Uma reflexão sobre o desenvolvimento capitalista na formação social brasileira e sua relação com o espaço rural: a desterritorialização

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1 Uma reflexão sobre o desenvolvimento capitalista na formação social brasileira e sua relação com o espaço rural: a desterritorialização Resumo: ou a territorialização do capital monopolista Anderson Luiz Machado dos Santos Acadêmico do Curso de Geografia da UFSM Grupo de Pesquisa Educação e Território A humanidade vive em um momento histórico-espacial no qual o capitalismo se constitui enquanto o modo hegemônico de organização da vida em sociedade. Para verificar esta hegemonia capitalista, basta abrirmos os olhos para a concreticidade do mundo e nos depararmos com uma ordem mundial na qual apenas três formações sociais possuem modos distintos de organização social, político, econômica e cultural em ralação ao capitalismo: Cuba, Coréia do Norte e China. Entretanto, nenhuma destas formações sociais, está isenta dos impactos empreendidos pelo desenvolvimento capitalista que incide sobre as mesmas de diferentes formas. A formação social vigente no Brasil está inserida neste processo, apresentando especificidades, mas se caracteriza como essencialmente capitalista. Frente este contexto, a discussão e reflexão sobre a relação do desenvolvimento capitalista e seus impactos territoriais se revigora no campo das ciências humanas que incorporaram o território como uma de suas categorias de análise e sobretudo no campo da geografia brasileira, ciência que em seu processo histórico passou a entender o território como um dos conceitos chaves para a análise da organização do espaço, seu objeto de estudo por excelência. O presente trabalho se caracteriza enquanto uma revisão bibliográfica. Tem por objetivo contribuir em uma perspectiva dialética, na reflexão sobre qual a tendência preponderante no processo de desenvolvimento capitalista em especial em sua última fase onde predomina o capital monopolista: a desterritorialização ou territorialização do capital, tomando enquanto escala de análise o espaço rural brasileiro em seu movimento histórico de transformações e como ente integrador de uma formação social. Para tal, o trabalho toma como premissa a definição do território em seu sentido amplo e integrador, não meramente constituído a partir de relações sociais de produção, bem como em sua perspectiva relacional enquanto processo dotado de historicidade e oriundo do conjunto das relações sociais estabelecidas pelos seres humanos entre si e com a natureza. Palavras chave: capitalismo, formação social, territorialização 1

2 Uma reflexão sobre o desenvolvimento capitalista na formação social brasileira e sua relação com o espaço rural: a desterritorialização ou a 1. Introdução territorialização do capital monopolista O presente trabalho busca fazer uma reflexão sobre a relação existente entre o espaço rural e o desenvolvimento capitalista vigente na formação social brasileira. Principalmente no que diz respeito ao processo de acumulação e reprodução do capital monopolista e suas implicações sobre as dinâmicas territoriais presentes neste espaço. Para tal, adota como ponto de partida o debate a cerca das diferentes visões sobre a definição do capitalismo, bem como seu processo de gênese e desenvolvimento no Brasil. Assim como pressupõe dentre os seus elementos centrais para desenvolver a reflexão a cerca das dinâmicas espaciais e em última análise territoriais inerentes a este estágio do desenvolvimento e organização da vida em sociedade, as discussões sobre a desterritorialização capitalista, o conceito de território e territorialização no contexto das ciências humanas, sobretudo da geografia. 2. Uma definição do capitalismo e sua relação com a Formação Social Brasileira Conceber que a humanidade vive em mundo hegemonizado pelo capitalismo pressupõe entendê-lo como um modo de organização da sociedade que mediante o movimento histórico e as contradições inerentes ao estado das coisas, conseguiu se consolidar enquanto força dirigente e dominante, portanto hegemônica 1 na organização social da vida humana. Mediante esta premissa, poderemos refletir sobre a relação entre este modo organização social com as diversas formações sociais 2. Pois, [...] é através de cada Formação Social que se cria e recria, em permanência, uma ordem espacial de objetos que é paralela à ordem econômica, a ordem social, à ordem política, todas essas ordens atribuindo um valor próprio, particular, às coisas, aos homens e às ações promanando dela. Por isso, a Formação Social constitui um instrumento legítimo de explicação da sociedade e do espaço respectivo. (SANTOS 1996, p 192.) 2

3 No Brasil, entendemos que a formação social vigente não nasce capitalista como algumas interpretações teóricas concebem. Mas, em seu processo histórico e espacial realiza uma transição capitalista a partir de determinado momento. Segundo SAES (1990 p.348) as relações de produção capitalistas germinam no Brasil pós-1850; em algumas indústrias, instaladas neste período, já se configurava a existência da relação capital - trabalho assalariado do processo capitalista de trabalho. Contudo, o que se verifica até a década de 30 na formação social brasileira, é a confluência de diversas relações de produção no processo de acumulação e reprodução do capital, sendo as relações précapitalistas majoritárias. Para SAES (1990, p. 349) só após 1930, quando a indústria foi progressivamente subordinando a agricultura (esta já em processo de transformação capitalista), as relações de produção capitalistas se tornaram dominantes. Sobretudo, esta reflexão a respeito da relação do capitalismo com a formação social brasileira pressupõe dois elementos fundamentais: uma definição do capitalismo enquanto modo de organização social distinto, e o processo contraditório no qual se tornou hegemônico na referida formação social. 2.1 Para uma definição do capitalismo: Segundo DOBB apud POMAR (2007, p. 54) por terem exercido uma influência sobre a pesquisa e a interpretação históricas, três significados atribuídos ao capitalismo surgem com destaque. A primeira abordagem é a que assume a perspectiva Weberiana na análise do capitalismo, que busca a essência do capitalismo não em qualquer dos aspectos de sua anatomia econômica ou sua fisiologia, mas no espírito predominante em cada época: o espírito de empresa, de empreendimento, de aventura, de cálculo, de racionalidade (POMAR, 2007 p.55). A segunda abordagem para POMAR (2007, p. 55) identifica o capitalismo com o comércio, ou ainda com a produção voltada para a troca. Esta abordagem é extremamente influente e está na base de correntes teóricas (como o utilitarismo e o marginalismo). A mesma busca a definição do 3

4 capitalismo a partir do processo de circulação de mercadorias, relegando a segundo plano a esfera produtiva. Já a terceira abordagem é a ligada à perspectiva materialista histórica e ao materialismo dialético, que considera o capitalismo um modo de produção específico, distinto de outros existentes na história da humanidade. Para POMAR (2007 p.56) o conceito modo de produção é adotada aqui em seu sentido mais amplo do termo. Não meramente enquanto o complexo estabelecido entre as relações de produção e as forças produtivas como uma leitura mais estreita da categoria modo de produção poderia nos conduzir. Pois, Não se deve considerar tal modo de produção de um único ponto de vista, a saber: a reprodução da existência física dos indivíduos. Tratese muito mais, de uma determinada forma de atividade dos indivíduos, de uma determinada forma de manifestar sua vida, determinado modo de vida dos mesmos. (MARX, 1989 p. 27) Logo, o modo de produção deve ser compreendido enquanto o modo pelo qual os homens produzem seus meios de vida (MARX, 1989 p. 27). Oriundo das relações que os seres humanos estabelecem entre si e com a natureza, no processo de produção e reprodução de sua vida social (MARX, 1989 p. 27). Bem como pressupõe que, [...] na produção social da vida, os homens contraem relações determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral da vida social, política e espiritual. (MARX, 1982 p. 25) Mediante esta definição do capitalismo enquanto modo de produção que condiciona e exerce influencia sobre as diversas esferas da vida social, tanto a econômico-social, a político-ideológica, quanto a dimensão mais subjetiva da consciência. Ou seja, toma parte na organização da vida em sociedade, é possível inferir que a concepção Weberiana do capitalismo apresenta grandes limites. Pois adota como o elemento central, apenas o aspecto subjetivo, o espírito, para definir a essência do capitalismo. A concepção marxista parte justamente do pólo inverso, ao considerar que não é a consciência social do homem que determina seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que 4

5 determina sua consciência (MARX, 1982 p.25). Bem como amplia a definição do capitalismo ao considerar seu impacto sobre as diversas esferas da vida humana em sociedade. Visto que, para MARX (1989, p. 36) a produção de idéias, de representações, da consciência, está, diretamente entrelaçada com a atividade material e com o intercambio material dos homens, como linguagem da vida real. Esta tese ao analisar o caráter histórico do capitalismo, ou seja, o que distingue o mesmo dos demais modos de produção da vida social, leva em consideração como ponto elementar para compreender sua especificidade, a análise de sua esfera produtiva. Pois, segundo MARX (1983, p. 145) aqui há de se mostrar não só como o capital produz, mas também como ele é produzido. O segredo da fabricação de mais-valia há de se finalmente revelar. Além disso, para que a produção e reprodução do capital se estabeleça enquanto essencialmente capitalista nas diversas formações sociais, a concepção marxista também pressupões algumas condições específicas que devem ser encontradas nas sociedades para que se definam enquanto capitalistas. Estas condições estão inseridas nas relações entre a classe proprietária dos meios de produção e os trabalhadores, mais especificamente no processo de compra, venda e consumo da força de trabalho. Assim, estas condições estão intimamente ligadas e esfera da produção e circulação de mercadorias. Pois, MARX (1983, p. 138) considera que capital não pode, portanto, originar-se da circulação e, tampouco pode não originar-se da circulação. Deve, ao mesmo tempo, originar-se e não originar-se dela. Neste sentido, esta abordagem ultrapassa a segunda abordagem anteriormente citada, pois considera as imbricações entre as esferas da circulação e produção na sua definição do capitalismo. Sobretudo, para que a produção do capital assuma sua forma capitalista, como já citamos, algumas condições são necessárias. O elemento essencial para descobrir a primeira destas condições, está em pressupor que na transformação da mercadoria-dinheiro em capital, seu possuidor deve, descobrir dentro da esfera da circulação, no mercado, uma mercadoria cujo próprio valor de uso tivesse a característica peculiar de ser fonte de valor, [...] 5

6 portanto criação de valor (MARX, 1983 p. 139). E o possuidor de dinheiro encontra esta mercadoria específica: a força de trabalho humana. Entretanto, para que a força de trabalho apresente-se enquanto mercadoria que no processo de circulação pode ser trocada por outra mercadoria, ou seja, para que seu possuidor venda-a como mercadoria, ele deve poder dispor dela, ser, portanto, livre proprietário de sua capacidade de trabalho (MARX, 1983 p 139). Assim, a primeira condição para a existência do capitalismo enquanto modo de produção distinto historicamente é o trabalho livre. Por outro lado, a segunda condição necessária está na seguinte questão: o possuidor da força de trabalho, não tem outras mercadorias para vender. Visto que, para que alguém venda mercadorias distintas de sua força de trabalho ele tem de possuir naturalmente meios de produção, por exemplo, matérias primas, instrumentos de trabalho etc (MARX, 1983 p. 140). Assim, o capitalismo tem na sua essência a existência de uma classe possuidora dos meios de produção, a burguesia, e de outra antagônica, que possui como único instrumento para a manutenção e reprodução de sua vida, a venda de sua força de trabalho: o proletariado. São estas as condições que se constituem enquanto premissas para a existência do modo de produção capitalista nas diferentes formações sociais. Porém, o mesmo ainda apresenta outras especificidades. Uma delas é a relação de dependência entre trabalho assalariado e capital. Pois o capital, compreendido enquanto um conjunto de relações sociais, não é produzido, nem se reproduz, sem a exploração da força de trabalho alheia. Esta pode ser considerada a lei da acumulação capitalista. Que segundo MARX (1982 p.193), nada mais é do que a relação entre o trabalho não-pago, transformado em capital, e o trabalho adicional necessário à movimentação do capital adicional. Ou seja, no capitalismo, a força de trabalho não é comprada para satisfazer as necessidades do seu comprador. Tão pouco a produção de mercadorias, oriunda do consumo da força de trabalho é destina a satisfação das necessidades dos trabalhadores e muito menos é destinada a satisfazer as necessidades gerais da sociedade. O que acontecesse é justamente o aposto, 6

7 visto que no capitalismo, a compra e venda da força de trabalho da classe proletária assume outra finalidade. Força de trabalho é ai comprada não para satisfazer, mediante seu serviço ou seu produto, às necessidades pessoais do comprador. Sua finalidade é a valorização de seu capital, produção de mercadorias que contenham mais trabalho do que ele paga, portanto que contenham uma parcela de valor que nada lhe custa e que, ainda assim, é realizada pela troca de mercadorias. Produção de mais valia ou geração de excedente é a lei absoluta desse modo de produção. (MARX, 1985 p. 191) Esta relação social de exploração da força de trabalho para a extração de mais-valia, determinante para a existência do capital no capitalismo, também se estabelece de forma distinta. É o que Marx no Capítulo VI Inédito de O Capital - Resultados do Processo de Produção Imediata, define como subsunção real do trabalho ao capital ou o modo de produção especificamente capitalista. Processo no qual, [...] com a produção da mais-valia relativa (para o capitalista individual, na medida em que toma a iniciativa, acicatado pela circunstancia de o valor ser = ao tempo de trabalho socialmente necessário que se objetivou no produto; estimulado pelo fato de que, por conseguinte, o valor individual do seu produto é mais baixo do que seu valor social e de que, por isso, pode ser vendido acima do seu valor individual) se modifica toda a forma do modo de produção (inclusive do ponto de vista tecnológico) e surge um modo de produção especificamente capitalista, sobre cuja base, e ao mesmo tempo que ele, se desenvolvem as relações de produção correspondentes ao processo produtivo capitalista - entre os diversos agentes da produção e, em particular, entre capitalistas e os assalariados.(marx, 1985 p.92) Imbricado a este processo, está o fato dos capitalistas se situarem apenas como dirigentes do processo produtivo, nunca enquanto produtores diretos, bem como ocorre um aumento qualitativo na escala de produção; uma multiplicação, diversificação e ramificação das esferas produtivas; o aumento da produtividade do trabalho e por fim, se desenvolve todo um complexo sistema de circulação das mercadorias. Pois é na esfera da circulação que a produção da mais-valia se realiza. 2.2 O desenvolvimento contraditório do capitalismo na formação social brasileira e sua relação com o espaço rural Ao concebermos o desenvolvimento capitalista como um processo contraditório e na sua relação de luta pela hegemonia sobre formação social 7

8 brasileira. Tomamos como premissa o fato das formações sociais reproduzirem uma ordem espacial dos objetos e ações, deste modo o espaço rural brasileiro assume um papel relevante neste processo, pois uma das grandes bases das relações sociais e em última instância do setor produtivo na formação social brasileira se forja neste espaço. No que se refere ao desenvolvimento do capitalismo no espaço rural brasileiro, GORENDER (1994, p.34) afirma que "a gênese de desenvolvimento desse modo de produção reside fundamentalmente na transformação da renda da terra (pré-capitalista ou já capitalista) em capital agrário, na colocação da terra a serviço da acumulação do capital agrário (ao invés de deseviá-la para aplicações comerciais)". Nesta perspectiva, o desenvolvimento capitalista neste espaço, apresentará duas vias: a do latifúndio e a da exploração de caráter camponêsfamiliar. a) a linha do latifúndio permeado de formas camponesas (plantagem ou latifúndio pecuário) que se transforma, com maior ou menor lentidão, em empresa capitalista. b) a linha da pequena exploração de caráter camponês-familial independentes (sitiantes, posseiros, pequenos arrendatários e parceiros autônomos), a qual com a expansão geográfica e intensificação da dinâmica do mercado interno, aumenta seu grau de mercantilização e, por conseqüência, diminui seu grau de economia natural. (GORENDER, p.34) O desenvolvimento capitalista no campo, impulsionado pelo Estado brasileiro, privilegiará os grandes proprietários, ou seja, a via do latifúndio. Sendo o papel do Estado, um elemento distintivo na gênese e desenvolvimento do capitalismo sobre a formação social brasileira. Segundo SAES (1990, p. 345) existiu no Brasil no período pós-colonial um Estado escravista moderno, mas em um contexto de crise do Estado entre 1888 e 1891, a luta de classes no país levou a formação de um Estado burguês 3. Esta transformação burguesa do Estado na visão do referido autor se fez por etapas: extinção legal da escravidão (1888), reorganização do aparelho de Estado (proclamação da república em 1889), Assembléia constituinte em 1890/1891. Sendo a classe média a força dirigente do processo de transformação (SAES, p. 346). Ou seja, foi a classe média, composta pelos profissionais liberais a portadora da ideologia jurídico política burguesa neste processo histórico. 8

9 Não obstante, esta transformação superestrutural foi condição necessária para que o modo de produção capitalista se tornasse dominante na formação social brasileira, sobretudo no espaço rural, visto que para SAES (1990, p. 349) o direito burguês passou a entrar em contradição com as relações de produção pré-capitalistas vigentes na agricultura. Elemento que tornou-se fundamental para o desenvolvimento capitalista, pois o direito burguês regulamentava o trabalho livre, que compõem uma das condições para a existência do capitalismo, através do contrato entre proprietários dos meios de produção e trabalhadores que vendem sua força de trabalho. Entretanto, neste período histórico ao qual nos referimos, o trabalho livre era praticamente inexistente no espaço rural, vigi uma relação de dependência pessoal entre trabalhador e proprietário através de formas de trabalho como: o colonato, a moradia, a meação, a terça e a quarta que implicavam na existência de uma dependência pessoal do trabalhador para com o proprietário que cedia o uso da terra e (frequentemente) da moradia; essa dependência pessoal excluía a possibilidade de que a relação econômica entre proprietário dos meios de produção e produtor direto assumisse a forma de contrato entre iguais. (SAES, 1990 p.351) Contudo, somente algumas décadas após esta mudança superestrutural, se realizará uma transição na estrutura da formação social brasileira que permita caracterizá-la como capitalista. Ainda algumas décadas após este processo, as relações précapitalistas continuaram a ser dominantes no campo, e a indústria permaneceu subordinada à agricultura; o que significa que as relações de produção servis foram dominantes na própria formação social tomada no seu conjunto. (SAES, 1990 p. 349) Para realizar esta transição capitalista, se faz necessário o crescimento do mercado de força de trabalho livre, desprovida de qualquer meio de produção e possibilidade de desenvolver uma economia autônoma. Somente mediante esta condição, o capitalismo poderá realizar a transição da subsunção formal à subsunção real de sua produção ao capital no espaço rural do Brasil. Em que, entende-se por subsunção formal "um domínio do capital sem alteração ponderável de tecnologia precedente" (GORENDER, 1994 p.38), ou seja, o aumento notório da quantidade de trabalhadores assalariados. Enquanto na subsunção real da produção ao capital, ocorre a substituição dos assalariados temporários por meios de produção tecnicamente mais desenvolvidos. Configurando-se como, o "processo de assentamento do 9

10 capital agrário sobre uma técnica que lhe é adequada e lhe permite extrair do trabalhador somente a mais-valia relativa, forma de mais-valia que, especificamente caracteriza o capitalismo" (GORENDER, p. 38). Ainda, sob a via alicerçada no latifúndio, atrelada aos interesses da burguesia nacional e internacional, se estabelece na especulação fundiária outra fonte de acumulação de capital, observa-se uma elevação dos preços das terras. Logo, a terra que por si só não possui valor, mas preço, passou a funcionar como um mecanismo de reserva de valor, como forma de entesouramento da burguesia agrária brasileira (GORENDER, 1994). O que aprofunda o processo de concentração de terras no Brasil a partir da sua fase de desenvolvimento capitalista, como um problema estrutural vigente no espaço rural. Contudo, [...] não é verdade que esteja ocorrendo o domínio absoluto do modo de produzir industrial e a expansão total do trabalho assalariado no campo. É fundamental explicar que o capital não transforma de uma só vez todas as formas de produção ditada pelo lucro capitalista. O desenvolvimento do capitalismo se faz de forma desigual e contraditória. (OLIVEIRA, 1998 p. 471) Isto significa dizer que no processo de acumulação e reprodução de capital, são recriadas as condições para a manutenção do trabalho familiarcamponês no espaço rural brasileiro, pois o mesmo incorpora em seu processo de exploração da força de trabalho, esta forma de organização da vida social. 3. Discutindo as contradições do capitalismo em sua fase monopolista: desterritorialização ou territorialização do capital no espaço rural brasileiro O debate a cerca do caráter desterritorializador do capitalismo não é recente. De maneira implícita podemos verificá-lo na própria análise feita pela abordagem marxista. Na Obra O Manifesto do Partido Comunista, redigida por Marx e Engels em 1848, como plataforma política da Liga dos Comunistas, uma associação secreta de trabalhadores inicialmente alemães que mais tarde se tornou uma organização internacional dos trabalhadores. Este debate se faz presente quando é analisado o papel da burguesia enquanto classe que 10

11 revoluciona não só as relações de produção, mas todo o conjunto das relações sociais. Através da exploração do mercado mundial, a burguesia deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. [..] Com o rápido aperfeiçoamento de todos os instrumentos de produção, com as comunicações imensamente facilitadas, a burguesia arrasta para a civilização todas as nações, até mesmo as mais bárbaras. Os baixos preços de suas mercadorias são a artilharia pesada com que derruba todas as muralhas chinesas, com que força à capitulação o mais obstinado ódio aos bárbaros estrangeiros. Obriga todas as nações, sob pena de extinção, a adotarem o modo de produção da burguesia, obriga-as a ingressarem no que ela chama civilização, isto é, a se tornarem burguesas. Numa palavra, cria uma à sua imagem e semelhança. (MARX e ENGELS, 2004 p.49) Nesta passagem, apesar de não citar a categoria espaço, Marx está se referindo a escala geográfica expansível do capitalismo, e em ultima análise, ao seu caráter desterritorializador. Tanto do ponto de vista político - ideológico e social, através do papel da classe burguesa na luta para que suas idéias se expandam e se tornem hegemônicas nas diversas sociedades do mundo, ou seja, para que se tornem civilizadas, quanto do ponto de vista produtivo, para que se sustente o processo de acumulação de capital nos países capitalistas desenvolvidos no momento histórico ao qual a obra se refere, através da construção de um mercado mundial que sustente a taxa de lucro da produção capitalista. Logo, a desterritorialização está ligada a eliminação das barreiras espaciais, a derrubada das muralhas chinesas como a passagem refere. Nesta obra, ainda, a característica desterritorializadora do capitalismo entendida como a eliminação das barreiras espaciais, pode ser verificada no debate a respeito da relação entre o campo e a cidade. A burguesia submeteu o campo ao domínio da cidade. Criou cidades enormes, aumentou imensamente a população urbana em relação à rural e arrancou assim uma parte considerável da população embrutecida da vida rural. Assim, subordinou o campo à cidade, subordinou os países bárbaros e semibárbaros aos países civilizados, os povos camponeses aos povos burgueses, o oriente ao ocidente. (MARX e ENGELS, 2004 p. 49) Assim, a reflexão inserida por meio destas passagens do Manifesto do Partido Comunista, bem como outras citações presentes em outras obras de Marx, segundo HAESBAERT (2006 p. 21) revelam claramente uma preocupação com a desterritorialização capitalista, seja a do camponês 11

12 expropriado, transformado em trabalhador livre, e seu êxodo para as cidades, seja a do burguês mergulhado numa vida em constante movimento de transformação. Outros teóricos, marxistas e não marxistas, discutem a questão da desterritorialização capitalista em seus diversos aspectos. Do ponto de vista cultural, temos a leitura de Marshall Berman. Ao contrário das interpretações que se restringem à perspectiva econômico-política, Berman enfatiza o enfoque cultural no materialismo histórico de Marx, cuja verdadeira força e originalidade adviria da luz que lança sobre a moderna vida espiritual (1986:87). Neste sentido, trata-se de uma leitura mais ampla que projeta a desterritorialização (mesmo que sem o uso explicito do termo) como uma das características centrais do capitalismo, e mesmo ainda, da própria modernidade. (HAESBAERT, p.22) Já no que se refere ao aspecto político-econômico, em uma abordagem não marxista, temos a visão do sociólogo clássico Émile Durkheim que ao analisar a passagem do século XIX para o século XX, comentava a respeito da fragilização das divisões territoriais a partir do crescente papel das corporações (HAESBAERT, p. 23). Assim, o debate a cerca da desterritorialização capitalista ganha vulto nas ciências sociais, retomado de forma ainda mais intensa neste início de século, fazendo com que se recoloca a questão: terá o capitalismo como elemento essencial um caráter desterritorializador dos objetos e ações? A resposta para tal questão é complexa. Mas, ao analisarmos a própria abordagem marxista poderemos encontrar elementos importantes para a reflexão sobre tal discussão. Pois, ao mesmo tempo que esta abordagem faz considerações a respeito do caráter desterritorializador do capitalismo, dialeticamente, em seu pólo oposto, o exame atento das obras de Marx revela que ele reconheceu que a acumulação de capital ocorria num contexto geográfico, criando tipos específicos de estruturas geográficas. (HARVEY 2005 p. 43) Nesta abordagem, o crescimento econômico no capitalismo tem como elemento central o processo de acumulação de capital. No qual a acumulação é o motor cuja potência aumenta no modo de produção capitalista. O sistema 12

13 capitalista é, portanto, muito dinâmico e inevitavelmente expansível (HARVEY, 2005 p.43). Por esta condição, para HARVEY (2005 p.43) esse sistema cria uma força permanentemente revolucionária, que incessante e constantemente, reforma o mundo em que vivemos. Ao fazer esta análise David Harvey em sua obra A produção capitalista do espaço, publicada pela primeira vez em 1975, propõe encontrar o elo perdido na teoria da acumulação capitalista de Marx e na teoria marxista do imperialismo. Ou seja, procura demonstrar como a teoria da acumulação e do imperialismo no capitalismo se relaciona com as estruturas espaciais. A premissa desta relação está na compreensão de que o crescimento econômico no capitalismo é um processo marcado por contradições internas que freqüentemente desencadeiam crises. No capitalismo, o crescimento harmonioso ou equilibrado é, segundo Marx inteiramente acidental, devido à natureza caótica da produção de mercadorias no capitalismo competitivo. (HARVEY, 2005 p.44) Assim, tais crises compõem a natureza do capitalismo, estão relacionadas às barreiras estruturais encontradas dentro do próprio modo de produção que impedem o progresso da acumulação. Entretanto, para além de outras conseqüências sociais, do ponto de vista da produção e circulação das mercadorias, as crises periódicas devem ter o efeito de expandir a capacidade produtiva e de renovar as condições de acumulação. (HARVEY, 2005 p. 47). Logo, podemos conceber as crises como uma mudança no processo de acumulação de capital para um estágio novo e superior. Neste novo estágio de acumulação, a demanda efetiva por produtos é expandida, sendo capaz de aumentar a absorção de produtos. Contudo, os pressupostos deste processo implicam, segundo HARVEY (2005, p 48), na intensificação da atividade social, dos mercados e das pessoas numa específica estrutura espacial, bem como a expansão geográfica para novas regiões, incrementando o comércio exterior, exportando capital, e em geral expandindo-se rumo à criação do que Marx denominou mercado mundial. 13

14 Este último processo suscita na visão de HARVEY (2005, p. 48) a questão da organização espacial e da expansão geográfica como produto necessário para o processo de acumulação. Mediante esta reflexão, é possível estabelecer o elo de ligação entre o desenvolvimento capitalista e a organização do espaço, como uma de suas imbricações imanentes. Portanto, [..] o capitalismo, conclui Marx, é um notável insight, é caracterizado necessariamente por um esforço permanente da superação de todas as barreiras espaciais e da anulação do espaço pelo tempo (MARX,1973: 539). No entanto, isso denota que esses objetivos apenas podem ser alcançados por meio da produção de configurações espaciais fixas e móveis. (HARVEY, 2005 p. 45) Relevar esta contradição, entre superação e ao mesmo tempo reprodução de uma ordem espacial em novas bases, é tarefa da teoria espacial no contexto do capitalismo. Assim, ao contrário do que uma interpretação em uma perspectiva teleológica sobre a eliminação das barreiras espaciais poderia nos conduzir a não entender que a desterritorialização, é na verdade, uma nova forma de territorialização, um processo constante de destruição e construção de territórios (HAESBAERT, 2004 p. 32). Discutir as contradições do desenvolvimento capitalista, também significa reconhecer a existência da dimensão espacial como condição para o processo de acumulação de capital. Não obstante, o mundo capitalista moderno vivencia uma etapa distinta de acumulação e reprodução de capital, a denominada fase monopolista. Como ponto de partida para entendê-la se faz necessário analisar as tendências e mudanças ocorridas no desenvolvimento do modo de produção capitalista do final do século XIX ao início do século XX, bem como as mesmas se mantém ou se renovam na contemporaneidade. Dentre as tendências deste desenvolvimento situa-se o processo que o próprio Marx já descrevia no do século XIX, quando o capitalismo ainda se encontrava em sua fase concorrencial: a tendência à concentração e centralização do capital como elemento integrante do processo geral de acumulação. (HARVEY, 2005 p. 69). As mudanças ocorridas estão relacionadas a esta tendência, mas são aprofundadas pelo imperialismo, compreendido enquanto um novo estágio do desenvolvimento capitalista. Ressaltamos que existem diversas abordagens a 14

15 cerca da teoria do imperialismo, entretanto nesta reflexão adotamos a visão desenvolvida por Lenin como a abordagem que melhor expressa às premissas para a compreensão do capitalismo monopolista. Lenin utiliza o termo imperialismo para descrever as características gerais da forma fenomenal assumida pelo capitalismo durante um estágio específico de seu desenvolvimento, particularmente, durante o final do século XIX e o início do século XX. [...]. No entanto, Lenin também procura revelar a essência econômica do imperialismo. (HARVEY, 2005 p. 68) Neste estágio de desenvolvimento o capitalismo é resumido a cinco elementos básicos: 1) concentração da produção e do capital desenvolvida em altíssimo grau, criando monopólios que desempenham papel decisivo na vida econômica; 2) fusão do capital bancário com o capital industrial, e criação, com base nesse capital financeiro, de uma oligarquia financeira; 3) a exportação de capital como distinta da exportação de mercadorias adquire grande importância; 4) formação de associações monopolistas internacionais, que dividem o mundo entre si, e 5) conclusão da divisão territorial de todo o mundo entre as grandes potências capitalistas. (LENIN, 1963 p. 737 apud HARVEY, 2005 p.68) Perante estes elementos desenvolvidos pela teoria do imperialismo de Lenin é possível avançarmos teoricamente no sentido de caracterizar este estágio do desenvolvimento capitalista como monopolista, onde a concorrência cede inevitavelmente lugar ao monopólio via a concentração e centralização do capital. (SWEEZY, 1977 p.47) Segundo SWEEZY (1977 p.48) além de seus afeitos sobre o processo de acumulação, o crescimento do monopólio e de suas formas institucionais (as grandes empresas e o sistema financeiro que as alimentam) apresentam enormes conseqüências. Sendo que tais efeitos são os propulsores destas consequências. Dentre as mesmas está a redução do número de empresas, a luta pelo controle espacial e a diversificação de sua produção, como fundamentos do processo de acumulação de capital nesta fase. Logo, o número de empresas é assim reduzido a um ponto tal em que a concorrência cede lugar ao monopólio. (O termo monopólio é aqui usado e seu sentido amplo, incluindo destarte, todas as diversas modalidades e todos os diversos estágios de oligopólio) (SWEEZY, 1977 p. 50). Ainda, o princípio 15

16 base do comportamento das empresas, também é distinto no capitalismo monopolista. Visto que, [...] para que possa continuar se expandindo livremente, a empresa deve transcender sua história. Dito de outra forma, a empresa nasceu e cresceu produzindo e vendendo um determinado bem em uma determinada região. Deve, agora, aprender a superar essas limitações históricas, ou seja, deve lutar para adquirir novos mercados, tanto no sentido do produto como no sentido geográfico. Uma necessidade leva a criação de conglomerados; outra, de forma mais ou menos direta, gera as diversas modalidades de empresas multinacionais. (SWEEZY, 1977 p. 51) Outro elemento inerente a teoria do capitalismo monopolista e ao papel das empresas nesta fase da acumulação de capital diz respeito a sua taxa de lucro. Pois, [...] o que importa à empresa monopolista na busca de aplicações para seus lucros (e/ou empréstimos) não é se a taxa de lucro que pode obter em outra área é mais elevada que a taxa de lucro que obtém no momento, mas se a taxa de lucro sobre um investimento adicional na nova área é mais elevada ou mais reduzida do que a taxa de lucro sobre um investimento adicional em seu atual campo de atividade. (SWEEZY, 1977 p. 52) Não obstante a formação social brasileira, sobretudo no espaço rural, foco desta reflexão se integra a esta fase de desenvolvimento do capitalismo através da relação estabelecida entre a produção agrícola, industrial e o capital financeiro. Onde, [...] o capitalista não se contenta apenas em seu negócio. Além de ter outras propriedades que ele comprou na fase de concentração, ele começa então a atuar em vários setores, não só na agricultura, mas no comércio, na indústria, no capital financeiro. Esse movimento em que o capitalista controla vários setores de atividades chama-se centralização. E hoje, como conseqüência disso, não temos mais uma burguesia agrária típica que vive só do trabalho que explora na lavoura. Hoje, as grande propriedades brasileiras estão nas mãos de grandes grupos econômicos que operam em várias áreas, como banco, comércio, industria. (STÉDILE,1994. p.314) Também, cabe salientar que a lógica do desenvolvimento capitalista na agricultura brasileira se faz no interior do processo de internacionalização da economia brasileira. Esse processo se dá no âmago do capitalismo mundial e está relacionado, portanto com a dívida externa OLIVEIRA (1998, p.469). Pois, é através dela que os governos dos países endividados criam as condições para ampliar sua produção industrial. 16

17 Mas, por outro lado, necessitam ampliar suas exportações para pagar suas dívidas e o setor produtivo que ganha maior força neste processo é o setor primário, principalmente a produção agrícola. Para pagar a dívida eles têm que exportar, sujeitando-se a vender seus produtos pelos preços internacionais. Os preços dessas matérias-primas (gêneros agrícolas, minerais, exceto petróleo) têm baixado significativamente nas últimas décadas, por isso esses países têm que ampliar a produção para poder continuar pagando a dívida externa. (OLIVEIRA, 1988, p. 469) Assim, a produção agrícola se mantém na formação social brasileira nesta fase do desenvolvimento capitalista. Sendo relevante o papel do Estado neste processo, o que significa inferir mais uma vez quão importante é o papel deste na própria manutenção e desenvolvimento do capitalismo, ainda que muitos acreditem nas teses do livre mercado e advoguem sobre a superação da intervenção do Estado na economia capitalista. Diante disso, mais do que nunca se torna atual a máxima de Marx e Engels: o Executivo do Estado moderno é apenas um comitê para gerenciar os negócios comuns do conjunto da burguesia. (MARX; ENGELS, 2004 p.44) Contudo, a reflexão inserida neste trabalho tomou como pressuposto a questão da acumulação de capital somente existir mediante uma estrutura e organização espacial específicas. Os elementos suscitados anteriormente nos levam a crer que este processo não é diferente neste estágio do desenvolvimento capitalista, principalmente no que se refere a sua relação com o espaço rural brasileiro. Pois, neste espaço para além da centralização e concentração de capitais, vigoram movimentos territoriais intimamente ligados as duas vias de seu desenvolvimento contraditório: ao latifúndio e ao trabalho familiar-camponês. Ao analisar as transformações recentes no espaço rural brasileiro, é possível inferir que [...] este processo de desenvolvimento capitalista, está igualmente marcado pela industrialização da agricultura, ou seja o desenvolvimento da agricultura tipicamente capitalista abriu aos proprietários de terra e aos capitalistas/proprietários de terra a possibilidade histórica da apropriação da renda da terra, provocando uma intensificação na concentração da estrutura fundiária brasileira. A marca principal desse processo é a territorialização do capital, sobretudo dos monopólios, que em geral atuam sob forma de oligopólios. (OLIVEIRA, 1998, p.468) 17

18 Por outro lado, contraditoriamente este processo expande a agricultura familiar- camponesa, onde o capital monopolista desenvolveu passa a subordinar e a apropriar-se da renda da terra produzida por estes trabalhadores, transformando-a em capital. Segundo OLIVEIRA (1998, p 468) nesse caso o capital não tem necessariamente se territorializado, mas sim monopolizado o território quando este está ocupado pelos camponeses. Assim, verificamos que a tendência do capitalismo em sua fase monopolista, tem como marca não um processo de desterritorialização, mas sim, apresenta dentre suas imbricações, movimentos de territoriais. Seja no sentido do capital monopolista se territorializar, ou na busca pela apropriação de territórios monopolizando sua produção. No entanto, se existem estes movimentos isto implica sempre em discutir uma definição da categoria território. Seguindo este raciocínio, seria um equívoco definir o território exclusivamente pelas relações de produção nas quais está inserido. Faz-se necessária uma reflexão sobre a amplitude deste conceito em uma perspectiva integradora, bem como em seu caráter relacional enquanto processo dotado de historicidade e oriundo do conjunto de relações sociais estabelecidas pelos os seres humanos entre si e com a natureza. 3.1 Definindo o território para entender os movimentos territoriais do capital monopolista no espaço rural brasileiro Definir a categoria território em uma perspectiva integradora significa entender o território como um espaço que não pode ser considerado nem estritamente natural, nem unicamente político, econômico ou cultural. Território só pode ser concebido através de uma perspectiva integradora entre as diferentes dimensões sociais (e da sociedade com a natureza). (HAESBAERT, 2006 p.80) Assim, a perspectiva geográfica intrinsecamente integradora, vê a territorialização como um processo de domínio (político-econômico) e/ou de apropriação (simbólico-cultural) do espaço pelos grupos humanos (HAESBAERT, 2006 p. 17). Sobretudo, o território, define-se antes de tudo com referência às relações sociais (ou culturais, em sentido amplo) e ao 18

19 contexto histórico em que está inserido (HAESBAERT, 2006 p.78). Eis seu caráter relacional. Segundo RAFFESTIN (1993 p.143) o território se forma a partir do espaço, é resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa) em qualquer nível. Seja do ponto de vista políticoeconômico e social, ou simbólico cultural, ao se apropriar do espaço, concreta ou abstratamente (por exemplo, pela representação), o ator territorializa o espaço (RAFFESTIN, 1993 p. 143). A partir destas considerações, voltamos a analisar a relação entre o espaço rural brasileiro e o capital monopolista. Para tal, alguns elementos devem ser retomados nesta reflexão. O processo de internacionalização da economia brasileira ao qual nos referimos anteriormente passou a estabelecer uma articulação entre agricultura e indústria, na qual a marca do desenvolvimento capitalista na agricultura passa a ser a industrialização (OLIVEIRA, 1998 p 470). Alguns setores como a produção de soja que a partir da década de 60 se expandiu articulando-se com a presença de multinacionais, a citricultura na década de 70 e 80 da mesma forma e produção de álcool e açúcar a partir da exploração da cana-de-açúcar, podem ser tomados como exemplos deste processo de industrialização. Segundo OLIVEIRA (1998, p. 470) essa industrialização deve ser entendida como o processo de introdução do modo de produzir industrial no campo, que por sua vez, provoca o inter-relacionamento intenso entre a indústria e a agricultura. Ainda, para o autor é fundamental situar esse processo no conjunto do país e entendê-lo no processo global de expansão do capitalismo monopolista no Brasil (OLIVEIRA, 1998 p. 471). Sendo que no espaço rural, O capital não tem atuado necessariamente no sentido de implementar seu modo específico de produzir (através do trabalho assalariado) em todo campo e lugar. Ao contrário, ora ele controla a circulação dos produtos agropecuários, subordinando sua produção, ora se instala na produção, subordinando a circulação. Um processo engendra o outro. (OLIVEIRA, 1998 p. 475) Isto significa dizer que a acumulação do capital monopolista não se instaura somente pelas relações de produção tipicamente capitalistas. Também se estabelece mediante a reprodução do trabalho familiar-camponês, ou seja 19

20 fortalece a segunda via do desenvolvimento capitalista no espaço rural brasileiro. Sobretudo, a acumulação de capital ainda tem como condição a a necessidade de se desenvolver relacionando-se com estruturas e formas de organização espaciais específicas. Estas, por sua vez se vinculam as esferas da produção e circulação do capital. No campo da relação entre o capital e as estruturas e formas de organização espacial, OLIVEIRA (1998 p.478) salienta a existência de dois processos: a territorialzação do capital monopolista e monopolização do território pelo capital monopolista. No primeiro processo, por conta da industrialização da agricultura, o capitalista se tornou também proprietário de terras, portanto latifundiário. Assim, capitalista industrial, proprietário de terras e capitalista da agricultura têm um só nome, são uma só pessoa ou uma mesma empresa (OLIVEIRA, 1998 p.478). E para produzir utilizam o trabalho assalariado. Logo, o capital monopolista se territorializa. Ou seja, ator sintagmático, o capitalista territoralizou o espaço na medida em que se faz presente em diferentes espaços, no campo e na cidade por ser ao mesmo proprietário de terras, capitalista da agricultura e industrial. Sem falar da sua relação com o setor financeiro, cada vez mais presente nesta fase do desenvolvimento capitalista. Bem como realiza seu programa através do controle e dominação espacial da produção. Um exemplo desse processo de desenvolvimento ocorre com as usinas ou destilarias de açúcar e álcool, onde atualmente indústria e agricultura são parte ou etapas de um mesmo processo (OLIVEIRA, P. 478) Não obstante, para RAFFESTIN (1993, p.59-60) o território é um trunfo particular, recurso e entrave, continente e conteúdo, tudo ao mesmo tempo. O território é o espaço político por excelência, o campo da ação dos trunfos. Este elemento é importante para compreensão do segundo processo. Onde o capital não se territorializa, mas se apropria de territórios. Neste segundo caso, o mecanismo pelo qual o capital monopolista estabelece seu processo de acumulação e reprodução é monopolização de 20

21 territórios, como por exemplo, os territórios dos modos de vida familiar e camponesa. Segundo OLIVEIRA (1998 p. 479) o próprio capital cria as condições pra que os camponeses produzam matérias-primas para as indústrias capitalistas, ou mesmo viabilizem o consumo dos produtos industriais no campo (ração na avicultura, e na suinocultura, por exemplo). Desta vez, capitalistas e proprietários de terras, ou produtores rurais são pessoas distintas. Porém, nessas condições, o capital sujeita a renda da terra produzida pelos camponeses à sua lógica, realizando a metamorfose da renda da terra em capital. (OLIVEIRA, 1998 p.479). Um exemplo deste processo, segundo OLIVEIRA (1998 p. 478) se dá com os produtores de fumo no Sul do Brasil, que entregam sua produção às multinacionais. Neste caso, o capitalista industrial é uma empresa industrial, enquanto o proprietário de terra e o trabalhador são uma única pessoa, o camponês. Cabe ainda ressaltar, que a ênfase ao aspecto da produção não significa que estes territórios se definem meramente pelas relações de produção inerentes aos modos de vida familiar e camponês. Visto que o território deve ser concebido como um híbrido, seja entre o mundo material e ideal, seja entre a natureza e sociedade, em suas múltiplas esferas (econômica, política e cultural) (HAESBAERT, 2006 p. 77). Portanto se constituem enquanto o processo de domínio político-econômico e/ou de apropriação simbólico-cultural do espaço por estes grupos humanos. Sobretudo, o que se revela com este processo, é que o território se torna o trunfo para a acumulação de capital, pois o capitalista agora não controla sua produção, mas monopoliza o território através do processo de circulação das mercadorias. Ou seja, monopoliza a venda dos produtos oriundos do trabalho camponês ou familiar, tornando se seu único comprador. Assim, se estabelecem as faces do desenvolvimento contraditório do capitalismo no espaço rural brasileira e a sua necessidade de bases e dinâmicas territoriais para ser produzido e reproduzir. 4. Considerações Finais: 21

22 Conceber a categoria território, não enquanto um conceito abstrato, mas como um processo concreto, intrínseco a condição humana, ou seja, ao considerarmos que o território e a territorizalição compõem uma das dimensões da vida humana, sendo processos construídos mediante as relações sociais estabelecidas pelos seres humanos entre si e com a natureza. Não poderia o modo de produção capitalista da vida social, estar alheio a esta condição. Sobreduto porque o mesmo deve ser considerado um produto histórico e espacial forjado pelo conjunto de tais relações sociais. Portanto, a tendência preponderante do capitalismo em sua fase monopolista de desenvolvimento e sua relação com o espaço rural brasileiro, que como pode verificar-se caminha no sentido de realizar movimentos territoriais, como base para a existência de seu processo de acumulação e reprodução de capital. Seja na existência de um processo de territorialização do capital monopolista, tanto quanto na monopolização de territórios pelo capital monopolista. Revelam que este estágio do modo de organização da vida em sociedade, denominado capitalismo, está intimamente ligado a condição histórica das relações estabelecidas por homens e mulheres na produção social de sua vida, ou seja, a condição de ter na esfera espacial e em última instância territorial, um dos componentes da ontologia do ser social. Referencias Bibliográficas GORENDER, Jacob. Gênese e desenvolvimento do capitalismo no campo brasileiro. In: STÉDILE, J.P. (org.) et al. A questão agrária hoje. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, GRUPPI, L. O conceito de Hegemonia em Grasmci. Rio de Janeiro: Edições Graal,1978. HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: do fim dos territórios à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, HARVEY, D. A produção Capitalista do Espaço. São Paulo: Annablume, OHLWEILER, O. C. Materialismo histórico e crise contemporânea. Porto Alegre: Mercado Aberto,

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