A LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO NO RS: MELHORES PRÁTICAS E LIÇÕES APRENDIDAS
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- Felipe Alcaide Bonilha
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1 Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 16, 17 e 18 de abril de 2013 A LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO NO RS: MELHORES PRÁTICAS E LIÇÕES APRENDIDAS Juliana Botelho Foernges
2 2 Painel 20/073 O Governo Aberto no RS: um modelo de transparência e participação virtual A LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO NO RS: MELHORES PRÁTICAS E LIÇÕES APRENDIDAS Juliana Botelho Foernges RESUMO Uma Lei sancionada pela Presidenta Dilma Roussef, com forte apelo social e mudança drástica na relação entre os brasileiros e o Poder Público, mas com impacto gigantesco na forma do governo se organizar. Associado a isso, o curto prazo para sua entrada em vigor, faz com que a solução tecnológica tenha que ser projetada, desenvolvida e implantada em um prazo recorde. Como atender a este desafio? A forma encontrada pelo Governo do RS foi a estruturação em 4 eixos, quais sejam: Institucional, Normativo, Comunicação e Capacitação, aliado a um esforço de articulação com os órgãos componentes da estrutura governamental. Outra premissa importante foi a implementação do conceito de Governo Único : a percepção pelo cidadão do governo como uma entidade única e organizada. Os processos foram desenhados e, por conseqüência, a solução tecnológica implantou um único ponto de entrada de informação, sem a necessidade de conhecimento prévio, pelo demandante, da estrutura organizacional. O objetivo do artigo é compartilhar com outros governos as inovações implementadas e, principalmente a metodologia e a estratégia para implementação de forma que possa ser replicada, parcial ou totalmente, em outros Governos.
3 3 I INTRODUÇÃO Um dos principais fundamentos da transparência e condição para o controle social é o direito à informação pública Consta da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, em seu artigo 19: Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. Desde sempre, houve apelo de movimentos da sociedade civil para que a União Federal regulamentasse o direito previsto no artigo 5, inciso XXXIII, da Constituição Federal, pois esta ausência tornava-se empecilho ao eficaz exercício do acesso à informação pelo cidadão, como se diz no jargão popular tal direito ao longo desses anos foi letra morta porque não existia instrumento capaz de garanti-lo. Em 13 de maio de 2009, o Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei de acesso à informação, com vistas à instrumentalização do direito do cidadão obter informação do seu interesse do poder público. Foi sancionada, pela Presidenta Dilma Roussef, a Lei Federal n , de novembro de 2011, que regula o acesso à informação, entrando em vigor em 16 maio de 2012, representando um marco na consolidação da nossa jovem democracia. Estão sujeitos a esta lei todos os poderes, esferas de governos e entidades sem fins lucrativos que recebam recurso público. A lei federal autorizou aos estados, distrito federal e municípios editarem normas especificas no âmbito de sua competência, mantida as normas de caráter geral definidas na lei. O objetivo deste artigo é compartilhar metodologia utilizada pelo Estado do Rio Grande do Sul para implementação da lei de acesso à informação. O artigo está dividido em três seções, sendo que a primeira contextualizará a conjuntura para aplicação desta lei. A seção seguinte desenvolverá a estratégia usada pelo Estado do Rio Grande do Sul. Na última seção, serão apresentados os resultados já conquistados.
4 4 II CENÁRIO PARA IMPLANTAÇÃO DA LEI NO RS As características da própria lei, seu ineditismo, sua abrangência e sua complexidade, criam um ambiente no qual se desenvolveram os desafios para aplicação da lei. A importância da lei de acesso à informação se dá na exata medida que sua própria aplicação impõe uma profunda transformação cultural na Administração Pública Brasileira, bem como uma confrontação com as relações de poder e autoridade burocrática consolidadas no Estado. Outro fator que impacta no desenvolvimento deste tal projeto é o prazo de sua implantação. No caso brasileiro, a lei estipulou apenas 180 dias para que ela entrasse em vigor, isso foi considerado um ponto crítico, visto que em outros países este prazo foi maior, a titulo de exemplificação, na Inglaterra foram 5 anos e no Chile, 2 anos. Existiam, também, preliminares a serem enfrentadas, pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, como estruturas organizacionais com diferentes portes e competências, pois era necessário padronizar a aplicação da lei no executivo estadual. A existência de mais de 80 órgãos estaduais com um número de 160 mil servidores públicos em atividades foi ponto decisivo a ser equacionado para internalizar e comunicar o conteúdo da lei. Como dimensionar a infraestrutura tecnológica necessária a sustentar volume de demanda, se não era possível mensurara-la a época, isso também foi considerado ponto de atenção pelos responsáveis pelo projeto. Por fim, todos estes aspectos abordados acima, somando-se ao alto investimento para aplicação desta lei, foram observados e contribuíram com a elaboração de um plano de ação estadual de curto, médio e longo prazo de forma a organizar, gradativamente, o desenvolvimento do sistema estadual de informação RS.
5 5 III ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO DA LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO NO RS Foi instituído, no Poder Executivo, por meio do Decreto Estadual nº , de 12 de março de 2012, o Grupo de Trabalho com o objetivo de diagnosticar, estudar, sistematizar e propor alternativas para a implementação da lei de acesso à informação da Administração Pública Estadual. Para potencializar a atuação desse Grupo de Trabalho, foi desenvolvida uma estratégia estruturada em quatro eixos de atuação: I- Institucional, II- Normativo, III- Capacitação e IV- Comunicação, buscando o redesenho de processos e estruturas governamentais de forma a regulamentar, organizar, definir e padronizar atores, novas funções e matriz de responsabilidades frente às exigências da lei de acesso à informação. Considerando os eixos acima definidos, foi mapeado e elaborado o diagnóstico estabelecendo as necessidades para modificar, readequar, modernizar, desenvolver e criar, para atender as exigências mínimas da lei. Porém sempre tendo como premissa principiológica ir além das exigências legais na concretização e, portanto, garantia do direito à informação. O direito à informação deve ser compreendido sempre nas suas duas dimensões: o de ser informado e o de buscar a informação, e para isso compete ao Estado garantir ao cidadão tal direito. Esta definição conduziu o processo de implantação da Lei de Acesso à Informação no Poder Executivo Gaúcho. Neste sentido, utilizamos a significação do direito à informação dada pelo Marco Cepik que diz Por direito à informação entende-se aqui um leque relativamente amplo de princípios legais que visam a assegurar que qualquer pessoa ou organização tenha acesso a dados sobre si mesma que tenham sido coletados e estejam armazenados em arquivos e bancos de dados governamentais e privados, bem como acesso a quaisquer informações sobre o próprio governo, a administração pública e o país, ressalvados o direito à privacidade, o sigilo comercial e os segredos governamentais previstos em lei.
6 6 EIXO INSTITUCIONAL O eixo institucional teve por objetivo central estabelecer a estrutura de governança da lei de acesso à informação e foi definido a Casa Civil, através de sua Subchefia de Ética, Controle Público e Transparência, o exercício da função de órgão central do sistema estadual de acesso à informação. Tem-se a necessidade de um arranjo institucional que operacionalize o direito à informação, nesse sentido diz Marco Sépia: Além disso, na medida em que o exercício do direito à informação necessita de uma base institucional clara para concretizá-lo, de serviços organizados na interface entre o estado e a sociedade civil, isto o aproxima de um direito social, com todos os desafios decorrentes: É verdade que os direitos civis e políticos também requerem instituições estatais e actividades para a sua realização. As combinações, as instituições e os processos legais e representativos são construídos pelo estado e tornam-se aspectos dele. Essas instituições tanto fornecem as bases dos direitos políticos e civis como lhes põem limites. Mas uma vez estabelecidas, estas instituições constituem mais ou menos só por si as bases materiais dos direitos as que estão associadas; e embora não sejam isentas de custos, a sua base fiscal nunca figurou em quaisquer cálculos da sua exeqüibilidade. Porém não é este o caso com os direitos sociais (BARBALET, 1989, 112). Foram desenvolvidas ações que visassem à institucionalização do acesso à informação de maneira que tornasse tal direito perene na Administração Pública Estadual. Para isso, foi necessário interferir em processos, estruturas, funções e sistemas já existentes de modo a possibilitar o exercício deste direito por meio das estruturas e das ferramentas colocadas à disposição dos cidadãos. Para atender isso, foi trabalhado sob duas dimensões a da transparência ativa 1, que é aquele conjunto de informações disponibilizado de forma espontânea pelo Estado, e a da transparência passiva, que permite o cidadão requerer informações ao Estado. 1 Exemplificando, portais de transparência, sítios eletrônicos de governo e outros meios de comunicar as ações e programas de governo.
7 7 Em relação à primeira, o Estado do Rio Grande do Sul, por não ter um padrão estabelecido nas páginas eletrônicas das Secretarias, Fundações Autarquias e Empresas públicas, concentrou um conjunto de informações no portal: direcionando para o órgão detentor da informação quando já disponível na internet. Com isso, atendeu o disposto no artigo art. 8, 1º, da Lei nº /2011, que estabeleceu o rol mínimo de divulgação espontânea das seguintes informações sobre registro das competências e estrutura organizacional, repasses ou transferências de recursos financeiros, registros das despesas, procedimentos licitatórios e contratos celebrados, programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades, e respostas a perguntas mais freqüentes da sociedade. Já em relação à segunda modalidade, foi criado o Serviço de Informação ao Cidadão - SIC, que possibilita ao cidadão requerer, ao Estado, informação por meio de atendimento presencial ou eletrônico. O seu funcionamento foi padronizado no executivo estadual, ou seja, todos os órgãos utilizam o mesmo processo organizacional. Foram definidos os frameworks com a delimitação de papel de cada um dos atores responsáveis pelo funcionamento do serviço de informação ao cidadão. Para possibilitar tal padronização, foi desenvolvida uma solução completa de tecnologia da informação e comunicação que resultou no sistema eletrônico LAI para automatizar o BackOffice e implementar o fluxo eletrônico, workflow, tramitação interna ao governo. Todos os sítios de governo dispõe de um link que remete o cidadão a este portal web de acesso à informação, permitindo que por meio de um canal único e centralizado o cidadão possa requerer quaisquer informações sobre a administração pública. Foi constituída uma rede de gestores para operacionalizar o serviço de informação no âmbito do Estado do rio Grande dos Sul composta por gestores centrais e gestores locais 2. Esta rede é composta por mais de 180 servidores estaduais de todos os órgãos estaduais. 2 Decreto Estadual nº /12 Art. 4º Para os efeitos deste Decreto considera-se: (...)
8 8 GRÁFICO DE FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE INFORMAÇÃO AO CIDADÃO DO RIO GRANDE DO SUL: Há a possibilidade que cidadão não se conforme com a resposta fornecida pela administração pública ou solicite uma revisão para classificação de informação. Assim, considerando o arranjo institucional desenhado foi constituída a instancia recursal a partir do atores envolvidos na tramitação do pedido de X- Gestor Local do Serviço de Informação ao Cidadão SIC-; servidor designado pela autoridade máxima de cada órgão ou entidade para operacionalizar o procedimento do Serviço de Informação ao Cidadão- SIC, no âmbito de sua competência; XI- Gestor Central: servidor, vinculado á Casa Civil, por meio da Subchefia de Ética, Controle Público e Transparência, designado para operar o Serviço de Informação ao Cidadão SIC, que possui atribuição de avaliar preliminarmente a solicitação do requerente no tocante á matéria, conforme disposto no inciso IV do art. 10 deste Decreto, e encaminhar a demanda via sistema eletrônico ao órgão ou entidade responsável pela informação.
9 9 informação e desenvolvido o fluxo recursal. Portanto, a fase recursal divide-se em duas etapas: a primeira permite o cidadão solicitar o reexame necessário diretamente à autoridade superior responsável pela resposta ao cidadão; a segunda prevê o recurso dirigido à Comissão Mista de Reavaliação de Informação- CMRI. Esta comissão mista é colegiada composta pelas seguintes secretarias: Casa Civil, Procuradoria-Geral do Estado, Secretaria da Comunicação e Inclusão Digital, Secretaria do Planejamento, Gestão e Participação Cidadão, Secretaria de Administração e Recursos Humanos, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Segurança Pública e Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Neste eixo, também buscou desde a entrada em vigor da lei utilizar dados abertos para divulgação de informações disponíveis nos sítios de governo. Portanto, foi disponibilizado um catálogo com informações em dados abertos referente aos gastos públicos, diárias, segurança pública e execução do plano plurianual. EIXO NORMATIVO Para aplicação da lei de acesso à informação no âmbito do Poder Executivo foi necessário regulamentá-la, e este encargo coube aos integrantes do eixo normativo. Este trabalho resultou na publicação do Decreto Estadual nº , de 16 de maio de 2012, que regulamenta, no âmbito da Administração Pública Estadual, a Lei Federal nº e cria a Comissão Mista de Reavaliação de Informações da Administração Pública Estadual CMRI. Com base na arquitetura institucional definida, desenvolveu-se a conceituação jurídica indispensável para concretizar o direito à informação na sua dupla dimensão no âmbito da administração estadual. Para garantir o direito à informação também foi regulamentado o prazo de 20 dias, podendo ser prorrogado por mais 10 dias mediante justificativa, em que o Estado deverá cumprir para responder ao cidadão, no caso do Rio Grande do sul foi estipulado que a contagem deste prazo inicia a partir do primeiro dia útil subseqüente ao ingresso do pedido, ou seja, utiliza-se por analogia a contagem prevista no código de processo civil.
10 10 Outra questão jurídica que foi enfrentada se relaciona as hipóteses de negativas de informação, que podem resultar da informação ser caracterizada como pessoal ou que tenha sido classificada como sigilosa nas seguintes modalidades: I- ultrasecreta, II- secreta e III secreta, possuindo cada um delas um prazo previsto em lei de segredo. Como se trata de um direito em evolução e que necessita da contribuição da tecnologia da informação, além do cotejamento com os interesses e direito da sociedade, a regulamentação, provavelmente, sofrerá revisões ao longo dos anos. Nesse sentido, foi recomendada, pelo grupo de trabalho, a sua revisão de forma periódica para diminuir ou minimizar a defasagem existente entre o direito em relação à evolução tecnológica. EIXO CAPACITAÇÃO Foi identificada a necessidade de um processo de aculturação dos gestores, servidores, agentes sociais em relação aos temas de transparência, acesso à informação, cidadania e controle social. Por essa razão, foi elaborado pela Rede Escola de Governo, Programa de Formação continuada de Servidores do Estado do Rio Grande do Sul, com o objetivo de formar e capacitar os agentes públicos de órgãos da administração direta e indireta para atendimento das novas obrigações e diretrizes trazidas na Lei n.º /11. Por fim, é de se destacar que a formação e a capacitação de agentes públicos, bem como da sociedade civil, no que tange às temáticas da transparência e do controle social dar-se-á de maneira continuada e constante, tendo em vista a complexidade do tema. EIXO COMUNICAÇÃO Este eixo envidou esforços nas ações relativas à comunicação e à disseminação do conhecimento dos temas de transparência e controle social, bem como divulgação e publicidade das ações governamentais, estimulando o uso de novas tecnologias de comunicação, fomentando a inovação, fortalecendo a governança e aumentando a transparência e o controle social.
11 11 Nesta seara, foram desenvolvidas duas maneiras para comunicar, informar e divulgar o conteúdo da lei, uma delas a interna, a que se dirige à própria administração estadual, e a segunda delas a externa, a que pretende divulgar a lei de acesso à informação para sociedade, sendo priorizada neste primeiro momento a comunicação interna, tendo em vista que há uma necessidade de internalização da cultura da transparência nos órgãos estaduais. A comunicação interna atingiu os servidores do Poder Executivo Estadual, procurando demonstrar, de maneira clara e concisa, a necessidade de mudança na cultura de sigilo de informações públicas, a partir da vigência da Lei de Acesso à Informação e posterior regulamentação no âmbito Estadual. A partir de então foram desenvolvidos um plano de comunicação interna, enfatizando a importância do servidor público para implementação da LAI, utilizando a seguinte frase para estes servidores nos materiais impressos: Sua participação é fundamental para a construção da transparência e da democratização do acesso à Informação. Contamos com você. Em relação à comunicação externa, foram criados atores (personagens gráficos) para dialogar com o cidadão, tornando o site e o material ilustrativo de fácil compreensão por parte da sociedade. A comunicação externa tem como objetivo principal a divulgação para a sociedade da disponibilização, pela Administração Pública Estadual, por intermédio do site, da nova ferramenta para acesso às informações públicas, fomentando desta forma o controle social. Em decorrência disso, a equipe da LAI tem participado dos atos de interiorização como forma de apresentar a lei de acesso à informação para os cidadãos e gestores municipais. Os objetivos deste eixo foram atingidos, tendo em vista a confecção, disponibilização e distribuição de diferentes materiais gráficos, bem como pela ampla divulgação pela imprensa local, sendo importante referir que continuamente são noticiadas novas ferramentas e inovações implementadas no sistema. Por fim, com esta metodologia utilizada para implantação da lei de acesso à informação foi possível constituir uma rede de colaboração entre os órgãos estaduais, todos com o mesmo objetivo, que era implantar, no Poder Executivo Estadual, a lei de acesso à informação, e tendo a responsabilidade pela coordenação e articulação deste trabalho a Subchefia de Ética, Controle Público e Transparência da Casa Civil.
12 12 RESULTADOS OBTIDOS 1.1 Lançamento do Portal de Acesso à Informação e do Serviço de Informação ao Cidadão No dia 16 de maio de 2012, foi lançado o site da Lei de Acesso à Informação no Estado do Rio Grande do Sul bem como o Serviço de informação ao Cidadão SIC. 1.2 Sistema Eletrônico LAI Foi desenvolvido pela Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul o sistema eletrônico LAI, que dá suporte ao serviço de informação ao cidadão seja na modalidade eletrônica, seja na presencial. Por meio do sistema, além de fazer o pedido, será possível acompanhar o prazo pelo número de protocolo gerado e receber a resposta da solicitação por ; entrar com recursos. 1.3 Criação da Rede de Gestores de Informação Constituição de uma de rede de gestores centrais e de gestores locais, que conta com aproximadamente 155 servidores, para operacionalizar o procedimento do serviço de informação ao cidadão em todos os órgãos estaduais. 1.4 Catálogo de Dados Abertos Foi criado um espaço especifico no site de acesso à informação que contém um conjunto de informações em formato aberto, permitindo que a sociedade possa realizar cruzamento, novas interpretações e aplicações a partir destes dados. Ressaltando que inclusive os salários dos servidores estão neste formato. Também foi constituído um Comitê Gaúcho de Dados Abertos que é integrado pelo Poder Público, Sociedade Civil e Universidades, com a finalidade de dialogar sobre conceitos, aplicações, segurança do uso de dados abertos. Este espaço coletivo de discussão tem por objetivo disseminar o uso de dados abertos. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul foi primeiro estado a aderir a infraestrutura nacional de dados abertos- INDA do Governo Federal.
13 Visão única do Governo pelo Cidadão O Cidadão para acessar o sistema estadual de informação há um único canal de entrada seja presencial ou virtual, facilitando e ampliando a relação entre o cidadão e o governo. 1.6 Eficiência no Retorno ao Cidadão Foram totalizadas 832 demandas ingressadas no período de 16 de maio de 2012 a 19 de março de 2013 e já foram respondidas 791 demandas. As respostas têm atendido as necessidades dos requerentes, pois os resultados são positivos, pois há um pequeno número de recurso. O prazo médio de retorno ao cidadão é de 13,8 dias. 1.7 Ferramentas de Controle Social Foi desenvolvida uma ferramenta que permite a transparência do serviço de informação ao cidadão, indicando a quantidade de demandas e qual a temática mais demandada pelos cidadãos. Por meio de um instrumento do sistema LAI, possibilita o cidadão acompanhar o seu pedido de informação pelo site. 1.8 Programa de Formação Continuada Foi elaborado um Programa de formação continuada, em pareceria com a Rede Escola de Governo, que é coordenada pela Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos do Estado do Rio Grande do Sul, com o objetivo de capacitar os servidores de órgãos da administração direta e indireta para atendimento das novas obrigações e diretrizes trazidas na Lei nº /11. Já foram capacitados 743 servidores públicos estaduais no módulo referente à lei de acesso à informação e 989 agentes sociais no módulo de transparência e controle social. 1.9 Visualização ao Site No período de 16 maio de 2012 até 19 de março de 2012, o portal: foi visualizado , conforme pesquisa extraída do Google Analytics.
14 Premiações e Eventos A implantação da Lei de Acesso à Informação trouxe inúmeros reconhecimentos ao Estado, que seguem: Foi reconhecida como um dos finalistas do prêmio Conip Congresso de Informática e Inovação na Gestão Pública. Foi o vencedor do prêmio Secop 2012 na 40ª Edição do Seminário Nacional de TIC para a Gestão Pública com o Projeto A implementação da Lei de Acesso à Informação no RS: a visão integrada entre processos e sistemas. O projeto Implementação da Lei de Acesso a informação no RS, foi contemplado com o Prêmio TI & Governo, e será publicado no Anuário TI & Governo 2012 Durante o Fórum Internacional de Software Livre, realizado na PUCRS nos dias 25 a 28 de julho deste ano, foi realizada uma Maratona que incentivou o desenvolvimento de aplicativos, a partir dos dados abertos disponíveis no catálogo do portal Acesso à Informação RS. Foram premiados os três melhores aplicativos, que estão disponíveis no portal, a equipe vencedora foi Retrato da Violência, o segundo lugar ficou com a equipe Gastos RS e o terceiro lugar com a equipe Compras Públicas RS. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a partir do trabalho realizado pelo GT, disponibilizou, em tempo exíguo, informações públicas ao cidadão por meio do Portal de Acesso à Informação RS e criou um sistema simples e ágil para atender às solicitações de informação da sociedade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: COMPROMISSO COM ACESSO À INFORMAÇÃO A partir das ações relatadas para a implementação da lei de acesso à informação no poder executivo estadual é possível identificar os avanços que tivemos, especialmente, no tocante à transparência passiva, na consolidação de canal único para o recebimento do pedido de informação, na constituição de uma rede composta por servidores estaduais, que tem a missão de cuidar, nos seus
15 15 órgãos, do pedido de informação do cidadão e criação de um sistema eletrônico LAI, que permite que todo o fluxo do serviço de informação tramite por ele, desde entrada, tramitação, resposta e, quando for o caso, o recurso. Mesmo com este conjunto de resultados conquistados, não é possível considerar finalizado o trabalho de implantação da lei de acesso à informação neste primeiro ano de sua vigência. Uma das diretrizes que será aprimorada para este segundo período é qualificar a informação, ainda no Estado do Rio Grande do Sul têm informações que não são sistematizadas, acarretando em determinadas situações a necessidade de trabalho manual para fornecer a informação. Conclui-se que com a consolidação do sistema estadual de informação, será possível disponibilizar a informação de forma acessível a todo cidadão, permitir o controle social e, desta forma, contribuir para o sucesso das ações de prevenção da corrupção no Estado. Por fim, o trabalho de implantação da lei de acesso à informação foi e será conduzido pela premissa de que é obrigação do Estado de tornar pública as informações derivadas de sua atuação, gerando um ambiente de confiança, segurança, colaboração e franqueza entre o governo e a sociedade. REFERÊNCIAS Article 19. Acesso à Informação: Um guia para ONGs, lideranças comunitárias r movimentos sociais. s/data. BOBBIO, Norberto. O futuro da Democracia. São Paulo: Paz e Terra, BOBBIO, Norbeto, MATTEUCCI, Nicola, PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. Brasília: Editora UNB, BONAVIDES, Paulo. Teoria Constitucional da Democracia Participativa: por um direito constitucional de luta e resistência por uma nova hermenêutica por uma repolitzação da legitimidade. São Paulo: Editora Malheiros, CEPIK, Marco. Direito à Informação: Situação Lega e Desafios,
16 16 Fórum de Direito de Acesso à Informações Públicas. Direito de Acesso.s/d. MEDENHA, Gisele de Melo. O direito de acesso à informação como fundamento da transparência. Revista da CGU/Presidência da República, Controladoria-Geral da União, Brasilia, CGU, ano IV, n 6, 59-70,setembro/2009. Simão, João Batista; Rodrigues, Georgete Medleg. Acessibilidade às informações públicas: uma avaliação do portal de serviços e informações do governo federal. Ciência da Informação, Rio de Janeiro, v. 34, n. 2, p , maio/ago AUTORIA Juliana Botelho Foernges Subchefe de Ética, Controle Público e Transparência da Casa Civil/RS. Endereço eletrônico: juliana-foernges@casacivil.rs.gov.br
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