APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE LIDERANÇA SITUACIONAL NO ENSINO SUPERIOR. Pedro de Abreu Pereira da Costa¹, Jorge Luiz Knupp Rodrigues²
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- Raphael Camilo Dinis
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1 APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE LIDERANÇA SITUACIONAL NO ENSINO SUPERIOR Pedro de Abreu Pereira da Costa¹, Jorge Luiz Knupp Rodrigues² 1 Aluno do Programa de Pós Graduação - MBA em Gerência de Projetos - Universidade de Taubaté Rua Visconde do Rio Branco, 210 Centro Taubaté - SP - Brasil papcw4@yahoo.com.br 2 Professor Doutor Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Gestão e Desenvolvimento Regional da Universidade de Taubaté, Rua Expedicionário Ernesto Pereira, 225, Portão 2, CEP , Taubaté, SP, Brasil, jorgeknupp@gmail.com Resumo- A demanda da sociedade por conhecimento passa pela exigência da qualidade do ensino e exigir leva a sociedade exigir que o professor desempenhe um papel de líder e que este, de fato, motive o grupo de alunos a alcançar resultados satisfatórios lançando mão não somente de um processo autocrático, mas de um processo participativo e motivador. O professor, neste novo processo deverá alternar os estilos de liderança em sala de aula, de acordo com as condições encontradas, lança mão de uma liderança situacional. A partir deste contexto buscamos neste trabalho estudar os principais modelos de liderança, incluindo a situacional, afim de obtermos um entendimento geral dos modelos existentes. Neste trabalho discute-se como a liderança situacional poderia ser aplicada nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação afim de obter um melhor resultado, de acordo com as necessidades atuais da sociedade. Palavras-chave: Liderança Situacional; Didática; Ensino Superior Área do Conhecimento: Ciências Humanas Introdução Mais do que nunca as organizações enxergam que a Liderança é um dos fatores chaves para atingir seus resultados de forma eficiente e eficaz. Isto significa não só gerenciar, mas conduzir e motivar pessoas e equipes de trabalho. Porém o modelo de liderança não é estático, é na verdade dinâmico e complexo, envolve múltiplas dimensões técnicas e psicológicas. Além disto os modelos de liderança evoluem em conjunto com mudanças socioeconômicas e das necessidades das organizações e as demandas da sociedade. Quando falamos de liderança nas empresas logo nos lembramos da imagem de um diretor ou gerente eficiente nos planejamentos e da definição das tarefas mas, que também sabe criar um ambiente ou situações que fazem com que o time se sinta motivado a segui-lo e ajuda-lo a atingir os objetivos traçados para a empresa. Temos também a liderança autoritária e estrutura dentro de regimes autocráticos, como por exemplo a liderança dentro das forças armadas. A procura por pessoas que tenham a capacidade necessária para liderar eficazmente é algo continuo. Essa falta de liderança eficaz não se restringe às empresas, mas ocorre igualmente no governo, na educação, nas fundações, nas igrejas e em todas as outras formas de organização (HERSEY; BLANCHARD ). Mas, quando olhamos para as instituições de ensino, mas especificamente o ensino superior brasileiro tem mais dificuldade de enxergamos claramente o papel da liderança desempenhado pelo corpo docente. O professor tem de lidar com diferentes situações e ambientes nas salas de aulas todos os dias, e cada situação e ambiente exigirá uma abordagem de liderança diferente ou seja, ou abordagem de liderança que varie de acordo com a situação encontrada. Este trabalho acadêmico tem objetivo de estudar, de uma forma geral, como a liderança situacional pode ser aplicada pelos professores para ajudá-los na condução das salas de aula, buscando meios de estimular diferentes grupos de pessoas com interesses e níveis de maturidade diferentes a atingir resultados similares (o aprendizado e desenvolvimento acadêmicoescolar). Metodologia Para a elaboração desse artigo foi realizado um levantamento bibliográfico que segundo Gil (2002), é desenvolvido com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Além disso, a pesquisa bibliográfica apresenta a vantagem ao pesquisador de obter a cobertura de uma gama de fenômenos mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Podemos também 1
2 classificá-lo como uma pesquisa explicativa que, segundo Gil (2002, apud Miranda e outros 2007), é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Quanto aos objetivos é uma pesquisa do tipo, exploratória, assumindo a forma de um levantamento. Segundo Gil (2002), pesquisas exploratórias visam obter uma familiaridade maior com o problema, de modo a torná-lo mais claro ou então, construir hipóteses que objetivam o aperfeiçoamento de idéias ou descobrimento de intuições. Liderança Ortiz (2003) nos fala que liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, influenciando-as a obterem motivação a participar e contribuir para alcança os objetivos estabelecidos para um grupo ou uma organização. Independe das teorias, existe um consenso de que o líder tem o papel de criar um ambiente motivador para as pessoas e para as equipes, para que estas se superem e alcancem resultados de forma sustentada e contínua. Como afirmam Robbins e Coulter (1998, p. 360), os líderes podem influenciar outras pessoas para que elas façam coisas além do que normalmente é exigido pela autoridade formal. Já o administrador tem também o papel de fazer o time atingir objetivos e resultados porém, utiliza de meios organizacionais para fazê-lo como hierarquia, processos e procedimentos internos. A atividade de liderar não esta restrita somente à condução de grupos. Teixeira (2012) afirma que em toda situação em que alguém procura influenciar o comportamento de outro indivíduo ou grupo, há liderança. Na vida, em algum momento, todos tentam exercer liderança, quer seja nas suas atividades profissionais em empresas, em uma instituição educacional, a um hospital, em uma organização política ou no meio familiar. Podemos deduzir que o papel de liderança se desenvolve dependendo da situação na qual o individuo esta inserida, de acordo com as suas habilidades técnicas e de relacionamento e, também, de acordo com a imagem a pessoa ou grupo de pessoas possui a respeito do líder. Evolução do modelo de liderança Existem diferentes teorias sobre estilos de liderança que variam de acordo com a vertente acadêmica ao qual esta ligada. As teorias também evoluíram se alteraram ao longo do tempo, acompanhando as mudanças socioeconômicas ocorrida nos países e no mundo nos últimos 100 anos. Administração Cientifica A evolução das pesquisas sobre liderança dentro da administração iniciou sobre o alicerce do pensamento Tayolorista dos primeiros anos do século XX. Frederick Winslow Taylor tinha como base para sua administração científica o pensamento tecnológico e sistêmico. Nesta linha de raciocínio a única forma de melhorar os resultados (neste caso a produção) era melhorar continua e exaustivamente os métodos utilizados pelos trabalhadores. Com base nesta linha de pensamento a teoria da administração científica ou clássica definiu a função do líder como a de estabelecer e fazer cumprir critérios de desempenho para atender aos objetivos da organização. O líder concentrava-se nas necessidades da organização, e não nas pessoas, objetivando somente os resultados e considerando os recursos humanos envolvidos no processo como meras partes do mecanismo geral. Este era um modelo apartado das emoções humanas, frio, calculista e mecanicista. Este modelo também era marcado pelo papel autocrático e totalitarista do líder. Relações Humanas O movimento das relações humanas foi promovido, principalmente por Elton Mayo e seus colaboradores (TEIXEIRA, 2012). Este novo modelo trouxe a tona o fator humano, colocando em pauta que toda a organização é baseada em pessoas e sendo assim só poderá melhorar seu desempenho se as pessoas se tornarem parte da organização de forma participativa e não somente como uma peça de um mecanismo. Nesta perspectiva os verdadeiros centros de poder dentro de uma organização eram as relações interpessoais que se desenvolvem dentro da unidade de trabalho. Teixeira (2012) resume este pensamento dizendo que A organização deveria ser desenvolvida em torno dos trabalhadores, levando em consideração os sentimentos e atitudes humanos. O papel do Líder foi alterado pelo modelo que considera as relações humanas um dos fatores fundamental para o sucesso das organizações. Assim a função do líder deixa de ser somente fazer cumprir critérios de desempenho para atender aos objetivos. Agora o líder tem a função de facilitar a consecução cooperativa dos objetivos entre os liderados, auxiliando o desenvolvimento e crescimento pessoal da equipe. Os processos, os 2
3 métodos de controle e gerenciamento passam a ser secundários no processo de liderança. O enfoque principal são as pessoas e suas relações intrapessoais, interpessoais e intergrupais. Teorias sobre a liderança Chiavenato (2001) constatou a influencia da liderança sobre o comportamento das pessoas, onde esta variava de acordo com as características do grupo em que esta inserido. Ele resumi em três as principais teorias sobre a liderança, que são Traços da personalidade ou Traço/Característica; Estilos de liderança; Situações de liderança (teoria Contingencial). Traços da personalidade ou Traço/Característica Esta teoria foca no estudo das características da personalidade dos líderes, buscando encontrar os aspectos comuns que relacionem a liderança com qualquer situação. Esta abordagem considera a capacidade de liderança como uma característica inata ao líder, algo próprio do ser (Carvalho, 2010, p.20 apud Weinberg, 1995). Maximiano (1997) também corrobora a questão de que a teorias de traços de personalidade baseiam-se na premissa de que os líderes possuem certas características intelectuais, emocionais e mesmo física inaptas. Esta teoria logo perdeu força, uma vez que era muito difícil definir quais traços realmente definiam um líder e quais o excluíam deste papel. Os estudos não conseguiram realmente definir um pressuposto sobre traços que realmente definissem um líder. Teixeira (2012) nos fala sobre que as conclusões Eugene E. Jennings obteve após analisar estudos realizados por mais de 50 anos, onde não conseguiram apresentar nenhum traço de personalidade ou conjunto de qualidades que possa ser usado para distinguir de fato os líderes dos não-líderes. Ainda segundo Teixeira (2012), os estudos empíricos mostram que a abordagem situacional ou comportamental e a autocrática-democrática tem de fato apresentado resultados reais que podem ser repetidos e comprovados em situações diversas. Estilos de liderança: Autocrático, Democrático e Liberal Na Liderança autocrática o líder é focado nas tarefas. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados. O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, de modo imprevisível para o grupo. Além da tarefa que cada um deve executar, o líder determina ainda qual o seu companheiro de trabalho. O líder é dominador e pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro. Este tipo de liderança também é chamado de liderança autoritária ou diretiva. Podemos dizer que equipes menos madura ou com menor grau de instrução sujeitam-se melhor a este estilo de liderança. A Liderança democrática é também chamada de liderança participativa ou consultiva. Neste tipo de liderança existe a participação direta dos liderados no processo decisório. As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, onde o líder estimula e guia o grupo neste processo. Desta forma o grupo é capaz de identificar as providências para atingir o alvo sempre de forma participativa entre os membros do grupo e com a orientação do líder, o debate e o embate de ideias é constante neste modelo. A Liderança liberal ou Laissez faire. Laissezfaire é a contração da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller, laissez passer, significa "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". Neste tipo de liderança as pessoas e os grupos tem liberdade na execução dos seus projetos e atividades. Este é um indicativo que a equipe possui um grau de maturidade mais elevado, é uma equipe madura, auto dirigida e que não necessita de supervisão constante. Por outro lado, a Liderança liberal também pode ser indício de uma liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros sem corrigi-los. É preciso cuidado neste modelo de liderança, pois se o grau de maturidade da equipe for superestimado o resultado poderá ser catastrófico. Situações de liderança: Teoria Contingencial Na teoria contingencial encontramos a teoria da Liderança Situacional que difere por completo da teoria da traço/característica. A teoria traço/característica se baseia na premissa de que os líderes possuem certas características intelectuais, emocionais e mesmo física inaptas. Seria isto que definiria o líder e o não líder. A teoria da Liderança Situacional diz que o líder pode assumir diferentes estilos de liderança de acordo com a situação e para cada um dos membros da sua equipe, ele adapta seu estilo de liderança de acordo com a situação. Hersey e Blanchard (1986) dizem que não existe um único modo melhor de influenciar as pessoas. O estilo de liderança que uma pessoa deve adotar com indivíduos ou grupos depende do nível de maturidade das pessoas que o líder deseja influenciar [...]. Partindo deste ponto fica evidente o líder precisa ser, antes de mais nada ter capacidade de analisar a situação e 3
4 diagnosticar os comportamentos, grau de maturidade, interesses e necessidades das pessoas e grupos que irá liderar e entender em que ambiente eles estão inseridos. O líder deverá escolher como exercer a sua liderança, como abordar os assuntos, como definir tarefas e para quem poderá delegar funções, mas para isto o líder precisa ter flexibilidade e ser adaptativo. Se as necessidades e motivos dos seus subordinados forem diferentes, devem ser tratadas de modo diferente. Maturidade é a capacidade e a disposição que as pessoas tem de assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento (Hersey; Blanchard, Cabe ao líder adaptar seu comportamento de acordo com o nível de maturidade dos liderados em relação a uma determinada tarefa, avaliando tratar cada um dos membros de sua equipe, este é um comportamento que demonstra eficácia na liderança. Para Hersey e Blanchard (1986), a maturidade das pessoas pode ser dividida em quatro níveis: baixo, baixo a moderado, moderado a alto e alto. Para cada nível de maturidade existe um estilo de liderança apropriado, em que a dosagem de comportamento de tarefa (direção) e de comportamento de relacionamento (apoio) deve ser adequada. Os estilos são: Determinar: adequado para pessoas com baixo nível de maturidade, que não têm nem capacidade nem vontade de assumir a responsabilidade de fazer determinada tarefa. Esse estilo implica alto nível de comportamento diretivo do líder, orientado para a tarefa e com pouca ênfase no relacionamento; Persuadir: adequado para pessoas com maturidade entre baixa a moderada, que sentem disposição para assumir responsabilidades, mas ainda não possuem as habilidades necessárias. Esse estilo envolve alto nível de comportamentos orientados tanto para a tarefa quanto para o relacionamento, ou seja, o líder precisa ser simultaneamente diretivo e oferecer apoio emocional; Compartilhar: adequado para pessoas com maturidade entre moderada e alta, que têm capacidade, mas que não estão dispostas, por insegurança ou desmotivação, a fazer o que o líder quer. Esse estilo compreende forte orientação para o relacionamento, com pouca ênfase na tarefa, ou seja, o líder assume um estilo de apoio e não diretivo. Delegar: apropriado para pessoas com maturidade alta, que têm capacidade e disposição para assumir responsabilidades. Esse estilo requer do líder pouca atenção tanto à tarefa quanto ao relacionamento. A Figura-1 representa a variação dos quatro estilos de liderança de acordo com o grau de maturidade da pessoa ou grupo de liderados. Figura-1: Modelo de Liderança Situacional. Fonte: Hersey e Blanchard (1986, p.189). Complementar ao estilo de liderança existe os tipos de comportamentos que o líder deve apresentar em determinas situações ou condições. São estes o Comportamento Diretivo e o Comportamento de Apoio. Comportamento Diretivo: Estabelece objetivos. Torna claras as atribuições de cada um no cumprimento da tarefa. Planeja com antecedência o trabalho a ser realizado pelo subordinado. Organiza os recursos necessários Comunica as prioridades do serviço Estabelece prazos para trabalhos futuros. Determina os métodos de avaliação de desempenho do subordinado. Mostra e diz ao subordinado como fazer a tarefa específica. Verifica se o trabalho é executado corretamente e dentro do prazo. 4
5 Comportamento de Apoio Pede sugestões ou informações para execução das tarefas. Cria condições que facilitem ao subordinado resolver problemas e cumprir tarefas. Escuta os problemas do subordinado (ligados ou não ao trabalho). Estimula ou reitera a confiança no subordinado assegurando-lhe que pode fazer o trabalho. Informa sobre o funcionamento da empresa como um todo. Dá informações sobre si mesmo (relacionadas ou não ao trabalho). Elogia o subordinado pelo cumprimento da tarefa. Aplicação da Liderança Situacional no ensino superior Parece ser do senso comum que todo o grupo possui heterogeneidade no que tange ao grau de maturidade, características culturais e comportamentais. Isto significa que mesmo em um grupo maduro as pessoas possuem grau de maturidade variado, comportamentos e atitudes destoantes umas das outras. Partindo deste pressuposto podemos considerar que isto ocorre tanto nas equipes de trabalho das organizações e empresas como também nos grupos de alunos que compõe as salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação das universidades. A grande maioria dos professores ministra aula sobre temas diferentes para muitas salas e cursos de graduação e pós-graduação diferentes, muitas vezes em diferentes universidades. Estes professores têm de lidar com múltiplas variações de grau de maturidade, comportamentais, culturais indivíduos (alunos) entre grupos (sala de aulas) e variantes institucionais nas diferentes instituições de ensino. Podemos inferir que os professores, assim como os líderes das organizações e empresas, para que possam ter o máximo de eficácia em suas atividades deverão possuir ou desenvolver a capacidade de analisar a situação e diagnosticar os comportamentos, grau de maturidade, interesses e necessidades das pessoas e grupos que irá interagir e entender em que ambiente eles estão inseridos. O professor, além de transmissor é o gestor do conhecimento, porque a ele compete também escolher aquilo que deve ser transmitido e aquilo que não tem tanta importância, tendo por base o currículo proposto por outros especialistas (RODRIGUES, 2006), assim sendo, exerce um papel de líder, e deverá escolher como exercer a sua liderança, como abordar os assuntos, como definir tarefas e para quem poderá delegar funções, mas para isto o líder precisa ter flexibilidade, ser adaptativo as necessidades de cada indivíduo, grupo e organização no qual estiver interagindo. Por esta ótica o professor não se distinguiria muito de alguém que exerce um cargo de liderança em uma empresa, por exemplo, mas o fato é que o líder na empresa esta imbuído de poderes autocráticos aos quais pode recorrer a qualquer momento. Já o professor também esta imbuído de alguns poderes autocráticos mas, estes poderes possuem dimensões muito diferentes daquelas que encontramos nas empresas, gerando impactos muito diferentes nos liderados (alunos). O relacionamento professor-aluno também difere muito do relacionamento líder-liderado que encontramos nas empresas. O Professor tem um papel de educador, de facilitar e motivador do processo de conhecimento. Depende do professor estabelecer os processos que irão a motivar o aluno a buscar o aprendizado e queiram ajudá-lo a desenvolver suas habilidades e conhecimentos. Porém, o aluno é corresponsável deste processo. Cabe ao aluno escolher ser um colaborador, ou não, deste processo, e ser um colaborador não significa ser submisso, mas, sim ser integrante participativo do processo. Buscamos criar uma correlação entre o modelo de liderança situacional de Hersey e Blanchard e os ambientes encontrados nas salas de aula de cursos de graduação e pós-graduação. A aplicação da técnica na graduação e na pós graduação: Uma ilustração Observa-se que em relação aos conhecimentos específicos, os alunos dos cursos de graduação em geral, apresentam baixo grau de maturidade técnica e comportamental no inicio dos cursos. Isto se deve ao fato da pouca idade do aluno e pelo desconhecimento técnico sobre o que ele, o aluno, necessitará para se tornar um graduado nos assuntos a serem estudados. Isto exige do professor uma postura de Determinação. Exemplo disto são as aulas expositivas, que possuem baixo grau de participação dos alunos. No decorrer do curso, à medida que o aluno aumenta seus conhecimentos técnicos e ganha mais experiência de vida (torna-se mais maduro) o Professor pode lançar mão da Persuasão para estimular os alunos a irem além do mínimo requerido. Esta motivação pode e deve ser acompanhada por méritos acadêmicos, fazendo com que o aluno aprenda que esforço relaciona-se diretamente com resultado alcançado. 5
6 Ao final da graduação o professor poderá Compartilhar objetivos com os alunos para que juntos, aluno e professor, possam obter um sucesso em algum projeto comum. Vemos este tipo de relação nas atividades de trabalhos de conclusão de curso e monografias de graduação que são sempre feitas pelo aluno sob a orientação de um professor. O estilo de Delegar será pouco usado pelo professor durante a graduação, uma vez que o grau de maturidade dos alunos não é suficientemente alto para tal. Outro ponto é o interesse do aluno. O aluno pode até possuir alto grau de maturidade mas, seus interessantes podem estar destoantes dos objetivos do professor. Neste caso delegar seria por em risco todo processo educativo em andamento com este aluno ou grupo de alunos. Já na pós-graduação acredita-se que os alunos possuem grau moderado de conhecimento técnico e de maturidade o que pode contribuir para que o professor utilize de forma diferente os quatro estilos de liderança. Conclusão Os professores são o cerne da sociedade atual, a sociedade do saber, a sociedade do conhecimento. São eles os responsáveis pelo futuro da nossa sociedade, eles irão formar nos futuros líderes políticos, econômicos, militares e empresarias. Com tal responsabilidade e importância perante a sociedade, os professores serão cobrados pela sociedade, que exigirá cada vez resultados mais expressivos. Para exercer tal atividade com a eficiência e eficácia esperada o professor precisará transforma-se sua liderança autocrática em uma liderança situacional, obtendo o resultado final com a participação de alunos motivados, que compartilham dos objetivos de seu líder (seu professor). O processo de liderança não é linear, na verdade é um tanto caótico. O professor deve alternar os estilos de liderança sem nunca deixar de lado um modelo em detrimento de outro, mas sim mesclá-los. Isto significa persuadir e compartilhar mas sempre com certo grau de determinação. De outra forma alunos com grau de maturidade ainda baixo poderão perder-se por completo no processo educativo. As aulas na graduação e pós-graduação deveriam tender a ser mais dinâmicas utilizandose de meios de comunicação multilateral. Neste modelo os alunos passam a ter direito de colocar em discussão os assuntos tratados em sala de aula, expondo suas ideias, sentimentos e experiências anteriores a respeito do assunto. Neste processo temos a construção do conhecimento em um modelo que é chamado de ensino participativo. Baseado no que foi exposto e discutido neste trabalho, vemos como oportunidade para estudos futuros a análise da inter-relação entre o ensino participativo e a liderança situacional em sala de aula. Referências - CAVALHO, Alex de Oliveira. Caracterisiticas necessárias aos lideres e liderados. Monografia de Conclusão de MBA Gerenciamento de Produção e Tecnologia do Programa de Pósgraduação em Administração do ECA da Universidade de Taubaté. São Paulo, CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus, GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, HERSEY, Paul.; BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: Editora EPU, MAXIMIANO, Antonio César Amaru. A. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. São Paulo, Editora Atlas, MELO, Eleuní Antonio de Andrade. Escala de avaliação do estilo gerencial (EAEG): desenvolviimento e validação. Revista Eletronica P@PSIC, Periódicos Eletronicos de Psicologia, Florianópolis Dez/2004. Disponível em acessado em 23/Jun/ MIRANDA, Gilberto José e outros. O uso da programação linear num contexto de laticícios com várias restrições na capacidade produtiva. Revista custo on line v. 3. edição especial, maio de ISSN ROBBINS, S. P. COULTER, M. Administração. Rio de Janeiro. Prentice-Hall do Brasil, RODRIGUES, J.L.K. Reflexões sobre p docente no ensino superior brasileiro. Rio de Janeiro: Corifeu, SILVA, Ubirajara Brum da ; KOVALESKI, João Luiz. Desenvolvimento de equipe através da Liderança Situacional e Feedback 360º[...]. Congresso XXVI ENEGEP. ABEPRO (Associação Brasileira de Engenharia de Produção) Fortaleza-Ceará, 11/Out/ TEIXEIRA, Ana Carolina Ferraz de Carvalho. Psicologia para administradores. Universidade Paulista UNIP, SP, departamento de Psicologia. Disponível em sicologia-administ#, acessado em 20/Jun/
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