A INSERÇÃO LABORAL DOS IMIGRANTES HAITIANOS NO MERCADO DE TRABALHO EM MANAUS 1

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1 A INSERÇÃO LABORAL DOS IMIGRANTES HAITIANOS NO MERCADO DE TRABALHO EM MANAUS 1 Ana Paula Amorim Doutoranda em Ciências Sociais, UNICAMP, Bolsista CNPQ, Gt: 11 Ricardo Lima Mestre em Sociologia, UFAM, Gt: 11 Resumo: A inserção de imigrantes no mercado de trabalho vem crescendo significativamente nos últimos anos. Levantamento realizado por Cavalcante; Oliveira; Tonhati (2014) mostrou que no período de , o número de imigrantes no mercado de trabalho formal no país cresceu cerca de 50,9%. Nesse período, o mercado de trabalho incorporou esses trabalhadores (as), tanto no segmento formal, quanto no segmento informal da economia. Tendo como base a emergência e o crescimento da imigração haitiana para o Brasil, especificamente, para a Amazônia, a partir de 2010, e da intensificação da presença desses imigrantes no mercado de trabalho, a pesquisa tem por objetivo analisar como o fluxo de imigrantes haitianos, ao chegar em Manaus se converte em força de trabalho para o mercado local. Os dados fazem parte da pesquisa de doutoramento que se encontra em fase inicial Deslocamento do sonho: a inserção dos imigrantes haitianos no mercado de trabalho em Manaus. Por fim, os dados preliminares apontam que existe uma diferença significativa na inserção laboral de homens e mulheres. Palavras-chave: inserção laboral; imigrantes haitianos; Manaus. Introdução Os fluxos migratórios internacionais para o Brasil, vem ganhando centralidade no debate público acerca dos novos contornos, da diversidade, e dos significados e implicações para as sociedades de origem e de fixação, fato que se deve, principalmente de que o país nas últimas décadas, tem se tornado importante destino de chegada e de partida (FERNANDES, RIBEIRO, 2014). Em outras palavras, o país está inserido no sistema de migração internacional como país de origem, destino e trânsito, onde a emigração, a imigração e o retorno ocorrem de forma concomitante. Assim, as migrações internacionais para e do país evidenciam a complexidade e heterogeneidade na imigração internacional, bem como demonstram a diversidade de situações migratórias a nível local, regional, internacional. Acrescenta-se a este cenário, o fato de que o país tem vivido uma nova onda de migração em sua história, sobretudo, de origem latino-americana e africana. Atraídos principalmente pelos mercados de trabalho, a corrente migratória entre países do Sul, neste caso, Haiti versus Brasil, tem 1 Trata-se de pesquisa em fase inicial desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas UNICAMP.

2 sofrido acréscimo, a ponto de o fluxo migratório haitiano ter ultrapassado, nos últimos anos, o fluxo português, de acordo com dados do Conselho Nacional de Imigração (2015). Para Villen (2015) esta dinâmica permite debater as novas bases histórico-sociais da migração internacional no Brasil, a relevância dos fluxos procedentes de países periféricos e as múltiplas expressões do fenômeno, refúgio, visto humanitário, autorização de trabalho para estrangeiros, estudadas a partir de sua vinculação com o trabalho, levando em conta a posição emergente no Brasil no mercado mundial e as especificidades de sua formação socioeconômica, baseada no escravismo, que devem ser consideradas nesse cenário como forma de destacar o lugar que a força de trabalho do imigrante ocupou nas diferentes etapas históricas do país. Sobretudo, entre 2010 e o primeiro semestre de 2015, com a intensificação da entrada de haitianos no Brasil, estima-se que aproximadamente 50 mil 2, dos quais adentraram o país pelas fronteiras da Amazônia, pelos estados do Acre e Amazonas, tal fenômeno ganhou maior notoriedade devido a dinâmica da mobilidade haitiana delineada em face a um espaço social transnacional 3 e que se estende ao Brasil, passando por Equador e Peru, apesar desse fenômeno se verificar em várias partes do mundo, conforme relata estudo desenvolvido por Nieto 4 (2015). Esta rota de transporte serve de via de acesso para entrada no Brasil de milhares de imigrantes haitianos, intermediados por redes de tráfico humano e coiotagem, onde são influenciados por falsas promessas de emprego fácil no país, onde são recrutados, no caso da Amazônia, principalmente para o setor da construção civil. Nesse sentido, analisar o processo de absorção da força de trabalho imigrante é primordial para compreender uma série de processos sociais onde é possível identificar a posição social que ocupam os imigrantes na sociedade destino (CAVALCANTE; OLIVEIRA; TONHATI, 2014, p.13). Porém, não devemos limitar os fluxos migratórios a questões laborais, pois as pessoas também migram por outras finalidades: (refúgio, asilo, estudos). Entretanto, é necessário destacar que na sociedade de acolhida o lugar social dos imigrantes estará marcado pela posição que ocupam no mercado de trabalho (CAVALCANTE; OLIVEIRA; TONHATI, 2014, p. 13). Tendo como base a emergência e o crescimento da imigração haitiana para o Brasil e da intensificação da presença desses imigrantes no mercado de trabalho, a pesquisa tem por objetivo 2 Segundo estimativa do embaixador do Haiti no Brasil, Madsen Chérubin, haveria cerca de 50 mil haitianos vivendo em diferentes partes do território brasileiro. 3 A noção de espaço social transnacional tem como objetivo fomentar um debate das relações sociais dentro da perspectiva do espaço. Por isso, Faist (2004) argumenta que os espaços sociais transnacionais são uma combinação de fluxos e lugares delineados no interior de um espaço, é a combinação de redes, vínculos, organizações, que se estabelecem sobre espaços que pertencem a diversos países. 4 De acordo com Nieto (2015, p.17) a migração haitiana tem se estendido por diferentes partes do mundo. Seis seriam os lugares que concentram o maior número de haitianos: Estados Unidos, República Dominicana, Cuba, Canadá, França e América do Sul.

3 analisar como o fluxo de imigrantes haitianos, ao chegar a Manaus, se converte em força de trabalho para o mercado local. Breves notas explicativas sobre os motivos da migração haitiana para o Brasil Permitindo visualizar a complexidade do fluxo, que envolve o Haiti e o Brasil, ou seja, as duas sociedades de referência, uma de origem e a outra do destino, e também as especificidades que compõem esse fluxo migratório, bem como as variáveis que podem ser apontadas para definí-lo, vamos destacar os principais fatores desse fenômeno. Em primeiro lugar, em 2004, com o estabelecimento de uma operação de manutenção de paz autorizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a chamada Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH), liderada pelo Brasil, e justificada para a comunidade internacional, em função da ajuda na reconstrução e na estabilização do Haiti. o auxílio seria realizado por meio da reestruturação e reforma da polícia haitiana, visando o restabelecimento da segurança pública. A missão também estava incumbida de proteger à sociedade civil e garantir o efetivo cumprimento dos direitos humanos no país (CORBELLINI, 2009). Em outras palavras, deveria auxiliar o Estado no reestabelecimento da segurança. Entretanto, em sua tese de doutorado Seguy (2014) argumenta que, diferente do discurso oficial, a MINUSTAH visava ao projeto de recolonização do país e que a ajuda humanitária é uma farsa, que tem por objetivo administrar a ordem colonial vigente no país. Sem entrar no debate sobre a visão a respeito da recolonização do país, durante a MINUSTHAH, o esporte também foi utilizado pela diplomacia brasileira para fomentar uma imagem positiva do país. Desse modo, o jogo amistoso da seleção brasileira de futebol contra a seleção haitiana, ajudou a construir uma imagem positiva do Brasil no exterior. Argumento que também é defendido pelo Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, onde expõe que o chamado Jogo da Paz realizado em agosto de 2004 na capital haitiana, Port-au-Prince, foi utilizado como instrumento da politica externa. A partida teve o intuito de propagar a mensagem de que o Governo brasileiro iria auxiliar na reorganização da situação política do Haiti. Mediante a evidência da crise haitiana nos meios de comunicação internacionais, o jogo repercutiu no mundo inteiro, evidenciando a postura diplomática do Brasil. Somado a isso, em decorrência da crise mundial de 2008, que afetou países desenvolvidos como é o caso dos Estados Unidos, que concentra o maior percentual de migrantes haitianos, seguido da República Dominicana, Cuba, Canadá e França, fez com que muitos trabalhadores haitianos não seguissem as convencionais e históricas rotas migratórias para os EUA e países

4 europeus. Em contrapartida ao cenário econômico norte-americano e europeu, o Brasil sofreu os impactos da crise, porém, superou com mais destreza a situação, em decorrência ganhou destaque internacional e passou a ser visto como território de oportunidade e país propício ao emprego. Em 2010, o terremoto que atingiu o Haiti, provocou uma crise generalizada na sociedade que historicamente já sofria com a pobreza, as catástrofes naturais, crises e sanções econômicas, conflitos políticos, que geraram contradições internas e violação e dos direitos humanos (NIETO, 2015). Contudo, no decorrer da história, as crises generalizadas ocasionaram a saída de milhares de haitianos para outros países, e nos permite entender que o contexto da migração haitiana é um processo histórico permeado por diferentes contextos históricos ao longo dos séculos. Por isso, uma das consequências do terremoto de 2010 foi incrementar a migração haitiana com destino ao Brasil. Apesar da produção e reprodução históricas de fatores de expulsão da população haitiana, tais como: crises econômicas e financeiras, catástrofes naturais, cabe destacar que as variáveis clássicas de atração e expulsão se esgotam para as explicações do fenômeno migratório em destaque. Sassen (2010) oferece uma argumentação importante para explicar esse fenômeno, para a autora, os fatores de expulsão podem gerar tensões migratórias, porém, atenta que existem outros motivos que estimulam as migrações. Nesse sentido, destaca que existem novas dinâmicas que interligam as sociedades de origem e destino dos migrantes. Portanto, reconhece que a conexão entre o fluxo migratório e os fatores de expulsão, podem desenvolver pressões migratórias, porem, aponta para que nessa nova etapa os fluxos migratórios são formados por variáveis adicionais, pois a racionalidade da emigração é mais complexa e faz parte da dinâmica social desenvolvida nas cidades. Por isso, a autora defende que para uma efetiva compreensão deste fenômeno devem-se levar em conta fatores transnacionais, como o vínculo entre os países, presença de empresas multinacionais, investimentos estrangeiros, que geram condições materiais e novos tipos de imaginários que fazem da migração uma opção. Dessa forma, Sassen (2010) nos diz que nesse novo estágio migratório o recrutamento e a exportação de trabalhadores conquistam relevância, pois contribuem para a formação de uma classe de trabalhadores internacionais, marcada pela intensa mobilidade laboral e um mercado de trabalho configurado pela demanda polarizada, de um lado a convivência de imigrantes qualificados, formados por empresários e executivos transnacionais, do outro, trabalhadores com pouca ou nenhuma qualificação, são empregos ocupados em sua maioria, por mulheres advindas principalmente de países do Sul que exercem atividades mal remuneradas e fortemente marcadas pelo contexto da precarização do trabalho, e da desigualdade de gênero na perspectiva de sua inserção no mercado de trabalho no país de destino. Trata-se, portanto, de um cenário em que a diáspora haitiana passa a ser avaliada através da

5 perspectiva do trabalho, que se torna central no debate a cerca da inserção dos haitianos no mercado de trabalho brasileiro, pois levantamento realizado no período de por Cavalcante; Oliveira; Tonhati (2014), mostrou que os haitianos tornaram-se a principal nacionalidade presente no mercado de trabalho formal, superando o percentual de portugueses. Entretanto, no estudo não foram contabilizados os imigrantes que não possuem vínculo formal de trabalho, os indocumentados, aqueles migrantes em situação irregular que vivem numa condição de extrema vulnerabilidade. sujeitos à extorsão, aos abusos e a exploração por parte de empregadores. Tendo como base a emergência e o crescimento de trabalhadores haitianos no Brasil, a pesquisa tem o objetivo de trazer elementos para compreender as especificidades da migração haitiana, em particular, no contexto de Manaus, por ser uma das três cidades que mais recebeu migrantes haitianos, por conta da rede de acolhimento gerida pela Igreja Católica, na Paróquia São Geraldo, zona Sul da cidade que funciona como casa de acolhida e de assistência para os haitianos quando chegam à cidade. Depois de conquistar autonomia muitos deles alugam quartos, casas, passam a dividir despesas, porém, outros migram para outros estados, como São Paulo, Paraná, Santa Catarina. A pesquisa ainda pretende, contribuir para o debate deste que é um fenômeno e ainda carece de estudos que dêem conta de sua complexidade, pois, apesar do crescente debate da sociedade sobre o tema, o meio científico brasileiro necessita de informações mais aprofundadas sobre a temática, tendo em vista que é um fenômeno circunscrito a contextos periféricos, diferente do contexto que historicamente marcou a chegada de imigrantes principalmente europeus no país. A partir dessa premissa, temos como propósito realizar uma análise pautada nas especificidades da imigração haitiana para a Amazônia, dentro do contexto do trabalho. Para isso, utilizamos a perspectiva utilizada por Lobo (1991), Hirata; Kergoat (1994) de que a classe trabalhadora tem dois sexos, demonstrando que trabalhadoras e os trabalhadores têm experiências diferentes no que tange à inserção no mercado de trabalho por sua condição de homens e mulheres. A diáspora haitiana 5 Em sociology Beyond societes, o sociólogo Jhon Urry (2000), apresenta as bases teóricas de uma sociologia preocupada com as diversas mobilidades; de pessoas, objetos, imagens, informações, suas interconexões e suas consequências sociais. O objetivo do autor é demonstrar 5 Safran (1991) define diásporas como comunidades de minorias expatriadas: a) que se encontram dispersas a partir de um centro de origem para, pelo menos, dois espaços periféricos ; b) que mantêm uma memória mítica da terra de origem (homeland) c) que sentem que não são e talvez, não podem ser totalmente aceitos nos países de acolhida; d) que veem a sua terra natal como um lugar de retorno no momento oportuno; e) que são engajados na manutenção ou reconstrução da terra de origem (homeland); e f) para os quais, a consciência e a solidariedade do grupo são fortemente definidas pelos laços contínuos com a terra de origem (homeland).

6 como as mobilidades estão mudando o objeto histórico da sociologia, que tem como base a análise da sociedade e de suas características gerais. O autor argumenta que as mobilidades estão transformando materialmente o social como sociedade em social como mobilidade, dentre estas podem ser citadas, as viagens de pessoas, informações, objetos, demonstrando que as mobilidades perpassam as fronteiras sociais criando novos padrões espaço-temporais, suscitando uma nova agenda para a sociologia, a da mobilidade. Urry (2000) defende que a sociologia do século XX centrou seus estudos principalmente nas áreas do trabalho, mobilidade educacional, social, entretanto, a literatura tomou como base uma sociedade uniforme, nesse sentido, não criou conexões entre o espaço geográfico e a categorias sociais de classe, gênero, etnia. Por isso, Urry defende que sejam realizadas estudos para compreensão por parte das ciências sociais deste fenômeno que tem como debate central a mudança do social como sociedade, para um novo paradigma do social como mobilidade. Esse debate em torno da mobilidade nos serve para mostrar que atualmente um cenário marcado por profundas mudanças sociais, tem conduzido a sociologia do trabalho a discutir novos temas, engendrando um cenário com novas problemáticas, questões e novas agendas de pesquisa, tornando a disciplina mais complexa e diversa. Essas mudanças tem ocasionado o surgimento de novos conceitos e a ressignificação de outros, como o de mobilidade. A mobilidade dentro desse contexto aborda a intensa mobilidade que afeta tanto o capital quanto o trabalho. Estudando a mobilidade dentro da perspectiva social, espacial e ocupacional, ela se direciona a temas extremamente importantes, como é o caso migrações, tendo como plano de fundo análises de diversas categorias de trabalhadores e trabalhadoras e desenvolvidas em diversos contextos, ou seja, diversos países. Esta mobilidade está presente de forma objetiva e subjetiva na instabilidade, falta de perspectiva de futuro, os constantes deslocamentos, os significados do trabalho, que não ficam restritos aos muros da fábrica, mas que perpassam fronteiras. (JACOB, 2014). Dentro dessa perspectiva podemos citar a problemática da mobilidade dos trabalhadores, seja pela contínua mudança do trabalho, alterações da jornada, turno, migrações em busca de trabalho, circunstâncias que conduzem o trabalhador para um status de trânsito permanente. Essa circulação contínua refere-se às contínuas mudanças que os trabalhadores se submetem, mudanças de cidade, trabalho, residência, país, circulando ao mesmo tempo trabalhadores que fazem parte do polo qualificado, quanto aqueles que possuem menos qualificação, dentro de um contexto onde circulam migrantes legais e ilegais, tendo em vista que as fronteiras tornaram-se mais porosas favorecendo a circulação de pessoas. (JACOB, 2014) Constitutiva da mobilidade de trabalhadores, a diáspora haitiana tem sido tema de inúmeras pesquisas, sobretudo, o maior percentual da literatura que analisa o tema discorre sobre o fenômeno

7 da diáspora nos Estados Unidos, França, Canadá e República Dominicana 6. Maior parte dos imigrantes haitianos se encontram nestes países. Dados do Institut de Statistique et d'informatique mensuram que a quantidade de haitianos fora do país chega a 5 milhões, isso representa a metade dos habitantes do país, em um total estimado de em 2013 (IHSI, 2009). Da literatura recente no Brasil sobre o tema, Handerson (2015) analisa o circuito da mobilidade haitiana para o Brasil, Suriname e para a Guiana Francesa. O autor parte da premissa de que o fluxo de haitianos no mundo rompe com a lógica de emigrantes e imigrantes, argumenta que não existe apenas um movimento de saída do Haiti para o Brasil, Suriname ou para a Guiana Francesa, e que não existe apenas um movimento linear e único de saída (Haiti) para outro de destino. Citando Neiburg (2013) o autor afirma que é a noção de mobilidade que permite equacionar o processo de circulação dos haitianos seja na escala local, nacional e transnacional num único espaço social onde transitam pessoas, mercadorias. Handerson (2015), na sua tese de doutoramento Diáspora: as dinâmicas da mobilidade haitiana no Brasil, no Suriname e na Guiana Francesa, mostra que a categoria diáspora torna-se central para analisar a mobilidade haitiana e compreender como esta categoria é utilizada pelos haitianos. Dessa forma, para os haitianos ser diáspora, não é sinônimo de deixar o Haiti, mas uma possibilidade de estar em mobilidade para conquistar uma vida melhor, evidenciando, a forma como a mobilidade se revela característica do mundo social e da possibilidade da melhoria de vida dos haitianos. O termo também é utilizado para fazer articulações politicas, pleitear direitos, representar pessoas diáspora nas esferas de poder no Haiti, angariar projetos sociais, mobilizar a comunidade internacional para ajudar o país, denunciar fracassos políticos. Além disso, também expressa um tipo de comportamento, forma de se posicionar diante do mundo, estilo e vida e costumes adquiridos nos territórios estrangeiros. Como também, ser diáspora ou ter relacionamento amoroso com diáspora, significa ter a oportunidade de migrar para outros países, contribuindo para que o imaginário em relação a pessoa diáspora esteja relacionado à prosperidade econômica, bens materiais, dinheiro. Nesse estudo, Handerson (2015) constatou que ser diáspora é uma meta de grande parte dos haitianos, entretanto, o termo é basicamente ambivalente e possui múltiplos sentidos, alguns por vezes, podem até possuir conotação pejorativa, exemplo de alguns haitianos que saem do país e expressam superioridade em relação aos conterrâneos que ficaram no país. Esse conjunto de fatores 6 Para mais informações sobre pesquisas que analisam a migração haitiana para outros países, ver: Dejean, Paul. The Haitians in Québec: A Sociological Profile. Também, Icart, Jean Claude. La communauté haitienne de Montréal. Outros autores: Laguerre, Michel. Diasporic citizenship: Haitian Americans in transnational America. Ainda, Menino, Thomas. Haitian inmigrants in Boston. Por fim, Wooding, Bridget y Moseley-Williams, Richard. Les immigrants haitiens et leurs descendants em République Dominicaine.

8 que envolve o ser pessoa diáspora lhe permitiu concluir que, o termo diáspora para os haitianos, se perfaz em um modo de ser, vestir, pensar e agir, qualificar ações, está presente no conteúdo moral e cultural da perspectiva de ser pessoa diáspora. Ao efetuar sua pesquisa, com haitianos em Tabatinga e Manaus, Handerson também ofereceu indicações relevantes que lançam luz sobre a relação entre o ser diáspora no contexto do trabalho. Ele mostra que existe uma heterogeneidade e diversificação social, no que diz respeito aos haitianos que entrevistou, e realiza importante ponderação sobre o fluxo de haitianos vindos para o Brasil. De acordo com o autor, se para os meios de comunicação e para o governo brasileiro, o termo coletivo de haitianos é empregado de forma homogênea, entretanto, dentre os haitianos existiam diferenciações bastante nítidas apesar de pertencerem a mesma nacionalidade, estabeleciam distinções entre eles. As categorias Kongo e Vyewo são exemplos dessa diferenciação. Trata-se de categorias empregadas pelos haitianos para designar aqueles compatriotas que ocupam ofícios de prestígio ou ofícios desvalorizados dentro e fora do país. Nesse sentido, a categoria Kongo diz respeito ao ser inferior, comumente utilizada para designar os recém-chegados ao Brasil e aqueles que vieram ou são originários dos contextos rurais do Haiti, os que não usam roupas de moda, ou os que dispõem de pouca competência na utilização de tecnologias de comunicação, como celulares, computadores e outras tecnologias. Por outro lado, os Vyewo são os veteranos, aqueles que já se encontram estabelecidos 7 na cidade. O autor, então, chega a conclusão de que em relação aos trabalhadores haitianos existe uma distinção social baseada na região de proveniência, no caso dos Kongo, uma relação de superioridade dos Vyewo que são considerados esclarecidos, espertos, aqueles que conheciam as normas sociais estabelecidas do lugar, neste caso, aqueles que já estavam a mais tempo em Tabatinga e em Manaus. Em consonância com o argumento de Handerson (2014) sobre a heterogeneidade dos trabalhadores haitianos, está a pesquisa de Seguy (2015), ao fazer referência a situação dos haitianos vindos para o Brasil, o autor tece uma crítica aos meios de comunicação brasileiros, que na visão do autor, influenciados pela doxa ambiente, fazem alusão ao coletivo de haitianos de forma simplista, ou seja, acolhem esse grupo como um bloco homogêneo, concebendo todos como vítimas do terremoto de 2010, que diante da tragédia, buscam trabalho para sobreviver no Brasil, entretanto, destaca que a situação dos trabalhadores haitianos vindos ao Brasil deve ser debatido 7 Para Handerson (2015) O modelo de uma figuração estabelecidos-outsiders desenvolvido por Norbert Elias lança luz sobre a relação entre kongo e vyewo observada em campo. Para esse autor, os indicadores sociológicos como renda, educação ou tipo de educação não eram os fatores determinantes das classificações hierárquicas entre esses dois grupos. A diferença era basicamente fundada no tempo, no princípio da antiguidade: um grupo compunha-se de antigos residentes, instalados na região havia duas ou três gerações e o outro era formado por recém-chegados (2000, p. 21). No caso do kongo e vyewo, havia uma relação de superioridade social e moral, pertencimento e exclusão fundada na antiguidade e na região de procedência.

9 tendo como base uma análise sobre a situação sócio histórica do fenômeno, bem como, as raízes e os desdobramentos da mobilidade haitiana em diversos continentes, de modo que, as diversas situações às quais estão subjugados, levando em consideração que um conjunto de processos que estão intrinsecamente interligados uns aos outros, devem ser levados em consideração com a finalidade de compreender o movimento histórico de trabalhadores haitianos vindos para o Brasil. Seguy (2015) propugna, em sua análise que a lei de Oportunidade Hemisférica para o Haiti (Hope I) 8 e os objetivos da comunidade internacional são duas chaves importantes para compreender a forma como os trabalhadores haitianos são utilizados como mão de obra pelo capital transnacional, também se perfaz em um debate importante para problematizar o papel que o país desempenha na divisão internacional do trabalho vigente e o consequente fenômeno da migração haitiana. Seguy argumenta que desde o início do século XX, o Haiti sucessivamente vem servindo de propriedade privada para os governos norte-americanos. Na contemporaneidade, para refletir sobre esse processo de dominação é necessário entender a lei PARDN (Plano de Ação para Reerguer e Desenvolver o Haiti), ou lei Hope, comumente conhecida no Haiti. Trata-se de uma lei aprovada pelo congresso norte-americano em 2006, tem como base documento desenvolvido pelo economista americano, Paul Collier. A lei tem como objetivo desfazer qualquer impedimento comercial que possa existir entre os EUA e o Haiti, ou seja, em suma é um conjunto de regras que concede acesso preferencial dos EUA à produção industrial do vestuário realizada no Haiti, através da isenção dos direitos de importação para roupas confeccionadas no país. Em suma são incentivos comerciais para que os dois países possam realizar trocas comerciais livres sem o pagamento de taxas alfandegárias. A lei possuía o intento de promover investimentos no setor de vestuário, considerado como principal setor para o crescimento econômico do Haiti. Dessa forma, os EUA utilizam mão de obra barata para desenvolver as indústrias norte-americanas instaladas no país, relação que deve se acentuar tendo em vista a criação de 42 novas zonas francas no país que contam com a presença massiva de empresas norte-americanas. Por sua vez, a contrapartida dos Estados Unidos era de assegurar direitos trabalhistas, contribuir para a redução da pobreza e desenvolver ações com o objetivo de combater à corrupção. No entanto, o plano não alcançou resultados satisfatórios, o que culminou com o lançamento em 2008 do plano HOPE II que tinha por intuito atenuar as falhas cometidas durante o advento do plano anterior HOPE I. Quanto à Internacional Comunitária 9, Seguy (2015), faz críticas a um dos documentos 8 Para mais informações sobre a Lei Hope, ver Collier, Paul. Haiti: des catastrophes naturelles à la sécurité économique. Rapport au Secrétarie général de l'organisation es Nations Unies. Disponível em: 9 De acordo com Seguy (2014, p.26) o conceito de Internacional Comunitária foi cunhado por seu compatriota Jean Anil Louis-Juste. O professor Louis-Juste formalizou este conceito na sua tese de doutorado, apresentada no programa de pós-graduação em Serviço social da Universidade Federal de Pernambuco, em 2007, com o título:

10 publicados no relatório Collier emitido em janeiro de Trata-se do documento uma estratégia realista para uma segurança econômica rápida, onde destaca que o emprego é fundamental para a dignidade dos jovens, tendo em vista que uma pequena porcentagem da população possui emprego em setores formais da economia. Por esse motivo, emigrar significa tudo o que os jovens haitianos querem. O relatório aponta como chave para saída dessa situação a reconstrução da infraestrutura e expansão das zonas francas industriais como ferramenta de desenvolvimento e superação da pobreza no país. Seguy (2014) faz ressalvas importantes em relação ao relatório que implicam diretamente no entendimento da mobilidade haitiana. A primeira é que o baixo percentual de postos de trabalho formais exposto como principal fator da migração de jovens haitianos é uma afirmação duvidosa. Ele argumenta que 80% dos haitianos que possuem diploma e nível superior estão fora do país, esse percentual sobre para 90% quando se trata de jovens que possuem nível superior, evidenciando a fuga de cérebros, principalmente para países como o Canadá que concentra elevado percentual de trabalhos haitianos qualificados que ocupam postos de trabalho bem remunerados. Insatisfeitos com a qualidade de vida no Haiti, muitos desses trabalhadores deixaram o país como forma de melhoria da qualidade de vida, pois, como destaca o autor, muitos deles, não aguentaram as variadas dimensões da precariedade materializada na vida cotidiana do país e emigraram, sobretudo, para o Canadá. A segunda ressalva feita pelo autor, diz respeito a expansão de novas zonas industriais apontada no relatório Collier como sendo a chave para o desenvolvimento do Haiti. No entanto, para Seguy (2015) o relatório Collier ao reduzir à expansão de zonas francas indústrias toda a participação do Haiti na divisão internacional do trabalho, acabou ratificando a precariedade enquanto condição perenal da existência do trabalhador haitiano no seu conjunto. Exemplo desse cenário, é que a maioria da população do Haiti, cerca de 80% vivem em situação de extrema pobreza, ou seja, sobrevivem com menos de 1 dólar por dia. Nesse sentido, a precariedade como norma cotidiana no país atinge todos os trabalhadores, seja, os mais qualificados ou que possuem Internacional Comunitária: ONGs chamadas alternativas e Projeto de livre individualidade. Crítica à parceria enquanto forma de solidariedade de espetáculo no Desenvolvimento de comunidade no Haiti. O conceito foi criado justamente num estudo a respeito da formação social haitiana para designar as instituições tanto nacionais quanto internacionais e seu complexo ideológico-político chamado de Comunidade Internacional, mas cujo papel é derrotar toda luta que procuraria se embasar na Internacional Comunista. A Internacional Comunitária forma o conjunto das organizações e instituições nacionais e internacionais que aplicam a política do capital globalizado sob a forma de especulação financeira. Abrange tanto as instituições da ONU quanto as ONGs locais e estrangeiras que militam contra a associação voluntária dos trabalhadores, das minorias, das mulheres, dos indígenas etc. (Louis- Juste, 2003a). Isto é, as organizações pequeno-burguesas formadas por universitários e as demais categorias sócioprofissionais, os quais, na sua grande maioria, moram em Porto Príncipe mas intervêm nos meios rurais e/ou suburbanos longe da sua própria realidade.

11 menos qualificação. Por isso, os grupos mais qualificados ao não encontrarem estrutura no país, deixam o Haiti e vão trabalhar em outros países mais estruturados, embora, sejam forçados a recomeçar suas trajetórias profissionais. Por isso, a política de zonas francas é instrumento de manutenção da precariedade e não se materializa em uma estratégia de desenvolvimento para o país, pois as condições sociais de existência que constituem a vida dos trabalhadores haitianos está imersa em uma formação social cuja regra é a precariedade como norma do futuro, no sentido de que a formação social haitiana (SEGUY, 2014), mantém traços particulares de dependência, onde as demandas econômicas e sociais ainda são impostas pelo capital transnacional, atraído principalmente pela mão de obra barata e pela postura do estado construído sobre as bases da relação metrópole versus colônia onde está balizado sob um regime politico autoritário e elitista. (JEAN ANIL LOUIS-JUSTE, 2007) Nesse sentido, resolver os problemas socioeconômicos do Haiti através da criação de novas zonas francas, significa ratificar a precariedade enquanto condição perenal da existência do trabalhador haitiano no seu conjunto. Muitos desses trabalhadores que compreendem o precariado haitiano, consideram o trabalho nas zonas francas como transitórios. Por isso, juntam recursos para serem feirantes, camelôs, ambulantes, entretanto, quando percebem que juntar recursos nessa situação é difícil, recorrem a emigração como solução para a superação dos problemas econômicos e sociais a que são submetidos no Haiti. Portanto, esses trabalhadores compõem o primeiro contingente de migrantes que tem saído do Haiti nas últimas décadas. (SEGUY, 2014) Em sua análise, Seguy (2014) explicita, portanto, que as análises realizadas em sua pesquisa apontam para três caminhos adotadas pelos trabalhadores haitianos para superação do constante estado de precariedade sócioeconômica que vivenciam cotidianamente no país. Para os profissionais qualificados, diplomados, os postos de trabalho mais desejados se encontram nas Ongs, para os trabalhadores mais precários, os empregos nas zonas francas. Para ambos os trabalhadores, a terceira opção que se apresenta é a emigração, porém, com rumos opostos, para o grupo qualificado o Canadá, e para aqueles dos segundo grupo que possuem menos qualificação, antigamente, as Antilhas, atualmente, o Brasil. Para tanto, o autor conclui que emigrar, aos olhos de um haitiano, é uma ação que denota prestígio social, independente de sua origem social. Apontamentos iniciais sobre a inserção laboral das trabalhadoras haitianas no mercado de trabalho em Manaus Atualmente, a participação das mulheres nos fluxos migratórios internacionais vem

12 ganhando destaque nos estudos acadêmicos que tratam do tema. De fato, as mulheres sempre estiveram presentes nos contextos migratórios, porém, a modificação é que, na contemporaneidade, é dada evidência maior nas pesquisas sobre a presença dessas mulheres, principalmente, pelo seu protagonismo dentro do projeto migratório. De acordo com documento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2009, p. 25), o percentual de mulheres migrantes nos países receptores tem aumentado mais do que o de homens, cerca de 48% de todos os migrantes internacionais são mulheres, desse modo, elas já representam quase metade do número total da população de migrantes na esfera global. Ou seja, a presença feminina neste processo não é nova, porém, é novo o papel econômico e social que as mulheres representam durante a migração. Outro aspecto importante, é que tem crescido o número de mulheres que migram sozinhas, deixando em seu país de origem, maridos, filhos, parentes, com o intuito de trabalhar e enviar remessas fato que aponta para a manutenção dos laços afetivos e materiais com as famílias que ficaram e que dependem economicamente dos valores enviados pelos migrantes. Esse cenário tem colocado questões importantes para as teorias e estudos sobre migrações, a inserção de mulheres migrantes no mercado de trabalho de países do Sul, como é o caso do Brasil, em um contexto delineado por um mercado segregado por gênero. Nesse sentido, estudar a migração e analisar os papéis exercidos pelas mulheres como secundários e despercebidos e colocá-las simplesmente no papel de acompanhantes, dependentes, resulta em desconsiderar a complexidade do processo migratório, como constatado na tese de doutoramento de Castro (2006), ahora las mujeres se mandan solas onde a autora constata que a migração como fenômeno histórico e social afeta homens e mulheres de maneiras distintas, por isso, o processo de reconhecimento e análise das mulheres e de sua mobilidade territorial tem se caracterizado pelos seguintes aspectos. Em um primeiro momento, por ser androcêntrico ao negar ou minimizar a presença das mulheres, em um segundo momento consistiu em desenvolver aportes teóricos e metodológicos que as tornassem visíveis nos conceitos novos e unidades de medição que facilitassem a elaboração de explicações específicas. Considero pertinente a perspectiva de Castro (2006) ao apresentar a migração feminina e suas motivações e incentivos para migrar, as habilidades das mulheres para fazê-lo, seu protagonismo na tomada de decisões, os tipos de migrações que se envolvem, suas consequências e sua subordinação ou autonomia diante do processo. Quer dizer, as mulheres não só migram para reunificar a família, mas também para trabalhar, por isso, a tese de Castro (2006) desconstrói os estudos que desconsideravam a relevância do papel das mulheres nos fluxos migratórios e que consideravam as mulheres como dependentes ou acompanhantes da migração masculina. Por isso, é

13 necessário identificar a relevância dos estudos migratórios à luz dos estudos de gênero, pois o estudo da migração feminina ou masculina é composta não só por fatores econômicos, culturais, mas também, por gênero. No contexto das migrações internacionais, as questões de gênero atravessam as trajetórias dos migrantes, as redes, vivências e experiências no processo migratório e marcam a inserção das mulheres no mercado de trabalho. Isso revela a importância da perspectiva de estudo contemporâneo sobre as relações entre migração, gênero e trabalho. Nesse sentido, Villen (2015) destaca que a análise da inserção laboral das mulheres imigrantes no atual contexto brasileiro também perpassa pelo debate da divisão sexual do trabalho, que está sedimentada historicamente no mercado de trabalho brasileiro. Danièle Kergoat (2003), nos sugere que a divisão sexual do trabalho é a forma de divisão do trabalho social resultante das relações sociais de sexo que é historicamente moldada a cada sociedade. Possui as seguintes particularidades: destinação dos homens à esfera produtiva e as mulheres à esfera reprodutiva. A autora ressalta que este processo empurra o gênero para o sexo biológico, reduzindo as práticas sociais. Contudo, a autora vai mais além no sentido de aprofundar o entendimento sobre o tema da divisão sexual do trabalho, onde acrescenta que falar em discussão social do trabalho significa ir além do reconhecimento das desigualdades entre homens e mulheres, é necessário articular esta descrição do real com uma reflexão sobre os processos pelos quais a sociedade utiliza esta diferenciação para hierarquizar estas atividades. Nos países desenvolvidos, desde os anos 70, a relevância da presença feminina nos fluxos migratórios internacionais, proveniente, principalmente de países periféricos, bem como a situação de precarização do trabalho dessas imigrantes foi debatida e analisada por diversos estudiosos do fenômeno (Hirata, 2011). São análises que evidenciam a alta concentração desta força de trabalho no setor doméstico e em trabalhos informais marcados pelos empregos precários, horários flexíveis, regime temporário. Analisando o caso Francês, Brasileiro e Japonês, Hirata (2011) mostrou que uma das inúmeras consequências da precarização do trabalho é a intensificação do labor que afeta homens e mulheres, entretanto, essas últimas são mais atingidas pela precariedade do que os homens. Citando o estudo realizado por Maria Rosa Lombardi e Cristina Bruschini (2008) a autora mostra que até 1995 o percentual de mulheres ocupando postos de trabalho precários girava em torno de 30%, enquanto que o de homens ficava em torno de 10%. Em estudos posteriores, Lombardi e Bruschini (2010) mostraram que entre 1990 e 1998, as posições desiguais de homens e mulheres no mercado de trabalho permanecem, mantendo-se o contingente de 12 milhões de trabalhadoras em posições vulneráveis e precárias. Ou seja, milhões de trabalhadoras se encontravam na informalidade com

14 ganhos insuficientes ou nenhum ganho, realizando longas jornadas de trabalho e com pouca ou nenhuma proteção social. Cabe considerar, portanto, como salienta Araújo (2012) que se boa parte da inserção de mulheres no mercado de trabalho se dá em atividades voltada para a sobrevivência, baixa produtividade, sem proteção social e acesso aos direitos trabalhistas, ou seja, o trabalho por conta própria, emprego doméstico, ou emprego sem registro em carteira, o crescimento desse tipo de labor ocorrido desde os anos 90, decorreu do aumento da terceirização e do desenvolvimento de inúmera formas de contratação atípicas, resultante da reestruturação do capitalismo e da globalização, e que combinados às transformações do papel do estado, estimularam redução do assalariamento e intensa flexibilização das relações de trabalho. Dessa forma, a informalidade da economia, se constituiu por meio da mudança das relações de empregos formais, assalariadas e com direitos e garantias para formas de contratação inseguras, sem vínculo empregatício, sem proteção e direitos, contribuiu para conservação da segmentação por gênero no mercado de trabalho, com acúmulo de trabalhadoras em postos de trabalho desprotegidos e instáveis. Esse processo, para a maioria das mulheres, tem resultados maléficos no que diz respeito ao aprofundamento da exclusão social, especialmente, quando falamos em mulheres, trabalhadoras e migrantes. Quer dizer, as migrações internacionais femininas representam um dos fatores que fortalecem esse movimento de precarização social e do trabalho das mulheres (HIRATA, 2011). Desse modo, a feminização das migrações também se relaciona com a feminização da pobreza e das condições de trabalho marcados principalmente pela ocupação das mulheres em postos de trabalhos informais marcados pela flexibilidade, comumente ligados ao trabalho de cuidadoras, babás, trabalhadoras domésticas. Ademais, o mercado de trabalho possui uma tendência de permanecer desigual, tendo em vista os papéis de gênero. Conforme observa Gaspard (2003) a inserção das trabalhadoras migrantes no mercado de trabalho continua sendo mais difícil do que é para os homens. Quando conseguem se inserir no mercado de trabalho, constata-se que o emprego é geralmente precário, e na maioria das vezes, as trabalhadoras que são qualificadas, encontram empregos precários e inferiores a sua qualificação. A autora, então, conclui que as trabalhadoras estrangeiras constituem uma espécie de sub-segmento do mercado feminino do trabalho, mais estreito do que o dos homens (GASPARD, 2003, p. 219). Portanto, o trabalho ocupado pela trabalhadora migrante haitiana obedece a essa lógica da disseminação dos trabalhos precários, de baixa qualidade, marcados pela desproteção social e de direitos trabalhistas, são ocupações tidas como extensão do trabalho reprodutivo e atribuído as mulheres, e com pouco ou nenhum reconhecimento social. Por isso, são atividades, que não se desprendem do imaginário da servidão, do estigma das tarefas próprias para as mulheres, e da

15 desvalorização social e econômica. Desse modo, as principais aspirantes a estas ocupações, vem a ser, na maioria das vezes, mulheres sem estudos, com baixa qualificação e mulheres de outra etnia. Considerações finais No artigo procuramos mostrar a complexidade que envolve o fluxo de trabalhadores haitianos vindos para o Brasil, visto que, constituído em escala transnacional, esse fluxo permite equacionar a polissemia de sentidos do termo diáspora. Nesse sentido, procuramos evidenciar a forma como o termo diáspora dá sentido e constitui o tecido social haitiano, e ainda se constitui em um marcador importante da trajetória de vida dos trabalhadores haitianos (HANDERSON, 2015). A partir desse cenário, procuramos mostrar que a chegada dos trabalhadores haitianos no Brasil, acentuou não só o debate sobre a diáspora haitiana, como também procuramos problematizar a diáspora haitiana levando em consideração as raízes históricas do precariado haitiano e a posição do haiti dentro da divisão internacional do trabalho. Nesse sentido, concluímos que a inserção dos trabalhadores e trabalhadoras haitianas no mercado de trabalho Manauara, é marcado por características peculiares, tendo em vista que, embora a maioria tanto de homens quanto de mulheres migrantes se insiram de maneira subalterna no mercado de trabalho, há uma maior dificuldade das mulheres em se inserir na dinâmica econômica e social, algo muito mais acessível aos homens, que tem mais chances de conseguir um emprego. Ou seja, a forma como trabalhadoras migrantes se inserem na nova sociedade de destino, é temperada por uma característica predominante, elas exercem trabalhos considerados de baixo valor social, seja como vendedoras de rua, empregadas domésticas, cuidadoras de crianças e idosos. Portanto, o quadro exposto, alcança a caracterização do cenário no qual estão inseridas trabalhadoras haitianas numa conjuntura de intensa precarização do trabalho, onde corriqueiramente ocupam no mercado de trabalho postos de trabalho invisibilizados pela população. Referências Bibliográficas CASTRO, J. Y. C. Ahora las mujeres se mandan solas: migración y relaciones de género em una comunidad mexicana transnacional llamada Pie de Gallo Tese de Doutorado em Ciências Sociais, Universidad de Granada, Espanha. CAVALCANTI, L.; OLIVEIRA, A. T.; TONHATI, T. (Orgs.). A inserção dos imigrantes no mercado de trabalho brasileiro. Cadernos do Observatório das Migrações Internacionais, Brasília, Disponível em: < fileid=ff ec2e5e01499ff58f237ac3>. Acesso em: 04 de maio de CORBELLINI, M. Haiti: da crise à MINUSTAH Dissertação em Relações Internacionais,

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