34º ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS ST14: IDEOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO, SUJEITOS SOCIAIS E CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS

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1 34º ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS ST14: IDEOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO, SUJEITOS SOCIAIS E CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS TITULO DO TRABALHO: Expansão da soja na Amazônia: os conflitos sociais após a chegada da soja na região do Baixo Amazonas no Pará AUTORA: SOLANGE Mª GAYOSO DA COSTA Outubro/2010 Belém - Pará

2 Expansão da soja na Amazônia: os conflitos sociais após a chegada da soja na região do Baixo Amazonas no Pará Solange Mª Gayoso da Costa 1 Resumo Na Região do Baixo Amazonas, no Estado do Pará, tem se observado, com relativa freqüência, a derrubada ou queimada de florestas para a expansão de plantios de soja. A expansão da soja, na região, estruturou-se a partir de um padrão de apropriação e organização territorial em que se destacam: demandas para consolidação da infraestrutura do sistema de produção; aquisição de extensas áreas de terras, reproduzindo o sistema de latifúndios; renovação do movimento migratório; intensidade da transformação de paisagens e o impacto nos ecossistemas naturais, comprometendo a sobrevivência de povos e comunidades tradicionais; sucessão a outras atividades, como a extração de madeira e a pecuária, observadas situações em que sucede diretamente à primeira. Desde a chegada dos primeiros sojicultores, no final da década de noventa, tem ocorrido diversos conflitos entre sojicultores, grileiros, madeireiros e agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais, tendo, tais disputas pela terra, se intensificado a partir dos anos de 2002/2003, conduzindo em muitos casos a processos de desterritorialização dessas populações. 1 Profª da Universidade Federal do Pará - UFPA. Mestre em sociologia pela UFPA. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido PDTU/NAEA/UFPA.

3 1. INTRODUÇÃO Atualmente, dezessete estados brasileiros e o Distrito Federal mantém produção de soja, sendo: na região norte, Roraima, Amazonas, Pará e Tocantins; na região nordeste, Maranhão, Piauí, Ceara e Bahia; na região sudeste, Minas Gerais e São Paulo; na região centro oeste, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás; na região sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O desenvolvimento da produção nessas unidades da Federação resultou num expressivo aumento da área cultivada, a partir da safra 1997/98, passando de 13,1 milhões de hectares, para 23,36 milhões de hectares na safra 2009/2010. Apesar da alta volatilidade das cotações do grão no mercado mundial e o aumento no custo da produção, segundo os dados da CONAB (2008/2010) não houve queda na área plantada no país. A produção, na safra de 2008/2009, ficou em 57,1 milhões de toneladas, plantadas em uma área de 21,7 milhões de hectares; já para a safra de 2009/2010, a projeção é de 68,71 milhões de toneladas 2, cultivadas em 23,36 milhões de hectares. Nas três últimas décadas tem-se se observado na Amazônia a expansão da agricultura mecanizada, representada pela soja. Essa expansão expressa um processo de longa duração que se iniciou na região Sul do Brasil e posteriormente irradiou-se para outros estados brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso. A partir do Estado do Mato Grosso, a soja é introduzida na Amazônia 3. Um dos fatores mais importantes que contribuiu para a rápida expansão das lavouras de soja nos estados amazônicos foi o grande estoque de terras, com características favoráveis à implantação das lavouras comerciais, a preços reduzidos. O mercado de terra nas áreas de fronteira sofre grande influência da ação dos agentes locais, que atuam no sentido de reduzir a mobilização de capital na aquisição de novas áreas. Em uma análise preliminar, observa-se que a elevação dos custos de produção, pelo aumento dos preços de insumos, máquinas e transporte, é compensada pelo baixo custo de aquisição de terras em regiões de abertura recente, encontradas a preços bastante 2 Segundo os dados do IBGE (2009) estima-se uma produção de toneladas para 2010, o plantio deverá ocupar uma área de ha, apresentando um acréscimo de 4,5%. 3 Amazônia legal compreende os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

4 inferiores àqueles praticados em regiões consolidadas. Daí a intensa mobilização dos setores ligados a produção da soja pelo asfaltamento da BR 163 (Cuiabá Santarém), o que facilitará a incorporação de novas terras, barateará os custos com transporte e gerará um incremento nas atividades portuárias de Santarém, particularmente do porto da Cargill, que está instalado na região desde Nessa dinâmica de apropriação de novas terras, observa-se a recorrência aos mecanismos ilícitos, como a grilagem de terra, facilitada por uma rede de agentes com influência em cartórios e órgãos públicos que, apoiada em atos normativos/jurídicos, buscam revestir de regularidade a aquisição ilegal de terras, configurando uma teia de mecanismos de transferência ao domínio privado de grandes extensões territoriais de terras públicas. Atualmente, tais mecanismos, integram um conjunto de iniciativas na estratégia de incorporação de novas terras pelo agronegócio, as chamadas agroestratégias 4, que reforçadas pelas ações governamentais, sob a bandeira do desenvolvimento sustentável, transformaram-se num poderoso instrumento para a expansão da agricultura de grãos a soja, na região do Baixo Amazonas. Recorrente, também, é o uso de violência contra agricultores familiares 5, indígenas, povos e comunidades tradicionais, que, não raras vezes, tem sido expropriados de seus territórios e com isso minados em suas condições de sobrevivência. 2. A expansão da soja nos estados amazônicos O modelo de produção da agricultura empresarial mecanizada de soja, largamente utilizado na área de cerrado, com destaque para o estado do Mato Grosso, vem, pelo menos nas duas últimas décadas, sendo introduzido nos outros estados da Amazônia e anunciado como uma nova possibilidade de desenvolvimento para a região. 4 As agroestratégias compreendem um conjunto de heterogêneo de discursos e alocuções, de mecanismos jurídicos formais e de ações ditas empreendedoras (...). Compreendem um conjunto de iniciativas para remover os obstáculos jurídicos formais à expansão do cultivo de grãos e para incorporar novas extensões de terras aos interesses industriais, numa quadra de elevação geral do preço das commodites agrícolas e metálicas. (ALMEIDA, 2009, p ) 5 A agricultura familiar são unidades de pequena produção que utilizam a mão de obra familiar e que em sua maioria produzem culturas como a mandioca, hortaliças, frutas, feijão, milho, arroz, legumes, verduras. Em 2005 a Associação de Produtores Rurais de Santarém APRUSAN tinha em seus registros produtores/agricultores familiares que comercializavam a sua produção na Feira do Produtor Rural. Toda a produção comercializada na feira vinha de 87 comunidades rurais da região santarena. (SÁ, GAYOSO & TAVARES, 2006).

5 A expansão dessa atividade da região do cerrado para a floresta Amazônica, desencadeou-se a partir da relação entre a concentração fundiária, ocorrida na região sul do Brasil e as ações desenvolvidas pelos Governos Federais (no âmbito dos programas Marcha para o Oeste, de Getulio Vargas e do Plano de Valorização da Amazônia, dos Governos Militares), com objetivo de tornar disponíveis terras para reocupação da Amazônia. Para isso, fomentou-se a implantação de grandes empresas agropecuárias e de projetos de colonização. A A expansão dessa fronteira agrícola atraiu famílias de colonos que se encontravam em dificuldades para manter e ampliar suas atividades agrícolas na região sul que migraram para o Mato Grosso, na perspectiva de melhoria de suas condições econômicas. No Mato Grosso, como apontado por Castrilon Fernandez (2007), além dos programas federais de incentivo à reocupação das terras, os governos do estado, ao longo das décadas de 1970 e 1980, criaram um conjunto de instrumentos para legalizar a prática de arrecadação irregular de terras públicas e a sua transferência ao domínio privado. Entre eles estão: a Legitimação de Posses; a Regularização sem Concorrência; a Regularização com Concorrência e com Direito de Preferência (aplicava-se a regularização de áreas superiores àquelas delimitadas por lei); a Ultimação de Processos Precedentes (permitindo a regularização das concessões, sem o título provisório, apenas com a publicação do despacho de concessão); a Retificação de Limites e Permuta. Um grande número de empresas, pecuaristas e outros agentes recorreram a esses instrumentos para aquisição da propriedade das terras e dessa maneira terem acesso aos programas de crédito rural subsidiado. Os mesmo procedimentos foram aplicados em toda a Amazônia. O Mato Grosso é um dos estados de maior concentração da produção de soja, chegando, na safra de 2009/2010, com uma produção de ,1 toneladas (CONAB, 2010). No estado do Amazonas o cultivo de grãos concentra-se em sua região sul, compreendido nas áreas de influência da BR-319 e BR-230 (Transamazônica), abrangendo os municípios de Humaitá, Manicoré, Canutama e Lábrea; áreas de fronteira agropecuária, que se tornaram foco, nos últimos dez anos, de várias políticas estaduais e federais e de investimentos privados (LIMA, 2008). Segundo Bickel (2004), a prefeitura de Humaitá fez a estimativa que as terras disponíveis para o cultivo de cereais, na região do sudoeste do Amazonas, alcançariam um milhão de hectares. Em Roraima, 1,5 milhões de hectares de lavrado (savana tipo cerrado) são considerados aptos à mecanização e produção da soja, sobretudo em nove de seus

6 municípios: Boa Vista, Bonfim, Cantá, Normandia, Amjarí, Alto Alegre, Mucajaí, Pacaraima e Caracri. A isso se somam ainda mais hectares para o cultivo irrigado de arroz. (BICKEL, 2004). No estado do Acre já existem pequenos experimentos, implementados pela EMBRAPA, que tem a expectativa de criar alternativas para o uso de pastagens degradadas e passíveis de mecanização (EMBRAPA, disponível em No estado de Rondônia, a chapada dos Parecis é uma das regiões com uma dinâmica bastante intensa, tendo apresentado um aumento de cerca de oito vezes em áreas usadas para o cultivo da soja na década de noventa, passando de para ha. Fato semelhante acontece no estado do Tocantins, em que a área plantada passou de para ha. As áreas de expansão estão instaladas ao norte do estado na região do Bico do Papagaio (Projeto Sampaio Araguatins), ao leste em Campos Lindos (Projeto Prodecer), na região mais central em Pedro Afonso, Itacajá e Aparecida do Rio Negro, e sudoeste na região de Formoso do Araguaia, Duerê e Cristalândia. Os conflitos pela terra, após a chegada da soja, são bastante intensos no Tocantins, principalmente com povos indígenas e comunidades tradicionais, como as quebradeiras de coco babaçu. (BICKEL, 2004). Dentre os estados da região norte, o Pará tem apresentado um considerável crescimento na produção do grão 6. A produção está concentrada principalmente em três regiões: a região que engloba os municípios de Santarém e Belterra, no Baixo Amazonas, representando 38,81% da produção de soja do Estado, a região dos municípios de 6 A introdução da monocultura da soja no Pará ocorreu na primeira metade da década de noventa, como um dos projetos específicos do Plano Operacional de Política Agrícola Pará Rural. O governo, nesse plano, adotou a concepção de Pólos de Desenvolvimento, três deles envolvendo a produção de grãos, mas especificamente a soja: o Pólo Agroindustrial da Soja do sudeste paraense; o Pólo Agroindustrial e Agroflorestal do Oeste paraense; o Pólo Agroindustrial do Nordeste Paraense, com um programa de agroindústria de soja. Foram estruturados três áreas de produção pelo incentivo do governo estadual: inicialmente nas áreas de cerrado localizadas ao sul do estado especificamente no município de Redenção, e posteriormente nas regiões de Santarém e na Belém-Brasília no município de Paragominas. Em atendimento a essa demanda a EMBRAPA passou a fazer experimentos visando a adaptação às condições ambientais locais de cultivares de grãos e os componentes tecnológicos já desenvolvidos. Os resultados das pesquisas feitas pela EMBRAPA indicaram a possibilidade de produzir até 68 sacos de sojas por hectare. Em Santarém a experiência empresarial tem sido testada no plantio de 500, 800 e 1200 hectares de grãos (arroz, milho e soja) nas safras de 1996/97, 1997/98, 1998/99, respectivamente. (...) os resultados da pesquisa atestam produtividades de soja de 3,4t/ha, 3,7 t/ha de arroz e 1,3 t/ha de feijão. (EL-HUSNY, in EMBRAPA, 2000). A alta produtividade e a diminuição do ciclo produtivo na região de Santarém foram elementos bastante atrativos, que aliados aos incentivos governamentais, serviram de impulso para a expansão da soja na região.

7 Paragominas, Ulianópolis e Dom Eliseu, no nordeste do Estado, com 43,26% da produção e a região do município de Santana do Araguaia com 8,8% da produção. Com exceção de Santana do Araguaia que esta recebendo influência para a expansão da infra-estrutura de armazenagem do Mato Grosso e da possibilidade de asfaltamento da BR-158, as outras duas regiões estão intrinsecamente associadas com a existência de infraestrutura de transporte já instalada. No caso do Baixo-Amazonas, a existência do Porto de Cargill inaugurado em 2003 e a possibilidade de pavimentação da BR-163 criam condições apropriadas para a expansão da cultura nas áreas onde a mecanização é permitida pela topografia. Em relação à região de Paragominas e municípios adjacentes, a proximidade da ferrovia Carajás-Itaqui e a localização estratégica às margens da Belém-Brasília também favorecem a exportação do grão pelo porto de Itaqui, no Maranhão. (GAMA, et all, 2204) A expansão da soja, no Pará, coincide, assim como no Tocantins, com a intensificação dos conflitos de terra na região do Baixo Amazonas (em áreas próximas a Santarém), entre sojicultores, corretores e outros agentes como os pequenos agricultores familiares e povos e comunidades tradicionais. Na Amazônia, a soja que originalmente teve sua motivação de implantação direcionada para o reaproveitamento das áreas degradadas, terminou por estimular um ciclo de atividades produtivas que se inicia por um processo de apropriação ilegal de áreas para extração madeireira, cedendo lugar, após a exaustão das florestas, à ocupação por pastos para a pecuária de corte, passando pelo plantio de milho e arroz, para finalmente instalar-se. No Pará, embora, inicialmente a soja tenha sido plantada em áreas degradadas, com no nordeste paraense, na região do Baixo Amazonas, esse ciclo tem se alterado, observados casos em que os plantios também são processados em cima de áreas de florestas que são derrubadas ou queimadas. Aliás, nessa região, a soja atingiu, também, áreas ocupadas tradicionalmente por agricultores familiares, onde ocorreram tanto aquisições como expulsões das terras, num processo de substituição das culturas originárias, tais como: milho, feijão, macaxeira, frutas e hortaliças, com graves consequências para as comunidades locais. Como decorrência desse processo, instalaram-se conflitos entre sojicultores, grileiros, madeireiros e agricultores familiares, indígenas, povos e comunidades

8 tradicionais, iniciados desde o final da década de noventa, intensificando-se a partir dos anos de 2002/2003, quando cresce o movimento migratório vinculado ao cultivo da soja. 2.1 O avanço da Soja No Baixo Amazonas 7 A expansão da soja na região do Baixo Amazonas ocorreu a partir de investimentos privados estimulados pela ação interventiva e programática da esfera estatal. O Governo do Pará, em 1996, antecipando um possível asfaltamento da BR 163, contratou a Firma Agrária Engenharia Consultoria S.A para estudar a viabilidade da agricultura empresarial no pólo Santarém. Seguindo as recomendações dessa consultoria foi implantado um projeto piloto de cultivo de soja na área do cerealista e pecuarista Francisco Quincó, na PA 370/Santarém-Curuá Una (CPT, 2004, PUTY, 2007). Após os primeiros resultados 8 e munidos com os estudos do zoneamento agroecológico, que demonstravam a viabilidade da produção na microrregião de Santarém, técnicos do governo e empresários de Santarém viajaram para o Mato Grosso a fim de divulgar o potencial agrícola da região, objetivando atrair os grandes produtores de grãos daquele estado. (PUTY, 2007). Completando essa estratégia governamental a partir do ano de 1999, com arrendamento de lotes às proximidades do porto, passou a operar a empresa multinacional Cargill Agrícola S.A, numa área de 4.545ha, exportando parte da produção de grãos do Estado do Mato Grosso, tendo como porta de entrada a rodovia Cuiabá/Santarém (MATOS, 2004). A estratégia de atração de novos produtores deu certo. Em 1997 começaram a chegar sojicultores na região. Os primeiros a chegar foram pequenos produtores de soja, que migraram do sul do país e do estado do Mato Grosso, em busca de terras mais baratas. Foram arrendadas terras do próprio Francisco Quincó, além de aquisições efetuadas de agricultores familiares. Naquele ano o preço da terra na PA-370 e no município de Belterra, locais em que foram instaladas as primeiras áreas de agricultura 7 O termo de referência do ZEE BR-163 define a mesorregião Baixo Amazonas que é composta pelas microrregiões de Óbidos (municípios de Faro, Juruti, Óbidos, Oriximiná e Terra Santa), Santarém (municípios de Alenquer, Belterra, Curuá, Monte Alegre, Placas, Prainha e Santarém) e Almerim, (municípios de Almerim e Porto de Móz). Para fins deste artigo usaremos dados sobre a microrregião de Santarém. 8 O relatório preliminar da Empresa Engenharia e Consultoria S.A. de julho de 1997, atestou que todas as variedades de soja plantadas tiveram um encurtamento do ciclo quando comparadas ao seu desenvolvimento no Estado do Maranhão, indica ainda é perfeitamente possível se produzir soja na região de Santarém, com níveis de produtividade e lucratividade iguais ou superiores às regiões tradicionais de cultivo no país (AGRARIA ENGENHARIA E CONSULTORIA S.A., 1997).

9 mecanizadas, era de R$ 200,00 e R$ 300,00 o hectare. As primeiras plantações foram de milho e arroz e somente após o período de dois anos foi iniciado o plantio da soja, em regime de rotação com aqueles grãos, além do sorgo e do milheto 9. A área de plantio da soja, na região do Baixo Amazonas, está situada nos municípios de Santarém e Belterra, Monte Alegre, Alenquer, Óbidos e Prainha. De acordo com as estimativas da Prefeitura de Santarém, em 2004 o município tinha entre 500 a 600 mil hectares de floresta antropizada, aptas para uso agrícola. (Puty, 2007). As instalações dos primeiros produtores de grãos tiveram apoio da esfera estatal, principalmente da Prefeitura de Santarém, bem como da Associação Comercial. Os custos dessas primeiras plantações foram cobertos pelos próprios produtores. Segundo dados do BASA (2006, in PUTY, 2007, p.243) o FNO só passou a financiar a produção de grãos no município a partir da safra de 1999/2000. Coincidentemente, ou melhor, estrategicamente, foi nesse período que teve início a construção do porto da empresa exportadora de grãos Cargill, o que atraiu o interesse de grandes produtores de grãos do Mato Grosso. O porto para escoamento de grãos, em Santarém, está localizado em ponto estratégico, pela facilidade do escoamento da produção para os Estados Unidos e por apresentar significativas reduções de distâncias para a Ásia e Europa (MATOS, 2004) o que resulta no barateamento dos custos da produção. A logística envolvida no transporte da soja até o porto da Cargill compreende o transporte por via rodoviária até Porto Velho e depois balsa, passando por Itacoatiara, no Amazonas, até Santarém. Com a construção do porto da Cargill, inaugurado em 2003, facilitando ainda mais o transporte da soja, tem-se o que se convencionou chamar de segunda onda de invasão da soja na região santarena, quando chegaram grandes produtores ocupando áreas de terras devolutas ao leste, na gleba Pacoval, e ao sul, no Projeto de Assentamento Mojuí I e II, do planalto santareno. Parte dessas áreas era de floresta primária e são 9 A introdução do milho e do arroz, como uma etapa anterior, permite a preparação total do solo para o cultivo mecanizado em terrenos que ainda não estejam totalmente limpos dos restos das florestas. Ambas essas culturas, apresentam um custo menor para a sua produção, assim como, requerem uma menor extensão de terra. Dessa forma, o milho e o arroz acabam financiando também o cultivo da soja, uma vez que essas culturas amansam o solo através do aplainamento exigido pelo tipo de mecanização associadas às reduzidas proporções da própria planta de soja, quando garantem a capitalização para o investimento em maior escala por parte dos médios produtores. (PUTY, 2007, p. 242)

10 demarcadas em lotes maiores que a média, acima de hectares. (CPT, 2004). Simultaneamente, inicia-se um intenso comércio ilegal de vendas de terras e de ações de violência contra pequenos agricultores familiares nas áreas de maior especulação. As estimativas da EMATER (2006 apud PUTY, 2007), indicaram que o preço da terra passara dos R$ 300,00/ha, para até R$ 3.000,00/ha, na área mais próxima de Mojuí dos Campos e Tabocal 10. O processo de especulação fundiária provocou o deslocamento de muitas famílias para a área urbana da cidade de Santarém, como também a fuga para áreas de terras devolutas ou para regiões mais afastadas do planalto, como o PA Cota Corda, tendo, posteriormente, essas áreas sido, também, atingidas pelos conflitos na disputa de terras. No mesmo período, final da década de noventa, a agricultura mecanizada começa a ser difundida em direção aos outros municípios da calha norte do Rio Amazonas, causando impacto semelhante aqueles identificados em Belterra e Santarém. O eixo inicial da expansão é a rodovia PA-254, que vai do município de Faro passando por Prainha e Almerim. Na localidade de Cacoal Grande, no município de Alenquer, em 1998 iniciou-se um projeto experimental de aproveitamento de áreas abandonadas por pequenos agricultores, objetivando viabilizar uma alternativa sustentável de fixação de agricultores à terra e como forma de evitar o êxodo rural. A partir de 2003, com a inauguração do porto da Cargill, que passa a financiar produtores da região, a expansão dá-se de forma mais acentuada. Em Monte Alegre a produção encontra-se nas áreas arenosas do município e na zona norte e em Serra Azul, onde se identificou o processo de grilagem de terra protagonizado por madeireiros que abriram áreas para pastos e, possivelmente no futuro para o cultivo de grãos (PUTY, 2007). Em Alenquer, tem-se, em 2003, a chegada de produtores do estado do Mato Grosso que compraram fazendas com amplas áreas de pastagem entre o Km 30 e 50 da PA-254, e introduziram o arroz, como forma de preparação do cultivo da soja. Esses 10 Identificou-se essa valorização das terras em outras áreas com práticas da pecuária, da sojicultura e do setor sucroalcooleiro. As regiões de Araraquara, Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto e Pirassununga tiveram valor do hectare duplicado em alguns casos em áreas para o cultivo de grãos, cana, café e pastagens. (...) Um hectare de terra agrícola, que valia R$ no Município de Eduardo Magalhães, no cerrado baiano, no começo de 2007, passou a R$ depois de um ano. No cerrado de Balsas (MA), o peço passou da faixa de R$ 485/R$ 890 para R$ 1.300/R$1.430 em igual período. Em Alta Floresta (MT), a terra de soja evoluiu de R$ a R$ (FORTES, G. 2008, apud ALMEIDA, 2009, p. 75)

11 mesmos produtores compraram áreas de matas primárias para a venda da madeira, para qual tiveram apoio da prefeitura local que construiu as estradas de acesso a essas áreas. Os custos dessa operação foram cobertos pelos próprios produtores ou através de crédito privado. A chegada desses produtores no município de Alenquer contou com o apoio e articulação de uma cooperativa denominada de Cooper-Curuá, criada em 2001 com objetivo de articular os produtores que chegavam à região e necessitavam de informações e apoio ao desenvolvimento da agricultura mecanizada (PUTY, 2007). As terras no município de Alenquer são bastante valorizadas pelo tipo de solo a chamada terra roxa - muito propício à produção, como afirma o fundador da cooperativa. O município de Alenquer tem grande potencial para expansão da soja, devido à presença da terra roxa no município, que permitirá até três safras de grãos por ano soja, milho, algodão. Os produtores da Cooper-Curuá transportam a soja que produzem em balsas até o porto da Cargil em Santarém, que garantem a compra total produção da região. (Jucelino Martini apud CPT, 2004) No município de Prainha há registros de produção de soja desde 2002, com a chegada do grupo empresarial Mato Grosso que se instalou no perímetro localizado no redor do Km 07 da localidade de Jatuarama. Observa-se ainda, que produtores, vindos de Monte Alegre, estão indo em direção a áreas de antiga extração madeireira mais ao norte da sede do município. Há registros ainda de grilagem na região do Cupim. De acordo com Puty, também foram identificadas compras de terra por sojicultores nos municípios de Oriximiná, Juruti e Óbidos. (PUTY, 2007). É importante analisar a distribuição territorial pelos municípios do Baixo Amazonas do crescimento da área cultivada com a soja. Os dados das tabelas 1 sinalizam que os municípios com maiores áreas plantadas em 2009 são Santarém com ha e Belterra com ha. Observa-se ainda que o município de Santarém e Belterra apresentaram uma diminuição de área plantada nos anos de 2006 e 2007, retomando o crescimento a partir de 2008, havendo uma nova queda no município de Belterra em Enquanto isso Alenquer, Curuá e Monte Alegre, nos últimos três anos (2007, 2008, 2009), não apresentaram registros de produção de soja.

12 Tabela 1: Área plantada de soja em hectare por município na região do Baixo Amazonas Ano / Município ALENQUER ( - ) ( - ) ( - ) BELTERRA CURUÁ ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) MONTE ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) ALEGRE PLACAS ( - ) ( - ) ( - ) 35 ( - ) PRAINHA ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) SANTARÉM Fonte: SAGRI, Disponível em Quanto a produção, os municípios de Belterra e Santarém apresentaram maior volume na safra de 2005 com t e t respectivamente, com queda a partir do ano seguinte, como demonstrado na tabela 2. Tabela 2: Produção de soja em tonelada por município na região do Baixo Amazonas Ano /Município ALENQUER ( - ) ( - ) ( - ) BELTERRA CURUÁ ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) MONTE ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) ALEGRE PLACAS ( - ) ( - ) ( - ) 105 ( - ) PRAINHA SANTARÉM Fonte: SAGRI, Disponível em A chegada da agricultura mecanizada na região do Baixo Amazonas provocou uma violenta valorização das terras no planalto santareno. Em 1999 o preço por hectare ficava em torno de R$ 200,00/ha, dois anos depois se observa um crescimento em 60% no preço do ha. Entre os anos de 2001 e 2003 o acréscimo foi de 50%. Se compararmos os preços dos anos de 1999 e 2005, veremos que no espaço de tempo de seis anos esse

13 acréscimo ficou em torno de 1.500%, como pode ser observado na tabela 3. A alta valorização da terra está intimamente relacionada à procura por terras favoráveis à plantação de grãos. Tabela 3: Valorização Fundiária na região do Baixo Amazonas. Ano Preço/hectare 1999 R$ 200, R$ 500, R$ 1.000, Até R$ 3.000,00 Fonte: Puty, 2007, p. 253 Nesse processo de transformação o mercado de terras influenciou e foi determinante para a (re)organização do território. A Vila de São José, localizada no planalto santareno 11, é resultante desse processo. Uma das mais antigas do município, localizada há cerca de 20 km da cidade, permaneceu com média de 100 famílias até os anos 1970, triplicando nos trinta anos seguintes. Com chegada dos produtores de grãos, tornou-se uma das mais procuradas. Na Vila São José é possível observar a dinâmica da chegada e instalação de uma família de sojicultores, sua adaptação os impactos causados nos moradores da vila. Na região do planalto santareno a terra encontra-se em condições bem favoráveis terra firme e plana o que contribuiria à redução dos custos da produção. Essas condições, e o fato de sua localização na rodovia Santarém-Cuiabá (BR 163), facilitou a instalação dos sojicultores, acarretando a expulsão cerca de 500 famílias de agricultores familiares, como relata Ivete Santos (ex presidente do STTR de Santarém). Foi desde 99. Na verdade começaram a comprar mesmo foi de 2000 pra cá e nós fizemos assim tipo um levantamento em 2003, entre o ano de 2000 e 2002, mais de 500 famílias venderam a terra só nessa região. Algumas delas não venderam por completo; vendeu uma grande parte e deixou um pedacinho pra fazer uma casa mais depois as pessoas 11 O planalto santareno fica no eixo da rodovia Cuiabá-Santarém (BR 163) e está localizado em terras altas e planas que avançam no sentido Sul-Leste. Esta região tem forte presença de pequenos agricultores maranhenses, gaúchos e pernambucanos, vindos para essa localidade desde a década de 1960 e 1970 atraídos pelas promessas de acesso à terra, à vida em melhores condições e até seduzidos pela possibilidade de enrriquecimento (SÁ, et all 2006, p. 122).

14 não suportaram com o plantio da soja e acabaram saindo. E ai outro vizinho que ainda estava resistindo, mas que não estava se dando bem por que não podia mais criar, foi vendendo e muitos são os que abandonaram. E muitos são os casos em que o empresário chega e compra a terra de um e já legaliza com a terra de outro vizinho; briga na justiça e toma por que gente pequena não tem como garantir, não tem articulação. O grande problema é que a maioria dos agricultores são possuidores da terra, mas não tem o documento um titulo; a maioria tem um simples protocolo que foi dado entrada no INCRA a dez anos., vinte anos, até quarenta anos. (Ivete Santos, Santarém, 2005) Muitos dos pequenos agricultores expropriados de sua terra foram parar na cidade de Santarém, originando novos bairros na periferia como o Alvorada e o Novo Horizonte. Outros se deslocaram para áreas mais afastadas do planalto santareno, como a região do PA Corta Corda na Gleba Pacoval em eclodiu novo foco de conflito por terra. Tal processo, de um lado, resulta num reordenamento territorial nas vilas, baseado na concentração fundiária e na destruição do modo de vida dos pequenos agricultores. Por outro lado, conduz ao inchamento dos bairros periféricos da cidade de Santarém contribuindo para o agravamento do caos urbano. Nas vilas foi observado ainda que produtores de grãos compraram lotes rurais dos pequenos agricultores (média de 100ha) e depois vendem lotes urbanos (nas vilas) para as mesmas famílias, por preços próximos aos que pagou pelos rurais. Para a compra dos lotes rurais dos pequenos agricultores os sojicultores e grileiros usaram de várias estratégias de cercamento e de convencimento do agricultor, que vai desde a sedução do bolo de dinheiro vivo até ações de violência física, como relata a liderança sindical. Primeiro chegava com as pessoas, via alguém na comunidade, procuravam alguém para ser testa de ferro. Essa pessoa convencia os agricultores a vender o seu lote. Logo no inicio (refere-se ao ano de 1999) pagava de R$ 20,00 (vinte reais) a R$ 30,00 (trinta reais) por hectare. Depois com o tempo pagava R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare, e no apagar das luzes (refere-se aos anos de , antes da moratória da soja em 2006, considerado pela liderança como um marco para o declínio ou estabilização da expansão as soja na região)

15 pagava R$ ,00 por hectare. Quem comprava eram o sojeiros, os intermediários e os escritórios imobiliários. (E. M. liderança sindical, Santarém, 2010) De acordo com o relato de E. M. (liderança sindical) observa-se um incremento no preço da terra bem superior aquele apresentado por Puty (2003), em que o preço em 1999 era de R$ 200,00/há, passando em 2005 para R$ 3000,00/ha, com uma variação percentual de 1.500% de aumento no preço da terra. Nos dados de E. M. chegase a variação percentual de % de aumento em menos de dez anos. Ainda que os dados possam ser questionados, o que importa ressaltar é a variação no aumento do preço da terra que indica um mercado de terras extremamente aquecido com a chegada dos sojicultores, gerando lucros altíssimos para os negociantes da terra. Esse aquecimento do mercado de terras tem levado ao aumento dos conflitos no campo, sendo as principais vitimas da disputa os povos e comunidades tradicionais que habitam as áreas de florestas preservadas. Também encontram-se no meio dos conflitos pequenos agricultores familiares que pressionados pela produção de soja tem sido expropriados de suas terras, ou pela pressão à venda ou pela expulsão por meio de violência física 12. Na disputa pela terras predominam os recursos e mecanismos ilícitos, tais como a grilagem de terra, favorecidos por uma rede de agentes com influência em cartórios e órgãos públicos responsáveis pela gestão territorial, o uso de violência contra populações tradicionais (de posseiros, extrativistas, pequenos produtores, populações indígenas, quilombolas entre outras), conflitos entre grandes proprietários para definir a legalidade de documentos e legitimidade do uso, conforme tem sido comprovado pelo Ministério Público Federal 13 e amplamente registrado pela imprensa Em levantamento realizado, entre maio de 2007 e junho de 2008, pelo Grenpeace, Sindicato do Trabalhadores Rurais de Santarém e Projeto Saúde Alegria, na região de Belterra e Santarém, foram identificadas vinte e sete comunidades reduzidas e duas extintas em função das plantações de soja. 13 Segundo dados publicados no jornal Gazeta de Santarém entre os anos de 2002 e abril de 2004 foram abertos, na Procuradoria da República, mais de 70 procedimentos administrativos sobre conflito agrário e grilagem de terras; destes 53 foram transformados em inquéritos na Policia Federal. Em março de 2004, o Ministério Público Federal entra com uma Ação Civil Pública, com pedido de liminar (deferida em 02 de abril de 2009 pelo juiz da Justiça Federal da Vara Única de Santarém) com objetivo de combater o combate a grilagem nas Glebas Pacoval, Curuá-Una e Assentamento Cota Corda. Na ação é solicitada a suspensão dos processos administrativos de regularização fundiária para lotes superiores a 100ha. Solicitou ainda, a suspensão dos efeitos jurídicos decorrentes dos atos expedidos pelo INCRA, como declaração de posse, certificados de cadastros de imóveis rurais e protocolos; e a suspensão de das autorizações para desmatamento das áreas em questão, assim como todos os planos de manejo florestal, em tramitação ou

16 Os argumentos explicativos para os conflitos no campo e o aquecimento atual do mercado de terras, para Almeida (2009), convergem para o entendimento de que estão hoje em execução estratégias governamentais e empresariais, que envoltas no argumento do chamado desenvolvimento sustentável tem proposto e articulados ações que tem por objetivo a liberação de terras tradicionalmente ocupadas para a compra e venda no mercado de terras. Tais argumentos explicativos são de duas ordens: a primeira refere-se à elevação geral dos preços das commodities agrícolas e minerais que levam ao ritmo forte de crescimento, provocando tanto forte demanda por terras e o aumento do preço geral da terra. Observa o autor que isso vem ocorrendo principalmente nas regiões sul e sudoeste do Pará, na Pré-Amazônia Maranhense e no Sul da Amazônia nas regiões de Apuí e Lábrea; a segunda refere-se às novas modalidades de intervenção na questão ambiental promovidas pelos órgãos e agências de financiamento e grandes instituições bancárias, os quais estariam preparando o lançamento de grandes programas de concessão de créditos de carbono a projetos que preservem ou promovam o reflorestamento, como incentivos para manter a floresta intacta. Simultaneamente a organização do mercado ilegal de terras são organizadas ações no campo político, voltadas à legalização e formalização das terras. Essas duas grandes estratégias empresariais hoje, que se posicionam frente aos recursos da natureza e que geram uma maior pressão sobre as terras, as florestas e seus recursos naturais, teriam como resultado mais perceptível o aquecimento do mercado de terras, não emitido pelo IBAMA. Observa o procurador responsável pela ação, Dr. Nilo Marcelo Camargo, que diferentemente do que é divulgada a expansão da fronteira agrícola na região é feita a revelia da lei. 14 Num levantamento no Jornal Gazeta de Santarém, entre os anos de 2003 a abril de 2009, identificamos cerca de 97 matérias sobre a questão da soja na região do Baixo Amazonas, muitas delas relatando e denunciando os conflitos entre o sojicultores, empresa, grileiros, corretores, pequenos produtores e populações tradicionais.

17 constituindo a agricultura de grãos, principalmente a soja, um dos principais fatores indutores desse aquecimento 15. Nesse universo do agronegócio a terra precisa ser assegurada de qualquer forma, independente das estratégias adotadas ilegais, legais, falsas, violentas o certo é ter garantido a apropriação dos recursos naturais, assim, permitindo a reprodução de uma forma específica de lidar com a terra, própria do capital. Para garantir a efetividade desta é preciso eliminar todos os obstáculos que se colocam na disputa pela terra, incluindo outros agentes sociais como os agricultores familiares e os povos e comunidades tradicionais, que sob a visão triunfalista do agronegócio são considerados como um obstáculo à expansão dos agronegócios e apropriação de novas terras. Num universo social marcado pelo dificilmente contestável poder dos fazendeiros, dos empresários do agronegócio, o direito dos pequenos como nos fala Ivete Santos - na maioria das vezes, não é reconhecido com um direito, nem mesmo como sujeito com capacidade de fazer a terra produtiva. Mais gravemente são vistos como sujeitos biologizados, uma mera extensão dos recursos naturais. 3. Conclusão A expansão da agricultura mecanizada na região amazônica constitui um processo de longa duração na consolidação dessa atividade econômica no Brasil, sendo que as áreas de fronteira agrícola na Amazônia representam uma alternativa à ausência de terras disponíveis, em outras regiões, para expansão, em larga escala, do cultivo da soja. Os processos de indução da expansão da soja, na região do Baixo Amazonas, são extremamente fortes e contam com as vantagens competitivas que foram criadas com a 15 Cf. André Pessoa, diretor da Agroconsult e coordenador do Rally da Safra 2010, a Safra recorde de soja deverá ocorrer em função da área plantada, que ultrapassou 23 milhões de hectares, e pelo bom desempenho do clima verificado até o momento. Foram registradas chuvas acima da média em quase todas as regiões produtoras, com poucas irregularidades que viessem a comprometer esse recorde. Os resultados financeiros com a colheita desta Safra também devem se mostrar melhores que o esperado. É surpreendente o fato de chegarmos até a época da colheita com os preços da soja cotados próximos dos US$ 10 o bushel e o câmbio acima de R$ 1,70. São patamares acima do que esperávamos. (Resultados financeiros da soja em 2010 devem surpreender Cereais, Fibras e Oleaginosas 26/01/ :53

18 implantação e com a promessa de infraestrutura (o porto da Cargil e o asfaltamento da BR 163); há também o avanço no investimento tecnológico direcionado ao plantio da soja, que demonstrou ser uma atividade de alto poder competitivo, pelo fato de contar, na região, com um grande estoque potencial de terras, em razão da existência de grande áreas de terras devolutas e de terras não regularizadas, o que facilita a apropriação de ativos fundiários. Além da disponibilidade de terras, outros fatores contribuíram para esse quadro, como a formulação de políticas públicas para abertura de área, financiamento, construção de estradas, instalação de portos, investimento em pesquisas, formação de mercado e preço das commodities em alta no mercado mundial. Portanto, o que se evidencia no processo de implantação e consolidação da agricultura mecanizada lavoura da soja na região amazônica, é o efeito de produção de um ambiente ou de um conjunto de relações sociais que favorecem e tornem possíveis a consolidação da sojicultura na região, com processos que diferem em muito das demais culturas agrícolas tradicionalmente praticadas. Na expansão do agronegócio de grãos na região do Baixo Amazonas, aqui apresentado, pode-se asseverar que as estratégias utilizadas pelos produtores de grãos, somadas às ações governamentais que visam o alardeado desenvolvimento sustentável, aglutinam interesses específicos que objetivam a consolidação dessa cultura agrícola - monocultura da soja - na região, que tem resultado num processo perverso de desterritorialização de agricultores familiares e de povos e comunidades tradicionais. 4. Bibliografia ALMEIDA, A. W. B. Agroestratégias e desterritorialização: os direitos territoriais e étnicos na mira dos estrategistas dos agronegócios. In ALMEIDA, A.W & CARVALHO. G. (org). O Plano IRSA na visão da sociedade civil pan-amazônica. Belém: FASE/Observatório Comova/UFPA, p ALMEIDA, A.W. B.; ACEVEDO MARIN, R. E.. Campanha de (des)territorialização na Amazônia: o agronegócio e a reestruturação do mercado de terras. In: BOLLE, W.; CASTRO, E; WEJMELKA, M (Orgs.). Amazônia: região universal e teatro do mundo (como a maior floresta do mundo

19 pode determinar os rumos do planeta e a sobrevivência da espécie humana). São Paulo. Globo, p. ALLOGIO, T. Soja o rei está nu. In GAZETA DE SANTARÉM. Santarém, de junho de 2006a, Caderno Opinião, p. 6. BALETTI, B., SENA, A., REGO, G. Em defesa da Amazônia moradores enfrentam madeireiros e o governo em batalhas locais. Janeiro de Disponível em Acessado em 22 de janeiro de BICKEL, U. Brasil: expansão da soja, conflitos sócio-ecológicos e segurança alimentar. Universidade de Bonn, Alemanha, (Tese de Mestrado). 168f. CASTRILON FERNANDÉZ, A. J. Do cerrado à Amazônia: as estruturas sociais da economia da soja em Mato Grosso. UFRS, Porto Alegre, 2007.(Tese de Doutorado). CASTRO, E., MONTEIRO, R. Setor madeireiro, dinâmica de atores e política florestal. In Zooneamento-Ecológico Econômico da área de influência da rodovia da BR-163 (Cuiabá- Santarém): gestão territorial. Belém, EMBRAPA, Amazônia Oriental, Volume 1: diagnóstico do meio socioeconômico, jurídico e arqueologia. ps CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável para a Área de Influência da Rodovia BR-163. Brasília, COMPANHIA NACIONAL DE ABSTECIMENTO. Acompanhamento da safra brasileira: grãos: intenção de plantio. Primeiro levantamento outubro/2008. Brasilia, CONAB, Acompanhamento da safra brasileira: grãos, décimo levantamento, julho Brasilia, CONAB, FASE. Seminário A Expansão da Soja no Baixo Amazonas. Santarém, Relatório. FEARNSIDE, Philip M. O avanço da soja como ameaça à biodiversidade na Amazônia. In: Anais. V Simpósio de Ecossistemas Brasileiros. UFES, Vitória, NORONHA, S. e SCHLESINGER, S. O Brasil Está Nu! Os caminhos e descaminhos da soja, o grão que cresceu demais. Rio de Janeiro. FASE, MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI. A Geopolítica da Soja na Amazônia. Belém. Coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação, Idéias e Debates nº 8. POLANYI, K. A grande transformação: as origens da nossa época. Rio de Janeiro, Campos, PUTY, C.A.C.B. Agricultura Empresarial Mecanizada. In Zooneamento-Ecológico Econômico da área de influência da rodovia da BR-163 (Cuiabá- Santarém): gestão

20 territorial. Belém, EMBRAPA, Amazônia Oriental, Volume 1: diagnóstico do meio socioeconômico, jurídico e arqueologia. ps REZENDE, G. C. de. Ocupação agrícola e estrutura agrária no cerrado: o papel do preço da terra, dos recursos naturais e da tecnologia. Rio de Janeiro, (Texto para Discussão: IPEA nº 913). Disponível em Acesso em 18 de janeiro de SÁ, M. E. R de; GAYOSO DA COSTA, S, TAVARES, L. P. de O. O rural-urbano em Santarém: interfaces e territórios produtivos. In: Ana Cláudia Duarte Cardoso (org.) O rural e o urbano na Amazônia. Diferentes olhares em perspectiva. Belém: Editora Universitária UFPA, ps SINDICATO DE TRABALHADORES RURAIS DE SANTARÉM. Entrevista com a Srª Maria Ivete dos Santos. Santarém, Entrevista com o Sr. Manoel Edivaldo Santos Matos. Santarém, 2005 e 2010.

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