MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPÚBLICA EM SANTA MARIA/RS
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- Geraldo da Cunha Castelhano
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1 PRM-SMA-RS /2016 PORTARIA Nº 47, DE 10 DE JUNHO DE 2016 O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo Procurador signatário, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais, outorgadas especialmente pelos arts. 127 e 129 da Carta Magna e pelos arts. 5º e 6º da Lei Complementar nº 75/93; CONSIDERANDO que o Constituinte de 1988 erigiu o Ministério Público à condição de instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis; CONSIDERANDO que, no cumprimento de seu mister, tem o Parquet as funções de promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, e de zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Lei Fundamental; CONSIDERANDO que os recursos angariados com a aplicação de reprimendas substitutivas de prestação pecuniária junto ao Poder Judiciário ostentam natureza pública e, portanto, seu manejo e sua destinação devem pautar-se inarredavelmente pelos princípios maiores insculpidos no art. 37 da Carta Magna, com o acompanhamento e supervisão do Ministério Público, na forma preconizada pelo art. 4º, caput e parágrafo único, da Resolução do Conselho Nacional de Justiça CNJ nº 154/2012, e no art. 352, 5º, da Consolidação Normativa da Corregedoria Regional de Justiça Federal da 4ª Região (Provimento nº 17/2013); CONSIDERANDO que, preferencialmente, ditos recursos devem ser 1
2 destinados à entidade pública ou privada com finalidade social, previamente conveniada, ou para atividades de caráter essencial à segurança pública, educação e saúde, desde que estas atendam às áreas vitais de relevante cunho social; CONSIDERANDO que, nos moldes do art. 351, inc. V, da indigitada Consolidação Normativa, tais entidades devem instruir seus projetos de destinação com certificado de Registro de Entidades de Fins Filantrópicos ou Registro no Conselho Nacional de Assistência Social CNAS, entre outros documentos; CONSIDERANDO que a Corregedoria Regional de Justiça da 4ª Região firmou posicionamento no sentido da impossibilidade de flexibilização do critério insculpido no art. 351, inc. V, da Consolidação, vetando a substituição da certificação junto ao Conselho Nacional de Assistência Social CNAS por certidão de regularidade junto ao Conselho Municipal de Assistência Social CMAS (fl. 5/5v); CONSIDERANDO que a Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social CEBAS vem disciplinada pela Lei nº /2009, a autorizar sua concessão às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, contanto que preenchidos determinados requisitos taxativamente estabelecidos; CONSIDERANDO que, desde o advento da mencionada Lei nº /2009, que alterou disposições da Lei nº 8.742/93, a emissão, a análise e a renovação de CEBAS deixaram de ser incumbências do Conselho Nacional de Assistência Social CNAS, passando a serem partilhadas entre os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, conforme a área de atuação exclusiva ou preponderante da entidade requerente (saúde, educação ou assistência social, respectivamente); CONSIDERANDO que a própria Lei nº /2009 (com a redação que lhe foi dada pela Lei nº /2013) normatizou a transição das competências do 2
3 CNAS aos Ministérios, determinando a remessa imediata dos pedidos de concessão originária e de renovação já protocolados e pendentes de julgamento, com a fixação do prazo para a sua apreciação; CONSIDERANDO que também o Decreto nº 8.242/2014, regulamentador da Lei nº /2009, estabeleceu prazos a serem observados por esses Ministérios quanto aos pedidos que lhe forem diretamente submetidos, dentre os quais o prazo de até 6 (seis) meses para a análise dos requerimentos de concessão e/ou renovação protocolados por entidade com um única área de atuação (art. 4º, 1º) e o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, para a manifestação dos demais Ministérios interessados na hipótese de a entidade requerente atuar em mais de uma área temática (art. 13, 2º); CONSIDERANDO que aportou, nesta, Ofício remetido pelo MM. Juízo da 2ª Vara Federal de Santa Maria/RS, externando sua preocupação com os prejuízos advindos às entidades assistenciais dessa Subseção Judiciária, em virtude da exacerbada mora no processamento dos pedidos de concessão/renovação/análise de CEBAS pelos órgãos competentes, a inviabilizar o atendimento da exigência insculpida no art. 351, inc. V, da Consolidação Normativa da Corregedoria Regional de Justiça Federal da 4ª Região (Provimento nº 17/2013), o que deu azo à deflagração do expediente nº / (fls. 3/6); CONSIDERANDO que, instados a se pronunciarem, os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome foram uníssonos em reportar dificuldades para a observância dos prazos estatuídos na Lei nº /2009 e no Decreto nº 8.242/2014 (fls. 23/32), encaminhando, ainda por solicitação parquesiana, a relação de entidades sediadas nos Municípios da Subseção Judiciária de Santa Maria/RS (a) com certificação vigente, (b) com certificação vencida, (c) com processos pendentes de análise técnica, (d) com processos em fase de diligência e (e) com processos encaminhados a outro Órgão, em razão da competência para julgamento (fls. 42/70 e 73/74v); 3
4 CONSIDERANDO que, após exame minucioso dos dados amealhados junto aos Ministérios, constatou-se a necessidade de complementação dos esclarecimentos já prestados quanto a algumas entidades compendiadas nas Tabelas I, II e III, anexas à presente Portaria; CONSIDERANDO que, no entanto, expirou o prazo para tramitação do expediente nº / , na forma do art. 4º, 1º, da Resolução do Conselho Superior do Ministério Público Federal CSMPF nº 87/2010, e do art. 2º, 6º, da Resolução do Conselho Nacional do Ministério Público CNMP nº 23/2007; RESOLVE instaurar Inquérito Civil IC, com arrimo no art. 4º, 4º, da Resolução CSMPF nº 87/2010 e no art. 2º, 7º, da Resolução CNMP nº 23/2007, vinculado à 1ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal 1ª CCR/MPF, adequando-se o seu objeto para que passe a constar averiguar a notícia de excessiva delonga no processamento dos pedidos de concessão/renovação/análise de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social CEBAS pelos órgãos competentes, com prejuízo às instituições assistenciais sediadas na Subseção Judiciária de Santa Maria/RS. Para tanto, deverão ser providenciados: (1) o registro e a autuação da presente Portaria; (2) a remessa de cópia da Portaria à 1ª CCR/MPF, por meio eletrônico, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 6º da Resolução CSMPF nº 87/2006, solicitando-se-lhe a sua publicação, de acordo com o art. 4º, inc. VI, da Resolução CNMP nº 23/2007 e o art. 16, 1º, inc. I, da Resolução CSMPF nº 87/2006; (3) a publicação de cópia da Portaria no sítio eletrônico da no Rio Grande do Sul PRRS, nos termos do art. 9º, 9º, da Resolução CSMPF nº 87/2006; 4
5 (4) a fixação da Portaria, pelo prazo de 15 (quinze) dias, no quadro de avisos da recepção desta Unidade Ministerial no Município de Santa Maria/RS, atendendo ao disposto no art. 4º, inc. VI, e no art. 7º, 2º, incs. I e II, da Resolução CNMP nº 23/2007. (5) ainda, dando-se prosseguimento às perscrutações: (5.1) a juntada das Tabelas I, II e III, a compilarem dados atinentes às solicitações de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social CEBAS por entidades sediadas na Subseção Judiciária de Santa Maria/RS, filtrados a partir das informações prestadas pelo Ministério da Educação, Ministério da Saúde e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; (5.2) a expedição de ofício à Coordenação-Geral de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social do Ministério da Educação, com cópia da Tabela I, requisitando-se-lhe que, no prazo de 20 (vinte) dias úteis, a contar do recebimento da missiva: (5.2.1) indique, à luz dos diversos marcos regulatórios que se sucederam à Lei nº /2009, quais são os prazos legais e regulamentares que atualmente devem ser observados por esse Órgão para o processamento dos pedidos de (a) concessão originária, (b) renovação, (c) análise de pendências e (d) recursos em matéria de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social CEBAS, distinguindo na resposta, se diversos forem os prazos, as hipóteses em que a instituição requerente atua em mais de uma área (quando há a necessidade de pronunciamento de outro Ministério) daquelas hipóteses em que atua exclusivamente em uma área, bem como as hipóteses em que os requerimentos foram herdados sem apreciação do Conselho Nacional de Assistência Social CNAS daquelas hipóteses em que os requerimentos foram protocolados diretamente nesse Ministério; (5.2.2) informe pormenorizadamente a situação dos Processos de Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social CEBAS relacionados na Tabela 5
6 I, em anexo: (a) quanto às entidades listadas nos itens 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8 e 9: (a.1) desde quando os pedidos estão aguardando análise; (a.2) se esta análise depende exclusivamente desse Ministério; (a.3) se existem pendências documentais a serem supridas pela entidade requerente; (a.4) se o lapso temporal indicado no item a.1 atende ao estabelecido na legislação de regência da CEBAS; (a.5) se há uma previsão para a ultimação dessas análises; (a.6) qual a próxima etapa do processo; (b) quanto à entidade listada no item 3: (b.1) se sua análise foi concluída pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS; (b.2) em caso positivo, qual o parecer e em que etapa encontra-se sua certificação; (b.3) em caso negativo, quais providências foram tomadas, se este lapso temporal atende ao estabelecido na legislação de regência da CEBAS, se há uma previsão para a ultimação dessa análise e qual a próxima etapa do processo; (5.3) a expedição de ofício ao Departamento de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social em Saúde, do Ministério da Saúde, com cópia da Tabela II, requisitando-se-lhe que, no prazo de 20 (vinte) dias úteis, a contar do recebimento da missiva: (5.3.1) indique, à luz dos diversos marcos regulatórios que se sucederam à Lei nº /2009, quais são os prazos legais e regulamentares que atualmente devem ser observados por esse Órgão para o processamento dos pedidos de (a) concessão originária, (b) renovação, (c) análise de pendências e (d) recursos em matéria de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social CEBAS, distinguindo na resposta, se diversos forem os prazos, as hipóteses em que a instituição requerente atua em mais de uma área (quando há a necessidade de pronunciamento de outro Ministério) 6
7 daquelas hipóteses em que atua exclusivamente em uma área, bem como as hipóteses em que os requerimentos foram herdados sem apreciação do Conselho Nacional de Assistência Social CNAS daquelas hipóteses em que os requerimentos foram protocolados diretamente nesse Ministério; (5.3.2) informe pormenorizadamente a situação dos Processos de Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social CEBAS relacionados na Tabela II, em anexo: (a) quanto às entidades listadas nos itens 2 e 5: (a.1) se a pendência referida depende de uma movimentação do requerente ou de outro órgão; (a.2) se porventura a pendência indicada já restou sanada; (b) quanto às entidades listadas nos itens 1, 3, 6 e 7: (b.1) desde quando os pedidos estão aguardando análise/reanálise; (b.2) se esta análise/reanálise depende exclusivamente desse Ministério; (b.3) o que motivou a reanálise nos itens 1, 6 e 7; (b.4) se o lapso temporal indicado no item b.1 atende ao estabelecido na legislação de regência da CEBAS; (b.5) se há uma previsão para a ultimação dessas análises/reanálises; (b.6) qual a próxima etapa do processo; (c) quanto à entidade listada no item 4: (c.1) se já houve a devolução do processo pelo Ministério da Educação MEC e pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS; (c.2) em caso positivo, qual o parecer e em que etapa encontra-se sua certificação; (c.3) em caso negativo, quais providências foram tomadas, se o lapso temporal para essa análise atende ao estabelecido na legislação de regência da CEBAS, se há uma previsão para a sua ultimação e qual a próxima etapa do processo; (d) quanto à entidade listada no item 8: (d.1) em que fase se 7
8 encontra a obtenção da sua certificação; (d.2) qual a próxima etapa do processo; (d.3) se as etapas para a renovação da certificação estão obedecendo os prazos estabelecido na legislação de regência; (e) quanto à entidade listada no item 9: (e.1) se já foi dada a aprovação por parte do(a) Coordenador(a); (e.2) desde quando estava no aguardo desta aprovação; (e.3) se o lapso temporal indicado no item e.2 atende ao estabelecido na legislação de regência da CEBAS; (e.4) qual a próxima etapa do processo; (5.4) a expedição de ofício ao Departamento da Rede Socioassistencial Privada do Sistema Único de Assistência Social, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com cópia da Tabela III, requisitando-se-lhe que, no prazo de 20 (vinte) dias úteis, a contar do recebimento da missiva: (5.4.1) indique, à luz dos diversos marcos regulatórios que se sucederam à Lei nº /2009, quais são os prazos legais e regulamentares que atualmente devem ser observados por esse Órgão para o processamento dos pedidos de (a) concessão originária, (b) renovação, (c) análise de pendências e (d) recursos em matéria de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social CEBAS, distinguindo na resposta, se diversos forem os prazos, as hipóteses em que a instituição requerente atua em mais de uma área (quando há a necessidade de pronunciamento de outro Ministério) daquelas hipóteses em que atua exclusivamente em uma área, bem como as hipóteses em que os requerimentos foram herdados sem apreciação do Conselho Nacional de Assistência Social CNAS daquelas hipóteses em que os requerimentos foram protocolados diretamente nesse Ministério; (5.4.2) informe pormenorizadamente a situação dos Processos de Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social CEBAS relacionados na Tabela III, em anexo: (a) quanto às entidades listadas no item 2, 3 e 11: (a.1) desde 8
9 quando os pedidos estão aguardando análise; (a.2) se esta análise depende exclusivamente desse Ministério; (a.3) se existem pendências documentais a serem supridas pela entidade requerente; (a.4) se o lapso temporal indicado no item a.1 atende ao estabelecido na legislação de regência da CEBAS; (a.5) se há uma previsão para a ultimação dessas análises; (a.6) qual a próxima etapa do processo; (b) quanto às entidades listadas nos itens 1, 4, 5, 7, 10 e 12: (b.1) qual a atual situação das respectivas Certificações, haja vista que, embora reputadas vigentes por esse Órgão em 8/3/2016, já haviam tido/tiveram seu prazo expirado (em 21/3/2015, 3/7/2015, 14/10/2015, 31/12/2014, 27/4/2015 e 4/5/2016); (b.2) se foi protocolado requerimento de renovação tempestivamente; (b.3) em caso positivo, se esse requerimento já foi analisado por esse Ministério, se a análise encontra-se dentro do prazo estabelecido na legislação de regência da CEBAS, se há prazo para conclusão da análise e se há previsão para a sua ultimação; (c) quanto às entidades listadas nos item 6, 14 e 15: (c.1) se sua análise foi concluída pelo Ministério da Educação MEC e/ou pelo Ministério da Saúde MS; (c.2) em caso positivo, qual o parecer e em que etapa encontra-se sua certificação; (c.3) em caso negativo, quais providências foram tomadas, se este lapso temporal atende ao estabelecido na legislação de regência da CEBAS, se há uma previsão para a ultimação dessa análise e qual a próxima etapa do processo; (d) quanto às entidades listadas nos itens 8 e 9: (d.1) qual a atual situação das respectivas Certificações; (d.2) para onde foram encaminhados e desde quando; (d.3) qual a próxima etapa do processo; 9
10 (e) quanto à entidade listada no item 13: (e.1) qual a atual situação da sua Certificação; (e.2) se o prazo recursal já encerrou; (e.3) se foi apresentado recurso; (e.4) em caso positivo, quais as próximas etapas e os setores responsáveis e se já foi julgado o recurso; (e.5) em caso negativo, qual foi a decisão final (deferimento/indeferimento); (5.5) a expedição de ofício ao insigne Juízo da 2ª Vara Federal de Santa Maria/RS, remetendo-se-lhe cópia da presente Portaria de Instauração e das Tabelas I, II e III, que a acompanham, para ciência. Santa Maria/RS, 10 de junho de BRUNA PFAFFENZELLER Procuradora 10
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