de energia, em um ano. Usina Tipo de combustível Geração bruta (MWmed) Geração bruta (MWh) Custo do combustível (R$/MWh) Custo da geração (R$) Angra 1 Nuclear 322, , ,85 Angra 2 Nuclear 1.159, , ,57 Total Nuclear Nuclear 1.481, , ,42 Sol Biomassa 88, , ,24 Pct Enersul Biomassa 12, , ,94 Colorado Biomassa 13, , ,44 Jaime Belttão Biomassa 15, , ,00 No.Fluminense Gás 313, , ,12 Pernambuco Gás 90, , ,45 Euzébio Rocha Gás 0, , ,00 CST Gás 109, , ,80 Fortaleza Gás 59, , ,46 P.Médici Carvão 102, , ,92 Luiz Carlos Prestes Gás 0, , ,80 J.Lacerda-C Carvão 246, , ,02 Cocal Biomassa 3, , ,30 Gov Leonel Brizola Gás 198, , ,57 J.Lacerda-B Carvão 134, , ,13 J.Lacerda-A Carvão 65, , ,72 Pie-Rp Biomassa 5, , ,21 Juiz de Fora Gás 3, , ,00 Charqueadas Carvão 29, , ,52 Total Térmicas Convencionais , ,64 Janeiro/Dezembro de 2009 Fonte ONS 124

139 No caso do aumento do preço do urânio, qual é a consequência nos custos de geração de energia nuclear? Não é significativa, pois a matéria-prima urânio tem pequena influência no custo final da geração. Por exemplo, na eventualidade de ocorrer uma duplicação no preço da matéria-prima urânio, a consequência desse reajuste seria um aumento de cerca de 4% no custo final de geração de energia elétrica. Apresenta diferenças em relação a uma usina térmica movida a gás, em que a duplicação em seu preço acarretaria um custo final de geração 65% maior. Que quantidade de urânio é necessária para produzir 1 kwh? A geração termonuclear produz muito mais energia por quantidade de combustível utilizado ou queimado do que as outras formas de produção de energia elétrica. Uma simples pastilha de combustível nuclear com pequenas dimensões um centímetro e meio de altura (ou espessura) e menos de um centímetro de diâmetro (valores de referência) tem a mesma quantidade de energia que 450m 3 de gás natural ou uma tonelada de carvão. Uma usina termoelétrica moderna, a carvão, com potência de MW, utilizaria por ano uma quantidade de carvão de boa qualidade vezes superior, em peso, ao urânio contido nos elementos combustíveis de uma usina nuclear de mesmo porte, como Angra 2. Exemplificando, pode-se dizer que uma usina do porte de Angra 2 (1.350 MW) consumiria durante um ano de operação normal (6.500 horas anuais equivalentes a plena carga) cerca de 30 toneladas de urânio enriquecido (aproximadamente 245 toneladas de urânio natural), o que corresponderia à proporção de algo entre 0,001g e 0,002g de urânio enriquecido para a geração de 1 kwh de energia elétrica. A usina equivalente a carvão consumiria aproximadamente 3 milhões de toneladas. Como estão nossas reservas de urânio? O que temos hoje e qual sua vida útil? Há perspectivas de crescimento? O Brasil possui a sexta maior reserva de urânio do mundo, com 5,9% da disponibilidade mundial, o que corresponde a toneladas de U 3 O 8, de acordo com o Balanço Energético Nacional 2009, do MME. Considerando-se que apenas um terço do território nacional já foi prospectado, é de se esperar que esse nível de reservas aumente, ao longo do tempo, com a retomada das 125

140 atividades de prospecção. Ainda há 50% do território nacional como área geologicamente promissora remanescente. Só na Região Norte do país, o potencial estimado é de 500 mil toneladas. Sendo assim, as reservas nacionais poderão alcançar 800 mil toneladas, o que levará o Brasil a ocupar a 2ª ou a 3ª posição nesse ranking. Vale ressaltar que somente as cerca de toneladas das jazidas de Lagoa Real (BA) e Santa Quitéria (CE) correspondem ao dobro de todas as reservas de gás da Bolívia ou a 40 anos de operação do gasoduto Venezuela-Brasil. Qual a expectativa para que Angra 3 receba o urânio vindo da jazida de Itataia, em Santa Quitéria, no Ceará? A mina de Santa Quitéria está prevista para entrar em operação em 2015 com capacidade de produção de 1.200t de U 3 O 8. Como a usina de Angra 3 está prevista para iniciar a operação comercial em 2015, não será usado urânio proveniente da usina de Santa Quitéria na carga inicial de combustível. As recargas posteriores, feitas a cada 12 meses, certamente terão urânio cearense na sua composição. O Brasil enriquece urânio? Apenas nove países, incluindo o Brasil, executam essa atividade. Existem dois processos de enriquecimento utilizados em escala industrial: a difusão gasosa e a ultracentrifugação. A difusão gasosa é utilizada por Estados Unidos e França, mas deverão ser desativadas no futuro. As plantas de ultracentrifugação operam nos Estados Unidos, no Japão, na Rússia, na Alemanha, na Inglaterra e na Holanda esses três últimos países numa única empresa, a Urenco. A França está implantando uma usina de ultracentrifugação, com tecnologia da Urenco. A China utiliza os dois processos de enriquecimento de urânio. O processo utilizado na INB é o de ultracentrifugação, considerado o mais econômico entre os existentes. Essa tecnologia foi desenvolvida em parceria pelo Centro Tecnológico da Marinha, em São Paulo (CTMSP), com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN). Essa atividade está em implantação na Unidade de Enriquecimento, na Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende-RJ, encontrando-se com capacidade instalada para atendimento de 14% das necessidades da usina de 126

141 Angra I. Após completada a primeira etapa, vai atender a 100% da demanda da usina de Angra 1 e 20% da de Angra 2. Como o combustível chega a Angra? No Brasil, a empresa responsável pela produção do combustível nuclear é a INB, sendo a mineração e o seu beneficiamento inicial realizados na INB Caetité, situada no Sudoeste do Estado da Bahia. As etapas de enriquecimento (ainda parcialmente), reconversão, produção de pastilhas e montagem do elemento combustível são realizadas no parque industrial da INB, localizado no município de Resende (RJ), e que é denominado Fábrica de Combustível Nuclear FCN. Na sua entrega, ainda na FCN, os elementos combustíveis são embalados em contêineres especiais, projetados e construídos para resistir a uma queda livre de uma altura de cerca de nove metros, a uma temperatura de 800ºC durante duas horas, e à pressão de uma coluna de água de 30 metros, sem provocar qualquer dano ao produto. Os contêineres são fabricados segundo normas internacionais de embalagem para transporte de materiais radioativos e equipados também com registradores de impacto e de desaceleração que indicam qualquer alteração durante o transporte. Presos com firmeza no interior da embalagem denominada berço, os elementos combustíveis, já na posição horizontal, recebem dois lacres de inspeção final das áreas de Fabricação, Radioproteção e de Controle da Qualidade da INB. Dá-se início ao transporte minuciosamente planejado pela Eletronuclear e licenciado pela CNEN e pelo Ibama. O comboio rodoviário, que conta com o apoio logístico do Corpo de Bombeiros e das Polícias Rodoviárias Federal e Estadual, é acompanhado por batedores dessas corporações. O percurso de 175 quilômetros é cumprido com toda a segurança a uma velocidade máxima estabelecida de sessenta quilômetros por hora. Em sua rota passa por várias cidades em direção ao município de Angra dos Reis. O destino final dessa segura e planejada operação de transporte é a CNAAA, onde o elemento combustível irá possibilitar a geração de energia elétrica de forma segura e confiável. 127

142 Quais são as etapas do ciclo do combustível nuclear? Esquematicamente, o ciclo do combustível nuclear envolve as seguintes etapas, cujas atividades industriais no Brasil são realizadas pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB): 1. Mineração e Beneficiamento: após a descoberta da anomalia radioativa e feita sua avaliação econômica, inicia-se a mineração. Na usina de beneficiamento, o urânio é extraído do minério, purificado e concentrado numa torta de cor amarela, chamada yellowcake. No Brasil, essas etapas são realizadas pela INB na Unidade de Caetité (BA), com capacidade nominal de produção de 400t/ano de concentrado de urânio (U 3 O 8 ). As reservas existentes no Brasil são suficientes para o suprimento de Angra 1, Angra 2 e Angra 3 por 100 anos. 2. Conversão: depois de ter sido dissolvido e purificado, o yellowcake é convertido em hexafluoreto de urânio (UF 6 ), um sal que tem como propriedade passar ao estado gasoso a baixas temperaturas (da ordem de 60 o C). Atualmente, a INB contrata a etapa de conversão na França e no Canadá (empresa Areva) devido a questões relacionadas à economia de escala. Entretanto, o Brasil domina essa tecnologia em escala laboratorial e piloto, e a Marinha está implantando, em avançado estágio, uma unidade de demonstração industrial denominada USEXA, no Centro Experimental de Aramar. 3. Enriquecimento: tem por objetivo aumentar a concentração do isótopo 235 do urânio (U-235) no UF 6 natural sob forma gasosa, de apenas 0,7%, para valores da ordem de 3% a 5%, necessários ao uso como combustível em reatores nucleares do tipo PWR. A INB realiza o enriquecimento no exterior, contratando o consórcio Urenco (Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha), utilizando a tecnologia de ultracentrifugação, que fornece anualmente cerca de 267 toneladas de UTS (unidade de trabalho separativo), a um custo da ordem de R$ 120 milhões anuais. Essa etapa será gradativamente realizada no país com o andamento da implantação dessa unidade da Fábrica de Combustível Nuclear FCN, em Resende (RJ), cujo projeto atual prevê uma capacidade equivalente a 100% das necessidades de Angra 1 e 20% de Angra 2, a um custo inicial da ordem de R$ 490 milhões. Essa unidade utiliza a tecnologia de ultracentrifugação desenvolvida pela Marinha, com reduzidos custos de operação em comparação com as tecnologias existentes no reduzido mercado mundial de combustível nuclear. 128

143 4. Reconversão e Fabricação das Pastilhas: o UF 6 enriquecido é transformado em dióxido de urânio (UO 2 ) sob a forma de pó e, em seguida, sinterizado em pequenas pastilhas; essas etapas são realizadas pela INB desde 1999 na FCN Pó e Pastilhas, da INB Resende. 5. Fabricação de Elementos Combustíveis: as pastilhas são montadas em varetas de uma liga metálica especial, o zircaloy, e são instaladas em conjuntos mecânicos denominados elementos combustíveis, que compõem o núcleo dos reatores nucleares. Essa etapa é realizada pela INB desde 1996 na FCN- Componentes e Montagem, da INB Resende. Resumindo: As recargas de elementos combustíveis para Angra 1 e Angra 2 são feitas com yellowcake produzido em Caetité BA, que depois é convertido em hexafluoreto pela empresa Areva, na França. Posteriormente, o hexafluoreto de urânio é enriquecido pela empresa Urenco, na Europa (Holanda, Grã-Bretanha e Alemanha). O hexafluoreto enriquecido volta, então, ao Brasil para ser reconvertido, moldado em pastilhas e montado nos elementos combustíveis e isso é feito em Resende RJ. COMBUSTÍVEL NUCLEAR yellowcake Quantos elementos combustíveis são necessários para abastecer as usinas de Angra 1 e Angra 2? E qual é a característica desses combustíveis? Os elementos combustíveis produzidos pela INB para as usinas de Angra 1 e Angra 2 são de diferentes tecnologias, conforme demonstra a tabela: 129

144 Elemento Combustível Angra 1 Angra 2 Quantidade N de varetas Total de varetas N de pastilhas p/ vareta Total de pastilhas 10,5 milhões 17,5 milhões Comprimento 4,00m 5,00m Peso do urânio 411 kg 543 kg Peso total 600 kg 840kg 9. PARADAS Como é feito o reabastecimento das usinas? As paradas programadas para reabastecimento de combustível ocorrem a cada 12 meses, aproximadamente, devido à duração do combustível nuclear. Além do reabastecimento, em cada parada programada, executam-se as tarefas de manutenção que não podem ser realizadas durante a fase de operação da Usina. O reabastecimento é feito mediante a troca de parte dos elementos combustíveis do reator nuclear. Angra 1, por exemplo, tem 121 elementos combustíveis (as varetas). Em cada recarga são colocadas 40, e removidos os elementos combustíveis descarregados. Figurativamente, seria como uma lanterna que está com suas pilhas descarregadas e precisam ser trocadas para que ilumine novamente. Inicialmente, o reator e o conjunto turbogerador são desligados. Os elementos combustíveis usados são retirados e substituídos por novos. Durante a recarga, os equipamentos que necessitam estar em funcionamento durante a operação da Usina são submetidos a inspeção e manutenção. Qual o impacto das paradas de reabastecimento no Sistema Integrado Nacional? O impacto é muito pouco, pois as usinas, mesmo parando por 30 dias, têm um fator de carga maior que 85%. Uma usina hidráulica, por exemplo, tem um fator de carga de 55%, em média. Fator de carga é a relação entre a energia efetivamente produzida por uma usina, durante um determinado período, e a 130

145 energia que teria sido produzida se esta tivesse operado com sua potência nominal durante o mesmo período. Qual é o custo por dia das usinas Angra 1 e Angra 2 quando paralisadas por incidentes ou para recarga e manutenção técnica? Nas paradas programadas executadas dentro de um dado período não há perda de faturamento, uma vez que, na sazonalização mensal da Energia Contratada Anual, é feita a devida compensação para o restante do período em que as usinas permanecem em operação. Nas paradas programadas que ultrapassam o período planejado haverá perda correspondente à diferença entre a Energia não Suprida e a Energia Contratada, valorada pelo respectivo Preço de Curto Prazo (PCP), que é o menor valor entre o Preço de Liquidação de Diferencas (PLD) e a Tarifa Contratual da Eletronuclear. O PCP varia de um mínimo de R$ 12,20/MWh até a atual Tarifa de Energia Contratada da Eletronuclear (atualmente R$ 148,79/MWh). Nas paralisações não programadas haverá perda correspondente à diferença entre a Energia não Suprida e a Energia Contratada. O custo das paradas das Usinas Angra 1 e Angra 2, correspondente às despesas com pessoal, serviços contratados, equipamentos substituídos e número de dias de paralisação, varia dependendo dos serviços específicos programados para cada uma delas. Os valores das cinco últimas paradas foram da ordem de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões para Angra 1 e de R$ 40 milhões a R$ 70 milhões para Angra 2. Note-se que esses custos não incluem a recarga de combustível. O que acontece com o combustível usado? O combustível novo é guardado no poço de combustível novo, onde fica até ser carregado no núcleo do reator. Já o usado é guardado na piscina de combustível usado. Tanto o poço quanto a piscina estão localizados no edifício do reator. Há necessidade de licenciamento? Sim. Para o transporte do combustível são necessárias licenças da CNEN, do Ibama e da Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema). 131

146 Quais os órgãos envolvidos nessa operação? A proteção física é feita pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, que convoca a Polícia Militar. Também há o apoio da Polícia Rodoviária Federal. O Comando Militar do Leste fica de sobreaviso. A Casa Militar e a Polícia Federal (no Rio de Janeiro) são informadas. Que tipo de combustível é usado na recarga? O combustível usado nos reatores de Angra 1 e Angra 2 é o urânio enriquecido a 3,6%, em média (U-235). Em cada recarga, troca-se cerca de 1/3 dos elementos combustíveis do vaso do reator. Qual é a previsão das paradas de 2012? Angra 1: Em 2012, em razão do último reabastecimento de combustível nuclear, o ciclo de operação de Angra 1 será mais longo fazendo com que não seja necessária parada para reabastecimento de combustível e manutenção programada. Angra 2: A próxima parada para reabastecimento de combustível e manutenção programada de Angra 2 está prevista para meados de FUNDO DE DESCOMISSIONAMENTO E SEGURO DAS USINAS O que é descomissionamento de uma usina nuclear? O descomissionamento de uma usina nuclear é uma fase pós-operacional normal e necessária, que pode ser entendido como um conjunto de medidas tomadas para retirar de serviço, com segurança, uma instalação nuclear incluindo dependências, terreno, edifícios e equipamentos, reduzindo a radioatividade residual a níveis que permitam liberar o local para uso restrito ou irrestrito. O proprietário/operador da instalação nuclear é o responsável por todos os aspectos do descomissionamento. 132

147 O que é o fundo de descomissionamento das usinas? O fundo de descomissionamento de usinas nucleares se refere à obrigação para desmobilização dos ativos das usinas nucleares, para fazer face aos custos a serem incorridos ao final da vida útil econômica das mesmas. A formação dessa obrigação é constituída de um passivo formado em quotas mensais, fixadas com base em estudos técnicos elaborados pelo operador da usina. É premissa fundamental, para a formação desse passivo, que o valor estimado para a sua realização deva ser atualizado ao longo da vida útil econômica das usinas e considerando os avanços tecnológicos, com o objetivo de alocar ao respectivo período de competência da operação os custos a serem incorridos com a desativação técnico-operacional das usinas. Qual será o custo do descomissionamento de Angra 1 e Angra 2? O valor presente estimado do custo de descomissionamento da Usina Angra 1 é de R$ ,63, base de dezembro de 2011, e o valor futuro do passivo a ser constituído, corrigido para o fim da vida econômica depreciável da Usina (dezembro de 2024) é de R$ ,00. O valor presente estimado do custo de descomissionamento da Usina Angra 2 é de R$ ,55, base de dezembro de 2011, e o valor futuro do passivo a ser constituído, corrigido para o fim da vida econômica depreciável da Usina (agosto de 2040), é de R$ ,00. De onde provêm os recursos para o fundo de descomissionamento das usinas Angra 1 e Angra 2? Para atender a esses custos futuros, a Eletrobras criou uma reserva financeira em conta específica no Banco do Brasil. Essa reserva é constituída por recolhimentos periódicos feitos pela Eletronuclear. Os custos de descomissionamento a serem cobertos por esses fundos estão suportados no faturamento bruto na venda da energia produzida pelas usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, cuja tarifa atual é R$ 148,79 MWh para um contrato de fornecimento anual de MW médios. A cota anual transferida pela Eletronuclear à Eletrobras, para compor essa reserva financeira, correspondeu a cerca de 1,72% do faturamento bruto, base dezembro de 2011, como é prática normal em outros países. 133

148 Como funciona o seguro das usinas nucleares? Qual o valor das apólices? A Eletronuclear mantém uma política de seguros tida pela administração como suficiente para cobrir eventuais perdas considerando os principais ativos, bem como a responsabilidade civil inerente a suas atividades. O seguro das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em operação, engloba duas apólices emitidas, apesar de a contratação ser em um só pacote. Uma cobre danos materiais de propriedade da Eletronuclear (limite de cobertura de US$ 500 milhões por Usina) e a outra, responsabilidade civil diante de terceiros: US$ 237 milhões para acidente nuclear (valor estabelecido pela CNEN em consonância com a legislação brasileira pertinente); US$ 23,7 milhões para acidentes não nucleares; e US$ 23,7 milhões como empregadora. Quais riscos são cobertos pelo seguro? Os riscos são divididos em quatro áreas diferentes. O risco de responsabilidade civil, que determina indenizações em casos de terceiros que se sintam lesados; risco nuclear causado por acidente nuclear; o risco de incêndio na planta; e ainda outros riscos para os bens e equipamentos da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (Unidades 1 e 2). I. Para as usinas em operação, Angra 1 e Angra 2, os riscos são: a) danos materiais, All Risks, danos que os bens materiais sofrerem em consequência de Todos os Riscos; b) responsablidade civil que cobre os danos causados a bens de terceiros para responsabilidade civil geral, responsabilidade civil do operador, riscos nucleares e não nucleares e responsabilidade civil. II. Para a usina em construção (Angra 3) os riscos são: a) danos materiais todos os riscos All Risks; b) reponsabilidade civil cruzada e; c) armazenagem de bens A importância segurada total, para o seguro de Angra 3, é milhões contratado até 01/12/

149 De quanto em quanto tempo as usinas são vistoriadas pelas seguradoras? O trabalho de análise de risco deve ser contínuo, e o tempo de vistoria varia entre quatro e seis anos. A periodicidade é determinada pelo estado de conservação das usinas e a ocorrência de sinistros. A última visita à Central Nuclear foi em Devido à falta de acidentes graves, não haverá necessidade de uma nova visita em um curto prazo. 11. VANTAGENS AMBIENTAIS Quais as vantagens ambientais de uma usina nuclear sobre as usinas térmicas convencionais? Os aspectos ambientais da indústria nuclear como um todo, incluindo a produção de energia elétrica e toda a indústria do ciclo de combustível associada, comparam-se, favoravelmente, com as alternativas existentes para a produção de energia elétrica em grandes quantidades. No Brasil, como também em outros países, as hidroelétricas já tiveram grande parte do seu potencial economicamente aproveitável esgotada. A construção de outras usinas ocasionaria inundação de grandes áreas, arruinando-as e destituindo o local da flora e da fauna originais, o que causaria a perda da biodiversidade e de terras cultiváveis, provocando danos ambientais irreparáveis e influenciando diretamente o clima da região. No caso das usinas térmicas convencionais, como o carvão, o óleo (petróleo) e o gás, a emissão de muitas toneladas de gases tóxicos na atmosfera altera o clima do globo terrestre, causando o efeito estufa e as chuvas ácidas. Em apenas 30 anos, a participação da energia nuclear na produção de energia elétrica chegou a 17%, tornando-se a 3ª fonte mais utilizada do mundo. Vantagens: Não emite gases que contribuem para a chuva ácida (óxidos de enxofre e nitrogênio); Não emite gases que contribuem para o efeito estufa (CO 2, metano etc.); Não emite metais cancerígenos, mutagênicos e teratogênicos (arsênio, mercúrio, chumbo, cádmio etc.); Não emite material particulado poluente; 135

150 Não produz cinzas; Não produz escória e gesso (rejeitos sólidos produzidos em usinas a carvão mineral); É uma forma de energia barata, já que requer uma pequena área para sua construção, podendo ser instalada próximo aos grandes centros, com água em abundância para sua refrigeração, além de ser capaz de extrair uma enorme quantidade de energia de um volume pequeno de combustível. A utilização de combustíveis fósseis no mundo tem provocado impactos ambientais negativos, entre os quais o aumento do efeito estufa causado pela emissão de dióxido de carbono ou gás carbônico, metano e óxido nitroso e a chuva ácida, originada pelas emissões de dióxido e trióxido de enxofre e de óxidos de nitrogênio. O fato de as usinas nucleares não emitirem qualquer desses gases é importante na comparação com outras fontes térmicas de energia. Em relação às usinas termoelétricas a carvão, a fonte de geração de energia elétrica mais utilizada no mundo e responsável por cerca de 40% de toda a energia elétrica gerada no planeta, as vantagens das usinas nucleares em termos ambientais são significativas. Em comparação com uma usina termoelétrica moderna, que utiliza carvão pulverizado e técnicas avançadas de redução de emissão de poluentes, uma usina nuclear do porte de Angra 3 evitaria a emissão anual para a atmosfera de cerca de toneladas de material particulado, 14 mil toneladas de dióxido de enxofre, 7 mil toneladas de óxido de nitrogênio e 10 milhões de toneladas de dióxido de carbono (figura 1). Em comparação com uma usina termoelétrica a gás, as emissões evitadas por uma usina nuclear do porte de Angra 3 seriam de cerca de 30 toneladas de dióxido de enxofre, toneladas de óxido de nitrogênio e 5 milhões de toneladas de dióxido de carbono (figura 2). 136

151 Figura 1 Comparação de usina nuclear com usina a carvão USINA NUCLEAR PWR DE MW USINA TERMELÉTRICA A CARVÃO DE MW EFLUENTES RADIOATIVOS (QUANTIDADES DESPREZÍVEIS) EFLUENTES RADIOATIVOS t / ano (*) MP 3 50 mg / m t / ano t / ano SO 2 NOx mg / m 200 mg / m t / ano CO t / ano URÂNIO NATURAL R M R 32 t / ano URÂNIO ENRIQUECIDO 3,3 milhões t / ano ANTRACITA (1,8% de enxofre) M R REJEITOS COM REPROCESSAMENTO R = 1,3 µsv / ano ALTO NÍVEL DE RADIOATIVIDADE MÉDIO NÍVEL DE RADIOATIVIDADE BAIXO NÍVEL DE RADIOATIVIDADE ,8 m / ano 47 m / ano 531 m / ano M R = METAIS (450 t / ano) t / ano CINZAS = RADIOATIVIDADE (9 µsv / ano) t / ano GESSO DO SISTEMA DE DESSULFURIZAÇÃO Fonte: SIEMENS (*) MP = material particulado Figura 2 Comparação de usina nuclear com usina a gás. USINA NUCLEAR PWR DE MW USINA TERMELÉTRICA A GÁS (CICLO COMBINADO) DE MW EFLUENTES RADIOATIVOS (QUANTIDADES DESPREZÍVEIS) 170 t / ano URÂNIO NATURAL R t / ano CO POLUENTES 30 t / ano t / ano SO 2 CH t / ano CO 2 32 t / ano URÂNIO ENRIQUECIDO REJEITOS ALTO NÍVEL DE RADIOATIVIDADE MÉDIO NÍVEL DE RADIOATIVIDADE BAIXO NÍVEL DE RADIOATIVIDADE CONSUMO DE GÁS: 3 1,9 bilhões de m /ano 3 (5,2 milhões de m /dia) COM REPROCESSAMENTO 3 4,8 m / ano 3 47 m / ano m / ano R = 1,3 µsv / ano Fonte: International Nuclear Societies Council Outro aspecto a ser considerado é a área necessária para a implantação de cada tipo de usina. Para efeito de comparação, a Tabela 1 apresenta as áreas requeridas para a implantação de usinas que utilizam fontes de geração renováveis e não renováveis, com MW de capacidade, verificando-se que as primeiras exigem áreas muito maiores que as segundas, acarretando, conforme o caso, gastos com desapropriações e com indenização de benfeitorias, deslocamento de população, alagamento de áreas naturais ou 137

152 produtivas e descaracterização da flora e da fauna, com impactos sociais e biológicos significativos. Quanto a esses aspectos, as usinas que utilizam fontes não renováveis são mais favoráveis, pois ocupam áreas muito menores, que podem ser implantadas em locais onde esses impactos sejam menores ou não ocorram, além da proximidade aos centros de consumo, com economia em termos de linhas de transmissão. Tabela 1 Áreas necessárias para a implantação de usinas com MW de capacidade Fonte de energia Renovável (*) Não renovável Tipo de usina Hidroelétrica Solar fotovoltaica, em local muito ensolarado. Área necessária (ha) Eólica, em local com muito vento Biomassa plantada Óleo e carvão, incluindo estocagem de combustível. 100 Nuclear e gás natural. 50 Fonte: International Nuclear Societies Council (*) Valores indicativos, visto que a área depende da topografia do local de impantação. Como é monitorado o meio ambiente para saber se não há risco? Antes da entrada em operação da primeira usina nuclear brasileira, em 1985, o Laboratório de Monitoração Ambiental da Eletronuclear mediu os níveis de radioatividade natural (a Natureza nos submete a um inevitável grau de radiação) e artificial (oriundo do uso de armamentos atômicos). Nesse período também foram realizados estudos populacionais dos organismos marinhos flora e fauna na área de influência da CNAAA. Os resultados desses estudos permitem a comparação com dados obtidos, hoje, em amostras regularmente coletadas de água do mar, da chuva e de superfície, de areia da praia, algas, peixes, leite, pasto e do ar. Esse trabalho constatou que o funcionamento das usinas de Angra, em mais de vinte anos, não causou um impacto significativo ao meio ambiente e que não ocorreu impacto radiológico devido à operação 138

153 das usinas. Uma equipe de biólogos, químicos, técnicos e auxiliares altamente especializada executa programas contínuos de monitoração ambiental e envia os resultados para os órgãos fiscalizadores nacionais. O controle de qualidade das análises é realizado por intermédio de programas de intercomparação mantidos pela Agência Internacional de Energia Atômica e pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria, da CNEN. São realizadas, também, medidas diretas dos níveis de radiação ambiental por meio de dosímetros termoluminescentes instalados na área dos depósitos do CGR, em todas as áreas de propriedade da Eletronuclear e em vários pontos de Angra a Paraty. Esses dosímetros utilizados nas medições são verificados periodicamente conforme procedimentos da Eletronuclear e da CNEN. Os resultados obtidos ao longo desses anos confirmam as doses preconizadas pelas normas da CNEN. A equipe do Laboratório de Monitoração Ambiental também realiza observações diretas, através de mergulhos, além da coleta de amostras da fauna e da flora marinhas. O objetivo é verificar se a elevação da temperatura da água do mar na área do lançamento do efluente térmico provoca alguma alteração no ecossistema marinho na área do entorno da CNAAA. Qual a posição da empresa em relação aos protestos dos ambientalistas? A posição da Eletronuclear em relação ao público em geral, incluindo os ambientalistas, é a de agir com transparência, sempre disponibilizando informações e também ressaltando a importância da geração de energia elétrica a partir de fonte nuclear para o desenvolvimento do país. Além disso, destacamos que a energia nuclear tem primado por sofisticados métodos operacionais, que garantem a completa preservação do meio ambiente e a total segurança da população. É a forma de geração que melhor monitora e controla seus processos em todas as fases, sem liberar produtos que afetem o meio ambiente. O fato de a geração de energia nuclear não contribuir para o efeito estufa, que vem provocando o aquecimento do planeta e severas alterações climáticas, tem levado organizações e líderes de movimentos ambientalistas antes ferrenhos críticos à construção de usinas nucleares a reverem suas posições, hoje as defendendo. 139

154 12. RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Como a empresa atua na área de responsabilidade socioambiental? A atuação da empresa na área de responsabilidade socioambiental com a comunidade em torno da CNAAA abrange convênios de cooperação para o desenvolvimento de atividades voltadas para saúde, educação, meio ambiente e infraestrutura, principalmente com as prefeituras municipais de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro. A empresa promove, ainda, projetos e ações direcionados para a promoção da inserção regional em entidades, associações comunitárias e outros segmentos da sociedade da região. A Eletronuclear mantém uma política formal de relacionamento com a comunidade, reafirmando o seu comprometimento socioambiental com a população dos municípios circunvizinhos à Central Nuclear. Qual a importância para a empresa em agir de forma socialmente responsável? A companhia exerce seu papel de empresa cidadã, cumprindo não só os compromissos oficiais assumidos no EIA/RIMA de seus empreendimentos, como executa adicionalmente várias outras ações socioambientais. As diretrizes traçadas pela Eletronuclear para alcançar resultados positivos na melhoria da qualidade de vida da população são baseadas em parâmetros do ambiente socioeconômico das áreas de influência da Central Nuclear. São levados em consideração taxas de analfabetismo, desemprego, população economicamente ativa, faixa etária, entre outros, que dão subsídios importantes para o desenvolvimento de projetos sociais. Seja através de convênios, atividades ou apoio a projetos de entidades, órgãos públicos e organizações não governamentais, a empresa implementa ações próprias e realiza parcerias ligadas à cultura, ao meio ambiente, à educação, à saúde e à área social, principalmente no setor de geração de emprego e renda. A empresa apoia parcerias com o poder público? Desde 2000, estão sendo firmados pela Eletronuclear diversos convênios, sendo a maioria deles de cooperação com as prefeituras de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro, visando a ações de combate à fome e à miséria, geração de trabalho e renda e melhoria da infraestrutura dos três municípios. Os investimentos são 140

155 aplicados em diversos campos: saúde, educação, cultura e meio ambiente, buscando contribuir para o desenvolvimento humano e a equidade social da população da região. Esses convênios firmados com as prefeituras locais possibilitam investimentos contínuos nos municípios, provendo recursos em diversas áreas, desde a construção de creches, melhorias na qualidade de ensino, compra de remédios e equipamentos hospitalares, à valorização da cultura regional. A partir de 2008, além da continuação de sua política de responsabilidade socioambiental, a Eletronuclear desenvolveu diversas ações de voluntariado. Em parceria com a Rede COEP-Fome Zero, por exemplo, promoveu festas para crianças das comunidades do Parque Perequê e do Frade, incentivando a participação voluntária de empregados e da população residente em torno do empreendimento, com o propósito de arrecadar alimentos não perecíveis para serem doados posteriormente a instituições filantrópicas. Como é avaliado o retorno desses projetos para a empresa? É feita uma fiscalização que antecede à assinatura dos convênios. Constantemente, nossos fiscais também verificam o andamento dos projetos, a sua conclusão e a extensão dos resultados no setor da comunidade envolvida, além das evidências objetivas por meio dos registros presenciais fotográficos. Além disso, a empresa também avalia o retorno desses projetos através do reconhecimento pelos prêmios recebidos. A Eletronuclear recebeu, em 2005, o Selo de Responsabilidade Social do CREA/RJ com o projeto Gravação de Livros para Cegos e, em 2007, com o projeto POMAR Povoamento Marinho da Baía da Ilha Grande. Em 2008, a área de Responsabilidade Socioambiental foi premiada com Moção de Aplauso e Louvor pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Em 2010, a empresa recebeu o Prêmio de Sustentabilidade da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Em dezembro de 2001, o assessor de Responsabilidade Socioambiental, Paulo Gonçalves, foi escolhido pelo Cefet/RJ para receber a Medalha do Mérito Social Celso Sukow da Fonseca. O prêmio é dado a personalidades no cenário nacional que, pela atuação em seu campo de trabalho, contribuem para o desenvolvimento do país. O executivo foi lembrado por causa da política de investimento no desenvolvimento sustentável que a Eletronuclear mantém na região vizinha à central nuclear de Angra. 141

156 Quais os projetos desenvolvidos pela Eletrobras Eletronuclear na área de saúde? Por meio de convênios firmados com as prefeituras, a Eletronuclear constantemente faz investimentos que são aplicados na compra de medicamentos e equipamentos para as redes municipais de saúde, incluindo recursos voltados para os hospitais de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro. Com o empreendimento de Angra 3, a empresa pretende aplicar na área de saúde mais de 150 milhões de reais até a conclusão da obra. Qual é a relação entre a Eletrobras Eletronuclear e a Feam? A empresa investe mais de R$ 20 milhões, a cada ano, na Fundação Eletronuclear de Assistência Médica (Feam), administradora do Hospital de Praia Brava, que desenvolve ações preventivas e trabalhos de assistência ambulatorial e hospitalar, realizando anualmente mais de 100 mil atendimentos (incluindo emergência, internação, ambulatorial, ocupacional e eletivo), entre pacientes do SUS, convênios e particulares. A Feam também é responsável pelo Ambulatório Médico de Itaorna (Amir), o Ambulatório Médico de Mambucaba (AMM) e o Centro de Medicina das Radiações Ionizantes (CMRI). Em 2008, com a entrada, como observadora, no Rempan (Radiation Emergency Medical Preparedeness and Assistence Network) órgão ligado diretamente à Organização Mundial da Saúde (OMS), a Feam passou formalmente a fazer parte das instituições que são referência em resposta a acidentes envolvendo radiações ionizantes. Em 2009, completou dez anos e inaugurou o Centro de Informações em Câncer e Anomalias Congênitas (Cira), que possibilitará fazer um acompanhamento sistemático sobre a incidência de câncer e anomalias congênitas na região mediante comparações nacionais e internacionais, trazendo, assim, maior segurança para a população que vive no entorno da Central Nuclear. Em 2010 incorporou ao Hospital de Praia Brava o seu tomógrafo computadorizado, oferecendo mais conforto e precisão nos diagnósticos. O que é o Cira? A Feam elaborou, por meio do Centro de Informação em Radioepidemiologia (Cira), um estudo sobre a mortalidade por câncer e anomalias congênitas em Angra dos Reis. Além de Angra, foram pesquisados outros 47 municípios, que 142

157 ficam a 50 e 100 km de distância da central nuclear, e mais o município de Cabo Frio, que está fora desse raio de alcance. Foram colhidos dados relativos ao período entre 1986 e O resultado do estudo, denominado Padrão da mortalidade da população circunvizinha à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto/1986 a 2007, demonstrou que não há registros maiores de mortes por câncer ou por anomalias congênitas em Angra, comparando-se com os outros municípios estudados. Angra 1 iniciou suas operações em 1985, ano que conta como período de pré-operação. Por isso, 1986 foi escolhido como ano ideal para começar a investigação dos registros. A equipe do Cira, que contou com a consultoria da Fiocruz, estudou os dados do Ministério da Saúde, que disponibiliza o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), que, por sua vez, pode ser acessado por qualquer pessoa pelo site do DataSUS. O estudo também atende a uma condicionante do Ibama para a liberação da construção de Angra 3. A condicionante afirma que esse tipo de levantamento precisa acontecer frequentemente. Como a Eletrobras Eletronuclear está investindo na área de educação? A Eletronuclear investe em reformas de escolas de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro e expandiu os programas de alfabetização e inclusão digital. Nos últimos anos, a empresa vem constantemente aplicando recursos na melhoria educacional e estrutural dos colégios estaduais localizados nas vilas residenciais de Praia Brava e Mambucaba. Esse apoio da Eletronuclear às duas instituições se dá por meio de um convênio, válido até o final de 2013, com a Associação de Amigos da Cultura e do Esporte da Costa Verde, Angra dos Reis e Paraty (Amigos). A parceria visa ao desenvolvimento de atividades educacionais, mas também ajuda na manutenção dos colégios. Com esse investimento, a empresa contribui para um ensino de excelência aos quase alunos dos colégios Roberto Montenegro (Cern) e Almirante Álvaro Alberto (CEAAA), que, desde 2005, vem se destacando entre as instituições de ensino público brasileiras por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). No Enem/2010, a média das notas dos alunos de ambas as escolas foi superior à média nacional. O Roberto Montenegro obteve a segunda maior nota entre as escolas públicas de Angra dos Reis, atrás somente do Colégio Naval. Já a 143

158 média das notas dos alunos do Almirante Álvaro Alberto foi a maior entre as escolas públicas de Paraty. A média das notas por escola no Enem 2011 ainda não foi divulgada pelo Ministério da Educação (MEC), mas muitos alunos dos colégios apoiados pela Eletrobras Eletronuclear se destacaram no Enem e conquistaram vagas em universidades públicas e particulares. O bom nível da educação nas escolas apoiadas pela Eletronuclear também pode ser medida pelos prêmios recebidos por seus alunos. A Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc) tem premiado com notebooks os estudantes das escolas estaduais que alcançam os melhores resultados no Sistema de Avaliação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj). Em 2011, 138 alunos do CEAAA e 146 do Cerm ganharam notebooks. Outras iniciativas apoiadas pela Eletronuclear são os programas de alfabetização de jovens e adultos no município de Angra dos Reis, por intermédio do projeto Jovem Aprendiz, e, em Rio Claro, com a parceria da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB). A empresa também foi responsável pela construção de uma creche comunitária para mais de 100 crianças no bairro do Frade, em Angra. Além disso, jovens, adultos e idosos dos municípios de Angra dos Reis e Paraty foram beneficiados com o Projeto Malê, um curso de alfabetização e qualificação profissional em artesanato e costura voltado para o turismo, implementado pela ONG Semear e patrocinado pela Eletronuclear mediante convênio, cuja validade vai até Com o empreendimento de Angra 3, a empresa pretende aplicar mais de R$ 70 milhões na área de educação até a conclusão da obra. Quais são os projetos da Eletrobras Eletronuclear para o meio ambiente? Desde a implantação de Angra 1 a empresa vem investindo em ações para a melhoria do meio ambiente no entorno da CNAAA. O convênio com o Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande (IED- BIG), que compreende o Projeto Pomar Repovoamento Marinho da Baía da Ilha Grande, visa a fortalecer a maricultura e preservar o ecossistema da região por meio da produção de sementes de vieiras (coquilles Saint-Jacques) e de ações técnicas e educativas. Em 2006, o projeto foi redimensionado para atender ao programa de geração de emprego e renda da população, obtendo excelentes resultados. Em setembro de 2007, a Eletronuclear inaugurou sua própria fazenda marinha, localizada na Ilha Comprida, em frente às usinas Angra 144

159 1 e Angra 2, e já abriga mais de 20 mil sementes de coquille. Em maio de 2008, a empresa foi contemplada com o Selo CREA-RJ de Responsabilidade Social em reconhecimento ao Projeto Pomar. A Trilha Ecológica Porã que na língua guarani significa trilha bonita está localizada na Rodovia Rio-Santos Km 526, entre Itaorna e Praia Brava, em Angra dos Reis. Tem uma extensão de metros, em área de Mata Atlântica, e inúmeras espécies de plantas e animais. Desde que foi aberto à visitação em junho de 2004, o local tem sido uma grande opção de lazer ecológico, seja para crianças e adolescentes de escolas da região, como também para grupos fechados de entidades e associações que agendam visitas à trilha. A Trilha Porã recebe mais de 700 visitantes por ano. Em junho de 2009, por ocasião da Semana do Meio Ambiente, a Eletronuclear inaugurou um sítio-museu, em Piraquara de Fora, Angra dos Reis. Vinculado ao licenciamento ambiental da Usina Angra 2, o sítio fica localizado em terreno pertencente à Eletronuclear, numa região com vestígios da ocupação précolonial com sambaquis e polidores amoladores, ruínas de um forte do século XVIII e outras construções do século XIX. Trata-se de trabalho pioneiro no município na área de arqueologia, coordenado pela professora Nanci Vieira de Oliveira, do Instituto de Filosofia da Uerj. Estão sendo feitas réplicas de algumas peças indígenas encontradas (como machados, flechas e fragmentos de cerâmica) porque a ideia é que as peças originais sejam preservadas. O sítiomuseu ainda não foi aberto à visitação pública. No momento, está sendo preparado um convênio que regulará seu funcionamento. Também será implantada uma trilha arqueológica, onde o visitante terá acesso a alguns dos locais com estruturas históricas preservadas, como as ruínas de fortificações que serviam para guardar a Vila de Angra do ataque dos piratas. O custo do projeto foi de R$ ,00. Com o empreendimento de Angra 3, a empresa pretende aplicar, na área de meio ambiente, mais de 100 milhões de reais até a conclusão da obra. A criação da Estação Ecológica de Tamoios, em janeiro de 1990, é uma das medidas compensatórias decorrentes da instalação de Angra 2? O compromisso da Eletronuclear com a preservação do meio ambiente também está presente no apoio da empresa a diversos projetos, como a construção e o aparelhamento da sede da Estação Ecológica de Tamoios, terreno na região de 145

160 Mambucaba, cedido em comodato pela Eletronuclear. Tecnicamente denominada unidade de conservação, a Estação tem como finalidade pesquisar e preservar o ecossistema de 29 ilhas incluindo ilhotas, lajes e rochedos distribuídos nas baías da Ribeira e da Ilha Grande. A sede, com 390 m 2, dispõe de salas de reunião, um pequeno auditório, espaço para exposição e alojamento para pesquisadores. Serve de apoio terrestre à equipe que supervisionará os 84,5 km 2 onde estão as ilhas. A criação da Estação Ecológica de Tamoios, em janeiro de 1990, é uma das medidas compensatórias decorrentes da instalação de Angra 2 e obedece às determinações da legislação que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC. A estação ecológica é uma área de proteção integral, sendo permitida a sua visitação apenas com objetivos educacionais e de pesquisa. Entretanto, no caso da Estação de Tamoios, algumas das ilhas estão habitadas. Daí a necessidade do Plano de Manejo para a preservação da diversidade biológica das espécies. Quem coordena a Estação é o Instituto Chico Mendes, autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e que integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Ao todo, gerencia 130 Unidades de Conservação de Proteção Integral e 170 Unidades de Conservação de Uso Sustentável, num total de 300 UCs. O instituto tem também a função de executar as políticas de uso sustentável dos recursos naturais renováveis e de apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação federais de uso sustentável. Com o empreendimento de Angra 3, a empresa pretende aplicar, no custeio da Estação Ecológica de Tamoios, 4 milhões de reais até a conclusão da obra. E o Parque Nacional da Serra da Bocaina? Qual é o envolvimento da Eletrobras Eletronuclear? O Parque Nacional da Serra da Bocaina abrange uma área de 104 mil hectares, sendo 60% localizados no Estado do Rio e 40% em São Paulo. O ponto em que o Parque da Bocaina se encontra com o Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba, é considerado ambientalmente estratégico por ser o local onde as reservas ecológicas atingem a orla marítima. O Parque também foi criado para preservar parte da Mata Atlântica e desenvolver projetos de educação ambiental, ecoturismo e pesquisas. 146

161 A Eletronuclear participa do grupo de trabalho para diagnosticar e montar planejamento para desenvolver as atividades importantes nessa área. Com o empreendimento de Angra 3, a empresa pretende aplicar, no custeio do Parque Nacional, mais de 10 milhões de reais até a conclusão da obra. A Eletrobras Eletronuclear dá suporte às comunidades indígenas vizinhas às suas instalações? Por convênio firmado entre a empresa e a Funai Fundação Nacional do Índio, a Eletronuclear dá atenção contínua aos índios da região. Além de desenvolver ações para preservar costumes e tradições das populações indígenas de Angra dos Reis e Paraty, o convênio tem promovido obras de infraestrutura, valorização cultural, fomento econômico e educação ambiental, que viabilizam a melhoria da qualidade de vida dessas comunidades indígenas. No total, quatro aldeias são atendidas pelo convênio: Sapukai, no Bracuí, em Angra dos Reis; Rio Pequeno; Araponga; e Itatiim, em Paraty. Com o empreendimento de Angra 3, a Eletronuclear contratou um estudo, a ser executado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), para verificar as necessidades das comunidades indígenas locais. Que tipo de investimento cultural a empresa promove? A Eletronuclear investe regularmente em projetos culturais que apresentam contrapartidas ou desdobramentos sociais de capacitação e geração de renda. A empresa patrocina e apoia programas de revitalização e preservação do patrimônio histórico e artístico; publicações de livros que resgatam e reavivam os costumes, a religiosidade e as tradições das comunidades da região; e eventos culturais locais e de grande porte como a Flip Festa Literária Internacional de Paraty e a Fita Festa Internacional de Teatro de Angra. A empresa também patrocinou o restauro da Casa da Cultura de Paraty, que foi recuperada e revitalizada graças a uma parceria da Fundação Roberto Marinho com a Eletronuclear, a Rede Globo e a Prefeitura de Paraty. A Eletronuclear investiu R$ 690 mil e foi parceira do projeto até que ele se tornasse sustentável. Além disso, o Espaço Cultural Eletronuclear, localizado no Centro de Angra dos Reis, abriga, o ano todo, exposições e lançamentos, além de informações sobre as usinas nucleares. Só no ano passado, o Espaço recebeu visitantes. 147

162 A fim de ampliar ainda mais a difusão cultural na região, foi inaugurado, no ano passado, em Paraty, o Centro Cultural Eletronuclear - que funciona na nova sede do Instituto Cultural, onde estão sendo promovidos exposições e eventos apoiados pela empresa, com destaque para os artistas locais, além de prestar informações sobre o funcionamento das usinas nucleares brasileiras. A empresa também mantém um espaço cultural em Lídice/Rio Claro, que está passando por reformas e será reaberto em breve. Com o empreendimento de Angra 3, a empresa pretende aplicar, na área da cultura, mais de 10 milhões de reais até a conclusão da obra. Que outros investimentos a Eletrobras Eletronuclear vem fazendo para melhorar a qualidade de vida nos municípios de Paraty, Rio Claro e Angra dos Reis? Desde 2008, a Eletronuclear vem investindo diretamente na região através de arrecadação de alimentos e celebrações, como a Semana da Cidadania Infantil e o Natal sem Fome, ambas parte do programa Fome Zero, do governo federal. Já em convênios firmados com as prefeituras, a Eletronuclear promoveu um aporte de R$ ,00 de forma a atender ao Plano de Ação para Atendimento das Condicionantes da Licença Prévia nº 279 do Ibama. Entre eles estavam vigorando, em 2008, os seguintes convênios para beneficiar a comunidade: Implantação e manutenção do Centro de Informação sobre Câncer e Anomalias Congênitas na região; Implantação do projeto Desenvolvendo o Espírito Empreendedor, com a Associação Junior Achievement do Rio de Janeiro; Mútua colaboração com as secretarias estaduais de Saúde e de Defesa Civil; Reforma e obras de ampliação para implantar uma UTI neonatal no Hospital Municipal São Pedro de Alcântara, em Paraty; Reforma e ampliação do Posto de Saúde de Tarituba, em Paraty. A empresa também apoiou uma série de comemorações regionais, entre as quais se destacam os 35 anos do Clube Náutico de Praia Brava e o 5º Jogos Estudantis de Mambucaba. Datas históricas também tiveram o incentivo da empresa, entre elas o Dia da Consciência Negra e festas locais e tradicionais, como a Festa do Divino Espírito Santo, a Festa Junina da Vila Histórica de 148

163 Mambucaba e anualmente a tradicional Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). No ano passado, a CNAAA recebeu visitas de comitivas internacionais de Rússia, Coreia, Índia e Inglaterra, assim como diplomatas sul-americanos, empresários de Barra Mansa e professores de universidades do Rio de Janeiro. Entre as autoridades brasileiras que estiveram no sítio destacam-se o deputado federal José Genoino e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. O Espaço Cultural Eletronuclear, localizado no Centro de Angra dos Reis, abrigou exposições e lançamentos tais como: a do Calendário 2008 e do Livro Olhares, com apresentação do Grupo de Danças Folclóricas de Tarituba, e a II Exposição Pinturas do Cais, projeto que nasceu da necessidade de divulgar a produção de pinturas feitas por portadores de deficiência mental. O complexo é aberto ao público para visitação? Para a empresa, qual a importância de políticas de comunicação como a do Centro de Informações de Itaorna, onde há uma exposição de filmes e folhetos educativos, e os cuidados da empresa com o meio ambiente e a população? Em todo o mundo, a grande desinformação sobre o funcionamento e a segurança das usinas nucleares alimenta muitos mitos sobre o assunto. Ciente desse fato, a Eletronuclear adotou, desde a implantação da Central Nuclear, uma política transparente de esclarecimento das comunidades vizinhas sobre o funcionamento das usinas nucleares. Essa política está materializada nos centros de informações que a empresa mantém em Itaorna e no Centro de Angra dos Reis. Visitas guiadas podem ser agendadas pelo endereço eletrônico: centinf@eletronuclear.gov.br. Qual foi o investimento na área em 2011? A Eletronuclear investiu R$ em projetos da área socioambiental, no ano de

164 13. O ACIDENTE NUCLEAR NA CENTRAL DE FUKUSHIMA DAIICHI No dia 11 de março de 2011, o Nordeste do Japão foi atingido por um terremoto de 9,0 graus na escala Richter. O epicentro foi bem próximo ao litoral e a poucos quilômetros abaixo da crosta terrestre. Foi o maior terremoto de que se tem registro histórico a atingir uma área densamente povoada e com alto desenvolvimento industrial. Mesmo para um país de alto risco sísmico e cuja cultura e tecnologia se adaptaram para tornar esse risco aceitável, tal evento, numa escala de probabilidade de 1 em cada anos, superou toda capacidade de resposta desenvolvida ao longo de séculos pelo Japão. A maior parte das construções e todas as instalações industriais com riscos de explosões e liberação de produtos tóxicos ao meio ambiente, tais como refinarias de óleo, depósitos de combustíveis, usinas termoelétricas e indústrias químicas, localizadas na região atingida colapsaram imediatamente, causando milhares de mortes e dano ambiental ainda não totalmente quantificado. Mas as 14 usinas nucleares das três centrais da região afetada resistiram às titânicas forças liberadas pela Natureza. Todas desligaram automaticamente e se colocaram em modo seguro de resfriamento com diesel-geradores, após ter sido perdida toda a alimentação elétrica externa. A onda gigante (tsunami) que se seguiu ao evento inviabilizou todo o sistema diesel de emergência destinado à refrigeração de 4 reatores da Central Fukushima-Daiichi e os levou ao status de grave acidente nuclear, com perda total dos 4 reatores envolvidos, devido ao derretimento dos seus núcleos e com liberação de radioatividade para o meio ambiente após explosões de hidrogênio, porém sem vítimas devido ao acidente nuclear. A necessidade de remoção das populações próximas à área da central se tornou imperiosa, e todo o plano de emergência nuclear foi mobilizado num momento em que o país estava devastado. Porém, no fim de 2011, as restrições de acesso a 5 áreas evacuadas num raio entre 10 km e 20 Km foram canceladas, com a população autorizada a retornar a suas residências. De acordo com os especialistas em radiação, as emissões decorrentes do acidente não atingiram níveis que possam causar danos irreparáveis ao meio ambiente ou a saúde das pessoas (mesmo para os trabalhadores envolvidos nos processos de emergência). 150

165 Diante do acidente nuclear do Japão, o Brasil deverá manter o seu programa nuclear? Das 54 usinas nucleares em operação no Japão, 14 estão localizadas na região afetada pela catástrofe: 1 na Central de Tokai, 3 na Central de Onagawa, 4 usinas na Central de Fukishima Daini e 6 na Central de Fukushima Daiichi. Essas 14 usinas foram projetadas para esforços provocados por uma aceleração correspondente a 0,3 vezes a aceleração da gravidade, o que corresponderia a um terremoto de 8,2 na escala Richter e uma onda tsunami de 5,7 metros. Mas sofreram os terríveis efeitos de um terremoto de 9 graus na escala Richter seguido de um tsunami de mais de 10 metros de altura, muito superiores àqueles eventos naturais severos considerados no seu projeto. Apesar disso, 10 dessas 14 usinas resistiram adequadamente. O acidente com a central de Fukushima está promovendo em todo o mundo novos estudos, debates e posicionamentos, que, obviamente, estão retardando eventuais tomadas de decisão sobre novos empreendimentos nucleares, aí incluído o processo de seleção de novos sítios. Entretanto, as mesmas razões que levaram o mundo a planejar o aumento da participação nuclear na matriz internacional de geração de eletricidade ainda estão presentes. Em particular no Brasil, onde a demanda reprimida de eletricidade é significativa, caso tenhamos como padrão o nível de consumo de países desenvolvidos, que se inicia em aproximadamente KWh/pessoa/ano, valor este cerca de 100% superior ao nosso atual patamar de consumo de eletricidade. Com certeza a repercussão desse acidente traz impactos à aceitação pública da energia nuclear. É justa a preocupação da sociedade, e cabe à Eletronuclear demonstrar com transparência seus procedimentos e evidenciar a segurança de suas operações. A experiência advinda desse acidente já está se traduzindo em aprimoramentos e melhorias de segurança. No momento, estamos aguardando o lançamento do Plano Nacional de Energia 2035 (PNE 2035), que será lançado pelo governo em Esse documento vai definir o planejamento energético brasileiro para as próximas décadas e dizer qual será a contribuição futura da energia nuclear. Estamos aguardando isso para dar continuação ao trabalho de prospecção de sítios para sediar novas usinas nucleares. Já fizemos um levantamento de 40 áreas aptas em todo o 151

166 país. O PNE 2035 indicará as áreas prioritárias para prosseguirmos com a escolha dos sítios finalistas. Quais as lições aprendidas com o acidente nuclear no Japão? A primeira lição já aprendida pela catástrofe natural do Japão é que as usinas nucleares são as construções humanas mais bem adaptadas a resistir a eventos naturais de severidade milenar, como mostram as 8 usinas das Centrais de Onagawa, Fukushima Daini e Tokai, e de 2 das 6 usinas da Central de Fukushima Daiichi. Entretanto, os problemas nas 4 usinas de Fukushima Daiichi indicam ser necessária a aplicação de critérios de projeto mais rigorosos para os prédios auxiliares das usinas, similares àqueles aplicados ao prédio do reator. Essa foi uma recomendação feita pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) já em meados de 2010, ou seja, bem antes do acidente no Japão, para o licenciamento de Angra 3, e que foi prontamente acatada pela Eletronuclear. Outra lição aprendida é que os critérios de projeto para usinas nucleares localizadas em áreas de alto risco sísmico, especialmente aquelas em zonas costeiras sujeitas a tsunamis, devem ser reavaliados e, eventualmente, reforçados. Note-se, entretanto, que entre as 442 usinas nucleares em operação no mundo, muito poucas são localizadas em regiões sujeitas a esses riscos elevados: algumas além das 14 usinas afetadas pela catástrofe atual no Japão, 2 ou 3 localizadas no Sul da Califórnia (EUA), algumas poucas localizadas na Bulgária e na Romênia e a usina de Busher, no Irã, esta última ainda não estando em operação. Certamente, passada a fase acidental que ainda vivemos, a análise técnica profunda do evento levará a muitas outras lições aplicáveis a todas as 440 usinas nucleares em operação no mundo, bem como 52 que se encontram em construção e àquelas centenas que estão em projeto, aperfeiçoando a segurança num processo de melhoria contínua. Isso ocorre sistematicamente na indústria nuclear quando ocorrem acidentes graves, como foi no caso dos acidentes de Three Miles Island em 1979 nos EUA e de Chernobyl, na ex-urss. 152

167 As usinas brasileiras correm o risco de sofrer com tsunamis como o ocorrido no Japão? Não, pois as usinas brasileiras se encontram em locais de baixo risco sísmico e não sujeito a tsunamis, devido às características geológicas de localização de nosso território. O Brasil está distante das bordas da placa tectônica em que está localizado e, diferentemente do caso do Japão, a borda da nossa placa que está sob o oceano se afasta da que lhe está adjacente. Esse fato de as placas do Oceano Atlântico Sul se afastarem, diferentemente das placas do Pacífico Norte, que se chocam, torna fisicamente inviável que, mesmo no caso de um forte terremoto no local, venha a ser formada uma onda tsunami. Diante do que aconteceu no Japão, seria adequado se o Brasil desligasse as usinas em operação e interrompesse os planos para a construção de novas usinas? Demandas por ações imediatas no sentido de desligar usinas em operação ou interromper obras de usinas em construção e planos para novas usinas são precipitadas por dois fatores. Primeiro pelo clima catastrofista que tem sido frequentemente empregado pela mídia na divulgação do evento, o que influencia fortemente a opinião pública. Segundo por motivações de natureza política e ideológica, as quais, ainda que legítimas nas sociedades democráticas, não encontram fundamento técnico que as sustentem e são reforçadas pelo uso oportunista da forte emoção provocada na sociedade. O custo em vidas humanas decorrentes dos acidentes ocorridos dentro de casas, edifícios, refinarias de petróleo, indústrias químicas e demais instalações também severamente afetadas de imediato pelo terremoto e depois agravadas pelo tsunami, que já chega à casa das dezenas de milhares, sendo muito superior às consequências do acidente nuclear, não tem provocado demandas similares por mudar os hábitos de moradia e de trabalho das pessoas nem interromper as demais atividades industriais. Isso, entretanto, tem sido feito insistentemente por alguns grupos de pressão política com relação à indústria nuclear, que apenas provocou 35 acidentes de trabalho, tendo somente 1 caso de morte, e 22 casos de contaminação de trabalhadores das usinas, sendo somente 2 considerados graves, 153

168 consequências mínimas quando se compara o pesado custo humano decorrente da catástrofe como um todo. Mesmo no contexto de toda essa tragédia que se abateu sobre o Japão, 10 das 14 usinas localizadas na região afetada permaneceram em condição segura, não implicando nenhuma consequência adicional às populações já atingidas pela catástrofe natural. Aquelas 4 usinas que não resistiram plenamente, tiveram suas consequências mitigadas pelo acionamento de um Plano de Emergência Externo que está protegendo as populações evacuadas das liberações limitadas que já ocorreram e que as protegeria mesmo para as condições em que viesse a ocorrer o pior caso possível de liberação de material radioativo, o que até o presente não ocorreu e as informações atuais indicam claramente que não ocorrerá. A maior demonstração de que demandas por desligamento de usinas em operação ou suspensão de obras de usinas em construção e de projetos novos têm motivações exclusivamente políticas é dada pelo próprio Japão. Mesmo diante da grande crise que atravessam, o governo e a sociedade civil japonesa não se posicionaram no sentido de desligar as demais 40 usinas nucleares que o país possui (são 54 no total), suspender as obras das 3 usinas que estão em construção, nem cancelar as 12 usinas que estão planejadas, já com contratos firmados. Muito provavelmente, a geração elétrica nuclear permanecerá como uma das mais importantes contribuições à matriz energética japonesa. Obviamente, esses poucos argumentos não encerram o debate. Nas sociedades democráticas, como a brasileira, ele está apenas se iniciando e deverá resultar numa indústria nuclear ainda mais segura. Nenhuma nuvem radioativa que pudesse representar ameaça real à população saiu de Fukushima, mas a nuvem política e econômica já alcançou todos os países. Devemos, portanto, nos precaver de decisões precipitadas, tomadas pelo calor da emoção ou por oportunismo, que venham a prejudicar as próprias sociedades as quais se pretende defender, como seria o caso de uma proscrição da geração elétrica nuclear, com paralisação de usinas em operação, interrupção de unidades em construção e de projetos em planejamento. 154

169 Logo, podemos afirmar que o acidente nuclear no Japão não implica em elementos objetivos que possam alterar os rumos atuais do Programa Nuclear Brasileiro, a não ser a incorporação das lições técnicas que estão sendo aprendidas, que aperfeiçoarão sua segurança num processo de melhoria contínua. As nossas usinas são seguras? As usinas brasileiras, bem como as demais 440 que operam em 31 países, são provavelmente tão seguras quanto as 10 das 14 usinas japonesas localizadas na região afetada pela catástrofe, que foram submetidas a um terremoto seguido de tsunami com severidade muito superior ao que elas foram projetadas e resistiram a essas forças titânicas da Natureza. As usinas nucleares brasileiras são projetadas para resistir a esforços provocados por uma aceleração correspondente a 0,1 vez a aceleração da gravidade, o que corresponderia a um terremoto de 6,5 na escala Richter, e a uma onda de 4 metros. Esses valores excedem em muito os piores cenários que poderiam ocorrer no Brasil e sabe-se, pela experiência japonesa, que as usinas na prática podem resistir a esforços muitas vezes superiores àqueles para os quais foram projetadas. Outro aspecto importante se refere às tecnologias das usinas. As 14 usinas japonesas localizadas na região afetada pela catástrofe natural são do tipo BWR, ou seja Reator a Água Fervente (Boiling Water Reactor). As usinas brasileiras são do tipo PWR, ou seja, Reator da Água Pressurizada (Pressurized Water Reactor). A tecnologia BWR compõe somente 21% da frota mundial de usinas nucleares, enquanto a PWR corresponde a 61% desta frota mundial. Os restantes 18% da frota são compostos por reatores a água pesada (10%) e a grafite (8%), tecnologias cuja aplicação industrial está em acelerada decadência, sem novas construções em andamento. Os PWR são dotados de dois circuitos independentes e fisicamente isolados para resfriamento do reator e geração de vapor. Neles é possível promover o resfriamento do reator em circulação natural, sem necessidade de bombas, por algumas horas após uma perda total de alimentação elétrica, que foi o problema que ocorreu em 4 das 14 usinas afetadas pela catástrofe natural no Japão. 155

170 A excelência da segurança operacional dos PWR é reafirmada pelo fato de ele ser a opção tecnológica preferencial para a propulsão de submarinos nucleares, cujos critérios de projeto adotados para atender aos requisitos operacionais militares são muito mais exigentes. As marinhas de todos os países que operam ou estão projetando submarinos nucleares, inclusive o Brasil, adotam a tecnologia PWR. A tecnologia BWR é totalmente descartada para essa aplicação, que implica submeter a instalação nuclear a severos carregamentos decorrentes de seu uso em combate naval. Que medidas adicionais o Brasil adotará após a tragédia do Japão em relação às usinas de Angra? A Eletronuclear aprovou, em novembro de 2011, o Plano de Resposta a Fukushima, que contempla estudos e projetos relacionados à reavaliação da segurança das usinas da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, à luz das lições aprendidas com o acidente ocorrido nas usinas da Central de Fukushima Daiichi, no Japão. A elaboração do Plano tomou por base o Relatório Preliminar de Avaliação do Acidente ocorrido na central japonesa, encaminhado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em agosto de 2011, e os resultados preliminares das avaliações desenvolvidas pela indústria nuclear em nível mundial. O Plano foi submetido à CNEN imediatamente após sua aprovação pela Diretoria Executiva. O Plano compreende três áreas de avaliação, englobando 30 estudos e 28 projetos, a serem desenvolvidos no período de 2011 a 2015, com investimentos estimados em cerca de R$ 300 milhões. A primeira área de avaliação, referenciada como Proteção contra Eventos de Risco, trata da avaliação de cenários extremos de catástrofes naturais, verificando como as instalações, conforme projetadas e construídas, seriam impactadas no caso de ocorrência desses eventos. Nessa área se destacam os estudos relativos a terremotos, efeitos de chuvas torrenciais, estabilidade das encostas e movimentos de mar. Esses estudos, em sua quase totalidade, já se encontram em curso, sendo desenvolvidos em conjunto com Universidades e Centros de Pesquisa, com previsão de conclusão dos estudos principais ainda em

171 Considerando as características do sítio da Central, a abrangência dos estudos feitos para a implantação do complexo nuclear e as margens de segurança adotadas no projeto, os estudos deverão confirmar a adequação das instalações e das medidas de proteção adotadas, limitando as implicações dos seus resultados a intervenções localizadas em determinadas estruturas a título de aprimoramento da segurança. Na segunda área, referenciada como Capacidade de Resfriamento, são avaliadas as condições para garantir o resfriamento adequado do reator e das piscinas de combustível em condições extremas, que incluem a perda de suprimento de energia elétrica para os sistemas de segurança e a perda da fonte fria, pelo bloqueio das tomadas de água do mar. Esse tipo de avaliação vem sendo desenvolvido sistematicamente para todas as usinas nucleares, notadamente na Europa, no âmbito das assim chamadas Avaliações de Resistência ou Stress Tests. Embora as duas unidades, Angra 1 e Angra 2, já disponham de recursos para resfriamento do reator e das piscinas em condições além das bases de projeto, os estudos e projetos a serem desenvolvidos visam a dotar as plantas de novas alternativas para resfriamento do reator e das piscinas de combustível nessas condições, utilizando sistemas e equipamentos fixos, instalados nas plantas, e equipamentos móveis, como grupos diesel, moto-bombas e unidades de refrigeração portáteis. São equipamentos industriais convencionais, sem requisitos nucleares, o que facilitará a sua aquisição e disponibilização. A terceira área de avaliação, referenciada como Limitação de Consequências Radiológicas, trata das medidas que visam a impedir ou limitar liberações de materiais radioativos para o meio ambiente no caso de ocorrência de acidentes severos, que se caracterizam pela fusão parcial do núcleo do reator. O foco dos estudos e projetos nessa área de avaliação é a manutenção da integridade da contenção de aço que isola o reator e o circuito primário do meio ambiente. A implementação dessas medidas já está sendo contratada nas empresas responsáveis pelos projetos de Angra 1 e Angra 2, seguindo as mesmas soluções adotadas nas usinas similares nos Estados Unidos e na Europa. Atendendo à solicitação da CNEN, a Eletronuclear está estendendo seus estudos para a elaboração de um Relatório de Reavaliação de Segurança das Usinas Angra 1 e Angra 2, em conformidade com especificação da WENRA Associação de Organismos Reguladores Nucleares da Europa. O relatório 157

172 deverá ainda ser estendido para inclusão da reavaliação de segurança de Angra 3. O Plano da Eletronuclear de Resposta a Fukushima está servindo de base para a preparação do Relatório Nacional a ser encaminhado para apreciação na Reunião Extraordinária da Convenção Internacional de Segurança para as Lições Aprendidas com o Acidente de Fukushima, a se realizar na Agência Internacional de Energia Atômica no mês de agosto. 14. PANORAMA DA ENERGIA NUCLEAR NO MUNDO Qual a participação da energia nuclear no mercado mundial? De acordo com o relatório Energy, Electricity and Nuclear Power estimates for the Period up to 2050, elaborado pela AIEA em novembro de 2011, os reatores nucleares são responsáveis atualmente por 13,5% da produção de energia elétrica no mundo. Isso coloca a energia nuclear como a quarta maior fonte, atrás do carvão, dos combustíveis líquidos e do gás natural. Qual é a capacidade instalada mundial por fonte nuclear? 368,192 GW(e) (Fonte: AIEA dezembro 2011) Como estão distribuídos, no mundo, os reatores nucleares? Conforme dados da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), existem atualmente em operação 435 reatores comerciais em 30 países, nos quais vivem ⅔ da população mundial. Entre os maiores parques geradores, destacam-se os Estados Unidos com 104 unidades, a França com 59 reatores e o Japão com

173 435 Reatores em Operação AIEA Dezembro 2011 País Unidades Total MW(e) AFRICA DO SUL ALEMANHA ARGENTINA ARMENIA BELGICA BRASIL BULGARIA CANADA CHINA + TAIWAN COREIA DO SUL ESLOVAQUIA ESLOVENIA ESPANHA FINLANDIA FRANÇA HOLANDA HUNGRIA INDIA IRÃ JAPÃO MEXICO PAQUISTÃO REINO UNIDO REP CZECA ROMENIA RUSSIA SUECIA SUIÇA UCRANIA USA Total: Como estão distribuídos, no mundo, os reatores do tipo PWR utilizados nas Usinas Angra 1 e Angra 2? Segundo dados da AIEA, existem atualmente 270 reatores em operação do tipo PWR com capacidade total de MW, o que corresponde a 62% da capacidade instalada mundial por fonte nuclear Reatores em operação por Tipo AIEA dez BWR FBR GCR LWGR PHWR PWR Unidades Total MW(e)

174 Quantos reatores nucleares estão em construção no mundo? Atualmente estão em construção 63 reatores (capacidade total de MW), em 15 países, que representam a metade da população mundial. Em 2011 duas novas usinas tiveram suas obras iniciadas, distribuídas conforme a seguir: Paquistão: - Chasnupp 3 (315 MW, PWR) em 28/05/2011 Índia: - Rajasthan 7 (630 MW, PHWR) em 18/07/20111 Reatores em construção por país AIEA - Dez ARGENTINA BRASIL BULGARIA CHINA FINLANDIA FRANÇA INDIA JAPÃO COREIA DO SUL PAQUISTÃO RUSSIA ESLOVAQUIA TAIWAN UCRANIA USA Dos reatores em construção, quantos são do tipo PWR? Dos 63 reatores em construção, 52 (82,5%) são do tipo PWR. Reatores em construção por tipo AIEA Dez.2011 Capacidade em MW BWR FBR LWGR PHWR PWR Unidades Total MW(e)

175 Quais os países que mais dependem da energia nuclear dentro de sua matriz energética? % de geração nuclear líquida em País 2010 França 74,12 Eslováquia 51,8 Bélgica 51,16 Ucrânia 48,11 Hungria 42,1 Armênia 39,42 Suécia 38,13 Suíça 38,01 Eslovênia 37,3 Rep.Checa 33,27 Bulgária 33,13 Coreia 32,18 Japão 29,21 161

176 Finlândia 28,43 Alemanha 22,62 Espanha 20,09 EUA 19,59 Romênia 19,48 Rússia 17,09 Grã- Bretanha 15,66 Canadá 15,07 Argentina 5,91 África do Sul 5,18 México 3,59 Holanda 3,38 Brasil 3,06 Índia 2,85 Paquistão 2,6 China 1,82 Lituânia 0 Fonte: IAEA PRIS Dez de 2010 Quais os países que mais contribuem com energia nuclear na matriz energética mundial? E o Brasil, com quanto contribui? Em 2010 os Estados Unidos foram o país que mais gerou energia por fonte nuclear, sendo responsável por cerca de 32% da produção total desse tipo de energia no mundo. Também se destacaram: França (16%), Japão (11%), Alemanha (5%), Rússia (6%), Coreia do Sul (5%), Canadá (3%), Ucrânia (3%) e China + Taiwan (4%). O Brasil foi responsável por 1% da geração de energia por fonte nuclear no mundo. Os países com menor geração juntos representaram 2%. 162

177 As 104 usinas nucleares americanas produziram em 2010 um total de cerca de 800 TWh, com fator de capacidade de 91,5%, A França atingiu GWh, mas o fator de capacidade foi de 76,4%, enquanto que no Japão a produção foi de ,5 GWh com fator de capacidade de 66,9%. A queda de produção na França se deveu às paradas mais longas que o planejado. No Japão houve um aumento de produção com o retorno de parte da sua maior central Kashiwasaki-Kariwa, de MW de capacidade, que esteve paralisada após o terremoto de A Alemanha produziu GWh líquidos. Das dez maiores geradoras nucleares do mundo em 2010, seis são alemãs: Isar 2, Brokdorf, Phillipsburg 2 Emsland, Grohnde, Unterweser, que, juntas, produziram ,5 GWh. Qual a situação atual da energia nuclear em alguns países? A - Américas Estados Unidos 163

178 Os Estados Unidos são o proprietário do maior parque nuclear do mundo, com 104 usinas em operação (69 PWRs e 35 BWRs), que correspondem a uma capacidade instalada de MW e produziram, em 2010, cerca de 800 TWh(e). Esse valor correspondeu a mais de 31% de toda a energia nuclear no mundo e a mais de 20% da energia bruta do país. Esse valor é ainda cerca de 70% da energia elétrica gerada sem a produção de gases de efeito estufa. Houve nos últimos anos um grande aumento de capacidade instalada nos EUA devido à ampliação da capacidade das usinas que chegou, em março de 2011, a MW ainda que nenhuma nova unidade tivesse sido construída. Isso representa mais de 4 vezes a futura Angra 3 (1.405 MW) em construção no Brasil. Nesse processo algumas usinas chegaram a aumentar sua potência em várias ocasiões diferentes, já tendo sido analisadas 139 solicitações. Ainda estão pendentes de análise outras 11 solicitações (1372 MW) e outras 34 poderão acrescentar 1840 MW ao sistema até 2015 conforme informou o NRC em junho de Cita-se também o programa para a escolha de novos sítios para a localização de usinas nucleares nos Estados Unidos ( Nuclear Power 2010 ). Nesse contexto existem 30 usinas novas em processo de licenciamento com suas COL (Construction and Operation License) em avaliação pelo órgão licenciador o NRC. 164

179 O fato relevante a ser citado é o aumento da vida útil das usinas que está sendo estendida para 60 anos. Nesse caso já são 70 unidades com vida útil ampliada, equivalente a MW funcionando por mais 20 anos, sem os custos de capital para a construção. Existem ainda 21 usinas em processo de ampliação de vida no NRC Nuclear Regulatory Commission, e outras 13 que já iniciaram o processo, mas ainda não concluíram o envio de toda a documentação necessária. Sob esse ponto de vista, nos últimos 10 anos os americanos acrescentaram uma capacidade equivalente a mais de 30 novos reatores grandes operando por 40 anos. Localização e idade aproximada das usinas nucleares americanas em operação Outra preocupação americana é com o combustível para o seu parque. Nesse sentido o NRC autorizou a operação (junho 2010) das novas cascatas na fábrica da Urenco no Novo México. Esse é o primeiro enriquecimento americano pelo processo de centrifugação a gás. Está previsto também o uso de combustível óxido misto de urânio e plutônio retirado de ogivas nucleares desativadas (existem cerca de sete toneladas de plutônio disponíveis para tal fim), e testes estão em andamento na usina Browns Ferry, que recebeu subsídio do Departamento de Energia americano (DoE) para usar esse material em suas usinas de potência. O governo americano prevê um aumento da participação nuclear até 2020 em 50 GW, e o novo secretário de Energia do governo Obama, Steven Chu, informou a existência de um plano estratégico para acelerar o reinício da 165

180 indústria nuclear, sendo a garantia de financiamento uma das partes desse plano. Desde o acidente ocorrido na central de Three Mile Island, na Pennsylvania, em 1978, nenhum novo projeto de reator começou a ser construído no país. O plano prevê garantias de empréstimos no valor de US$ 54 bilhões, que se seguem ao compromisso assumido pelo presidente Obama, que pediu ao Congresso que aprove uma ampla lei sobre geração de energia e mudança climática (com as emissões de gases causadores do efeito estufa caindo 28% até 2020), com incentivos para que a energia limpa se torne lucrativa. Resíduos Nucleares Continua pendente a decisão de como e quando o país resolverá a questão dos resíduos nucleares, após o término do projeto de Yucca Mountain, mas o NRC já determinou que eles podem ser armazenados com segurança por pelo menos mais 60 anos após o término da vida útil da usina. Pós-Fukushima O acidente parece não ter afetado muito os ânimos nos EUA, indo apenas até as revisões de segurança que todos os países estão realizando. Pesquisas de opinião entre os residentes próximos a centrais continuam muito favoráveis (80% a favor das atividades das centrais). Na população em geral 67% dos americanos dizem que a segurança das usinas nucleares do país é alta. Construção e pré-construção para novos reatores estão em andamento em 5 sítios, esperando-se que a capacidade instalada passe dos 101 GW em 2010 para 109 GW em O presidente do Nuclear Energy Institute, Marvin Fertel, divulgou estudos nos quais não há perspectiva de aumento maior de custos para novas usinas nos Estados Unidos em razão de Fukushima, uma vez que condicionantes derivadas do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 já haviam trazido modificações de segurança para essa indústria, que teve de instalar barreiras e modificações físicas variadas. Além disso, o secretário do Departamento de Energia Americano (DoE) declarou, em conferência em 20/09/2011, que o papel da energia nuclear no país cresce muito quando se considera as mudanças climáticas. 166

181 Canadá O Canadá tem 18 usinas nucleares em operação que produziram 88,45 TWh ou 15,37% da energia elétrica do país em Todos os reatores são do tipo PHWR - Pressurized heavy water reactor. O plano de energia de longa duração publicado em novembro de 2010 prevê pelo menos duas novas usinas nucleares (capacidade total de MW) na região de Ontário (em Darlington, onde já existem outras 4 usinas) e a reforma de outras 10 até A política atual está se concentrando na reforma de reatores existentes. Os contratos para reforma das usinas 1 e 2 (PHWR 900MW cada) da central Bruce A para posterior reconexão à rede foram assinados em março de Essas usinas estavam fechadas desde A usina Point Lepreau também está sendo reformada. AECL desenvolve o reator Candu Avançado (geração III) cujo projeto utiliza urânio enriquecido ou tório, mas para o qual ainda não há unidades construídas. O país possui projeto próprio de reatores (Candu) parcialmente suportado pelo governo que, em maio 2010, decidiu se afastar do negócio, após ter aportado quase dois bilhões de dólares desde 2006 na empresa AECL, no desenvolvimento da nova geração Candu. Essa decisão se deve à dimensão da divisão de reatores da AECL, que não é grande o suficiente para concorrer no mercado com gigantes do porte da Areva ou da Toshiba e da General Electric. Especialistas garantiam que, sem a participação do governo canadense, seria difícil a sobrevivência da tecnologia Candu, mas, em junho de 2011, o SNC Lavalin Group assinou acordo de compra da participação do governo na divisão de reatores da AECL. De vital importância no Canadá e no mundo é o National Research Universal Reactor - NRU, reator operado pela Atomic Energy of Canada Ltd AECL, que produzia a metade dos isótopos médicos no mundo. Esse reator enfrentou problemas de manutenção, tendo sido fechado em 14/05/2009 devido a falhas elétricas e vazamento de água pesada. 167

182 Foram necessários 15 meses de correções e manutenção. Em 17 de agosto de 2010, após os reparos, o órgão regulador autorizou o retorno ao serviço do reator e o reinício da produção de radioisótopos em nível mundial. Em outubro de 2011 esse reator, que produz também materiais de pesquisa nuclear usando nêutrons, recebeu autorização para continuar sua produção de radioisótopos até Este é o mais antigo do mundo e se encontra em operação desde Resíduos Nucleares O Canadá prevê depósito geológico profundo Deep Geologic Repository (DGR), para resíduos nucleares de baixa e média radioatividades. Os trabalhos de preparação do sítio, construção e operação estão propostos para a região de Tiverton, próximo ao sítio da Central Bruce. Esse depósito deverá atender a todas as usinas das centrais de Bruce, Pickering e Darlington. Em 2007, após estudar as opções, o governo canadense decidiu que todo o seu combustível irradiado seria selado em contêineres seguros e guardado em depósitos subterrâneos rochosos para uso no futuro. Essas instalações serão um megaprojeto com previsão de gastos da ordem de 20 bilhões de dólares, numa área de 10 hectares na superfície e galerias a 500 metros de profundidade. Pós-Fukushima O órgão regulador do Canadá Canadian Nuclear Safety Commission (CNSC) criou um plano de ação para todos os operadores de quaisquer instalações nucleares do país para que revisem suas posturas e critérios de segurança, à luz dos eventos de Fukushima, com ênfase em defesa em profundidade e mecanismos de prevenção e mitigação de consequências de eventos adversos e severos em geral. No plano, os riscos externos tais como eventos sísmicos, enchentes, incêndios, furacões etc. devem ser considerados, e planos de emergência atualizados. Os planos de revitalização das usinas da central Bruce (em Ontário) continuam com o mesmo cronograma, sendo que a unidade 2 deve retornar à operação no final de 2011, e a número 1 no início de O custo final será de US$ 5 bilhões. Os trabalhos para as demais 6 usinas começarão em Após o desastre de março de 2011 a empresa Cameco Corp, fabricante de combustível nuclear, diminuiu sua previsão de demanda para este ano, visto que 168

183 17% de suas vendas se destinam ao Japão. Apesar disso, no longo prazo, o país não espera queda maior nas vendas. As exportações que já estavam contratadas pelo Japão serão direcionadas a outros países. Em agosto de 2011 um estudo independente do governo canadense concluiu que a construção de até 4 novos reatores no sítio da central de Darlington não causaria impacto ambiental adverso na região. A decisão do governo sobre a central é aguardada. México O México possui uma central nuclear com duas usinas em operação (Laguna Verde 1 e Laguna Verde 2 BWR, 820 MW, cada) localizadas em Vera Cruz. A produção de eletricidade, em 2010, foi de 5,88 TWh ou 2,8% da energia elétrica do país. O proprietário e operador da central é a empresa estatal Comision Federal de Electricidad (CFE), que tem o domínio (cerca de ⅔) da capacidade instalada no sistema elétrico mexicano, inclusive a transmissão e parte da distribuição. Em agosto de 2010 as duas usinas completaram os trabalhos de aumento de potência em 20% (aumento de 130 MW em cada). O país tem planos de construir mais usinas nos próximos anos, sendo que a primeira deverá estar na rede em As usinas (estão previstas dez) deverão ter entre MW e MW, com tecnologia a decidir. Todo o combustível nuclear no México é propriedade do governo, que também é responsável pela gestão dos resíduos. No caso da central Laguna Verde, eles estão guardados no próprio sítio das usinas. Pós-Fukushima O secretário mexicano de Energia, José Antonio Meade, o governador do Estado de Vera Cruz (onde se localizam Laguna Verde 1 e 2), Javier Duarte, e os representantes da Comisión Federal de Electricidad, juntos com os técnicos da Comisión Nacional de Seguridad Nuclear y Salvaguardas (CNSNS), realizaram 169

184 uma inspeção geral nas duas usinas mexicanas. Em relatório garantiram que as condições de operação da central não inspiram maiores cuidados e que a energia nuclear no México tem futuro, mesmo não se pretendendo construir nova central imediatamente. Segundo o secretário, a tecnologia nuclear funciona muito bem no México, mesmo com o histórico de terremotos do país que, ele argumenta, tem soluções técnicas viáveis, lembrando ser mais difícil lidar com as questões sob a perspectiva da política do tema. O Congresso mexicano apoia a tecnologia em níveis variados, dependendo do partido político. Argentina A Argentina possui duas usinas nucleares em operação (Atucha 1 - PHWR, 335 MW e Embalse PHWR, 600 MW), cuja produção de eletricidade, em 2010, foi de 6,69 TWh ou 5,90% da energia elétrica do país. No mesmo sítio de Atucha 1, próximo a Buenos Aires, está em construção Atucha 2 - PHWR, 692 MW. O PHWR Embalse é de fornecimento do Canadá (reator Candu) e os Atucha 1 e Atucha 2 são de fornecimento da Alemanha (KWU/Siemens e sucessoras). As obras de Atucha 2 começaram em 1981, foram paralisadas e retomadas em A construção terminou em setembro de 2011 e a usina se encontra em fase de testes pré-operacionais que devem terminar no segundo trimestre de O governo da Argentina assinou em agosto de 2011 contrato com o Canadá (SNSLavalin Candu Energy) para as atividades de ampliação de vida em mais 30 anos da usina Embalse, que começou a operação comercial em janeiro de São 7 contratos no valor de 444 milhões de dólares (US$ 240 milhões financiados pela Corporação Andina de Fomento-CAF) que compreendem transferência da tecnologia canadense e desenvolvimento da indústria local para fabricação de componentes nucleares. O custo total do projeto é de US$ milhões (sendo que a diferença será gasta com contratações no mercado argentino. Pretende-se ainda aumentar a capacidade de geração da usina. 170

185 Nesta linha, em agosto de 2010, foi contratado (empresa canadense L-3 Mapps) um simulador de escopo total para Embalse já objetivando o aumento de vida útil. Além disso, o país, antes de começar uma concorrência internacional, está em conversações com vários fornecedores (Canadá, França, Rússia, Japão e EUA) para a definição da tecnologia e/ou dos prazos de mais dois reatores de geração elétrica, sendo um deles provavelmente no sítio de Atucha. A política de diversificação energética empreendida pelo país reduziu fortemente a dependência de petróleo que existia nos anos de 1970, caindo de 93% para 42% em 1994 e estando atualmente em torno de 52%. O intercâmbio energético, principalmente com o Brasil, ocorre conforme a disponibilidade de cada país fornecer o insumo. Os operadores de Atucha 1 recebem treinamento no simulador da Eletronuclear em Mambucaba Paraty, e os de Embalse são treinados no simulador da Hidro-Quebec na Central Nuclear de Gentille-2, no Canadá. Pós-Fukushima O acidente japonês e suas consequências estão sendo cuidadosamente analisados e comparados aos projetos de centrais na Argentina como parte do processo de melhora contínua das mesmas, conforme informa a Autoridad Regulatoria Nuclear Argentina (ARN), que poderá incorporar alguma modificação que considere pertinente. Devido à sua localização, as usinas do país não estão sujeitas aos eventos do Japão segundo a ARN. Em agosto de 2011, o governo da Argentina assinou contrato com o Canadá (SNS-Lavalin- Candu Energy) para as atividades de ampliação de vida em mais 30 anos da usina Embalse. Brasil 171

186 O Brasil tem duas usinas nucleares (Angra 1 - PWR, 657 MW e Angra 2 PWR, MW) em operação cuja produção de eletricidade, em 2010, foi de 14,54 TWh ou 2,93% da energia elétrica do país, e uma usina em construção (Angra 3 PWR, MW) com obras iniciadas em 2010, após ampla negociação com a Prefeitura de Angra dos Reis com respeito à licença de uso do solo e às compensações ambientais e sociais cujo montante de investimentos chega a 317 milhões de reais. Os planos de diversificação da matriz elétrica brasileira (conforme dados da EPE) preveem, além de usinas com outras fontes de combustível, a construção, até 2030, de 4 a 8 usinas nucleares, localizadas no Nordeste e no Sudeste do Brasil. Escolhas de sítios, tipos de reator e outras questões estão em estudos no país por intermédio da Eletrobras Eletronuclear e da EPE. Pós-Fukushima O governo brasileiro agiu de forma cautelosa frente ao acidente, evitando posições precipitadas, tendo determinado que análises técnicas pertinentes fossem executadas para verificação de riscos aos quais as usinas pudessem estar submetidas em caso de acidente severo. Como todos os demais países, o Brasil está estudando os eventos e acompanhando possíveis recomendações advindas dos testes de estresse que estão em andamento em todas as centrais no mundo, principalmente na Europa, além de realizar suas próprias verificações e estudos. Com base nos conhecimentos atuais, um evento similar ao japonês não poderia ocorrer no Brasil porque o país está distante das bordas da placa tectônica que o abriga. As placas do Atlântico Sul se afastam, enquanto as do Japão se chocam, e o tipo de sismo do Atlântico Sul não provoca tsunamis. B - Europa Alemanha 172

187 A Alemanha tem uma capacidade total instalada de MW, com uma capacidade nuclear de MW nas 17 usinas que podem operar, mas apenas 9 efetivamente geram energia, visto que sete (Kruemmel, Brunsbuettel, Biblis A e Biblis B, Isar 1, Neckarwestheim 1 e Phillipsburg 1) se encontram desligadas por motivos políticos e legais do país. Das 9 usinas restantes, 6 (seis) estão entre as 10 (dez) maiores produtoras nucleares de energia elétrica em Foram gerados por fonte nuclear 133,01 TWh em 2010, o que representou 27,26% da energia gerada no país. O custo para substituir a energia elétrica gerada pelas usinas nucleares alemãs em funcionamento por energia renovável seria alto, necessitando de subsídios do governo da maior economia da Europa. A matriz elétrica do país é diversificada com o carvão representando aproximadamente 50%, o gás 12%, o vento 6%, e outras fontes completam o quadro, além dos mais de 25% de nuclear. A Alemanha exportava mais energia do que importava, porém esse quadro mudou após o desligamento dos 8 reatores. Além disso, o país é um dos maiores importadores de energia primária no mundo. O consumo interno é de kwh/ano per capita (cerca de 3 vezes o brasileiro). Em 2010, depois de demoradas discussões no Congresso, foi aprovada a proposta que previa que os reatores pudessem operar por mais 8 ou 12 anos, dependendo da idade da usina, em vez do término previsto para 2022 das usinas existentes. Com essa proposta algumas usinas operariam por mais de 50 anos. Pós-Fukushima Após o acidente de Fukushima, mais uma vez o governo da Alemanha mudou de opinião, revertendo a posição de extensão de operação tomada em Todas as usinas foram desligadas por 3 meses para testes de segurança. As 8 usinas mais antigas não serão religadas. As demais serão fechadas conforme cronograma abaixo. Com isso, 10% da energia do país deixou de ser gerada, e bilhões de dólares em investimentos se perderam. 173

188 Segundo a E.ON (Vice-Chairman Ralf Gueldner), o custo total desta decisão chegará a 33 bilhões de euros, isso sem considerar os custos de novas linhas de transmissão que sistemas substitutos de geração necessitarão, e os custos dos possíveis racionamentos de energia que enfraquecerão a indústria do país. O consequente aumento das emissões de carbono (estimado em pelo menos 70 milhões de toneladas métricas) também trará conflitos com os países vizinhos na UE. Será inevitável a importação de energia de fonte fóssil e/ou mesmo nuclear, o que mina a credibilidade de tal política. A mesma opinião da E.ON é compartilhada pelo ministro da Indústria francês, Eric Besson, que declara que o país vizinho será mais dependente de importações de energia e mais poluente, lembrando que a população alemã, que hoje já paga o dobro do valor pago pela francesa pela energia elétrica, será ainda mais prejudicada. O custo da energia elétrica na Alemanha, após o fechamento das usinas antigas, já aumentou 12% e as emissões de carbono mais de 10%. Segundo estimativas do próprio Ministério de Meio Ambiente e Conservação da Alemanha, mesmo que a percentagem de energias renováveis dobrasse, seria ainda necessário investir 122 bilhões de euros no setor nos próximos 10 anos, sem contar os investimentos em linhas de transmissão, centrais a gás de back up das renováveis, subsídios variados para atração dos investidores etc. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas da Alemanha, os custos podem chegar a 200 bilhões de euros. 174

189 Além disso, são esperados a perda de empregos diretos da indústria nuclear alemã, conforme informou a E.On, e um corte forte nos dividendos. Enquanto isso, contraditoriamente a essa política dita de segurança, a Alemanha continua mantendo uma quantidade muito significativa de armas nucleares em seu território, operadas, em sua maior parte, pela OTAN. Armênia Armênia é uma ex-república soviética com cerca de 3,2 milhões de habitantes. O país possui 1 usina em operação Armênia 2 (PWR, 375MW) e uma fechada permanentemente desde Em 2010, a única usina em operação no país produziu 2,34 TWh de energia elétrica, o que representou 39,42% da energia elétrica gerada no país. O país é particularmente dependente da Rússia quanto ao seu comércio e à distribuição de energia cuja única empresa foi comprada pela empresa russa RAO-UES em Pós-Fukushima O país fará os mesmos testes que as nações da UE, mesmo não fazendo parte do Bloco. Áustria A Áustria tem uma usina pronta que nunca operou devido à decisão (maioria da população, 50,47%) em plebiscito no qual se decidiu que o país não teria energia nuclear para a produção de eletricidade. Em decorrência, a Central de Zwentendorf (BWR-700 MW) foi cancelada em novembro de As empresas de projeto e construção foram dissolvidas e os contratos de fornecimento de 175

190 combustível nuclear com a Export (USSR) e o US Department of Energy (DOE), cancelados, assim como o contrato de reprocessamento do combustível irradiado com a francesa Cogema. Bélgica A Bélgica possui duas centrais nucleares: Doel, com quatro usinas (PWR, MW); e Tihange, com três unidades (PWR, MW). As usinas têm entre 25 e 35 anos de atividade, e a licença de operação na Bélgica vale por 40 anos. Foram gerados por fonte nuclear 44,95 TWh, em 2009, o que representou 51,65% da energia gerada no país. O país aprovou em outubro de 2009 a extensão da vida útil das três mais antigas usinas, Doel-1 (412-MW), Doel-2(454-MW) e Tihange-1 (1.009-MW), por mais 10 anos, ou seja, até A atual regra de desligamento de todos os reatores até 2025 está sendo muito questionada porque as circunstâncias mudaram muito desde a votação da lei. Os custos serão enormes, com prejuízos à segurança de suprimento, dependência de fontes internacionais, aumento de emissões, que diminuiriam a competitividade do país, conforme assinalado no relatório Belgium s Energy Challenges Towards 2030, no qual é fortemente recomendado o retorno à geração nuclear. Pós-Fukushima O ministro de Energia da Bélgica afirmou que a decisão sobre a extensão de vida das usinas do país só será tomada após os resultados dos testes de estresse que estão sendo executados em todas as usinas nucleares da Europa. O resultado dos testes de estresse testes aplicados foram satisfatórios, e o órgão regulador declarou em 8 de novembro de 2011 que as usinas belgas são seguras e podem continuar em operação. 176

191 Bulgária A Bulgária tem duas usinas nucleares (Kozloduy 5 e Kozloduy 6 VVER-PWR 953 MW, cada) em operação comercial, que geraram 15,24 TWh, cerca de 33,13% da geração elétrica do país, em Duas usinas se encontram em construção (Belene 1 e Belene 2 VVER PWR MW) e quatro estão fechadas (Kozloduy 1 a 4 VVER 440 MW) para atender a acordo com a União Europeia. Na Bulgária, o governo já demonstrou interesse em substituir as centrais nucleares antigas por novas. O país tem contrato em andamento (no valor de 2,6 milhões de euros) para a seleção de sítio e projeto de depósito de rejeitos de baixa e média atividades em área superficial. Pós-Fukushima O projeto de Belene está parado aguardando as análises de segurança que estão em andamento e dependendo dos resultados. Existe a possibilidade de que o novo reator projetado para este sítio, que é mais exposto à atividade sísmica, seja transferido para o sítio de Kozloduy. O país mantém seus planos estratégicos de aumentar sua geração de energia nuclear, fazendo nova central e ampliando a vida das usinas Kozloduy existentes para reduzir sua dependência da Rússia quanto à energia primária (gás e óleo). Eslovênia A Eslovênia tem um reator nuclear - KRSKO (PWR, 656 MW) em operação comercial desde 1983 que, em 2010, produziu 5,46 TWh de energia elétrica, o que representou 37,3% da energia produzida no país. Esse reator é compartilhado (50%) com a Croácia. 177

192 Pós-Fukushima O país não pretende desistir da energia nuclear devido ao acidente de Fukushima, segundo declarou o ministro da Economia, Darja Radic, em junho de Em todos os cenários energéticos do país até 2030 a fonte nuclear está destacada. O governo anunciou, ainda, a provável construção do segundo reator em Krsko, incluído no programa nacional de energia, que aguarda a aprovação final no parlamento. Eslováquia A Eslováquia tem quatro reatores nucleares em operação comercial, que em 2010 produziram 13,54 TWh de energia elétrica, o que representou 51,80% da energia produzida no país. Atualmente estão em construção mais duas unidades: Mochovce 3 e Mochovce 4 (VVER 440 MW cada), que devem entrar em operação em 2012 e 2013, respectivamente. Existem planos de construção de outros dois reatores entre os anos 2020 e Para ter acesso à Comunidade Europeia em 2004 o país concordou em fechar os dois reatores mais velhos (Bohunice V1 unidades 1 e 2), o que ocorreu em 2006 e Como mais de 50% da energia consumida no país vêm de fonte nuclear, a estabilidade e a segurança do fornecimento de combustível são primordiais para a qualidade de vida da população. Em 2008 o país decidiu que vai reprocessar os seus resíduos de alta atividade e estuda localização para repositório de baixa e média atividades. Pós-Fukushima Os trabalhos de construção de Mochovce 3 e Mochovce 4 continuam. Como em toda a Europa, as usinas do país passarão pelos testes de estresse determinados pela UE. 178

193 Espanha A Espanha possui oito reatores nucleares (6 PWR e 2 BWR) em operação, com um total de MW de capacidade instalada. Em 2010, foram produzidos GWh de energia elétrica, que corresponderam a 20,09% de toda a geração elétrica no país. Existem ainda dois reatores fechados: Vandellos 1 (fechado em 1990), com os trabalhos de descomissionamento adiantados, e Zorita Jose Cabrera (2006), com o descomissionamento contratado com a Westinghouse. A Espanha tem como política o fechamento das usinas nucleares ao término de sua vida útil, sem a reposição da capacidade instalada por outras usinas nucleares, porém em dezembro de 2009 uma nova lei foi aprovada e permite que as usinas operem além de seus 40 anos de vida útil originais, caso o Conselho de Segurança Nuclear do país não declarar que elas são inseguras. Exemplo disso foi a concessão de ampliação de vida em mais 10 anos para as Centrais de Almaraz-Trillo e Vandellos 2, em junho de Pós-Fukushima O ministro da Indústria espanhol, Miguel Sebastián, solicitou uma revisão dos sistemas de segurança de todas as centrais desse país, para aplicar as lições trazidas pelo acontecimento japonês. Foi pedido também um estudo sísmico complementar, assim como um estudo sobre o risco de inundação. Em agosto de 2011, o regulador nuclear do país (Consejo de Seguridad Nuclear- CSN) aprovou unanimemente a extensão de vida das 2 unidades nucleares de Ascó (até 2021). Em 15 de setembro, o CSN informou que todas as 8 usinas nucleares foram aprovadas no Stress-test proposto pela União Europeia e que as margens de segurança delas permitem que resistam a acidentes além de suas bases de projeto. Com isso, a presidente do Foro Nuclear, María Teresa Dominguez, declarou que a energia nuclear precisa continuar como parte do mix energético espanhol. 179

194 O novo governo eleito em novembro de 2011 já declarou que a matriz elétrica espanhola será um mix que garanta a diminuição de emissões de CO2. França A França possui 59 usinas nucleares em operação (em 19 sítios diferentes) e 11 desligadas (por término de vida útil) que produziram 390 TWh, o que representa cerca de 75,17% do total de energia elétrica gerada no país em A Électricité de France (EDF) é a concessionária que opera todas as usinas. Com 64 milhões de habitantes, tem quase uma usina (mais de MW de capacidade instalada nuclear) por milhão de habitantes. A Areva, fornecedora francesa de bens e serviços nucleares, está construindo junto com a EDF o reator Flamanville-3 tipo EPR de MW, localizado ao norte da França, na região de Manche. Os demais fornecedores de equipamentos e serviços também foram selecionados e contratados, e o início da construção foi no final de Existe ainda a previsão da construção de mais um EPR 1700 no sítio da Central de Penly, ao norte do país. Entre as usinas existentes na França, 34 são da classe 900 MW-PWR, para as quais o regulador (ASN) declarou satisfatória a operação por até 40 anos de vida (as usinas francesas têm previsão de operação por 30 anos), mas que cada uma delas deve passar por revisão para ter esse direito. De acordo com o RTE o operador do sistema francês, já em 2013 a França poderá ter problemas de suprimento nos momentos de pico da carga se as usinas não tiverem a vida útil prolongada, uma vez que o parque gerador do país está envelhecido. A entrada do novo reator em Flamanville-3 tipo EPR de MW é tida como indispensável. O governo francês declarou, em junho de 2008, que fará mais um reator EPR 1600, provavelmente no sítio de Penly (Seine-Maritime), no Nordeste do país, onde já existem dois reatores em operação, anunciando que o início da construção será em Desse mesmo modelo de reator EPR, de fabricação 180

195 Areva, já existem outras quatro unidades em construção (Olkiluoto 3 na Finlândia, Flammanvile 3 na França e Taishan 1 e Taishan 2 na China). O país reprocessa todo o seu combustível usado e utiliza o combustível resultante em outros reatores, além de também ter dois repositórios subterrâneos e laboratórios de pesquisa que estudam formas ainda mais efetivas de armazenar rejeitos. Pós-Fukushima Após o acidente foi autorizada a ampliação de vida por mais dez anos para a usina FESSENHEIM, que já opera desde O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou um plano de investimento de 1 bilhão em pesquisa em energia nuclear e no desenvolvimento e implantação de um reator de quarta geração que será produzido pela francesa Areva e pela japonesa Mitsubishi. Sarkozy disse não ver outra alternativa à energia nuclear e que "não faz sentido" abandoná-la. Os testes realizados demonstraram um bom nível de segurança para as centrais francesas conforme relatório entregue ao órgão regulador. As margens de segurança para eventos extremos como terremotos, enchentes, e perdas simultâneas de refrigeração e energia foram verificadas sem apresentarem maiores preocupações, mas mesmo assim a operadora EdF indicou um plano suplementar de melhorias. A Usina Marcoule de tratamento de resíduos nucleares de baixa atividade se acidentou em 12/09/2011. O acidente foi uma explosão química seguida de incêndio, sem qualquer liberação de material radioativo. Finlândia A Finlândia tem 5,25 milhões de habitantes e possui quatro usinas em operação, que, juntas, correspondem à produção de 21,88 TWh de energia elétrica ou 28,43% do total produzido em 2010 no país, e uma usina em construção (Olkiluoto 3 EPR MW). 181

196 A Finlândia, ao decidir em 2002 pela construção de uma quinta unidade nuclear, quebrou a situação vigente no Oeste da Europa, onde a construção de outra usina nuclear não havia sido iniciada há muito tempo. A importância da decisão finlandesa reside no fato de que ela foi precedida de análises detalhadas com participação pública e discussões políticas intensas. A decisão foi baseada em aspectos ambientais (menores impactos ao meio ambiente), políticodiplomáticos (atendimento aos compromissos internacionais decorrentes do Protocolo de Kyoto) e estratégicos (diminuição da dependência de outras fontes energéticas externas, principalmente da Rússia, e a estabilidade do custo da energia nuclear). A opinião pública altamente favorável foi outro aspecto importante na decisão tomada. A usina Olkiluoto 3 (1.600 MW, EPR) está prevista para ser sincronizada em Essa será a primeira usina com reator do modelo EPR, produzido pela francesa Areva. Pós-Fukushima As usinas passaram pelo teste de estresse da EU e o resultado mostrou que nenhuma modificação relevante será necessária nas centrais de Olkiluoto e Loviisa. Em junho de 2011 foi ampliada a potência da usina Olkiluoto 2. Em julho de 2011 a Fennovoima convidou a Areva e a Toshiba para apresentarem proposta de construção do novo reator nuclear na Finlândia. Este é o primeiro anúncio mundial de construção de novo reator após o acidente de Fukushima. Os trabalhos de preparação do sítio em Pyhajoki, na península de Hanhikivi, Nordeste da Finlândia, podem começar no final de 2012 e a construção em Holanda A Holanda possui apenas uma usina nuclear em operação (Borssele PWR 482 MW) que produziu, em 2010, 3,75 TWh, cerca de 3,4% da energia do país. A 182

197 energia consumida per capita é kwh/ano, e o país importa mais de 20% de sua eletricidade (na maior parte da Alemanha). O governo holandês informou que está iniciando o processo de licenciamento da segunda usina nuclear no sítio de Borssele, onde já existe a primeira usina do país, que teve sua vida útil ampliada em mais 20 anos em 2006, e deverá continuar a operar até Não foi selecionado o projeto nem o fornecedor, mas a unidade deverá ter entre MW e MW e a entrada em operação está prevista para 2018, ainda em tempo de atingir as metas de redução das emissões de gases do efeito estufa em pelo menos 15% até O combustível previsto é MOX, e o custo estimado do projeto é de 5 bilhões a 7 bilhões de dólares, conforme informou a empresa holding do projeto, Energy Resources Holding, em setembro de Pós-Fukushima A única usina holandesa passará pelo teste de estresse da UE. Em junho de 2011 foi autorizado o uso do combustível MOX. Segundo o governo a Holanda continuará com seu programa nuclear para construção da nova Central. Hungria A Hungria tem quatro usinas nucleares (Paks 1 a 4 VVER-PWR 500 MW), cuja operação comercial começou entre 1982 e 1887 e que geraram 15,76 TWh, ou seja, cerca de 42,97% da geração elétrica do país em Essa é a energia elétrica mais barata gerada no país e, segundo fontes governamentais, o índice de aprovação à energia nuclear pela população é de 73%. Em 2004, as usinas receberam a autorização para operar por mais 20 anos e, em 2009, o parlamento do país aprovou a autorização para o governo começar o projeto para ampliar a capacidade no sítio existente, mediante a construção de mais uma ou duas unidades nucleares no mesmo local da central Paks. Os estudos da determinação do tipo e do tamanho do reator ainda estão em execução. 183

198 Pós-Fukushima A empresa estatal MVM pretende expandir a capacidade das suas usinas nucleares Paks e aumentar sua influência nos mercados de energia da sua vizinhança (nos Bálcãs-Croácia, na Sérvia e na Bósnia e na Romênia). A decisão de ampliação da central de Paks deve ser publicada em setembro, estando os trabalhos preparatórios em andamento de acordo com as autorizações do Parlamento. Os resultados dos testes na central húngara foram satisfatórios segundo o órgão regulador governamental não requerendo nenhuma provisão adicional quanto à sua segurança. O ministro do Desenvolvimento Húngaro, Pal Kovacs, declarou que em todos os cenários de planejamento energético estudados pelo país o suprimento nuclear é indispensável. O plano energético recomenda a extensão de vida em 20 anos das quatro unidades da central de Paks, cujas vidas úteis se encerrariam entre 2032 e Além disso, o país pretende ampliar em MW a capacidade da central (duas novas unidades de MW cada) até O custo está estimado em 10 bilhões de dólares. Inglaterra e Irlanda do Norte O Reino Unido tem 19 usinas em operação ( MW de capacidade instalada) e 26 fechadas por término de vida útil ou obsolescência. É o parque mais antigo, com usinas já fechadas que começaram a operar na década de 1950 e Em 2010, o país produziu 56,44 TWh de energia de fonte nuclear (15,66% do total consumido). A produção de energia nuclear em 2011 (até julho) representava 21,3% do consumo de energia elétrica do país. O Reino Unido, com 75% da sua energia elétrica produzida por óleo e carvão, como forma de reduzir suas emissões de gases do efeito estufa lançou, em julho de 2009, seu Plano de Transição para uma Economia de Baixo Carbono. O 184

199 plano concentra ações em transformar o setor de energia, expandindo o uso de fontes renováveis, além de aumentar a eficiência energética de prédios, casas e do setor de transportes do país. Com isso o país deverá alcançar as metas domésticas de corte de 34% nas emissões de gases do efeito estufa até 2020, quando 40% da eletricidade consumida no Reino Unido deverão vir de fontes de baixo carbono, com as tecnologias de energia renovável, nuclear e captura e sequestro de carbono. A construção de outras usinas nucleares faz parte da política de redução de emissões de carbono vigente no país e elas devem começar a operar até 2017, substituindo as usinas nucleares antigas (a última entrou em operação em 1989) e as já fechadas. A empresa Horizon Nuclear Power, que apresentará as solicitações de licença para os sítios de Wylfa Península e de Oldbury, já está trabalhando e deve ter a documentação pronta até Para o sítio de Hinkley Point, onde duas usinas antigas já existem, a EDF já apresentou a documentação inicial para um EPR 1600 (Hinkley Point C) na região de West Somerset e fez as encomendas dos componentes pesados para esta central à Areva. Um grupo formado pela Iberdola (Espanha), a britânica Scottish & Southern e a francesa Suez comprou em 2009 um terreno em Sellafield (Oeste da Inglaterra) como possível local para novos reatores atômicos. Nesse caso o projeto consiste na construção de uma usina nuclear com potência instalada de MW, que ajudará no objetivo de alterar o perfil de geração de energia no Reino Unido, fortemente baseada em carvão. Pós-Fukushima Em julho de 2011, o ministro de Energia e Mudanças Climáticas britânico, Charles Hendry, declarou que O governo da Grã-Bretanha permanece absolutamente comprometido com novas usinas nucleares, sem as quais a nação ficaria no escuro e menos próspera. Nós precisamos manter a confiança pública baseada em fatos e evidências científicas e na existência de um órgão regulador independente. Ele acredita que a energia nuclear hoje é vital para o setor energético britânico e assim permanecerá por muitos anos. O país deverá construir não uma usina, mas uma frota de novas nucleares, estando garantido isso aos investidores. Todo o processo faz parte da política de baixo carbono do país, incorporando quaisquer aprendizados advindos do acidente de Fukushima. Em 22 de julho de 185

200 2011 o parlamento britânico aprovou a política energética nacional e listou os oito (8) sítios para as novas centrais nucleares, introduzindo ainda um planejamento para acelerar essas construções. Em outubro de 2011, o secretário de Energia declarou que os riscos da energia nuclear são conhecidos e muito menores que a aceleração nas mudanças climáticas. O suporte da população inglesa à energia nuclear é alto, chegando a 61% de apoio a novas construções, principalmente como forma de prevenir as mudanças climáticas e garantir a segurança energética. Itália A Itália não possui usinas nucleares em operação. Suas quatro usinas (Caorso, Enrico Fermi, Garigliano e Latina) foram fechadas no fim da década de 1980 (duas por decisão da população e duas por fim da vida útil). É o único país do G8 que não opera usinas nucleares. Mesmo assim, cerca de 10% da energia elétrica consumida no país são de origem nuclear, importados principalmente da França. Desde 2008 o país decidiu retomar seu programa nuclear, paralisado há mais de 20 anos, libertando-se da dependência do petróleo através de um rápido desenvolvimento da energia nuclear. Segundo o ministro da Economia e Desenvolvimento, Claudio Scajola, o custo da paralisação do programa nuclear italiano para a economia do país foi de 50 bilhões de dólares, e todo o arcabouço legal para a retomada da fonte nuclear está sendo adotado no novo plano nacional de energia. Em julho de 2009, o Senado italiano aprovou um pacote legislativo que deu luz verde ao retorno do uso da energia nuclear no país, no qual, em até 6 (seis) meses, seriam selecionados sítios potenciais para a instalação de novas usinas. O modelo de reator adotado deveria ser um que já seja licenciado na Europa, para acelerar o processo de licenciamento, uma vez que o plano é construir de oito a dez reatores até 2030, atingindo 25% da geração elétrica italiana. 186

201 Atualmente o custo da energia elétrica na Itália é 30% mais alto que a média europeia e 60% maior que o francês. Pós-Fukushima Em junho de 2011, a maioria dos italianos, por meio de plebiscito, decidiu por não ter energia nuclear no país. Os votos negativos à energia nuclear foram 94% da população que votou (57% da população que podia votar), o que corresponde a 53,58%. A forma como foi encaminhada a votação não foi específica contra a energia nuclear, mas uma desaprovação global ao governo de então (Silvio Berlusconi) e seus planos de ação. A Itália é um país sujeito a terremotos de grande magnitude e isso contribuiu muito para o medo da população, fortemente explorado pelos ambientalistas. Com isso o país continuará a gerar energia nuclear, por intermédio da empresa ENEL na Eslováquia, e a comprar eletricidade nuclear da francesa EDF. Além disso, a Areva e Ansaldo Nucleare haviam assinado acordo no qual a Ansaldo iria participar do processo de licenciamento e da construção do novo reator da Areva (EPR) na Itália, mas com o cancelamento italiano de usinas nucleares o acordo ficou valendo para qualquer lugar do mundo conforme a joint venture criada em 11/10/2011. A Ansaldo também pretende fabricar super módulos para os AP1000 da Westinghouse destinados ao mercado inglês. Noruega Apesar de a Noruega não ter um programa de geração nuclear, o comitê criado pelo governo norueguês para estudar energia sustentável recomendou, em seu relatório, o reconhecimento da contribuição da energia nuclear para um futuro energético sustentável. Países Bálticos (Lituânia, Estônia, Bielorrússia e Letônia) Por serem muito pequenos para assumir os custos da construção de uma usina nuclear, os países bálticos querem se consorciar para a sua construção. Em conjunto também podem se beneficiar de linhas de crédito a que têm direito no Nordic Investment Bank. O projeto pode incluir a Polônia. Já existe a proposta para um reator (Visaginas) na Lituânia, em consórcio com a Estônia, que os 187

202 governos classificam como de implementação imediata para garantir segurança energética e aliviar a dependência do gás importado da Rússia, além de ajudar no cumprimento de metas europeias de redução de emissões de gases do efeito estufa. Em dezembro de 2009 foi fechado o último reator (RBMK) da Lituânia que estava em operação no país, conforme o termo de adesão à União Europeia. A Lituânia vinha tentando manter em funcionamento até 2012 a usina nuclear Ignalia 2 (1.300-MW RBMK), mas não conseguiu convencer as autoridades europeias. Será construído um repositório intermediário no próprio sítio da usina (contrato Areva a ser pago pela União Europeia) para guardar os rejeitos de média e baixa atividades resultantes do descomissionamento. Em março de 2010 foi assinado um acordo com a Suécia para a construção de uma linha de transmissão para fornecer eletricidade ao país, enquanto não são disponíveis outras usinas nucleares. A Bielorússia assinou, em março de 2009, acordo com a Rússia, por intermédio da Atomstroyexport, para a construção da primeira usina nuclear do país. Foi feita uma concorrência internacional para o fornecimento de tecnologia e construção e em outubro 2011 foi assinado com a russa AtomStroyExport (ASE) o contrato de construção para a duas usinas no país. Pós-Fukushima O projeto da central na Bielorrússia passará pelos mesmos testes que os aplicados às nações da UE, mesmo não fazendo parte do Bloco. Já a Lituânia decidiu em julho de 2011 que o fornecedor para o novo reator Visaginas será a Hitachi-GE, com o reator tipo ABWR que a usina deverá estar em operação em Polônia A Polônia já acena com a possibilidade de construir sua primeira central até 2020, tentando dessa forma iniciar a alteração de sua matriz elétrica, hoje calcada em carvão (94%), para reduzir suas emissões de CO 2. O governo polonês designou a sua maior empresa de eletricidade (PGE - Polska 188

203 Grupa Energetyczna S.A.) para conduzir os projetos das duas primeiras centrais nucleares do país, que deverão ter MW com dois ou três reatores cada uma. Espera-se que a primeira usina opere em Em 1986 a Rússia estava construindo quatro reatores WWER, 440 MW para a Polônia, em Zarnowiec, ao norte de Gdansk, mas o projeto foi abandonado em 1989, após um referendum popular, fortemente influenciado pelo acidente de Chernobyl. Os reatores que já estavam entregues foram vendidos para a Finlândia (Loviisa) e para a Hungria (Paks). O sítio existente talvez seja usado pela futura central, aproveitando a infraestrutura e os estudos já realizados. Em abril de 2010, foi assinado um memorando de cooperação entre a Westinghouse e a polonesa Polska Grupa Energetyczna (PGE) para estudar a viabilidade de construção de um reator de terceira geração (Generation III+) no país (AP1000). Pós-Fukushima O parlamento polonês aprovou, em julho de 2011, a última lei necessária para o começo de construção da primeira Central Nuclear do país. Assim que o presidente Bronislaw Komorowski assinar a lei, a gigante empresa estatal Polska Grupa Energetyczna PGE poderá dar início às atividades de construção de até duas centrais, com capacidade de até 6 GWe, que deverão estar prontas em A tecnologia escolhida deverá pertencer a um dos concorrentes que ofertarão até janeiro de 2012, entre eles Areva, GE Hitachi e Westinghouse. A divulgação do resultado será em 2013, conforme informou a PGE. Segundo o primeiro-ministro, Tusk, o governo está convicto de que a energia nuclear constitui uma boa alternativa às necessidades energéticas da Polônia, assim como uma grande oportunidade de negócios, com a possibilidade de venda de energia para a Alemanha. República Checa A República Checa é rica em depósitos de carvão mineral e é a terceira maior exportadora de eletricidade da Europa. O país tem seis usinas (Dukovany 1 a 4 189

204 e Temelin 1 e 2, todas VVER), operadas pela empresa CEZ, que produziram 25 TWh em 2010, o que representou 32,4% da energia elétrica do país. Existe a previsão (com estudos de impacto ambiental em andamento) de se adicionar mais dois reatores à Central de Temelin, que originalmente foi prevista para quatro reatores, mas onde somente dois foram construídos por motivos políticos. A concorrência internacional para o fornecimento dos dois novos reatores está aberta, com os fornecedores francês (Areva), americano/japonês (Westinghouse) e russo (Rosatom) tentando vender seus produtos. As ofertas serão recebidas até julho de 2012, e o vencedor será anunciado em Foi solicitada também a extensão de vida útil dos quatro reatores da Central Dukovany, que já tem mais de 20 anos de operação, de forma a que possam funcionar até Estão previstos grandes investimentos para permitir a ampliação da vida útil dessas usinas. As atividades devem começar em 2015 e contemplarão também o aumento de potência em até 500 MW(e). Pós-Fukushima O governo Checo declarou que continuará com seus planos de construção de novas centrais no país. Por solicitação do governo Checo a mais antiga central nuclear da República Checa (Dukovany) passou, em junho de 2011, por inspeção de segurança da AIEA (Operational Safety Review Team OSART) na qual se concluiu que a central é segura, mas que precisa de algumas melhorias em suas práticas de segurança, as quais foram recomendadas pelo relatório da inspeção. Romênia A Romênia tem duas usinas nucleares (Cernavoda 1 e 2 PHWR 650 MW) em operação comercial, tendo 19,5% da geração elétrica do país suprida por reatores nucleares, em As duas usinas são operadas pela Societatea Nationala Nuclearelectrica (SNN). 190

205 Um acordo entre seis companhias investidoras foi assinado em novembro de 2008 para a conclusão dos reatores de Cernavoda 3 e 4 (PHWR Candu 750 MW cada), no mesmo sítio das usinas 1 e 2. Em 2011 as empresas europeias Iberdrola (6,2%), RWE Power (9,15%), GDF Suez (9,15%) e CEZ (9,15%), desistiram de participar do projeto devido às incertezas econômicas e de mercado, e a SNN- Societatea Nationala Nuclearelectrica passou a deter 84,65% do investimento. Devido a dificuldades de financiamento o governo romeno não forneceu os fundos prometidos, e a SNN não foi capaz de arcar com os custos do projeto. Pós-Fukushima O grande problema enfrentado pelo país é a falta de recursos para terminar suas construções. Seus reatores são do tipo Candu e o projeto prevê resistência a grandes terremotos, estando localizado acima da área teoricamente atingida pela maior enchente do Rio Danúbio (num estudo de previsão para anos), e também muito acima do nível do Mar Negro, entre outros questionamentos quanto a sua segurança. Segundo as autoridades do país seria muito difícil algo similar a Fukushima acontecer. Suécia A Suécia possui dez reatores nucleares em operação que produziram 55,1 TWh de energia em 2010 e três fechados, sendo um por término de vida útil (Agesta) e dois (Barsebäck) por decisão política. O aumento de capacidade dos reatores existentes no país atingiu cerca de MW e conseguiu praticamente equivaler à capacidade dos dois reatores Barsebäck-1 (BWR-600 MW) e 2 (BWR-615 MW), fechados prematuramente em 2004 e A produção de energia elétrica na Suécia é dominada por duas formas de geração: a hidroelétrica, com cerca de 50% da capacidade, e a nuclear, com 45%. A expansão dessas produções era limitada por legislações que protegiam os rios e proibiam a construção de outros reatores, mas em junho de 2010 a 191

206 legislação que bania essas construções foi oficialmente abolida pelas autoridades do país e, desde janeiro de 2011, outros reatores poderão ser construídos, para substituir os mais antigos, ou para aumentar a capacidade de geração. Com um parque gerador nuclear em que todos os reatores têm entre 20 e 38 anos de operação, esse fato é muito importante no sentido de garantir a segurança de suprimento de eletricidade ao país. Pós-Fukushima O governo sueco, por intermédio de seu primeiro-ministro, declarou que manterá a decisão de repor os reatores nucleares ao final de sua vida útil por novas usinas nucleares. Além disso, o fechamento de unidades geradoras de propriedade da estatal sueca Vattenfall na Alemanha (Brunsbuettel e Kruemmel) já levou o país a queda de 8% no balanço líquido em relação ao ano anterior. Suíça A Suíça possui cinco reatores nucleares em operação (3.352 MW de capacidade instalada distribuída em reatores tipo PWR e BWR) que produziram 25,20 TWh de energia em 2010, o que representa 38% da energia elétrica gerada no país. Com 7,6 milhões de habitantes, isso representa cerca de um reator para cada milhão e meio de habitantes. Essas usinas foram projetadas para operar por 50 anos, e atualmente têm licença para operar por tempo que varia de 2019 a 2034, quando do término de vida útil dos reatores. A Suíça procura há tempos um local adequado para construir um depósito final dos rejeitos atômicos. Por enquanto, ele é transportado para depósitos intermediários em Sellafield (Inglaterra) e La Hague (França), mas deverá retornar ao país quando houver essa definição. A previsão da entrada em operação dos depósitos para rejeitos é até

207 Pós-Fukushima O país realizará os mesmos testes que as nações da UE, mesmo não fazendo parte do Bloco. As conclusões dos primeiros testes são de que as centrais têm altos níveis de segurança. As autoridades federais suíças analisavam três pedidos de construção de novas usinas nucleares quando ocorreu o acidente e, como consequência, esses processos foram suspensos. As leis propostas de abandono da energia nuclear não são rígidas e incluem avaliação periódica da situação energética do país e do desenvolvimento tecnológico mundial de forma a permitir mudanças políticas quanto à energia. C - África / Oriente Médio África do Sul A África do Sul possui dois reatores em operação (Koeberg 1 e 2 - PWR 900 MW cada), que em 2010 produziram 12,899 TWH. O país tem um projeto próprio de reator, mas por problemas de financiamento a empresa responsável, PBMR (Pty) Ltd, está em fase de extinção com a retirada do apoio do governo, que já havia investido, nos 11 anos de sua existência, cerca de 1,23 bilhão de dólares na empresa, que oficialmente pertence à Eskon (Industrial Development Corp), e na Westinghouse. Pós-Fukushima O ministro de Energia, Dipuo Peters, reiterou o compromisso do governo com a energia nuclear e com fontes renováveis, para a redução dos gases de efeito estufa e diversificação da matriz elétrica. Segundo ele, o acidente japonês trará lições que serão aproveitadas nos projetos que estão previstos para operar em 2023, já que nessa indústria experiências são trocadas entre os países, beneficiando a todos. 193

208 O país pretende construir MW de nova capacidade nuclear nas próximas 2 décadas como parte do plano de dobrar o suprimento energético da África do Sul, de MW para MW, a um custo total estimado de 89 bilhões de euros. Nesse plano estão também energias eólicas, carvão e solar. Arábia Saudita Em 2008, o país assinou acordo de cooperação com os Estados Unidos para desenvolvimento de programa civil de geração nuclear. Em fevereiro de 2011, acordo similar foi assinado com os franceses, e o país também se encontra em conversação com os russos. Em junho de 2011, a Arábia Saudita confirmou seus planos de construir 16 reatores nucleares de potência nas próximas duas décadas a um custo estimado de 80 bilhões de dólares. Esses reatores serão usados em geração de energia e dessalinização de água e os 2 primeiros deverão começar a operar a partir de 2020, seguindo-se todos os demais até O governo espera que a energia nuclear chegue a 20% do consumo interno nos próximos 20 anos. Egito O Egito não dispõe de grande quantidade de combustíveis e a previsão é que as reservas de óleo e gás durem apenas mais três décadas. Por essas e outras razões o Egito deve assinar contrato com uma das seis consultoras estrangeiras que submeteram ofertas à concorrência para desenvolver as atividades que ajudarão o país nos trabalhos preparatórios para a primeira central egípcia. Espera-se que até 2012 já se tenham determinados o tipo e o fornecedor do futuro reator, uma vez que o país pretende construir quatro usinas nucleares até 2025, com a primeira entrando em operação em O sítio escolhido é El- Dabaa, na costa do Mediterrâneo. As atividades licitadas incluem o treinamento das equipes, em especial em atividades de segurança nuclear e monitoramento de usinas, sistemas de qualidade e de regulação que possibilitem ao país nivelar-se aos padrões internacionais antes da construção propriamente dita das usinas. 194

209 Além dessas atividades existem acordos de cooperação com a Rússia para futuros trabalhos em prospecção de minério de urânio, treinamento de mão de obra especializada em questões regulatórias, construção e operação nuclear. O Egito tem dois reatores que são usados em pesquisa de nêutrons e radiografia, física de nêutrons e produção de radioisótopos. Emirados Árabes Os Estados Unidos assinaram acordos de cooperação (ainda pendentes de aprovação no Congresso americano) com os Emirados Árabes para suporte a um programa civil de energia nuclear que pretende ter, até 2020, três usinas nucleares de MW cada, em operação. A Coreia do Sul venceu a concorrência para a construção da primeira central nuclear (quatro reatores) dos Emirados Árabes com o reator APR O contrato assinado por Korea Electric Power Corporation (Kepco) e Emirates Nuclear Energy Corporation (ENEC) chega a 40 bilhões de dólares, e as quatro unidades suprirão 25% da eletricidade do país. O sítio selecionado para a primeira central é Braka, próximo a Doha (capital do Qatar) e a 240 km de Abu Dhabi, e pode conter até quatro reatores. No final de março de 2011 foi realizada a cerimônia de início de construção da central em Braka, e se prevê o início da operação comercial para Israel O país não faz parte da AIEA e não é signatário dos acordos de não proliferação de armas nucleares (TNP), mas se tem notícia de que desenvolve um completo programa nesse campo, podendo ter forte capacidade nuclear militar. Toda informação nesse contexto de armas nucleares é de difícil avaliação sem o acesso a dados concretos de inteligência do país, o que não é o foco desse trabalho. Uma usina nuclear para geração elétrica não é recomendada para o país, uma vez que o seu grid é pequeno ( MW), mas mesmo assim, em março de 2010, o governo (ministro da Infraestrutura) anunciou que o país passará a desenvolver um programa civil e que a primeira usina deverá operar nos próximos 15 anos. Israel se dedica ao setor de energias renováveis. 195

210 Jordânia A Jordânia tem um programa civil de energia nuclear e, após assinar memorandos de entendimento com fornecedores de reatores do Canadá (AECL), do Japão e da Coreia do Sul (empresa Kepco), para a seleção do sítio para a construção de sua central nuclear, escolheu, em setembro de 2009, a Tractebel Engineering (GDF Suez company) como parceira no desenvolvimento de tecnologia nuclear e estudos objetivando o uso dessa energia na produção de água potável a partir da água do mar. A Jordânia, que não é produtora de petróleo ou gás, pretende ter 30% de sua energia fornecida por fonte nuclear até 2030, muito disso em decorrência da descoberta de depósitos de urânio em seu território (estimado em toneladas) e que o país pretende explorar, apesar da forte objeção dos Estados Unidos. A política americana se recusa a permitir que a Jordânia minere e enriqueça o próprio urânio, condicionando qualquer cooperação nessa área à compra de combustível nuclear no mercado internacional, com o objetivo de evitar, segundo os americanos, problemas de proliferação de armas e/ou outras intenções militares. Enquanto isso a Jordânia assinou contrato de mineração do seu urânio com a Areva, com duração de 25 anos, e uma chamada para o projeto de uma central de MW foi feita para as empresas Areva (França), AECL (Canadá) e Atomstroyexport (Rússia). Um contrato para a construção de um reator de pesquisa de 5 MWt foi assinado com a Coreia do Sul em dezembro de 2009, que servirá tanto para produção de radioisótopo como também para treinamento do corpo funcional no país. O resultado da avaliação solicitada a uma consultoria especializada para determinar a tecnologia a ser usada na sua primeira usina nuclear de potência (1.000 MW) está previsto para o primeiro trimestre de Estão no páreo a Areva, a Mitsubish, a Atomstroyexport e a Atomic Energy do Canadá. Pós-Fukushima O acidente de Fukushima não trouxe modificações na política nuclear do país, que continua planejando dois reatores de potência nos próximos 10 anos para os quais foram feitas as ofertas técnicas em julho de A central deverá se 196

211 localizar em Majdal, a 40 km ao norte de Amman, com refrigeração a partir de uma estação de tratamento de esgoto. Namíbia A Namíbia não possui usinas de geração elétrica nuclear, mas é o 1º. produtor africano de urânio e o quarto maior produtor no mundo. De acordo com o governo, o país vai usar esse potencial para desenvolver sua indústria nuclear e na geração de energia por meio de centrais nucleares destinadas a complementar o mix energético do país. A política para o urânio e para a energia nuclear deverá contemplar todo o ciclo do combustível e a previsão é que estivesse pronta até meados de 2011, conforme informou o ministro de Minas, Isak Katali, no primeiro evento (novembro 2010) para acionistas da áre,a que foi organizado com a ajuda do órgão regulador finlandês. Nigéria Segundo a Comissão de Energia Atômica da Nigéria (NAEC), o país deverá construir uma central nuclear nos próximos três anos para a produção de eletricidade e, para isso, um programa de recrutamento e qualificação de mão de obra especializada no campo nuclear será lançado no país, que se comprometeu a seguir todas as normas de segurança estabelecidas por organismos internacionais de regulação. Quênia No início de 2011, o Kenya's National Economic and Social Council (NESC), entidade governamental destinada a acelerar o crescimento econômico do país, recomendou que se começasse um programa nuclear como forma de atender as crescentes necessidades de energia e que tomasse as providências para que uma usina estivesse disponível em O ministro de Energia do Quênia, Kiraitu Murungi, formou um comitê de 13 especialistas para preparar um plano detalhado, com cronograma, e está procurando sítios ao longo de sua costa para a construção de uma usina 197

212 nuclear, que deverá atender aos requisitos que a AIEA exige para essa atividade. A empresa KenGen, a maior produtora de eletricidade, está procurando parceiros para uma central nuclear de até MW, tentando dessa forma reduzir os problemas causados pelas secas que reduzem os reservatórios de água usados na geração hidroelétrica (65% da geração interna). Turquia A Turquia abriu, em março de 2008, concorrência internacional para a construção de até MW de capacidade nuclear até 2015, com a possível reativação do projeto Akkuyo, suspenso no ano Em setembro de 2009 o embaixador turco na AIEA, Ahmet Ertay, informou que serão construídos pela Rússia cinco reatores tipo VVER no sítio de Akkuyo, na costa mediterrânea, com capacidade de MW, e que está em estudos um segundo projeto com capacidade de MW em um sítio separado ainda não licenciado. Sucessivos anúncios de cancelamento de concorrência e posterior reatamento de acordos tornaram o processo na Turquia muito incerto, mas não encerrado. Conversações continuam com a Rússia e a Coreia do Sul. No final de 2010 os acordos assinados entre a Turquia e a Rússia foram ratificados pelos respectivos parlamentos e definidos os critérios para a venda da energia nuclear gerada para a empresa turca TETAS, que comprará 70% do total produzido pelas duas primeiras usinas (1.200 MW cada). Pós-Fukushima A Turquia fará os mesmos testes que as nações da UE, mesmo não fazendo parte do Bloco. O acidente de Fukushima não trouxe modificações na política nuclear do país. Além disso, desde agosto de 2011 está em conversações com o Japão sobre a segunda central nuclear com quatro reatores a ser construída em Sinop, na costa do Mar Negro. O consórcio construtor seria liderado pelos japoneses, e a operação seria delegada a um terceiro país. 198

213 D - Ásia Armênia A Armênia é uma ex-república soviética com cerca de 3,2 milhões de habitantes. Em 2010 a única central do país produziu 2,34 TWh, o que representou 39,42% da energia elétrica gerada. O páis é particularmente dependente da Rússia quanto ao seu comércio e à distribuição de energia, que foi comprada pela empresa russa RAO-UES em Pós-Fukushima A Armênia realizará os mesmos testes que as nações da UE, mesmo não fazendo parte do Bloco. China A China é hoje o maior consumidor de energia do mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia (declaração do seu diretor Nobuo Tanaka). Para atender a essas necessidades a China, ano passado, produziu 77,82 TWh de fonte nuclear, o que significa cerca de 1,82% da energia elétrica do país, que pretende atingir 35 GW de capacidade instalada nuclear em 2015, 55 GW em 2020 e 70 GW em Com tal capacidade a China deverá chegar a 5% de geração por fonte nuclear em O país tem, até novembro de 2011, 15 usinas em operação ( MW), e o governo chinês prevê a construção de mais 54 usinas nucleares nos próximos 30 anos. De acordo com IAEA já existem 27 usinas em construção (com capacidade total de MW) e 16 novos reatores encontram-se aprovados para início de construção.todos os grandes fornecedores já fizeram suas ofertas 199

214 ao governo chinês, uma vez que esse é o maior negócio mundial em geração nuclear da atualidade. Só para a Areva a China vai pagar 12 bilhões de dólares por dois EPR já contratados. A opção chinesa pela energia nuclear está associada à grande demanda por energia e à estratégia do governo de diversificar ao máximo sua matriz energética para evitar colapsos no fornecimento. A matriz energética da China é baseada, hoje, essencialmente, em carvão. O consumo per capita do país é cerca de metade do brasileiro, mas a população é quase sete vezes maior. Em janeiro de 2011, a China anunciou ter desenvolvido uma tecnologia de reprocessamento de combustível nuclear que reaproveitará integramente o urânio irradiado e o plutônio de suas usinas, tornando o país autossuficiente em combustível nuclear. Pós-Fukushima A China ordenou um amplo programa de inspeção de segurança em suas usinas após o acidente de Fukushima. A aprovação de novos reatores ficou condicionada aos resultados desses testes. Locais mais sujeitos a atividades geológicas graves estão sendo descartados como sítios para novas usinas, assim como áreas densamente povoadas, condições estas que não preocupavam os chineses antes. Os testes realizados nas centrais em operação não encontraram problemas de segurança. Todo o sistema de segurança está sendo reavaliado, e só então novas licenças serão liberadas, informou o ministro de Meio ambiente, Li Ganjie. Ainda assim, de acordo com o secretario-geral da Associação de Energia Nuclear da China, Xu Yuming, o país continua comprometido com os 80 GW nucleares previstos para Coreia do Sul A Coreia do Sul tem 21 reatores em operação ( MW de capacidade instalada). Em 2010 essas usinas nucleares produziram 141,89 TWh, o que 200

215 representa cerca de 32,19% da energia consumida no país. São cinco as usinas em construção, com a previsão de um incremento de 30 GW até 2015, sendo que cerca de MW se encontram em construção e mais MW têm seus contratos assinados para o início da construção. A mais recente usina a entrar em operação comercial foi Shin-Kori 1 (PWR MW), em agosto de 2010, cujo design é coreano (Improved Korean Standard Nuclear Plant - OPR 1000). Até 2024, segundo o governo coreano, deverão ser construídas mais oito centrais, além das atualmente em construção. A política energética do país privilegia as iniciativas nucleares, levando em consideração a segurança e a confiabilidade de suprimento de energia, uma vez que a Coreia do Sul não dispõe de fontes energéticas em seu território. O consumo de eletricidade per capita é cerca de três vezes maior que o brasileiro. Pós-Fukushima A Coreia do Sul tem sua demanda por eletricidade crescendo a 4% ao ano há uma década e tem um plano de exportação de tecnologia que pretende vender até 80 reatores até Esse plano tem se mostrado satisfatório com a venda de reatores para os Emirados Árabes e para a Jordânia. Apesar da queda na satisfação do público interno com a energia nuclear devido ao acidente de Fukushima, as previsões de novos reatores é de 29 unidades contra as 33 anteriormente previstas. O país pretende continuar com a sua expansão nuclear e mesmo plantas antigas como Kori 1 (de 1978) continuam a gerar energia. Em julho de 2011 uma comissão internacional de especialistas nucleares da AIEA esteve na Coreia para verificar e assegurar as boas práticas desenvolvidas no país. Recomendações de melhorias foram feitas à luz do evento de Fukushima, sem ressalvas que comprometessem o bom funcionamento das usinas. Índia 201

216 A Índia tem 20 reatores nucleares em operação (4.391 MW) que produziram, em 2010, 2,85% da energia do país, que correspondeu a 20,48 TWh. Existem atualmente cinco usinas sendo construídas (2.680 MW), e mais 10 PHWR de 700 MW e sete LWR de MW estão planejados oficialmente e sua construção deve se iniciar em A capacidade instalada do país deve atingir MW em 2017, quando todas essas usinas em construção deverão estar prontas. O país desenvolve um programa próprio de geração nuclear com ênfase em reatores PHWR (18 unidades), a maioria com 220 MW de capacidade. Contudo, também possui 2 reatores BWR (150 MW cada). Pós-Fukushima A Índia tem um programa sólido de construção de usinas e busca fortalecer seu sistema de geração nuclear com o acréscimo de mais 470 GW até 2050 (planejadas mais 39 usinas). Construir mais capacidade nuclear é a proposta do governo para fazer frente ao racionamento constante e severo que o país vive. O acidente no Japão trouxe dúvidas aos habitantes e provocaram protestos nos sítios nucleares que estariam mais sujeitos a terremotos e enchentes. As autoridades prometeram reexaminar esses projetos no que diz respeito à segurança e a mecanismos de reação a acidentes severos, aplicando os melhores e mais modernos critérios internacionais. O governo se reservava o direito de manter a opção nuclear, garantindo o que considera a melhor fonte energética, principalmente com relação à redução de emissões de gases do efeito estufa. Irã O Irã tem uma usina em operação (Bushehr, PWR MW) que foi conectada à rede em setembro de As obras foram iniciadas em 1975 por um consórcio alemão (Siemens/KWU) e paralisadas em 1980, após a revolução 202

217 islâmica (1979), quando os alemães acompanharam o embargo americano e quebraram os contratos existentes na época. A construção foi retomada, após anos de paralisação, com o auxílio da Rússia e a aprovação da AIEA. A operação da usina, o suprimento de combustível e a guarda dos rejeitos estará a cargo da Rússia pelos próximos três anos. O país planeja construir outros cinco reatores nucleares, para atingir cerca de 10% da energia do país, conforme informa o governo, fazendo assim frente aos racionamentos que têm ocorrido na região. Japão O Japão tem 50 reatores ( MW) em operação que, em 2009, produziram 279,23 TWh, o que representou 29,12% da energia do país. Desses reatores, cinco se encontram em manutenção e há duas usinas em construção (Shimane 3 e Ohma 1 ABWR MW, cada) e nove reatores fechados permanentemente. Existem ainda planos para ampliações de vida útil e potência. Pós-Fukushima Em junho de 2011, o governo japonês, por intermédio do ministro da Indústria, Kaieda, determinou que todas as usinas, exceto as 6 unidades de Fukushina e 2 na central de Hamaoca, estão em estado de segurança para continuar em operação no país. Medidas de segurança para acidentes severos estão sendo implementadas em todo o país, que não pode, neste momento, prescindir dessa energia. Em outubro de 2011 operavam 11 dos 54 reatores anteriores ao terremoto (Tomari-3; Kashiwazaki-Kariwa-5 e -6; Mihama -2, Ohi-2, Takahama-2 e -3; Shimane-2; Ikata-2; Genkai-1 e 4). A maior parte dos que estão parados está passando pelos testes de estresse no mesmo modelo dos europeus, e outros pelas revisões anuais previstas nas leis japonesas. O governo ordenou que todos os reatores permanecessem desligados até o término dos testes. Em novembro de 2011 as usinas nucleares em operação eram apenas 18,5% da 203

218 capacidade nuclear do país e em termos de geração de energia foram 9,4% da geração total, o que representou 6,73 TWH. As decisões que serão tomadas pelo Japão sobre a continuação do uso da energia nuclear no país terão que levar em consideração a falta de opções energéticas disponíveis e o custo das decisões para uma população já extremamente abalada. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria estimou que a substituição da energia nuclear por outra fonte térmica custaria ao governo 3 trilhões de ienes ou 37 bilhões de dólares por ano (cerca de 0,7% do PIB japonês). O melhor mix energético para o país continua em discussão e nenhuma decisão foi ainda tomada, mas de qualquer forma o país continua com sua política de exportação da tecnologia nuclear, mantendo todos os acordos assinados, mesmo se ela não for mais usada domesticamente. Paquistão O Paquistão tem três usinas nucleares em operação e uma em construção na região do Punjab. Em 2010 foi gerado 2,56 TWh de eletricidade de fonte nuclear, cerca de 2% do total do país no ano. Em abril de 2009 foi noticiado que o governo paquistanês aprovou a construção de mais dois reatores nucleares que se localizarão no Complexo de Chashma e terão 340 MW de capacidade instalada cada um, sendo fornecidos pela China a tecnologia e o combustível enriquecido. Uma vez que o Paquistão é detentor de armas nucleares, a China não revelou detalhes da negociação para evitar ainda mais controvérsia nesse assunto. Em junho de 2010 foi anunciado acordo com a China, que permitirá a construção de mais dois reatores de 650 MW cada um. O custo estimado é de 2,4 bilhões de dólares e estrategicamente ajudará o Paquistão a reduzir sua crônica escassez de energia. 204

219 Pós-Fukushima Em maio de 2011 foi iniciada a construção da quarta usina no país (Chashma Nuclear Power Plant Unit 3, também conhecida como Chasnupp 3). É um PWR de 340 MW brutos sob responsabilidade da China, e deverá entrar em operação em Rússia Em 2010, a Rússia produziu 155,11 TWh por fonte nuclear, o que representou cerca de 17,09% de sua energia elétrica. O país pretende chegar a 25% ou 30% até O consumo per capta do país é quase três vezes maior que o brasileiro. Três usinas com reator RBMK (Leningrad 1-2 e 3) tiveram suas vidas ampliadas em 15 anos após modificações e melhorias no projeto original. A eficiência da geração nuclear cresceu fortemente na última década (o fator de disponibilidade passou de 56% para 76%), e toda a matriz energética está tentando acompanhar o crescimento do consumo, que se tem mantido em níveis bastante expressivos. A Rússia tem 33 usinas ( MW) em operação, sendo 15 delas com reator RBMK ou LWGR, o mesmo modelo da usina ucraniana Chernobyl, e dez usinas em construção e mais cinco planejadas. Em julho de 2008 o diretor-geral da Rosatom empresa estatal nuclear russa, Sergei Kiriyenko, declarou que o governo russo prevê a construção de mais 42 usinas nucleares até 2020, o que corresponderá a 42 GW. A segunda usina da central de Volgodonsk (também conhecida como Rostov) entrou em operação comercial no final de 2010 e existem mais 2 em construção no mesmo sítio que devem ficar prontas até O governo assinou em novembro de 2011 a resolução de construir mais 2 reatores (central de Monakovo, VVER-TOI) na região de Nizhniy Novgorod com capacidade de MW. Esta já seria a nova geração russa de reatores moderados a água. 205

220 Outra novidade russa é a usina nuclear flutuante que a população de Pevek, localidade russa situada na região ártica de Chukotka, aprovou, após descartar que esta ameace o entorno da região. A proposta foi aceita em debate popular convocado pelas autoridades do município de Chaunski, onde está localizada Pevek, com a participação de funcionários, deputados e ativistas. A Rússia terminou o primeiro descomissionamento de uma instalação civil, e a experiência adquirida será usada no futuro na indústria nuclear. O trabalho foi realizado em uma fábrica de pellets de urânio enriquecido que foi retornada ao estado sem atividade nuclear (greenfield status). O custo do projeto foi equivalente a 21 milhões de dólares e, devido à complexidade do trabalho (desmonte de equipamentos, demolição de estruturas, remoção de solo contaminado etc.), levou quase quatro anos. Pós-Fukushima O país realizará os mesmos testes que as nações da UE, mesmo não fazendo parte do Bloco. Um programa de inspeções está em andamento nas centrais russas com relação aos possíveis riscos quando o operador se depara com falta de água e energia de emergência para os sistemas de refrigeração. Desde o evento de Fukushima, a Rússia manteve a construção da usina de Leningrado 2 (segunda fase), assinou novos contratos de construção de nova central na Belarus e reafirmou seus planos de construção da primeira usina nuclear na Turquia, ambos já satisfazendo requisitos decorrentes de Fukushima. O reator do Irã construído pela Rússia está em preparativos finais para entrar em operação comercial, e um novo negócio com Bangladesh deverá estar assinado até o final do ano. Taiwan Taiwan tem seis usinas em operação (2 PWR e 4 BWR) e mais duas em construção (PHWR MW). Segundo a Nucleonics Week (junho 2011), a produção de energia em 2010 foi de 41,63 TWh. As usinas Chinshan 1 e 2 (BWR 636 MW cada) iniciaram a operação em 1978 e 1979, respectivamente. 206

221 Kuosheng 1 e 2 (BWR 985 MW cada). As usinas Maanshan são PWR, com 951 MW cada. Pós-Fukushima O governo de Taiwan convocou comitê para estabelecer um mecanismo multidisciplinar de verificação de segurança nuclear e de preparação para respostas a emergências em centrais. À luz dos eventos de Fukushima, o governo se preocupa em especial com as usinas na costa da China que são muito próximas do país e sobre as quais não pode atuar. Foram feitos a proposta e o convite para que os dois países trabalhem juntos nessa questão. Ucrânia A Ucrânia tem 15 reatores em operação com capacidade instalada de MW (13 VVER MW e 2 VVER 400 MW) e quatro unidades fechadas (a central de Chernobyl 3 RBMK 925 MW e 1 RBMK 725 MW). A central nuclear de Zaporozhe, no Leste da Ucrânia, é a maior da Europa com 6 reatores tipo VVER de 950 MW cada um. Em 2010 as usinas nucleares ucranianas produziram 83,8 TWh, que representaram 48,10% da energia elétrica do país. As fontes primárias de energia da Ucrânia são o urânio e o carvão, sendo que petróleo e gás são importados da Rússia, que também fornece o combustível nuclear. Em 2004 a Ucrânia completou, comissionou e pôs em operação comercial a unidade 2 da central Khmelnitski (1.000 MW VVER), e também a unidade 4 (1.000 MW VVER) da central Rovno. A empresa russa Atomstroyexport vai terminar a construção das unidades 3 e 4 da central Khmelnitski (1.000 MW VVER cada), conforme aprovado em outubro de A construção havia sido suspensa em A usina 3 está com 75% dos trabalhos concluídos e a usina 4, com 28%. Conforme dados da World Nuclear Association (WNA), existem 22 reatores planejados na Ucrânia, sendo que nove se destinam à reposição dos 207

222 antigos, que sairão de operação até 2035, e os outros 13 para atender às necessidades futuras de consumo do país. Os quatro reatores Chernobyl estão sendo descomissionados. A unidade 4, que foi destruída em 1986, no pior acidente nuclear já ocorrido no mundo, está encapsulada em um sarcófago e uma nova estrutura de proteção está sendo construída sobre ele. Pós-Fukushima O país realizará os mesmos testes de stress que as nações da UE, mesmo não fazendo parte do Bloco. Vietnã O ministro da Indústria e Comércio do Vietnã anunciou que o governo pretende construir duas centrais nucleares, com dois reatores cada uma, na província de Ninh Thuan, que deverão estar em operação entre 2020 e A central 1 (Ninh Thuan Nuclear Power Plant 1, com dois reatores) se localizará em Phuoc Dinh Commune, no distrito de Ninh Phuoc, e a central 2 (Ninh Thuan Plant 2, com dois reatores) será instalada em Vinh Hai Commune, distrito de Ninh Hai. De acordo com o diretor da Agência Vietnamita para Segurança Nuclear e Radiação, a Central 1 será de modelagem russa, com potência de MW, sendo que também já foram assinados os memorandos para treinar os novos especialistas do país. A construção deve começar em A AIEA afirmou que o Vietnã está bem preparado para começar a desenvolver um parque nuclear e que apoiará o país no desenvolvimento de procedimentos de segurança e de resposta a emergências. Atualmente já existe uma equipe de mais de 800 pessoas trabalhando nos institutos de energia, radiologia e segurança nuclear no país. Em maio de 2010 o primeiro-ministro vietnamita declarou a intenção de construir oito reatores. Pós-Fukushima Agora o processo pode sofrer atrasos e redução de quantitativos, mas as autoridades anunciaram que prosseguem com os planos de construir pelo menos quatro reatores. Todos os grandes fornecedores (chineses, coreanos, 208

223 franceses, russos, japoneses e americanos) estão ativamente trabalhando para conseguir fechar esses contratos. Os japoneses, por intermédio da empresa Japan Atomic Power Company (JAPC), assinaram em setembro 2011 contrato com a Electricity of Vietnam (EVN) para estudo de viabilidade da construção da primeira central. Ásia Outros As Filipinas, a Indonésia e a Malásia estão em processo de reavivamento de seus antigos programas nucleares. A Malásia já tem luz verde de sua população, que apoia a construção de usinas nucleares e está em processo de reconstrução do conhecimento técnico necessário por meio de programas de visitas técnicas e de treinamento para projeto, construção e operação de centrais. Os estudos para a seleção de um sítio adequado já foram autorizados pelo governo. O país é fortemente dependente de gás (64%) e carvão (25%) e tem a intenção de diversificar a matriz elétrica. No caso das Filipinas, inicialmente um grupo de especialistas da AIEA foi convidado para organizar um processo multidisciplinar e independente para verificar se a antiga usina nuclear Bataan Nuclear Power Plant, que, apesar de pronta, nunca operou, pode ser ligada com segurança, tornando-se uma alternativa local para a geração de energia. Atualmente, está em vigor o contrato com a empresa coreana Kepco para a execução desses mesmos estudos. Bangladesh assinou em novembro de 2011 um contrato com a Rússia com o objetivo de construir 2 usinas nucleares de MW, cada uma, no nordeste do país, na região de Rooppur, que devem estar prontas até O contrato também inclui o suprimento de combustível e a gestão do resíduo que será levado de volta à Rússia após o uso. O crescimento recente do país e a pouca disponibilidade de energia (as existentes reservas de gás estão quase extintas) contribuíram para que o governo decidisse fazer este negócio de três bilhões de dólares. Em 2007 ao país recebeu a aprovação da AIEA para seu projeto nuclear. 209

224 Quais são as projeções da AIEA quanto ao crescimento da energia nuclear? As projeções da AIEA Agência Internacional de Energia Atômica em novembro de 2011 quanto ao futuro da energia nuclear são diferentes por cenário, variando de 375 GW(e) de hoje a 501 GW(e) em 2030, no caso de menor crescimento, e de até 746 GW para um alto crescimento, ou seja, cerca do dobro da capacidade instalada atual. Em ambos os casos houve um decréscimo em relação às projeções anteriores. É inadmissível que em pleno século XXI ainda tenhamos 20% da população mundial, cerca 1,4 bilhão de pessoas, vivendo sem acesso à eletricidade. Outro bilhão vive com suprimento de baixa qualidade e/ou sem garantia de fornecimento. Quase metade da população mundial (2,7 bilhões de pessoas) ainda depende de biomassa (carvão vegetal) para cozinhar ou se aquecer. O programa da ONU de fornecer eletricidade de qualidade a todas as pessoas até 2030 (o chamado Energy for All) é indispensável para o atingimento da meta do milênio da própria organização de erradicar a extrema pobreza, o que não será factível sem que essa questão esteja solucionada. Energia é a chave para o planeta e para o modo de vida da Humanidade. Ela garante os empregos, a segurança, a produção de comida, o transporte e tudo mais. Sem ela as economias, os países, os ecossistemas etc. não funcionam. A energia nuclear é a tecnologia de baixa emissão de carbono mais madura existente, sendo capaz de gerar grandes quantidades de energia para suprir as necessidades da sociedade em qualidade, quantidade e confiabilidade necessárias. Atualmente cerca de 65 países visam a ter fontes energéticas nucleares, e as potências em expansão querem multiplicar o número de usinas em seu território. Muitos governos consideram a ampliação internacional da energia nuclear uma opção à mudança climática e uma alternativa às oscilações do preço dos produtos energéticos, além de ser uma proteção à incerteza sobre os combustíveis fósseis, mas a iminente expansão da energia nuclear em todo o mundo requer que os governos atuem com responsabilidade nessa empreitada. A independência energética é fator de segurança e riqueza para os países, e a energia nuclear, por ser uma fonte de grande porte, operando na base dos sistemas, produzida localmente, livre de emissões do efeito estufa, é candidata a atender a essas condições. 210

225 A disponibilidade e a acessibilidade da energia, em especial a elétrica, tornaramse indispensáveis para as condições de trabalho da sociedade moderna. A segurança de suprimento é preocupação de todos os governos, porque ela provê os serviços essenciais para a produção, a comunicação e o comércio. A segurança energética está intrinsecamente ligada às preferências geopolíticas, às estratégias tecnológicas escolhidas e às orientações das políticas sociais definidas pelos diversos países. A combinação das condições de fronteiras, da vizinhança, da localização continental e dos recursos internos leva à grande diversidade de entendimento do conceito de segurança energética e também da sustentabilidade. A implementação de um projeto nuclear sempre levanta questões sobre os riscos associados, tais como a liberação de radiação em condições de rotina e/ou em caso de acidente; a deposição dos resíduos e a questão da proliferação de armas nucleares. Essas preocupações necessitam tratamento adequado, e a sociedade como um todo precisa ser informada em linguagem clara e simples para que decisões não sejam tomadas em desarmonia com a sua vontade, ou sob efeito da emoção. Evitar conflitos só é possível quando a comunicação chega a todos adequadamente. As empresas nucleares dos Estados Unidos e da Europa estão sendo incluídas nos indicadores de sustentabilidade de Bolsas de Valores como a de Nova York (Dow Jones Sustainability World Index - DJSI World). Esse indicador é um altíssimo padrão internacional e qualquer empresa com ações em Bolsa quer fazer parte dele devido a sua credibilidade e isenção. As empresas nucleares incluídas em 2009 foram as alemãs EOn e RWE, as espanholas Endesa e Iberdrola, as americanas Entergy e Pacific Gas & Electric, a italiana ENEL e a finlandesa Fortum. Por quanto tempo as reservas de urânio conhecidas poderão abastecer as usinas nucleares? Que países possuem as maiores reservas? As fontes de urânio já identificadas são suficientes para suprir de 60 a 100 anos de operação das usinas existentes no mundo e ainda os cenários de maior expansão previstos até 2035 pela AIEA. A produção mundial aumentou 6% em 2010, com o Cazaquistão sendo novamente o maior produtor. Em contraste, o Canadá e a Austrália diminuíram suas produções, enquanto Rússia e Uzbequistão as mantiveram constantes. 211

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