Sr. Presidente, Senhoras e Senhores Deputados: Ocupo a tribuna nessa tarde, para trazer a grande

Transcrição

1 Sr. Presidente, Senhoras e Senhores Deputados: Ocupo a tribuna nessa tarde, para trazer a grande preocupação que tem assolado os Estados produtores de grãos, especialmente o meu Estado, o Mato Grosso. A partir de um movimento deflagrado pelo município de Ipiranga do Norte, chamado o grito do Ipiranga, numa alusão histórica ao grito, que inicialmente teve a adesão de todos os municípios produtores do norte de Mato Grosso, expandiu-se para todo o Estado ampliando o protesto e a paralisação dos agricultores bloqueando a passagem da soja colhida, os agricultores já bloqueiam estradas de oito Estados Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás, Paraná, Tocantins, Rondônia e São Paulo. Os agricultores estão bloqueando as passagens de caminhões carregados com grãos, combustíveis e insumos agrícolas.

2 Esta paralisação já está afetando as indústrias processadoras de grãos que até semana passada trabalharam com seu estoque, mas que a partir dessa semana começam a paralisar em função da falta de grãos. Em Mato Grosso o abastecimento de grãos é crítico. Vários armazéns de soja e fábricas de processamentos estão parados. Os riscos dessa crise econômica são evidentes, e não atinge apenas o campo isso esta claro nas manifestações que têm acontecido. Prefeituras de Mato Grosso, em torno de 95% decretaram ponto facultativo, Câmara de Vereadores, CDL s, Associações Comerciais, Sindicatos entre outras entidades também estão apoiando o protesto considerando que a crise na agricultura afetou diretamente a economia de centenas de municípios matogrossenses, pois a crise na agricultura derrubou a arrecadação de ICMS.

3 Crise esta senhores Deputados que já extrapolou os limites de meu Estado, e que têm se tornado cada vez mais evidente, tendo em vista a adesão significativa dos Estados produtores que padecem do mesmo problema. E a notícia vêm de que as grandes fábricas de tratores do paraná, como a New Holland e a Case, e a John Deer no Rio Grande do Sul, vão parar de produzir nesta semana junto pararão as fábricas de implemento agrícolas, os fertilizastes, os químicos e outros componentes da cadeia produtiva da agricultura, e em seguida as de caminhões. Os riscos econômicos são eminentes e graves, porque uma vez que se desestrutura a produção econômica em cascata, lá na frente tudo acaba em desemprego. Mais uma vez, os produtores, sua representação formal e a classe política vai estar reunida com o Sr. Ministro da Agricultura em uma audiência na tarde de hoje, e por mais que se sabe da boa vontade do Ministro Sr. Roberto Rodrigues.

4 Acredito que esta reunião esta fadada a apenas mais uma reunião. tendo em vista que a reivindicação dos produtores extrapola a competência do Sr. Ministro. Na verdade para que o Ministro da Agricultura possa atender a classe produtora será necessário que a equipe econômica de um rumo a política agrícola brasileira. Produzir grãos em Mato Grosso está inviável com o aumento dos custos de produção, queda na produtividade e e problemas com a ferrugem, que têm causado aumento em mais de 50% do custo de produção. Entre os principais responsáveis pelo aumento significativo dos custos de produção estão os fertilizastes, o óleo diesel, o frete e o aparecimento da ferrugem asiática. Levando tudo isso em conta e querendo registrar a pauta de reivindicações do chamado Movimento Grito do Ipiranga que contém 13 tópicos. O primeiro deles é a solicitação de um pacto de 180 dias com todos os credores do setor privado ou bancário. Outras reivindicações são o

5 refinanciamento de todas as dívidas oriundas de financiamentos que vençam até 31 de dezembro deste ano e a criação de condições para que esta negociação possa acontecer. Os produtores querem ainda a desoneração do óleo diesel, a garantia de preços mínimos, criação de um câmbio para exportação e fortalecimento da agricultura familiar. Estas são as reivindicações consideradas para aplicação imediata. Outras são para curto prazo!. Dentre estas, estão itens como a implementação do seguro rural, liberação de recursos para as Brs onde ocorre o escoamento da produção, garantia de recursos para o crédito rural, conservação de estradas federais e estaduais e declaração da ferrugem asiática e cigarrinhas das pastagens como epidemia nacional. Os produtores reivindicam maior agilidade no registro de genéricos e novos produtos, bem como a dispensa dos testes já realizados em produtos equivalentes anteriormente

6 registrados. Eles pretendem também a autorização para a pavimentação de uma rodovia dentro da Reserva Indígena do Paresi. A pauta divulgada contém apenas as reivindicações para o governo federal. Deve ser feita ainda uma pauta específica em relação ao governo do estado. Isto posto Sr. Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, quero me solidarizar com a luta dessa importante classe produtora do meu Estado, que muito tem contribuido para o crescimento não só de Mato Grosso como do nosso País. Precisamos encontrar uma solução urgente, atender a reivindicação que traz essa pauta e importantíssimo pois os brasileiros e brasileiras que acreditaram no potencial de produção de nosso Estado precisam ter uma resposta a essa crise que têm trazido a incerteza, a insegurança e a desesperança para milhões de brasileiros. Muito Obrigada.