REDE DE MULHERES BRASILEIRAS LÍDERES PELA SUSTENTABILIDADE: UM CHAMADO PARA AÇÃO

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3 REDE DE MULHERES BRASILEIRAS LÍDERES PELA SUSTENTABILIDADE: UM CHAMADO PARA AÇÃO

4 Nesta apresentação da Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade, externo a minha convicção de que a mesma, criada oficialmente em 2011, como parte dos esforços brasileiros para o engajamento na Rio + 20 vem desenhando uma agenda e uma linha de atuação inovadoras, que nos encoraja e desafia e que, inclusive, vem inspirando outros países, como é o recente caso da Argentina, que criou uma articulação de mulheres semelhante à nossa. Fica cada vez mais claro para mim e para muitas das lideranças femininas com quem tenho trocado ideias, de que somos herdeiras de um legado importante: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável adotada pelas Nações Unidas em setembro de 2015 e a Conferência do Clima, em Paris, ponto alto de um longo processo de negociação no qual estão dadas as trilhas para que a descarbonização da economia, ou no positivo como gosto de colocar a economia de baixo carbono se torne mainstream do desenvolvimento. O Brasil anunciou metas voluntárias em 2009, em Copenhague, e deverá cumprí-las. Em setembro deste ano, a Presidenta Dilma anunciou nossa INDC, com objetivos cuja ambição foi amplamente reconhecida. Novamente mostramos a disposição de contribuir com uma proposta robusta, negociada com a sociedade e com os principais atores tanto do setor governamental como produtivo e com ampla participação da sociedade civil. Não é trivial nem por acaso que duas das mais ativas lideranças da Rede, Celina Carpi e Marina Grossi, são presidentes dos conselhos empresariais que reúnem o 2

5 mais expressivo grupo de empresas que se compromete publicamente com o desenvolvimento sustentável, aquele que economiza recursos naturais, que mitiga impactos e que busca basear seus negócios em estratégias de redução de emissões. Também acolhe as metas de combate à pobreza e de inclusão social expressas na maior parte das políticas públicas brasileiras. Proteger, conservar e desenvolver com justiça social, eis o lema que nos anima. Ser líder desta Rede que reúne centenas de valorosas mulheres do setor público, das empresas, das organizações governamentais e das agências de cooperação que trabalham com a agenda de promoção das mulheres e do desenvolvimento sustentável, me enche de orgulho e me dá uma enorme esperança. Mostra a vitalidade do nosso País, mostra ainda o quanto as mulheres têm a agregar à agenda da sustentabilidade e o quanto a sociedade nova que surge das novas políticas globais e dos desafios que estão colocados aí, à nossa geração, depende de motivar e desenvolver novos setores. A Rede faz um convite generoso a todas as demais articulações e movimentos de mulheres, que se unam aos nossos esforços, que se tornem nossos parceiros, conselheiros, amigos. Tornemos, juntos, esta desafiadora agenda do desenvolvimento sustentável cada vez mais real, cada vez mais parte do nosso dia a dia, e cada vez mais associada ao que desejamos legar às presentes e futuras gerações. Izabella Teixeira Ministra de Estado do meio Ambiente do Brasil Dezembro,

6 Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade A primeira mulher eleita Presidente do Brasil e a transversalidade da agenda de Gênero praticada nas principais políticas públicas do governo federal brasileiro na última década foram fatores decisivos para a criação da Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade. A oportunidade criada pela liderança da presidente Dilma Rousseff e das ministras mulheres em seu primeiro mandato favoreceu e estimulou o espaço para que mulheres líderes se mobilizassem e imprimissem rumos novos ao desenvolvimento do País, definindo um papel mais ambicioso para ampliarem a sua atuação na vida política, econômica e social. 4

7 A perspectiva da realização no Brasil, em 2012, da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável RIO+20, foi o ponto de partida para que o Ministério do Meio Ambiente, também conduzido por uma mulher a ministra Izabella Teixeira desempenhasse papel catalisador na construção de uma agenda positiva no campo da sustentabilidade. Entre 2010 e 2011, a Ministra convidou mulheres com funções de destaque na hierarquia de organizações e líderes executivas para compartilharem suas experiências e debaterem a questão da influência das mulheres na condução de importantes agendas do desenvolvimento sustentável, tais como o consumo responsável e os estilos de vida saudáveis. O Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis, lançado no mesmo período, estimulou a Rede, ainda em seus primórdios, a realizar um estudo nacional intitulado Mulheres e Consumo: Cenários e Perspectivas, onde várias questões relativas às interfaces entre as questões das mulheres e da sustentabilidade foram pontuadas. A iniciativa Rumo à Rio+20: a Sustentabilidade no Feminino, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente, lançou os alicerces da Rede e uma linha programática para suas ações em 8 de novembro de O encontro para discutir a iniciativa atraiu cerca de 200 mulheres dos setores público e privado com o mesmo perfil: executivas exitosas em suas carreiras, tomadoras de decisão, com poder para transformar suas realidades e de outros. Mulheres empoderadas que desejam empoderar outras e liderar agendas de promoção da sustentabilidade. Formouse assim uma poderosa coalizão denominada Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade. Plataforma 20 foi a tradução em documento do espírito da Rede. Nela foram propostas três agendas prioritárias: i) o Papel das Mulheres nos Conselhos de Administração das Empresas; ii) Empreendedorismo Verde & Negócios Sustentáveis; e, iii) Novos Padrões de Consumo e Produção. 5

8 Para nós não basta que as mulheres sejam incluídas no círculo do consumo, é preciso consumir com qualidade. Para nós não basta às mulheres empreenderem mais negócios se eles forem precários, predadores do meio ambiente e se não forem saudáveis. Para nós não basta às mulheres ascenderem aos altos cargos das empresas públicas e privadas se nestas posições elas não se constituírem em líderes da sustentabilidade. Eis aqui um resumo das nossas proposições. A Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade quer desempenhar um papel relevante na agenda posta e nos desafios de implementação que se seguirão à Rio+ 20. Muitas propostas virão à mesa, além das nossas, alinhavadas neste documento. Somos uma entre muitas redes, um recorte entre muitos possíveis. Mas o Brasil, vivendo hoje um novo ciclo de desenvolvimento e dirigido pela primeira vez por uma mulher, é uma nação unida na diversidade em torno de um ideal: construir um presente cada vez mais digno e satisfatório, bem como solidariamente um futuro do qual possamos nos orgulhar. Fonte: Plataforma 20,

9 Plataforma 20 Após intensa participação na Rio+20, a Rede foi-se firmando como uma referência tanto em formulação quanto em articulação em uma agenda que busca estabelecer os elos entre as questões das mulheres no trabalho, em casa, no lazer e como cidadãs, com as questões da sustentabilidade. Levar a teoria à prática, traduzir as questões da sustentabilidade para o nosso cotidiano, influenciar comportamentos, realizar mudanças que podem ser vistas e medidas, eis a ambição da Rede. O lastro da Rede está na forte crença de que o desenvolvimento sustentável depende de todos os setores da sociedade e que o engajamento das mulheres é chave para dar celeridade aos processos que nos levarão a ele. Por isto, a Rede adota uma série de documentos de referência além da Plataforma 20, onde apresenta seu programa de ação: O Futuro que queremos Documento final da RIO + 20; O futuro que as mulheres querem Uma visão do desenvolvimento sustentável para todos Relatório da ONU Mulheres para a Rio+20; Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável adotada na Cúpula das Nações Unidas em setembro de A presidente de honra da Rede, ministra Izabella Teixeira, incansável em seu encorajamento a todas as mulheres que se uniram à Rede nestes três anos de atuação, reforça: A Rio+20 deve ser mais que o norte, a inspiração, deve ser compreendida como um legado de grande valor para as sociedades do presente e do futuro. Zelar pela efetividade e integridade deste legado é nosso dever e missão. 7

10 Como operamos A Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade opera com um Core Group de aproximadamente setenta integrantes, organizadas em um Conselho e comitês permanentes, e um grupo de cerca de 400 colaboradoras que contribuem para os grupos de trabalho, encontros, atividades e site. A adesão à Rede se dá por convite ou candidatura avaliada pelo Comitê de Ética formado pelas lideranças fundadoras. As mulheres participantes da Rede são executivas da gestão pública e privada, ativas em conselhos, ou representantes de instituições que reconhecidamente atuam na promoção da sustentabilidade. Contudo, a Rede está, também, aberta a interessadas que possam formular e assumir compromissos compatíveis com aqueles estabelecidos. Muitas empresas que têm programas de sustentabilidade e de promoção de mulheres a cargos de liderança estimulam suas executivas a participarem da Rede. No setor público, existe uma forte interação com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, mulheres parlamentares e representantes do Judiciário. A Rede é colaborativa, a adesão e o trabalho são voluntários. O caráter da Rede é inovador, pois não é governamental nem exclusivamente não governamental, sendo expressão de uma nova institucionalidade onde governo e sociedade atuam em uma agenda de interesse comum. Suas atividades têm sido realizadas com o apoio financeiro do Ministério do Meio Ambiente, de empresas e ONGs parceiras, e também pelo PNUMA Brasil. 8

11 Muitas mãos, uma ambição: trabalhar por um mundo melhor Além da Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a Rede é formada por uma estrutura simples, operando por meio da secretaria executiva e quatro comitês permanentes que, em conjunto, formam o conselho deliberativo. O conselho aprova o plano de atividades anual e as novas adesões à Rede. A presidente executiva e vice-presidentes representam a Rede e implementam as decisões do conselho com o apoio da secretaria executiva. Membros do Conselho e dos Comitês Permanentes da Rede de Mulheres Presidente de honra da Rede de Mulheres Ministra Izabella Teixeira Presidente executiva Samyra Crespo, Presidente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro Vice-presidentes Vania Somavilla, Diretora Executiva de RH, Saúde & Segurança, Sustentabilidade e Energia da Vale Andrea Alvares, Diretora Geral da PepsiCo Snacks para a América do Sul, Central e Caribe 9

12 Comitê de Ética e Governança Celina Carpi, Presidente do conselho do Instituto Ethos, membro do conselho de administração do Grupo Libra Consuelo Yoshida, Desembargadora Federal do Tribunal de Contas 3ª Região, São Paulo Iêda Novais, Sócia e Diretora Corporativa da KPMG Auditores Independentes Marise Barroso, Vice-presidente de Marketing da AVON Brasil Rosiska Darcy de Oliveira, escritora, membro da Academia Brasileira de Letras e presidente do Movimento Rio Como Vamos 10

13 Comitê de Comunicação e Relações Institucionais Claudia Lorenzo, Vice-presidente de Relações Corporativas da Coca-Cola Brasil Daniela de Fiori, Executiva Consultora em Assuntos Corporativos e Sustentabilidade Juliana Nunes, Vice-presidente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Brasilkirin Luciana Cezar Coelho, Sócia-fundadora da STS Gaea Capital e Assessoria e da STK Capital Maria Eugênia Saldanha, Presidente Executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (ABIPLA) 11

14 Comitê de Comunicação e Relações Institucionais Rosana Jatobá, jornalista, editora do portal Universo Jatobá Lucia Barros, Diretora de Redação da Marca Quem, Grupo Globo Christianne Urioste Canavero, Gerente Sênior de Comunicação para os Negócios da Dow America Latina Comitê de Formação e Atividades Daniela de Avilez Demôro, Diretora Jurídica e Corporativa da Michelin América do Sul Nicéa Freire, Representante da Fundação Ford no Brasil 12

15 Marianne Von Lachmann, Presidente do Sindicato das Agências Marítimas e Empresas Afins do Estado do Rio Janeiro (SindaRio) Maria Luiza de Oliveira Pinto e Paiva, Diretora de Sustentabilidade e Relações Corporativas da Fibria Thais Corral, Fundadora e Diretora da Redeh/Adapta Sertão Sonia Consiglio Favaretto, Diretora de Imprensa e Sustentabilidade da BM&FBOVESPA 13

16 Comitê de Relações Internacionais Denise Hamú, Representante do PNUMA no Brasil Adriana Moreira, Especialista Sênior em Meio Ambiente e Líder Global para a Biodiversidade do Banco Mundial Ana Toni, Diretora Executiva do Instituto Clima e Sociedade (ics) Marina Grossi, Presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS Raquel Breda, Diretora do Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis do Ministério do Meio Ambiente 14

17 Principais realizações A Rede realiza dois encontros anuais alternando Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, e se associa a outros eventos fora deste eixo para promover sua agenda em outros estados do Brasil. Os encontros promovidos pela Rede buscam discutir temaschave como a questão das cotas para mulheres em empresas públicas e privadas, o empreendedorismo protagonizado por mulheres, e pesquisas que analisam a nova classe média, com diferentes padrões de comportamento e de consumo. Também são temas dos encontros o apoio à políticas públicas como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que visa aumentar os índices de reciclagem e apoiar comunidades que vivem da separação do lixo e do reaproveitamento de materiais recicláveis. Nestes encontros, são também apresentados painéis de boas práticas e fortalecidas novas lideranças. A Rede realiza estudos e seminários que privilegiam o entendimento das possíveis ações afirmativas em prol da mulher e a identificação de questões que precisam ser melhor formuladas para atingir a população em geral, como é o caso da tradução para o contexto brasileiro do que se entende por estilos de vida sustentáveis (alimentação saudável, economia de energia e água, redução do uso do automóvel, opção por lazer de conteúdo significativo e anti-stress, participação em campanhas de reciclagem, etc.). A Rede também apoia cursos e atividades de formação para que os diferentes grupos e redes compreendam as interfaces entre os movimentos de mulheres e a agenda da sustentatibilidade. 15

18 8 Encontros Realizados Mulheres Rumo à Rio + 20: A Sustentabilidade no Feminino (Brasília, 2011) Mulheres e Consumo: Cenário atual e Tendências Futuras, (Rio de Janeiro, 2012) As Redes de Mulheres e o Legado da Rio + 20 (São Paulo,2012) Sustentar ideais os Desafios da Ação e da Comunicação em Rede, (Brasília, 2013) Organização do Tempo e os Desafios da Liderança para as Mulheres no Brasil (Rio de Janeiro, 2013) Atuação em Redes e o desafio da Governança (Brasília, 2014) Acordo do Clima- COP 21: Um Chamado para Ação O Que as Mulheres Têm a Ver com Isso (São Paulo, 2015) Um Chamado para Ação O Brasil e a INDC (Brasília, 2015). Mesas redondas, grupos de discussão e campanhas Além dos encontros e seminários, a Rede promove uma série de cafés da manhã com CEOs, homens e mulheres, grupos de discussão e mesas redondas, levando para as empresas e grupos interessados os temas de sua agenda. 16

19 Também se envolve em campanhas que visam o consumo responsável por meio da sensibilização de mulheres e consumidores em geral. Campanha Movimento Construindo o Futuro Conectando Ideias e Pessoas, da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas ABEVD e Ministério do Meio Ambiente, em apoio ao Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis - PPCS. Campanha Movimento Limpeza Consciente, da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins ABIPLA e Ministério do Meio Ambiente. Teste do Consumo Consciente, do Instituto Akatu e Ministério do Meio Ambiente. Referência e apoio Desde sua criação, a Rede tem sido referência para iniciativas que têm como base fortalecer a participação da mulher na agenda do desenvolvimento sustentável pós-rio+20, entre as quais: Comitê Interno de Gênero do Ministério do Meio Ambiente Comitê de Gênero do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rede de Mulheres pela Sustentabilidade da Argentina Fundación La Tierra Habla 17

20 Inicitivas da Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade Paris 2015 UN Climate Change Conference COP 21: um chamado para ação O processo de definição dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) e o Acordo do Clima foram os temas que dominaram a agenda dos principais protagonistas da sustentabilidade nacional e internacional no ano de O crescimento da percepção, por parte da opinião pública, de que as mudanças climáticas se tornaram o problema do século e a 18

21 demanda para que todos os países membros das Nações Unidas elaborassem seus Índices de Emissões de carbono Nacionais (INDCs), exerceram enorme influência no comportamento de governos, empresas e sociedade no Brasil, levando a Rede a decidir-se por uma agenda de trabalho que contribuísse e propusesse ações em ambos os temas. Por isso, desde dezembro de 2014, a Rede trabalha para a consolidação de duas propostas que nortearão seu trabalho nos próximos anos, a saber: Um milhão de painéis solares até 2030 Hoje o Brasil possui cerca de 700 sistemas fotovoltaicos em operação. Usado mais para aquecer água, o uso da energia solar ainda é limitado e pouco conhecido no país. Questões de tecnologia, tributação e crédito são barreiras que devem ser superadas. Um país tropical como o Brasil tem uma grande incidência solar o ano inteiro. O ambiente urbano, fortemente adensado por edificações variadas e quase sem oferta de terrenos e áreas baratas, oferece uma área em telhados facilmente adaptável aos sistemas solares. A Rede vem desenvolvendo, junto com empresas do setor de energia, universidades e ONGs, uma proposta de ampliar significativamente o uso da energia solar no Brasil, com a meta de atingir em 2030 um milhão de sistemas em uso. A iniciativa visa principalmente estimular escolas, edifícios públicos e empresas a adotarem este tipo de energia em micro-sistemas de co-geração (energia solar + energia elétrica fornecida por hidrelétricas). Parte desta iniciativa dedica-se a elaborar um programa de treinamento e capacitação de mulheres para instalar e fazer manutenção dos equipamentos, incluindo mais mulheres no mercado de trabalho e criando empregos técnicos mais qualificados para elas. 19

22 O uso do tempo no cotidiano das pessoas e nas cidades Um dos principais eixos de ação da Rede está na promoção de estilos de vida sustentáveis. O dia-a-dia nas grandes metrópoles tornou-se insustentável como modelo de consumo do tempo, seja do chamado tempo produtivo que passamos em nossos ambientes de trabalho, seja no tempo de deslocamento, em ônibus, metrôs e automóveis em engarrafamentos cada vez mais comuns, e mesmo no tempo de lazer, quando a televisão ganha protagonismo e os artefatos tecnológicos de conexão viram a maneira de se relacionar. Há também o tempo doméstico, quando as tarefas desigualmente desempenhadas por homens e mulheres nos cuidados com a família transformam as atividades do lar em um fardo sobre a mulher que trabalha e que é politicamente ativa. Rosiska Darcy, membro da Academia Brasileira de Letras e autora do livro Reengenharia do Tempo, inspirou um grupo de trabalho na Rede de Mulheres, que vem se dedicando a formular uma ecologia do tempo. A Ecologia do Tempo provoca a necessária discussão sobre os padrões de uso do tempo em nossa sociedade e como desonerar as mulheres de imposições que têm sua origem em uma sociedade desenhada para o protagonismo dos homens, em um tempo em que as mulheres eram confinadas ao espaço privado de suas casas e famílias. As mulheres saíram à rua, mas pouco modificaram o espaço-tempo em que passaram a atuar. A proposta da Rede é, em parceria com o PNUMA Brasil, realizar uma pesquisa de opinião para identificar agendas prioritárias e ações concretas a serem oferecidas à instituições, governos e movimentos dispostos a pensar novas institucionalidades e novos padrões de uso do tempo. Como diz Rosiska, 20 O tempo é um bem escasso, não renovável e o seu uso com qualidade e adequação pode trazer mais conforto e bem estar às pessoas. No entanto, hoje é tratado como abundante, desperdiçado e muitas vezes empregado em atividades aviltantes da dignidade do ser humano. As mulheres devem se insurgir contra isto. Mas não apenas formulando mais uma demanda, inspirando soluções, trazendo propostas concretas de como mudar a realidade que está aí.

23 Conheça mais sobre estas e outras propostas da Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade, acessando o site: Contate-nos: Samyra Crespo samyra.b@uol.com.br Iêda Novais inovais@novada.com.br Renata Bernardes renatacprbernardes@gmail.com Integrantes dos Grupos de Trabalho das iniciativas Um milhão de painéis Solares até 2030 e Ecologia do Tempo Adriana Ramos de Mello Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Ana Batista Chefe do Gabinete da Presidência do Jardim Botânico do Rio de Janeiro Andrea Tarnowski Fasanello Diretora-Presidente - CAS - Center for Applied Sustainability Aspasia Camargo Consultora da Fundação Getúlio Vargas Denise Lana Gerente Sênior de Sustentabilidade e Acesso à Energia da Schneider Electric América do Sul Eliana Tameirão Gerente Geral da Genzyme do Brasil Ltda Gabriela Yamaguchi Gerente de Comunicação para Consumo Consciente no Instituto Akatu Luciana Provenzano Diretora da TAO Educação e Sustentabilidade Franceli Jodas Sócia-diretora e Líder do Setor Elétrico da KPMG Jasmin Eymery Gerente de Desenvolvimento Sustentável da General Electric para a América Latina 21

24 Lucia Barros Diretora Editorial da Marca Quem Grupo Globo Simone Cotta Cardoso Gerente de Comunicação Corporativa na Avon Brasil Lucia Chayb Diretora da Revista ECO21 Maria Elisa Fudaba Curcio Pereira Diretora de Relações Governamentais da Avon Cosméticos Marienne Coutinho Paola Figueiredo KNOW KPMG Network of Women Paola Peterle Figueiredo Diretora do Grupo Sustentax Rachel Añón Sócia-fundadora e Diretora de Alianças da ponteaponte Empreendedorismo Socioambiental Founding partner and Director of Strategic Priscila de Souza Rodrigues Diretora Administrativa e Financeira do Instituto Azzi Rachel Biderman Diretora do WRI - World Resources Institute no Brasil Silvia Pereira Lucas Associada da Comatrix Gestão e Consultoria Tania Cosentino Presidente para a América do Sul da Schneider- Electric Tatiana Donato Trevisan Gerente de Sustentabilidade do Walmart Brasil Thais Lauand Gerente de Vendas da GE Energy Thereza Lobo Coordenadora Executiva do Movimento Rio Como Vamos Ana Toni Diretora Executiva do ics Instituto Clima e Sociedade Andrea Alvares Diretora Geral da Pepsico Snacks para a América do Sul, Central e Caribe Celina Carpi Presidente do conselho do Instituto Ethos e membro do conselho de administração do Grupo Libra Sheila Magri Diretora Administrativa da MACOB Communications Daniela de Avilez Demôro Diretora Jurídica e Corporativa da Michelin América do Sul 22

25 Christianne Urioste Canavero Gerente Senior de Comunicação para os Negócios da Dow America Latina Consuelo Yatsuda Moromizato Yoshida Desembargadora Federal dotribunal de Contas 3ª Região, São Paulo Denise Hamú Representante do PNUMA no Brasil Iêda Novais Sócia e Diretora Corporativa da KPMG Juliana Nunes Vice-presidente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Brasilkirin Rosiska Darcy de Oliveira Escritora, membro da Academia Brasileira de Letras e presidente do Movimento Rio Como Vamos Samyra Crespo Presidente Executiva do Jardim Botânico do Rio de Janeiro Thais Corral Fundadora e Diretora da Redeh/Adapta Sertão Vania Somavilla Diretora Executiva de RH, Saúde & Segurança, Sustentabilidade e Energia da Vale Maria Eugênia P. Saldanha Presidente Executiva da ABIPLA Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins Marianne Von Lachmann Presidente do SindaRio - Sindicato das Agencias Maritimas e Empresas Afins do Estado do RJ Marina Grossi Presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS Raquel Breda Diretora do Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis do Ministério do Meio Ambiente 23

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