ILMO. SR. SUPERINTENDENTE DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS DA AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES ANTT.
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- Júlio César Valente
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1 ILMO. SR. SUPERINTENDENTE DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS DA AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES ANTT. FRESP Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo, entidade com sede na Rua Dr. Silva Mendes, 266, Vl. Industrial, Campinas, SP, fone (19) e , diretoria@fresp.org.br, inscrita no CNPJ sob nº / , neste ato representada por sua Diretora Executiva, vem, respeitosamente a presença de Vossa Senhoria, em atenção a Audiência Pública nº 10/2015, expor suas considerações: 1) Capital Social A Minuta que pretende alterar a Resolução nº 4.777/2015 dispõe que para as empresas obterem o TAF (Termo de Autorização para o Fretamento), dentre outras exigências, devem possuir capital social mínimo de R$ ,00 (cento e vinte mil reais), ou caso não possua, será aceito seguro-garantia. Compreendemos que esse valor, tanto de capital social ou para segurogarantia, se formos analisar sob o ponto de vista da enorme responsabilidade que é transportar pessoas, está aquém do razoável, uma vez que em caso de um 1
2 acidente, a empresa suportaria apenas R$ ,00 (cento e vinte mil reais) em indenizações, caso fosse utilizado todo o valor do seguro obrigatório exigido pela ANTT. Anteriormente, a Fresp já se manifestou sobre esse assunto, dizendo que o valor mínimo de capital social de R$ ,00 está muito abaixo do que na prática é necessário para se iniciar um negócio no ramo de transporte, uma atividade complexa, especializada e de grande risco. Outras Agências Reguladoras ou Departamentos de Transportes já exigem valores superiores a esse para ingresso no sistema de transporte. 2) Idade da Frota A Minuta que pretende alterar a Resolução nº 4.777/2015 estabelece em seu artigo 15 que para a prestação do serviço de transporte rodoviário interestadual de passageiros, a empresa deverá utilizar veículos micro-ônibus com até 15 (quinze) anos de fabricação e não estabelece idade máxima para os veículos tipo ônibus, estabelecendo apenas, em seu artigo 16, parágrafo único, que os ônibus com mais de 15 anos de fabricação deverão ser submetidos à Inspeção Técnica Veicular com periodicidade semestral. Ressaltamos que nossa recomendação é que veículos do tipo ônibus ingressem com até 15 anos de fabricação e tenham uma vida útil de no máximo 25 anos e veículos do tipo micro-ônibus (Vans) tenham no máximo 7 anos de fabricação para vida útil. Essa recomendação se baseia principalmente na questão da segurança e conforto dos passageiros, haja vista que veículos com 2
3 idade superior as nossas recomendações são desgastados pelo uso, mais propensos a quebras, mais poluentes, entre outros fatores. Os veículos micro-ônibus (Vans) não são fabricados da mesma forma que os ônibus e seus componentes e estrutura se desgastam com maior velocidade, rapidamente aumentando o custo com manutenção, ruídos incômodos, etc. Seria como compará-los aos automóveis e não aos ônibus, em termos de durabilidade. Essa é mais uma das razões que justificam impor esse limite de idade (7 anos). Ressaltamos que os veículos micro-ônibus (vans) suportam uma utilização comercial por no máximo 7 anos. Decorrido esse período os gastos com a manutenção do veículo retiram todo o lucro da operação. Permitir que esses veículos sejam utilizados até completarem 15 anos é vender uma ilusão, algo que na prática não será possível de se executar. Com esse sonho, os novos transportadores que ingressarão no sistema não estarão preparados para renovar suas frotas com 7 anos de uso e quando descobrirem o que somente a prática e experiência podem demonstrar será muito tarde para recompor a situação econômica e financeira da empresa e renovar a frota. Quanto a idade limite para os ônibus, o que se pode admitir, somente por amor a argumentação, seria que os ônibus já cadastrados no sistema na data da publicação da Resolução 4.777/2015 permaneçam em operação enquanto habilitados na inspeção veicular, de forma a preservar o sistema vigente até então para todos aqueles veículos que já operavam e para os quais a norma era mais benéfica, ou seja, sem limitação de idade, mas com inspeção semestral após 15 anos de fabricação. No entanto, essa regra valeria apenas para os veículos nessas condições e não para a empresa, assim, todos os veículos 3
4 incorporados a frota posteriormente a publicação da Resolução 4.777/2015 seguiriam a nova regra, ou seja, entra no sistema com até 15 anos e pode ser utilizado até 25 anos, com inspeção semestral após o 15º ano. Essa é uma idade extremamente elevada (25 anos) e não representa padrões de segurança e conforto que se espera para um transporte de média e longa distância, mas, justificável nesse primeiro momento de transição entre normas e pela situação econômica que vive o país. 3) Operação dos Veículos do tipo Micro-ônibus Com relação ao transporte de passageiros por micro-ônibus, compreendemos que a quilometragem máxima permitida pela Resolução nº 4.777/2015, qual, seja 540 km (ida e volta) está de acordo com as normas de segurança do trabalho dos motoristas, e, conforto e segurança dos passageiros. Lembramos que para liberar o transporte de passageiros por micro-ônibus, sem limite de quilometragem, é obrigatório ter uma dupla de motoristas realizando o transporte, haja vista que a jornada de trabalho do motorista deve ser de no máximo 8 horas diária, estendendo em 2 horas extras. Entretanto, os veículos do tipo micro-ônibus não permitem a dupla de motoristas, uma vez que não há uma cabine separada para o segundo motorista poder descansar enquanto o primeiro está dirigindo, ou seja, não será proporcionado ao motorista o descanso adequado. Ainda, viagens interestaduais sem limite de quilometragem pressupõe que são viagens de vários dias e que exigirá um certo número de bagagens dos 4
5 passageiros. A pergunta que fica é: como irão ser transportadas essas bagagens, uma vez que veículos do tipo micro-ônibus ( vans ) não possuem bagageiro expressivo? Salientamos também que veículos tipo vans são extremamente visados para roubo e, em função disso as empresas têm dificuldades em fazer seguro para eles. Em uma viagem interestadual, com quilometragem livre, caso o veículo seja roubado em um estado longínquo do de origem, não haverá como atender os passageiros. Contudo, caso a ANTT entenda que deve ser liberado o transporte de passageiros por micro-ônibus, sem limite de quilometragem, deve-se exigir desse tipo de veículo a implantação de sistema de monitoramento (MONITRIIP) imediatamente, pois seria uma forma de viabilizar a verificação das paradas para descanso, pernoite e o cumprimento do tempo de direção. Assim, a ANTT não cadastrará nenhum veículo desse tipo sem estar implantado o sistema de monitoramento, de forma que a ANTT possa acompanhar de perto se efetivamente a operação desses veículos atenderá os princípios que nortearam a autorização. 4) Dispensa de inspeção de veículos 0Km Essa é uma ótima medida e deve ser vista como um incentivo ao transportador que renova sua frota. Outros incentivos com essa finalidade renovação da frota merecem ser estudados e implementados pela ANTT. 5
6 Certos de sua especial atenção subscrevemo-nos com votos de elevada estima e consideração, colocando-nos a disposição para quaisquer esclarecimentos. Atenciosamente. Regina Rocha de Souza Pinto Diretora Executiva 6
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