A Formação Odontológica a partir do Novo Projeto Pedagógico da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia FOUFU
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO I FÓRUM INTERNACIONAL SOBRE PRÁTICA DOCENTE UNIVERSITÁRIA: Inclusão Social e Tecnologias de Informação e Comunicação A Formação Odontológica a partir do Novo Projeto Pedagógico da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia FOUFU SIMONE MARIA DE ÁVILA SILVA REIS UBERLÂNDIA 2011
2 DOCÊNCIA NA ODONTOLOGIA TEMPO DE MUDANÇAS Aprender a ser; Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a conviver DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS Formação de profissionais críticos e capazes de aprender a aprender, de trabalhar em equipe, de considerar a realidade social para prestarem uma atenção humanizada e de qualidade.
3 OBJETIVO Identificar eventuais sinais de mudanças na formação odontológica oferecida pela FOUFU na vigência do novo Projeto Pedagógico e das DCN para os cursos de Odontologia.
4 A REALIDADE DA EDUCAÇÃO ODONTOLÓGICA 1 O modelo de prática odontológica e seus reflexos sobre os perfis dos profissionais e da profissão 2 O ensino odontológico: ainda sob a influência do tecnicismo e do mecanicismo flexnerianos 3 O cirurgião-dentista e as propostas curriculares para sua formação PINTO; BOTAZZO; FEUERWERKER; PAULA e BEZERRA; MOYSÉS; SECCO e PEREIRA; LUCIETTO; BRUSTOLIN et al.. MENDES e MARCOS; FORMICOLA; GARRAFA; PESSOTI; VALENÇA; WEYNE; COSTA, MARCELINO e SALIBA; COTTA et al. (2007). CARVALHO; CAMPOS Jr.; FORESTI; ZANETTI; DCN-BRASIL (2002); FIGUEIREDO; MORITA e KRIEGER; MOLINOS; MATOS, PÉRET e LIMA, dentre outros.
5 DECISÕES METODOLÓGICAS 1 O CAMPO Documentos consultados Diretrizes Curriculares Nacionais para a Graduação em Odontologia ; Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Odontologia da FOUFU; Regimento Interno. 2 OS SUJEITOS 3 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTO PARA LEVANTAMENTO DOS DADOS Questionário semiestruturado Observação de aula Entrevista semiestruturada Protocolo registro CEP/UFU 274/09. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Nomes fictícios para os professores
6 Organização e análise dos dados A FORMAÇÃO DOS CIRURGIÕES- DENTISTAS EM TEMPO DE NOVAS DIRETRIZES A formação generalista A formação crítico-reflexiva A formação humanística A formação para o SUS
7 OS SUJEITOS SEXO GRADUAÇÃO IDADE TEMPO DE EXPERIÊNCIA NO MAGISTÉRIO TITULAÇÃO NO INGRESSO TITULAÇÃO ATUAL FUNÇÕES REGIME DE TRABALHO.
8 DISCUSSÃO E RESULTADOS A FORMAÇÃO DOS CIRURGIÕES-DENTISTAS EM TEMPO DE NOVAS DIRETRIZES 1 A formação generalista 2 A formação crítico-reflexiva 3 A formação humanística 4 A formação para o Sistema Único de Saúde
9 A FORMAÇÃO GENERALISTA A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE: A FALTA DE INTEGRAÇÃO ENTRE OS COMPONENTES CURRICULARES:
10 A FORMAÇÃO CRÍTICO-REFLEXIVA A INFLUÊNCIA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ODONTOLÓGICOS: A ELITIZAÇÃO:
11 A FORMAÇÃO HUMANÍSTICA O TECNICISMO: Gilson: Eu falo aqui pro pessoal que eles deviam formar para bocologia! Só fica ali dentro da boca. Nem Odontologia é! Só enxergam a boquinha. [...] esses dias eu ouvi uma que me deixou preocupado!!! Eu comentava com os meninos sobre a possibilidade de atender um paciente com hipnose, com acupuntura. E aí chega o cara e pergunta: mas, para quê? Para reduzir a quantidade de anestésico, o limiar de sensibilidade, para o paciente ficar mais tranquilo. E o aluno: professor, mas é só a gente usar mais anestésico. Em vez de dar dois tubetes, eu dou três ou quatro, e ele não tem dor do mesmo jeito! [Entrevista em 23/11/2010]. O DISTANCIAMENTO PROFISSIONAL-PACIENTE:
12 A FORMAÇÃO HUMANÍSTICA AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS DISCIPLINAS DO NÚCLEO DE FORMAÇÃO HUMANÍSTICA: 4855h 135h A FORMAÇÃO ÉTICA (PRINCIPIALISTA): Princípio metodológico
13 A FORMAÇÃO PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ANTERIORES PRECONCEITO CONTRA O SERVIÇO PÚBLICO ENVOLVIMENTO DE DOCENTES QUE NÃO TIVERAM ESSA FORMAÇÃO DIFICULDADES DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS
14 As propostas de mudanças ainda estão sendo colocadas em prática, pois o novo projeto pedagógico não foi totalmente implementado na Instituição. Já verificamos mais continuísmos do que inovações e transformações no perfil do egresso da FOUFU. E o professor tem uma grande parcela de responsabilidade nessa perpetuação de modelos ao não incorporar, efetivamente, as mudanças em sua prática docente.
15 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ainda que não pretendamos generalizar, temos observado docentes que buscam formar novos cirurgiões-dentistas à sua imagem e semelhança, desconsiderando as profundas mudanças ocorridas desde o momento em que muitos deles se tornaram profissionais, em um contexto completamente diferente do atual. Também parece precária a visão que muitos desses docentes têm do papel social da odontologia e da saúde bucal. Assim, sua prática de ensino se reflete no modelo ainda mercantilista e elitista da odontologia brasileira. Fazer com que essas pessoas passem a formar outras para o exercício de uma profissão diametralmente diferente é um trabalho, sem dúvida, de longo prazo, a ser conduzido de forma coletiva, entremeado de sucessivos debates e reflexões para os quais todo o corpo docente deve ser convidado a participar.
16 REFERÊNCIAS ABENO/ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO ODONTOLÓGICO. Reuniões e encontros: conclusões. In: REUNIÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO ODONTOLÓGICO, 38.; ENCONTRO NACIONAL DE DIRIGENTES DE FACULDADE DE ODONTOLOGIA, Tema oficial: Objetivos para o processo ensino-aprendizagem em odontologia. Santos. Jornal ABENO Notícias, p. 10, dez AMORIM, K. P. C.; ALVES, M. S. C. F.; GERMANO, R. M.; COSTA; I. C. C. A construção do saber em Odontologia: a produção científica de três periódicos brasileiros de 1990 a Interface Comunic., Saúde, Educ. Educ., v. 11, n. 21, p. 9 23, jan/abr ARAUJO, M. E. Palavras e silêncios na educação superior em odontologia. Ciência & Saúde Coletiva, v. 11, n. 1, p , BARATA, R. B. Desigualdades sociais e saúde. In: GASTÃO, W. S. C. et al. Tratado de saúde coletiva. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz; BARROS, A. J. D, BERTOLDI, A.D. Desigualdades na utilização e no acesso a serviços odontológicos: uma avaliação em nível nacional. Ciência & Saúde Coletiva, v. 7, n. 4, p , BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Odontologia. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 mar Seção 1, p. 10. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS. Relatório de Atividades Brasília: Editora MS p. Disponível em: < em: 06 de janeiro de CRISTINO, P. S. Clínicas Integradas antecipadas: limites e possibilidades. Revista da ABENO, v.5, n.1, p FREITAS, S. F. T. História Social da Cárie Dentária. Bauru: EDUSC LUCIETTO, D. A. Percepções dos docentes e reflexões sobre o processo de formação dos estudantes de odontologia. Dissertação (Mestrado). Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, MATOS, M. S. Análise do perfil dos alunos e da dimensão ético-humanística na formação de cirurgiões-dentistas em dois cursos de odontologia da Bahia. Tese (Doutorado). Salvador: UFBA MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 3. ed. São Paulo: Hucitec/Abrasco, MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil MORITA, M. C.; KRIGER, L. Mudanças nos cursos de odontologia e a interação com o SUS. Rev. ABENO, v.4, n.1, p Disponível em: c.pdf Acesso em: 27 de janeiro de MOYSÉS, S. J. A humanização da educação em Odontologia. Pro-Posições/UNICAMP, v.14, n.1, p Políticas de saúde e formação de recursos humanos em Odontologia. Revista da ABENO, v. 4, n.1, p OLIVEIRA, B. É tempo de refletir e agir para transformar a realidade atual da Odontologia nacional. APCD Jornal, n. 606, Outubro Disponível em: Acesso em: 03/02/2009. PESSOTTI, I. A formação humanista do médico. Medicina. Ribeirão Preto, n. 29, p SÓRIA, M. L.; BORDIN, R.; COSTA FILHO, L. C.. Remuneração dos serviços de saúde bucal: formas e impactos na assistência. Cad Saúde Pública, v.18, n.6, p TARRÍO, C. M. Especialista ou clínico geral? Profissionais falam sobre o seu trabalho e discutem as vantagens e desvantagens de ser clínico geral ou especialista. Revista da APCD, São Paulo, v. 49, n. 1, p. 8-17, jan./fev TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, VALENÇA, A. M. G. A educação em saúde na formação do cirurgião-dentista: da necessidade à prática participativa. Niterói: Editora UFF
17 MUITO OBRIGADA!
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