PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO BIOMEDICINA
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- Cláudio Gama Andrade
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1 PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO BIOMEDICINA maio 2010
2 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA REITOR Prof. MSc. Pe. José Romualdo Degasperi PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO Prof. MSc. Ricardo Spindola Mariz PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Profa. Dra. Adelaide dos Santos Figueredo PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO Prof. Dr. Luís Síveres DIRETORA DO CURSO DE BIOMEDICINA Profa. MSc. Fabiana Nunes de Carvalho Guimarães COLABORADORES Profa. MSc. Cláudia Mendonça Magalhães Gomes Garcia Prof. Esp. Fábio de França Martins Profa. MSc. Lídia Maria Pinto de Lima Profa. MSc. Juliana Camargos de Oliveira Peres Profa. MSc. Thaís da Costa Alves Lamounier Profa. MSc. Yara de Fátima Hamú 2
3 SUMÁRIO 1. HISTÓRICO INSTITUCIONAL CURSO PROJEÇÃO DA MISSÃO NA ÁREA E NO CURSO Projeção da Missão na Área de Saúde Projeção da Missão Institucional no Curso de Biomedicina CONTEXTUALIZAÇÃO CENÁRIO PROFISSIONAL MERCADO DE TRABALHO DIFERENCIAIS DO CURSO DE BIOMEDICINA DA UCB FORMAS DE ACESSO ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM PRINCÍPIOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA VIDA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM PAPEL DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ATORES E FUNÇÕES CORPO DISCENTE (ENTRADA, FORMAÇÃO E SAÍDA) CORPO DOCENTE E FORMAÇÃO CONTINUADA NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE E COLEGIADOS Núcleo Docente Estruturante Colegiado de Curso Colegiado de Mediação de Conflito PERFIL TÉCNICO-ADMINISTRATIVO E FORMAÇÃO CONTINUADA PERFIL E CAPACITAÇÃO DE GESTORES Perfil do Diretor de Curso Perfil da Equipe de Apoio à Gestão PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
4 5. RECURSOS INSTITUCIONAIS ESPECÍFICOS MATRIZ CURRICULAR FLUXO DAS DISCIPLINAS E ESTRUTURA DA MATRIZ EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS Unidade de Atividades Práticas ESTRUTURAÇÃO DAS PRÁTICAS ATIVIDADES ES DINÂMICA DO TCC E/OU ESTÁGIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS MATRIZ CURRICULAR PADRÃO SA
5 APRESENTAÇÃO O Projeto Pedagógico do Curso de Biomedicina parte da concepção da biomedicina enquanto profissão da área de saúde. Formar biomédicos, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual, é, portanto, um processo que envolve múltiplas dimensões. Esse projeto pedagógico expõe uma direção, um rumo, um conjunto de compromissos que vem sendo definidos coletivamente entre docentes, discentes e equipe diretiva do Curso de Biomedicina. Neste sentido expressa o momento político, histórico, temporal e institucional do curso, representando o que é exeqüível pelo grupo de atores envolvidos no processo. Como todo projeto pedagógico é inconcluso por natureza, em constante (des)construção uma vez que depende do tempo para amadurecer as idéias e este não é definido em calendário. A sua exeqüibilidade requer trabalho pedagógico cotidiano baseado na busca pela ruptura da visão tradicional e acrítica da profissão de biomédico, dos processos formativos e dos modelos de atenção à saúde. Demanda atuação do professor como mediador do processo de aprendizagem, partícipe do processo de formulação do projeto pedagógico e, portanto, ator social da sua implantação. Da mesma forma pressupõe estudantes como sujeitos da aprendizagem, em processo de construção de sua autonomia, capazes de decisões próprias sobre seu futuro e compromisso social. Adicionalmente, reafirmam-se os princípios da Universidade Católica de Brasília (pastoralidade, indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, extensionalidade e sustentabilidade) os quais permearão todas as atividades desenvolvidas, privilegiando a formação voltada para o sentido cristão da existência humana. Direção do Curso de Biomedicina da UCB 5
6 1. HISTÓRICO 1.1 INSTITUCIONAL A história traz, em si, a presença da memória individual e coletiva dos sujeitos e fatos que a constituem. O registro e a sistematização factual induzem as análises que necessitam do contexto particular e geral onde os fenômenos se manifestam. Esse é o princípio que norteia a história da UCB quanto às suas opções metodológicas e pedagógicas. A decisão política de Juscelino Kubitschek em construir Brasília nos anos de 1955/56, inaugurada em 21 de abril de 1960, promoveu a expansão econômica e a interiorização regional do país na direção do Centro-Oeste, Norte e Nordeste brasileiros. As conjunturas históricas do Brasil, nas décadas de 1960/70, possibilitaram um franco desenvolvimento urbano de Brasília e do entorno o que foi determinante para criação da Universidade Católica na nova capital. Essa criação deve-se a um grupo de diretores de colégios religiosos da Capital. Os idealizadores dessa futura Universidade Católica de Brasília 1 tomaram iniciativas no sentido de unir propósitos de dez entidades educativas católicas que se desdobraram em atividades e fundaram, em primeiro lugar, a Mantenedora e, a curto prazo, uma instituição que seria a primeira unidade de ensino 2. A fundação da União Brasiliense de Educação e Cultura UBEC se deu no dia 12 de agosto de 1972, como uma sociedade civil de direito privado e objetivos educacionais, assistenciais, filantrópicos e sem fins lucrativos. Instituída a UBEC, iniciou-se o processo 1 Uma experiência, bem sucedida, até agora, única no mundo, de uma ação conjunta de Congregações Religiosas, sob uma só administração. A União Brasiliense de Educação e Cultura - UBEC é a única Mantenedora de Universidade Católica que é formada por membros de diversas Províncias Religiosas/Congregações, reunidas como Sociedade Civil. 2 Participam da reunião de criação da mantenedora da Universidade Católica de Brasília: 1. Egídio Luiz Setti - Diretor do Colégio Marista de Brasília (L2/Sul), da Associação Brasileira de Educação e Cultura (ABEC); 2. José Teixeira da Costa Nazareth - Diretor do Colégio Dom Bosco (W3/Sul), da Inspetoria São João Bosco; 3. Joseph Arthur Leonel Lamy - Diretor do Instituto Kennedy (W5/Sul), da Aliança Brasileira de Assistência Social e Educacional (ABASE); 4. Jaques Marius Testud - Diretor do Colégio Marista (Taguatinga), da União Norte Brasileira de Educação e Cultura (UNABEC); 5. Silvestre Wathier Diretor do Colégio La Salle (Núcleo Bandeirante), da Associação Brasileira de Educadores Lassalistas (ABEL); 6. Martiniano Araújo Vela - Diretor do Colégio Marista (L2/Norte), da União Brasileira de Educação e Ensino (UBEE); 7. Antón Câmara - Diretor do Colégio Sagrada Família (W5/Norte), Associação Brasiliense de Educação (ABE); 8. Sophia Café - Colégio Sagrado Coração de Maria (W3/Norte), da Sociedade Civil Casas de Educação; 9. Carlos Alberto Barata Silva - representante do futuro Colégio Marista (W3/Norte), da União Sul Brasileira de Educação e Ensino (USBEE). 6
7 de criar a primeira unidade, a Faculdade Católica de Ciências Humanas FCCH. Os jornais realçavam a importância de Taguatinga quanto ao desenvolvimento e crescimento populacional e da dificuldade que os jovens possuíam para fazerem seus cursos superiores em razão da distância do Plano Piloto, onde se encontravam a Universidade de Brasília - UnB e outras Faculdades Particulares: a AEUDF, o CEUB e a UPIS. Esclareciam que até a implantação do campus universitário as aulas aconteceriam no Colégio Marista 3. Sediada no Plano Piloto de Brasília, a nova Faculdade teve início, em 12 de março de 1974, com os cursos de Economia, de Administração de Empresas 4 e com o curso de Pedagogia (habilitações em Magistério do 2º grau, em Administração Escolar do 1º e 2º graus e Orientação Educacional 1º e 2º graus), ministrado na Cidade Satélite de Taguatinga por razões de espaço físico 5. Os cursos criados deveriam, então, serem ministrados de maneira a atrair os interesses da população e as aulas, no horário noturno, com um modelo de ensino específico, que foi desenvolvido para os discentes que, em sua maioria, trabalhavam durante o dia e estudavam a noite. A Metodologia de Ensino da Faculdade foi definida a partir do Curso de Introdução aos Estudos Universitários - IEU, onde os estudantes recebiam as informações sobre o ensino superior e o funcionamento da Instituição. Havia uma exigência de que a organização de conteúdos e as aulas fossem feitas por trabalho em equipes de educadores, para cada disciplina, no início dos semestres; um material instrucional era distribuído aos estudantes, o que acabou resultando no Banco do Livro e no IEU para os matriculados no básico. Todas as equipes de educadores atuavam de acordo com as propostas metodológicas definidas para a FCCH, reforçados por um trabalho de formação dirigido aos educadores, instituindo-se o Curso de Formação de Educador Universitário. Em oito de agosto de 1980 foi realizada uma alteração nos Estatutos e Regimentos da UBEC e FCCH, em razão de novas realidades conjunturais, permitindo que a instituição 3 Os jornais O Globo, do Rio de Janeiro, do dia 30/06/1973 e o Correio Braziliense, de Brasília, do dia 25/07/1973 noticiavam que, na cidade-satélite de Taguatinga, seriam iniciados, em 1974, os primeiros cursos da Faculdade Católica de Ciências Humanas que estava em fase de regularização junto ao CFE. 4 Diário Oficial, Ano CXII, nº 100, Capital Federal, 28/05/ Decreto nº , assinado pelo Presidente da República, Emílio Garrastazu Médici. O decreto nº foi reafirmado com o de nº de 27 de maio de 1974 e assinado pelo novo Presidente da República Ernesto Geisel cujo artigo 1º definia a autorização do funcionamento da Faculdade Católica de Ciências Humanas, mantida pela União Brasiliense de Educação e Cultura - UBEC. 7
8 se organizasse numa estrutura de ensino mais coerente e adequada à sua própria expansão. Ocorreu, então, a instalação das Faculdades Integradas da Católica de Brasília FICB 6, reunindo a Faculdade Católica de Ciências Humanas, a Faculdade Católica de Tecnologia e a Faculdade (Centro) de Educação 7. Os cursos de licenciatura que foram autorizados pelo CFE eram frutos de uma longa etapa de escutar a sociedade brasiliense, demonstrada no interesse despertado no mercado, na atenção constante da Direção, avaliando as necessidades dessa comunidade de Brasília, e do seu entorno e, principalmente, de Taguatinga o que reforçou a opção pelas licenciaturas. A Católica priorizou as iniciativas de cursos na área de educação, capacitação docente da Fundação Educacional do DF e graduação na área de ciência e tecnologia, levando-se em conta o conhecimento, experiências históricas e proposições das FICB nessa área. A criação da Faculdade Católica de Tecnologia, que reunia os cursos de Ciências (Matemática, Física, Química e Biologia) e o Curso Superior de Tecnologia em Processamento de Dados, evidenciava a expansão do processo de informatização em todos os setores empresariais, inclusive a própria implantação do sistema de controle acadêmico por computação, na Católica. A Faculdade Católica de Ciências Humanas continuava oferecendo os cursos de Administração de Empresas e de Economia, compatibilizando a grade curricular com proposta do MEC/SESU e do Conselho Federal de Técnicos de Administração CFTA. Os cursos deveriam estar alinhados em conhecimentos, habilidades em relação à oferta de empregos nas áreas de atuação do administrador e atitudes profissionais sustentadas pela ética 8. A disposição pedagógica das FICB organizou-se em Departamentos Acadêmicos, racionalizando os trabalhos dos educadores e oportunizando a integração educador/estudante. Programas foram desenvolvidos para melhorar o convívio entre as pessoas e de trabalhos que reunissem conjuntos de estudantes de diferentes cursos, diferentes ocupações profissionais e diferentes educadores. O objetivo era melhorar as condições para que a Instituição se desenvolvesse de maneira global, em lugar de enfatizar o desenvolvimento parcial e unitário. 6 De acordo com o Parecer nº 273/81 do antigo Conselho Federal de Educação - CFE. 7 Regimento das Faculdades Integradas da Católica de Brasília, Relatório do Programa de trabalho de 1983, elaborado pela assessoria das FICB, aprovado pela Diretoria Geral para execução a partir de abril/1983 e apresentado à Assembléia Geral da UBEC em reunião do dia 17/03/1984, p
9 Em 12 de março de 1985, o Campus I da Católica de Brasília foi inaugurado, em Taguatinga, com o primeiro prédio, hoje denominado de Prédio São João Batista de La Salle. A expansão das FICB era inquestionável, confirmando as possibilidades de trabalhos cujos objetivos, diretrizes de ação e metas a serem alcançadas visavam à elaboração do Projeto para o reconhecimento das FICB em Universidade Católica de Brasília. A cidade de Taguatinga, um local estratégico, foi inaugurada em 05 de junho de Essa cidade cresceu, a 25 km do Plano Piloto, e tornou-se um pólo econômico, com avenidas que se tornaram referência na cidade, altos prédios e uma população que, hoje tem, aproximadamente, habitantes. Sua expansão liga-se à própria condição de Brasília ser um espaço geopolítico que atraiu a gente brasileira com todos os seus conflitos sociais. O espaço geográfico do Campus I da Católica, com suas edificações, acabou se transformando num ponto de convergência populacional, com pessoas do Plano Piloto, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Taguatinga, Guará, Gama, Ceilândia, Samambaia, Brazlândia, Santa Maria, Recanto das Emas e Riacho Fundo. Os vários cursos criados atendiam à demanda de uma população que buscava a formação acadêmica como forma de ascensão social, pessoal e profissional. A partir de 1988/89, a Direção Geral das FICB, com dinâmica administração, renovando atitudes, acelerou as condições para o futuro reconhecimento em Universidade. Um dos principais objetivos dessa direção foi, exatamente, o desenrolar do processo para o reconhecimento, junto ao Conselho Federal de Educação. Os 17 cursos oferecidos estavam reunidos na Faculdade de Educação, Faculdade de Tecnologia, Faculdade de Ciências Sociais, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, mais os cursos de especialização e mestrado da Pós-Graduação. Depois de intenso trabalho, ao longo de dois anos, o Ministro de Estado da Educação e do Desporto assinou a Portaria de Reconhecimento das FICB como Universidade Católica de Brasília UCB, em 28 de dezembro de 1994, com sede na Cidade de Taguatinga (DF). No dia 23 de março de 1995 ela foi oficialmente instalada em seu Campus I. Iniciava-se a primeira gestão universitária UCB de acordo com o que estava sendo definido nos Planos de Ação e no Plano de Desenvolvimento Institucional PDI. Nesse mesmo ano foi desenvolvida uma metodologia específica para elaboração de Planos de Ação, os PAs Anuais. O objetivo geral dessa metodologia era permitir a elaboração, o 9
10 acompanhamento e a avaliação dos Planos Anuais - planejamento setorial/operacional - da Universidade, devidamente vinculado ao PDI. Os PAs passaram a ser planejados, executados e avaliados anualmente, considerando a acelerada expansão dos núcleos urbanos próximos à posição geográfica da UCB. Os Projetos Pedagógicos de todos os Cursos da UCB, nesta época, diversificados nas áreas de ciências humanas, sociais, tecnológicas e da vida totalizando, até o final da década de 1990, mais de 40 cursos, de Graduação, Pós-Graduação e Ensino a Distância, além de projetos e programas da Pró-Reitoria de Extensão. A segunda Gestão Universitária iniciou-se em 23 de março de 1999 e confirmou as atitudes tomadas anteriormente, ampliando e expandindo os cursos de graduação e pósgraduação para as áreas mais demandadas pela sociedade e entidades de classe da época. Preocupou-se, sobremaneira, com a Pós-Graduação, com a Pesquisa e a Extensão e redefiniu o corpo docente, contratando mestres e doutores em tempo integral. Programas e projetos de extensão marcaram a presença da Universidade na comunidade de Brasília, Águas Claras e Taguatinga e o avanço do Ensino a Distância teve agregado à sua projeção, o Curso de Aprendizagem Cooperativa e Tecnologia Educacional na Universidade em Estilo Salesiano, que ajudou a divulgar o excelente trabalho desenvolvido pela Católica Virtual. Até o ano de 2000, a Coordenação de Planejamento criou e implantou, prioritariamente, o Plano Estratégico, envolvendo os horizontes de 2002 e o de Nesse plano está estabelecida a Missão, a Visão de Futuro, os objetivos e as estratégias da UCB para o período. Implantou o Sistema de Planejamento-SISPLAN que permitiu a elaboração, o acompanhamento e a avaliação dos PAs, de forma on-line, totalmente automatizado. A orientação básica desse sistema era de acompanhar e avaliar tanto os PAs quanto o Plano Estratégico. Em 23 de março de 2003, um novo grupo assumiu a terceira Gestão Universitária, com vistas à sustentação do patrimônio universitário e com uma proposta de trabalhar, cooperativamente, visando manter alguns projetos já delimitados pelas gestões anteriores e implementar o Projeto de Realinhamento Organizacional, o Projeto de Gestão Acadêmica e o Projeto Identidade. Os rumos tomados visavam satisfazer às necessidades dos cursos relacionados à estrutura de Centro de Educação e Humanidades, Centro de Ciências da 10
11 Vida, Centro de Ciência e Tecnologia e Centro de Ciências Sociais Aplicadas; totalizando 92 Cursos oferecidos pela Graduação, Ensino à Distância, Pós-Graduação, além dos programas e projetos de pesquisas da Extensão, as avaliações institucionais e de curso, realizadas durante esse período, atestaram a excelência da educação superior realizada na UCB, bem como a indissociabilidade do Ensino, Pesquisa e Extensão 9. Em continuidade às avaliações positivas da UCB, a quarta Gestão Universitária assumiu em 31 de Janeiro de 2007 com o propósito de fazer conhecer em âmbito nacional a qualidade do Ensino, da Pesquisa e da Extensão desenvolvidos pela instituição. Uma reorganização estrutural interna da Universidade visa, hoje, revisar todo o processo de ensino oferecido pela UCB, comparando com as Diretrizes para o Ensino Superior definidas pelo Conselho Nacional de Educação, além de analisar o mercado e as ofertas de curso nas diversas instituições da região. Há uma tendência de integração, em função do fortalecimento do trabalho em equipe e da idéia de que a formação dos estudantes vai além de um determinado curso, perpassando áreas e diversas estratégias. Desta forma, a característica de um perfil de estudante e egresso, não é integrada somente pelo curso, mas pela área em que ele está inserido e pelas características que compõem os valores institucionais. No entanto, a UCB enfrenta o desafio de não mascarar a percepção das diferenças, esvaziando o processo de formação com atividades de treinamento, mas de criar um cidadão capaz de análise e crítica, sobre a realidade de vida cotidiana. O desafio das Universidades Particulares é grande em função da expansão do setor privado demonstrada quando as matrículas nas IES são muito maiores que nas instituições públicas. Um dado importante, informado pelo Cadastro Nacional das IES, em 2007, é a predominância de IES não-universitárias instituições que não precisam realizar pesquisas, somente transferir conhecimentos - das IES, 92,6% são instituições não universitárias (faculdades e centros universitários). As universidades representam muito pouco nesse universo geral: somente 7,4% do total de IES. Estas devem, por obrigação legal realizar atividades de ensino, pesquisa e extensão, contar com 1/3 de doutores e mestres em seu quadro docente e com 1/3 de seus professores contratados em regime de 9 A UCB mantém a Graduação integrada à Pesquisa e à Extensão em projetos estratégicos e articulados, compartilhando espaços e diversificando os ambientes de aprendizagem para além da sala de aula. Fonte: Relatório de Gestão - Reitora Débora Pinto Niquini. 2003/
12 tempo integral, segundo o artigo 52 da LDB (Brasil, 1996) 10. Neste sentido, a classe estudantil que precisa buscar sua formação acadêmica nas IES que o mercado oferece vai ter que escolher entre suas necessidades prementes de sobrevivência e a qualidade dos conhecimentos que as faculdades e universidades oferecem. Terão que avaliar que tipo de profissional quer ser para competir nas ofertas de empregos oferecidos e que formação pessoal quer para si enquanto sujeito que vai muito além de uma questão de mercado. Sem falar no ideal de educação que os docentes pretendem realizar. O Projeto Pedagógico da UCB não perde de vista as contradições dos sistemas políticos e econômicos da atualidade e luta com as próprias dificuldades internas, na ânsia de vencer as crises e sustentar seu espaço físico e de produção científica, cultural e de intervenção social no quadro da realidade nacional e regional do Brasil. 1.2 CURSO O Curso de Biomedicina da Universidade Católica de Brasília foi criado em 05 de dezembro de 2005, por meio da Resolução CONSEPE n 70/ , posteriormente referendada pela Resolução de nº 02/ , de 22 de março de 2006, desse mesmo Conselho. Neste segundo momento, o Projeto Pedagógico e a Matriz Curricular, referentes aos dois primeiros semestres letivos, foram aprovados. O Curso de Graduação em Biomedicina iniciou a partir do 1 semestre de 2006, com cinqüenta vagas semestrais, no período matutino, embora os estudantes possam cursar componentes curriculares em outros turnos, integrando com os cursos de Medicina, Fisioterapia, Psicologia, Enfermagem, Farmácia, Nutrição e Odontologia, o rol de cursos da área da Saúde oferecidos pela UCB. 10 Dahmer Pereira observa que, em 2004, o Censo da Educação Superior indicava que das matrículas registradas, (71,7%) pertenciam ao setor privado e (28,3%) ao setor público (INEP/MEC,2005). Já em 2005, existiam matrículas, sendo (73,2%) delas em IES de natureza privada, enquanto o setor público contava com matrículas (26,8%). Dahmer Pereira. Mercantilização de ensino superior e formação profissional em Serviço Social: em direção a um intelectual colaboracionista? In Revista Agora: Políticas Públicas e Serviço Social, Ano 3, nº 6,abr Disponível em < 11 Universidade Católica de Brasília. Aprova a criação do Curso de Biomedicina da UCB. Resolução CONSEPE nº 70/05 de 05 dezembro de Universidade Católica de Brasília. Referenda a Resolução CONSEPE nº 70/05. Resolução de nº 02/06 de 22 de março de
13 No mesmo ano de seu início, vinte e três estudantes participaram da prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes ENADE de 2006, sendo avaliados apenas no grupo dos ingressantes. O resultado está apresentado na Tabela 1, comparado com o resultado dos demais estudantes de Biomedicina do Brasil, na qual se observa que o estudante de Biomedicina da UCB obteve média superior à nacional, especialmente no componente específico. Tabela 1. Resultado do ENADE de 2006, estudantes dos cursos de Biomedicina. ESTUDANTES INGRESSANTES UCB BRASIL Nº estudantes selecionados Nº estudantes compareceram Resultado final 39,6 38,5 Formação geral 46,3 46,2 Componente específico 32,9 30,7 FONTE: Relatório do curso de Biomedicina - UCB, INEP/MEC, Apesar disso, após acurada avaliação interna, ao findar o primeiro ano de funcionamento, o colegiado do Curso de Biomedicina decidiu pela reformulação do Projeto Pedagógico, visando a modernizá-lo e colocá-lo em sintonia com as melhores Universidades do país. Para tanto, o Projeto Pedagógico de 2007 pretendeu investir na formação de um profissional generalista, que pudesse destacar-se em mais de uma área do conhecimento biomédico, quais sejam: as áreas de Morfologia - com ênfase em imagenologia e acupuntura; Análises Clínicas/Banco de Sangue; Bases Moleculares das Doenças; e Análises de Alimentos, Produtos e Serviços. Como os Projetos Pedagógicos dos cursos de Graduação da UCB estão, como já citado, em constante construção e desconstrução, em 2010, a pedido da Pró-Reitoria de Graduação, todos os cursos da área de Saúde da UCB revisaram este importante documento. Assim, o Projeto Pedagógico do Curso de Biomedicina reformulado em 2010, apresenta como principais alterações, em relação ao PPC 2007 foram: 1- horizontalização 13 BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Relatório ENADE do Curso de Biomedicina da UCB, Brasília: Inep,
14 das disciplinas de Formação Básica; 2- inclusão da disciplina de Introdução à Educação Superior; 3- inclusão de dez créditos em disciplinas optativas e 4 - aumento da carga horária das atividades complementares para 190 horas. A horizontalização das disciplinas de Formação Básica ofertadas para todos os cursos da área de Saúde, significa que, em um mesmo semestre, estas disciplinas deverão ter seus conteúdos inter-relacionados; no curso de Biomedicina, em relação aos eixos de Morfologia - Imagem e Acupuntura; Análises Clínicas e Banco de Sangue e Bases Moleculares das Doenças, os três primeiros semestres foram desenhados de forma que o estudante aprenda em uma espiral crescente de conhecimentos, com temática definida. A UCB incluiu uma disciplina inovadora no primeiro semestre de todos os seus cursos de graduação: Introdução à Educação Superior (IES). Esta disciplina possibilita a construção de um processo de ensino/aprendizagem que resgata os conteúdos do sujeito educando e seu contexto sócio-histórico. Além disso, possibilita um arsenal de fundamentos e ferramentas adequados para uma nova relação com o conhecimento científico, com a leitura crítica de textos/contextos e com a produção autônoma do conhecimento, elementos fundamentais para o bom desempenho ao longo de um curso de graduação e da vida profissional. Em suma, os objetivos dessa nova disciplina são: desenvolver a autoria, o espírito científico e o pensamento crítico a partir do estudante e de seu contexto sócio-histórico, na perspectiva do compromisso social. Foram incluídos dez créditos em disciplinas optativas pensadas para complementar a formação do estudante em cada um dos eixos de conhecimento propostos no Projeto Pedagógico do Curso de Biomedicina da UCB. O estudante será orientado a cursar aquelas disciplinas optativas que compõem o eixo com o qual ele mais se identifica e no qual pretende realizar seus Estágios e TCC. De acordo com a Resolução nº 126/ do Conselho Federal de Biomedicina - CFBM, só poderá inscrever-se no Conselho Regional de Biomedicina CRBM o biomédico que tenha concluído o curso com o mínimo de quatro mil horas de duração. A duração mínima é necessária para o desenvolvimento dos conteúdos programáticos e da 14 Conselho Federal de Biomedicina. Dispõe sobre a duração da carga horária de quatro mil (4.000) horas para que o Biomédico se inscreva no Conselho Regional de Biomedicina. Resolução nº 126/06 de 16 de julho Disponível em:< 14
15 formação do profissional conforme preconiza a Resolução nº 2/ do Conselho Nacional de Educação - CNE. A resolução do CFBM vigorará para os alunos que ingressarem no curso de Biomedicina a partir de A Resolução CNE/CES nº 2/ , de 18 de junho de 2007, fixou o limite para integralização de cursos com carga horária mínima entre h e h em cinco anos, podendo haver integralização distinta das desenhadas nos cenários desta resolução, porém com justificativas. O Curso de Biomedicina da UCB está organizado em um sistema de créditos semestrais, podendo o estudante integralizar os créditos em no mínimo nove semestres e no máximo dezoito semestres. É possível que o estudante integralize as h em nove semestres, entretanto é necessária dedicação exclusiva e integral ao curso. Nesse sentido o sistema de créditos é flexível e permite que o estudante se forme em até dezoito semestres, adequando-se à sua disponibilidade de tempo e à sua condição financeira. O fato é que nessas horas o curso contempla todas as recomendações previstas na Resolução CNE/CES nº 2/ , de 18 de fevereiro de 2003 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Biomedicina. Integrado à Missão da Universidade Católica de Brasília, o novo Projeto Pedagógico do curso de Biomedicina propõe também sólida formação humanística a seus discentes. 1.3 PROJEÇÃO DA MISSÃO NA ÁREA E NO CURSO Projeção da Missão na Área de Saúde A Universidade Católica de Brasília UCB tem como missão: Atuar solidária e efetivamente para o desenvolvimento integral do ser humano e da sociedade, por meio da geração e comunhão do saber e da ação comunitária, comprometida com 15 Brasil. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior (CNE/CES). Institui Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Biomedicina. Parecer nº 2/03, de 18 de fevereiro de Relator: Marilena de Souza Chauí. DOU de 20/02/2003. Seção 1, p Brasil. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior (CNE/CES). Resolução nº 2/07 de 18 de junho de Dispõe sobre a carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial.dou de 19/06/2007. Seção 1, p
16 a qualidade e os valores éticos, humanísticos e cristãos, na busca da verdade 17. Para cumpri-la, a UCB crê que a construção do fazer na comunidade se dá por meio do testemunho solidário, do convívio fraterno e da co-responsabilidade, sendo esta sua contribuição, focando a idéia de sustentabilidade e referência de saberes socialmente relevantes. E ainda mais: que a formação da consciência cristã e do agir concreto no âmbito social é instrumento adequado para a consolidação da cidadania na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. A projeção desta missão se dá de diversas formas, incluindo a utilização de metodologias de ensino que favoreçam a integralidade, propiciando uma atuação e participação estudantil de forma dinâmica que valoriza a formação de idéias, análise crítica e reflexão, estimulando o desenvolvimento em diversas fases. Para tanto, a UCB delineia seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) a partir do objetivo primordial de oferecer ensino de qualidade, com a participação e a serviço da comunidade, garantindo, desta forma, a extensionalidade. A UCB investe em projetos e programas que respondem aos novos desafios decorrentes das diversas demandas sociais, as quais têm exigido a superação de uma ciência parcial e fragmentária no sentido de um novo paradigma onde o conhecimento se estabelece de forma integrada e global. A missão institucional torna importante o olhar multicultural, integrador, indissociável entre ensino, pesquisa e extensão. Neste enfoque, a unidade educativa assume coletivamente as responsabilidades na construção da qualidade cientifica social, católica, na busca de um processo de construção coletiva entre os cursos da Área, avaliando permanentemente o processo e a integração horizontal e vertical dos cursos, compatível com a natureza, exigências, diretrizes curriculares e especificidades de cada curso. A Área de Saúde contribui para este processo formando um profissional apto a lidar com o conhecimento científico em sua área de forma ética, articulando saberes para a prevenção e resolução de problemas específicos do cotidiano. 17 Universidade Católica de Brasília. Missão institucional. Estatuto. Brasília, Disponível em: < 16
17 Muito além da sala de aula, a atuação que nossos estudantes e educadores estabelecem com as comunidades não é uma relação de superioridade, mas sim de interface constante, na perspectiva da troca de saberes e construção coletiva de conhecimentos Projeção da Missão Institucional no Curso de Biomedicina O objeto de trabalho do profissional Biomédico é o ser humano, entendido na sua totalidade, desde a constituição biológica até os determinantes culturais e sociais. É dever do curso de Biomedicina zelar para que a formação deste profissional o habilite a conhecer, entender e saber lidar com esta complexidade. Acreditar que o Biomédico, por atuar prioritariamente em laboratórios esteja isento desta responsabilidade, de imiscuir-se ao que é humano, é ser muito simplista. Ao contrário, o Biomédico em sua prática diária irá se deparar com situações não descritas nos protocolos laboratoriais. A formação de bons profissionais tem por base o conhecimento técnico e a cidadania, primando por pessoas com capacidade de discernimento, biomédicos com alto grau de comprometimento, especialmente com as mazelas da população mais vulnerável do Brasil. Este compromisso deve ser acompanhado pelas Direções dos Cursos bem como pela própria Reitoria da UCB, no sentido de não relativizar a moral. É preciso que não haja condescendência com atos que firam o decoro e a harmonia entre os diversos atores do curso. Em consonância com a missão institucional, o curso de Biomedicina procura criar novos espaços de aprendizagem além da sala de aula. Atividades extensionistas são estimuladas na área de educação em saúde, com palestras para a comunidade e orientação sanitária nos domicílios e regiões peridomiciliares. Essas atividades são exemplos de como os estudantes de Biomedicina podem atuar na comunidade com trocas de experiências, nas quais a partilha de conhecimentos enriquece a aprendizagem, pautados pela noção de cidadania e civilidade. Como forma de prestar serviços à comunidade, os estudantes do curso de Biomedicina, orientados pelos docentes, podem também realizar exames laboratoriais gratuitos, a serem executados nos laboratórios da Universidade. Inseridos na proposta de indissociabilidade das atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão, os futuros biomédicos terão a oportunidade de fazer pesquisas vinculadas aos 17
18 projetos extensionistas, utilizando os dados produzidos nos laboratórios, dentro dos parâmetros que norteiam a ética em pesquisa com seres humanos. O curso de Biomedicina faz parte de uma comunidade educativa católica, porém está aberto para atender a todos, independente das convicções religiosas ou ideológicas, voltado para a comunhão do saber. Em busca de proporcionar aos estudantes um ambiente favorável para o seu desenvolvimento cultural, o curso se empenha na formação integral, visando à autonomia e ao aprender a aprender. 2. CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1. CENÁRIO PROFISSIONAL O curso de Biomedicina foi organizado no Brasil por um grupo de educadores da antiga Escola Paulista de Medicina (EPM), atual Universidade Federal de São Paulo UNIFESP. A proposta da criação de um curso de graduação nesses moldes data de 1950, quando o professor doutor Leal Prado, da EPM, apresenta na segunda Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência a idéia básica que deveria orientar o curso nessa área do conhecimento 18. A idéia de criar o curso de Biomedicina não progride imediatamente. Só em 1961, com a federalização da EPM, é que o seu novo Regimento contempla o curso de Biomedicina, implantado em março de 1966, como o pioneiro no Brasil 18. Seguindo o exemplo da EPM, outras instituições de ensino superior criaram os seus cursos: Universidade Estadual do Rio de Janeiro UERJ, também em 1966; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP e Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu UNESP, em 1967; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Barão de Mauá, Ribeirão Preto, atual Centro Universitário Barão de Mauá, em O objetivo inicial era formar profissionais Biomédicos para atuarem como docentes especializados nas disciplinas básicas das escolas de medicina e de odontologia, tanto quanto pesquisadores nas áreas de ciências básicas, com conhecimentos para auxiliarem as pesquisas médicas aplicadas. A maioria dos estudantes egressos das instituições citadas foi 18 Conselho Federal de Biomedicina. Relatório: Trajetória dos cursos de graduação na área de saúde - Biomedicina. Brasília, Disponível em: < Acesso em: fevereiro
19 absorvida nas disciplinas básicas de suas próprias faculdades, e também em outras escolas médicas públicas e privadas, evidenciando a carência de profissionais que existia nessa área. Outros foram para instituições de pesquisa científica 18. Inicialmente, por meio do Parecer nº 571/1966, do antigo Conselho Federal de Educação, e pelo Parecer nº 107/1970, ficou estabelecido o currículo mínimo e a duração dos cursos de bacharelado em Ciências Biológicas Modalidade Médica, hoje Biomedicina. Além da atuação acadêmica, esse parecer determinava para os Biomédicos, atividades laboratoriais aplicadas à medicina, exigindo uma formação com sólida base científica 18. Atualmente, os cursos de graduação em Biomedicina seguem as Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas pelo Parecer nº 104/ , consolidadas pela Resolução nº 2/ , da Câmara de Educação Superior, do Conselho Nacional de Educação. A regulamentação da profissão de Biomedicina veio pelas Leis n os 6684/ , 6686/ e 7135/ O Decreto nº 88439/ cria o Conselho Federal de Biomedicina, órgão de fiscalização do exercício profissional. Este, por sua vez, cria os Conselhos Regionais, pelas Resoluções n os 19, 20, 21 e 22, em No ano de 2006 a Biomedicina completou 40 anos de existência. No percorrer desse tempo, os cursos de Biomedicina sofreram várias modificações curriculares, ampliando as habilitações profissionais e buscando melhorar a qualificação dos estudantes. Observa-se atualmente uma estruturação tal que permite ao Biomédico atuar em conjunto com outros profissionais de saúde, distinguindo-se destes por sua habilidade em entender não só os processos saúde-doença, mas também os variados métodos de diagnóstico e os equipamentos utilizados em análises de material biológico. 19 Brasil. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior (CNE/CES). Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Biomedicina. Parecer nº 104/02, de 13 de março de Relator: Éfrem de Aguiar Maranhão. Publicado no DOU de 11/4/2002. Seção 1, p Brasil. Lei nº 6.684, de 3 de setembro Regulamenta as profissões de Biólogo e de Biomédico, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biologia e Biomedicina, e dá outras providências. Publicada no DOU de 04/09/1979. Seção I, páginas a Brasil. Lei nº 6.686, de 11 de setembro de Dispõe sobre o exercício da análise clínico-laboratorial. Publicada em 11 de setembro de Publicada no DOU de 12/09/ Brasil. Lei nº 7.135, de 26 de outubro de Altera a redação da Lei Dispõe sobre o exercício da análise clínico-laboratorial. Publicada no DOU de 27/10/ Brasil. Decreto nº , de 28 de junho de Decreta a criação do Conselho Federal de Biomedicina. Publicada no DOU de 29/06/
20 A Biomedicina é hoje uma profissão consolidada, com profissionais atuando nos mais diversos setores da área de saúde, pois conta com mais de trinta habilitações, conforme Resoluções 78/ de 22 de abril de 2002 e 83/ de 29 de abril de 2002, ambas do Conselho Federal de Biomedicina, dentre as quais destacam-se: a. Análises Clínicas (realizar análises, assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos); b. Banco de Sangue (realizar todas as tarefas, com exclusão, apenas, de transfusão); c. Análise Ambiental (realizar análises físico-químico e microbiológica para o saneamento do meio ambiente); d. Indústrias (indústrias químicas e biológicas (soros, vacinas, reagentes, etc); e. Comércio (assumir a responsabilidade técnica para as empresas que comercializam produtos, excluídos os farmacêuticos, para laboratórios de análises clínicas), tais como: produtos de diagnóstico, químicos, reagentes bacteriológicos, instrumentos científicos, etc); f. Citologia oncótica (citologia esfoliativa); g. Análises bromatológicas (realizar análises para aferição de alimentos); h. Reprodução humana; e i. Biologia molecular. A Biomedicina é uma profissão em evidência no mercado de trabalho. Os avanços científicos no mundo da medicina e da genética, como genoma, clonagem e transgênicos, tem dado cada vez mais oportunidades de emprego aos biomédicos. Os salários segundo o Conselho Federal de Biomedicina podem variar inicialmente de R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00 em média. De acordo com Silvio José Cecchi, presidente do Conselho Federal de Biomedicina, o profissional formado pode atuar em áreas tão diversas como docência, pesquisa, análises clínicas, análises ambientais, acupuntura e biologia molecular. O biomédico acompanha os novos avanços da ciência, ele se encaixa como uma luva nos novos campos 26. Segundo o documento A Trajetória dos Cursos de Graduação na Área da Saúde, até o ano de 2005, havia somente 65 cursos de Biomedicina no país, concentrados, em sua maioria, na Região Sudeste 18. No Distrito Federal, nenhuma Universidade oferecia este 24 Conselho Federal de Biomedicina. Dispõe sobre o ato profissional Biomédico, fixa o campo de atividade do Biomédico e cria normas de responsabilidade técnica. Resolução nº 78/02 de 22 de abril de Publicada no DOU de 24/05/2002. Seção Conselho Federal de Biomedicina. Altera artigos das Resoluções nº 76/01, de 30 de novembro de 2001, e nº 78/02, de 22 de abril de Resolução nº 83/02 de 29 de abril de Disponível em: < Acesso em: outubro de Gonçalves, J. N. Biomedicina é carreira em alta no mercado de trabalho. Jornal da Paulista. São Paulo, ago
21 curso. A Universidade Católica de Brasília, com seis cursos na área de saúde já consolidados e tendo como responsabilidade social ser referência em ensino, pesquisa e extensão, optou por oferecer o curso de Biomedicina assentado em princípios legais, institucionais, filosóficos e socioculturais perfeitamente identificados com o perfil pedagógico de sua Mantenedora e com os anseios da comunidade em que está inserida. Para o discente, estudar na UCB representa estudar em uma Universidade que assume o pluralismo e a flexibilidade acadêmico-administrativa que caracterizam uma instituição particular e que, como universidade particular e confessional, assume um modelo Pedagógico que tem como centro a pessoa humana e se inspira na tradição da Igreja Católica, acolhendo com abertura a colaboração de outras tradições pedagógicas. Além disso, como universidade, cabe-lhe ser um instrumento inovador de formação profissional para preparar profissionais altamente capacitados, e ser, ao mesmo tempo, um centro de irradiação de racionalidade crítica e criadora, atuando no sentido das transformações sociais que são necessárias. Dessa forma, o curso em questão reveste-se de uma individualidade institucional própria da UCB, ao mesmo tempo em que atende aos preceitos pragmáticos que regem o ensino da Biomedicina no Brasil, atuando como ciência geradora de transformação social, por meio de intervenções que visem à solução de problemas de saúde tanto em nível individual como coletivo, conforme institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Biomedicina aprovadas pela Resolução CNE/CES nº. 2/ de 18 de fevereiro de 2003 e seguindo os padrões mínimos de qualidade para os cursos de Biomedicina, de acordo com o parecer CNE/CES 329/ , de 11 de novembro de Acatando as recomendações do Conselho Federal de Biomedicina, em sua Resolução 125/ de 16 de julho de 2006, a Universidade Católica de Brasília estabeleceu carga horária total de 4000 h para o curso de Biomedicina, fixando os tempos mínimo e máximo de sua integralização curricular em 4,5 e 9 anos, respectivamente MERCADO DE TRABALHO 27 Brasil. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior (CNE/CES). Parecer nº 329/04 de 11de novembro de Dispõe sobre a carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial. 21
22 É uma profissão em evidência no mercado de trabalho. Os avanços científicos no mundo da medicina e da genética, como genoma, clonagem e transgênicos, tem dado cada vez mais oportunidades de emprego aos biomédicos. De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina-CFBM, o profissional formado pode atuar em áreas tão diversas como docência, pesquisa, análises clínicas, análises ambientais, acupuntura e biologia molecular. O biomédico acompanha os avanços da ciência, ele se encaixa como uma luva nos novos campos 27. Segundo o CFBM as duas áreas que concentram cerca de 90% dos profissionais formados são a docência/pesquisa e os laboratórios de análises clínicas. Esse quadro nacional retrata também a tendência na Região Centro Oeste e Distrito Federal, onde as oportunidades de empregos têm sido nos Bancos de Sangue, inclusive Hemocentros, laboratórios privados de análises clínicas e instituições de ensino superior DIFERENCIAIS DO CURSO DE BIOMEDICINA DA UCB Na concepção do Projeto Pedagógico do curso de Biomedicina da UCB, diversas diretrizes, resoluções e recomendações foram obedecidas de forma a atender ao Conselho Nacional de Educação, ao Conselho Federal de Biomedicina, à Área de Ciências da Vida da UCB e às tendências de mercado. O Conselho Nacional de Educação, em sua Resolução CNE/CES 2/ de 18 de fevereiro de 2003, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Biomedicina, determina a formação de um biomédico generalista, humanista, reflexivo, capaz de atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual. Neste sentido, o projeto pedagógico do curso de Biomedicina oferecido pela UCB, permite ao discente o desenvolvimento de uma série de competências e habilidades, voltadas às quatro grandes áreas de atuação: Análises Clínicas e Banco de Sangue ; Análises de Produtos e Ambientes - com ênfase em análises de alimentos; Morfologia - com a possibilidade de atuação em imagenologia e acupuntura; e Análises Moleculares. A formação de um profissional generalista é um valor prezado tanto pelo CNE, pelo Conselho Federal de Biomedicina, pelo colegiado da Área de Ciências da Vida da UCB, quanto pelos analistas do mercado de trabalho. O curso de Biomedicina da UCB está estruturado em unidades educacionais que 22
23 permitem ao discente a inserção na comunidade, a formação humanística, o desenvolvimento de competências e habilidades específicas do profissional Biomédico, em uma proposta onde a extensão e a pesquisa permeiam a formação do estudante. Portanto, o diferencial do curso de Biomedicina em relação às outras IES é proporcionar ao estudante vivenciar essa indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, além de fornecer o conhecimento técnico necessário para executar atividades inerentes às análises clínicas, banco de sangue, análises de alimentos, produtos e serviços, imagem, acupuntura bem como as análises citogenéticas e moleculares. A demanda por estas análises vem tornandose cada vez mais expressiva, no entanto sua disponibilização ainda é limitada. Além disso, o curso conta com uma equipe composta por pós-doutores, doutores, mestres e especialistas, com ampla experiência nas áreas de atuação do profissional Biomédico. O estudante do curso de Biomedicina tem, em variados momentos de sua formação acadêmica, a oportunidade de participar de projetos de pesquisa e/ou projetos de extensão. Esta inserção é feita de três maneiras principais, a saber: 1ª- por iniciativa do próprio discente, quando detecta projetos com os quais tenha alguma afinidade ou algum interesse; 2ª- por iniciativa da Direção do curso, quando esta oferece ao estudante as condições para que ele se engaje em projetos extracurriculares; 3ª- por iniciativa de professores do curso que também integram o corpo docente das pró-reitorias de Pós-Graduação e Pesquisa e a de Extensão. O curso de Biomedicina procura agregar ao seu quadro docente, aqueles profissionais que atuem também como coordenadores de projetos de pesquisa e de extensão. Há o entendimento de que a transdisciplinaridade por todos almejada seja mais facilmente conseguida quando os docentes atuam nas distintas áreas da Instituição de Ensino Superior. O professor de um componente curricular oferecido nos primeiros semestres letivos é também o responsável por um componente curricular próprio à pósgraduação. Esta experiência na pós-graduação é fator de melhoria em sua prática pedagógica na graduação e vice-versa. Os estudantes, de ambos os níveis, ganham com isso. Da mesma forma, estudantes da graduação aprendem muito com aquele docente que participa ou participou de projetos de extensão. O curso de Biomedicina em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão PROEX 23
24 articula a atuação dos estudantes em atividades extensionistas desenvolvidas por esta Pró- Reitoria e por outras instituições, estando especialmente envolvido em um Projeto de Extensão de repercussão nacional: O Projeto Rondon. Este Projeto, que tem como objetivo principal a integração nacional, leva estudantes e professores de todas as partes do país para vivenciarem durante um período que varia de duas a três semanas, a realidade dos mais longínquos rincões do Brasil. Durante este tempo, os estudantes têm a missão de levar informações e pensar estratégias e alternativas para a melhoria da qualidade de vida de populações socialmente desfavorecidas. O curso de Biomedicina, enquanto curso da área de Saúde, desempenha um importante papel na disseminação de informações relativas à saúde em todas as ocasiões nas quais a UCB é convidada a participar. Destaca-se, como de relevância, pelo número de atendimentos prestados, pela premente necessidade da população assistida e pela natureza do trabalho desenvolvido, a participação na Ação Global realizada pelo SESI e pela Rede Globo na Vila Estrutural-DF, a participação na SIPAT/UCB (Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho), promovida pela CIPA-UCB (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Professores do quadro docente do curso de Biomedicina, quando detectam alguma habilidade específica em um estudante em particular ou se o estudante manifesta a intenção de participar de atividade extracurricular, sendo possível e na existência de vagas, convidam-no a trabalhar junto às suas equipes de pesquisa. Essa prática tem proporcionado uma integração precoce do estudante de Biomedicina aos projetos de pesquisa em andamento na UCB ou mesmo em instituições parceiras, outro diferencial do curso de Biomedicina da UCB. Além dessas participações pontuais e focadas em alguns estudantes em particular, entende-se que o aprendizado proporcionado pela prática e participação em projetos de pesquisa e extensão é algo de valor inestimável e que deve ser estendido a todo o corpo discente. Nessa perspectiva, o estudante tem, logo no primeiro semestre do curso, um componente curricular que o colocará em contato com a realidade de uma comunidade. Acompanhado de um professor orientador, o estudante será estimulado a pensar estratégias e desenvolver soluções que atendam às demandas desta comunidade, a qual estará, juntamente com outros estudantes de outros cursos da área da saúde, envolvido. Este é um 24
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