3 O abuso e a exploração sexual em missões de paz na produção acadêmica

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1 3 O abuso e a exploração sexual em missões de paz na produção acadêmica Este capítulo tem como objetivo formular uma revisão da literatura existente sobre o abuso e a exploração sexual (AES) em operações de paz (OPs). Apesar da produção acadêmica sobre missões de paz ser relativamente extensa na área de Relações Internacionais, especialmente aquela relacionada às operações multifuncionais, típicas do pós-guerra Fria, tanto a bibliografia quanto a produção acadêmica sobre, especificamente, o abuso e a exploração sexual são limitadas, em parte pela carência de dados existentes e disponíveis, em parte pela falta de atenção ao tema. Com relação à literatura acadêmica, pode-se afirmar que a temática do abuso sexual em operações de paz localiza-se na interseção entre a literatura sobre operações de paz e suas conseqüências não-esperadas; aquela que trata de violência sexual e da situação da mulher em conflitos armados; e a que trata da masculinidade envolvida na construção social do militar. Cada uma destas literaturas tem consideráveis contribuições para o tema e para a importância do treinamento na construção de atitudes militares compatíveis com as OPs, mas também sérias limitações, que impedem sua plena utilização neste estudo. 3.1 Literatura sobre as conseqüências não-esperadas Dentro da produção acadêmica sobre operações de paz, o tema do abuso e da exploração sexual é, muitas vezes, abordado dentro da análise sobre os efeitos colaterais das operações ou sobre as conseqüências não-esperadas (unintended consequences) destas 1. Grande parte da atenção dada às missões de paz tem como foco as conseqüências 1 A exemplo de AOI, Chiyuki, DE CONING, Cedric, THAKUR, Ramesh (ed.) Unintended consequences of peacekeeping operations. Tokyo, New York, Paris: United Nations University Press, 2007; PALLEN, Daniel. Sexual Slavery in Bosnia: The Negative Externality of the Market for Peace, 2003 e ANDERSON, Mary. Do no Harm: How Aid can support peace or war. Londres: Lynne Rienner, 1999, para os efeitos colaterais da ajuda humanitária em geral.

2 64 intencionais das missões ou seja, os resultados das atividades definidas nos mandatos. Segundo Aoi, de Coning e Thakur (2007, p. 3), policy-makers e acadêmicos preocupamse em aumentar a efetividade das missões com base nos objetivos descritos anteriormente: Assim, o sucesso de uma operação é representado pelo quanto esta pôs em prática seus objetivos intencionais previamente estabelecidos 2. A produção acadêmica sobre as conseqüências não-esperadas, por sua vez, não é tão fértil, ainda que de grande valor prático, uma vez que as externalidades podem ter impacto relevante na implementação do mandato e na recuperação das sociedades em questão. Segundo Aoi et al (2007, p. 8), a falta de atenção às conseqüências não-esperadas se deve por pressupostos liberais que vêem as missões de paz como práticas inerentemente boas, e que portanto não causariam prejuízos, mas apenas benefícios. Os muitos incidentes 3 desta natureza, no entanto, ocorridos nas últimas duas décadas (tais como incentivo à violência, abuso de poder contra civis, suborno, corrupção e estupros) quando as missões de paz aumentaram em número, funções e complexidade acabaram por chamar a atenção aos resultados destes efeitos colaterais, dantes completamente negligenciados. O conceito de externalidades - positivas e/ou negativas - é originalmente uma discussão da economia. A externalidade é o impacto das ações de alguém sobre o bemestar dos que estão em torno (Mankiw, 1999, p. 10). Esta pode ser responsável pelas falhas de mercado, situação em que este não consegue, por si só, alocar recursos de forma eficiente. Transportada para o âmbito das missões de paz, as conseqüências ditas indiretas, ou não-esperadas, são, em suma, os efeitos trazidos a curto, médio e longoprazo pelas operações de paz (OPs), cuja previsão é difícil, e que muitas vezes não condizem com os objetivos descritos nos mandatos ou esperados da atuação da ONU; mas chegam, até mesmo, a serem prejudiciais às próprias populações cujas missões deveriam proteger. Segundo Pallen: 2 Assim, analisar as falhas das missões em alcançar seus objetivos é diferente de estudar os efeitos colaterais destas. O primeiro caso seria exemplificado pela análise dos motivos pelos quais não se teve crescimento econômico em missões cujos mandatos previam a melhora da economia local, ou pela análise dos fatores pelos quais não houve diminuição dos níveis de criminalidade, em OPs que tinham como objetivo a manutenção da segurança pública (Aoi et al. 2007, p. 6) 3 Como o escândalo do programa Oil-for-Food, no Iraque, e os casos de abuso e exploração sexual (AES) na Missão das Nações Unidas no Congo (MONUC).

3 65 Peace is a market in its own right. ( ) Global public goods, such as peace, have benefits that spread across nations, generations and population groups. However, their corresponding markets may also generate negative externalities. A negative externality causes an inefficient outcome within any given market, thus forcing the demand side of the equation to bear a higher cost for the good or service (2003, p. 28). Apesar das externalidades poderem ser positivas ou neutras, o foco desta literatura são, sem dúvida, as conseqüências negativas das OPs (Aoi et al, 2007, p. 6). Dentre as várias conseqüências indiretas da presença de missões de paz, pode-se citar a criação de falsa economia, o aumento dos níveis de infecção do HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DST); da corrupção e das atividades criminosas no paíshospedeiro, além do crescimento de casos de má-conduta de soldados, como assassinato de civis, execução sumária, prática de torturas, suborno e exploração e abuso sexual. Tais fenômenos ocorrem por vários fatores, tais como o ambiente de permissividade (típicos de sociedade em que os sistemas legais são falhos ou inexistentes) ou impunidade (devido às imunidades dadas ao UN staff), a chegada de um grande número de estrangeiros a um ambiente já frágil, a entrada de grandes quantidades de bens e de capital e a criação instantânea de empregos bem-remunerados comparados aos existentes no país-hospedeiro. Tal produção acadêmica não é crítica do conceito e da existência em si das missões de paz, mas parte do princípio de que, da mesma forma que através de políticas públicas, códigos morais e sanções sociais o mercado pode alocar melhor os recursos a despeito das externalidades, (o que é chamado de internalização de uma externalidade 4 ) as conseqüências negativas trazidas pelas OPs também podem ser reduzidas ou contidas se previstas anteriormente através da análise de missões passadas - aumentando a efetividade da implementação dos mandatos (Aoi et al., 2007, p. 5) 5. Tal crença deriva do argumento de do no harm de Mary Anderson 6 : Ainda que a ajuda internacional possa representar algum prejuízo em certos casos, exacerbando o conflito ou estimulando a dependência, seria uma falácia moral e lógica concluir, desta constatação, que uma vez que a ajuda pode causar o mal, não ajudar seria causar o bem. Para Anderson, o desafio 4 Segundo MANKIW (1999), a internalização de uma externalidade é a alteração de incentivos de forma que as pessoas levem em consideração os efeitos externos de suas ações (p. 209). 5 Os autores enfatizam, no entanto, que algumas conseqüências são completamente inesperadas, não podendo ser previstas e reduzidas. (...) despite peace operations best efforts to limit their actions to those necessary to achieve a desired outcome, unintended consequences are likely to occur (2007, p. 268). 6 ANDERSON, Mary. Do no Harm: How Aid can support peace or war. Londres: Lynne Rienner, 1999.

4 66 para doadores e policy-makers é instituir formas de alcançar os objetivos visados sem causar efeitos colaterais prejudiciais às próprias sociedades as quais devemos ajudar. Da mesma forma, o treinamento é visto, neste trabalho, como uma possível forma de reduzir conseqüências não-esperadas ligadas ao abuso e à exploração sexual. Esta literatura, portanto, tem importantes contribuições a fazer, uma vez que, como este estudo, parte do princípio de que 1) os efeitos inesperados negativos das operações de paz não a tornam um instrumento em si negativo, mas, ainda assim, devem ser levados em conta, uma vez que podem prejudicar a implementação do mandato; e de que 2) tais conseqüências não-esperadas podem ser extinguidas ou ao menos suavizadas se antecipadas corretamente. Desta forma, a análise sobre estes resultados colaterais das missões de paz permite que se integrem estes temas aos treinamentos aplicados a militares e civis, como forma de reforçar, através do entendimento, as políticas estabelecidas pela ONU com relação ao abuso e à exploração sexual. As conseqüências esperadas para as mulheres da presença de missões de paz são, de uma forma geral, o desenvolvimento e a estabilização de suas sociedades, o que, conseqüentemente, melhorará suas vidas. Há, ainda, efeitos mais específicos, como a melhora de suas situações econômicas, uma vez que a chegada das operações de paz (OPs) é responsável pela criação de diversas oportunidades de trabalho - que beneficiam especialmente as mulheres, previamente marginalizadas no mercado (Koyama, Myrttinen, 2007, p. 38; Cockburn, Hubic, 2002, p. 106), e social, através do trabalho dos Gender Units. Na United Nations Transitional Authority in Cambodia (UNTAC) 7, por exemplo, inúmeras conseqüências positivas foram trazidas pelo esforço do Fundo das Nações Unidas para as Mulheres (UNIFEM) em incorporar as mulheres nas eleições democráticas. Através de campanhas informativas e educacionais, organizações locais pelos direitos das mulheres foram incentivas e formadas, e através de suas atuações, direitos iguais para as mulheres foram incluídos na nova constituição cambojana (Whitworth, 202, p.66). Pode-se citar, ainda, a volta de um certo grau de segurança como outro efeito positivo das OPs para as mulheres (Cockburn, Hubic, 2002, p. 106). Mas inúmeras externalidades positivas e negativas das operações de paz, que nem sempre são previstas por seus formuladores, também resultam da simples presença física 7 Resolução 745 do Conselho de Segurança, 28/02/1992.

5 67 das missões. Dentre as positivas, podemos destacar as mudanças nas dinâmicas de gênero 8 causadas pelo aumento da presença de estrangeiros que vão além dos resultados diretos da criação de Gender Units e de campanhas de conscientização. Koyama e Myrttinen (2007, p. 39) afirmam, em seu estudo de caso sobre o Timor Leste, que a presença de funcionários internacionais trouxe novos valores, atitudes e padrões de comportamento em relação à mulher, o que acabou por influenciar as dinâmicas de gênero no país. Mas diversos efeitos colaterais negativos também foram causados pelas práticas de empowerment das mulheres previstas no mandato das missões. Segundo as autoras, o tratamento preferencial dado às mulheres resultou no ressentimento dos homens contra as mulheres em geral. Em alguns casos, tal sentimento foi responsável pelo aumento da violência doméstica. Outro efeito colateral percebido é que, ao conseguirem empregos nas missões, as mulheres acumulavam o trabalho doméstico tradicionalmente sua função- com o profissional, aumentando sua carga horária (Koyama, Myrttinen, 2007, p. 40) 9. Uma das conseqüências negativas das OPs para as mulheres mais analisadas na produção acadêmica é a ligação da chegada das missões de paz com o aumento da prostituição 10 (Pallen, 2003; Allred, 2006; Mazurana, 2002). Características existentes anteriormente, como o colapso da economia formal, acompanhada pela ausência da lei e da ordem contribuem para o contexto de exploração e de florescimento de atividades criminosas. Ainda assim, a chegada em si das OPs tem impacto significativo no aumento do comércio sexual. Do aumento da prostituição, decorre o aumento da infecção pelo HIV e de outras DSTs, o nascimento de crianças, que muitas vezes ficarão sem suporte financeiro, dentre outras conseqüências negativas a longo-prazo para as mulheres e para toda sua sociedade Usaremos o conceito de gênero, neste trabalho, como o papel construído socialmente para homens e mulheres. 9 Para mais conseqüências negativas da chegada das OPs para as mulheres ver: The Impact of Peacekeeping Operations on Women and Girls. In Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). The Impact of Conflict on Women and Girls, de novembro de Disponível em Acesso 10/10/ A ligação com a prostituição não se dá apenas com missões de paz, mas em qualquer situação em que se tenha a chegada de um grande número de militares, como no caso de bases militares americanas no exterior. Ver Enloe (1989 e 2000). 11 Tais conseqüências já foram apontadas por inúmeros documentos: UNAIDS. Aids and the Military. 1998, p. 3; REHN, SIRLEAF, Women, War, Peace: The Independent Experts Assessment on the

6 A violência sexual na literatura de gênero A literatura que trata da violência sexual tem importantes contribuições a oferecer a este estudo, uma vez que analisa a situação de vulnerabilidade em que se encontram as mulheres durante e após conflitos armados. É esta situação que, em grande parte, contribuirá para o abuso e a exploração sexual (AES) por integrantes de missões de paz. Esta literatura tem, no entanto, limitações relevantes, uma vez que, em primeiro lugar, prioriza o estupro como arma de guerra- o que não corresponde à realidade da violência sexual nas missões de paz. Em segundo lugar, tal produção acadêmica tende a silenciar as experiências dos homens e meninos em suas narrativas. Um entrave importante, já que vários casos de AES em missões de paz têm os meninos como vítimas. A grande quantidade de trabalhos acadêmicos produzidos sobre a violência sexual em conflitos armados é resultado do próprio enquadramento político que a violência sexual ganha no movimento pelos direitos das mulheres. Existente desde a luta pelo sufrágio feminino, no século XIX, (Berkovitch, 1999, Keck, Sikkink, 1998), as coalizões feministas ganharam novo fôlego quando, a partir dos anos 80, as opressões e desigualdades relacionadas ao gênero foram sendo continuamente identificadas como violações de direitos humanos (Thompson, 2002). Além de ter reforçado internacionalmente o movimento pelos direitos das mulheres, o novo enquadramento dado pelas ativistas serviu para amenizar as crescentes clivagens entre os movimentos feministas do Primeiro e do Terceiro Mundo, permitindo a construção de um discurso feminista global (Costa, 2003). A grande atenção dada à violência sexual na década de 80 teve também como objetivo transportar a violência sexual do âmbito privado espaço tradicional da mulher - para a discussão pública. Segundo Tickner (1996), a modernidade tem como base a separação entre o espaço doméstico e o público, em que o homem, visto como racional e autônomo, é ator por excelência do espaço público, enquanto a mulher, Impact of Armed Conflict on Women and Women s Role in Peace-Building, de 2002, Assembléia Geral, Promotion and Protection of The Rights of Children - Impact of armed conflict on children. Report of the expert of the Secretary-General, Ms. Graça Machel, A/51/306, 26 de agosto 1996.

7 69 emotiva, submissa e dependente, é relegada ao espaço privado, e impedida de participar ativamente da política, da economia, e da guerra. Some-se a esta construção a idéia de que o liberalismo político entende a família como um lócus em que não deve haver interferência estatal, permitindo que violações dos direitos das mulheres fossem cometidas dentro do núcleo da família sob o véu da impunidade, uma vez que as crianças e as mulheres são entendidas como atores dependentes legal e socialmente de unidades familiares patriarcais (Thompson, 2002). Desta forma, o estupro, por exemplo, inexistia dentro do casamento, uma vez que a visão dominante era a de que, uma vez casada, a mulher não tinha o direito de recusar sexo a seu marido (Bovarnick, 2007). Idéia reforçada na Conferência de Pequim 12, quando a questão tornou-se peça central nas discussões, a violência contra a mulher é um dos temas globais feministas entendidos como violações aos direitos humanos de forma geral. Praticamente inexistente como tema na década de 80, a violência contra a mulher tornou-se uma das questões mais relevantes da agenda feminista na década de 90. Antes da formação de uma categoria geral de violência contra a mulher que abarca abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada, agressão, dentre outras questões -, o que existia eram movimentos separados, que lutavam pela abolição de práticas específicas: contra o estupro nos EUA e na Europa, contra o dote na Índia, contra a mutilação genital na África. Para Keck e Sikkink (2002), o tema permite que, ao considerarmos a agressão e o estupro de uma mulher americana e a mutilação genital de uma menina na África como formas de violência contra a mulher, os movimentos possam interpretar tais violações como situações comuns. Neste contexto de fortalecimento de temas transnacionais sobre as mulheres, de práticas, em suma, que existem em diferentes sociedades, a literatura sobre a violência sexual torna-se abundante. Um dos grandes focos desta produção é a utilização do estupro como arma de guerra e de limpeza étnica (Alison, 2007), exacerbada pelo aumento de conflitos étnicos e civis no pós-guerra Fria. A violência sexual é uma das muitas conseqüências sofridas pelas mulheres e meninas nos chamados novos conflitos contemporâneos, (Kaldor, 1999; Duffield, 12 A IV Conferência Mundial sobre a Mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz aconteceu entre 4 de setembro e 15 de setembro de 1995 em Pequim, na China.

8 ) caracterizados pelos ataques deliberados às populações civis. O entendimento destas novas formas de violência organizada permitiu que grande atenção tenha sido dada às mulheres como atores envolvidos nos conflitos, seja como combatentes, líderes sociais, espiãs, mensageiras, esposas 13 e, especialmente, vítimas 14 (Pankhurst, 2000, p. 5). Ao longo das décadas de 80 e 90, a situação da mulher em conflitos armados torna-se cada vez mais relevante na ONU, em diversas organizações internacionais e em ONGs de direitos humanos. As mulheres são cada vez mais entendidas como um grupo vulnerável nestes contextos, ainda que o discurso da vulnerabilidade não seja capaz de demonstrar a variedade de papéis que a mulher exerce em períodos de guerra 15 (Moura, 2005, pp ). A análise da situação da mulher durante e após os conflitos armados, e de como estas são prejudicadas diferencialmente pela violência, é imprescindível para entender o contexto de abuso e exploração sexual nas missões de paz. Um dos primeiros documentos relacionados à situação de mulheres e meninas em conflitos armados é a Declaração sobre a Proteção de Mulheres e Crianças em emergência e conflitos armados, de Mas será o documento final da quarta Conferência sobre Mulheres 17 o marco na consideração do conflito armado como uma das áreas críticas para as mulheres. A chamada Plataforma de Ação de Pequim não só recomenda que se garanta a proteção e a assistência de mulheres em conflitos armados e em deslocamento, mas que se aumente a participação destas nos mecanismos de construção da paz 18. O empowerment das 13 Para mulheres como participantes ativos da Guerra, ver Enloe (2000), Moura (2005) e Carreiras (2006). 14 Para situação da mulher como vítima de conflitos armados, ver: BUTEGWA, Florence. Women in Conflict Situation. In MULEI, Christophe et al. (eds.), Legal Status of Refugee and Internally Displaced Women in Africa. Nairobi: UNIFEM, 1996; GILES, Wenona, CROSBY, Alison, KORAC, Maja, Women in Conflict Zones. NY: NY University, 1996; INTERNATIONAL COMMITTEE OF THE RED CROSS, Women and War. Genebra: Outra crítica formulada à visão da mulher como vítima dos conflitos contemporâneos é que a priorização da proteção da mulher causa um efeito de desvirtuamento na aplicação da norma de imunidade civil, que deveria ser sex-neutral, mas, na prática, silenciam a necessidade de homens civis de proteção. CARPENTER, Charli. Innocent women and children: gender, norms and the protection of civilians. Hampshire: Ed. Ashgate, Declaration on the Protection of Women and Children in Emergency and Armed Conflict. Assembléia- Geral, RES 3318 (XXIX), 14/12/1974. Disponível em Acesso em 19/09/ Beijing Declaration and Platform for Action. Fourth World Conference on Women, setembro de Disponível em Acesso em 19/09/ Women and Armed Conflict, parágrafos 131 a 149. Idem.

9 71 mulheres passa a ser uma política que encara as mulheres não apenas como vítimas da guerra, mas como agentes de mudança (Moura, 2005, p. 65). Os conflitos nos Bálcãs tiveram, também, grande influência nesta literatura, pela utilização sistemática do estupro e da violência sexual como arma de limpeza étnica (Enloe, 2000, p. 109). Segundo DelZotto e Jones: [f]eminist attention to Balkan women's suffering resulted in an extraordinary explosion of scholarly investigation and activist endeavour. The results were impressive. Rape was probably the crime that figured most prominently in international media accounts of the conflict. It became the subject of numerous fact-finding expeditions, and a principal focus of NGO organizing and publicizing (2002, p. 9) Especialmente a partir dos Tribunais Penais Internacionais para Ruanda e para a Antiga Iugoslávia 19, e do reconhecimento pelo Estatuto de Roma 20 da violência sexual como crime de guerra e crime contra a humanidade, tal assunto tornou-se grande preocupação desta literatura 21, já que, anteriormente, a violência sexual era vista como um efeito colateral das guerras, que atingia a honra ou a dignidade pessoal da vítima, e não como uma prática cujo objetivo é atingir a toda a comunidade. Segundo Allison (2007), a existência do estupro em diferentes épocas e culturas se explica pelo fato de que tal violência, a despeito da inexistência de consenso sobre suas causas concretas, e das especificidades de cada conflito, representa uma agressão que é facilitada em períodos de guerra (quando a violência é sancionada pelo Estado ou permitida por sua ausência) e que reafirma a construção da masculinidade heterossexual do homem base da identidade masculina como soldado ou guerreiro. O abuso sexual, usado como arma de guerra, tem o objetivo de subjugar a mulher (ou o homem), e, por conseqüência, toda sua comunidade. This leads to an understanding that the primary target for sexual violence in war is not the individual victim themselves, but 19 O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia foi pioneiro em considerar a violência sexual como um crime de guerra específico e um crime contra a humanidade. O Tribunal Penal Internacional de Ruanda foi ainda mais longe, tratando o estupro como um ato potencial de genocídio. 20 International Criminal Court. Rome Statute of the International Criminal Court. Documento das Nações Unidas número A/CONF.183/9*, 17/07/ ASWAD, Evelyn Mary. "Torture by Means of Rape," The Georgetown Law Journal, vol. 84, no. 5, May 1996, p ; BLATT, Deborah. "Recognizing Rape as a Method of Torture," New York University Review of Law and Social Change, no. 19, 1992; COPELON, Rhonda. "Gendered War Crimes: Reconceptualizing Rape in Time of War," in: PETERS, Julie, WOLPER, Andrea (eds.). Women's Rights, Human Rights: International Feminist Perspectives, New York, NY: Routledge, 1995, p

10 72 the social identity they represent (Allison, 2007, p. 72). Especialmente em conflitos étnicos - como no caso de Ruanda ou da antiga Iugoslávia - o estupro da mulher de etnia inimiga, vista como a reprodutora daquela dada comunidade, significa demonstrar simbolicamente a vitória sobre todo o grupo rival (Rajoo, 2005). A fértil produção acadêmica sobre a violência sexual como arma de guerra acabou por dar ainda mais ênfase ao estupro como a principal representação do conceito de abuso sexual. Há pouca atenção, portanto, às práticas sexuais empregadas por peacekeepers, uma vez que estas relações não têm o caráter sistemático da violência sexual como arma de guerra. Além disso, o foco destes autores é predominantemente o estupro, e não as relações sexuais com prostitutas e mulheres vulneráveis - o problema principal nas operações de paz. Com base na crítica que formula da divisão estabelecida entre prostituição e estupro como coisas completamente diferentes, Enloe (2000) afirma que tal ênfase se deve ao fato de que o estupro é visto como uma violência muito maior do que a prostituição (2000, p.108) : Prostitution seems routine. Rape can be shocking. Se o estupro é aceito como um crime bárbaro, a troca de sexo por dinheiro ou outros itens é vista, por muitos, como uma comodidade dada aos militares que se encontram longe de casa. A produção acadêmica sobre as diversas relações estabelecidas por militares e mulheres locais, que vão muito além da prostituição e envolvem, por vezes, traços de afeto, é extremamente limitada, o que torna a literatura de gênero, em grande parte, incapaz de dar conta da variedade de relações estabelecidas entre peacekeepers e mulheres locais. É relevante lembrar, no entanto, que a exploração sexual está intimamente ligada à condescendência existente em sociedades em que a violência sexual foi sistematicamente utilizada durante os conflitos, uma vez que, em muitas sociedades, a mulher ou menina que sofre estupro torna-se impura, e muito provavelmente não pode mais se casar ou é estigmatizada pelos membros de sua família. A prostituição torna-se, assim, uma das únicas opções de sobrevivência 22. Outra limitação da produção acadêmica sobre o estupro é que, apesar de muitas vezes o conceito de violência de gênero ser usado como sinônimo para violência sexual, atos de abuso e exploração sexual não são cometidos exclusivamente contra 22 Ver parte

11 73 mulheres. Enquanto muito se avançou no reconhecimento do abuso sexual feminino em períodos de guerra, as experiências masculinas continuam, em grande parte, silenciadas (DelZotto, Jones, 2002; Allison, 2007). Da mesma forma que mulheres são estupradas como forma de subjugar comunidades inimigas, homens sofrem violência sexual com o objetivo de diminuir sua masculinidade (Idem, p. 2). Para DelZotto e Jones, estas construções limitadas são disseminadas não só na academia, mas também no discurso de variadas ONGs e de organizações internacionais como a ONU. Raras são as organizações de direitos humanos, por exemplo, que estabelecem pesquisas ou políticas voltadas para a violência sexual contra homens e meninos (Idem, p. 6). Portanto, a feminização da construção legal e humanitária do crime sexual tanto na literatura sobre gênero e conflito, quanto nos discursos de organizações, impossibilita que se reconheçam homens e meninos como vítimas de abuso sexual em períodos de conflito, denying them representation and protection by both governmental and nongovernmental actors (DelZotto, Jones, 2002, p. 19). A literatura de gênero e conflito tem, portanto, um entendimento limitado sobre os conceitos de masculinidade e feminilidade, apoiando-se em paradigmas limitadores como mulheres-vítimas/homens perpetradores. Assim, é relevante lembrar que da mesma forma que homens são violentados em situações de conflito 23, estes podem sofrer abusos e explorações sexuais em contextos de missões de paz, em especial no caso de meninos órfãos. Segundo o relatório da Save The Children 24 de 27 de maio de 2008, trabalhadores humanitários e peacekeepers 25 estariam abusando de meninas e meninos (através da troca por comida ou dinheiro; ou mesmo através do sexo forçado) no Haiti, na Costa do Marfim, e no Sudão. Diz o relatório: The majority of beneficiaries we spoke to identified girls as being far more likely to become victims of abuse than boys. In Southern Sudan and Côte d Ivoire no boys were identified by focus group participants as victims of abuse. However, child protection professionals working in the same areas cited cases of abuse against both girls and boys. Moreover, focus group participants in Haiti identified several cases of sexual abuse of boys (2008, p. 7). 23 Allison (2007, p. 89) cita o caso da Bósnia como representativo de situações de conflito em que homens também são vítimas de abusos sexuais. Del Zotto e Jones lembram que a violência sexual contra homens remonta pelo menos aos antigos persas. Com a o repúdio das religiões monoteístas a homossexualidade, tais práticas foram, no entanto, silenciadas (2002, p. 3). 24 Save the Children UK. No One to Turn To, 27 de maio de Disponível em Acesso em 01/10/ Neste trabalho, usaremos o termo peacekeepers para designar apenas militares participantes de OPs.

12 74 Segundo Ray Murphy, no Haiti, muitas funcionárias da ONU estabeleceram relações sexuais com homens locais, e apesar de existirem as mesmas disparidades de recursos, estas não foram vistas como responsáveis por abuso de poder ou por relações explorativas em si (2006, p. 542). É evidente que há especificidades com relação às mulheres especialmente por sua posição social em muitas sociedades. Mas isto não quer dizer que relações sexuais entre participantes de missões de paz e homens locais não acarrete em prejuízos para estes. Assim, quando a pesquisa se refere a mulheres, esta não tem como objetivo descartar a possibilidade de que homens, e especialmente meninos, também sejam afetados por casos de AES em missões de paz, mas apenas de afirmar que a maioria dos casos se dá, de fato, com o sexo feminino. A produção acadêmica sobre a violência sexual tem, portanto, duas ausências principais que impedem sua utilização teórica completa nesta pesquisa. A primeira diz respeito à priorização do estupro como tema de estudo, já que, apesar de freqüente nos novos conflitos contemporâneos, este é menos freqüente nas OPs que as relações consentidas principal tema deste estudo. A segunda é a prioridade dada às experiências das mulheres, em detrimento do abuso sexual contra homens e meninos (estes últimos muitas vezes vítimas de AES em missões de paz). Mas esta linha de pesquisa, ao preocupar-se extensivamente em analisar a situação de vulnerabilidade de meninas e mulheres em situações de pós-conflito, permite que se compreenda os motivos pelos quais ocorrem tão freqüentemente casos de AES também em missões de paz. Este entendimento, por sua vez, deve ser incluído nos treinamentos para militares (e civis), como forma de justificar as proibições estabelecidas pela ONU. 3.3 Gênero e militarização Autoras feministas das relações internacionais, como Ann Tickner e Cynthia Enloe, vêem o mundo militar como um espaço essencialmente masculino e calcado na ênfase das diferenças de gênero. Segundo Tickner (1996), a construção das características dos Estados feita similarmente à do indivíduo moderno - baseadas ambas na racionalidade-, e a ligação dos mitos formadores das identidades nacionais com a guerra

13 75 limitam a participação das mulheres na construção do Estado e as relega a um papel secundário e dependente, em que estas necessitam da proteção que somente o homem, e/ou o Estado, são capazes de prover 26. É com base nesta idéia de exclusão da mulher que Enloe (2000) afirmará que a militarização tem resultados significativos para as mulheres, uma vez que é um processo que prioriza a masculinidade. Segundo Carreiras, o regime militar seria um caso extremo de uma gendered organization (2006, p. 40), uma vez que as diferenças de gênero seriam acentuadas nas mais diversas áreas e órgãos (Zarkov e Cockburn, 2000, p. 13). Além de serem numericamente inferiores, as mulheres são sistematicamente excluídas de certas funções, especialmente aquelas que permitem a passagem aos escalões superiores, como as relacionadas a áreas estratégicas ou a unidades de combate. Tal inferioridade seria reforçada na base ideológica militar, calcada em culturas masculinas hegemônicas (mesmo que esta construção esteja sujeita a mudanças históricas e varie conforme a área) (Ibidem). Não à toa, o serviço militar é visto, comumente, como a passagem de menino para homem ( Join the army, Be a man 27 ), ou de diferenciação entre o sexo feminino e o masculino (Carreiras, 2005, p. 41; Arkin, Dobrofsky, 1978, p. 151). Desta forma, a despeito dos avanços que possa trazer para mulheres individuais, em geral a militarização tem um impacto negativo no status da mulher na sociedade. Transpondo esta idéia às missões de paz, pode-se afirmar que apesar dos benefícios que as missões possam trazer a algumas mulheres, o fato destas serem levadas a cabo em grande parte por militares traz, em si, prejuízos às mulheres, uma vez que a construção social do soldado subtende práticas que lhe são prejudiciais, tais como a violência, os estupros e o aumento da prostituição (Enloe, 2000). Partindo da idéia de que a militarização está ligada a práticas prejudiciais às mulheres, para muitos autores da literatura de gênero, a construção social do militar é o principal fator explicativo dos casos de abuso e exploração sexual em missões de paz. Para estes, a exemplo de Allison (2007), De Groot (2001), e Whitworth (2004) 28, há uma 26 Argumento similar é traçado por CROUCH, Coulin. Social Change in Western Europe. Oxford: Oxford University Press, Citado por Arkin e Dobrovsky (1978, p. 156). 28 Ver também Arkin, W., Dobrofsky, L.R. (1978), "Military socialization and masculinity", Journal of Social Issues, Vol. 34 No.1, pp ; Higate, P.R. (Eds),Military Masculinities. Identity and the State, Praeger Publishers, London, 2003; Higate, P.R., "Concluding thoughts: looking to the

14 76 contradição latente entre a cultura militar tradicional que valoriza princípios ligados ao estereótipo de masculinidade- e os valores requeridos em uma missão de peacekeeping tais como conciliação, sensibilidade e compaixão, sentimento rejeitados na vida militar preparatória para a guerra e para a proteção da nação. Segundo DeGroot, The welltrained soldier is hungry for battle because it is in battle that he asserts his dominance. Yet the peacekeeper is supposed to keep aggression in check and pursue the path of conciliation (2001, p. 34). Assim, a construção social do soldado seria a celebração do que há de mais agressivo e inseguro na masculinidade: misoginia, homofobia, racismo, violência. Segundo Whitworth (2004): This does not mean that all male military peacekeepers are beasts, that every individual soldier is violently homophobic, racist or sexist. It does mean, however, that all soldiers have been subjected to the message that they have been given license to express these things. (2004, p. 3) Por um lado, as missões de paz precisam de indivíduos como soldados; por outro, exige que estes abdiquem de traços que os constroem enquanto tal (e que se acredita são adequados em tempos de guerra) e se mostrem benignos, altruístas, neutros, conciliadores. Whitworth, em seu livro Men, Militarism and UN Peacekeeping (2004), defende que as operações de paz seriam uma situação de segunda classe para os militares, uma vez que o combate - o elemento principal para o qual estes indivíduos são treinados - não estaria presente. Afinal, os soldados são criados socialmente para destruir outras pessoas pela força (p. 151). Tal construção, foco da análise de alguns autores da sociologia militar, como Arkin e Dobrofsky (1978), se dá através de uma série de ritos de passagem, em que os jovens são expostos a imagens negativas de mulheres e homossexuais, usadas como representação do que há de mais fraco (Carreiras, 2006, p. 43; Macdonald, 1987, p. 16). Atos de humilhação e violência têm como objetivo primeiro apagar qualquer traço de individualidade, e em segundo lugar, inculcar, em todos, os mesmos valores de masculinidade heterossexual, racismo, coragem, força, racionalidade, obediência, disciplina e patriotismo valores teoricamente ligados à masculinidade (p. 156). Nesta future". In Higate, P. (Eds), Military Masculinities. Identity and the State, Praeger Publishers, London, 2003, pp ; Ingeborg Breines, Robert Connell & Ingrid Elle (eds) Male Roles, Masculinities and Violence, Paris: UNESCO, 2000, pp , at p. 29.

15 77 construção, sentimentos como medo, culpa, remorso, tristeza e homossexualidade não são permitidos 29. A grande influência exercida pela doutrinação militar se daria por inúmeros fatores. Arkin e Dobrofsky (1978, p. 151) consideram que, na medida em que este processo ocorre no período de transição da adolescência para a idade adulta (quando as influências que o indivíduo recebe ainda exercem grande impacto na formação de sua identidade), em um sistema social relativamente fechado, onde mecanismos de controle são constantemente utilizados, em conjunção com uma significativa valorização de atitudes e comportamentos que reforçam uma auto-imagem masculina, o doutrinamento militar seria um poderoso agente de socialização secundária 30. Para Whitworth (2004), a suposta ausência de violência nas missões de paz 31 levaria a uma crise de masculinidade, já que all the messages a soldier receives about appropriately masculine soldierly behavior are fundamentally at odds with what is expected in a peace operation (p. 16). Sendo a masculinidade militarizada uma formação frágil, que necessita constantemente de confirmações, a ausência de violência nas OPs resultaria em uma crise que se expressa em explosões de violência como atestam os casos de tortura e execuções sumárias por militares canadenses na Somália, e no alto índice de violência doméstica entre militares - e de hipermasculinidade como exemplificam os inúmeros relatos de estupros e de sexual assault registrados na missão da ONU no Camboja (UNTAC) 32. Whitworth afirma: When traces of femininity reemerge, soldiers react in a variety of ways. Some become angry, hostile and violent (p. 167) 33. Desta forma, a violência permitida em períodos de guerra serve como um canal de confirmação da masculinidade. Tal válvula de escape não existe, no entanto, nas missões de paz, o que obriga o militar a internalizar quaisquer sentimentos vistos como 29 Whitworth acredita que tais rituais são semelhantes em distintos países, uma vez que [t]he contemporary practices of boot camp are remarkably similar across most modern state militaries. (2002, p. 155) 30 A socialização primária seriam as influências sofridas no período anterior ao militar. (p. 152) 31 Lembramos que a violência é um fator presente em uma série de missões, em especial as de capítulo VII. 32 A necessidade de afirmação da masculinidade, para Carreiras (2006, p. 54), é causa do grande número de casos de sexual harassement no mundo militar em geral, especialmente frente a um período em que a guerra é cada vez menos a atividade militar por excelência. 33 Carreiras (2006, p. 29) afirma que, uma vez que a reprodução é necessária à manutenção das identidades, quando estas são confrontadas com novas práticas, há uma tendência ao desenvolvimento de crises, desafiando a ordem de gênero dominante.

16 78 pertencentes a traços femininos tal como medo, culpa ou tristeza. Esta internalização explica o alto índice de stress pós-traumático existente entre militares, situação agravada pelas OPs, já que, nestes contextos, os soldados não podem expressar sua raiva e frustração da forma pela qual foram treinados (p.168). Segundo Whitworth: Numerous consequences may flow from the construction of militarized masculinity: the sense of license to sexually assault and exploit women when deployed on peacekeeping missions; the hyperviolence against men understood as foreign and less than human; the high rates of domestic violence recorded within military communities; and the incidence of post-traumatic stress disorder and, importantly, militaries reactions to PTSD in soldiers who fail to live up to military ideals. (2002, p.172) Allison (2007), assim como Whitworth, também acredita que a prática do abuso sexual está intimamente ligada à construção social da masculinidade, exacerbada no caso de militares ou combatentes. Para a autora, algumas características da masculinidade variam conforme a cultura e o tempo, enquanto outras, como força física, agressividade e competência sexual- tendem a estar presentes em distintos contextos e entre diferentes períodos históricos (p. 76). Em situações de conflito aberto, a agressividade é sancionada pelo Estado, permitindo ao militar ou combatente afirmar sua masculinidade através de atos de violência (Idem). Allison acredita que ainda que as mulheres também sejam capazes de violência, a maioria das sociedades a condena, enquanto aprova o uso da força por homens - não à toa funções como policiais, carcereiros e militares são mais ocupadas por estes (Idem). Segundo DeGroot (2001, p. 26), na maioria das sociedades ocidentais, a aceitação geral é de que as mulheres devem dar a vida, e não tirá-la. Assim, afirmam Zarkov e Cockburn (2002, p. 13), a guerra eleva o homem ao mundo das armas e da glória, enquanto a mulher fica relegada ao espaço doméstico: é o que Cockburn 34 chama de divisão sexual da violência. A sexualidade é outra parte importante da constituição da masculinidade no combatente (p. 77). O estupro seria, para Alisson, uma forma de reafirmar a heterossexualidade masculina evidenciada na construção do indivíduo como soldado. Outra questão levantada pela autora na construção militar é a importância, em ambientes dominados por homens, de uma cumplicidade entre pares, responsável pela tradição do muro do silêncio - que dificulta a apuração dos casos de abuso sexual e, em sua forma 34 COCKBURN, Cynthia. The gender dynamics. Peace News, junho-agosto Disponível em Acesso em 01/10/2008.

17 79 mais extrema, pelos gang rapes. Segundo Relatório da Refugees International, a cultura hiper-masculinizada, fruto do grande número de militares, causa, nas missões de paz, uma tradição de silêncio, em que indivíduos tendem a acobertar casos de má-conduta cometidos por seus colegas 35. Assim, para estes autores, o problema estaria na própria formação social do militar, e, portanto, na utilização destes como principais participantes das missões de paz. Dag Hammarskjöld, segundo Secretário-Geral da ONU, teria dito que 'peacekeeping is too important to be undertaken by soldiers' (DeGroot, 2001, p. 33). Mas, acrescentou Hammarskjöld, estes são os únicos capazes de fazê-lo 36. Os autores aqui citados parecem concordar com a afirmação: DeGroot acredita que, uma vez que existe a possibilidade de violência nas missões de paz, a presença de pessoal treinado para combate é essencial (Ibidem). Whitworth também acredita que indivíduos treinados para a guerra não são os atores ideais para missões de paz. Mas os militares talvez sejam os únicos capazes de empreender tais operações, especialmente com a crescente necessidade de mandatos militarmente mais robustos. There are no other large contigents of people who could be deployed relatively quickly to zones of conflict around the world. If sending soldiers is not the best practice, it is the only practice (Whitworth, 2004, p. 185). Mas ainda que os militares sejam necessários por suas qualidades de combate, estes também devem ser conciliatórios, pacientes e pacíficos. Segundo este grupo de autores, poucos militares, no entanto, possuem todas estas qualidades juntas. É por isso que as operações de paz têm sido testemunhas de atos de violência, acredita DeGroot (2001, p. 33). A solução, para o autor, é simples: aumentar o número de militares mulheres 37. Olsson (2000) afirma que o aumento da participação das mulheres nas tropas participantes das missões vai além do imperativo ético ou dos argumentos essencialistas de que as mulheres seriam inerentemente, ou biologicamente, mais calmas e pacíficas (p. 9). A presença feminina nas missões de paz aumentaria a possibilidade de sucesso destas 35 Refugees International. Must Boys be Boys? Ending Sexual exploitation, 2005, p.5. Disponível em Acesso em 29/08/ A frase exata é: Peacekeeping is not a job for soldiers, but only soldiers can do it. 37 Esta opinião não é representativa do feminismo dito radical, que, diferente do feminismo liberal (que defende a participação das mulheres ao mundo militar), assume posições antimilitaristas e pacíficas. Algumas feministas, como Cynthia Enloe, acreditam que a integração das mulheres às forças armadas acaba por reforçar a dominação masculina da sociedade, assim como a discriminação às mulheres (Carreiras, 2006, p. 66).

18 80 (Mazurana, 2002, p. 43), já que estimularia a diminuição do número de estupros e de casos de abuso de poder, e contribuiria para as resoluções pacíficas dos conflitos, através da melhora das negociações (Ibidem). Além de ajudar na conquista do apoio local, uma vez que as mulheres são menos vistas como uma ameaça, a presença feminina traria uma mudança positiva das relações de gênero no país-receptor (Olsson, 2000, p. 10). Segundo Angela Mackay 38, mulheres locais tendem a confiar mais em peacekeepers mulheres, e negociadoras do sexo feminino tendem a entender melhor as implicações dos processos de paz para as mulheres. Quando ao menos 30% dos participantes das missões são do sexo feminino, acredita Mackay, as mulheres locais tendem a participar mais de comitês pela paz, que, por sua vez, darão mais atenção a suas questões. Segundo Kent (2007, p. 56), casos de AES caem significativamente com o aumento da participação de mulheres. Assim, a despeito de argumentos sobre a menor capacidade física das mulheres, e sobre as conseqüências negativas para a coesão do grupo, a inclusão de mulheres nas missões de paz aumentaria sua efetividade, já que estimularia a capacidade das mulheres locais e o apoio da sociedade hospedeira, e tornaria as OPs mais sustentáveis e justas. Para DeGroot (2001), no entanto, os benefícios trazidos pelas mulheres seriam mais específicos: There is no evidence that women make better peacekeepers, but a great deal of evidence to suggest that the presence of women improves an operation s chances of success. Ou seja, a participação de mulheres deve ser aumentada não porque estas estejam mais aptas às missões de paz, mas porque os homens estariam menos inclinados a comportar-se mal sexualmente na presença de mulheres de sua própria cultura. Assim, a maior presença de mulheres diluiria certas características negativas dos militares. A idéia de Ehrenreich 39 é representativa da idéia, defendida por muitas feministas: I hoped that the presence of women would over time change the military, making it more respectful of other people and cultures. De fato, o gender balance 40 tem sido estimulado pela ONU- seguindo a tendência da área militar dos países ocidentais (Moskos, Carreiras, 2006, p. 84)- mas o número de 38 Citado por Whitworth (2002, p. 126). 39 EHRENREICH, Barbara. What Abu Ghraib Taught Me. AlterNet, 20/05/2004. Disponível em Acesso em 06/10/ Gender balance é a política de tornar o número de mulheres participantes em uma dada instituição, hierarquia e posições tão representativo quanto o número de homens.

19 81 mulheres na área militar é ainda pequena. Entre 1957 e 1989, as mulheres representavam apenas 0,1% de todos os militares de missões de paz. Hoje, de militares participantes de missões de paz no total, apenas 1734 são mulheres, ou cerca de 2,25% do total 41. Apesar do aumento da participação de militares do sexo feminino, sua representação ainda é notavelmente menor que a dos homens 42. Segundo Hicks, muitas OPs ainda são totalmente constituídas por homens 43 (Hicks, 2001, p.40). Apesar de afirmar que uma das razões da grande quantidade de relatos de estupro e sexual assault na UNTAC 44 era a pouca quantidade de mulheres na missão (2002, p. 71), Whitworth não defende a inclusão do sexo feminino como forma de amenizar a identidade militar masculina. Isto porque, para a autora, a inclusão de mulheres e gays no Exército nunca será total, uma vez que a admissão destes elementos é visto como um fator de enfraquecimento da união existente na vida militar. De fato, a idéia de que a função do mundo militar é a de proteger a sociedade, e não de garantir direitos iguais- o que prejudicaria a efetividade das forças armadas, não só porque as mulheres não têm as qualidades físicas necessárias (como rapidez, força e resistência), mas porque estas prejudicariam o sentimento de coesão social existente (Segal, 1982; Carreiras, 2006, p. 92), têm sido repetidos incessantemente (Carreiras, 2006, p. 87). Entretanto, ainda que a inclusão das mulheres às forças armadas fosse bemsucedida, diversas críticas podem ser feitas sobre os efeitos positivos esperados deste processo. Olsson afirma que, apesar da tendência ser benéfica, há, ainda, uma grande ausência de pesquisas sobre os impactos da maior inclusão de mulheres nas OPs (2000, p. 10). A autora acredita que temos de ter cuidado com o que esperar das mulheres como indivíduos: Podemos, sim, esperar delas que sejam mais negociadoras, uma vez que foram socializadas em opções mais pacíficas que os homens (Idem, p. 12). Mas não se pode acreditar que todas as mulheres ajam de acordo com seus papéis femininos. Numerosos estudos já mostraram que a presença das mulheres não necessariamente altera a cultura militar dominante. Na verdade, a presença feminina pode reforçá-la, uma vez 41 Gender Balance. Disponível em Acesso em 01/10/ O pequeno número de mulheres explica-se especialmente pelo baixo número de mulheres nas forças armadas dos TCCs. 43 Caso da BINUB, MINURCAT, UNAMA, UNIOSIL e UNMIT (idem). 44 Resolução 745 do Conselho de Segurança, 28/02/1992.

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