ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO RESPONSÁVEL PELO PROCESSO DE LICITAÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.

Transcrição

1 ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO RESPONSÁVEL PELO PROCESSO DE LICITAÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Ref. Edital de Pregão Eletrônico Nº 052\2012 AFEQUE SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ / , com Matriz estabelecida na Rua Jorge Barbosa da Silva, 09 Parque Beira Mar Duque de Caxias/RJ, com filial na Rua Luiz Souza Brandão, 105 Santa Clara, Matias Barbosa/MG e na Rua Renan Cardoso, 102 Residencial Park Washington São Mateus/ES, por intermédio de seu representante legal, vem respeitosamente à presença do Nobre Pregoeiro, com base no Art. 41, 2, da Lei 8.666/93 c/c o subitem 56 do Edital, apresentar sua I M P U G N A Ç Ã O, consubstanciado nos fatos e nas razões de direito a seguir aduzidas. Posto isto, requer o pronto acolhimento da presente impugnação a fim de que sejam corrigidos os vícios apontados de modo a ratificar o Instrumento Convocatório, na melhor forma do direito. Termos em que P. Deferimento Duque de Caxias/RJ, 28 de setembro de AFEQUE SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA LTDA Gilberto de Souza de Lima Sócio Diretor

2 RAZÕES DA IMPUGNAÇÃO Edital de Pregão Eletrônico Nº 052/ Do Objeto e da Necessidade de Impugnação. Analisando o subitem 1 e seguintes do Edital, verifica-se que o mesmo tem como objetivo principal a contratação de empresa especializada na prestação nos serviços de vigilância armada para atender as dependências das Secretarias de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas no Edital e seus anexos. De tal modo, conclui-se por óbvio que somente poderão participar do processo licitatório, as empresas que estiverem devidamente autorizadas a funcionar pelo Departamento de Polícia Federal competente, com instalações físicas aprovadas pelo Delegado Regional Executivo DREX da respectiva unidade da federação, após realização de vistoria pela DELESP ou CV, na forma estabelecida pela Portaria nº 358/2009-DG/DPF. Denota-se, portanto, que a legislação aplicada à matéria será àquela que controla, regulamenta e fiscaliza as atividades de segurança privada no país, na forma instituída no 1, do Art. 1, da Portaria 387/2006. Todavia, seguindo os bons costumes e a isonomia entre seus participantes, verifica-se que o subitem 34.3 do edital pecou principalmente no momento em que decidiu exigir das empresas licitantes a comprovação de contratos vigentes da data da sessão pública. Com respeito, Nobre Pregoeiro, por melhores que sejam as intenções do Instrumento Convocatório, verifica-se que a citada exigência não merece prosperar, tão pouco se sustenta, tendo em vista que a referida exigência não encontra qualquer garnida em nosso ordenamento jurídico vigente, tão pouco, na lei de licitações (lei 8.666\93). Deveras, se não bastasse ausência de respaldo legal, o referido subitem ainda exigiu das empresas interessadas a comprovação de contratos vigentes afastando, por óbvio, a participação daquelas empresas que, eventualmente, tiveram seu término de contrato após um longo período de bons serviços prestados. Se não bastasse, a divergência que, ora incide sobre o tema, mister esclarecer que o Art. 30, da Lei 8.666/93, ao tratar das exigências habilitatórias, mormente pertinentes à capacitação técnica dos licitantes, não fez qualquer previsão à possibilidade de o órgão licitante, no caso, o TCU exigir a comprovação de contratos vigentes, mas tão somente, prova de ter prestado serviços compatíveis com o objeto licitado.

3 Ou seja, o limite da discricionariedade que é permitido a administração reside, apenas, na comprovação de possuir capacidade técnica-operacional do licitante (pertinente à empresa), bem com a capacidade técnica-profissional ( relativa ao profissional integrante dos quadros permanentes da empresa e indicado como responsável técnico pela obra ou serviço). Nesse sentido, pondera Carlos Pinto Coelho Motta, in Eficácia nas Licitações e Contratos, 1994, p. 149, citando Antônio Carlos Cintra do Amaral: "1. Para efeito de qualificação técnica de empresas licitantes, a Administração deve, com base na Lei 8.666/93, exigir atestados referentes à sua capacitação técnica, com vistas à comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação (art. 30,II). Além da aptidão da empresa, comprovável em função de sua experiência, a Administração deve exigir comprovação da capacitação técnicoprofissional, nos termos do 1º do mesmo art. 30. Essas comprovações podem ser dispensadas no caso de obras licitadas mediante a modalidade Convite ( 1º do art. 37). 2. A Lei nº 8.666/93 não estabelece limites para exigências quanto à capacitação técnicooperacional de empresas licitantes, devendo tais limites, portanto, ser estabelecidos em cada caso, levando-se em conta a pertinência e compatibilidade a que se refere o inc. II do art. 30, bem como a noção de indispensabilidade, contida no inc. XXI do art. 37 da Constituição Federal". Se isso não bastasse, subitem do edital também merece reparo, vez que diverge da exigência legal, in verbis: "Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: I (...) II comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico

4 adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos". Como se vê, a lei não fez menção a atestados de serviços prestados ou não, mas tão somente, prova da capacidade técnica. Diante a todo exposto, é poder dever do Pregoeiro retificar o Edital para corrigir os citados subitens do edital, sob pena de vilipendio ao princípio da legalidade, vez que o Art. 3º da Lei 8.666/93 assevera que o processo de licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração. Termos em que P. Deferimento. Duque de Caxias/RJ, 27 de setembro de AFEQUE SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA LTDA. Gilberto de Souza de Lima Sócio Diretor

5 Publicado os Avisos de Licitação DOU Seção 3, nº 184 de 21/09/12, relativo ao Pregão Eletrônico nº 52/2012, e no Jornal BRASIL ECONÔMICO de 21, 22 e 23/09/2012 e estando o pertinente Edital inserido no sistema Comprasnet e na página do TCU, cujo objeto trata da contratação, em regime de empreitada por preço unitário, de serviços continuados de vigilância armada, nas dependências das nas dependências das Secretarias de Controle Externo nos Estados do Espírito Santo - Secex-ES, Mato Grosso do Sul - Secex-MS, Minas Gerais - Secex-MG, Paraná - Secex-PR e Santa Catarina Secex-SC, foi recebida a IMPUGNAÇÃO interposta por interessado na presente licitação. Requeri a manifestação do setor técnico competente a respeito das questões que motivaram a referida contestação, e que me auxiliaram no entendimento que se firma a seguir, esclarecendo que, nesta instrução para julgamento não serão reproduzidas fielmente citações relativas a Condições editalícias, nem a legais e nem a doutrinárias, uma vez que tais referências encontram-se no Edital ou na impugnação em análise: 1ª QUESTÃO: que a Subcondição do Termo editalício pecou ao exigir das empresas licitantes a comprovação de contratos vigentes na data da Sessão Pública. RESPOSTA: - tem-se que a declaração de contratos firmados com a iniciativa privada e com a Administração Pública, exigida no item 34.3 do Edital, intenta comprovar se a empresa tem patrimônio suficiente para suportar os compromissos já assumidos com outros contratos sem comprometer a nova contratação. Essa condição pode ser aferida por meio da avaliação da relação de compromissos assumidos, conforme estabelece o conforme previsto no 4º do art. 31, da Lei nº 8.666/93, contendo os valores mensais e anuais (contratos em vigor celebrados com a administração pública em geral e iniciativa privada) que importem na diminuição da capacidade operativa ou na absorção de disponibilidade financeira em face dos pagamentos regulares e/ou mensais a serem efetuados. Considerando que a relação será apresentada pela contratada, é importante que a administração se assegure de que as informações prestadas estão corretas. Desse modo, também foi exigido, conforme previsto no 5º do art. 31 do Estatuto de Licitações, o demonstrativo de resultado do exercício DRE (receita e despesa) à licitante vencedora. Como, em tese, grande parte das receitas das empresas de terceirização é proveniente de contratos, é possível inferir a veracidade das informações apresentadas na relação de compromissos quando comparada com a receita bruta discriminada na DRE. Assim, a contratada deverá apresentar as devidas justificativas quando houver diferença maior que 10% entre a receita bruta discriminada na DRE e o total dos compromissos assumidos. Além disso, o valor do patrimônio líquido da contratada não poderá ser inferior a 1/12 do valor total constante da relação de compromissos (Subcondição 35.4.). Portanto, não se exige que a contratada possua contratos em vigor, apenas exige a apresentação da referida declaração. Não tendo a empresa contratos vigentes na data da abertura do Pregão, bastará prestar esta informação na declaração apresentada, juntamente com as justificativas e a documentação relativa à provável divergência em relação ao constante na DRE (Subcondição 36.1.). 2ª QUESTÃO: que a Subcondição merece reparo por

6 divergir do disposto no inciso II do art. 30 da Lei nº 8666/93. RESPOSTA: - preliminarmente, não ficou claro nesta questão o que o requerente pretendeu impugnar. Assim, esclareço que exigência de atestado de capacidade técnica em certames licitatórios vem para assegurar à Administração que haverá boa prestação dos serviços requeridos. Esta tese, inclusive, foi referendada pelo Plenário do Tribunal de Contas da União, por meio do Acórdão nº 2.939/2010, conforme se depreende do seguinte trecho do voto do Relator, Ministro Aroldo Cedraz: (...) o requisito de quantitativos mínimos como critério de comprovação de qualificação técnicoprofissional e técnico-operacional coaduna-se com o inciso II do art. 30 da Lei 8.666/1993, que admite exigência de "comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos". Note-se que a exigência em questão coaduna-se também com o 1 o do mesmo artigo 30: "A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes...". Ademais, no caso concreto, os valores fixados são inferiores a 50% dos quantitativos a serem executados, percentual máximo que a jurisprudência desta Corte tem considerado razoável e admitido (acórdãos 1.202/2010, 2.462/2007 e 492/2006, todos do Plenário). (...) por se tratar de serviço de natureza contínua, que podem se estender por longo período, a exigência temporal de experiência mínima no mercado do objeto também é, em princípio, compatível com o dispositivo legal há pouco mencionado, já que o tempo de atuação é critério relevante para avaliar a solidez do futuro fornecedor e, com isso, assegurar boa execução do objeto. Acrescente-se que, na situação em foco, o estipulado prazo de três anos de atuação no mercado, conforme reconheceu a Secex/3, é compatível, dada a natureza contínua dos serviços em questão, com o prazo máximo de 60 meses autorizado pelo inciso II do art. 57 da Lei 8.666/1993. Portanto, analisadas as alegações do requerente, julga-se improcedente a impugnação interposta, seguindo o Edital do Pregão Eletrônico nº 52/2012 os exatos termos publicados. Brasília, 02 de outubro de Rosangela Haddad Pregoeira Oficial do PE 52/12