PLANEJAMENTO NAS AULAS DE GEOGRAFIA, ESSENCIAL PARA O ENSINO APRENDIZAGEM

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1 1 PLANEJAMENTO NAS AULAS DE GEOGRAFIA, ESSENCIAL PARA O ENSINO APRENDIZAGEM FONSECA, Gildette Soares Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES gildettes@yahoo.com.br INTRODUÇÃO A qualidade do ensino é esquecida quando o professor não planeja suas aulas, principalmente os profissionais que ministram disciplinas abrangentes como a Geografia. Na educação básica a Geografia escolar trata de temáticas que traduz o cotidiano de cada cidadão, contudo, entender as transformações do espaço geográfico, implica em ter uma visão crítica dos fenômenos naturais e humanos. Compreender os aspectos físicos da natureza (estrutura geológica, relevo, clima, hidrografia, vegetação...) requer leituras do tempo em escala diferentes. Inferir as ações humanas (política, economia, urbanização, industrialização, produção agrícola) é complexo, portanto, o docente da Geografia deve estar atento ao planejamento de suas aulas. Este trabalho se insere neste contexto, ele busca refletir a importância do planejamento didático nas aulas de Geografia, possibilitando aos profissionais da área analisar suas ações na construção do ensino-aprendizagem. Utilizamos como caminho metodológico pesquisa bibliográfica e a experiência na educação básica e superior. Planejar as aulas de Geografia é uma atividade reflexiva da ação do educador e oportuniza ampliação dos conhecimentos geográficos, uma vez que o docente irá pesquisar para propor estratégias que dinamize as aulas. Desse modo, promove a construção do saber e também instiga o educando a torna-se sujeito das transformações ocorridas no espaço geográfico. Embora exista resistência por parte de muitos educadores quanto ao planejamento, devido ao aumento da carga de trabalho, sabemos que ele é essencial no fazer pedagógico, planejar contribui para o aprimoramento do exercício da docência, especialmente na Geografia que permeia por temas físicos e humanos. 1

2 2 1 O ENSINO DE GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Geografia é uma disciplina que trata de temáticas físicas e humanas, concebendo ela um caráter abrangente e complexo. Para Carvalho (2005, p.144) Geografia tem a vocação de abraçar o mundo, portanto é necessário que os profissionais da área tenham habilidades e competências na escolha dos conteúdos, da metodologia e dos recursos a serem utilizados. Ao escolher os conteúdos o professor deve estar atento às propostas curriculares nacionais e do estado ao qual está inserido, ao livro didático, programas de vestibulares e principalmente à Geografia da região onde vive o estudante. Quanto às propostas curriculares, temos os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs, Parâmetro Nacional Mais - PCN+ - voltado para o ensino médio e, especificamente em Minas Gerais, o Conteúdo Básico Comum CBC. Em geral, todos apresentam eixos temáticos que permitem ao docente a flexibilidade no planejamento de suas aulas. Conforme o CBC (2007 p.1) o ensino da Geografia permite ao estudante: (...) compreender o mundo em que vive e buscar sua transformação, utilizando-se da tecnologia, visando à qualidade de vida ambiental e humana, sendo usuário das linguagens necessárias à interpretação geográfica, com destaque para a visual e, no interior desta, a representação gráfica e cartográfica. Os conhecimentos geográficos o ajudarão a tomar decisões diante de situações concretas, demonstrando sua capacidade de percepção e de estabelecimento de relações com a vida cotidiana, numa perspectiva interdisciplinar. A proposta curricular de Minas Gerais deixa evidente a responsabilidade da Geografia e do professor na formação dos cidadãos participativos nas mudanças do espaço geográfico. O PCN+ (1999, p.47) expõe que: Primeiramente, é preciso entender que o espaço geográfico não é uma entidade abstrata, mas que está estruturado de tal forma que a apreensão de seus mecanismos não é fácil e só se faz mediante uma reflexão a partir dos fatos que nele se manifestam, com uma imensa complexidade de manifestações e de extensões.(...) Apreendidos, portanto, esses conceitos torna-se plenamente viável entender, e, principalmente, construir a Geografia (...). Compreender o espaço geográfico como aponta o PCN+ (1999), requer do docente e do discente perceber em escala micro e macro a dinâmica dos fenômenos geográficos. No que se refere ao livro didático, quanto à escolha dos conteúdos de Geografia a serem ministrados na educação básica, o educador deve ter claro que a escola adota um livro 2

3 3 especifico, contudo o mesmo não é manual de receita a ser seguido, pois sabemos que nenhum livro didático é completo, o que demanda a necessidade de ampliar as discussões com textos complementares de diversos livros, revistas, internet, jornais, entre outros. Vesentini (1989, p.47) aborda que: Não se trata apenas, e nem principalmente, do tipo de obra a ser utilizada, da escolha entre A, B ou C. Independente do manual adotado pelo professor (...) o que se constata na realidade é que o livro didático constitui um elo importante na corrente do discurso da competência: é o lugar do saber definido, pronto, acabado (...). Ele acaba assim tomando a forma de critério do saber, fato que pode ser ilustrado pelo terrível cotidiano do veja no livro. estude para a prova da página X até a Y, procure no livro etc. (...) O livro didático é e pode ser de grande importância no ensino-aprendizagem da Geografia, possibilita leitura de mapas, imagens, analise de questões de vestibular e alguns apresentam ainda indicação de filmes, documentários, sites confiáveis, enfim é uma ferramenta auxiliar, cabe ao professor saber escolher e fazer uso. No entender de Castrogiovanni e Goulart (2003, p.132): Temos nos deparado com muitas críticas quanto aos atuais livros didáticos de Geografia; chegam até afirmar que os livros didáticos de Geografia estão para a Ciência geográfica assim como os livros pornográficos estão para a Literatura E realmente, ao analisarmos certos livros, constatamos que há grandes absurdos. Por outro lado, deparamo-nos mais recentemente com a publicação de obras que merecem considerações elogiosas podendo contribuir de maneira significativa com o trabalho do professor. O Programa Nacional do Livro Didático PNLD - instituído pelo Decreto nº em 19 de agosto de 1985, vem a cada ano desenvolvendo avaliações mais criteriosas, o que certamente tem melhorado a qualidade dos livros. Entretanto, como com a Geografia é extremamente dinâmica e os livros adotados são utilizados no período de três anos, o educador deve estar atento para a atualização dos dados. O profissional de Geografia da educação básica também deve atentar-se à Geografia do lugar em que vive, pois sabemos que os livros em geral são escritos por pesquisadores que moram em São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, tal fato tende a ter retratado a cartografia, dados e imagens desses estados. Mesmo que sejam adotados livros escritos por mineiros, baianos, amazonenses, a dimensão territorial não poderá representar cada lugar, portanto cabe ao professor construir com os educandos textos sobre a geografia do município em que estão inseridos e também da região. A internet associada à pesquisa de campo pode ser um recurso excelente, para tanto é necessário o planejamento. 3

4 4 O planejamento das atividades a serem desenvolvidas nas cento e vinte aulas (a carga horária varia conforme a estrutura curricular) no decorrer do ano, pode gerar bons trabalhos sobre a realidade do lugar que o estudante vive. Hissa e Corgosinho e (2004, p.16) apontam: Compreender os lugares é, especialmente, considerar as possíveis e necessárias leituras da vida cotidiana. Se forem feitos da vida dos indivíduos, os lugares devem, ainda, ser interpretados como plenos de hábitos, de comportamentos que se referem a uma ética cotidiana que, por sua vez, encaminha o pensamento para o universo das repetições, das rotinas que libertam e que escravizam. O cotidiano refere-se ao que se desenvolve através do hábito comum, rotineiro. Trata-se do chão rotineiro dos lugares; formado do que é corrente e costumeiro. O cotidiano assim é abundante de lugares e faz com que eles sejam, por isso, fartos, ricos, abastados em experiências O professor de Geografia ao desenvolver atividades que promova o conhecimento do lugar que o estudante mora, estará consequentemente instigando a construção da leitura de outros espaços, para Callai (2000, p.84-85): Compreender o lugar que se vive, permite ao sujeito conhecer a sua história e entender as coisas que ali acontecem. Nenhum lugar é neutro, pelo contrário, é repleto de história e com pessoas historicamente situadas num tempo e num espaço, que pode ser o recorte de um espaço maior, mas por hipótese alguma é isolado, independente. Cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma razão global e de uma razão local, convivendo dialeticamente. Quando o educando entende a dinâmica do espaço vivido, cria laços, reconhece sua história. Ao conhecer sobre a bacia hidrográfica que drena sua região, poderá compreender os aspectos da bacia hidrográfica do rio Huang He (Huang Ho) (rio Amarelo China) ou do Mississipi (Estados Unidos). Enfim, fica mais fácil avaliar fatos e fenômenos que estão longe. 2 AULAS DE GEOGRAFIA IMPROVISAR NÃO É PLANEJAR Ao cursar licenciatura em Geografia, o futuro profissional da educação tem na estrutura curricular disciplinas que abordam a necessidade de planejar as aulas, dentre elas podemos mencionar Didática, Prática de Formação e Estagio Supervisionado e Estrutura e Fundamentos da Educação. No período do Estagio Supervisionado, obrigatório nas licenciaturas, o acadêmico executa o planejamento dos conteúdos a serem ministrados, conforme orientação do professor da universidade e do docente da escola a qual está estagiando. Ao ingressar no mercado de trabalho, muitos educadores, entretanto, esquecem da importância do planejamento, em alguns casos fazem apenas um Plano de Ensino Anual que é 4

5 5 entregue ao supervisor e seguem a risca unicamente o livro didático. Entendemos que tal atitude contribui para a perda da qualidade do ensino. Ressaltamos que além de fazer o Plano de Ensino anual, o docente deve realizar o plano de aula detalhando os conteúdos trabalhados, os objetivos pretendidos, a metodologia a ser utilizada, assim como os recursos pedagógicos e o instrumento de avaliação. A avaliação auxilia conhecer a particularidade de cada estudante, principalmente a avaliação diagnóstica, que pode ser feita através de jogos e oficinas, ou seja, de forma lúdica. Acreditamos que planejar deve ser prática frequente do educador e de todos os envolvidos no ensino, para Menegolla e Sant anna (2001, p.61-62): Planejar é um ato participativo e comunitário, e não simplesmente uma ação individualista ou de um grupo fechado no seu restrito existencial ou profissional. O planejar individualista é um ato condicionante do pensar, do prever, do decidir e do fazer; ele é delimitador e reduz o campo de idéias, diminuindo a possibilidade de revolução e transformação da realidade. Ele será o resultado de uma visão limitada que pode se opor e contrariar idéias mais abrangentes e significativas. No ambiente escolar a preocupação com o planejamento deve ser de todos, contudo, o professor é sem dúvida o principal responsável em administrar os conteúdos a serem trabalhados e a metodologia a ser aplicada, ele deve planejar e não improvisar. Nas instituições de ensino é comum o planejamento ser meramente o preenchimento de relatórios exigidos pela direção/supervisão, o que propicia perda da função, pois planejar significa (re) pensar, observar, (re) avaliar, enfim, propor estratégias que leve o ensino aprendizagem. Libâneo (2004, p.222) comenta: A escola, os professores e os alunos são integrantes da dinâmica das relações sociais; tudo o que acontece no meio escolar está atravessado por influências econômicas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de classes. Isso significa que os elementos do planejamento escolar objetivos, conteúdos, métodos estão recheados de implicações sociais, têm um significado genuinamente político. Por essa razão, o planejamento é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções; se não pensarmos detidamente sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes da sociedade. Neste contexto, o educador de Geografia tem grandes desafios a enfrentar, tendo em vista os vários conteúdos a serem abordados. Portanto, ele deve ser altamente qualificado para atender as individualidades. Nas palavras de Cury (2003, p.51): 5

6 6 Bons professores têm uma boa cultura acadêmica e transmitem com segurança e eloqüência as informações em sala de aula. Os professores fascinantes ultrapassam essa meta. Eles procuram conhecer o funcionamento da mente dos alunos para educar melhor. Para eles, cada aluno não é mais um número na sala de aula, mas um ser humano complexo, com necessidades peculiares. Os professores fascinantes transformam. Transformar as aulas de Geografia em momentos de diversão e aprendizagem requer que o professor reveja as metodologias utilizadas, priorize a contextualização e a leitura dos fenômenos, partindo da realidade do estudante. Ao planejar as aulas o professor deve considerar a estrutura da escola e os recursos disponíveis para o ensino geográfico. Libâneo (2004, p.224) aponta, (...) não adianta fazer previsões fora das possibilidades dos alunos. Por outro lado é somente tendo conhecimento das limitações da realidade que podemos tomar decisões para superação das condições existentes. Quando falamos em realidade devemos entender que a nossa ação, e a nossa vontade, são também componentes dela. Muitos professores ficam lastimando dificuldades e acabam por se esquecer de que as limitações e os condicionantes do trabalho docente podem ser superados pela ação humana. Cabe ao professor saber aproveitar as oportunidades, os materiais para planejar e executar as atividades com criatividade. Dentre os vários recursos que normalmente as escolas públicas e privadas tem, e que devem ser bem utilizados, podemos citar os Atlas Geográficos, mapas, Globo terrestre, laboratório de informática, livros para-didáticos, retro projetor (na construção de mapas), projetor multimídia (popularmente conhecido como data show), TV e DVD. Existem também para o ensino de Geografia uma variedade de filmes, documentários, charges, músicas e reportagens que podem complementar a baixo custo o trabalho. Oliveira et all (2005, p. 74) afirmam, Quando a proposta de utilização da música é apresentada aos alunos, a tendência que se observa é a de serem tomados pela curiosidade e ansiedade. A receptividade é quase sempre satisfatória. Tal iniciativa facilita muito na concentração e absorção das idéias explicitadas pela obra musical, complementando o uso do livro didático. Desenvolver atividades com música permite fazer críticas de várias situações vivenciadas pela sociedade, a saber, a letra da música Sobradinho (Sá e Guarabira) facilita o entendimento dos impactos socioambientais causados pela construção das hidrelétricas, além de analisar a importância das mesmas para a economia do Brasil. Podem ser utilizadas em 6

7 7 qualquer série do ensino básico, respeitando a faixa etária e o nível de maturidade dos educandos. A interdisciplinaridade também, quando previamente planejada, pode favorecer o ensino, contudo, as escolas devem oportunizar um período para o planejamento, a execução e a reflexão dos resultados. O desenvolvimento de atividades interdisciplinares promove melhor relacionamento interpessoal entre os docentes e discentes e, quando envolve toda a comunidade escolar o resultado pode ser mais positivo, uma vez que mais do que nunca é urgente a presença da família na escola. Devemos considerar no processo do planejamento das aulas os obstáculos enfrentados pelos professores, dentre eles, destacamos a elevada carga horária semanal, os baixos salários e a falta de interesse por parte dos estudantes. Ouçamos apontar pequenas sugestões que podem contribuir para uma melhor qualidade do trabalho do docente: evitar acúmulo de cargos, três cargos pode parecer melhor rendimento financeiro, no entanto a tendência é vida sedentária e doenças. O profissional da educação infelizmente sabe que a desvalorização salarial no Brasil é histórica, portanto temos apenas duas opções: conformar ou buscar a qualificação, fortalecendo a classe para que tenhamos o respaldo da sociedade ao reivindicar salários. Existem péssimos professores que enfraquecem a categoria. No caso específico do docente de Geografia, consideramos mais grave a dicotomia (geografia física e humana) e o dicurso sociológico reproduzido nas aulas. Na realidade, as instituições formadoras de professores têm responsabilidade na carência de professores fascinantes (CURY, 2003, 52), outra questão é sem dúvida a mercantilização do ensino superior que vem crescendo no Brasil desde a década de 1990, professores são formados a toque de caixa. Quanto ao desinteresse dos estudantes, relatamos pela experiência no ensino básico, que o melhor caminho é instigar nos discentes o desejo de aprender Geografia para compreender os fenômenos do seu cotidiano, mas é evidente que as aulas precisam ser planejadas, executadas com recursos variados e frequentemente o professor deve fazer a avaliação de suas ações. Os professores de Geografia podem também criar um coordenador de área e através de reuniões, refletirem sobre avanços, problemas e estratégias para o ensino geográfico por turma. Após a discussão podem em comum acordo rever o planejamento, assim, todos 7

8 8 sabem quais conteúdos tem sido ministrados, como vem sendo abordados, facilitando o processo de avaliação diagnóstica e as intervenções a serem adotadas. Sabemos que cada espaço escolar apresenta uma realidade diferente, fato que deve ser considerado no planejamento, ou seja, delimitar que tipo de ensino vai se desenvolver, o perfil de professor e de estudante. Neste sentido também é válido lembrar que os professores deparam com situações diversas, conforme o ambiente escolar, a turma, e portanto, deve adequar o planejamento. Quando nos referimos ao perfil de estudantes acreditamos que aqueles que entendem a realidade do mundo contemporâneo, principalmente o aspecto da competitividade existente em todas as áreas profissionais e a necessidade de resgatar valores que tem sido esquecidos pela sociedade corrupta, com certeza terá maior interesse em participar das aulas. Os governantes, universidades e escolas da educação básica precisam definir também o perfil do professor. Os governantes do Brasil devem urgentemente investir no salário dos docentes ou caso contrário, teremos cada vez mais profissionais sobrecarregados, ocupando dois ou três cargos e ausência de bons educadores. As instituições de nível superior formadoras de professores devem aproximar cada vez mais o ensino teórico da prática escolar, capacitar os docentes intelectualmente e, em termos de ética e didática, humanizar. A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana. Estamos na era planetária; uma aventura comum conduz os seres humanos, onde quer que se encontrem. Estes devem reconhecer-se em sua humanidade comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural inerente a tudo que é humano. (MORIN 2000, p.47): O educador que consegue ter tamanha qualidade, propõe práticas pedagógicas inovadoras. No que se refere à função da escola em delimitar o perfil do professor, entendemos que os diretores devem estabelecer como metas de sua gestão a qualidade do trabalho a ser desenvolvido e a qualificação constante do educador. Subsidiar apoio logístico, acompanhar, questionar, refletir e propor estratégias que realmente seja suporte para a execução das atividades escolares, principalmente para nós da Geografia que geralmente saímos das quatro paredes do educandário, por temos o hábito de ir a campo. A educação geográfica, quando planejada, pode promover excelentes resultados, contudo depende essencialmente do educador, uma vez que é responsável por despertar nos 8

9 9 estudantes o quanto é prazeroso entender que a Geografia faz parte de todos os fenômenos que acontecem no cotidiano. CONSIDERAÇÕES FINAIS O profissional de Geografia ao ingressar no mercado de trabalho deve ter uma boa formação acadêmica, ter informações sólidas acerca da Ciência Geográfica, didática, ética, habilidades e competências para desenvolver atividades de forma pedagogicamente adequada à demanda atendida. O aperfeiçoamento através de cursos e participação em eventos permite ao docente estar cada vez mais qualificado para o planejamento de suas aulas. Resgatar o planejamento implicará em valorizar os planos de aulas, as anotações diárias do professor e as avaliações diagnósticas. O uso de vários recursos didáticos como músicas, filmes, documentários, pesquisa de campo, na internet, leitura de imagens de satélites, projeto interdisciplinar, entre outros, torna as aulas dinâmicas, além de facilitar que o professor conheça melhor as dificuldades dos estudantes. É claro que não podemos deixar de mencionar que este tipo de trabalho aumenta a carga de trabalho do docente, contudo, ocorre uma maior interação professor/estudante/conteúdos e consequentemente uma maior aprendizagem. O planejamento deve ser constante, flexível e organizado, contemplando toda a abrangência da Geografia escolar. Compreender o real significado do planejamento nas aulas de Geografia permite pensar e aperfeiçoar a prática docente, intervindo com ações estratégicas que viabilize o estudante a entender os conteúdos geográficos. Acreditamos que o ensino de qualidade de Geografia é possível quando professores, gestores e a família atuam em parceria, promovendo aprendizagem significativa e prazerosa, repleta de atividades que desperte nos educandos interesse, criatividade e vontade de apreender. REFERÊNCIAS CALLAI, Helena Coppeti. Estudar o lugar para compreender o mundo. In: CASTROGIOVANNI, A. C. (org). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. 3.ed. Porto Alegre: Mediação, 2000, p CARVALHO, Marcos Bernardino. Geografia: Ciência da Complexidade. Boletim Paulista de Geografia, Nº 83. São Paulo: AGB, P

10 10 CASTROGIOVANNI, A. & GOULART, L. B. A questão do livro didático em Geografia: elementos para uma análise. In CASTROGIOVANNI. A. et al (Org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. 4º ed. Porto Alegre (RG): UFRGS, CURY. Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante BRASIL, Ministério da Educação. PCN+ - Parâmetro Curricular Nacional do Ensino Médio - Geografia. Brasília: Secretaria de Educação do Ensino Médio, HISSA; Cássio Eduardo Viana; CORGOSINHO, Rosana Rios. Recortes de lugar. Geografias. Revista do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia. IGC/UFMG, janeiro-junho. Vol.2, n.01, P LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, MENEGOLLA, M; SANT ANNA I. M; Por que Planejar? Como Planejar. Petrópolis: Vozes, MINAS GERAIS. Secretária de Estado da Educação. CBC - Conteúdo Básico Comum. Proposta Curricular de Geografia do Ensino Médio, MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. 2ª Ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, OLIVEIRA, H.C. et all. A música como um recurso alternativo nas práticas educativas em geografia: algumas reflexões. Revista Caminhos de Geografia. Junho, p Disponível em < Acessado em 01/05/2009. VESENTINI, J. W. Geografia e ensino-texto críticos. 7ª edição. São Paulo (SP): Papirus,