Secretaria Geral da Presidência da República

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1 Secretaria Geral da Presidência da República

2 Mesa de Monitoramento das Demandas Sociais A mesa de Monitoramento das Demandas Sociais é uma instância colegiada interministerial responsável pela coordenação e encaminhamento de pautas dos movimentos sociais e pelo monitoramento de suas respostas, composta pelos Secretários Executivos de todos os Ministérios, sob a coordenação da Secretaria Executiva da Secretaria -Geral da Presidência da República. Secretário(a)s Executivo(a)s: Casa Civil da Presidência da República: Valdir Moysés Simão Ministério dos Transportes: Anivaldo Juvenil Vale Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: José Geraldo Fontelles Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação: João Alberto de Negri Ministério da Cultura: Ana Cristina Wanzeler Ministério da Educação: Luiz Cláudio Costa Ministério da Fazenda: Paulo Rogério Caffarelli Ministério da Integração Nacional: Irani Braga Ramos Ministério da Justiça: Marcia Pelegrini Ministério da Pesca e Aquicultura: Átila Maia da Rocha Ministério da Planejamento, Orçamento e Gestão: Eva Maria Cella Dal Chiavon Ministério da Previdência Social: Carlos Eduardo Gabas Ministério da Saúde: Ana Paula Menezes Ministério das Cidades: Carlos Antônio Vieira Fernandes Ministério das Comunicações: Genildo Lins de Albuquerque Neto Ministério das Minas e Energia: Márcio Pereira Zimmermann Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Ricardo Schaefer Ministério do Desenvolvimento Agrário: Laudemir André Müller Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: Marcelo Cardona Rocha Ministério do Meio Ambiente: Francisco Gaetani Ministério do Trabalho e Emprego: Nilton Fraiberg Machado Ministério do Turismo: Alberto Alves Ministério dos Esportes: Luis Manuel Rebelo Fernandes Secretaria das Relações Institucionais da Presidência da República: Luiz Azevedo Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República: Suzana Dieckmann Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República: Roberto Bocorny Messias Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República: Giovanni Benigno Pierre da Conceição Harvey Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República: Lourdes Maria Bandeira Secretaria Direitos Humanos da Presidência da República: Claudinei do Nascimento Secretaria Especial de Portos da Presidência da República: Eduardo Xavier Secretaria-Geral da Presidência da República: Diogo de Sant ana Segurança Institucional da Presidência da República: Edson Leal Pujol 2

3 INTRODUÇÃO... 8 CADERNO DIÁLOGOS SOCIAIS E SUA INCIDÊNCIA EM POLÍTICAS NO CAMPO E NA FLORESTA AGRICULTURA FAMILIAR Plano Safra 2014/2015 vai destinar R$ 24,1 bilhões para a Agricultura Familiar Microfinança Rural Impacto Brasil Sem Miséria Programa Agroamigo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Plano Safra 2014/2015 destinará R$1,2 bilhão para o PAA Renegociação de dívidas para a agricultura familiar ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL ATER Assistência Técnica Plano Brasil Sem Miséria: Eixo Inclusão Produtiva Assistência Técnica e Fomento para Públicos Específicos Política de Desenvolvimento Territorial ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário Ano Internacional da Agricultura Familiar AGROECOLOGIA Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) Brasil Ecológico Plano Brasil Agroecológico em Ação: Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica ECOFORTE REFORMA AGRÁRIA Imóveis Rurais retomados por dívidas por Instituições Federais serão destinados para a Reforma Agrária Programa de Agroindustrialização em Assentamentos da Reforma Agrária TERRA FORTE Renegociação das Dívidas de Assentados PLANO BRASIL SEM MISÉRIA POLÍTICA PARA TRABALHADORES RURAIS EMPREGADOS JUVENTUDE Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra Juventude Viva Estação Juventude Participatório Observatório Participativo da Juventude JUVENTUDE RURAL Conferência Nacional de Desenvolvimento Sustentável e Solidário Edital de Inclusão Digital para a Juventude Rural Seminário Nacional de Juventude Rural e Políticas Públicas Edital de Articulação de Grupos de Economia Solidária

4 Programa de Formação Agroecológica e Cidadã com Geração de Renda para da Juventude Rural Programa Estação Juventude Itinerante Rural Programa de Formação Cidadã e Agroecológica com Geração de Renda para Juventude Rural no Plano Brasil Agroecológico Programa de Fortalecimento da Autonomia Econômica e Social da Juventude Rural MULHERES DO CAMPO Políticas para Mulheres Rurais Ampliação do Orçamento da SPM/PR Lei nº Direitos Respeitados Prêmio Mulheres Rurais que Produzem o Brasil Sustentável Autonomia Econômica das Mulheres do Campo e da Floresta Saúde das Mulheres do Campo e das Florestas Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres Ligue 180 Denúncia e Orientações Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Informação e Ação Programa Mulher: Viver sem Violência Casa da Mulher Brasileira Centros de Atendimento às Mulheres nas Fronteiras Secas Unidades Móveis para o Atendimento às Mulheres do Campo e da Floresta Vítimas de Violência Unidades Móveis Fluviais Mulheres Indígenas Campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha: A lei é mais forte Campanha Nacional Mais Mulheres no Poder Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural Acesso a Terra pelas Mulheres Assistência Técnica e Extensão Rural Específicas para Mulheres Apoio a Organização Produtivas das Mulheres PRONAF Mulher Participação social das Mulheres no Desenvolvimento Territorial Fortalecimento dos Organismos de Política para Mulheres dos Estados para atuarem na Área Rural POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS Políticas para o Extrativismo no Brasil

5 Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde Políticas Ambientais Rurais e Povos Indígenas: 10 anos Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) Apoio ao Manejo Florestal Comunitário e Familiar por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal Serviço Florestal Brasileiro Iniciativas de implantação das unidades de conservação de uso sustentável com população tradicional beneficiária ICMBio Acordo garante investimento de R$ 22 milhões para setor pesqueiro no Xingu Situação Fundiária das Unidades de Conservação Federais de Uso Sustentável com Populações Tradicionais ICMBio Situação das Terras sob Domínio dos Estados Concessão do Direito Real de Uso do ICMBio com Comunidades Extrativistas em RESEX e FLONAS Fundo Amazônia COMUNIDADES QUILOMBOLAS Política Para Comunidades Quilombolas Programa Brasil Quilombola Mesa Permanente de Acompanhamento da Política de Regularização Quilombola Federal Assistência Técnica e Extensão Rural para Comunidades Quilombolas Quilombolas inseridos no Cadúnico Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) Quilombola EDUCAÇÃO Educação No Campo Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec Campo) Formação de Professores Funcionamento das Escolas Rurais passa pela decisão dos Conselhos de Educação Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) Outros Dados da Educação no Brasil Educação Básica Apoio a estados e municípios vinculados ao Plano de Metas e Articulação de Ações Programa de Aceleração do Crescimento PAC Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa Educação em Tempo Integral Programa Mais Educação Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) Formação de professores

6 Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência Viver Sem Limite Educação Digital Alfabetização de Jovens e Adultos Programa Brasil Alfabetizado Assistência ao Aluno e à Escola Financiamento da Educação Básica Educação Profissional e Tecnológica Educação Superior Ampliação de Matrículas Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e Expansão da Rede Federal de Educação Superior Assistência Estudantil Lei de Cotas Sistema de Seleção Unificada (SISU) Programa Universidade para Todos (ProUni) Financiamento Estudantil Avaliação Pós-Graduação Internacionalização Ciência Sem Fronteiras Portal de Periódicos Financiamento da Educação SAÚDE Saúde Sistema Único de Saúde (SUS) Evolução do Orçamento do Ministério da Saúde Atenção Básica Rede Universidade Aberta do SUS (UNA SUS) e Saúde no Campo, Florestas e Águas Centros de Referência em Saúde do Trabalhador com ações voltadas prioritariamente para populações do campo e da floresta Cerests Rurais Escuta itinerante traz retrato da saúde no campo e na floresta Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e o Atendimento aos Indígenas Redefinição dos Valores de Financiamento das Equipes de Saúde da Família Ribeirinha (ESFR) e das Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF) dos Municípios da Amazônia Legal e do Pantanal Sul-Mato-Grossense Saúde da Família Lei Antifumo Viver Sem Limites

7 Assistência Farmacêutica Viva Melhor Sabendo Melhor em Casa: A Segurança do Hospital no Conforto do Seu Lar Rede de Urgências e Emergências Unidade de Pronto Atendimento INFRAESTRUTURA RURAL Equipamentos para Infraestrutura Rural Equipamentos para Infraestrutura Rural Municípios Atingidos pela Seca Sistemas de Abastecimento Coletivo Programa Água para Todos Programa Água para Todos Impacto do Plano Brasil Sem Miséria Saneamento Rural O Programa Nacional de Saneamento Rural Povos Indígenas, Quilombolas, Reservas Extrativistas e Populações Tradicionais Energia O Programa Luz para Todos Programa Minha Casa, Minha Vida Rural (MCMV-Rural) COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E INCLUSÃO DIGITAL Reativação da Telebrás para Democratização do Acesso às TICs e Fortalecimento das Gestões Programa Nacional de Banda Larga Brasil Conectado Inclusão Digital para Cidades Digitais Programa Governo Eletrônico Serviços de Atendimento ao Cidadão (GESAC) Processo Participativo de Discussão do Marco Civil da Internet Telefonia e Internet na Zona Rural Serviço de Radiodifusão Comunitária Canal da Cidadania Acesso à Internet e aos demais Recursos de Tecnologia Digital Informatização nas regiões rurais: Territórios Digitais CONSIDERAÇÕES FINAIS

8 INTRODUÇÃO Participação social refere-se ao conjunto de processos e mecanismos democráticos criados e mantidos sistematicamente para possibilitar o diálogo e o compartilhamento de decisões sobre programas e políticas públicas entre o governo e a sociedade civil, por meio de suas organizações, movimentos sociais, ou diretamente pelo cidadão. Participação social é direito do cidadão, da cidadã e expressão de sua autonomia Política Nacional de Participação Social A democracia consolida-se e aperfeiçoa-se cotidianamente quando se ampliam espaços capazes de incorporar as pautas e os interesses da sociedade na elaboração e execução das políticas públicas, fortalecendo-se com a corresponsabilidade entre Estado e Sociedade. É o que se tem visto na intensa dinâmica dos espaços de diálogo e interlocução entre governos e movimentos sociais após a Constituição de Como resultado e reflexo de uma trajetória de democratização do Estado, através dos processos históricos de mobilização popular, da ação de organizações e grupos sociais e de avanços institucionais, em maio de 2014 foi instituída a Política Nacional de Participação Social (PNPS) 1, por meio do Decreto nº A PNPS tem como objetivo fortalecer e aperfeiçoar a participação social como método de governo e política de Estado, articulando mecanismos e instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre o governo federal e sociedade civil na definição da agenda governamental, na formulação, na execução, no monitoramento, na avaliação de programas e políticas públicas e no aprimoramento da gestão pública. A implementação da PNPS prevê a consolidação de um Sistema Nacional de Participação Social SNPS que articule e integre instâncias participativas e organizações da sociedade civil de forma a garantir a democratização crescente dos poderes públicos e o fortalecimento da participação social. 1

9 A adesão de prefeitos, prefeitas, governadores e governadoras ao Compromisso Nacional pela Participação Social CNPS visa a articular e construir sinergias do governo federal com estados e municípios, em ações que busquem dinamizar as relações entre os governos e a sociedade civil, fortalecendo a participação social nos processos de aperfeiçoamento dos serviços oferecidos pelo Estado. No período de 18 de julho a 06 de setembro de 2013, as minutas do Compromisso Nacional pela Participação Social e da Política Nacional de Participação Social foram disponibilizadas para consulta pública 2. As propostas receberam 707 contribuições em, aproximadamente, 200 visitas por dia ao Participa.br, o portal de participação social. Todas as sugestões foram analisadas pela Secretaria-Geral da Presidência da República SG/PR e incorporadas ao texto original das minutas de acordo com a viabilidade. A crescente aplicação da Lei de Acesso à Informação no país vem como suporte à participação social, pois informação amplamente disponível, atualizada e fidedigna, conforme determina a lei, é um dos pressupostos de participação social. Têm sido muitas as ações de interlocução entre governo e sociedade, no âmbito do governo federal, de estados e municípios, assim como também são crescentes as manifestações individuais ou de grupos de cidadãos e cidadãs lutando por suas necessidades e direitos. Se há ampliação de reconhecimento de direitos, maior acesso à informação e à educação, há consequente aumento dos processos de reivindicação e controle social. A Secretaria-Geral da Presidência da República tem como principal atribuição intermediar as relações das instâncias federais com as entidades da sociedade civil, assessorando diretamente esidente da República no relacionamento e articulação com os movimentos sociais, entidades patronais e de trabalhadores. Alguns números evidenciam a dinâmica das ações e instâncias participativas no governo: 2 Endereço : 9

10 Atuam na instância federal federal cerca de 60 Conselhos Nacionais de Políticas Públicas, que incorporam a representação de lideranças de movimentos, grupos organizados, associações civis e segmentos sociais; Em 2013, foram realizadas 10 conferências nacionais, envolvendo mais de dois milhões de participantes de movimentos sociais, técnicos das áreas e gestores, nos âmbitos federal, estadual e municipal; No período de 2011 a abril de 2014, foram recebidas pelo governo demandas dos movimentos populares urbanos e do campo, organizadas em pautas anuais encaminhadas por 30 entidades da sociedade civil organizada; De 2011 a 2013, foram realizadas dezenas de atividades de diálogo entre governo federal e sociedade: fóruns de debates, mesas de diálogo, fórum interconselhos, audiências públicas, consultas públicas, encontros setoriais de negociação, ações de intermediação para resolução de conflitos e encontros regionais temáticos, envolvendo centenas lideranças do meio urbano e rural; Foram criadas e fortalecidas as ouvidorias nos órgãos federais, além da dinamização do ambiente virtual de informações sobre participação social e da modernização páginas na internet com informações sobre ações, políticas públicas, orçamento e gestão; e Foram realizadas parcerias com organizações sociais para debate, capacitação, monitoramento e execução de ações de interesse público e de grupos sociais e territoriais. Uma das preocupações envolve também a capacitação crescente dos gestores e técnicos do governo, das lideranças sociais e da própria população para conhecimento d o funcionamento e utilização dos instrumentos de planejamento e orçamento federais. As ações de governo devem estar previstas em planos e programas previamente incluídos no Plano Plurianual (PPA), elaborado no início de cada mandato presidencial, e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), elaborada anualmente, que envolvem mecanismos de participação popular para sua consolidação. Devem ser aprovados pelo Congresso Nacional e podem ser atualizados durante desse período, segundo regras claramente definidas, a fim 10

11 de se potencializar a aplicação do orçamento público conforme prioridades percebidas e /ou reivindicadas. Uma das instâncias institucionalizada pelo Decreto de Participação Social é o Fórum Interconselhos premiado pela ONU, como uma das melhores inovações em participação social do mundo. O Prêmio "United Nations Public Service Word" foi entregue ao Brasil, em junho 2014, na Coréia do Sul, inserindo o Brasil como uma das referências internacionais em participação social. Encontram-se listados em anexo os movimentos e organizações sociais de caráter nacional ou regional que, nos últimos anos, fizeram parte do processo de diálogos mediado pela Secretaria-Geral da Presidência da República e acompanhado pela Mesa de Diálogo das Demandas Sociais (instância colegiada interministerial responsável pela coordenação e encaminhamento de pautas da sociedade civil e pelo monitoramento de suas respost as). 11

12 CADERNO DIÁLOGOS SOCIAIS E SUA INCIDÊNCIA EM POLÍTICAS NO CAMPO E NA FLORESTA O presente Caderno tem como objetivo fornecer informações sobre ações e medidas relativas às pautas do campo e das florestas, reivindicadas pelos movimentos e organizações sociais desse segmento, assim como as demandas de grupos específicos: jovens, mulheres, indígenas, quilombolas, extrativistas, povos e comunidades tradicionais. As respostas relativas às demandas específicas relativas ao meio urbano estão organizadas em outra publicação. O Caderno está organizado de forma a relacionar as ações efetivadas, os direitos sociais, as políticas públicas e os programas voltados a estes segmentos do campo e das florestas. As ações identificadas, portanto, não estão individualmente relacionadas às demandas específicas de determinado movimento, mas respondem, de forma geral, às reivindicações apresentadas. O objetivo é fornecer informações atualizadas e objetivas sobre algumas das várias ações efetivadas que têm relação direta com o que foi apresentado nos diálogos entre governo, movimentos e lideranças sociais, coordenados ou acompanhados pela Secretaria-Geral da Presidência da República por meio da Mesa de Monitoramento das Demandas Sociais. Trata-se de prestação de contas do Governo com relação às pautas de cidadãos e cidadãs do campo e das florestas, relacionados ao aperfeiçoamento de medidas institucionais e de políticas públicas, como viabilização do respeito à participação social e resultado da ação conjunta governo-sociedade civil. Fica registrado por meio desse caderno, o reconhecimento a todos os representantes dos movimentos e organizações sociais e a suas instâncias de representação, tais como os conselhos, comitês e câmaras técnicas que vêm contribuindo para avanços institucionais e estruturação de políticas públicas mais efetivas. 12

13 AGRICULTURA FAMILIAR Plano Safra 2014/2015 vai destinar R$ 24,1 bilhões para a Agricultura Familiar O Plano Safra da Agricultura Familiar (Pronaf) chega aos doze anos com grandes avanços. Nesse período, foram incorporadas ao crédito do Pronaf: seguros ao produtor, garantias de preço, inovação tecnológica das propriedades, entre outras ações. Para alavancar ainda mais o setor, com recursos da ordem de R$ 24,1 bilhões. PRONAF Valores Disponibilizados (em R$ bilhões) Fonte : MDA /Banco Central 24,1 21,0 18,0 15,0 16,0 16,0 12,0 13,0 10,0 7,0 5,0 2,3 Na safra 2002/2003, foram liberados 2,3 bilhões em crédito para a agricultura familiar. Para a safra 2013/2014, o valor liberado corresponde a R$ 21 bilhões. Até abril/2014, o volume contratado somou R$ 18,7 bilhões. Passamos de 900 mil contratos de financiamento pelo Pronaf (2002/2003) para mais de dois milhões na última safra (2012/2013). Nesta safra 13

14 (2013/2014), 1,6 milhão de famílias já acessaram os recursos do programa, conforme dados da Secretária da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA). Os dados demonstram que o avanço da renda da agricultura familiar está ligado às políticas públicas que favorecem o setor e à conjuntura de mercado. O objetivo do conjunto de medidas é ampliar a produção e melhorar a qualidade de vida no campo. Inovação Tecnológica Uma das inovações do Plano Safra foi o Programa Mais Alimentos, que financia a diversificação e a reestruturação da unidade produtiva e aquisição de máquinas e de novos equipamentos, como o resfriadores de leite, produtos para a pesca e aquicultura, irrigação, matrizes, tratores, ordenhadeiras, instalações e outros. De julho de 2008 a junho de 2013 foram aplicados no Mais Alimentos mais de R$ 15 bilhões nos projetos dos produtores rurais. No mesmo período, o programa financiou mais de 75 mil tratores, 47 mil veículos de transporte de carga, 1,4 mil colheitadeiras e 65 mil tratores e, nos últimos anos, o financiamento saltou dos R$ 80 milhões para R$ 4,5 bilhões. Nesses doze anos do Plano Safra, além do programa Mais Alimentos; o Seguro da Agricultura Familiar (Seaf); o Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF); a entrada dos mercados institucionais como os programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (Pnae); ajustes no Pronaf e os esforços para a regionalização de algumas medidas, como o lançamento do Plano Safra Semiárido, com um conjunto de medidas estruturantes de convivência com a seca

15 Outra inovação no âmbito do PRONAF foi à simplificação do Processo de emplacamento dos equipamentos agrícolas, assim o licenciamento só será feito uma única vez, pra toda a vida útil da máquina. E será exigido apenas para trafegar em vias públicas. Plano Safra Semiárido A criação do Plano Safra específico para o Semiárido visa fortalecer a organização produtiva da região, levando em conta suas características geográficas, climáticas e econômicas. A região do Semiárido abrange 33% dos estabelecimentos agropecuários e 35% dos estabelecimentos da agricultura familiar, totalizando mais de 1,7 milhões destes estabelecimentos em municípios. Para o Plano 2014/2015 serão destinados R$ 4,6 bilhões para a região, com juros mais baixos para todas as linhas. Sobre o microcrédito Pronaf B, foi anunciado que o valor disponibilizado vai aumentar de R$ 3,5 mil para R$ 4 mil para apoiar a retomada da produção dos agricultores do Nordeste e fazer com que o Semiárido volte a ser uma região produtora. Também o valor do Garantia - Safra será de R$ 850. Em 2013 foram disponibilizados R$ 7 bilhões para o crédito (sendo R$ 4 bilhões para a agricultura familiar), recursos de fomento produtivo no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria para 30 mil famílias, além do apoio para a construção de reservas de água para cultivos alimentares e a viabilização de assistência técnica e extensão rural para mais de 347 mil agricultores. Os produtores da região também contam com a proteção do seguro Garantia - Safra, compras públicas e políticas de garantia de preços, que disponibilizaram R$ 1,5 bilhão e a cobertura de 49 produtos. O seguro disponibilizou 1,2 milhão de cotas para a safra 2012/2013, com adesões em municípios. Já foram atendidas famílias de 691 municípios brasileiros no período entre julho e dezembro de Devido ao prolongamento da estiagem, garantiuse a continuidade do recebimento do benefício, de forma que além do valor de R$ 760,00, 15

16 as famílias recebessem um adicional de R$ 155,00, entre os meses de janeiro e abril de Destaca-se também o investimento da ordem de R$ 33 bilhões em Segurança Hídrica no Nordeste. Mapa do Semiárido no Brasil Microfinança Rural Impacto Brasil Sem Miséria Programa Agroamigo Criado em 2005, o Agroamigo é o Programa de Microfinança Rural do Banco do Nordeste, operacionalizado em parceria com o Instituto Nordeste Cidadania (INEC) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Em nove anos de atuação, tornou-se o maior programa de microfinança rural da América do Sul. Com metodologia própria, adaptada às condições do meio rural, cuja principal característica é o atendimento integral a partir da presença do assessor de Microcrédito nas 16

17 comunidades, o Programa incentiva o desenvolvimento de atividades produtivas agropecuárias e não agropecuárias. O acesso ao Microcrédito Rural (também conhecido como Grupo B do Pronaf) orientado aos agricultores familiares pode ocorrer por meio do Programa Agroamigo e também pelos programas Amazônia Florescer Rural e AGRO-B. Esses programas contam com equipes de assessores de crédito, que prestam orientação técnica e financeira no acesso e implementação dos projetos. Essa linha de crédito contribui para combater a pobreza rural, e tem sido estratégic a para que os agricultores familiares tenham valorizado seu potencial produtivo, com possibilidade de estruturação e diversificação da unidade produtiva, uma vez que podem ser financiadas atividades agrícolas e não agrícolas geradoras de renda. Por meio do Microcrédito Rural, são atendidas famílias agricultoras, pescadoras, extrativistas, ribeirinhas, quilombolas e indígenas que desenvolvam atividades produtivas no meio rural, que devem ter renda bruta anual familiar de até R$ 20 mil, sendo que no mínimo 50% da renda devem ser provenientes de atividades desenvolvidas no estabelecimento rural. Programa de Microfinança Rural do Banco do Nordeste (Agroamigo) - Incentivo ao Desenvolvimento de Atividades Produtivas no Campo *Operações realizadas no período de 2011 a Fonte: BNB, MDS e MDA A operacionalização do Microcrédito Rural é feita com recursos do Tesouro Nacional e dos Fundos Constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Oferece bônus de adimplência sobre cada parcela da dívida paga até a data de seu vencimento, além de ser ofertado com taxa de juros de 0,5% ao ano e ter prazo de reembolso de até dois anos para cada financiamento. 17

18 Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Plano Safra 2014/2015 destinará R$1,2 bilhão para o PAA O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado em 2003, tem como objetivo promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Pelo seu papel estratégico no combate à pobreza, o PAA é uma das ações que compõem o Plano Brasil Sem Miséria, em seu eixo de Inclusão Produtiva Rural. Sua execução é realizada com recursos dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com estados, municípios e com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O orçamento para a safra de 2014/2015 é de R$ 1,2 bilhão. Os alimentos são adquiridos diretamente pelo governo, sem licitação, dos agricultores familiares, assentados da reforma agrária, comunidades indígenas e demais povos e comunidades tradicionais ou de suas organizações econômicas, e são destinados à formação de estoques estratégicos e distribuição à população em situação de insegurança alimentar e nutricional. Os agricultores podem acessar um limite anual e os preços são aqueles praticados nos mercados locais. Os produtos destinados à doação são oferecidos para entidades da rede socioassiste ncial, aos restaurantes populares, bancos de alimentos e cozinhas comunitárias e ainda para cestas de alimentos. Os alimentos adquiridos pelas próprias organizações da agricultura familiar também podem formar estoques próprios. Desta forma é possível comercializá-los no momento mais propício, em mercados públicos ou privados, permitindo maior agregação de valor aos produtos. Em onze anos de PAA, é possível identificar importantes resultados. No período de 2003 a 2013, investiu-se R$ 5,3 bilhões para a compra de 4 milhões de toneladas de produtos da agricultura familiar. Em todo o país, nesse período, foram beneficiados mais de 1,3 milhão de agricultores familiares em municípios. Anualmente, são atendidas mais de 20 mil entidades com os alimentos adquiridos por meio do PAA. 18

19 Em 2013, 50% dos agricultores familiares que participavam do programa estavam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais, sendo que 37% eram mulheres. 172 mil operações do PAA realizadas por famílias de agricultores de baixa renda Na produção de laticínios, o PAA Leite tem cumprido um importante papel na cadeia do produto no Nordeste. De 2003 a 2013, o governo comprou 1,9 milhão de litros de leite produzidos por mil produtores e agricultores familiares. Novos convênios do PAA Leite foram firmados em 2013, envolvendo sete estados do Nordeste e Minas Gerais, ao custo de R$ 607 milhões, para aquisição de 400 milhões de litros de leite, que serão produzidos por 50 mil agricultores. (Fonte: MDS, abril de ) 4 Veja mais informações sobre o PAA e condicionalidades em: comercializacao-da-agricultura-familiar 19

20 Renegociação de dívidas para a agricultura familiar A Resolução nº 4.309, de 10 de fevereiro de 2014, prorrogou os prazos de negociação das dívidas da agricultura familiar e da reforma agrária. Os agricultores familiares que tinham operações de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) contratadas até 30 de junho de 2010 tinham até o dia 30 de junho de 2014 para manifestar formalmente o interesse em recompor o pagamento das dívidas. A medida beneficiava agricultores que estavam em situação de inadimplência no dia 18 de novembro de 2011 (e tinham operações contratadas até 30 de junho de 2010) e para os que estavam adimplentes no dia 18 de novembro de 2011 (em operações contratadas até 30 de junho de 2008). A medida valia também para os agricultores que tinham operações de custeio e de investimento do Programa para Geração de Emprego e Renda Rural (Proger Rural) Familiar contratadas de 26 de junho de 2003 a 28 de junho de O limite de crédito por beneficiário para contratar novas operações é de R$30 mil. A renegociação pode ser feita para agricultores com dívidas de até R$ 10 mil. O número d e beneficiários com esta ação, que envolve MDA e Incra, pode chegar a 660 mil agricultores. Outra importante ação para a reforma agrária foi à publicação da Medida Provisória nº 636, de 26 de dezembro de 2013, que dispõe sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e concede remissão às demais modalidades até o valo r de R$ 10 mil por beneficiário, estabelecendo rebates e descontos para liquidação ou renegociação de valores superiores a este teto. 20

21 ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL ATER A Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) foi instituída pela Lei nº , de 18 de dezembro de Em 2013, mais de um milhão de famílias foram atendidas com o Ater, sendo que 43% dos beneficiários são mulheres. Além disso, foram lançadas 17 chamadas públicas para contratação de serviços para atender mais 161,4 mil famílias em 2014, totalizando investimento de R$ 260,9 milhões. Já a evolução do volume de recursos para a ATER podem ser podem ser verificados n o gráfico a seguir. Em 2002 foram R$ 56 milhões, em 2014 R$ 945 milhões. 21

22 Assistência Técnica Plano Brasil Sem Miséria: Eixo Inclusão Produtiva Com vistas a desenvolver o processo produtivo das famílias em situação de pobreza foram articuladas no Plano Brasil Sem Miséria diversas ações para inserir essas famílias no processo de produção e comercialização, conforme gráfico a seguir. Plano Brasil Sem Miséria - Inclusão Produtiva Rural Rota de Inclusão Produtiva As ações apresentadas acima aprimoram o processo produtivo, pois as famílias têm acompanhamento individualizado e continuado de técnicos agrícolas que ensinam formas de aumentar a produção, a qualidade e o valor dos produtos. O Plano Brasil Sem Miséria teve grande importância na promoção da inclusão produtiva rural em 2013, ao proporcionar serviços de Ater para 286,3 mil famílias, entre as quais 38,3 mil extrativistas, 3,5 mil pescadores artesanais, 3 mil indígenas e 9 mil quilombolas. Desde 2012, foram capacitados agentes de Ater para atuarem pelo Plano Brasi l Sem Miséria, dos quais 35% são mulheres. Assistência Técnica e Fomento para Públicos Específicos Públicos específicos mulheres, quilombolas, pescadores artesanais, assentados das reforma agrária, extrativistas e indígenas também recebem assistência técnica para desenvolver sua produção. Como resultado, atualmente 286,3 mil famílias têm mais condições de aumentar a produção e melhorar a renda, conforme demostrado a seguir. 22

23 Como essas famílias não dispõem de meios para investir em suas terras, recebem R$ 2,4 mil em recursos não reembolsáveis para implantação do projeto produtivo construído em conjunto com os técnicos agrícolas. Além disso, são distribuídos insumos e sementes para aumentar a qualidade da produção. Unindo assistência técnica e recursos para investir, as famílias conseguem produzir mais, melhorando sua alimentação e gerando excedentes com qualidade para serem vendidos. Um dos canais de comercialização é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que compra a produção excedente de agricultores familiares sem necessidade de licitação. Política de Desenvolvimento Territorial A política de desenvolvimento territorial, coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), foi revisada a partir de outubro de 2012 com a perspectiva de reorientar as ações estratégicas a sere m implementadas no período de 2013 a Estas ações foram organizadas em três eixos de atuação e os resultados já podem ser verificados, conforme descrição abaixo. No eixo de fortalecimento da gestão social, buscou-se garantir o assessoramento e funcionamento dos colegiados territoriais. Por meio da contratação de 16 projetos com ONGs e governos estaduais e da implantação de 56 Núcleos de Extensão em 23

24 Desenvolvimento Territorial (Nedets), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), viabilizou-se apoio para 168 territórios. Em 2014, pretende-se que os 239 territórios tenham acompanhamento pelos Nedets. Promoveu-se, também, a ampliação do Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (Pronat) a partir da publicação de Resolução do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), que estabelece os critérios para incorporação de novos territórios ao Programa. Assim, foram integrados ao Programa 74 novos territórios. Ainda neste período, foram realizados planejamentos estaduais em diálogo com as seguintes ações prioritárias: retomada do Programa Territórios da Cidadania (PTC), realização da II Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, ações de inclusão produtiva e de Apoio a Infraestrutura e Serviços Rurais (Proinf). Assim, em 2013, foram realizados 25 encontros com a participação de todos os colegiados territoriais, além da realização de 239 conferências territoriais. Apoiou-se a elaboração de planos estaduais e territoriais de desenvolvimento rural sustentável, com a formalização de parcerias com quatro governos estaduais. No eixo articulação de políticas públicas do Programa Territórios da Cidadania (PTC), as ações foram pensadas e implementadas a partir da rearticulação dos órgãos integrantes, no âmbito federal e estadual, e da participação dos colegiados na definição das ações. Foi garantida a elaboração da Matriz de Ações do PTC 2013, com investimento de R$ 7 bilhões. A matriz foi discutida em plenárias territoriais e em três reuniões com representantes dos governos estaduais para recompor e pactuar a agenda dos comitês estaduais. Dessa forma, foi ampliado processo de monitoramento da execução das ações do PTC, com a instalação da sala de situação do Programa e por meio da realização de três reuniões de monitoramento entre o segundo semestre de 2013 e o primeiro semestre de Está em curso a definição da Matriz de Ações de Até o momento, foram executados R$ 8,71 bilhões. No eixo inclusão produtiva e dinamização econômica territorial, foi elaborada a Estratégia de Gestão Territorial do Plano Safra da Agricultura Familiar como ação para efetivar as políticas públicas de inclusão econômica. Foram pactuadas com as unidades do MDA, INCRA 24

25 e MDS as principais ações relacionadas às políticas de crédito, assistência técnica, infraestrutura e comercialização a serem acompanhadas. Para realizar este acompanhamento, já foram capacitadas 75 bases de serviços. Garantiu-se, ainda, a implementação de projetos de infraestrutura, por meio do Proinf, estabelecendo no chamamento metas específicas para mulheres, jovens, povos e comunidades tradicionais, e articulando as ações com o Plano Safra Semiárido. Em 2013, foram contratados 244 projetos de infraestrutura, com investimento de R$ 116 milhões. Em 2014, serão apoiados 239 territórios com projetos de infraestrutura. 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário Realizada em outubro de 2013, a 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário envolveu a participação de mais de 42 mil pessoas entre elas, agricultores familiares, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais, mulheres e jovens rurais. A etapa nacional reuniu, em Brasília, 1,2 mil delegadas e delegados de todos os estados brasileiros. As 100 propostas resultantes da 2ª Conferência conformarão o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. Ano Internacional da Agricultura Familiar O ano de 2014 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF). A iniciativa reconhece a contribuição do segmento na produção sustentável de alimentos e segurança alimentar, na erradicação da pobreza e no alcance das Metas de Desenvolvimento do Milênio. Para tanto, 2013 marcou uma série de preparativos para a data. No Brasil, foi criado o Comitê Brasileiro para o AIAF, com participação da sociedade civil, para planejar, propor, promover, articular, organizar e participar das atividades relacionadas à comemoração. 25

26 AGROECOLOGIA Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) Brasil Ecológico 5 Elaborado pela Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica, o Plano Brasil Agroecológico visa ampliar e efetivar ações para orientar o desenvolvimento rural sustentável. O Plano contém 125 iniciativas, distribuídas em quatorze metas e organizadas a partir de quatro eixos estratégicos: Produção; Uso e Conservação de Recursos Naturais; Conhecimento; e Comercialização e Consumo. O orçamento previsto é de R$ 8,8 bilhões no período entre 2013 e Elaborado com intensa participação e diálogo de órgãos governamentais e movimentos sociais do campo e das florestas, o Planapo é um instrumento de execução da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), que busca integrar e qualificar as diferentes políticas e programas de 10 ministérios, incentivando o cultivo de alimentos orgânicos e de base agroecológica. A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO) fora instituída em 20 de agosto de 2012, com o objetivo de integrar, articular e adequar políticas, programas e ações indutoras da transição agroecológica e da produção orgânica e de base agroecológica, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população, por meio do uso sustentável dos recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis. O Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) Brasil Agroecológico, lançado no dia 17 de outubro de 2013, contribui para a produção e o consumo de alimentos orgânicos e de base agroecológica no país. O Plano vincula as ações nele propostas a iniciativas de ações orçamentárias já aprovadas no PPA 2012 a 2015, de diferentes fontes d e recursos. Do valor total, R$ 7 bilhões são disponibilizados via crédito agrícola por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Plano Agrícola e 5 Conheça mais sobre o PLANAPO: Acesso pra baixar publicação sobre o PLANAPO - em: 26

27 Pecuário. Os beneficiários diretos do Planapo são os agricultores familiares e não familiares assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais, incluindo a juventude rural e suas organizações sociais e produtivas. Ações realizadas até dezembro de 2013 e fortalecidas pela estruturação do Planapo: Apoio a 115 Núcleos de Estudo e Centros Vocacionais em agroecologia e produção orgânica, sendo 44 em instituições da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica (IFEs) e 71 em universidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, envolvendo a parceria entre MAPA, MEC, MCTI, MDA e MPA Unidades de Produção adotando sistemas orgânicos de produção vinculadas a um dos três mecanismos legais de garantia da qualidade orgânica (certificação por auditoria, certificação participativa e controle social em venda direta); 19 Organismos de Avaliação da Conformidade Orgânica credenciados e 167 Organizações de Controle Social cadastradas no MAPA; Capacitação de pessoas no âmbito das ações do MAPA, entre produtores e técnicos; Apoio para implementação e qualificação a 363 bancos comunitários de sementes; Atualização e elaboração de quatro Instruções Normativas relacionadas a produtos fitossanitários para agricultura orgânica, produção animal e vegetal, selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, regulamentação da estrutura, composição e atribuições das Comissões da Produção Orgânica; 27 Comissões da Produção Orgânica em funcionamento compostas por entidades públicas e privadas, nos 26 Estados e no Distrito Federal. Em relação à disponibilização de tecnologias apropriadas aos sistemas orgânicos de produção para os produtores rurais: publicadas 15 especificações de referência para fundamentar registro de produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica; disponibilizadas nove diretrizes e orientações técnicas para adoção de boas práticas 27

28 de manejo para o extrativismo sustentável orgânico; Elaborado conteúdo técnico visando a publicação de caderno para multiplicação e conservação de sementes pelos agricultores e 120 fichas agroecológicas, material com informação técnica resumida sobre tecnologias apropriadas aos sistemas orgânicos de produção e de base agroecológica. O Ministério da Agricultura (Mapa) tem um Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos 6 que são certificados por auditoria ou sistemas participativos ou ainda cadastrados em organizações de Controle Social para a venda direta de produtos orgânicos. A expectativa, com a implementação do Planapo, é que esse número cresça para 28 mil, nos próxi mos três anos. Plano Brasil Agroecológico em Ação: Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica ECOFORTE O Programa Ecoforte Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica integra o Plano Brasil Agroecológico e vai dar apoio a projetos voltados à intensificação das práticas de manejo sustentável de produtos da sociobiodiversidade e de sistemas produtivos orgânicos e de base agroecológica. O Ecoforte potencializa as ações do Plano Brasil Agroecológico por meio do fortalecimento das cooperativas, dos grupos e das redes de agroecologia, produção orgânica e extrativismo para incremento da produção e processamento, acesso aos mercados convencionais, alternativos e institucionais e ampliação da renda dos agricultores e extrativistas. A iniciativa do Ecoforte prevê R$ 175 milhões para aplicação até Foi lançado, em março de 2014, o primeiro edital do Programa, destinado a financiar a agroecologia e a produção orgânica no Brasil com R$ 25 milhões em recursos não reembolsáveis, provenientes da Fundação Banco do Brasil, do Fundo Amazônia e do Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) 7. Neste primeiro 6 Acesso ao cadastro em: 7 Fonte: e 28

29 edital, estão previstas duas etapas: a seleção das redes que receberão apoio e a pré - habilitação das associações e cooperativas pertencentes a essas redes, para participarem de chamadas públicas que visam implantar ou melhorar empreendimentos econômicos. As redes concorrerão por meio da apresentação de projetos territoriais com foco na estruturação de unidades de referência relacionados à produção sustentável. A seleção pública vai escolher dez projetos de cooperativas e associações que atuem com agricultura orgânica e extrativismo de forma sustentável, envolvendo as cinco regiões do país. 29

30 REFORMA AGRÁRIA Em 2013, foram publicados 100 decretos de desapropriação, totalizando 195 mil hectares que devem beneficiar famílias. Além disso, foram assentadas famílias e criados 139 novos assentamentos, incorporando 316 mil hectares à reforma agrária. O ano marcou, ainda, a mudança de procedimentos para criação de novos assentamentos e seleção de beneficiários que passaram a ter como principais diretrizes a integração do processo de seleção de beneficiários com o Cadastro Único, sendo que 5% dos lotes nos assentamentos devem ser destinados para a juventude rural, e a definição de parâmetros para desapropriação de terras a partir de estudo da capacidade de geração de renda produtiva do novo assentamento a ser criado. Com essa orientação, foram vistoriados 566 mil hectares em Imóveis Rurais retomados por dívidas por Instituições Federais serão destinados para a Reforma Agrária Mais uma medida em favor da Reforma Agrária. Em 21 de maio de 2014, a Advocacia -Geral da União e o Ministério Do Desenvolvimento Agrário (MDA) editaram Portaria Conjunta Nº. 12, em caráter complementar ao estabelecido na Portaria AGU nº. 514, de 09 de novembro de 2011, por meio da qual a União regulamenta o procedimento de adjudicação de imóveis rurais penhorados em ações judiciais de execução propostas pela própria União ou por autarquias e fundações públicas federais, visando à destinação dos imóveis em favor do Programa Nacional de Reforma Agrária. Expedida a carta de adjudicação do bem, a Procuradoria Regional da União responsável pelo processo judicial deverá encaminhar o processo administrativo ao INCRA, a fim de que este solicite à Secretaria do Patrimônio da União (SPU) ou à entidade credora, a adoção dos procedimentos necessários à incorporação do imóvel ao patrimônio da União ou da autarquia ou fundação pública federal, conforme o caso. Uma vez incorporado o bem imóvel ao patrimônio público, a SPU ou a entidade credora adotará providências de sua competência para promover a transferência de titularidade ao INCRA. 30

31 Programa de Agroindustrialização em Assentamentos da Reforma Agrária TERRA FORTE O Programa de Agroindustrialização em Assentamentos da Reforma Agrária TERRA FORTE, lançado em fevereiro de 2013, tem por objetivo estimular a implantação e a modernização de empreendimentos coletivos agroindustriais em assentamentos da reforma agrária. O programa resultou do trabalho de um grupo coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, formado por vários ministérios em diálogo com os movimentos sociais. Os beneficiários são famílias de trabalhadores rurais localizadas em projetos de assentamentos criados ou reconhecidos pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em todo o território nacional. A expectativa é atender cooperativas e associações regularmente cadastradas no órgão, com o valor médio de R$ 1,5 milhão por cooperativa e associações, nos próximos cinco anos. Até 2017, serão investidos R$ 300 milhões de recursos não-reembolsáveis, sendo R$ 150 milhões oriundos do Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, R$ 20 milhões da Fundação Banco do Brasil, e R$ 130 milhões dos demais parceiros (Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e Companhia Nacional de Abastecimento), que poderão ser utilizados na organização da produção, capital de giro, apoio técnico para gestão de empreendimentos, melhoria da infraestrutura dos assentamentos, entre outros. Os assentados terão ainda disponíveis outros R$ 300 milhões em linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Foram realizadas duas chamadas públicas. Na primeira fase do Programa, foram selecionadas para compor a carteira do Incra, 138 propostas de 502 assentamentos, abrangendo 50,5 mil famílias em todas as regiões do país. Na segunda fase, que encerrou em abril de 2014, foram habilitadas 31 propostas para serem submetidas às fases seguintes de qualificação, aprovação e execução dos projetos selecionados. Para 2014, serão disponibilizados R$ 60 milhões para Investimento na organização da produção, compra de máquinas, equipamentos, veículos e caminhões, fluxo de capital de giro, apoio técnico para gestão de empreendimentos e melhoria na infraestrutura dos assentamentos. 31

32 Renegociação das Dívidas de Assentados Também foi anunciado no Plano Safra de 2014/2015 a renegociação de dívidas com assentados visando a inclusão de 255 mil pessoas no processo produtivo. São investimentos da ordem de R$ 1,6 bilhão para dinamizar a produção nos assentamentos da Reforma Agrária. Outro anúncio foi relativo à criação do Microcrédito Produtivo Orientado. Nesta modalidade de financiamento, as famílias assentadas terão acesso a até três operações de R$ 4 mil, sendo que todos os programas de incentivo serão acompanhados por projetos de assistência técnica. 32

33 Fonte: MDS Mesa de Monitoramento das Demandas Sociais PLANO BRASIL SEM MISÉRIA O Plano Brasil Sem Miséria, lançado em junho de 2011, tem como meta superar a extrema pobreza até o final de O Plano se organiza em três eixos: garantia d e renda, para alívio imediato da extrema pobreza; acesso a serviços públicos, para melhorar as condições de educação, saúde e cidadania das famílias; e inclusão produtiva, para aumentar as capacidades e oportunidades de trabalho e geração de renda entre as famílias mais pobres. 22 milhões de brasileiros saem da miséria Um marco importante foi atingido pelo Brasil Sem Miséria em maio de 2013, quando os últimos brasileiros integrantes do Bolsa Família que ainda viviam na miséria transpuseram a linha da extrema pobreza. Com eles, 22 milhões de pessoas superaram tal condição desde o lançamento do Plano. Foi o fim da miséria, do ponto de vista da renda, entre os beneficiários do Bolsa Família. Representa um fato histórico, que superou prazos e metas, mas, ao mesmo tempo, foi só o começo porque o Brasil Sem Miséria vem fazendo muito mais. Os principais resultados obtidos estão nas páginas desta publicação. Bolsa Família Valor Total das Transferências do Bolsa Família Este resultado só foi possível graças a diversas inovações implantadas a partir do Plano Brasil Sem Miséria, em As primeiras iniciativas foram o reajuste dos valores pagos pelo Bolsa Família, o aumento da quantidade de benefícios para crianças e adolescentes e o início do pagamento de adicionais para gestantes e bebês em fase de amamentação. 33

34 Em 2012, foi ampliada a lógica de funcionamento do Bolsa Família. Com a criação de um complemento, que varia de acordo com a intensidade da pobreza de cada família, garantiu - se as famílias com crianças e jovens de até 15 anos superassem o patamar da extrema pobreza, de R$ 70 mensais. Finalmente, em março de 2013, todas as famílias beneficiárias, independentemente da presença de crianças ou adolescentes, passaram a contar com esse complemento. A partir de 1º de junho de 2014, o valor que define a linha de extrema pobreza do país foi reajustado em 10%, de R$ 70 para R$ 77. Este reajuste acompanhou os índices que são acompanhados pela Organização das Nações Unidas. Com esta novidade, o valor médio do benefício para as famílias em situação de extrema pobreza sobe de R$ 216 para R$ 242, alcançando uma valorização de mais de 126% desde Fonte: MDS Já o benefício médio do conjunto de beneficiários do Bolsa Família passou de R$ 150 para R$ 167. Desde o início do governo, esse valor teve aumento real de 44%. Atualmente, o programa de transferência de renda atende 14 milhões de famílias, num total de aproximadamente 50 milhões de pessoas. 34

35 O Brasil Sem Miséria trouxe ainda uma importante mudança na relação com os brasileiros extremamente pobres. Com a criação da Busca Ativa, a localização das pessoas é feita pelo Poder Público, para incluí-las no Cadastro Único e permitir que tenham acesso a diversos programas sociais, como o Bolsa Família e outros. 35

36 Bolsa Família Busca Ativa 1,03 milhão de famílias que eram extremamente pobres incluídas no Cadastro Único e recebendo o Bolsa Família(fonte CadUnico e folha de pagamento do Bolsa Família) O impacto do Plano nos três eixos citados no início desse texto será apresentado junto com as políticas dos ministérios responsáveis neste relatório. 36

37 POLÍTICA PARA TRABALHADORES RURAIS EMPREGADOS O Decreto nº 7.943, de 5 de março de 2013, instituiu a Política Nacional Para os Trabalhadores Rurais Empregados (PNATRE), visando ao fortalecimento dos direitos sociais e à proteção social deste segmento. A política, que tem como princípios a valorização da dignidade da pessoa humana, a garantia de direitos e o diálogo social, é o resultado de estudos e intensas discussões entre os órgãos de governo envolvidos, em observância às demandas apresentadas pelo movimento social e entidades sindicais vinculadas à área. Entre suas diretrizes, estão: Revisar a legislação para articular as ações de promoção e proteção social aos trabalhadores rurais empregados; Estimular a formalização e o aprimoramento das relações de trabalho que envolvam os trabalhadores rurais empregados; Promover o diálogo permanente entre entidades e órgãos públicos e sociedade civil; Aperfeiçoar as políticas de saúde, educação, capacitação profissional, habitação, previdência e segurança destinadas aos trabalhadores rurais empregados, integrando as ações da União, governos estaduais e municipais; Combater o trabalho infantil e promoção da igualdade de gênero, raça, etnia; e Articular-se com estados, municípios e sociedade civil para garantir a implementação da PNATRE. Pelo Decreto, foi instituída a Comissão Nacional dos Trabalhadores Rurais Empregados (CNATRE), com a finalidade de gerir a PNATRE. A Comissão é formada por representantes de 11 ministérios e da sociedade civil. Ela foi formalizada por Portaria Interministerial nº 2, de 37

38 9 de maio de 2013 e sua coordenação ficou a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O Plano Nacional para os Trabalhadores Rurais Empregados (PLANATRE), instituído pela portaria nº 2, de 04 de abril de 2014, norteado pela PNATRE, é resultado do trabalho que a CNATRE tem desenvolvido no intuito de formular, implementar, monitorar e avaliar políticas públicas que proporcionem proteção e bem-estar social aos trabalhadores rurais empregados. O PLANATRE é dividido em 4 eixos: Capacitação profissional e ampliação da escolarização; Combate à informalidade; Criação de oportunidades para geração de trabalho e renda; e Saúde, assistência social e segurança do trabalhador e Trabalhadora. Em 2013, foi iniciado o processo de aquisição de unidades móveis de atendimento aos trabalhadores rurais. As unidades móveis de atendimento serão importante ferramenta para implementar as ações do PLANATRE, facilitando o acesso dos funcionários do MTE aos trabalhadores rurais empregados 8. 8 Conheça mais sobre a PNATRE: 38

39 JUVENTUDE Vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) tem a tarefa de coordenar, integrar e articular as Políticas Públicas de Juventude. Todas as ações da Secretaria são voltadas ao público juvenil, que hoje conta com 50 milhões de pessoas de 15 a 29 anos. Um dos principais desafios da Secretaria é criar e articular mecanismos que garantam a participação efetiva da juventude no projeto de desenvolvimento sustentável e solidário do Brasil. Focada nesse desafio, a SNJ construiu um programa específico para integrar as políticas de juventude no Plano Plurianual (PPA), denominado Autonomia e Emancipação da Juventude. O Programa conta com objetivos e iniciativas sob a responsabilidade de diversos órgãos de governo com previsão de metas relacionadas ao aprimoramento das políticas para a juventude. O PPA compreende, sobretudo, a construção de uma agenda nacional de trabalho decente para a juventude, políticas para jovens mulheres, políticas de juventude e cultura, além da ampliação das políticas de educação e qualificação profissional e saúde. Garante, também, a ampliação da participação política e das pautas da juventude nos espaços e fóruns internacionais. Os esforços dos jovens em demonstrar a necessidade de mudanças estruturais no país reforçam a necessidade de criar e fortalecer as Políticas Públicas de Juventude, para que se tornem uma política de Estado. Para tanto, a corresponsabilização dos entes fede rativos eleva a patamares concretos a política de juventude, amplia os direitos e consolida uma agenda permanente de ações. O maior exemplo desse empenho está na aprovação do Estatuto da Juventude, em agosto de 2013, que representa uma das maiores conquist as dos últimos anos. O documento, que tramitou por quase 10 anos na Câmara Federal, agora é uma realidade na garantia de mais direitos para os jovens brasileiros. Destacamos, ainda, a necessidade de uma maior corresponsabilização dos entes federados, a partir do Sistema Nacional de Juventude, ampliando os direitos e consolidando uma agenda permanente de ações. 39

40 Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra Juventude Viva Outro grande exemplo de divisão de responsabilidades e ações concretas é o Plano Juventude Viva, que tem como principal objetivo reduzir a vulnerabilidade da juventude negra à violência e prevenir a ocorrência de homicídios. A proposta é também promover e integrar ações das organizações no âmbito federal na criação de oportunidades de inclusão social e autonomia dos jovens nos territórios selecionados e no enfrentamento ao racismo nas instituições. Esse enfrentamento ocorre, sobretudo, em locais com situações de violência física e simbólica, e reúne ações de vários ministérios. A parceria dos estados e municípios é fundamental para o sucesso do Plano, que agrega programas e atividades nas áreas de trabalho, educação, saúde, acesso à justiça, cultura e esporte, entre outros. Já a participação da sociedade civil é central para e stimular uma mudança de consciência para o enfrentamento à banalização da violência e do racismo. Essa rediscussão de valores deve acontecer no dia a dia das comunidades e cidades com maior índice de violência, onde o Juventude Viva consegue chegar. Existem duas formas de adesão ao Plano: a pactuada inclui os 142 municípios priorizados pelo Programa, firmada entre os governos estaduais e municipais e o governo federal. Já a adesão voluntária pode ser feita por qualquer município que esteja comprometid o com a agenda de enfrentamento à violência contra a juventude negra 9. 9 Para saber mais, acesse 40

41 Estação Juventude O Estação Juventude tem por objetivo ampliar as informações sobre as políticas e os programas que atendam às necessidades do público jovem, além de orientações que lhes permitam construir suas próprias trajetórias de vida. Os projetos são selecionados por meio de edital público. O Programa atua através das Estações Complementares que funcionam em espaços físicos, já existentes nos territórios, dos próprios municípios; e as Estações Itinerantes, estruturadas em ônibus ou outros veículos, que chegam às áreas menos assistidas pelas políticas públicas, incluindo a zona rural. O Programa pretende assegurar a emancipação dos jovens, especialmente aqueles que vivem em territórios mais vulneráveis, e todos os seus espaços contam com gestores capacitados para fornecer informações e desenvolver atividades que facilitem o acesso da juventude às políticas públicas federais, estaduais e municipais 10. Participatório Observatório Participativo da Juventude O Participatório da Juventude é um espaço virtual de participação e mobilização e troca de conhecimento sobre juventude. Foi desenvolvido a partir dos princípios das redes sociais na internet, onde é possível criar comunidades, blogs, participar de debates e até mesmo construir Políticas Públicas de Juventude por meio de consultas abertas. Com a iniciativa, pretende-se gerar espaços virtuais inclusivos para troca e integração das ações realizadas por jovens, grupos e organizações sobre assuntos relacionados à juventude, além de dar visibilidade a áreas que dialogam com o universo juvenil, como ONG s, institutos de pesquisa e conselhos, entre outros. 10 Para saber mais, acesse 41

42 JUVENTUDE RURAL Uma importante medida do Pronaf 2014/2015 foi o anúncio de que a União vai financiar a compra de terras resultantes de herança, permitindo a quem queira permanecer na terra, condições para que isto ocorra. A construção e a qualificação das Políticas Públicas para a juventude rural tem assumido um importante espaço, com ações capazes de afirmar a concepção de juventude e o desenvolvimento rural sustentável com reconhecimento dos diferentes sujeitos sociais e promoção da igualdade. Alguns programas também passaram por mudanças a fim de aprimorar o acesso da juventude rural. O Programa Nacional de Crédito Fundiário baixou a taxa de juros e aumentou a percentagem de rebate, oferecendo assim um incentivo financeiro mais vantajoso para os jovens que decidirem acessar terra. No âmbito do Programa Nacional de Reforma Agrária, a partir de 2013, 5 % dos lotes de assentamentos de Reforma Agrária passam a ser de acesso exclusivo para a juventude rural. Estas novas medidas possibilitarão o acesso a terra, um ponto fundamental no processo de desenvolvimento rural sustentável. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Linha Jovem, passou a ser operado por mais bancos, medida que amplia o crédito para mais municípios e redes bancárias, onde também estão localizadas as juventudes rurais. Em relação à Assistência Técnica e Extensão Rural, deu-se início à execução do primeiro chamamento de ATER para trabalhos com juventude rural. A formação cidadã e tecnológica também é uma agenda importante para a juventude rural. Em 2013, ocorreu o primeiro ciclo do Projeto Formação de Jovens em Agricultura Sustentável, Gestão e Inovação Tecnológica, contando com a participação de jovens nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Existe um processo de continuidade desta ação formativa, que é uma estratégia de formação para a inclusão socioprodutiva da juventude rural, em parceria com outras cinco universidades em diferentes regiões do país, formando jovens. Outro processo formativo, articulando jovens lideranças rurais do MERCOSUL, é o Curso Regional de Formação de Jovens Rurais da Reunião Especializada da Agricultura Familiar 42

43 (REAF), promovido pelo Grupo de Trabalho da REAF, que se propõe a contribuir para a formação de líderes de organizações da Agricultura Familiar, reforçando o papel protagonista dos jovens dos movimentos sociais e sindicais rurais para a construção de modelos sustentáveis para o desenvolvimento rural. Uma ação articulada entre a Assessoria de Juventude do MDA, o Comitê Permanente de Juventude Rural do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF) e o Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE) resultou na importante incorporação de pautas da juventude rural no Estatuto da Juventude, dispondo sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude no Sistema Nacional de Juventude. Desta forma, é relevante o aperfeiçoamento das políticas públicas direcionadas à juventude, e em especial à juventude rural, onde se estruturam mecanismos de suporte adequados para o desenvolvimento rural e solidário de ações, seja na organização produtiva, como também na efetivação de direitos para emancipar sua autonomia. O Estatuto da Juventude atende às demandas especificas da juventude rural, especialmente a partir da Política Nacional de Educação no Campo, que contemplará a ampliação da oferta de educação para os jovens do campo, em todos os níveis e modalidades educacionais e efetivará o direito do jovem à profissionalização, ao trabalho e à renda, contemplando o apoio ao jovem trabalhador rural na organização da produção da agricultura familiar e dos empreendimentos familiares rurais. A Política também promove estímulo à produção e à diversificação de produtos, fomento à produção sustentável baseada na agroecologia, nas agroindústrias familiares, na integração entre lavoura, pecuária e floresta e no extrativismo sustentável, investimento s em pesquisa de tecnologias apropriadas à agricultura familiar e aos empreendimentos familiares rurais e estímulo à comercialização direta da produção da agricultura familiar, aos empreendimentos familiares rurais e à formação de cooperativas. 43

44 Conferência Nacional de Desenvolvimento Sustentável e Solidário A 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Sustentável e Solidário, que aconteceu em outubro de 2013, foi um importante marco para a juventude rural, onde, pela primeira vez, contou com cota mínima de 20% de jovens nas delegações. Este mecanismo impulsiona a participação e a formulação de propostas em interface com a pauta da juventude rural, fortalecendo o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Brasil Rural e a agricultura familiar e agroecologia, a reforma agrária, a democratização do acesso à terra e aos recursos naturais, a abordagem territorial como estratégia de desenvolvimento rural e a promoção da qualidade de vida, além da gestão e participação social num processo de desenvolvimento rural sustentável e solidário. Como preparação para a 2ª Conferência Nacional de Juventude, foram realizadas mais de conferências municipais, regionais e territoriais com articulação nas comunidades e povos tradicionais. Essas conferências elegeram duas resoluções principais, a Capacitação e Geração de Renda e a Educação do Campo. Ainda em 2011, foi criado um Grupo de Trabalho de Juventude Rural com participação de representantes dos ministérios, dos movimentos sociais e pesquisadores para pensar caminhos e responder as demandas até então apresentadas. Edital de Inclusão Digital para a Juventude Rural Em dezembro de 2011, foi lançado o Edital de Inclusão Digital para a Juventude Rural. O objetivo foi o de estimular as universidades e institutos federais e estaduais a atuarem em extensão rural promovendo a inclusão digital, atendendo a três grandes eixos: Educação no Campo; Gestão e Comercialização da Produção na Agricultura Familiar; e Comunicação Digital nas Áreas Rurais. Foram contempladas 40 experiências, divididas nas cinco regiões do país (seis no Norte, 16 no Nordeste, cinco no Sudeste, nove no Sul e quatro no Centro-Oeste). Duas das experiências receberam aditivo (UFFS e UFSC) para ampliarem as ações realizadas. Os 44

45 eixos propostos foram incorporados nas chamadas PROEXT/MEC desde a chamada de Seminário Nacional de Juventude Rural e Políticas Públicas Em maio de 2012, foi realizado o I Seminário Nacional Juventude Rural e Políticas Públicas, que representou um encontro com a juventude rural. Estiveram presentes mais de 40 organizações e movimentos sociais, representantes dos governos federal e estaduais, pesquisadores e professores de programas de licenciatura do campo e de licenciatura indígena e mais de 140 jovens da agricultura familiar, camponeses, quilombolas e indígenas de todas as regiões do Brasil. O Seminário, realizado em parceria com o MDA, resultou em um diagnóstico e de proposições para fortalecer a permanência da juventude no campo. As proposições estão sendo discutidas para que possam ser atendidas. Edital de Articulação de Grupos de Economia Solidária Em 2012, foi lançada uma linha específica para a juventude rural no Edital de Articulação de Grupos de Economia Solidária, da Secretaria Nacional de Economia Solidária do MTE, para apoio da formação de rede de projetos de economia solidária de grupos juvenis rurais de produção, contemplado cerca de jovens rurais distribuídos em sete estados. Programa de Formação Agroecológica e Cidadã com Geração de Renda para da Juventude Rural Ainda em 2012, foram iniciadas as primeiras experiências do Programa de Formação Agroecológica e Cidadã com Geração de Renda para da Juventude Rural. O objetivo é a construção de ações para a juventude rural voltadas para a geração de renda, associando formação cidadã com base nos preceitos agroecológicos e sustentáveis, o estímulo ao intercâmbio de experiências (boas práticas) e o acesso a tecnologias sociais que 45

46 fortaleçam as condições necessárias para a permanência dos jovens e das jovens do campo e da floresta. Como resultado, foram capacitados 600 jovens de assentamentos, da agricultura familiar e de quilombos em agroecologia e na elaboração de projetos produtivos coletivos nos seus territórios de origem. As experiências estão produzindo, além da capacitação desses jovens, uma metodologia de atuação nos territórios que será utilizada para as ações futuras. Programa Estação Juventude Itinerante Rural Em 2012 e 2013, foram lançadas duas edições do edital do Programa Estação Juventude Itinerante Rural, contemplando, até o momento, os estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Ceará e Sergipe. O Programa tem por objetivo ampliar o acesso à informação e formas de acesso a políticas públicas nos territórios da cidadania por meio de um equipamento móvel que irá à zona rural. Programa de Formação Cidadã e Agroecológica com Geração de Renda para Juventude Rural no Plano Brasil Agroecológico A Secretaria Nacional de Juventude atuou também na construção e acompanhamento do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) Brasil Agroecológico, assegurando a integração e ampliação de ações para a juventude rural que fortaleça m o projeto da agroecologia e da produção orgânica com a participação dos jovens e das jovens. Como resultado, foi inserido o Programa de Formação Cidadã e Agroecológica com Geração de Renda para Juventude Rural como ação do plano que será ampliada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). 46

47 Programa de Fortalecimento da Autonomia Econômica e Social da Juventude Rural Como continuidade da articulação governamental iniciada em 2012, em 2014 será lançado o Programa de Fortalecimento da Autonomia Econômica e Social da Juventude Rural. Fruto da articulação entre a Secretaria-Geral da Presidência da República, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério das Comunicações, Ministério da Cultura, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e a Companh ia Nacional de Abastecimento (Conab), o programa tem como objetivo promover ações direcionadas à juventude rural, com foco em geração de renda para fortalecer as condições necessárias de permanência dos jovens e das jovens rurais e da floresta. Para atender esse objetivo, serão integradas ações já existentes em curso, como assistência técnica, crédito e programas de comercialização de alimentos, além de novas ações com foco específico para a juventude nas áreas de formação para a geração de renda, cultura e apoio a projetos produtivos. 47

48 MULHERES DO CAMPO Políticas para Mulheres Rurais As mulheres vivem em uma condição de desigualdade pautada na divisão sexual do trabalho. No campo, esta situação se torna ainda mais evidente, e é neste cenário que se verifica a invisibilidade do trabalho da mulher. O trabalho doméstico e de cuidados dificilmente é visto como gerador de renda monetária. Até mesmo o trabalho na agricultura realizado pelas mulheres do campo é entendido como ajuda, por se tratar de trabalho caracteristicamente masculino. As ações específicas para superação dessa condição e garantia de plenos direitos (garantidos pela Constituição) às mulheres já estão presentes em várias políticas e ações de legisladores e governos, fruto de conquistas dos movimentos de mulheres e de direitos humanos, principalmente a partir da redemocratização do país e da Constituição de Contudo, os resultados ainda são insuficientes para superação das desigualdades, discriminações e violência contra mulheres. A partir do ano de 2003, foi elaborada, pela primeira vez, uma política pública integral de promoção da igualdade de gênero, que inclui a agenda de direitos econômicos e políticos das trabalhadoras rurais. A criação das políticas públicas para as mulheres rurais tem, portanto, objetivo de promover o exercício da cidadania e também a autonomia econômica das mulheres do campo. Seu propósito é o de superar as desigualdades de gênero, possibilitando a elas a inserção na economia a partir de relações igualitárias e de reconhecimento social. Para tanto, surge uma nova institucionalidade no Estado com foco na promoção da igualdade de gênero e participação social, representada pela consolidação da Secretaria de Políticas para Mulheres como órgão vinculado diretamente à Presidência da República. A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR) tem como principal objetivo promover a igualdade entre homens e mulheres e combater todas as 48

49 formas de preconceito e discriminação herdadas de uma sociedade excludente 11. No âmbito das várias instâncias de governo consolidou-se uma agenda de promoção da igualdade entre mulheres e homens. Algumas das ações específicas do campo e da cidade e que fazem parte dos sistemas de saúde e educação, são indicadas neste documento nos itens de Educação e Saúde. Ampliação do Orçamento da SPM/PR A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) destinou R$ 217 milhões para o orçamento da SPM em 2014 O Congresso Nacional aprovou, na Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2014, R$ 217 milhões para o orçamento da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Esse orçamento projetado para a SPM em 2014 é o maior verificado nos dez anos do órgão, devido à ampliação das ações e tendo em vista o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM) A ampliação do orçamento permite maior investimento em ações, programas e políticas públicas para as mulheres, principalmente para as mulheres rurais. Lei nº Direitos Respeitados Para combater a violência sexual, que atinge mulheres do campo e da cidade, a Lei nº , sancionada em 1º de agosto de 2013 (decorrente do Projeto de Lei PCL 03/2013), dispõe sobre o direito do atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual. A proposta para 2014 é a realização dos cursos de capacitação para integração dos serviços e para garantia do atendimento humanizado e integrado, envolvendo os profissionais da saúde e da justiça. A previsão é de envolver, na primeira etapa das capacitações, 920 profissionais para que o atendimento às vítimas de violência sexual seja implementado, conforme a lei sancionada, nas capitais e cidades onde existe o serviço de medicina legal e 11 Saiba mais em 12 Ver o Plano em:

50 os serviços de referência da saúde para o atendimento à violência sexual. Nas pró ximas etapas serão capacitados os profissionais das demais cidades. Prêmio Mulheres Rurais que Produzem o Brasil Sustentável Em 2012, foi instituído o Prêmio Mulheres Rurais que Produzem o Brasil Sustentável, com o objetivo de dar visibilidade aos grupos produtivos de mulheres rurais de todo o país. Na primeira edição do Prêmio, inscreveram-se 517 organizações produtivas de mulheres rurais. Dentre elas, 30 foram selecionadas e receberam um troféu. As 10 primeiras colocadas foram premiadas com R$ ,00 cada. As premiações contemplaram as diferentes regiões do país e uma grande diversidade de segmentos das mulheres do campo e da floresta: agricultoras familiares, assentadas da Reforma Agrária, extrativi stas, quilombolas e indígenas. Autonomia Econômica das Mulheres do Campo e da Floresta Com o objetivo de promover a autonomia econômica das mulheres e para atender a pauta de reivindicação das mulheres do campo e da floresta, foram firmados convênios pela SPM/PR com municípios, estados e entidades não governamentais sem fins lucrativos. Foram ofertados cursos nas áreas de educação ambiental, economia solidária, agroecologia, culinária, corte e costura, cooperativismo, empreendedorismo, associativismo, produção de leite, beneficiamento de mandioca, formação de produtoras culturais e multiplicadoras de esporte e lazer e ainda formação em políticas públicas para as mulheres, gênero e raça, cidadania, entre outras. As ações vêm contribuindo para melhorar a produção e a comercialização das atividades produtivas das mulheres rurais. No período de 2011 a 2013, foram beneficiadas diretamente mulheres, sendo aplicados mais de R$ 5 milhões em ações para promoção da autonomia econômica das mulheres do campo e da floresta. 50

51 Saúde das Mulheres do Campo e das Florestas A Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF) foi instituída pelo Ministério da Saúde (Portaria nº 2.866, de 02 de dezembro de ), como resultado do trabalho do Grupo da Terra, composto por representantes do governo e de movimentos sociais, com o objetivo de incorporar a temática de saúde das mulheres como política fundamental a ser implementada. A Política Nacional de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), uma conquista dos movimentos de mulheres no Brasil, resultou nos seguintes avanços: Alinhamento entre as políticas públicas, visando atendimento integral; Maior acesso a contraceptivos; Maior participação e envolvimento das mulheres nas ações de saúde; Aplicação da Lei Maria da Penha; Casa de Saúde da Mulher; Hospitais regionalizados no atendimento à saúde da mulher com especialistas; Promoção da alimentação saudável; Programa do Ministério da Saúde para projetos de formação de lideranças; Funcionamento das unidades móveis do Programa Mulher Viver Sem Violência; Aumento da quantidade de centros de saúde; Aumento do acesso ao pré-natal e condições de amamentação. Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais Outro avanço proveniente das demandas dos movimentos sociais é a qualificação de parteiras tradicionais por meio do Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais, e sua continuidade através do Programa Rede Cegonha, principalmente nas regiões da Amazônia Legal e Nordeste. Com o objetivo de melhorar a atenção à gestão, ao parto, ao nascimento e ao puerpério, o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais recoloca a melhoria do parto e 14 Ver texto emhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2866_02_12_2011.html 51

52 nascimento domiciliar assistidos por parteiras tradicionais na pauta de discussão com gestores estaduais e municipais, como uma responsabilidade do SUS e uma atribuição da atenção básica, além de fortalecer e reconhecer a importância do trabalho dessas profissionais. 52

53 Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres Ampliação do atendimento da Central 180 Construção das 27 Casas da Mulher Brasileira Atendimento das mulheres nas regiões de fronteira seca O Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres consiste num acordo entre a União, os governos dos estados e Distrito Federal e dos municípios para o planejamento de ações da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, por meio da implementação de políticas públicas integradas em todo território nacional. O pacto nacional foi atualizado em 2011 e hoje conta com os seguintes eixos de atuação: garantia da aplicabilidade da Lei Maria da Penha; ampliação e fortalecimento da rede de serviços para as mulheres em situação de violência; garantia da segurança cidadã e acesso à justiça; garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, enfrentamento à exploração sexual e ao tráfico de mulheres; e garantia da autonomia das mulheres em situação de violência e ampliação de seus direitos. Visando ampliar o acesso das mulheres a toda a rede de serviços e também garantir a humanização e a integralidade do atendimento, em março de 2013, o governo lançou o Programa Mulher Viver Sem Violência, agregando assim importantes ações para o atendimento das mulheres, com destaque para as mulheres do campo e da floresta, a integração da rede para o atendimento às mulheres que sofrem violência sexual, a ampliação da Central 180, o lançamento de campanhas educativas e de conscientização, a construção das 27 Casas da Mulher Brasileira e o atendimento das mulheres nas regiões de fronteira seca. Com o objetivo de atender às demandas específicas das mulheres do campo e da floresta, integraram-se ao Programa as ações das unidades móveis para o enfrentamento à violência contras as mulheres do campo e da floresta. Esta ação conta também um importante papel da sociedade civil. Dessa forma, destaca-se a importância da construção dos Fóruns Estaduais de enfrentamento a violência contra as Mulheres do Campo e da Floresta, a exemplo do que já ocorre no Fórum Nacional Permanente. 53

54 Ligue 180 Denúncia e Orientações O Ligue 180 é uma Central de Atendimento à Mulher do campo e da cidade, que funciona 24 horas por dia durante todos os dias da semana. As ligações são gratuitas. Além de receber denúncias de violência contra a mulher, as atendentes prestam informações e orientam as mulheres em situação de violência a buscarem os serviços da Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência para a garantia de seus direitos. Desde a criação da Central 180, em 2005, foram atendidas mulheres. Este atendimento apresenta alguns dados muito significativos no decorrer destes anos: Mais de 50% dos municípios brasileiros são atendidos pela Central de Atendimento à Mulher; 7% dos relatos atendidos são da zona rural; Mais de 470 mil atendimentos com pedidos de informação sobre a Lei Maria da Penha; Em 83,8% dos casos atendidos, o agressor é companheiro, cônjuge, namorado ou ex da vítima; Em 42,3% dos relatos, as mulheres indicam que sofrem a violência diariamente; Em 40% dos registros, as mulheres demoraram até 10 anos para fazer a primeira denúncia; Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Informação e Ação A Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência indica e aciona um conjunto de ações e serviços públicos especializados de diferentes setores (em especial, da assistência social, da justiça, da segurança pública e da saúde), que visam à melhoria da qualidade do atendimento às mulheres, sobretudo na identificação e no encaminhamento adequado daquelas em situação de violência. 54

55 A rede de enfretamento é composta por agentes governamentais e não-governamentais de políticas voltadas para as mulheres (organismos de políticas para as mulheres, ONGs feministas, movimento de mulheres, conselhos dos direitos das mulheres, conselhos de controle social, núcleos de enfretamento ao tráfico de mulheres, etc.); serviços e programas voltados para a responsabilização dos agressores; universidades; órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos (habitação, educação, trabalho, seguridade social, cultura); e serviços especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de violência. Para saber sobre os serviços incluídos na Rede, consulte informações pelo telefone 180 ou diretamente pelo portal da Secretaria de Políticas para as Mulheres 15, onde se encontram informações dos serviços que podem ser acessados no Brasil. Evolução da Série Histórica do Total Anual de Serviços Especializados de Atendimento à Mulher Programa Mulher: Viver sem Violência O Programa Mulher: Viver sem Violência consiste em um conjunto de ações estratégicas de enfrentamento à violência contra a mulher. O Programa, estruturado em seis eixos de atuação, tem como principal objetivo assegurar a integralidade do atendimento no que diz respeito ao enfrentamento da violência contra as mulheres. 15 https: // 55

56 A iniciativa propõe estratégias para melhoria e rapidez no atendimento às vítimas da violência de gênero. Em dois anos, serão investidos R$ 265 milhões, sendo R$ 137,8 milhões, em 2013, e R$ 127,2 milhões, em Casa da Mulher Brasileira Serão construídas 27 Casas da Mulher Brasileira nas capitais dos 26 estados e no Distrito Federal que tem como principal objetivo unificar no mesmo espaço físico todos os serviços especializados de atendimento às mulheres em situação de violência doméstica. A iniciativa visa responder à demanda da Lei Maria da Penha e contribuir para o acesso universal das mulheres a este atendimento e também contribuir para a maior celeridade das medidas protetivas, e combatendo a impunidade. A Casa da Mulher Brasileira é um espaço que reunirá diversos serviços: delegacias especializadas de atendimento à mulher (DEAM), juizados e varas, defensorias, promotorias, equipe psicossocial (psicólogas, assistentes sociais, sociólogas e educadoras, para identificar perspectivas de vida da mulher e prestar acompanhamento permanente) e equipe para orientação ao emprego e renda. Centros de Atendimento às Mulheres nas Fronteiras Secas Os Centros de Atendimento às Mulheres nas Fronteiras Secas tem como objetivo a melhoria no atendimento a mulheres migrantes em situação de violência, exploração sexual e tráfico de mulheres, fornecendo orientação sobre a regularização de documentação, atendimento psicossocial, assistência jurídica e encaminhamento à rede de serviços especializados. Os Centros serão implementados nos seguintes municípios: Bonfim (RR), Brasiléia (AC), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Jaguarão (RS), Santana do Livramento (RS), Tabatinga (AM), com investimento previstos de R$ 500 mil para cada um deles. Além disso, estão assegurados R$ 440 mil para reforma e aquisição de equipamentos para os três centros já existentes em Foz do Iguaçu (PR), Oiapoque (AP) e Pacaraima (RR). 56

57 Unidades Móveis para o Atendimento às Mulheres do Campo e da Floresta Vítimas de Violência Reconhecendo a dificuldade de acesso aos serviços públicos como um dos principais problemas das áreas de campo, floresta e águas, foram criadas as Unidades Móveis para o Atendimento às Mulheres do Campo e da Floresta Vítimas de Violência, com o objetivo de levar às mulheres dessas áreas os serviços especializados da Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência. São 54 unidades móveis (duas por estado e para o DF), que farão ações educativas, de prevenção, assistência, atendimento e acolhimento de denúncias e enfrentamento às diferentes formas de violência contra as mulheres. As unidades têm, ainda, função educativa, com a divulgação e esclarecimentos sobre a Lei Maria da Penha e sua aplicação. As unidades já foram entregues em todos os estados e no Distrito Federal. Em 2014, serão entregues mais 6 unidades móveis para as regiões metropolitanas. Unidades Móveis Fluviais Para ampliar ainda mais o atendimento às mulheres no âmbito do Programa Mulher: Viver sem Violência, Unidades Móveis Fluviais (barcos) estão levando às mulheres ribeirinhas serviços de acesso à justiça e a direitos, à Lei Maria da Penha e à rede de atendimento a mulheres em situação de violência. Em janeiro de 2014, foi assinado um Termo de Cooperação entre a SPM e a Caixa Econômica Federal, que estabelece a prestação de serviços do Programa Mulher: Viver sem Violência na agência barco Ilha de Marajó, a qual atende, uma vez por mês, dez localidades com um total de habitantes. 57

58 As ações da Unidade Móvel Fluvial da Ilha do Marajó já se encontram na terceira viagem, levando informações e construído articulação com os municípios e rede de serviços locais. Nestes municípios, foi lançada a campanha Quem Ama Abraça. Outras duas unidades da Agência Barco Caixa e Barco Chico Mendes no São Francisco levarão os mesmos serviços. Mulheres Indígenas Especial atenção às especificidades das mulheres indígenas, por meio da Coordenação da Diversidade, foi criada em 2012 a Assessoria Especial para as Questões das Mulheres do Campo e da Floresta, no âmbito da Secretaria de Articulação Institucional e Ações Temáticas (SAIAT) da SPM. Em 2013, foi formalizado um convênio com valor de repasse de R$ ,40 para apoiar atividades que visam ao fortalecimento de lideranças de mulheres indígenas de oito etnias em quatro estados do Nordeste, a serem implementadas em 2014, em parceria com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Ainda em 2013, a SPM lançou edital para seleção de propostas para execução de projetos voltados a mulheres com uma linha específica para mulheres indígenas. Campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha: A lei é mais forte A Campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha: A lei é mais forte, lançada em 2012, é uma ação que tem como principal objetivo dar maior celeridade nos processos dos julgamentos enquadrados na Lei Maria da Penha, maior compromisso do sistema de 58

59 justiça para o combate à impunidade e garantia de maior integração entre as ações dos diferentes poderes no que diz respeito a Lei. Conforme previsto na Lei, a campanha reitera direitos de acesso às políticas públicas, previstas como direitos universais da mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, buscando assegurar - lhes as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua sa úde física e mental e seu aperfeiçoamento ético, intelectual e social. A Campanha é resultado da cooperação entre o poder judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública e a União, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres e o Ministério da Justiça. A Lei Maria da Penha 16 não só dá condições de preservação da integridade física da mulher vítima de violência e de punição ao agressor, como também reforça direitos e responsabilidades, conforme os seguintes artigos da lei: Art.3º: Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Art.4º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados, respeitada a sua condição específica. Já na sua segunda fase, a Campanha contou com a adesão do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, de forma que a legislação pudesse acompanhar estes avanços e cada vez mais assegurar os direitos das mulheres por uma vida sem discriminações e violências. Na sequência, contou com a adesão de empresas públicas, mistas e privadas. Hoje, já aderiram à campanha: Petrobrás, Correios, Banco do Brasil, Caixa Econômica, EBC, Magazine Luiza, AVON, Petrobrás Distribuidora, Grupo Pão de Açúcar, Itaipu e Fundação VALE. 16 Para conhecer o teor da Lei: 59

60 A Campanha conta com um site específico 17 como forma de divulgação e de debates importantes para o enfrentamento da violência. Já foram produzidos, desde a sua implementação, cinco informativos que também estão disponibilizados no site da Campanha. Campanha Nacional Mais Mulheres no Poder Em 1997, foi promulgada a lei de cotas de gênero no Brasil (Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997), que estabeleceu um percentual mínimo de 30% e máximo de 70% para cada gênero na lista dos partidos políticos que lançarem candidatos nos âmbito municipal, estadual e federal. Embora as cotas tenham se mostrado eficazes para aumentar o número de mulheres parlamentares eleitas em muitos países, o mesmo ainda não aconteceu no Brasil. Observando o panorama dos cargos eletivos em 01/04/ , os dados eram estes: Na Câmara Federal: dos 513 deputados federais, apenas 47 são mulheres (8,6% do total); No Senado: dos 81 senadores, sete são mulheres; Nas Prefeituras: as mulheres são 959 eleitas, ou seja, menos de 12,03% do total de prefeitos; Nas Câmaras Municipais: mulheres representam cerca de 10% do total de vereadores, ou seja, vereadoras. Segundo a IPU (Inter-Parliamentary Union), no universo de 189 nações, o Brasil está em 121º lugar no ranking de igualdade entre homens e mulheres na política, atrás de p aíses como o Iraque e o Afeganistão. Em 2012, a Secretaria de Políticas para as Mulheres, antecedendo as eleições municipais, lançou juntamente com o Fórum de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos e o

61 Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres a campanha de sensibilização da sociedade para a ampliação da participação das mulheres nos espaços de poder e decisão: Mais Mulheres no Poder. Foram publicadas 100 mil cartilhas da campanha e o caderno Mais Mulheres no Poder: Eu Assumo Este Compromisso, divulgados pelos movimentos de mulheres, conselhos e secretarias da mulher e outros agentes. Já em 2013, foram apoiadas campanhas de movimentos e fóruns de mulheres para promover a ampla divulgação do direito ao voto e de participação política de homens e mulheres com maior equidade. Uma delas foi a campanha Mulher Tome Partido: Filie -se, com a publicação e divulgação do livreto Mulher na Política: Mulher Tome Partido. Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural Para proporcionar condições efetivas de acesso às políticas públicas, criou -se o Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR) em O Programa visa promover a conscientização sobre a importância e uso dos documentos civis, jurídicos e trabalhistas, além de garantir a obtenção dos mesmos, emitindo-os de forma gratuita. Para sua execução, o PNDTR, coordenado pelo MDA e pelo Incra, articula órgãos dos governos federal, estaduais e municipais, bem como os movimentos sociais de mulheres. Em 2013, o Brasil atingiu uma marca significativa: um milhão de mulheres documentadas pelo Programa, que realizou mutirões, atendeu 809 municípios, emitiu documentos e atendeu mulheres. O PNDTR permite que as mulheres acessem todas as políticas destinadas à agricultura familiar e reforma agrária, fortalecendo a participação delas no Plano Safra Desde a criação do PNDTR em 2004 até dezembro de 2013, já foram realizados mutirões em municípios, abrangendo os 120 Territórios da Cidadania com a emissão de cerca de documentos, atendendo a mulheres. 61

62 Acesso a Terra pelas Mulheres Mulheres são 69% dos titulares da Reforma Agrária em 2013 O Programa Nacional de Reforma Agrária tem garantindo a inclusão efetiva das mulheres em todas as fases dos assentamentos. O direito igualitário à terra para mulheres e homens, por meio da titulação conjunta e obrigatória, foi instituído pela Portaria nº 981, de outubro de Além disto, a Instrução Normativa nº 38, de 13 de março de 2007, alterou a sistemática de classificação para os candidatos à reforma agrária, reconhecendo e priorizando mulheres chefes de família como beneficiárias potenciais ao programa. Em 2013, as mulheres chefes de famílias já representam 22,1% do público beneficiário (em 2003 elas eram 13%). Na reforma agrária, elas representam 69% dentre os titulares registrados (em 2003 elas eram 24%). Na política de acesso à terra por meio do crédito fundiário, os empreendimentos protagonizados por mulheres recebem valor adicional, sendo que a participação das mulheres aumentou de 13,6% em 2003 para 29% em Ter direito à terra permite à mulher acessar outras políticas de desenvolvimento econômico, bem como ter reconhecido o trabalho produtivo que ela realiza. Em relação às políticas de desenvolvimento econômico dos assentamentos, o Programa Nacional de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (ATES) adotou diretrizes e orientações com enfoque de gênero para os trabalhos das equipes técnicas. Em 2008, o Incra instituiu o crédito Apoio Mulher, como uma oferta exclusiva de crédito para as mulheres assentadas organizadas em grupos produtivos. Os recursos do Crédito Apoio Mulher são destinados, exclusivamente, a grupos produtivos de mulheres que realizam atividades econômicas de produção de bens, de prestação de serviços, de comercialização ou de consumo solidário, de gestão coletiva, em caráter associativo ou coletivo. O valor inicial é de R$ 3.000,00, pago em parcela única e só pode ser acessado por grupos de mulheres compostos por, no mínimo, cinco mulheres titulares do lote, residentes e domiciliadas em assentamentos. 62

63 Assistência Técnica e Extensão Rural Específicas para Mulheres A Política Nacional de Ater passou a contar com a política setorial de Ater para Mulheres, com objetivo de fortalecer a organização produtiva das mulheres rurais, promover a agroecologia e a produção de base ecológica, ampliar o acesso às políticas públicas e apoiar a articulação em rede. O Plano Safra 2014/2015 quer aumentar em 30% a participação da mulher no Programa. Para isto, todas as chamadas públicas para a assistência técnica terá de respeitar 50% para agricultoras. A Ater Setorial para Mulheres beneficiou 56,4 mil mulheres, disponibilizando aproximadamente R$ 33,8 milhões entre 2005 a Destaca-se que 65% dos projetos apoiados focaram atividades voltadas para agroecologia no período entre 2004 e Com a Lei de Ater, a partir de 2010, as chamadas de Ater Mulheres beneficiaram mais de mulheres com foco específico no fortalecimento da produção agroecológica. Na Ater mista, as mulheres já são 41% do público atendido. Apoio a Organização Produtivas das Mulheres Em 2008, criou-se o Programa Interministerial de Organização Produtiva de Mulheres Rurais, tendo como perspectiva a promoção da autonomia econômica, da soberania alimentar e da agroecologia. No período de 2008 a 2013, o programa beneficiou mais de 139,2 mil mulheres, investindo mais de R$ 40 milhões em ações de fomento à produção, agregação de valor, capacitação em política pública e apoio à participação em feiras locais. Fortalecer e divulgar a produção das mulheres nas feiras nacionais da agricultura familiar, representa também uma ação de êxito. PRONAF Mulher A produção das mulheres também conta com apoio financeiro por meio do crédito Pronaf Mulher. O crédito específico para as mulheres já contratou mais de 40 mil operações desde sua criação na Safra 2003/2004. No Plano Safra 2013/2014, o limite do Pronaf Mulher foi 19 Dados da Diretoria de Políticas para Mulheres do Ministério do Desenvolvimento Agrário,

64 ampliado para até R$ 150 mil. Uma inovação trazida para este Plano Safra foi a prioridade de destinação de financiamentos do microcrédito produtivo orientado às mulheres integrantes das unidades familiares de produção enquadradas em qualquer grupo e que apresentem propostas de financiamento de até R$ 30 mil. Contudo, segue sendo um desafio melhorar a participação delas no Pronaf Mulher, uma vez que no microcrédito produtivo elas representavam 48% das operações no Nordeste. Participação social das Mulheres no Desenvolvimento Territorial Cada vez mais as organizações de mulheres participam da gestão da política pública. Elas estão presentes nos Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural, nos Comitês Gestores do Programa de Organização Produtiva e do Programa de Documentação da Trabalhadora Rural, no Grupo de Trabalho de Gênero da Reunião Especializada da Agricultura Familiar e nos diferentes Grupos de Trabalhos e/ou Comitês e Câmaras de Trabalho temporárias. Além do mais, na política de desenvolvimento territorial, foram criados 77 comitês de mulheres, garantindo a participação ativa delas. Em 2013, o Programa de Apoio a Infraestrutura (PROINF) nos territórios, destinou 40% dos recursos para atendimento de metas específicas de mulheres. Fortalecimento dos Organismos de Política para Mulheres dos Estados para atuarem na Área Rural O Ministério do Desenvolvimento Agrário realizou parcerias com sete Organismos de Políticas para Mulheres dos Estados, sendo investidos R$ 15 milhões e beneficiando a mulheres agricultoras familiares e assentadas da reforma agrária, com ações integradas de cidadania e organização produtiva. Com o objetivo de comprometer-se com metas de intervenção nas realidades socioeconômicas dos grupos de mulheres rurais, foram criados e fortalecidos os organismos de política para as mulheres atuarem na área rural, com abrangência estadual e abordagem territorial, garantindo possibilidades de autonomia econômica e seu protagonismo no trabalho no meio rural. 64

65 POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS Políticas para o Extrativismo no Brasil Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde O Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde foi criado pela Lei nº , de 14 de outubro de 2011, e regulamentado pelo Decreto nº 7.572, de 28 de setembro de 2011.Os objetivos do Programa são: famílias atendidas pelo Programa até abril de 2014 (43,4% do público potencial) R$ 70 milhões de investimento 65 unidades de conservação do ICMBio (14,361 famílias) 767 projetos de assentamentos do INCRA ( famílias) 57 munícipios com áreas administradas pela SPU (2597 famílias) 75% do beneficiários na região Norte, sendo famílias no Pará Fonte: MMA (2014) Incentivar a conservação dos ecossistemas, entendida como sua manutenção e uso sustentável; Promover a cidadania e a melhoria das condições de vida; Elevar renda da população em situação de extrema pobreza que exerça atividades de conservação dos recursos naturais no meio rural; e Incentivar a participação de seus beneficiários em ações de capacitação ambiental, social, educacional, técnica e profissional. O Programa Bolsa Verde (PBV) é executado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e insere-se no escopo do Plano Brasil Sem Miséria. O perfil atual dos beneficiários do PBV é constituído por famílias em situação de extrema pobreza, inseridas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), beneficiárias do Programa Bolsa Família, e que exercem atividades de conservação ambiental (uso sustentável dos recursos naturais e de manutenção da cobertura vegetal) nas seguintes áreas federais: (1) Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável) geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); (2) projetos de assentamentos 65

66 (Projetos de Assentamento Florestal, Projetos de Desenvolvimento Sustentável, Projetos de Assentamento Agroextrativista e outros) instituídos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); e (3) Territórios ocupados por ribeirinhos sob gestão da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). A estimativa de público que atende aos requisitos anteriores é de aproximadamente famílias. Dessas, estima-se que já estejam no CadÚnico. O mapa a seguir apresenta a distribuição espacial do Programa Bolsa Verde. Distribuição espacial do Programa Bolsa Verde( Km²) Desde o início do Programa, em outubro de 2011, foram incluídas famílias no PBV. Para os meses de novembro e dezembro de 2013, esperava-se a inclusão de mais famílias, como um primeiro resultado dos mutirões do Busca Ativa realizados no estado do 66

67 Pará. As expectativas foram superadas, sendo cadastradas famílias. O investimento total do PBV em 2013 é da ordem de R$ 70 milhões, dos quais R$ 4,4 milhões referem -se ao pagamento de benefícios diretamente às famílias que vivem em Reservas Extrativistas (RESEX). Inserção de famílias no PBV desde o início do programa, em outubro de 2011 Programa Bolsa Verde O mês de novembro de 2013 é uma projeção, a lista de 3279 novos beneficiários foi encaminhada a Caixa Econômica Federal para a inclusão. out/11 jan/12 arb/12 jul/12 out/12 jan/13 abr/13 jul/13 out/13 67

68 Plano Nacional de Promoção dos Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB) e Política de Garantia de Preços Mínimos da Biodiversidade (PGPMBio) 44,8 mil acessos de famílias extrativistas, entre 2009 e agosto de 2013, com investimentos da ordem de R$ 14,5 milhões em operações de subvenção aos produtos extrativos açaí, pequi, fibra de piaçava, castanha do Brasil, amêndoa de babaçu e borracha 9 mil famílias extrativistas beneficiadas pelo PAA, nos últimos 3 anos, com investimentos de cerca de R$ 37,9 milhões de reais em aquisição de produtos da sociobiodiversidade 6 eventos da Praça da Sociobiodiversidade, realizados no período de 2009 e 2012, onde foram comercializados mais de R$ 2,2 milhões 55 mil famílias extrativistas acessaram a PGPMBio e o PPA, cerca de 22, 35% das famílias extrativistas estimadas O Plano Nacional de Promoção das Cadeias das Sociobiodiversidade (PNPSB) foi instituído pela Portaria nº 239, de 21 de julho de 2009, como parte da estratégia de implementação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Trad icionais (PNPCT), criada por meio do Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de O PNPSB tem o objetivo de desenvolver ações integradas para a promoção e fortalecimento das cadeias de produtos da sociobiodiversidade, com agregação de valor e consolidação de mercados sustentáveis. Nesse sentido, uma das ações desenvolvidas para a implementação da PNPSB é a Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio), coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente implementada conjuntamente com os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social, da Fazenda e operada pela Conab. Além disso, entre outros instrumentos mobilizados pelo PNPSB, destaca-se o Programa de Aquisição de Alimentos (PPA) e a Praça da Sociobiodiversidade. A Política de Garantia de Preço Mínimo foi viabilizada pela Lei nº 8.427, de 27 de maio de 1992, que dispõe sobre a concessão de subvenção econômica nas operações de crédito rural. Posteriormente, por meio da Lei nº , de 17 de setembro de 2008, foi instituída a PGPMBio, específica para produtos da sociobiodiversidade, prevendo ao extrativista o 68

69 recebimento de subvenção ao comprovar que efetuou a venda de seu produto por preço inferior ao preço mínimo fixado pelo governo federal. Para acessar a política, os produtos extrativos devem ser produzidos por agricultores familiares, enquadrados nos termos do art. 3º, da Lei nº , de 24 de julho de 2006, suas cooperativas e associações. No período de 2009 a agosto de 2013, foram investidos em operações de subvenção a produtos extrativos (açaí, pequi, fibra de piaçava, castanha do Brasil, amêndoa de babaçu e borracha) R$ 14,5 milhões, viabilizando 44,8 mil acessos de famílias extrativistas (Figuras 1 e 2). As operações de subvenção induziram o aumento significativo na quantidade produzida desses produtos, colaborando para formalização de negócios, formação de preços e estruturação de cadeias produtivas da sociobiodiversidade. Figura 1 Figura 2 69

70 Atualmente, na lista de produtos da PGPMBio, constam 13 produtos extrativistas, com previsão de investimentos da ordem de R$ 120 milhões até As compras e subvenções governamentais desses produtos promovem o rompimento das relações de exploração e de monopólio por parte de compradores a nível local, e tem gerado competição entre compradores, o que provoca melhoria dos preços pagos aos extrativistas, estímulo à formalização da atividade e estruturação de cadeias extrativistas. Outra importante ação de implementação do PNPSB é o PAA que, nos últimos três anos, investiu R$ 37,9 milhões em aquisição de produtos da sociobiodiversidade, recursos acessados por mais de nove mil famílias extrativistas. E, para o desenvolvimento de novos mercados e oportunidades de negócios, no período de 2009 a 2012, foram realizadas seis eventos da Praça da Sociobiodiversidade, onde foram comercializados mais de R$ 2,2 milhões. O público do PNPSB é formado prioritariamente por povos e comunidades tradicionais extrativistas, residentes em Unidades de Conservação de Uso Sustentável, projetos de assentamentos e territórios ocupados por ribeirinhos. A estimativa de público é de aproximadamente famílias. Considerando que cerca de 55 mil famílias extrativistas acessaram a PGPMBio e o PPA, evidencia-se o potencial de crescimento dessas políticas como estratégia de inclusão econômica dessas populações. Para tanto, no marco da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, foi criada a Subcomissão temática da Sociobiodiversidade, espaço de coordenação e articulação para ampliação das políticas voltadas para a promoção de produtos e cadeias da sociobiodiversidade, com inclusão social e econômica de comunidades extrativista. 70

71 Políticas Ambientais Rurais e Povos Indígenas: 10 anos Nos últimos 10 anos, o Ministério do Meio Ambiente apoiou, por meio de diferentes programas, ações e projetos que contribuíram para a afirmação de iniciativas indígenas relacionadas aos objetivos da garantia da segurança alimentar e da gestão ambiental famílias e 84 etnias beneficiadas, em 312 projetos apoiados pelo Programa Carteira Indígena, com um investimento de mais de R$ 13 milhões pessoas beneficiadas em 191 projetos apoiados pelos PDP, com investimentos de cerca de R$ ,27 Criação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) (Decreto nº de 05 de junho de 2012) Dentre tais iniciativas, destacam-se o Projeto Demonstrativo dos Povos Indígenas (PDPI) e a Carteira de Projetos Fome Zero e Desenvolvimento Sustentável das Terras Indígenas Carteira Indígena. Em seu conjunto, essas ações obtiveram resultados importantes que contribuíram para o avanço dos debates sobre a necessidade de um marco regulatório e de uma instância político-institucional para coordenação das ações dos órgãos de governo voltadas para a proteção e gestão ambiental das terras indígenas. Nesse contexto, durante a reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista, realizada em junho de 2008, o MMA propôs a criação de Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para formular uma proposta de Política Nacional de Gestão Ambiental das Terras Indígenas (PNGATI). Lideranças indicadas pelas organizações indígenas do Brasil participaram do GTI de elaboração da PNGATI, que teve composição paritária de governo e indígenas. Além disso, foram realizadas consultas públicas aos povos indígenas, que envolveram mais de participantes, sendo investidos mais de R$ 2 milhões (MMA e Funai) em sua realização. Fruto de intenso debate, em junho de 2012 foi promulgada a PNGATI pelo Decreto nº O PDPI já apoiou 191 projetos em suas áreas temáticas de atuação (Tabela 1). No total, foram mais de 80 organizações apoiadas, com um valor total de recursos de mais de R$ 35 milhões e beneficiários individuais (Figura 1). Atualmente, estão em fase de contratação 16 Planos de Gestão Ambiental e Territorial (PGTAs) na Amazônia Legal, no 71

72 valor de R$ 4 milhões, e a formação de 300 gestores indígenas e não indígenas como estratégia de apoio a implementação dos PGTAs. Tabela 1: Distribuição e valores dos projetos apoiados pela PDPI UF Nº de Projetos Nº Beneficiados Valor solicitado AC ,38 AM ,38 AP ,72 MA ,11 MT ,03 PA ,17 RO ,99 RR ,28 TO ,21 TOTAL ,27 Beneficiários do PDPI por estado (Figura 1) A Carteira Indígena (CI), desde sua criação em 2007, apoiou 312 projetos em 84 etnias, beneficiando famílias, superando o número de 100 mil beneficiários individualmente, com investimentos de mais de R$ 13 milhões. Destaca-se que assim como o PDPI, a CI foi fundamental para o desenvolvimento sustentável de povos indígenas, aliando combate à pobreza com conservação ambiental, e, ambas, constituem-se em iniciativas e experiências fundamentais para a criação e aprovação da PNGATI. 72

73 Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) A evolução do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) pode ser construída em três momentos distintos: 46 unidades de conservação apoiadas 13 no Amazonas, 1 no Amapá, 29 no ICMBio, 1 no Mato Grosso, 2 em Rondônia Total de investimentos: R$ ,20 Construção e início de trabalhos (Fase 1: 2003 a 2009), consolidação do Programa (Fae atual: 2010 a 2015) e revisão, segundo a iniciativa ARPA Para a Vida. Estes três momentos do Programa se apresentam de maneira distinta frente à agenda de Reservas Extrativistas (RESEX) e de Desenvolvimento Sustentável (RDS). O ARPA nasce como fruto da cooperação internacional no Programa Piloto para a Conservação de Florestas Tropicais (PPG7), como alternativa para garantir a consolidação de um bloco de Unidades de Conservação, garantindo a proteção da biodiversidade no Bioma. Com este esforço, que perpassou a assinatura de um Memorando de Entendimento entre potenciais doadores, foi editado o Decreto nº em agosto de As doações foram internalizadas em 2003 e 2004, sendo adotado o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBio) como agente de execução que efetivamente desembolsou recursos ao final de Segundo os termos do Decreto, a primeira fase do Programa avançou com o apoio à consolidação de Unidades de Conservação de Proteção Integral (Parques, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas), oferecendo apoio à manutenção de Unidades de Conservação (UC) de Uso Sustentável (RESEX e RDS). Todas as metas estabelecidas para a primeira fase foram superadas, notadamente as metas de criação de RESEX e RDS em nível federal e estadual 31 UCs cobrindo mais de 10 milhões de hectares. Foram aportados cerca de US$ 82 milhões para atividades diversas, fazendo com que os gestores das Unidades mantivessem uma presença mínima nas UC e se aproximassem das comunidades residentes ou de entorno. Três marcas importantes desta primeira fase merecem destaque: o reforço à capacitação dos gestores com foco em gestão por 73

74 resultados, a garantia dos mecanismos de participação social como elemento base da gestão das áreas e a formação de um arranjo fiduciário de caráter permanente para manutenção das UC o Fundo de Áreas Protegidas. Com os resultados apresentados até 2009, foi negociada a fase atual do Programa, considerando os erros e acertos já experimentados e reconhecendo as UC de Uso Sustentável como parte integrante do Programa, dedicando aqui recursos substantivos para sua consolidação. O otimismo com os resultados da primeira fase abriu espaço para a proposição de metas mais ousadas: criação de 13,5 milhões de hectares e a consolidação de 32 milhões de hectares. As principais inovações para esta segunda fase foram a construção de manuais de operação, reforço das ferramentas de modelagem e projeção de custos, fortalecimento de instâncias de participação e controle do Programa e a inclusão plena de RESEX e RDS nas linhas de apoio para a consolidação e manutenção. Hoje, o ARPA atua como um mecanismo de aporte de recursos confiável, vinculando as necessidades de gestão das UC a metas de consolidação e monitoramento do Sistema. Os modelos de custo segregam as Unidades em graus de complexidade de manejo Grau I e II com aporte diferenciado de recursos. Com o avanço da execução da Fase II, um conjunto de novos doadores se aproxima do Programa com a proposição de um arranjo inovador para a manutenção em longo prazo das UC. Considerando o cenário econômico mundial atual e as posturas de países doadores frente ao Brasil, foi proposta a construção de um fundo de transição para acomodar a necessidade de crescimento do orçamento público para fazer frente aos recursos hoje aportados por doações. Este fundo, estimado hoje em cerca de US$ 215 milhões, está sendo constituído pela iniciativa ARPA Para a Vida, substituindo o arranjo fiduciário do Fundo de Áreas Protegidas pelo Fundo de Transição, que garantirá a manutenção das taxas de crescimento do aporte de recursos públicos em cerca de 3,9% ao ano por 25 anos. 74

75 Lista das UC apoiadas pelo Programa UC Órgão gestor Grupo Categoria Grau Área do Decreto (ha) RDS Amanã AM US RDS ,000 ha RDS Cujubim AM US RDS ,381 ha RDS Piagaçu Purus AM US RDS ,280 ha RDS Rio Amapá AM US RDS 1 214,133 ha RDS UACARI AM US RDS 2 623,934 ha RDS Uatumã AM US RDS 1 424,430 ha RESEX Catua Ipixuna AM US RESEX 2 215,416 ha RESEX Rio Gregório AM US RESEX 1 477,042 ha RDS do Juma AM US RDS 1 589,611 ha RDS Rio Negro AM US RDS 1 102,978 ha RDS Igapó-Açu AM US RDS 1 397,557 ha RESEX Canutama AM US RESEX 1 197,986 ha RDS do Rio Madeira AM US RDS 1 283,117 ha RDS do Iratapuru AP US RDS 1 860,184 ha RDS Itatupã_Baquiá ICMBio US RDS 1 64,735 ha RESEX Auati Parana ICMBio US RESEX 2 146,951 ha RESEX Barreiro das Antas ICMBio US RESEX 1 107,234 ha RESEX Chico Mendes ICMBio US RESEX 2 970,570 ha RESEX Maracanã ICMBio US RESEX 1 30,019 ha RESEX Baixo Juruá ICMBio US RESEX 2 187,982 ha RESEX Cazumba-Iracema ICMBio US RESEX 2 750,795 ha RESEX Médio Juruá ICMBio US RESEX 1 253,227 ha RESEX do Rio Cautário ICMBio ICMBio US RESEX 1 73,817 ha RESEX Rio Jutaí ICMBio US RESEX 1 275,533 ha RESEX Ipau Anilzinho ICMBio US RESEX 1 55,816 ha RESEX Capanã Grande ICMBio US RESEX 2 304,146 ha RESEX Mapua ICMBio US RESEX 1 94,464 ha RESEX Rio Ouro Preto ICMBio US RESEX 2 204,583 ha RESEX Riozinho da Liberdade ICMBio US RESEX 1 325,603 ha RESEX Riozinho do Anfrisio ICMBio US RESEX 2 736,341 ha RESEX Verde para Sempre ICMBio US RESEX ,717 ha RESEX Arioca pruanã ICMBio US RESEX 1 83,445 ha RESEX Alto tarauaca ICMBio US RESEX 1 151,200 ha RESEX Cururupu ICMBio US RESEX 1 185,047 ha RESEX Rio Iriri ICMBio US RESEX 2 398,938 ha RESEX Terra Grandre ICMBio US RESEX 1 194,695 ha RESEX Rio Unini ICMBio US RESEX 1 833,352 ha RESEX Arapixi ICMBio US RESEX 1 133,637 ha RESEX Rio Cajari ICMBio US RESEX 1 481,650 ha 75

76 RESEX Medio Purus ICMBio US RESEX 1 604,209 ha RESEX Rio Ituxi ICMBio US RESEX 1 766,940 ha RESEX Rio Xingu ICMBio US RESEX 2 303,841 ha RESEX Renascer ICMBio US RESEX 1 211,741 ha RESEX Guariba-Roosevelt MT US RESEX 1 138,092 ha RESEX estadual Rio Cautário RO US RESEX 1 146,400 ha RESEX Rio Preto Jacundá RO US RESEX 1 95,300 ha Recurso alocado para as RESEX e RDS de cada Estado e para o ICMBio (manutenção e investimento), número de UC em cada Grau e perspectiva de consolidação Área (ha) Núme ro Grau I Grau II Manutenção R$ % Investimento R$ AM , ,08 51% ,72 49% ,79 AP , ,88 51% ,96 49% ,84 ICMBio , ,37 56% ,62 44% ,99 MT , ,00 65% ,96 35% ,96 RO , ,69 48% ,92 52% ,61 Totais , , , ,20 % Total R$ Apoio ao Manejo Florestal Comunitário e Familiar por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal Serviço Florestal Brasileiro O Serviço Florestal Brasileiro, criado pela Lei nº de 2006, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, tem como missão conciliar o uso e a conservação das florestas, valorizando-as em benefício das gerações presente e futuras. Dentre as responsabilidades do órgão, estão o apoio à criação e gestão de programas de capacitação, pesquisa e assistência técnica para a implementação de atividades florestais e a gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), regulamentado pelo Decreto nº de 2010, apresenta como missão fomentar o desenvolvimento de atividades florestais sustentáveis e promover a inovação tecnológica no setor. No que se refere à agenda do manejo florestal/extrativismo, atua na promoção de assistência técnica e extensão florestal, aproveitamento econômico racional e sustentável dos recursos florestais e na capacitação em manejo florestal e formação de agentes multiplicadores em atividades florestais. 76

77 Tendo o FNDF como um instrumento de fomento, a Diretoria de Fomento e Inclusão do Serviço Florestal Brasileiro vem apoiando projetos de forma a apresentar os seguintes resultados: ATUAÇÃO DIRETA Apoio a 137 projetos pelo FNDF em 14 estados envolvendo 4 biomas contemplando R$ 17,5 milhões (recursos FNDF e FNMC) (Figura 1); famílias beneficiadas com projetos de assistência técnica para o manejo florestal comunitário e atividades extrativistas na Amazônia (1.360 famílias), Caatinga (2.457 famílias) e Cerrado (540 famílias); Reconhecimento externo do avanço na construção de diretrizes e metodologias para a ATER com foco em atividades florestais; 90 associações e cooperativas comunitárias com assessoramento nas áreas de gestão e comercialização, beneficiando aproximadamente pessoas; 389 produtores capacitados em associativismo e cooperativismo e gestão de empreendimentos, por ação direta do SFB, até o ano de 2012; ha de Caatinga em MFC fornecendo lenha de origem sustentável nos polos gesseiro e ceramista; Assessoria ê capacitação à 18 cerâmicas para uso racional de recursos florestais e eficiência energética; 975 estudantes capacitados na Caatinga; 668 técnicos e agentes de ATER capacitados, sendo 214 na Caatinga e 454 na Amazônia; Contratação de 15 cursos na modalidade a distância em atividades florestais; Modelagem de um Centro de Extensão em Atividades Florestais. ATUAÇÃO EM PARCERIA Parceria com Fundo Nacional Sobre Mudança do Clima que proporcionou um aporte de R$ 13,8 milhões no FNDF; Articulação com Fundo Socioambiental da CAIXA e FNMA para o fomento ao Manejo Florestal de Uso Múltiplo na Caatinga; Parceria com o FNMA para elaboração e seleção dos projetos do Edital Apoio ao Cumprimento da Nova Lei Florestal - nº /2012, por meio do Fortalecimento à Produção e à Oferta de Sementes e Mudas de Nativas e da Recuperação de APP s ; Apoio ao Fundo Amazônia na elaboração e seleção dos projetos da Chamada Pública de Projetos Produtivos Sustentáveis a qual disponibilizou R$ 50 milhões; Apoio na elaboração da Primeira Chamada de ATER Extrativista, em articulação com MDA, INCRA, MMA, ICMBio e MDS para 26 mil famílias de unidades de conservação e projetos de assentamentos diferenciados 77

78 A seguir, são apresentados valores dos recursos aplicados pelo FNDF nos quatro biomas (figura 1) e dados de famílias e pessoas beneficiadas com atividade florestal comunitário (figuras 2 e 3). Figura 1 Número de famílias beneficiadas com Assistência Técnica para o Manejo Florestal Comunitário (Figura 2) 78

79 Número de pessoas capacitadas em atividades florestais (Figura 3) O mapa a seguir (figura 4) apresenta as áreas de atuação do serviço florestal brasileiro para o manejo florestal comunitário e familiar. Figura 4 79

80 Iniciativas de implantação das unidades de conservação de uso sustentável com população tradicional beneficiária ICMBio Existem no Brasil 313 unidades de conservação (UC) federais. Mais da metade (55%) são espaços especialmente protegidos para garantir a conservação do meio ambiente aliada ao uso sustentável dos recursos naturais. Dentre essas unidades de uso sustentável estão inseridas as áreas protegidas destinadas também ao desenvolvimento socioambiental das comunidades tradicionais. Nessa categoria, estão as Reservas Extrativistas (RESEX). Nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e as Florestas Nacionais (FLONA) vivem aproximadamente 65 mil famílias, que utilizam seus territórios e os recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa e econômica, utilizando conhecimentos e práticas gerados e transmitidos pela tradição as comunidades tradicionais. Compõem esse grupo 77 UCs e a maior parte são Reservas Extrativistas (Tabela 1). A maior quantidade de áreas protegidas está em florestas, embora mais de 60% das pessoas vivam no litoral (Tabela 2). Dados das RDS e FLONAS Cadastramento de famílias em 33 unidades (de um total de famílias e 77 unidades); Plano de manejo publicado de 20 unidades e outras 15 com instrumentos de gestão para acesso aos recursos naturais (acordo de gestão e normativas de ordenamento do uso dos recursos naturais); Conselho gestor/consultivo em 76 unidades; Em negociação minuta de portaria que autoriza os extrativistas beneficiários dessas unidades de conservação para a exploração da madeira para construção e reforma das moradias no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida; Disponibilização de ações de assistência técnica junto a órgãos parceiros na ordem de R$ 88 milhões. 80

81 Tabela 1: Dados gerais de RESEX, FLONA e RDS com populações tradicionais UC Quantidade Área (ha) % (relação com área total) N o estimado de famílias % (relação com total de famílias) RESEX , ,5 FLONA , ,22 RDS , ,29 TOTAL Tabela 2: Número de famílias nas RESEX marinhas e florestais UC Quantidade N o de famílias Resex Marinhas Resex Florestais Total Fonte: ICMBio Fonte: ICMBio O cadastramento das famílias das comunidades tradicionais nas UCs é um instrumento essencial para a gestão dessas unidades, utilizado para identificação dos sujeitos sociais que mantém nelas suas atividades produtivas. Também é importante para identificação e monitoramento dos beneficiários dessas áreas protegidas e a base para articulação institucional para acesso às políticas públicas (moradia, educação, saúde, bolsa verde, mercado institucional, assistência técnica, inclusão digital, entre outras). Iniciado no final do ano de 2011, o ICMBio trabalha atualmente com nova estratégia para a realização e finalização do cadastramento nas 77 UCs. Trata-se do levantamento de informações sociais, de acesso aos serviços e políticas públicas, sobre a produção extrativista e como vivem na área protegida. Nesse processo, 33 unidades já iniciaram o cadastro e concluíram os módulos iniciais, num total de famílias. No âmbito das atribuições para a implantação do Programa Bolsa Verde, o ICMBio coletou a assinatura de cerca de 14 mil famílias em 57 UCs. Dessas 77 UCs, 20 possuem planos de manejo publicados e quase todas (76 UCs) contam com um órgão colegiado para o fortalecimento da gestão o conselho gestor ou conselho consultivo. Duas unidades de conservação de uso sustentável já estão executando seus planos de manejo florestais sustentáveis, em bases comunitárias: a Reserva Extrativista Verde para Sempre e a Floresta Nacional do Tapajós. Na RESEX Verde para Sempre, outros 81

82 cinco planos de manejo estão sendo analisados e outras duas UC já contam com a autorização para exploração florestal: a FLONA Purus e a RESEX Chico Mendes. Está sendo discutida uma portaria que autoriza os extrativistas beneficiários dessas unidades de conservação para a exploração da madeira para construção e reforma das moradias no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida. Essa exploração tem características de pequeno volume de madeira, baixo impacto na floresta e é eventual. As políticas públicas que envolvem as ações com outros ministérios e que devem ser implantadas nessas áreas protegidas estão sendo realizadas em conjunto com algumas instituições. Junto ao Incra, com recursos do Plano Brasil Sem Miséria, foi publicado o edital para a promoção de assistência técnica para a produção extrativista que atenderá oito RESEX e mais de 12 mil famílias. O total de recursos investidos é cerca de R$ 74 milhões e os contratos com as empresas que vão prestar os serviços já foram firmados. Por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), os recursos do Plano Safra serão utilizados para os serviços de assistência técnica ao pescador artesanal nos municípios de 24 RESEX. Esses municípios abrangem 11 RESEX costeiras marinhas e 13 continentais nas quais a pesca tem importância econômica e para a segurança alimentar. Serão atendidas quase 10 mil famílias nas áreas litorâneas do mar e cerca de 5 mil famílias ribeirinhas dos estados do Amazonas e Pará. O valor previsto nos editais, lançados em outubro, é de R$ 24 milhões. Tem relação direta com a atividade produtiva dessas unidades de conservação os programas associados ao mercado institucional: Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e Política de Garantia de Preços Mínimos aos Produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio). Está sendo executada junto à Conab uma ação de capacitação para elaboração de projetos para o acesso às compras governamentais, que envolve 26 áreas protegidas. Por meio do Fundo Amazônia (BNDES e Fundação Banco do Brasil), associações extrativistas de sete unidades de conservação no Pará e no Amazonas estão viabilizando projetos 82

83 comunitários de dinamização e fortalecimento da cadeia produtiva que envolvem ações nas áreas de manejo florestal, ordenamento da pesca, produção agroecológica, turismo de base comunitária, entre outras. Os recursos são da ordem de R$ 6,5 milhões. Em articulação com as demais diretorias do ICMBio, estão sendo implantados os protocolos locais de monitoramento da biodiversidade, focados nos recursos naturais utilizados pelos extrativistas. Além do status da conservação, os protocolos preveem também acompanhar e verificar se as regras e os acordos firmados são eficazes para o uso sustentável desses recursos na unidade de conservação. Acordo garante investimento de R$ 22 milhões para setor pesqueiro no Xingu Acordo construído a várias mãos vai fortalecer a atividade dos pescadores artesanais na região do Xingu. Cooperação técnica firmada entre a empresa responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte e o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Ao longo de três anos, a Norte Energia vai destinar recursos da ordem de R$ 22 milhões para ações que beneficiarão as colônias de pescadores de Altamira, Vitória do Xingu, Anapu, Senador José Porfírio, Porto de Moz e Gurupá. O acompanhamento dos trabalhos será feito por um Comitê de Gestão formado por representantes das colônias e de entidade regional do setor, da Associação de Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais, do M PA e da Norte Energia. As ações fazem parte do Projeto Pesca Sustentável, incluído no Projeto Básico Ambiental (PBA) da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Nos seis municípios, haverá investimento em projetos para melhorar a infraestrutura pesqueira e dar suporte ao MPA para a realização de cursos de capacitação para fortalecer e promover o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva. 83

84 Situação Fundiária das Unidades de Conservação Federais de Uso Sustentável com Populações Tradicionais ICMBio As 77 UCs federais de Uso Sustentável que abrigam populações tradicionais têm uma situação fundiária bastante complexa, uma vez que pode ser composta por áreas pertencentes à União (SPU, Incra, Ibama, ICMBio), estados, ou terras de domínio privado. Essas áreas, cujo domínio tem que ser obrigatoriamente público, totalizam 21,2 milhões de hectares, das quais 8,8 estão localizados em terras públicas federais ou bens da União, 3,1 milhões de hectares são terras estaduais, 6,5 milhões de hectares são terras tidas como devolutas, 1 milhão de hectares são presumivelmente de domínio privado que devem ser desapropriadas, e os outros 1,5 milhões de hectares já foram desapropriadas pelo ICMBio ou seus antecessores. (Tabela 1). Situação das terras sob domínio federal A regularização da situação fundiária exige a transferência da gestão das terras públicas federais e áreas indubitavelmente da União para o ICMBio, conferindo plena governança para a promoção de ações de reintegração de posse de áreas irregularmente ocupad as, a efetivação das ações indenizatórias devidas, e as concessões de uso para os beneficiários das unidades de conservação de uso sustentável ou concessões de áreas para uso público. Em 2009, foi firmada entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) a Portaria Interministerial nº 436, que possibilitou a transferência da gestão das terras e bens da União para o ICMBio. Com este mesmo objetivo, foi firmada a Portaria Conjunta nº 04/2010 entre o ICMBio e o Incra, que possibilita a concessão de direito real de uso das terras matriculadas em nome do Incra para o ICMBio. O estabelecimento destes dois instrumentos possibilitou que, entre 2010 e 2013, o MMA recebesse da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) o Termo de Entrega e realizasse a Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) ao ICMBio de cerca de 3,1 milhões de hectares de terras e bens indubitavelmente da União, beneficiando a 25 RESEX, uma RDS e duas FLONAs. Por sua vez, o Incra fez a Concessão de Direito Real de Uso ao ICMBio de três RESEX e três 84

85 FLONAs, compreendendo cerca de 1,4 milhões de hectares de terras de domínio federal. As RESEX marinhas de Canavieiras, Batoque e Prainha do Canto Verde que tiveram a CDRU parcial ao ICMBio também possuem processo aberto destinado à concessão das áreas remanescentes, o que depende da delimitação da LPM pela SPU. Atualmente, encontram-se em curso processos visando à entrega de áreas pela SPU ao MMA de 13 unidades, quais sejam: Flonas Macauã, Balata-Tufari, Humaitá, Purus, Jacundá, e as RESEX Acau Goiana, Delta do Parnaíba, Alto Juruá, Alto Tarauacá, Lagoa do Jequiá, Médio Purus, Verde para Sempre e Ituxi. A CDRU da parte da Flona Tapajós relativa à área pertencente ao INCRA ainda encontra-se pendente. Em relação à incorporação de terras devolutas, os levantamentos fundiários efetuados pelo ICMBio em algumas unidades de conservação federais identificaram que existem grandes áreas sem domínio definido, com alta probabilidade de serem terras devolutas. Pelos dados anteriormente apresentados, estima-se que, nestas 77 UCs, cerca de 30% das terras apresentam-se como supostamente devolutas. TABELA 3 - DOMÍNIO DAS TERRAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS DOMÍNIO ÁREA (Mil ha) Terras Repassadas ao MMA e ICMBio pelo INCRA e SPU (ha) Terras da União em Processo de Entrega para o MMA (ha) Terras Indígenas (ha) 136 Assentamento de Reforma Agrária (ha) 167 Terras Supostamente Devolutas (ha) Terras de Domínio dos Estados (ha) Áreas Desapropriadas (ha) Terras Privadas (ha) Terras e Bens da União sem processo de Cessão e Áreas Militares 789 TOTAL

86 Situação das Terras sob Domínio dos Estados Em relação às terras estaduais, embora muitos estados ainda não tenham fornecido dados oficiais sobre seu patrimônio fundiário, levantamentos preliminares apontam que 3,1 milhões de hectares situados nestas 77 UCs está localizada em terras de domínio estadual. Concessão do Direito Real de Uso do ICMBio com Comunidades Extrativistas em RESEX e FLONAS O recebimento da CDRU das terras públicas federais possibilitou atender a uma demanda recorrente da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) 20, que é a garantia do acesso ao territórios à população tradicional. Até 2009, apenas as RESEX de Alto Juruá e RESEX Chico Mendes possuíam CDRU, que beneficiava a cerca de famílias. Nos últimos três anos, o ICMBio firmou CDRU com as entidades representativas das comunidades extrativistas de outras 28 RESEX e Flonas (Figura 1), contemplando a cerca de 38 mil famílias Figura 5 Evolução dos Contratos de Concessão de Direito Real de Uso do ICMBio com Comunidades Extrativistas em Resex e Flonas Período Cerca de 30% destas 77 UCs tiverem seus perímetros demarcados e sinalizados no período 2010/2013, sendo: três RESEX e duas FLONAs situadas na região da BR-319 utilizando 20 A Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) tem como missão pactuar a atuação conjunta de representantes da Administração Pública direta e membros dos movimentos sociais pelo fortalecimento social, econômico, cultural e ambiental dos povos e comunidades tradicionais. Entre suas principais atribuições estão coordenar e acompanhar a implementação da Política Na cional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, instituída pelo Decreto nº 6.040/07. A CNPCT também propõe princípios e diretrizes para políticas relevantes ao desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais 86

87 recursos do DNIT; 13 RESEX na Amazônia utilizando recursos do Governo da Noruega/PNUD (BRA 08/002); duas Flonas, duas Resex e uma RDS situadas na Amazônia através de parceria com SPU, MDA e Incra; e edital a ser lançado para demarcar sete UCs com recursos do Banco Alemão para o Desenvolvimento (KfW). Entre as propostas de mecanismos financeiros e não financeiros para viabilizar as ações de consolidação territorial, encontram-se: Orçamento Geral da União: promover a ampliação da dotação orçamentária da Ação 6381 Consolidação Territorial das UC Federais do PPA. Compensação Ambiental: definir e normatizar os mecanismos que viabilizam a flexibilização da destinação de recursos de compensação ambiental para UCs de uso sustentável, que atualmente é vinculado apenas àquelas que sofrem impacto direto. Conversão de Multas: alterar o Decreto n o 6.514/2008 para viabilizar a conversão de multas aplicadas pelos Órgãos Ambientais na destinação de recursos para aquisição de imóveis privados em UCs, bem como na indenização de benfeitorias dos ocupantes das áreas. Dação em Pagamento: a redação dada pela Lei Complementar nº 104/2001 ao inciso XI do artigo n o 156 do CTN prevê que o crédito tributário possa ser extinto mediante a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. No entanto, a dação em pagamento não constitui a forma ordinária de extinção do crédito tributário. Para que seja possível a efetivação desta modalidade de aquisição de imóveis, é necessária a existência de lei específica que autorize o contribuinte a pagar o tributo por meio da entrega de bem que não seja dinheiro, estabelecendo a forma e as condições para tal. A proposição de lei específica que possibilite a extinção de créditos tributários, mediante a dação de imóveis privados inseridos em unidades de conservação federais, configura-se como mais uma alternativa para viabilizar a consolidação destes territórios. Compensação de Reserva Legal por doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade de Conservação (Inciso III, 5o da Lei nº /2012): embora este mecanismo seja auto-executável e já venha sendo aplicado pelo ICMBio, a 87

88 regulamentação do Código Florestal poderá dar maior dinamicidade a sua aplicação. Independentemente de tal regulamentação, e não conflitante com ela, é bastante urgente a aprovação da instrução normativa já elaborada pelo ICMBio regrando tal procedimento internamente. Já existem processos dessa natureza em tramitação abrangendo áreas significativas da nas Resex Ituxi, Recanto das Araras de Terra Ronca, Lago do Cedro e Flona Iquiri. Fundo Amazônia Apoiar os povos extrativistas da Amazônia é uma prerrogativa inerente ao Fundo Amazônia, uma vez que em seu Decreto de criação (Decreto n 6.527/2008) é estabelecida a realização de aplicações não reembolsáveis em ações de (...) promoção da conservação e do uso sustentável no bioma amazônico, contemplando (...) atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta. Tal característica foi reforçada com a edição das diretrizes de aplicação de recursos do Fundo para o biênio 2013 e 2014, que estabeleceu como um dos focos o apoio à valorização da economia extrativista 21. Atualmente, o Fundo Amazônia possui 14 projetos na carteira em apoio às atividades extrativistas, somando um montante de R$ 252 milhões, com um percentual de 40% de aplicação dos recursos em apoio direto a diversas cadeias produtivas, beneficiando cerca de 20 mil famílias. 21 Código 13 do documento Diretrizes e Critérios para aplicação dos recursos do Fundo Amazônia e focos de atuação para o biênio 2013 e

89 Dentro dessa carteira, 3 projetos merecem especial atenção por se tratarem de editais de chamadas públicas: Fundação Banco do Brasil (FBB), Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) e Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), que tem como objetivo apoiar projetos de pequeno valor que viabilizem o desenvolvimento de atividades produtivas alinhadas à promoção da conservação e do uso sustentável do Bioma Amazônia. Desse modo, o Fundo Amazônia ganha em capilaridade e em atendiment o direto às comunidades locais A FBB apoiará iniciativas em toda a Amazônia, enquanto que a FASE é direcionada a projetos no estado do Pará e o ISPN atenderá pequenos projetos em Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. O gráfico abaixo mostra a abrangência dos projetos em carteira por unidade da federação. Resumo de Indicadores e Metas dos Projetos com Apoio ao Extrativismo na Carteira do Fundo Amazônia (Não inclui a chamada pública de projetos produtivos sustentáveis) Total de projetos N de projetos apoiados por entidades aglutinadoras N de organizações comunitárias fortalecidas N de famílias beneficiadas com pgto por serviços ambientais N de indivíduos participantes de capacitação ou sensibilização (para a implantação de sistemas agroflorestais / atividades de manejo florestal / pesca / aquicultura / produção agroextrativista / beneficiamento de produtos agroflorestais) N de famílias (imóveis) rurais beneficiadas com assistência técnica Fonte: BNDES/Fundo Amazônia - novembro de

90 A Figura abaixo resume os principais marcos de 2013, baseado nos Boletins do Fundo Amazônia. Como avanços relevantes ao longo do ano de 2013, destacam-se a aprovação de importantes projetos destinados ao uso sustentável da floresta, a seleção de projetos, a duplicação do valor disponível para a Chamada Pública de Projetos Produtivos Sustentáveis e os desembolsos para os projetos aprovados anteriormente, incluindo projetos por meio dos recursos destinados à FBB, FASE e ISPN. 90

91 COMUNIDADES QUILOMBOLAS Política Para Comunidades Quilombolas Encontram-se em implementação ações de garantia de direitos e fortalecimento social, econômico e cultural das comunidades quilombolas localizadas em 24 unidades da Federação. Mais de duas mil comunidades são reconhecidas oficialmente pelo Estado brasileiro, e estima-se que existam mais de um milhão de quilombolas em todo o país. Programa Brasil Quilombola O Programa Brasil Quilombola, lançado em 2004, tem como objetivo consolidar os marcos da política de Estado para as áreas quilombolas. Como seu desdobramento, foi instituída a Agenda Social Quilombola, que agrupa ações voltadas a essas comunidades em quatro eixos: Acesso à Terra, Infraestrutura e Qualidade de Vida, Inclusão Produtiva e Desenvolvimento Local e Direitos e Cidadania. A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) lançou, na III Conferência Nacional de Igualdade Racial, o sistema de monitoramento 22 do Programa, agregando informações dos quatro eixos que compõe o Programa Brasil Quilombola e mapas atualizados dos territórios (para as comunidades em estágio avançado de regularização fundiária) com os dados do CadÚnico. A partir do Sistema, é possível obter informações mais precisas das carências e avanços no atendimento dos quilombolas. Os dados do Sistema de Monitoramento da SEPPIR permitem afirmar que, atualmente, são comunidades oficialmente reconhecidas, localizadas em 24 estados (728 munícipios Figura 6), sendo a maior parte em Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pará e Pernambuco. Os estados que não registram ocorrências destas comunidades são o Acre e Roraima e Distrito Federal. Dentre estas comunidade, estão devidamente certificadas pela Fundação Cultural Palmares, tem processos abertos de regularização fundiária junto ao INCRA, 22 O sistema está disponível em 91

92 198 possuem Relatório Técnico de Identificação e Delimitação, 22 Portarias de Reconhecimento publicadas, 22 Decretos de Interesse Social publicados e 174 receberam título de propriedade (em 123 territórios), conforme a Figura 04. Figura 6 Representação da presença de comunidades quilombolas por município. Figura 7 Sistema de monitoramento das comunidades quilombolas 92

93 Figura 8 Território Quilombola da Kalunga Figura 9 Distribuição das comunidades quilombolas por estado/região e as principais etapas de regularização fundiária - INCRA e estágios de reconhecimento na Fundação Cultural Palmares 93

94 Mesa Permanente de Acompanhamento da Política de Regularização Quilombola Federal Em agosto de 2013, foi instalada a Mesa Permanente de Acompanhamento da Política de Regularização Quilombola Federal nos principais estados onde há quilombos. Coordenada pelo Incra, a Mesa envolve agentes governamentais e representantes de movimentos sociais e lideranças e tem por objetivos acompanhar, identificar e encaminhar soluções para a regularização quilombola com regularidade bimestral. A principal função da Mesa é acelerar o andamento dos processos com um olhar mais detido para cada caso e com uma aproximação do Incra-Sede, o que contribui para o empoderamento das Superintendências Regionais. Entre os compromissos da Mesa já assumidos, estão a aceleração dos processos, a garantia de R$ 45 milhões para desintrusão em territórios quilombolas em 2013, mudanças nos trâmites que contribuam para antecipar problemas recorrentes e conversas com o CNJ para acelerar vários processos que já estão com imissão na posse pendentes. Assistência Técnica e Extensão Rural para Comunidades Quilombolas Uma das ações mais importantes lançadas neste governo para os quilombolas são as chamadas de Assistência Técnica e Extensão Rural exclusivas para os quilombolas. Na chamada 2011/2012, foram contempladas famílias em sete municípios, totalizando 41 comunidades e R$ 7,5 milhões investidos. Ainda em 2013, foi republicada a Chamada 02 de ATER Quilombola, iniciada em outubro. 94

95 O MDA fez capacitação para os agentes que atenderão comunidades do Pará, Maranhão, Piauí, Alagoas e Goiás, beneficiando cerca de famílias. Quilombolas inseridos no Cadúnico Outro avanço fundamental para a pauta quilombola diz respeito ao avanço do CadÚnico para quilombolas no âmbito da estratégia do Programa Brasil Sem Miséria. Nos últimos seis meses, foram incorporadas à base do Cadastro mais de 20 mil famílias quilombolas, totalizando hoje 113 mil famílias quilombolas. Das famílias quilombolas beneficiárias do Programa Bolsa Família, cerca de ¾ ainda estão em extrema pobreza, o que revela a situação precária desta população historicamente marginalizada. Diante disso, evidencia-se a importância da inclusão dessas famílias no CadÚnico, possibilitando o acesso desse público a ações e programas dos governos. Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) Quilombola Outro avanço significativo relaciona-se à emissão de DAP s quilombolas. Desde 2013, o Incra recebeu a competência para emitir a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). A evolução dos dados mostra que a emissão de DAPs para quilombolas está em ritmo acelerado. 95

96 96

97 EDUCAÇÃO Educação No Campo Tem-se como meta a democratização do acesso à educação a todos os brasileiros. Para isso, implementa ações com vistas a ampliar os níveis de escolarização formal das populações do campo e da floresta. Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo) escolas do campo com educação em tempo integral em 2012 Em 2013, já são escolas do campo contempladas, 40% do total das escolas participantes. Para a melhoria da gestão e das práticas pedagógicas nas escolas do campo e quilombolas, foi lançado, em 2012, o Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo), que estabelece um conjunto de ações articuladas em quatro eixos: gestão e práticas pedagógicas, formação de professores, educação de jovens e adultos e educação profissional e tecnológica, com vistas ao fortalecimento da escola do campo e quilombola. A fim de permitir o acesso dos estudantes às escolas do campo, o Ministério da Educação mantém o Programa Caminho da Escola, que possibilita aos estados e municípios a renovação e padronização da frota de veículos escolares, de três formas: i) com recursos próprios, por meio da adesão ao pregão; ii) no âmbito do Plano de Ações Articuladas (PAR), via assistência financeira do MEC; e iii) por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que disponibiliza linha de crédito especial para a aquisição de ônibus e de embarcações novas. 97

98 Além de recursos para a aquisição de veículos, foram repassados a estados e municípios recursos para custeio de despesas com manutenção, reforma, combustível, seguro, licenciamento, impostos e taxas dos veículos utilizados no transporte escolar de alunos da educação básica pública residentes em áreas rurais, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE). O Pronacampo também inclui ação de apoio a estados e municípios com vistas a melhorar a infraestrutura escolar no campo. De 2011 a 2013, foram aprovados projetos de escolas no âmbito do Pronacampo, das quais 118 são escolas indígenas e 88 são escolas em áreas remanescentes de quilombos, totalizando R$ 1,15 bilhão de investimento. Também foram 98

99 repassados recursos adicionais para as escolas do campo, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Essa ação prevê a oferta de projetos arquitetônicos de escolas (com 2, 4 ou 6 salas de aula), com quadra esportiva coberta, módulo terra, área administrativa, de serviço, de educação infantil e alojamentos. Estão sendo priorizados os municípios com índice de pobreza rural maior que 25%, pertencentes aos Territórios da Cidadania (1.036 municípios) e com alto percentual de população do campo. Até o fim de 2014, a previsão é chegar a 3 mil novas escolas. Programa de Educação Integral Mais Educação. Destaca-se, ainda, que, em 2012, escolas do campo passaram a participar do Programa de Educação Integral Mais Educação. Em 2013, esse número cresceu substancialmente, chegando a escolas do campo contempladas, correspondendo a 40% do total de escolas participantes do Mais Educação. 99

100 Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec Campo) O Pronacampo também incluiu uma ação de formação profissional voltada para a população do campo, como parte do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). São cursos técnicos e profissionalizantes de curta duração, voltados para as atividades específicas do campo. No biênio 2012/2013, mais de 97 mil pessoas foram beneficiadas com cursos gratuitos no campo. Em 2013, 8,1 mil agricultores familiares foram matriculados no Pronatec Campo. O objetivo é promover a inclusão social de jovens e trabalhadores do campo por meio da oferta de cursos de formação inicial e continuada para trabalhadores de acordo com os arranjos produtivos rurais de cada região. Formação de Professores Com relação à formação de professores, a ação de fomento à Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) estabelece vagas por ano de licenciatura do campo em 31 universidades e 5 institutos federais, em 35 novos cursos. Foi aprovada a contratação, em dois anos, de 585 professores universitários especificamente para as licenciaturas do campo. Dessa forma, em 2015, estarão cursando o Procampo estudantes em licenciatura do campo. Relacionado a esse programa, foi implementado o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) Campo que, consideradas as especificidades da organização pedagógica e a realidade sociocultural das populações do campo, em 2012 selecionou obras didáticas para distribuição a 3,2 milhões de estudantes em Funcionamento das Escolas Rurais passa pela decisão dos Conselhos de Educação Em março de 2014, foi sancionada a Lei n o que alterou a Lei n o de 1996 (Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para fazer constar a exigência de manifestação de órgão normativo do sistema de ensino para o fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas. 100

101 O funcionamento de escolas rurais passa a ser decisão dos conselhos de educação e o fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da comunidade escolar. A lei foi de autoria do Executivo por solicitação dos movimentos sociais rurais. Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) é uma política pública desenvolvida pelo Incra em parceria com as instituições de ensino públicas e privadas sem fins lucrativos. O Pronera é operacionalizado de forma estratégica, associado ao desenvolvimento territorial, para contribuir com a elevação das condições de vida e de cidadania de milhares de brasileiros que vivem no campo. A população do campo têm especificidades quanto à maneira de se relacionar com o tempo, o espaço, o meio ambiente, de organizar a família, a comunidade, o trabalho, a educação e o lazer que lhes permite a criação de uma identidade cultural e social própria. Com isso, uma política pública de educação do campo se faz necessária para a execução de práticas que tenham a formação humana como condição primordial para conseguirmos a erradicação do analfabetismo e também a elevação da escolaridade dos beneficiários do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Dessa forma, o Pronera estabelece diretrizes próprias para a articulação das suas demandas com as demais políticas públicas federais, estaduais e municipais que façam o diálogo entre educação, inclusão social, desenvolvimento e redução regional das desigualdades. Os cursos realizados em parcerias com as instituições de ensino atendem, prioritariamente: a população residente em regiões e territórios onde haja alta concentração de famílias assentadas, a população que apresente altos índices de analfabetismo e baixos níveis de escolaridade e os projetos educacionais que se articulem com ações previstas no programa de enfrentamento à pobreza extrema. 101

102 As atividades inerentes a esta ação envolvem diversas modalidades, tais quais: Educação de Jovens e Adultos (EJA), nível médio, nível superior e pós graduação, visando a formação e capacitação profissional. Em 2013, o Pronera proporcionou a continuidade e acesso aos cursos de EJA, de nível médio, superior e de pós graduação a alunos por meio de parceiras com instituições de ensino públicas (federais, estaduais e municipais) e privadas sem fins lucrativos. Isso foi feito por meio de 35 parcerias celebradas em exercícios anteriores e mais nove parcerias para novos cursos, com instituições de ensino públicas e privadas sem fins lucrativos, proporcionando assim a elevação da escolarização dos beneficiários. Assim, foram capacitados alunos em cursos nas áreas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), alunos no nível médio e superior, e na ação de Residência Agrária. Em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), deu-se início aos trabalhos para a segunda fase da II Pesquisa Nacional de Educação nas Áreas de Reforma Agrária (II PNERA), na qual estão atuando 500 profissionais. A dotação orçamentária, no ano de 2013, foi de R$ para a ação de Educação de Jovens e Adultos (EJA), R$ para a ação de Capacitação e Formação Profissional de Nível Médio e Superior para a Reforma Agrária, e R$ para a ação de Concessão de Bolsas de Capacitação e Formação Profissional em Assistência Técnica, Pedagógica e Social. É importante observar algumas parcerias realizadas pelo Programa, que ocorreram em 2013 e com continuidade em Desta forma, destaca-se a parceria junto ao MDA e Superintendências Regionais de Ensino para divulgação e trabalho no levantamento da demanda para o Pronatec; o diálogo junto ao Ministério da Cultura para discussão do Projeto Arte e Cultura; a articulação junto ao Programa de Inclusão Produtiva, Formação Cidadã e Capacitação com foco na geração de renda para os jovens que estão no meio rural visando a participação do INCRA no Programa Juventude Rural e a participação junto ao MEC no grupo de trabalho sobre Educação Infantil do Campo. Outros Dados da Educação no Brasil A educação é fator estruturante e estratégico para o desenvolvimento social e econômico de um país e de sua população. Por isso, propiciar o acesso à educação e ao conhecimento com equidade, 102

103 qualidade e valorização da diversidade tornou-se meta prioritária para o país, possibilitando um avanço significativo nas condições sociais da população brasileira. Os resultados registrados nos últimos anos indicam uma significativa melhora da situação educacional do país, relacionada ao esforço de expansão da educação infantil, dos ensinos fundamental, médio e superior, além da educação profissional e tecnológica. Educação Básica A crescente participação do Ministério da Educação em políticas e programas destinados à educação básica é o reconhecimento do caráter estruturante e estratégico desse nível educacional para o desenvolvimento social e econômico do Brasil e de sua população. A atuação do Ministério da Educação nesse campo baseia-se na tríade acesso/permanência, equidade e qualidade. Orientado por tais objetivos, vêm sendo adotadas políticas sistêmicas que focam a educação básica em sua integralidade da educação infantil ao ensino médio. Apoio a estados e municípios vinculados ao Plano de Metas e Articulação de Ações No triênio 2011/2013, o Ministério da Educação deu continuidade às ações para o desenvolvimento da educação básica, por meio do apoio técnico e financeiro para a execução de programas de manutenção e desenvolvimento da educação básica em todos os estados e municípios brasileiros. O apoio da União aos entes federados ocorre mediante a elaboração de um Plano de Ações Articuladas (PAR), orientado a partir dos seguintes eixos: gestão educacional, formação de professores e profissionais de serviços e apoio escolar, recursos pedagógicos e infraestrutura física. Todas as transferências voluntárias e assistência técnica do Ministério da Educação aos estados, municípios e DF estão vinculadas à adesão ao plano de metas e à elaboração do PAR. Programa de Aceleração do Crescimento PAC 2 A partir de 2011, as ações do Ministério da Educação de construção de creches e pré-escolas e de construção e cobertura de quadras esportivas escolares passaram a compor a matriz de ações da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). 103

104 A ação de construção de creches e pré-escolas é uma das prioridades no âmbito na Política para a educação infantil e consiste basicamente em apoio técnico e financeiro aos municípios para a construção de unidades de educação infantil de qualidade. Esta ação contribui para a ampliação do número de matrículas na educação infantil de forma a garantir acesso à educação desde a primeira infância. No último triênio, mais de 1,6 mil municípios foram beneficiados. Também no âmbito do PAC 2, a ação de construção e coberturas de quadras esportivas escolares oferece apoio técnico e financeiro a estados e municípios para a construção de quadras esportivas escolares ou a cobertura de quadras já existentes em escolas públicas. 104

105 Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa Lançado em novembro de 2012, o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental, envolvendo um conjunto concreto e integrado de ações, materiais e referências curriculares e pedagógicas. Em 2013, para o ciclo de alfabetização em Língua Portuguesa, o Pacto contou com a adesão dos 27 estados e municípios, para formação de cerca de 16 mil orientadores de estudos e de mais de 314 mil professores alfabetizadores. Em 2014, será ofertado o ciclo de formação em Matemática. Educação em Tempo Integral Programa Mais Educação O Programa Mais Educação promove a educação integral por meio de atividades socioeducativas no contraturno escolar, com vistas à ampliação do tempo e do espaço educativo das redes de ensino públicas. Para a execução do programa, são repassados recursos diretamente às escolas, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Além disso, há recursos para complementação da alimentação escolar dos alunos que participam das atividades e envio de equipamentos às escolas, além de formação específica para professores. 105

106 Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem como objetivo avaliar o desempenho do estudante ao fim da educação básica, buscando contribuir para a melhoria da qualidade desse nível de escolaridade. A partir de 2009, passou a ser utilizado também como mecanismo de seleção para o ingresso no ensino superior. Em 2012 e em 2013, foram implementadas mudanças que contribuem para a democratização das oportunidades de acesso às vagas oferecidas por instituições federais de ensino superior, para a mobilidade acadêmica e para induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio. O Enem também é utilizado para o acesso a programas como o Sisu, o Fies e o ProUni. Formação de professores No biênio de 2012 e 2013, o Ministério da Educação iniciou um processo de redesenho da estratégia de implementação da formação continuada dos profissionais do magistério da educação básica para integrar diversas iniciativas de oferta de cursos e programas de formação a partir do levantamento de demanda junto às escolas, da adequação da oferta pelas universidades e da implementação e monitoramento da formação continuada para professores da educação básica pública. Em 2012, um total de escolas públicas manifestaram, por meio do PDE-Interativo, suas demandas de formação. Com esse modelo, a oferta de cursos compatibiliza-se com a demanda 106

107 real, aumentando a eficiência do sistema e democratizando a manifestação de preferências de cursos. Entre as iniciativas de formação de professores, destaca-se o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), instituído para o desenvolvimento da modalidade de educação à distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação pública superior no país. O Sistema UAB é hoje integrado por 104 instituições de ensino superior públicas, com 668 polos de apoio presencial ativos centros de formação em localidades estratégicas em todo o país. Até o fim de 2013, o Sistema UAB somou mais de 90 mil beneficiados, sendo 35 mil professores da educação básica. Na modalidade presencial, o Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mantêm o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), destinado exclusivamente aos professores em exercício nas redes públicas, priorizando notadamente as regiões do país com maior carência em formação de professores. 107

108 De forma complementar aos programas regulares de formação inicial e continuada de professores, o Ministério da Educação mantém o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Ancorada em resultados qualitativos, a demanda pelo Pibid fez crescer os números do programa. Com base na premissa de que a formação inicial e continuada dos professores é um elemento essencial para a melhoria contínua da qualidade da educação no país, esse tema vem sendo abordado de forma transversal pelo Ministério da Educação, sendo considerado como parte integrante em diversos programas que contribuem para um objetivo comum: ampliar o número de professores licenciados no Brasil. 108

109 Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência Viver Sem Limite O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência Viver Sem Limite, lançado em 2011, com a participação de diversos ministérios, reúne ações estratégicas em educação, saúde, cidadania e acessibilidade. Com o Viver Sem Limite, pretende-se promover a inclusão social e a autonomia da pessoa com deficiência, eliminando barreiras e permitindo o acesso a bens e serviços. No âmbito da educação especial na perspectiva inclusiva, foram adquiridos, no último triênio, equipamentos e recursos de tecnologia assistida para a implantação ou atualização de salas de recursos multifuncionais. O programa apoia os sistemas de ensino na implantação de salas de recursos multifuncionais para escolas de ensino regular, compostas por equipamentos, mobiliários, materiais pedagógicos e de acessibilidade, para a realização do atendimento educacional especializado, complementar ou suplementar à escolarização. 109

110 Além disso, o programa Escola Acessível possibilita a adequação de prédios escolares, visando a promover um ambiente acessível para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O programa é viabilizado por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Com vistas à inclusão escolar de pessoas com deficiência, de 0 a 18 anos, beneficiárias do Benefício da Prestação Continuada (BPC), os municípios com maior número de beneficiários fora da escola receberam recursos financeiros para a aquisição de veículos de transporte escolar acessível, no biênio 2012/2013, somente com recursos do Ministério da Educação. Educação Digital O Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) tem por objetivo oferecer instrumentos e formação aos professores e gestores das escolas públicas relativos ao uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no processo de ensino e aprendizagem. O projeto compreende o computador interativo equipamento desenvolvido pelo MEC, que reúne projeção, computador, microfone, DVD, lousa eletrônica e acesso à internet, e o tablet. Com os tablets, professores e escolas públicas têm acesso a conteúdos educacionais colocados à disposição no Portal do Professor, da TV Escola, no Portal Domínio Público e no Banco de Objetos Educacionais. A lousa eletrônica integrada ao computador interativo permite ao professor trabalhar o conteúdo disponível em uma parede ou quadro rígido, sem a necessidade de manuseio do teclado ou do computador. 110

111 Além disso, em parceria com o MEC, o Ministério das Comunicações requer como contrapartida das empresas de telefonia a instalação gratuita de internet banda larga em escolas de todo o país. Alfabetização de Jovens e Adultos Programa Brasil Alfabetizado O programa Brasil Alfabetizado foi criado para universalizar a alfabetização de brasileiros de 15 anos ou mais. Em 2007, o programa foi reestruturado e atualmente é desenvolvido em todo o território nacional. O Brasil Alfabetizado é implementado por meio de ciclos anuais que não coincidem com o ano letivo. No ciclo 2012, encerrado em meados de 2013, foram beneficiadas 15,8 milhões de pessoas. 111

112 Assistência ao Aluno e à Escola Dentre as diversas políticas que vêm sendo ampliadas na área de assistência ao aluno e à escola, destacam-se o Programa de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). O Programa de Alimentação Escolar (PNAE) atende a todos os alunos da educação básica (ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio) de escolas públicas e filantrópicas. A legislação prevê que 30% dos recursos devem ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar, o que estimula ainda mais a economia do campo. No Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), os principais avanços dos últimos anos foram: PNLD Idade Certa livros didáticos, obras pedagógicas complementares e acervos de dicionários de Língua Portuguesa para as turmas de 1º ao 3º ano do ensino fundamental; PNLD Campo material didático específico para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental das escolas públicas rurais; PNLD EJA livros para os jovens e adultos das entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado (PBA) e das redes de ensino da educação básica. 112

113 O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) se constitui de assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantida por entidades sem fins lucrativos. Engloba várias ações e objetiva a melhora da infraestrutura física e pedagógica das escolas e o reforço da autogestão escolar nos planos financeiro, administrativo e didático, contribuindo para elevar os índices de desempenho da educação básica. Financiamento da Educação Básica Os recursos para os programas finalísticos da educação básica são executados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação. O orçamento do FNDE vem aumentando significativamente ao longo dos anos, para fazer frente às novas demandas das políticas públicas de educação. 113

114 O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) assegura a redistribuição de recursos financeiros, concorrendo para inclusão socioeducacional, com valorização do magistério e melhoria qualitativa da educação. A implantação do Fundeb foi iniciada em 2007, substituindo o antigo Fundef, de forma a financiar todas as etapas da educação básica educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos. Com vigência estabelecida até 2020, o Fundeb é uma ferramenta fundamental para a redistribuição de recursos destinados à educação, visando garantir o acesso à educação a todas as regiões do país, de forma equilibrada. 114

115 Além da receita dos estados e municípios, o Fundeb conta com a complementação da União nos casos em que o valor por aluno não alcança o mínimo definido nacionalmente. A substantiva ampliação da complementação para o Fundeb evidencia o auxilio aos entes federados no financiamento da educação básica no país. Educação Profissional e Tecnológica O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) foi criado em 2011 com o objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a educação profissional e tecnológica, com a meta de ofertar 8 milhões de vagas até Desde o seu lançamento, já foram atendidos mais de 6,2 milhões de brasileiros, que tiveram a oportunidade de fazer cursos técnicos e de formação inicial e continuada (FIC), dentre os quais estudantes do ensino médio, beneficiários dos programas federais de transferência de renda, trabalhadores desempregados, pessoas com deficiência, populações do campo, trabalhadores de setores do turismo, entre outros. Os cursos são oferecidos pelos institutos federais de educação, ciência e tecnologia e escolas técnicas vinculadas a universidades federais que constituem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, pelas redes estaduais de educação profissional e tecnológica e pelos serviços nacionais de aprendizagem da indústria e do comércio. 115

116 Grandes investimentos foram direcionados para a oferta de novas vagas, ampliação e reforma da infraestrutura das redes de ensino técnico e novos recursos pedagógicos, com o objetivo de fortalecer o trabalho das redes de educação profissional e tecnológica. Compõem o Pronatec as seguintes iniciativas: a. Bolsa-Formação: Promove a oferta de vagas gratuitas e de condições de permanência em cursos técnicos e de FIC ofertados pela Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, redes estaduais e pelos Serviços Nacionais de Aprendizagem. Divide-se em Bolsa-Formação Estudante, que provê vagas a estudantes de nível médio nas modalidades concomitante e subsequente, e Bolsa-Formação Trabalhador, que oferta cursos FIC voltados aos trabalhadores. b. Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica: A terceira etapa de expansão ( ) atende às dimensões social, geográfica e 116

117 de desenvolvimento, priorizando municípios com alto percentual de extrema pobreza, mesorregiões ainda não contempladas e áreas do entorno de grandes investimentos. c. Brasil Profissionalizado: Objetiva o fortalecimento das redes estaduais de educação profissional e tecnológica. Após apresentação e análise dos planos de ação estaduais, são repassados recursos para construção, ampliação de infraestrutura e recursos pedagógicos. Cada nova escola tem capacidade para atender a alunos. d. E-Tec Brasil: Proporciona educação profissional e tecnológica na modalidade a distância, com a finalidade de ampliar a oferta de cursos técnicos de nível médio públicos no país. A partir dessa iniciativa, houve expansão de cursos técnicos para o interior do país e para a periferia das áreas metropolitanas, democratizando o acesso. e. Acordo de Gratuidade com o Sistema S: Como contrapartida às isenções fiscais concedidas ao Sistema S, foi acordado que SENAC e SENAI deverão aplicar, progressivamente até o fim de 2014, o valor correspondente a dois terços de sua receita líquida da contribuição compulsória geral para vagas gratuitas em cursos e programas de educação profissional. Para SESI e SESC, o compromisso é aplicar, até o fim de 2014, um terço de sua receita. A ampliação do investimento do ensino técnico e profissional vem resultando em um expressivo aumento no número de matrículas de educação nessa etapa e modalidade, principalmente na rede pública. 117

118 Para cumprir esses objetivos, foi necessário empreender substantivo aumento no orçamento da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Educação Superior No âmbito do ensino superior, no período de 2011 a 2013, o Ministério da Educação empreendeu ênfase na expansão da educação de qualidade, na democratização do acesso a instituições públicas e privadas, na reformulação da avaliação e das ferramentas de coleta de dados, bem como na ampliação da pós-graduação. Considerando a necessidade de inclusão de grande percentual da população neste nível de ensino, as medidas foram adotadas tanto no âmbito do ensino superior público quanto nas instituições privadas, tendo sempre como principal balizador da expansão a garantia da qualidade no ensino oferecido. Ampliação de Matrículas O papel decisivo da educação superior para a inclusão social, para a diminuição das desigualdades sociais e regionais e para o desenvolvimento científico e tecnológico levou o governo a implementar programas que tivessem como finalidade a ampliação da oferta de vagas e adotar medidas que viabilizassem a permanência dos estudantes. 118

119 Resultado dessa compreensão é o importante aumento do número de matrículas em educação superior. No ano de 2012, as matrículas em graduação ultrapassaram, pela primeira vez, a marca de sete milhões, segundo o Censo da Educação Superior. Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e Expansão da Rede Federal de Educação Superior Desde 2005, a expansão da rede federal de educação superior visa ampliar e democratizar o acesso ao ensino superior de qualidade. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), criado em 2007, prevê, além do aumento de vagas, medidas como ampliação ou abertura de cursos noturnos, aumento do número de alunos por professor, redução dos custos por aluno, flexibilização de currículos, elevação da taxa de conclusão das graduações presenciais e combate à evasão. Todos esses avanços só são possíveis graças a um expressivo aumento do financiamento da educação superior pública. 119

120 Dando continuidade ao processo de expansão da Rede Federal de Educação Superior/REUNI, a terceira etapa da expansão da educação superior, com conclusão prevista para 2014, compreende a criação de quatro universidades federais que estão sendo instaladas nos estados do Pará, do Ceará e da Bahia e a abertura de 47 novos campus universitários. Desses, 26 já estão funcionando e os outros 21 serão abertos até o fim de

121 Assistência Estudantil O Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) visa combater as desigualdades sociais e regionais, bem como ampliar e democratizar as condições de acesso e permanência dos jovens no ensino superior público federal. Com o objetivo de viabilizar a igualdade de oportunidades entre todos os estudantes e contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico, o PNAES oferece assistência para moradia estudantil, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico. Lei de Cotas A Lei nº /2012 reserva 50% das matrículas nas universidades federais e nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia aos estudantes oriundos do ensino médio público, observando-se a reserva de vagas aos autodeclarados pretos, pardos e indígenas de acordo com a proporção de tais grupos nos estados. De acordo com a legislação aprovada, o percentual de reserva de vagas deve ser aplicado gradualmente, sendo 12,5% em 2013, 25% em 2014, 37,5% em 2015 e 50% até 2016, mas as instituições públicas vêm cumprindo com antecipação as metas estabelecidas por lei. 121

122 Sistema de Seleção Unificada (SISU) O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é um sistema informatizado, institucionalizado em 2010, por meio do qual as instituições públicas de educação superior participantes selecionam novos estudantes por meio da nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O sistema vem se consolidando e se tornou a principal forma de acesso às universidades públicas no país, permitindo que alunos possam conseguir vagas em diferentes regiões do país. Programa Universidade para Todos (ProUni) Institucionalizado em 2005, o Programa Universidade para Todos (ProUni) promove o acesso ao ensino superior de estudantes de baixa renda, a partir da concessão de bolsas parciais e integrais de estudo em instituições privadas de ensino superior. 122

123 O processo seletivo do ProUni é realizado semestralmente. O candidato inscreve-se pelo Sistema Informatizado do ProUni (Sisprouni) e é pré-selecionado de acordo com as suas opções de instituição, curso e notas obtidas no Enem. Financiamento Estudantil O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) amplia o acesso ao ensino superior não gratuito por meio de financiamento para estudantes regularmente matriculados em instituições cadastradas no programa e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação. A reformulação do Fies promovida em 2010 propiciou salto significativo na quantidade de contratos firmados e no valor financiado, notadamente a partir de As principais alterações foram a redução dos juros para 3,4% ao ano, a ampliação do prazo de pagamento, a criação do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc), a possibilidade de financiamento de até 100% da mensalidade e de abatimento do saldo devedor para professores e médicos que se dispuserem a trabalhar nas redes públicas de educação e saúde. 123

124 Avaliação O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados. O exame é obrigatório para os alunos selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico escolar. As avaliações de instituições de ensino superior integram o rol de atividades do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), que tem por tarefa primordial o estabelecimento de parâmetros e a promoção da melhoria da qualidade da educação superior. Pós-Graduação Nos últimos anos, continuaram-se a expandir as políticas de apoio e de fomento à pós-graduação, por meio da implementação de ações indutivas a projetos de pesquisa científica e tecnológica e de formação de recursos humanos em áreas estratégicas. Além disso, o número de bolsas de pósgraduação concedidas no país vem crescendo de forma contínua nos últimos anos. 124

125 Internacionalização O governo brasileiro vem promovendo esforços para possibilitar o aumento do intercâmbio acadêmico entre universidades brasileiras e estrangeiras. Para isso, houve ampliação do elenco de países e instituições estrangeiras com os quais a Capes firmou acordo internacional para desenvolvimento de programas e projetos conjuntos de pesquisa, parcerias universitárias e bolsas individuais. Nesse sentido, observa-se um salto no número de bolsistas no exterior. 125

126 Ciência Sem Fronteiras Lançado em 2011, o Ciência sem Fronteiras é um programa especial de mobilidade internacional, coordenado em conjunto pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo do programa é formar recursos humanos altamente qualificados em áreas de relevante interesse nacional nas melhores universidades e instituições de pesquisa estrangeiras. Portal de Periódicos Um dos mais importantes serviços da Capes para a comunidade acadêmica é o Portal de Periódicos, que atende a instituições públicas e privadas, entre universidades, centros de pesquisa e órgãos de governo. Em 2013, 422 instituições tiveram acesso ao Portal de Periódicos, que dispõe de mais de 37 mil periódicos em textos completos, 130 bases referenciais e de resumos, mais de 250 mil livros eletrônicos e 11 bases de patentes. Em 2013, registrou-se um total de 100,9 milhões de acessos ao Portal, com investimentos na ordem de R$ 173,9 milhões. 126

127 Financiamento da Educação Para a consecução de todos esses objetivos, destaca-se a progressiva e ininterrupta evolução dos recursos direcionados a todos os níveis, etapas e modalidades, demostrando que o país vem, de fato, priorizado cada vez mais a educação. O orçamento do Ministério da Educação, somado aos esforços de todos os estados e municípios, propiciou que se atingisse, em 2012, um patamar total de investimento equivalente a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), considerando apenas o investimento público direto em educação, ou seja, o total de recursos públicos aplicados pelos entes federados na educação pública, incluindo construção, expansão e manutenção dos estabelecimentos de ensino, remuneração dos 127

128 profissionais da educação, assistência estudantil, merenda escolar, transporte escolar, material didático, formação de professores e despesas afins. Esse número chega a 6,4% do PIB se considerado o investimento público total em educação, ou seja, o total de recursos públicos aplicados pelos entes federados na educação, incluindo todos os investimentos diretos mais despesas com pagamento de bolsas de estudos, financiamento estudantil e transferências para entidades privadas, além de uma estimativa de contribuição previdenciária dos profissionais de educação ativos. 128

129 SAÚDE Saúde Sistema Único de Saúde (SUS) A estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS) envolve os três entes da federação, ou seja, a união, o estado e o município. No sistema, cada gestor tem a sua responsabilidade na implantação das políticas públicas que devem responder as diferentes necessidades da população. Gestores, trabalhadores, usuários, conselheiros, prestadores de serviços, entidades e movimentos sociais vem unindo esforços no desafio de consolidar um SUS cada vez melhor no atendimento da população. O SUS em Números 3,8 bilhões de procedimentos ambulatoriais em 2013; 1,4 bilhões de consultas médicas em 2013; 11,5 milhões de internações em 2013; Maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo; 98% do mercado de vacinas é movimentado pelo SUS; 27,4 milhões de procedimentos oncológicos em 2013; 2,7 milhões de procedimentos de quimioterapia feitos no SUS em 21 milhões de OPM ambulatoriais (cadeira de rodas, aparelho auditivo, bolsa de ostomia, prótese ocular, muletas, bengalas). 129

130 Evolução do Orçamento do Ministério da Saúde Orçamento executado pelo Ministério da Saúde (Em R$ bilhões) 106,02 78,54 86,81 92,7 62,91 67,33 30,23 36,54 40,79 44,31 49,48 54, Atenção Básica Os Postos de Saúde ou Unidades Básicas de Saúde (UBS), assim como as Unidades Básicas de Saúde Fluviais(UBSF), são as unidades que prestam o primeiro atendimento de saúde à população. Além das UBS, existem equipes ou estruturas que complementam o cuidado básico à saúde, como as Unidades Odontológicas Móveis (UOM), os núcleos de apoio à saúde da família (NASF), os Consultórios na Rua, as equipes de Atenção Domiciliar e as Academias da Saúde. No Valores investidos na unidade básica de saúde R$ 20 bilhões R$ 3,2 bilhões

131 período de 2002 a 2014, o crescimento de recursos destinados para este tipo de atendimento foi mais de 500%. Saindo de R 3,2 bilhões para R$ 20,0 bilhões. Atualmente, são mais de 39 mil UBS em funcionamento no Brasil que realizam atendimentos básicos e gratuitos em Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Os principais serviços oferecidos pelas UBS são consultas médicas e de enfermagem, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica. Em relação à infraestrutura, desde 2009, estão sendo investidos R$ 5,5 bilhões em cerca de 26 mil UBS. 131

132 Unidades Básicas de Saúde Alguns Exemplos de Construções e Melhorias em UBS de todo o Brasil AC Sena Madureira UBS Lauro Fontes PA Itupiranga Posto de Saúde da Família MA Açailândia UBS Jacu Primavera ANTES ANTES ANTES DEPOIS DEPOIS DEPOIS DEPOIS DEPOIS DEPOIS Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF) Rede Universidade Aberta do SUS (UNA SUS) e Saúde no Campo, Florestas e Águas A Rede da Universidade Aberta do SUS (UNA SUS) é constituída por instituições públicas de educação superior, conveniadas ao Ministério da Saúde e credenciadas pelo Ministério da Educação para a oferta de educação à distância. A articulação entre essas instituições permite maior intercâmbio de experiências e conhecimentos em proveito da melhoria da cooperação para desenvolvimento de ações educacionais de alcance nacional. Em 2014, será oferecido um módulo de Educação à Distância (EaD) a ser ofertado aos profissionais de saúde de nível superior da Atenção Básica, trabalhando as especificidades das populações do campo, da floresta e das águas, mediante parceria entre UNA SUS e 132

133 Universidade Federal do Ceará. O módulo se orientará pela Política Nacional das Populações do Campo, da Floresta e das Águas. Centros de Referência em Saúde do Trabalhador com ações voltadas prioritariamente para populações do campo e da floresta Cerests Rurais Em 2011, o Ministério da Saúde autorizou a criação de dez Centros de Referência em Saúde do Trabalhador com ações voltadas prioritariamente para populações do campo e da floresta os Cerests Rurais. Esses novos espaços atuam diretamente com agricultores e agricultoras, agindo na prevenção de doenças e acidentes de trabalho, além de encaminhá - los, em caso de necessidade, para atendimento pelo SUS. Até janeiro de 2014, entraram em funcionamento sete dos dez Cerests Rurais previstos em Vilhena (Rondônia), Rorainópolis (Roraima), Sinop e Primavera do Leste (Mato Grosso), Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Limoeiro do Norte (Ceará), e Itumbiara (Goiás). Em Rorainópolis, já foram iniciadas as atividades, ainda que algumas ações encontrem-se em fase de estruturação. Escuta itinerante traz retrato da saúde no campo e na floresta Um trabalho conjunto da Ouvidoria-Geral do SUS e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) ouviu 339 pessoas nos estados de Pernambuco, Espírito Santo, Amazonas, Paraná e Mato Grosso do Sul sobre condições de vida e saúde. Ouvidoria Itinerante vai até os territórios com o objetivo de facilitar o acesso dos cidadãos aos canais de participação do SUS. Depois, leva questões aos setores do Ministério da Saúde responsáveis por ela. Ao final da pesquisa foi produzido um relatório que está disponível na página do Ministério da Saúde 23 e também um vídeo. 23 Link na página do Ministério da Saúde para acesso ao relatório: contag.pdf. Link de acesso ao vídeo: htps:// 133

134 Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e o Atendimento aos Indí genas O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) é a unidade gestora descentralizada do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Trata-se de um modelo de organização de serviços orientado para um espaço etnocultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado que contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde, promovendo a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolvendo atividades administrativo-gerenciais necessárias à prestação da assistência, com controle social. No Brasil, são 34 DSEI divididos estrategicamente por critérios territoriais (não necessariamente por estados), tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas. Além dos DSEIs, a estrutura de atendimento conta com os Postos de Saúde, com os Polos Base e com as Casas de Saúde Indígena (Casais). Até dezembro de 2013, havia 66 casas de Saúde Indígenas, além de três Casas que se encontram em fase de execução. O fluxo de atendimento às comunidades indígenas envolvendo as estruturas físicas é demonstrado a seguir: Fonte: SESAI

135 Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Campo e os CERESTs Em 2011, o Ministério da Saúde celebrou com a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) o Acordo de Cooperação nº 7, que teve por objetivos: Fortalecimento da atenção às populações do campo e da floresta, tendo em vista especificidades das atividades laborais desenvolvidas; Fortalecimento das estratégias para o desenvolvimento das ações dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs), que têm por função o provimento de retaguarda técnica para o SUS nas ações de prevenção, promoção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e vigilância em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais, com ênfase na agricultura familiar e áreas de reforma agrária; Fortalecimento da Atenção Integral à Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura e Pecuária, em ações de promoção, prevenção e vigilância em saúde, utilizando-se das redes de Atenção Básica, Média e Alta Complexidade do SUS. Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) são embarcações que comportam uma ou mais equipes de Saúde da Família Fluvial, equipadas com os materiais necessários para atender à população ribeirinha da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) e Pantanal Sul Mato-Grossense. As UBSF são parte da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e buscam responder às especificidades dessas regiões, garantindo o cuidado às suas populações. O Ministério da Saúde contemplou 64 propostas de construção de UBSF em 63 municípios da região, com o valor de R$ 1,7 milhão por unidade. Situação atual das propostas: 1 UBSF inaugurada em Borba/AM 20 municípios já receberam recurso para iniciar a construção de 21 UBS Fluviais, sendo que Manaus teve duas propostas contempladas. 135

136 Municípios contemplados em 2013: Autazes (AM); Barcelos (AM); Coari (AM); Itacoatiara (AM); Manaus (AM); Manicoré (AM); Maués (AM); Parintins (AM); Tabatinga (AM); Barreirinhas (MA); Turiaçu (MA); Poconé (MT); Portel (PA); Limoeiro do Ajuru (PA); Muaná (PA); Prainha (PA); Porto Velho (RO) Municípios contemplados em 2014: Barreirinha (AM); Tonantins (AM); Lábrea (AM) Além dessas, 19 propostas estão em processo de readequação do projeto para prosseguimento dos trâmites do convênio: Anamã(AM); Beruri (AM); Careiro da Várzea (AM); Novo Aripuanã (AM); Pauini (AM); São Gabriel da Cachoeira (AM); São Paulo de Olivença (AM); Uarini (AM); Abaetetuba (PA); Breves (PA); Chaves (PA); Curralinho (PA); Melgaço (PA); Santarém (PA); Santa Cruz do Arari (PA); São Sebastião da Boa Vista (PA); Macapá (AP); Rorainópolis (RR); Corumbá (MS) Há quatro propostas com convênios aditivados, empenhados, assinados e publicados pelo MS, porém aguardam retorno do termo aditivo assinado pelo convenente: Careiro (AM); Humaitá (AM); Itamarati (AM); Manacapuru (AM) Por fim, mais 19 propostas de doação de UBS Fluvial, sendo que o Ministério da Saúde está negociando com o Comando da Marinha o termo de execução descentralizada para contratação de empresa subsidiária (ENGEPROM) para construção dessas embarcações: Marechal Thaumaturgo (AC); Mazagão (AP); Acará (PA); Afuá (PA); Alenquer (PA); Anajás (PA); Bagre (PA); Belém (PA); Cametá (PA); Curuá (PA); Gurupá (PA); Itaituba (PA); Jacareacanga (PA); Juruti (PA); Óbidos (PA); Oeiras do Pará (PA); Ponta de Pedras (PA); São Domingos do Capim (PA); Araguatins (TO). Redefinição dos Valores de Financiamento das Equipes de Saúde da Família Ribeirinha (ESFR) e das Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF) dos Municípios da Amazônia Legal e do Pantanal Sul-Mato-Grossense Em maio de 2014, foi publicada a Portaria n o 837, que redefiniu os valores dos incentivos no financiamento de Equipes de Saúde da Família Ribeirinha (ESFR) e das Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF), e o arranjo organizacional das equipes de saúde para os municípios 136

137 da Amazônia Legal, reconhecendo a singularidade desses setores, e definindo o repasse de recursos para o investimento no setor de telessaúde. Com a publicação desta portaria, as ESFF que atuam nas Unidades Básicas de Saúde Fluviais receberão aumento no incentivo de custeio mensal, bem como as equipes de profissionais de saúde bucal, cujo recursos passam de R$ 50 mil para R$ 90 mil mensais. Já para os profissionais de saúde bucal, o valor passa de R$ 40 mil para R$ 80 mil. As Equipes de Saúde das Famílias Ribeirinhas e das Equipes de Saúde da Família Fluviais passarão a ser formadas por maior número de profissionais. O número de agentes comunitários passa de 12 para 24; o número de técnicos de enfermagem triplica, passando de 4 para até 12; e a equipe de microscopistas contará com até 12 profissionais. As equipes poderão ainda acrescentar até dois profissionais de nível superior caso seja necessário. 137

138 Outros Dados da Saúde Saúde da Família A Saúde da Família é entendida como uma estratégia da Atenção Básica à Saúde, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. A Saúde da Família como estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde tem provocado um importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido resultados positivos nos principais indicadores de saúde das populações assistidas às equipes saúde da família. A implantação da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúdeé uma das possibilidades para a reorganização inicial da atenção básica com vistas à implantação gradual da ESF ou como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da atenção básica. Atualmente, encontram-se em atividade no país mais de 258 mil agentes comunitários de saúde, estando presentes tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e industrializados. Na Amazônia Legal e Pantanal Sul-Mato-Grossense, considerando as especificidades locais, os municípios podem optar entre dois arranjos organizacionais para equipes de Saúde da Família, além dos existentes para o restante do País: Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR): desempenham a maior parte de suas funções em Unidades Básicas de Saúde (UBS) construídas/localizadas nas comunidades pertencentes a regiões à beira de rios e lagos cujo acesso se dá por meio fluvial; e 138

139 Dados sobre o Programa Saúde da Família: Composta no mínimo, por um médico de família ou generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Outros profissionais, de acordo com as necessidades das regiões 58,01% da população é atendida equipes em atividade, o que representa atendimento a 112,55 milhões de cidadãos Em 2010 os recursos eram da ordem de R$ 2,81 bilhões, em 2013 foram R$ 3,21 bilhões Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluviais atendem a população ribeirinha da Amazônia Legal e Pantanal Sul-Mato-Grossense, respectivamente. A implantação das equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluviais segue os mesmos critérios das equipes e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Lei Antifumo No Dia Mundial Sem Tabaco, o Ministério da Saúde anuncia a regulamentação da Lei Antifumo, que estabelece ambientes fechados de uso coletivo 100% livres de tabaco. O objetivo é proteger a população do fumo passivo e contribuir para diminuição do tabagismo entre os brasileiros. De acordo com a nova regra, está proibido o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos fumígenos em locais de uso coletivo, públicos ou privados, como hall e corredores de condomínio, restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo. Os narguilés também estão vetados. 139

140 A norma também extingue os fumódromos e acaba com a possibilidade de propaganda comercial de cigarros até mesmo nos pontos de venda, permitindo somente a exposição dos produtos, acompanhada por mensagens sobre os malefícios provocados pelo fumo. 140

141 Brasil Sorridente Brasil Sorridente em números: mil profissionais atuando no Programa Nacional de Saúde Bucal Equipes de Saúde Bucal atuam nas Equipes de Saúde da Família - 41% da população coberta 80 milhões de brasileiros atendidos municípios com Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) Oferta de 400 mil próteses em todo o país 20 vezes mais do que em 2002, quando foram ofertadas Em 10 anos, entraram em funcionamento Centros de Especialidades Odontológicas, onde os dentistas realizam procedimentos especializados, em 838 municípios. 141

142 Centros de Especialidades Odontológicas Número de Centros de Especialidades Odontológicas Entre 1 e 2 Mais de 2 142

143 Rede Cegonha A rede cegonha é uma ação do Plano Brasil Sem Miséria. É uma estratégia que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no País e será implantada, gradativamente, em todo o território nacional: Presente em municípios Estimativa de atendimento a 2,5 milhões de gestantes Em 2012, mais de 1,7 milhão de mulheres fizeram no mínimo sete consultas pré-natais. Entre 2011 e 2013 foram realizadas 25,8 milhões de consultas pré-natais Brasil Carinhoso Atenção integral para cuidado com os brasileirinhos e brasileirinhas O Programa Saúde na Escola PSE foi instituído em 2007 e tem como objetivo contribuir para o pleno desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens e adultos proporcionando à comunidade escolar a participação em projetos e programas que articulem saúde e educação. Já o NutriSUS, Prevenção e Controle da Anemia é parte do Programa Saúde na Escola e consiste na adição de uma mistura de 15 tipos de vitaminas e minerais em pó em uma das refeições oferecidas para as crianças diariamente. Embalado em saches para ser adicionado no momento em que a criança faz a refeição na creche. 143

144 A partir de julho/2014, serão beneficiadas mais de 331 mil crianças de 6 meses até 4 anos de idade matriculadas em mais de 5 mil creches do Programa Saúde na Escola. Distribuição de mais 102 milhões de sachês de suplementação em pó de 15 vitaminas e minerais Investimento de R$ 12,7 milhões Mais de 2,2 mil municípios aderidos Na Amazônia Legal: Mais de 360 municípios aderidos. Benefícios para mais de 12 mil crianças. Distribuição de cerca de 720 mil sachês de micronutrientes Viver Sem Limites O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver sem Limite, foi lançado no dia 17 de novembro de 2011, com o objetivo de implementar novas iniciativas e intensificar ações que, atualmente, já são desenvolvidas pelo governo em benefício das pessoas com deficiência. 144

145 O plano tem ações desenvolvidas por 15 ministérios e a participação do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), que trouxe as contribuições da sociedade civil. O Viver sem Limite envolve todos os entes federados e prevê um investimento total de R$ 7,6 bilhões até No Eixo Saúde temos: 102 Centros Especializados em Reabilitação - CER em funcionamento no ano de veículos adquiridos, 93 entregues (19 microônibus e 74 furgões). 21 oficinas ortopédicas fixas habilitadas Farmácia Popular No Brasil já foram 19,4 milhões de pessoas beneficiadas pelo Programa Farmácia Popular, desde o início da gratuidade, com remédios para asma, hipertensão e diabetes. Foi criado o Programa Farmácia Popular do Brasil para ampliar o acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns entre os cidadãos. O Programa possui uma rede própria de Farmácias Populares e a parceria com farmácias e drogarias da rede privada, chamada de "Aqui tem Farmácia Popular". O Programa Farmácia Popular do Brasil tem objetivo de ampliar o acesso de toda população aos medicamentos cumprindo uma das principais diretrizes da Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Foi implantado por meio da Lei nº , de 13 de abril de 2004, que autoriza a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) a disponibilizar medicamentos mediante ressarcimento, e pelo Decreto nº 5.090, de 20 de maio de 2004, que regulamenta a Lei e institui o Programa Farmácia Popular do Brasil. As unidades próprias contam com um elenco de 113 itens e a Rede Conveniada conta com 25 itens, A condição para a aquisição dos medicamentos disponíveis nas unidades, neste caso, é a apresentação do CPF juntamente com uma receita médica ou odontológica. 145

146 Assistência Farmacêutica Além dos medicamentos disponibilizados pelo Saúde Não Tem Preço outros medicamentos foram incorporados para uso em todo o SUS. Com a atualização da Relação Nacional Atualização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) houve a inclusão de Na Amazônia Legal foram 1,3milhões de pessoas beneficiadas, desde o início da gratuidade, com remédios para asma, hipertensão e diabetes. Existem na região farmácias conveniadas e próprias participantes do programa. medicamentos para tratamento do câncer de mama, por exemplo para 2012 houve um aumento de 47% de medicamentos ofertados pelo SUS (de 550 para 810 itens) Disponibilizado o quimioterápico Trastuzumabe para o tratamento do câncer de mama: 52 mil mulheres beneficiadas E também o quimioterápico Rituximabe para o tratamento de linfomas Incluídos os antivirais Boceprevir e Telaprevir para tratamento da Hepatite C: portadores do vírus beneficiados Para o tratamento da artrite reumatoide está disponível o imunobiológico Golimumabe e outros: 920 mil pessoas beneficiada 146

147 Vacinação A Cobertura vacinal é de 95%, em média, para a maioria das vacinas do calendário infantil. A incorporação da vacina Pneumocócica 10 valente (2010) e meningocócica C e em 2011, reduziu em 40% os casos de meningites e pneumonias em crianças menores de dois anos. Com a incorporação da vacina Rotavírus (2010), houve redução 22% da taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos por diarreia. A Vacina contra HPV que pode proteger contra o câncer de colo de útero e já atingiu 83% da meta com a vacinação de 3,4 milhões de meninas. O condiloma acuminado é causado pelo vírus HPV, uma doença sexualmente transmissível conhecida também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Mortalidade Infantil Segundo relatório da UNICEF 2013, o Brasil é um dos países que mais reduziu a mortalidade infantil no mundo, conforme demonstrado a seguir: Taxa de mortalidade de crianças (até 5 anos) caiu 77% entre 1990 e 2012 Taxa de mortalidade de recém-nascidos (até 27 dias)caiu 31% em 10 anos Taxa de mortalidade infantil (até 1 ano) caiu70%de 1990 a ,59 22,6 Mortalidade Infantil Taxa por nascidos vivos 21,33 20,44 19,55 18,56 17,77 17, Fonte: Ministério da Saúde 147

148 Viva Melhor Sabendo É um projeto do Ministério da Saúde que implementou a testagem rápida por fluido oral para AIDS que faz a detecção em cerca de 20 minutos. Para a execução do projeto, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Biomanguinhos/Fiocruz) já entregou 26,6 mil testes de reativos para diagnóstico do HIV. A operação de testagem vem sendo conduzida por representantes de 40 ONGs capacitadas pelo Ministério da Saúde para realizar o procedimento. Melhor em Casa: A Segurança do Hospital no Conforto do Seu Lar A atenção domiciliar visa proporcionar ao paciente um cuidado contextualizado a sua cultura, rotina e dinâmica familiar, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo o risco de infecções equipes multiprofissionais em atuação (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, entre outros profissionais de acordo com as necessidades da região). 275 municípios em 26 Estados Cada equipe atende simultaneamente, em média, 60 pacientes por mês. 1mil vagas liberadas por dia em hospitais no SUS 148

149 Rede de Urgências e Emergências A organização da RUE tem a finalidade de articular e integrar todos os serviços de saúde objetivando ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência/emergência nos serviços de saúde de forma ágil e oportuna A Expansão do Serviço e Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192 permite o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas. O socorro começa com a chamada gratuita, feita para o telefone 192. O SAMU é um serviço é oferecido pelo governo federal brasileiro, em parceria com governos estaduais e prefeituras, com a finalidade de realizar o atendimento pré-hospitalar à população em casos de urgência: Aumento de 30,4% no número de ambulâncias em funcionamento entre 2011 e 2014, alcançando unidades. 72,76% da população coberta182 Centrais SAMU Aumento de 70% de 2011 a 2013 no repasse de recursos para estados e municípios, de R$ 432,3 milhões para R$ 736,7 milhões. Já o número de ambulâncias que em 2011 eram 2.197, agora são Na Amazônia Legal ocorreu um aumento de 43,5% no número de ambulâncias, eram 232 em 2011 e em 2014 são 333 unidades. 149

150 Unidade de Pronto Atendimento As UPAs ficam abertas 24 horas e servem como um intermediário entre as Unidades Básicas de Saúde e os hospitais. Estão equipadas para socorrer pessoas com problemas de pressão, febre alta, fraturas, cortes, infartos e outros de média complexidade, evitando que estes pacientes sejam sempre encaminhados aos prontos-socorros dos hospitais. As UPAs contam com equipamentos de raio-x, eletrocardiografia, laboratório de exames e leitos de observação. Trabalham integradas ao SAMU Serviço de Atendimento Médico de Urgência. SOS Emergências O governo federal, juntamente com estados, municípios e gestores hospitalares, está promovendo o enfrentamento das necessidades das unidades de urgência e emergência dos principais hospitais do País que integram o SUS. Melhorar a gestão, qualificar e ampliar o acesso aos usuários em situações de urgência, reduzir o tempo de espera, e garantir atendimento ágil, humanizado e com acolhimento. O SOS Emergências funciona articulado com os novos leitos de retaguarda 31 hospitais de referência fazem parte do Programa Aumento de até 200% na diária do SUS nestes hospitais 150

151 demais serviços de urgência e emergência que compõem a Rede Saúde Toda Hora, coordenada pelo Ministério da Saúde e executada pelos gestores estaduais e municipais. As unidades hospitalares deverão estar articuladas com o SAMU 192, UPAS 24 horas, Salas de Estabilização, serviços da Atenção Básica e Melhor em Casa. A Rede Saúde To da Hora vai investir, até 2014, R$ 18,8 bilhões nesses serviços. Programa Mais Médicos O Programa Mais Médicos visa a universalização do acesso à saúde. Através de um pacto federativo e prevê três eixos de atuação: O primeiro se relaciona à disponibilização de mais de 14 mil médicos, possibilitando levar assistência a 49 milhões de brasileiros que moram em 3,8 mil municípios e 33 Distritos de Saúde Indígena. O Programa Mais Médicos para o Brasil mandou médicos para todos os municípios que solicitaram, atendendo 100% da demanda, priorizando 75% dos municípios de acordo com critérios e perfis de vulnerabilidade. Hoje, os municípios e a população antes desassistida contam com a presença de pelo menos um médico do programa. Os médicos do programa, juntamente com sua a equipe, estão atendendo a população onde elas vivem, fazendo saúde junto à população indígena, ao povo do campo e da floresta, à população que vive nas margens dos rios, às periferias de regiões metropolitanas, às periferias de capitais e municípios com 20% ou mais da população em situação de extrema pobreza e a municípios que compõe o G100. O Programa considerou as regiões com maiores necessidades e vulnerabilidades, e alocou os médicos prioritariamente nos municípios com maiores iniquidades: no semiárido do Nordeste e de Minas Gerais; no Vale do Jequitinhonha e do Mucuri; no Vale do Ribeira, em São Paulo e no Paraná; o Alto Médio Uruguai, no Rio Grande do Sul; e também em grande parte da Região Norte, onde há muitos distritos indígenas; municípios com população quilombola; assentamentos rurais e municípios com IDH-M baixo ou muito baixo. O desafio assumido é levar saúde de qualidade para toda a população brasileira, garantindo o acesso à saúde a todo cidadão e cidadã. 151

152 Os outros dois eixos referem-se à formação de médicos e qualificação da infraestrutura dos serviços. Desta forma, foi prevista a expansão do número de vagas do curso de Medicina e de residência médica, além do aprimoramento da formação médica no Brasil, com foco na atenção básica e urgência e emergência. Até 2017, serão abertas 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil novas vagas de residência médica, muitas dessas numa parceria inovadora com os municípios. A expansão e qualificação da rede de saúde são um importante apoio para que os municípios consigam oferecer atendimento qualificado e mais resolutivo à população. Para isso, estão sendo investidos R$ 5,6 bilhões em 26 mil postos de saúde, R$ 2 bilhões em 948 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e R$ 3,9 bilhões em atenção especializada e hospitalar. Além disso, mais R$ 2,0 bilhões estão sendo aplicados em hospitais universitários em parceria com o Ministério da Educação. Quando da implantação do programa Mais Médicos 22 estados estavam abaixo da média Eixos do Programa Mais Médicos nacional 1,8/mil habitantes e 5 estados tinham menos de 1 médico por mil habitantes: Acre, Amapá, Maranhão, Pará, Piauí. 152

153 Acima de 1,8/mil Entre 1/mil e 1,8/mil Menor que 1/mil 153

154 Eixos do Programa Mais Médicos Ampliação e Melhoria da Infraestrutura Formação para o SUS Provimento Emergencial Ampliação da Oferta na Graduação e Residência Médica Mudança no Eixo dos Locais de Formação Reorientação da Formação e Integração à Carreira Editais de Chamadas Nacional e Internacional Cooperação Internacional Eixo Formação Médica 11,5 mil novas vagas de graduação até ,4 mil novas vagas de residência para formação de especialistas 154

155 Eixo Provimento: Mais Médicos para o interior e periferias do Brasil Mais de 75% dos médicos estão em municípios de alta vulnerabilidade social Mais de 14 mil médicos para a Atenção Básica Presentes em 3785 municípios e mais 34 distritos sanitários indígenas beneficiados 100% da demanda atendida Cerca de 50 milhões de pessoas beneficiadas Municípios atendidos pelo programa Mais Médicos 155

156 Participação dos médicos com diploma Brasileiro Mais de 1,5 mil médicos Participação de médicos Intercambistas Individuais Mais de 1,1 mil médicos Participação de Intercambistas Cooperados Mais de 11,4 mil médicos Total de médicos do Programa Mais Médicos Mais de 14 mil médicos 156

157 Impactos do Programa Mais Médicos no Brasil Aumento de 34,9% no número de consultas na atenção básica, eram 4.4 milhões em janeiro de 2013, passando para 6,0 em janeiro de 2014, Redução de 20,8% dos encaminhamentos aos hospitais, para Aumento de 11,3% nos atendimentos pré-natal, eram e passaram para atendimentos. Aumento de 44,6% no atendimento de pacientes com diabetes eram atendidos e passou-se a atender E 5% de aumento no atendimento a pacientes com hipertensão eram e passou-se a atender Aumento de 15,1% no número de atendimentos em saúde mental, eram atendidos pacientes e passou-se a atender

158 Avaliação do Programa Mais Médico pela População Índice de aprovação de 74,8%, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte - CNT divulgada em abril deste ano. (Rodada 118, de 20 a 25 de abril de 2014, Registro TSE: BR /2014). 80,00% 74,8% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 18,7% 6,5% 0,00% Aprovam Desaprovam NS/NR Ouvidoria do SUS A Ouvidoria-Geral do SUS oferece diferentes canais para que o cidadão possa se manifestar. Além da internet e dos Correios, a Ouvidoria do Ministério da Saúde possui uma Central de Teleatendimento, o Disque Saúde 136. A Ouvidoria Geral do SUS também envia cartas para que os cidadãos usuários do SUS possam conferir os procedimentos realizados, os valores que o Ministério da Saúde pagou pelos procedimentos e outros dados do seu atendimento. Esse mecanismo permite a fiscalização dos serviços do Sistema Único de Saúde, possibilitando o controle dos recursos públicos. Também contém na carta uma Pesquisa de Satisfação do atendimento pre stado, que permite que o Ministério da Saúde tenha conhecimento da avaliação do usuário quanto ao referido atendimento e prestador de saúde. 158

159 Número de Carta SUS enviadas * Total acumulado Para saber mais sobre os Programas do Ministério da Saúde e sobre os números da saúde no Brasil acesse os links: 159

160 INFRAESTRUTURA RURAL Equipamentos para Infraestrutura Rural Serão investidos quase R$ 5 bilhões na aquisição de mais de 18 mil máquinas, todas produzidas pela indústria nacional. Mais de cinco mil municípios serão beneficiados, representando 91% das prefeituras brasileiras. Por meio do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), prefeitura receberão máquinas que auxiliarão na manutenção da infraestrutura a partir da abertura de estradas vicinais e armazenamento de água, garantindo melhores condições de vida no meio rural brasileiro. Cada município recebe o conjunto com retroescavadeira, motoniveladora e caminhão-caçamba. Foram entregues, em 2013, 8,9 mil equipamentos sendo retroescavadeiras, motoniveladoras, caminhões caçamba, 753 caminhões-pipa e 461 pás-carregadeiras, somando um investimento de R$ 2,3 bilhões, alcançando 4,7 mil municípios. Desde o início do Programa, já foram entregues equipamentos, sendo que todos os municípios já receberam pelos menos uma retroescavadeira, atendendo 3,9 milhões de agricultores familiares e 751 mil famílias assentados da reforma agrária. Equipamentos para Infraestrutura Rural Municípios Atingidos pela Seca Cada um dos municípios atingidos pela seca tem recebido 1 retroescavadeira, 1 motoniveladora, 1 caminhão-caçamba, 1 caminhão-pipa e 1 pá-carregadeira. A meta é que todas as cidades do Semiárido sejam contempladas até maio de O investimento por município é R$ 1,46 milhão, totalizando um investimento de R$ 2,1 bilhões. 160

161 Sistemas de Abastecimento Coletivo Sistema Adutor Os sistemas adutores são as obras estruturantes que possibilitam o aproveitamento das águas represadas em barragens ou açudes. São constituídos de captações de água, canais de escoamento e estações elevatórias que levam as águas brutas das barragens até as estações de tratamento de água, onde são preparadas para o abastecimento urbano propriamente dito. Mais de R$ 19 bilhões estão sendo investidos por meio do PAC em 61 empreendimentos desse tipo em todo o Nordeste e também no Semiárido mineiro. Barragens 20 grandes empreendimentos de barragens (PAC): 19 deles no Nordeste e 1 no Semiárido mineiro, totalizando mais de R$ 2 bilhões em investimentos. As barragens são barreiras artificiais construídas em meio a cursos de água com o objetivo de garantir oferta hídrica, passível de utilização para diversos fins. Além do abastecimento humano, principal finalidade da maioria das barragens construídas no Nordeste, esse tipo de intervenção pode servir para a utilização de água para a irrigação e para a geração de energia, o que aumenta a capacidade de sustentabilidade econômica regional. Programa Água para Todos Apenas em intervenções no Nordeste, o Água Para Todos/Brasil Sem Miséria deve atingir a meta de quase cisternas, com investimento total de mais de R$ 1 bilhão. O Programa Água para Todos, iniciado em 2011, faz parte do Plano Brasil Sem Miséria e reúne um conjunto de ações para universalizar o acesso à água de qualidade. Tem como 161

162 meta beneficiar 750 mil famílias, até 2014, sobretudo no Semiárido. Com investimento de R$ 7,4 bilhões, o Programa utiliza entre suas tecnologias as cisternas de polietileno e de placa, além de outras ferramentas como sistemas de abastecimento de água, pequenas barragens e kits de irrigação. O Programa Água para Todos, no âmbito do Programa Brasil Sem Miséria, também viabiliza a implantação de milhares de sistemas simplificados de abastecimento de água. Esses sistemas consistem em poços, estações de tratamento e reservatórios elevados que possibilitam a distribuição de água por meio de chafarizes, torneiras públicas ou pequenas redes de distribuição para comunidades com concentração populacional entre 35 e 40 famílias. Até o momento, cisternas foram instaladas em todo o Nordeste e no Norte de Minas Gerais, o que representa o quantitativo de pessoas atendidas em municípios. As instalações das cisternas no âmbito do Água para Todos são definidas a partir de dados do Cadastro Social Único (CadÚnico), mantido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). As famílias aptas a receberem cisternas, por exemplo, são aquelas que vivem em áreas rurais e, prioritariamente, em situação de pobreza e extrema pobreza associada à carência de acesso à água. O Programa é voltado ainda para aposentados que vivam exclusivamente da renda previdenciária. Um dos pontos fortes do Água para Todos é a interação com a comunidade em todas as fases do programa. Para isso, são formados comitês gestores municipais com a participação de moradores, representantes de sindicatos e associações rurais, igrejas, pastorais e do poder público municipal, além de comissões comunitárias. O comitê auxilia na mobilização local dos moradores para cadastro e validação das famílias a serem beneficiadas, para que se garanta a eficiente distribuição da tecnologia. A indicação das localidades cabe ao comitê, bem como a relação dos beneficiários, obedecendo aos critérios do Programa. O objetivo é empoderar a sociedade civil na seleção destes beneficiários. 162

163 Pelo Água para Todos, já foi viabilizada, ainda, a instalação de 274 poços, 581 barreiros, 555 sistemas coletivos de abastecimento, kits de irrigação e tecnologias diversas para a pequena produção e consumo animal. Programa Água para Todos Impacto do Plano Brasil Sem Miséria Por meio das ações articuladas do Plano Brasil Sem Miséria, 76 mil cisternas de produção e outras tecnologias sociais serão instaladas até 2014 para recuperar a capacidade das famílias afetadas pela estiagem prolongada no Semiárido. 501,1 mil cisternas de consumo entregues para universalizar o acesso a água para famílias do Semiárido 163

164 Saneamento Rural A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) do Ministério da Saúde é o órgão responsável pela implementação das ações de saneamento em áreas rurais de todos os municípios, inclusive no atendimento às populações remanescentes de quilombos, assentamentos rurais e populações ribeirinhas, conforme estabelecido no Plano Plurianual de Governo (PPA ) e também definido pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). Segundo Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE/2010, no Brasil cerca de 29,9 milhões de pessoas residem em localidades rurais, em aproximadamente 8,1 milhões de domicílios. O Programa Nacional de Saneamento Rural Povos Indígenas, Quilombolas, Reservas Extrativistas e Populações Tradicionais O atual Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), publicado em dezembro de 2013 (Plano ) define a coordenação do Programa Nacional de Saneamento Rural como de responsabilidade do Ministério da Saúde por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Entre as definições do Plansab, a ação em saneamento rural inclui estabelecer política específica para o saneamento rural, para os povos indígenas, de quilombolas, de reservas extrativistas e outras populações tradicionais, que considere atividades de educação sanitária e ambiental, mobilização social e emprego de tecnologias apropriadas, e avaliar estrutura institucional nos níveis federal e estadual, recursos financeiros compatíveis e equipes interdisciplinares adequadas. Com a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) no ano de 2010, o ano de 2011 representou um período de transição entre FUNASA e SESAI. Nesse mesmo ano, o recurso destinado as ações de saneamento foi disponibilizado à SESAI e executado pela FUNASA em função da força de trabalho não estar estruturada nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). A partir do ano de 2012, as ações destinadas a saneamento básico em áreas indígenas passou a ser de total responsabilidade da SESAI. 164

165 Sendo assim, no âmbito de suas atribuições, as ações em Saneamento Rural realizadas foram as seguintes: População Indígena Nº de aldeias Recurso empenhado (x R$ ,00) , , ,92 TOTAL ,03 Vale salientar que as ações desenvolvidas no âmbito do saneamento em áreas indígenas, previstas no programa, estão direcionadas somente para a construção de novos Sistemas de Abastecimento de Água (SAA). Contudo, se faz necessário a utilização do mesmo rec urso para reforma e/ou ampliação dos SAA, bem como a construção, reforma e/ou ampliação de Melhorias Sanitárias Domiciliares (MSD), conforme detalhado na tabela a seguir: 165

166 2011 Ação Quantidade Recurso (R$) SAA MSD Construção nova ,76 Reforma/ Ampliação ,43 Construção nova ,35 Reforma/ Ampliação 0 0 TOTAL , Ação Quantidade Recurso (R$) SAA MSD Construção nova ,90 Reforma/ Ampliação ,02 Construção nova ,92 Reforma/ Ampliação ,87 TOTAL , Ação Quantidade Recurso (R$) SAA MSD Construção nova ,98 Reforma/ Ampliação ,94 Construção nova ,83 Reforma/ Ampliação ,26 TOTAL ,54 Fonte: DSESI/ SESAI, É importante salientar que a mesma população pode ser beneficiada com duas ou mais ações no mesmo exercício, ou a mesma aldeia e população pode ser benefici ada em dois ou mais exercícios. Para 201,4 estão previstos cerca de R$ 48 milhões para investimentos em saneamentos em áreas indígenas. 166

167 Energia O Programa Luz para Todos A chegada da energia elétrica facilita a integração das iniciativas públicas no meio rural, tanto no que diz respeito aos programas sociais e ações de atendimento de serviços básicos (educação, saúde, abastecimento de água) quanto às políticas de incentivo à agricultura familiar, aos pequenos produtores e comerciantes locais, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social das áreas beneficiadas. Os benefícios gerados pelo Programa também têm impacto na economia, com a geração de empregos e com o aumento na demanda por eletrodomésticos e equipamentos rurais. Estima-se que cerca de 466 mil empregos diretos e indiretos foram gerados no país em consequência da implementação do Programa, uma vez que é dada prioridade ao uso da mão de obra local e à compra de materiais e equipamentos nacionais, fabricados nas regiões próximas às localidades atendidas. A recente pesquisa realizada para verificar o impacto da chegada da energia elétrica no meio rural revelou que a qualidade de vida melhorou para 93% dos atendidos pelo Programa e indicou a comercialização de mais de 2,5 milhões de aparelhos de TV. A meta do Luz para Todos é levar o acesso a energia elétrica para famílias rurais brasileiras. Até o final de 2013, após dez anos de execução do Programa, já haviam sido atendidas em todo o país, beneficiando mais de 15 milhões de moradores rurais. Os investimentos ultrapassam R$ 22 bilhões, dos quais R$ 16,2 bilhões são recursos federais. O Programa até 2013: famílias atendidas pelo Programa 15 milhões de moradores rurais Investimento de mais de R$22 bilhões, dos quais R$16,2 bilhões de recursos federais 167

168 Uma das prioridades do Programa é a população que se encontra na condição de extrema pobreza. Assim, com base no Censo IBGE 2010, que identificou 257 mil famílias nessa situação, o Luz para Todos já realizou 170 mil atendimentos. As comunidades remotas, em especial as localizadas na região amazônica, são um grande desafio ao Programa, e as dificuldades do acesso e de logística vêm incentivando o desenvolvimento de novas tecnologias para viabilizar o atendimento. Dentre elas, já foram empregadas a geração de energia por meio de sistemas fotovoltaico (luz solar) e eólico (vento), além de materiais alternativos como postes de fibra de vidro, que são mais leves e facilitam o transporte, e cabos subaquáticos que permitem sua travessia pelos rios e pelo mar e auxiliam o atendimento às ilhas. Fonte: Ministério de Minas e Energia, abril de Luz para Todos mil ligações realizadas para famílias inscritas no cadastro Único, 177 mil delas beneficiárias do Bolsa Família 168

169 Programa Minha Casa, Minha Vida Rural (MCMV-Rural) O Programa Minha Casa, Minha Vida está entre os programas de maior êxito, inclusive na modalidade rural. As características do Programa, respondem pelo seu bom desempenho e crescimento geométrico. As principais são: Construção e Reforma com valores adequados a produção de habitação digna, no mesmo padrão da casa urbana; Flexibilização das exigências de documentação fundiária, adequando-a a realidade do interior do país; e Adoção de procedimentos de contratação e execução das casas desburocratizadas, possibilitando rapidez de entrega. No Programa MCMV-Rural as famílias deverão ser organizadas em grupos de no mínimo 04 e no máximo 50, por uma Entidade Organizadora (EO) pública (prefeitura, estado, etc.) ou privada sem fins lucrativos (associações, cooperativas sindicatos, etc.). A demanda está estratificada em três grupos, conforme a faixa de renda bruta familiar anual (aferida pelo Documento de Aptidão do PRONAF DAP): até R$ ,00 Grupo 1; entre R$ ,01 e R$ ,00 Grupo 2; e entre R$ ,01 e R$ ,00 Grupo 3. O atendimento às famílias integrantes do Grupo 1 utiliza recursos do Orçamento Geral da União (OGU) para financiar a aquisição de material de construção para a construção ou conclusão/reforma/ampliação de unidade habitacional em área rural. A contrapartida do beneficiário é de 4% do custo total da obra, que serão pagos em quatro parcelas anuais de 1% cada. As famílias integrantes dos Grupos 2 e 3 são atendidas por meio de financiamento com recursos do FGTS, sendo-lhes destinados subsídios inversamente proporcionais à renda. São também beneficiários do Programa e se enquadram como agricultores familiares: pescadores artesanais, extrativistas, silvícolas, aquicultores, maricultores, piscicultores, ribeirinhos, comunidades quilombolas, povos indígenas e demais comunidades tradicionai s. Desde fevereiro de 2013, também os assentados do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) - Grupo 1 podem ter acesso ao Programa, parte do Minha Casa, Minha Vida Rural. 169

170 Podem atuar como entidades organizadoras: Prefeitura, Governo Estadual e Distrito Federal; companhias e empresas estaduais ou municipais de habitação vinculadas ao poder público; sindicatos; cooperativas; associações e outras entidades sem fins lucrativos. Buscando integrar as ações voltadas ao combate da pobreza rural, o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o Ministério das Cidades formalizaram Termo de Cooperação Técnica prevendo ação em parceria do Programa Cisternas com o PNHR, que visa a construção de cisternas para a captação e armazenamento da água da chuva. Ações realizadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida Rural: Foram entregues, nos anos de 2011 a 2013, moradias, beneficiando cerca de agricultores familiares, trabalhadores rurais, assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas e pescadores, e envolvendo cerca de entidades organizadoras, das quais a grande maioria (aproximadamente 80%) constituídas por EO s privadas sem fins lucrativos. Os valores investidos nesse período foram de R$ 2,752 bilhões, correspondentes a unidades habitacionais. 170

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