Alguns Tópicos de Matemática Discreta. Ana Paula Tomás

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Alguns Tópicos de Matemática Discreta. Ana Paula Tomás"

Transcrição

1 Alguns Tópicos de Matemática Discreta Ana Paula Tomás Departamento de Ciência de Computadores Faculdade de Ciências do Porto 2005

2

3 Conteúdo 1 Conjuntos Operações com Conjuntos Representação de Números em Computador Sistema de Representação Posicional Relação entre binário, octal e hexadecimal Adição e multiplicação na base b Representação de números com um número fixo de dígitos Representação de números negativos Adição e Subtracção em n Bits Adição e subtracção binária de inteiros não negativos Adição de inteiros em complemento para Subtracção de inteiros em complemento para Representação em Vírgula Fixa Representação em Vírgula Flutuante Algumas Noções de Divisibilidade Bases de Numeração e Critérios de Divisibilidade Noção de Divisor e de Múltiplo Factorização em Primos Determinação de primos: crivo de Erastótenes Cálculo de divisores por análise da factorização em primos Máximo Divisor Comum Cálculo do máximo divisor comum pelo algoritmo de Euclides Mínimo Múltiplo Comum Congruências i

4 4 Indução Matemática Princípio de Indução Matemática Erros frequentes Indução Forte Outras formulações do princípio de indução Relações Binárias Relações Binárias de A em B Operações com relações binárias Matriz duma relação binária Funções de A em B Relações Binárias Definidas num Conjunto Propriedades das relações binárias definidas em A Grafo da relação Relações de Compatibilidade e de Equivalência Classes de equivalência Partições e relações de equivalência Classes de Compatibilidade Relações de Ordem Parcial Diagrama de Hasse Máximos, mínimos, supremo, ínfimo, majorantes e minorantes Fechos duma Relação para uma Propriedade Fecho transitivo e percursos em grafos Fecho transitivo duma relação definida num conjunto finito Grafos e Multigrafos Grafos Dirigidos Multigrafos dirigidos Grafos, Percursos e relações binárias Grafos Não Dirigidos Grafos Conexos Condição necessária para um grafo ser conexo Árvores Árvores com raíz Percursos Eulerianos e Hamiltonianos Grafos Planares Isomorfismo de Grafos ii

5 6.7 Coloração de Grafos Grafos com Valores Associados aos Ramos Determinação da distância mínima Grafos com Símbolos Associados aos Ramos iii

6 iv

7 Prefácio Estes apontamentos têm por base material elaborado em anos anteriores para disciplinas da licenciatura em Ciência de Computadores [5, 6, 7], o qual foi agora revisto e nalguns tópicos completado para servir de apoio à disciplina de Matemática para Ciência de Computadores, no ano lectivo de 2005/06. Não visam substituir a leitura da bibliografia recomendada pelos docentes e não cobrem actualmente todos os tópicos abordados na disciplina. v

8 vi

9 Capítulo 1 Conjuntos Neste capítulo vamos essencialmente recordar ou introduzir alguma da notação que é usada para conjuntos. Tomamos a noção de conjunto como primitiva, convencionando que um conjunto é constituído por elementos objectos materiais ou entes abstractos que têm alguma propriedade em comum (no caso extremo, a de pertencerem todos a esse conjunto). Os conjuntos podem ser vazios (i.e. sem elementos). Em geral, usamos letras maiúsculas para designar conjuntos e minúsculas para referir os seus elementos. Para indicar que a é um elemento do conjunto A escrevemos a A. Os conjuntos podem ser especificados em extensão exibindo todos os elementos que os constituem ou indicando a propriedade que caracteriza os seus elementos definição em compreensão. Por exemplo, {1, 2, 3, 4} e {n n Z + n 4}. Notação. Sejam A e B conjuntos. a A a pertence a A, a é elemento de A a / A a não pertence a A A = B igualdade de conjuntos (qualquer que seja x, x A se e só se x B) A B A contido em B, A subconjunto de B (qualquer que seja x, se x A então x B) A B A contém B, B A A B A contido propriamente em B, A subconjunto próprio de B A B A B A B A contém propriamente B A B A B ou B A ou {} conjunto vazio

10 1.1. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 2 O conjunto dos subconjuntos de A, representa-se por P(A) ou 2 A. Qualquer conjunto A pertence ao seu conjunto de subconjuntos, isto é A P(A). Por exemplo, P({1, 2, 3}) = {, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}} O conjunto P({1, 2, 3}) tem 2 3 elementos. Também se pode verificar que P(P({1, 2, 3})) tem 2 23 elementos. Se A tem n elementos, P(A) tem 2 n elementos. Nestes apontamentos, N representa o conjunto dos inteiros não negativos (incluindo assim também 0). N inteiros não negativos (em vez de N 0 ) Z inteiros Q racionais R reais R + 0 R + R reais não negativos reais positivos reais negativos Um conjunto A não vazio é finito se e só se existir uma bijeccão de A em {x N x < n} para algum n N. Nesse caso, n é o cardinal (número de elementos) de A. Usamos A (ou, alternativamente, #A) para designar o cardinal de A. O cardinal do conjunto vazio é zero. A propósito de questões de notação, é de salientar que {n n N} {n}, com n N denotam conjuntos diferentes: o primeiro é N e o segundo é constituído por um único inteiro (que está a ser representado pela letra n). 1.1 Operações com Conjuntos A intersecção de A com B representa-se por A B, e é o conjunto dos elementos que pertencem a ambos os conjuntos. A B = {x x A e x B} A união de A com B que se representa por A B, é o conjunto dos elementos que pertencem a pelo menos um dos conjuntos. A B = {x x A ou x B}

11 1.1. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 3 O complementar de B em A representa-se por A \ B, e é o conjunto dos elementos de A que não pertencem a B. A \ B = {x x A e x / B} Quando está implicíto um dado universo U, chama-se complementar de A, e representase por A, ao complementar de A em U, ou seja a U \ A. Exemplo 1 Vamos provar que A \ (B C) = (A \ B) (A \ C). Para tal vamos mostrar que x A \ (B C) x (A \ B) (A \ C), qualquer que seja x. x A \ (B C) x A x / B C (por def. de diferença) x A (x / B x / C) (por def. união) x A \ B x A \ C (por def. de diferença) x (A \ B) (A \ C) (por def. intersecção) Exemplo 2 Quaisquer que sejam os conjuntos A, B U, tem-se A B = A B. De facto, se x A B então, por definição de complementar, x / A B. Logo, x / A e x / B. Mas, x / A sse x A. E, x / B sse x B. Então, x A e x B. Donde, x A B. Mostrámos assim que A B A B. Reciprocamente, x A B = (x A x B) (por def. ) = (x / A x / B) (por def. complementar) = x / (A B) (por def. ) = x A B (por def. complementar) ou seja, A B A B. Exercício Suponha que os conjuntos indicados são subconjuntos do universo U. Sendo A, B e C subconjuntos de U quaisquer, mostre cada uma das propriedades: (a) A \ B = A B = B \ A (j) = U (r) U = (b) A \ B = sse A B (k) A \ A = (s) A \ = A (c) A \ B = A sse A B = (l) A = A (t) A U = U (d) (A \ B) (B \ A) = (A B) \ (B A) (m) A A = U (u) A A = (e) (A B) C = A (B C) (n) A U = A (v) A A = A (f) (A B) C = A (B C) (o) A = A (g) (A B) C = (A C) (B C) (h) (A B) C = (A C) (B C) (p) A B = A B (i) A \ (B C) = (A \ B) (A \ C) (q) A B sse B A

12 1.1. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 4 Exemplo 3 A título de exemplo, vamos analisar a veracidade ou falsidade das afirmações seguintes e justificá-la. 1. Qualquer que seja x Z, existe y Z tal que x y e x y. x Z y Z (x y x y) A afirmação é verdadeira porque, sendo o conjunto dos inteiros infinito, se x é inteiro, x + 1 também é um inteiro e x + 1 é superior a x. Ou seja, dado um x qualquer, se considerarmos que y é x + 1, satisfazemos a condição (x y x y). Note que y dependerá de x. 2. Existe y Z tal que para todo x Z se tem x y. y Z x Z x y A afirmação é falsa porque em particular se x fosse y+1 então teriamos que ter y+1 y, que não é satisfazível (já que é equivalente a 1 0). 3. Existe um inteiro não negativo que não excede qualquer outro inteiro não negativo. x Z + 0 y Z+ 0 x y A afirmação é verdadeira. O inteiro 0 é menor ou igual que cada um dos inteiros não negativos. Aqui, Z + 0 também por N. denota o conjunto dos inteiros não negativos, o qual identificámos 4. Existe x Z tal que x é maior do que qualquer outro inteiro y. A afirmação é falsa (análoga à 2). 5. Para todo A Z, tem-se P(A) = { }. x Z y Z x > y A afirmação é falsa, porque {1} é um subconjunto de Z e P({1}) = {, {1}} { }. 6. Para todo A Z, se A = então P(A) = { }. A afirmação é verdadeira. Só existe um subconjunto de Z que é vazio, e P( ) = { }. Note que { } é um conjunto que tem um elemento. Esse elemento é, ou seja, é o conjunto vazio.

13 1.1. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 5 7. Tem-se P(A) =, para algum A Z. A (A Z P(A) = ) A afirmação é falsa, porque qualquer que seja o subconjunto A de Z, o conjunto vazio é um elemento de P(A). 8. Quaisquer que sejam x, y Z, tem-se x y ou y x. x Z y Z (x y y x) Dizer que x y equivale a dizer que existe um inteiro não negativo z tal que y = x + z. É verdade que (x y y x), quaisquer que sejam os inteiros x e y. Como x y é inteiro, quaisquer que sejam x e y, se x y é não negativo, então y x pois x = y + (x y). Se x y é negativo, então y x é um inteiro positivo, e como y = x + (y x), tem-se x y. 9. Qualquer que seja A Z, se A { 1, 2, 3} então 4 A. A ( (A Z A { 1, 2, 3}) 4 A) ) Falso. Existe um subconjunto de Z que é diferente de { 1, 2, 3} e que não tem o 4. Por exemplo, o conjunto vazio. 10. Quaisquer que sejam A, B Z, se 5 A \ B então 5 A. A B( (A Z B Z 5 A \ B) 5 A ) A afirmação é verdadeira. Quaisquer que sejam os subconjuntos A e B de Z, tem-se 5 A \ B se e só se 5 A e 5 / B. Logo, se 5 A \ B então 5 A. 11. Para todo o x Z, e quaisquer que sejam A, B Z, se x A \ B então x A. A afirmação é verdadeira. A justificação é semelhante à dada para a afirmação anterior (claro que é necessário falar em x e não em 5!). 12. Existe x Z tal que x A \ B, quaisquer que sejam A, B Z. Esta afirmação pode ser traduzida pela expressão lógica x (x Z ( A B ( (B Z A Z) x A \ B) )) a qual escrevemos por vezes como x Z A Z B Z (x A \ B)

14 1.1. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 6 que é falsa. Quaisquer que sejam os conjuntos A e B se A = B então A\B =. Assim, se tomarmos, por exemplo, A = B = {1}, os conjuntos A e B são subconjuntos de Z e não existe qualquer inteiro x tal que x A \ B = 4 ou 2 Z. A afirmação é verdadeira porque embora 2 / Z, é verdade que = Se então 2 Z. A afirmação é equivalente a = 4 ou 2 Z. 15. Se 2 Z então A afirmação é equivalente a 2 / Z ou , e como 2 / Z, a afirmação é verdadeira Z ou A afirmação é verdadeira porque 2 Z.

15 Capítulo 2 Representação de Números em Computador Do mesmo modo que 5692 segundos, 94 minutos e 52 segundos, 1 hora, 34 minutos e 52 segundos são designações ou representações diferentes da mesma entidade, também 5692 (10), (8) e (2) o são. De facto, (60) 1h (10) (8) (2) dizendo-se que 60, 10, 8 e 2 são as bases de numeração, respectivas. Habitualmente, escreve-se 5692 em vez de 5692 (10), porque a base mais usual para representação de inteiros é a base 10, designada por decimal. As bases 8 e 2 são designadas por octal e binária. Se considerarmos as potências de 2, podemos observar que 5692 = = 4096+( ) = (512+60) =... = = (2). Analogamente, se considerarmos as potências de 3,

16 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL 8 podemos verificar que 5692 = (3). De facto, 5692 = = ( ) = ( ) =... = = (3). 2.1 Sistema de Representação Posicional Num sistema de numeração de base b usam-se b símbolos diferentes para b dígitos (de 0 a b 1). Os números são representados por uma sequência de dígitos. Os dígitos na base 10 são 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Os dígitos na base 2 são 0 e 1, e normalmente são designados por bits. Por exemplo, = Se a = r m b m + r m 1 b m r 2 b 2 + r 1 b 1 + r 0 b 0 com r m 0 e 0 r i b 1 para 0 i m então a r m... r 2 r 1 r 0 (b) é a representação de a na base b. Os coeficientes r 0, r 1, r 2,... r m chamam-se dígitos de representação de a na base b, sendo r 0 o dígito menos significativo e r m o dígito mais significativo. A representação é única, o que é consequência da unicidade do quociente e resto da divisão inteira. Proposição 1 (divisão euclideana de inteiros) Quaisquer que sejam a Z e b Z + existe um e um só q Z e um e um só r Z tal que b = aq + r e 0 r < b. A q chama-se quociente e a r resto da divisão inteira de a por b, sendo importante a condição 0 r < b para garantir a unicidade. Corolário 1.1 Quaisquer que sejam a Z + e b Z + \ {1}, existem inteiros únicos r 0, r 1, r 2,... r m tais que a = r m b m + r m 1 b m r 2 b 2 + r 1 b 1 + r 0 b 0, r m 0 e 0 r i b 1 para 0 i m. Prova: Sejam a e b inteiros com a > 0 e b > 1. Tem-se ou a < b ou a b. Se a < b então a = 0b + a. Portanto, 0 < r 0 = a. Se a b então, por definição de divisão inteira, existem q 0 e r 0 únicos tais que a = bq 0 +r 0, com 0 r 0 < b. Se q 0 < b, toma-se r 1 = q 0 e obtem-se a = r 1 b + r 0. Se q 0 b, então o processo repete-se agora para q 0. Ou seja, q 0 = bq 1 + r 1, com 0 r 1 < b. Logo, a = bq 0 + r 0 = b(bq 1 + r 1 ) + r 0 = b 2 q 1 + br 1 + r 0

17 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL 9 Se q 1 < b, toma-se r 2 = q 0 e obtem-se a = b 2 r 2 +br 1 +r 0. Se q 1 b, então o processo repete-se agora para q 1, e sucessivamente. O processo termina porque a > q 0 > q 1 >... e qualquer q i é um inteiro não negativo. Esta prova indica um algoritmo para determinação da representação dum inteiro a numa base b. Exemplo 4 Tem-se 125 (10) = 5 3 = 1000 (5) = = (2) = 175 (8) = 7D (16). De facto, r r r 2 r r r r r r r r 1 r r 0 r 1 r 5 r 6 No entanto, quando se conhecem potências da base, pode ser mais fácil determinar a representação por outro método. Por exemplo, para a base 2, 46 (10) = 32 (10) + 8 (10) + 4 (10) + 2 (10) = (2) enquanto se se aplicar o algoritmo dado pela prova anterior teria r r r r r 4 r 5 46 (10) = = ( ) = (( ) 2 + 1) = ((( ) 2 + 1) 2 + 1) = (((( ) 2 + 1) 2 + 1) 2 + 1) = = (2)

18 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL 10 Pode interessar também saber qual a representação decimal dum inteiro dado numa base b. Para a obter, bastará aplicar a definição e efectuar os cálculos na base (2) = = = 46 (10) (3) = = = 201 (10) Para além da base 2, são bastante usadas em Computação as bases 8 (octal) e 16 (hexadecimal). Os dígitos em octal são 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Embora os restos da divisão por 16 sejam 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,..., 15, por convenção, os dígitos em hexadecimal a partir de 10 são representados pelas letras maiúsculas de A a F. Deste modo não haverá qualquer ambiguidade de representação (por exemplo, fica claro que o hexadecimal 15 designa o decimal e F o decimal 15). Os números representados na base octal são por vezes indexados por (o), por exemplo 235 (o), e os representados na base hexadecimal por (h), por exemplo F 15A (h). Designação Base Dígitos Binário 2 0 a 1 Octal 8 (=2 3 ) 0 a 7 Hexadecimal 16 (=2 4 ) 0 a 9, A, B, C, D, E, F Decimal 10 0 a 9 Exemplo 5 A sequência não pode representar nenhum inteiro na base 4 porque 7, 8 e 4 não são dígitos base 4. A sequência não é representação numa base de numeração, no sentido acima definido, porque teria zeros não significativos. A sequência pode representar um inteiro em qualquer base b superior a 4. Exercício Converter para binário: 153 (10), 153 (6), 153 (8), 153 (16). Exercício Converter para hexadecimal: 153 (10), (10), 153 (8), (2). Exercício Converter para octal: 1123 (4), (10), 153 (8), (2). Exercício Converter para a base 251 e 666 os seguintes números em decimal: 1383, 1498, 1500, 1580, 1640 Exercício Represente x, x n e x n 1 na base x, para x > 1 e n N.

19 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL Relação entre binário, octal e hexadecimal Seja por exemplo, (2) um binário que se pretende converter para octal. Como foi visto, o inteiro que esse binário representa é ou seja 350. A representação octal correspondente pode ser obtida agrupando os dígitos binários 3 a 3: uma vez que 8 = 2 3 e 8 2 = 2 6, tem-se 2 6 ( )+2 3 ( )+( ) = = 536 (2) Em geral se a k... a 5 a 4 a 3 a 2 a 1 a 0(2), sendo k 0, representa o inteiro a k 2 k a a a a a a então a representação em octal do mesmo inteiro pode ser obtida da forma descrita: a k 2 k (a a a ) + (a a a ) = a k 2 k (a a a ) + (a a a ) Notar que na expressão resultante, qualquer potência de 8 tem por coeficiente a i a i a i para algum i, o qual é sempre não negativo e inferior a 8, podendo assim ser dígito da representação octal. A cada dígito octal correspondem 3 dígitos em binário. Do mesmo modo, a cada dígito hexadecimal correspondem 4 dígitos em binário. Assim, para converter um binário a hexadecimal, agrupam-se os seus dígitos em grupos de 4 (da direita para a esquerda) correspondendo a cada um desses grupos um dígito hexadecimal. Por exemplo, (2) E 15E (h) Para converter um binário a octal procede-se de modo idêntico mas formando grupos de 3. Por exemplo, (2) (o) Inversamente, se se pretender converter de hexadecimal a binário basta associar a cada um dos dígitos hexadecimal o grupo de 4 dígitos binários correspondente. Por exemplo, 3AC3A (h) (2) Notar a eliminação dos zeros não significativos. O que se acaba de ilustrar é um caso particular da proposição seguinte.

20 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL 12 Proposição 2 Se z é um inteiro positivo, a cada dígito (com possível excepção do mais significativo) da representação de z na base b n corresponde um grupo de n dígitos na representação de z na base b, qualquer que seja n inteiro positivo. Mais concretamente, se a k a k 1... a tn a tn 1... a 2n a 2n 1... a n a n 1... a 1 a 0 com k 0 é a representação na base b de um inteiro positivo z então, a representação do mesmo inteiro na base b n é w t w t 1... w 1 w 0 sendo t+1 o número de blocos de n dígitos da representação de z na base b (podendo o último ser completado por zeros não significativos), e w i (i t) o dígito da base b n que representa o inteiro a 2in 1... a in+1 a in(b) (representação base b a menos de zeros não significativos). Exemplo 6 Por exemplo, para converter (4) para a base 16, agrupam-se os dígitos 2 a 2, da direita para a esquerda, pois 16 = (4) = = 10DE4 (16) Exercício Repita os exercícios a Exercício Mostre a proposição anterior. Comece por mostrar que w t w t 1... w 1 w 0 conforme descrito pode ser representação base b n de z; use em seguida o facto da representação numa base ser única para concluir que w t w t 1... w 1 w 0 é a representação de z. Mostre depois que se w t w t 1... w 1 w 0 representa z na base b n, a representação de z na base b é a k a k 1... a tn a tn 1... a 2n a 2n 1... a n a n 1... a 1 a Adição e multiplicação na base b Recorde como se adicionam dois inteiros representados na base 10, calculando por exemplo (vai 0) (vai 1) (vai 1) (vai 1) (vai 1) (vai 1)

21 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL 13 Algoritmo para Adição (base 10). Se x e y são inteiros positivos representados na base 10 por x k x k 1... x 1 x 0 e y m y m 1... y 1 y 0 respectivamente então a representação na base 10 de x + y, digamos s p s p 1... s 1 s 0, pode ser obtida da forma seguinte. x k x k 1... x 1 x 0 + y m y m 1 y m 2... y 1 y 0... s 0 Caso x 0 + y 0 < 10, toma-se s 0 = x 0 + y 0 e repete-se o processo para os dígitos seguintes. Senão, s 0 é tal que x 0 + y 0 = 1s 0, adicionando-se 1 a x 1 + y 1 repetindo-se o processo (global) para os dígitos seguintes. Quando k < m (respectivamente m < k) pode-se considerar x i = 0, i k (respectivamente y i = 0, i m). Notar que p = max(k, m) ou p = max(k, m) + 1 sendo neste último caso s p = 1. Adição (base 3) (3) + 21 (3) = ( ) + ( ) = (0 + 2) (2 + 1) 3 0 = (0 + 2) ( ) 3 0 = ( ) = (1 + 1) = (3) 2102 (3) 2102 (3) 2102 (3) + 21 (3) + 21 (3) + 21 (3) + 21 (3)... 0 (3) (vai 1) (3) (vai 1) (3) (vai 0) 2200 (3) Exercício Justifique que se x e y são inteiros positivos representados na base b por x k x k 1... x 1 x 0 e y m y m 1... y 1 y 0 respectivamente então s p s p 1... s 1 s 0, a representação na base b de x + y, pode ser obtida por um processo análogo ao descrito acima, ou seja, seguindo o algoritmo habitual. Comece por notar que quando soma x i com y i o resultado é sempre menor ou igual que 2b 2, e portanto tanto x i + y i como x i + y i + 1 se representa como 0s i ou 1s i (pelo que ou vai 0 ou vai 1 ), qualquer que seja i. Depois, use a definição de representação na base b, à semelhança do que se fez acima para b = 3. Os algoritmos usuais para adição e multiplicação base 10 são válidos quando se usam representações em qualquer outra base b, embora sejam obviamente diferentes as tabuadas dessas operações se escrevermos os resultados na base b. O mesmo se pode dizer para a subtracção (quando o aditivo é maior do que subtractivo) e para a divisão inteira.

22 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL 14 Tabuadas de adição e multiplicação para binário: Tabuadas de adição e multiplicação para base 3: Tabuadas de adição e multiplicação para octal: Exercício Complete a tabuada de multiplicação base 8 e determine as tabelas para a base hexadecimal. Assim, por exemplo, 1021 (3) 211 (3) = (3), ou seja, 34 (10) 22 (10) = 748 (10), porque: (3) 3 4 (10) (3) (10) (10) (3) À esquerda, todos os valores intermédios estão representados na base 3 e à direita na base 10 (visando recordar o algoritmo da multiplicação e estabelecer a comparação).

23 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL 15 Exercício Calcule: (i) (2) (2) em binário. (ii) 1F 5 (h) (2) em hexadecimal. (iii) 1330 (4) (4) em octal. (iv) 1F 5 (h) + ABCD (h) + 1F B (h) em hexadecimal. (v) ABCD (h) 1F B (h) em hexadecimal. (vi) (o) 27 (10) em octal. (vii) (o) /27 (10) em octal. (viii) (2) /111 (2) em binário Representação de números com um número fixo de dígitos Num computador cada inteiro é representado por um número fixo de bits. Em 8 bits, 13 seria representado por Isto é, introduzem-se 0 s à esquerda sempre que o número de bits da representação do inteiro seja menor que o número de bits que se fixou. Se n representar o número de bits que se fixou para a representação, os bits são numerados da esquerda para a direita por bit n 1, bit n 2,..., bit 1 e bit 0. O bit n 1 diz-se o bit mais significativo e bit 0 é o menos significativo. Quando se fixa o número de bits da representação, limita-se também os valores que podem ser representados. Se, por exemplo, o número de bits for 8 então o maior inteiro positivo que se pode representar é: bit 7 bit 6 bit 5 bit 4 bit 3 bit 2 bit 1 bit 0 cujo valor é = 255 = Em geral, com n bits podemos representar números inteiros positivos de 0 a 2 n 1. Proposição 3 O maior inteiro positivo que se consegue representar na base b com n dígitos é b n 1.

24 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL 16 Prova: Suponhamos que A é representado com n dígitos na base b por a n 1 a n 2... a 1 a 0 com a i {0,..., b 1}. Então, n 1 A = a n 1 b n 1 + a n 2 b n 2... a 1 b 1 + a 0 b 0 = a i b i Ora, i=0 n 1 a i b i i=0 n 1 (b 1)b i i=0 n 1 = (b 1) i=0 b i = (b 1) b0 b b n 1 1 b = (b 1) 1 bn 1 b = b n 1 (soma de termos de progressão geométrica) Observação: n 1 i=0 u i é uma notação abreviada para u 0 + u u n 1, podendo-se ler somatório para i desde 0 até n 1 de u i. Exercício Qual é o número mínimo de bits necessário para representar 1125? Qual o valor máximo que pode ser representado com esse número de bits? Normalmente o número de bits usados são 8, 16, 32 ou 64. Com 8 bits podemos representar inteiros entre 0 e 255, com 16 bits entre 0 e 65535, com 32 bits entre 0 a , etc Representação de números negativos Para representar números inteiros positivos e negativos numa base b e com um número fixo de dígitos é necessário codificar o sinal e encontrar um processo eficiente de determinar se um número é positivo ou negativo. Normalmente é reservado um dígito para indicar o sinal. Por exemplo, em n dígitos, sendo A = a n 1 a n 2... a 1 a 0 (b), se a n 1 = 0 então A é positivo, se a n 1 = b 1 o número é negativo. Vamos considerar três formas introduzidas para representar números inteiros positivos e negativos e que obedecem à condição de sinal apresentada. Vamos supor que a base é 2 e que o número de dígitos é n, embora os resultados possam ser generalizados para qualquer base b.

25 2.1. SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO POSICIONAL 17 Representação com bit de sinal. restantes para o módulo do número. Reserva-se o bit mais à esquerda para o sinal e os n bits { }} { n 1 n sinal módulo O bit de sinal é 0 para os positivos e é 1 para os negativos. Assim, um número positivo é da forma A = 0a n 2... a 1 a 0 e um negativo é da forma A = 1a n 2... a 1 a 0. Com n bits podemos representar números positivos de 0 a 2 n 1 1 e negativos (2 n 1 1) a 0. As representações de dois números com o mesmo módulo diferem apenas no bit de sinal. Se n = 3 temos o quadro seguinte: Valor Representação com bit de sinal Podemos observar que zero tem duas representações: +0 e 0. Para efectuar adições de números com sinais diferentes é necessário primeiro determinar qual é o maior e qual o sinal do resultado. O mesmo problema surge para a subtracção, a qual pode ser tratada como a adição associando o sinal negativo ao subtraendo, x y = x + ( y). Representação em Complemento para 1. A utilização desta representação para inteiros apresenta o mesmo problema da anterior, isto é, zero terá duas representações +0 e 0. Para uma representação em n bits, chama-se complemento para 1 de A ao valor (2 n 1) A. O bit mais signficativo dá indicação sobre o sinal do número (se for 1, o número é negativo). O número negativo x será representado por (2 n 1) x. Por exemplo, para n = 3, temos o quadro seguinte: Valor Complemento para Estas representações podem ser obtidas por troca de 1 s por 0 s e 0 s por 1 s na representação de x em n bits, o que resulta de 2 n 1 ser representado por n 1 s. Por exemplo, -14 é representado em complemento para 1 em 8 bits por:

Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano. Prof. Angelo Papa Neto

Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano. Prof. Angelo Papa Neto Material Teórico - Módulo de Divisibilidade MDC e MMC - Parte 1 Sexto Ano Prof. Angelo Papa Neto 1 Máximo divisor comum Nesta aula, definiremos e estudaremos métodos para calcular o máximo divisor comum

Leia mais

Representação de Dados

Representação de Dados Representação de Dados Introdução Todos sabemos que existem diferentes tipos de números: fraccionários, inteiros positivos e negativos, etc. Torna-se necessária a representação destes dados em sistema

Leia mais

INE5403 - Fundamentos de Matemática Discreta para a Computação

INE5403 - Fundamentos de Matemática Discreta para a Computação INE5403 - Fundamentos de Matemática Discreta para a Computação 2) Fundamentos 2.1) Conjuntos e Sub-conjuntos 2.2) Números Inteiros 2.3) Funções 2.4) Seqüências e Somas 2.5) Crescimento de Funções Divisão

Leia mais

CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO

CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO 0. Introdução Por método numérico entende-se um método para calcular a solução de um problema realizando apenas uma sequência finita de operações aritméticas. A obtenção

Leia mais

Introdução. A Informação e sua Representação (Parte III) Universidade Federal de Campina Grande Departamento de Sistemas e Computação

Introdução. A Informação e sua Representação (Parte III) Universidade Federal de Campina Grande Departamento de Sistemas e Computação Universidade Federal de Campina Grande Departamento de Sistemas e Computação Introdução à Computação A Informação e sua Representação (Parte III) Prof.a Joseana Macêdo Fechine Régis de Araújo joseana@computacao.ufcg.edu.br

Leia mais

Teoria dos Números. A Teoria dos Números é a área da matemática que lida com os números inteiros, isto é, com o conjunto

Teoria dos Números. A Teoria dos Números é a área da matemática que lida com os números inteiros, isto é, com o conjunto Teoria dos Números 1 Noções Básicas A Teoria dos Números é a área da matemática que lida com os números inteiros, isto é, com o conjunto Z = {..., 4, 3, 2, 1, 0, 1, 2, 3, 4...}. Ela permite resolver de

Leia mais

¹CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS,Brasil, oliveiralimarafael@hotmail.com. ²CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS, Brasil.

¹CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS,Brasil, oliveiralimarafael@hotmail.com. ²CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS, Brasil. Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 36 INTRODUÇÃO A CRIPTOGRAFIA RSA Rafael Lima Oliveira¹, Prof. Dr. Fernando Pereira de Souza². ¹CPTL/UFMS, Três Lagoas,

Leia mais

Cálculo Numérico Aula 1: Computação numérica. Tipos de Erros. Aritmética de ponto flutuante

Cálculo Numérico Aula 1: Computação numérica. Tipos de Erros. Aritmética de ponto flutuante Cálculo Numérico Aula : Computação numérica. Tipos de Erros. Aritmética de ponto flutuante Computação Numérica - O que é Cálculo Numérico? Cálculo numérico é uma metodologia para resolver problemas matemáticos

Leia mais

Exercícios Teóricos Resolvidos

Exercícios Teóricos Resolvidos Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Exercícios Teóricos Resolvidos O propósito deste texto é tentar mostrar aos alunos várias maneiras de raciocinar

Leia mais

Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores 1998/99. Erros

Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores 1998/99. Erros Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Análise Numérica 1998/99 Erros Objectivos: Arredondar um número para n dígitos significativos. Determinar os erros máximos absoluto e relativo

Leia mais

Organização e Arquitetura de Computadores I

Organização e Arquitetura de Computadores I Organização e Arquitetura de Computadores I Aritmética Computacional Slide 1 Sumário Unidade Lógica e Aritmética Representação de Números Inteiros Aritmética de Números Inteiros Representação de Números

Leia mais

Notas de Cálculo Numérico

Notas de Cálculo Numérico Notas de Cálculo Numérico Túlio Carvalho 6 de novembro de 2002 2 Cálculo Numérico Capítulo 1 Elementos sobre erros numéricos Neste primeiro capítulo, vamos falar de uma limitação importante do cálculo

Leia mais

Erros. Número Aproximado. Erros Absolutos erelativos. Erro Absoluto

Erros. Número Aproximado. Erros Absolutos erelativos. Erro Absoluto Erros Nenhum resultado obtido através de cálculos eletrônicos ou métodos numéricos tem valor se não tivermos conhecimento e controle sobre os possíveis erros envolvidos no processo. A análise dos resultados

Leia mais

Escola Secundária c/3º CEB José Macedo Fragateiro. Curso Profissional de Nível Secundário. Componente Técnica. Disciplina de

Escola Secundária c/3º CEB José Macedo Fragateiro. Curso Profissional de Nível Secundário. Componente Técnica. Disciplina de Escola Secundária c/3º CEB José Macedo Fragateiro Curso Profissional de Nível Secundário Componente Técnica Disciplina de Sistemas Digitais e Arquitectura de Computadores 29/21 Módulo 1: Sistemas de Numeração

Leia mais

Sistemas Numéricos e a Representação Interna dos Dados no Computador

Sistemas Numéricos e a Representação Interna dos Dados no Computador Capítulo 2 Sistemas Numéricos e a Representação Interna dos Dados no Computador 2.0 Índice 2.0 Índice... 1 2.1 Sistemas Numéricos... 2 2.1.1 Sistema Binário... 2 2.1.2 Sistema Octal... 3 2.1.3 Sistema

Leia mais

Computabilidade 2012/2013. Sabine Broda Departamento de Ciência de Computadores Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Computabilidade 2012/2013. Sabine Broda Departamento de Ciência de Computadores Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Computabilidade 2012/2013 Sabine Broda Departamento de Ciência de Computadores Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Capítulo 1 Computabilidade 1.1 A noção de computabilidade Um processo de computação

Leia mais

Métodos Numéricos e Estatísticos Parte I-Métodos Numéricos Teoria de Erros

Métodos Numéricos e Estatísticos Parte I-Métodos Numéricos Teoria de Erros Métodos Numéricos e Estatísticos Parte I-Métodos Numéricos Lic. Eng. Biomédica e Bioengenharia-2009/2010 O que é a Análise Numérica? Ramo da Matemática dedicado ao estudo e desenvolvimento de métodos (métodos

Leia mais

Somatórias e produtórias

Somatórias e produtórias Capítulo 8 Somatórias e produtórias 8. Introdução Muitas quantidades importantes em matemática são definidas como a soma de uma quantidade variável de parcelas também variáveis, por exemplo a soma + +

Leia mais

Aplicações de Combinatória e Geometria na Teoria dos Números

Aplicações de Combinatória e Geometria na Teoria dos Números Aplicações de Combinatória e Geometria na Teoria dos Números Nesse artigo vamos discutir algumas abordagens diferentes na Teoria dos Números, no sentido de envolverem também outras grandes áreas, como

Leia mais

Breve referência à Teoria de Anéis. Álgebra (Curso de CC) Ano lectivo 2005/2006 191 / 204

Breve referência à Teoria de Anéis. Álgebra (Curso de CC) Ano lectivo 2005/2006 191 / 204 Breve referência à Teoria de Anéis Álgebra (Curso de CC) Ano lectivo 2005/2006 191 / 204 Anéis Há muitos conjuntos, como é o caso dos inteiros, dos inteiros módulo n ou dos números reais, que consideramos

Leia mais

1. Sistemas de numeração

1. Sistemas de numeração 1. Sistemas de numeração Quando mencionamos sistemas de numeração estamos nos referindo à utilização de um sistema para representar uma numeração, ou seja, uma quantidade. Sistematizar algo seria organizar,

Leia mais

Capítulo SETE Números em Ponto Fixo e Ponto Flutuante

Capítulo SETE Números em Ponto Fixo e Ponto Flutuante Capítulo SETE Números em Ponto Fixo e Ponto Flutuante 7.1 Números em ponto fixo Observação inicial: os termos ponto fixo e ponto flutuante são traduções diretas dos termos ingleses fixed point e floating

Leia mais

Organização de Computadores. Cálculos Binários e Conversão entre Bases Aritmética Binária

Organização de Computadores. Cálculos Binários e Conversão entre Bases Aritmética Binária Organização de Computadores Capítulo 4 Cálculos Binários e Conversão entre Bases Aritmética Binária Material de apoio 2 Esclarecimentos Esse material é de apoio para as aulas da disciplina e não substitui

Leia mais

ficha 3 espaços lineares

ficha 3 espaços lineares Exercícios de Álgebra Linear ficha 3 espaços lineares Exercícios coligidos por Jorge Almeida e Lina Oliveira Departamento de Matemática, Instituto Superior Técnico 2 o semestre 2011/12 3 Notação Sendo

Leia mais

Sistemas de Numerações.

Sistemas de Numerações. Matemática Profº: Carlos Roberto da Silva; Lourival Pereira Martins. Sistema de numeração: Binário, Octal, Decimal, Hexadecimal; Sistema de numeração: Conversões; Sistemas de Numerações. Nosso sistema

Leia mais

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,...

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... 0) O que veremos na aula de hoje? Um fato interessante Produtos notáveis Equação do 2º grau Como fazer a questão 5 da 3ª

Leia mais

Sociedade Brasileira de Matemática Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional. n=1

Sociedade Brasileira de Matemática Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional. n=1 Sociedade Brasileira de Matemática Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional MA Números e Funções Reais Avaliação - GABARITO 3 de abril de 203. Determine se as afirmações a seguir são verdadeiras

Leia mais

ARQUITETURA DE COMPUTADORES. Sistemas de Numeração. 1 Arquitetura de Computadores

ARQUITETURA DE COMPUTADORES. Sistemas de Numeração. 1 Arquitetura de Computadores ARQUITETURA DE COMPUTADORES Sistemas de Numeração 1 Sistemas de Numeração e Conversão de Base Sistema Decimal É o nosso sistema natural. Dígitos 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9. Números superiores a 9; convencionamos

Leia mais

2. Representação Numérica

2. Representação Numérica 2. Representação Numérica 2.1 Introdução A fim se realizarmos de maneira prática qualquer operação com números, nós precisamos representa-los em uma determinada base numérica. O que isso significa? Vamos

Leia mais

As fases na resolução de um problema real podem, de modo geral, ser colocadas na seguinte ordem:

As fases na resolução de um problema real podem, de modo geral, ser colocadas na seguinte ordem: 1 As notas de aula que se seguem são uma compilação dos textos relacionados na bibliografia e não têm a intenção de substituir o livro-texto, nem qualquer outra bibliografia. Introdução O Cálculo Numérico

Leia mais

94 (8,97%) 69 (6,58%) 104 (9,92%) 101 (9,64%) 22 (2,10%) 36 (3,44%) 115 (10,97%) 77 (7,35%) 39 (3,72%) 78 (7,44%) 103 (9,83%)

94 (8,97%) 69 (6,58%) 104 (9,92%) 101 (9,64%) 22 (2,10%) 36 (3,44%) 115 (10,97%) 77 (7,35%) 39 (3,72%) 78 (7,44%) 103 (9,83%) Distribuição das 1.048 Questões do I T A 94 (8,97%) 104 (9,92%) 69 (6,58%) Equações Irracionais 09 (0,86%) Equações Exponenciais 23 (2, 101 (9,64%) Geo. Espacial Geo. Analítica Funções Conjuntos 31 (2,96%)

Leia mais

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15 Bases Matemáticas Aula 2 Métodos de Demonstração Rodrigo Hausen v. 2013-7-31 1/15 Como o Conhecimento Matemático é Organizado Definições Definição: um enunciado que descreve o significado de um termo.

Leia mais

Soluções Nível 1 5 a e 6 a séries (6º e 7º anos) do Ensino Fundamental

Soluções Nível 1 5 a e 6 a séries (6º e 7º anos) do Ensino Fundamental a e 6 a séries (6º e 7º anos) do Ensino Fundamental 1. (alternativa C) Os números 0,01 e 0,119 são menores que 0,12. Por outro lado, 0,1 e 0,7 são maiores que 0,. Finalmente, 0,29 é maior que 0,12 e menor

Leia mais

Trabalho compilado da Internet Prof. Claudio Passos. Sistemas Numéricos

Trabalho compilado da Internet Prof. Claudio Passos. Sistemas Numéricos Trabalho compilado da Internet Prof. Claudio Passos Sistemas Numéricos A Informação e sua Representação O computador, sendo um equipamento eletrônico, armazena e movimenta as informações internamente sob

Leia mais

Aritmética Binária e. Bernardo Nunes Gonçalves

Aritmética Binária e. Bernardo Nunes Gonçalves Aritmética Binária e Complemento a Base Bernardo Nunes Gonçalves Sumário Soma e multiplicação binária Subtração e divisão binária Representação com sinal Sinal e magnitude Complemento a base. Adição binária

Leia mais

2. Sistemas de Numeração, Operações e Códigos. 2. Sistemas de Numeração, Operações e Códigos 1. Números Decimais. Objetivos.

2. Sistemas de Numeração, Operações e Códigos. 2. Sistemas de Numeração, Operações e Códigos 1. Números Decimais. Objetivos. Objetivos 2. Sistemas de Numeração, Operações e Códigos Revisar o sistema de numeração decimal Contar no sistema de numeração binário Converter de decimal para binário e vice-versa Aplicar operações aritméticas

Leia mais

Representação Binária de Números

Representação Binária de Números Departamento de Informática Notas de estudo Alberto José Proença 01-Mar-04 Dep. Informática, Universidade do Minho Parte A: Sistemas de numeração e representação de inteiros A.1 Sistemas de numeração

Leia mais

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas?

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas? Recorrências Muitas vezes não é possível resolver problemas de contagem diretamente combinando os princípios aditivo e multiplicativo. Para resolver esses problemas recorremos a outros recursos: as recursões

Leia mais

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de etremos O Teorema de Taylor estabelece que sob certas condições) uma função pode ser aproimada na proimidade de algum ponto dado) por um polinómio, de modo

Leia mais

Contagem I. Figura 1: Abrindo uma Porta.

Contagem I. Figura 1: Abrindo uma Porta. Polos Olímpicos de Treinamento Curso de Combinatória - Nível 2 Prof. Bruno Holanda Aula 4 Contagem I De quantos modos podemos nos vestir? Quantos números menores que 1000 possuem todos os algarismos pares?

Leia mais

Sistemas de numeração

Sistemas de numeração E Sistemas de numeração Aqui estão apenas números ratificados. William Shakespeare A natureza tem algum tipo de sistema de coordenadas geométrico-aritmético, porque a natureza tem todos os tipos de modelos.

Leia mais

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU 1 EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU Equação do 1º grau Chamamos de equação do 1º grau em uma incógnita x, a qualquer expressão matemática que pode ser escrita sob a forma: em que a e b são números reais,

Leia mais

Exemplo de Subtração Binária

Exemplo de Subtração Binária Exemplo de Subtração Binária Exercícios Converta para binário e efetue as seguintes operações: a) 37 10 30 10 b) 83 10 82 10 c) 63 8 34 8 d) 77 8 11 8 e) BB 16 AA 16 f) C43 16 195 16 3.5.3 Divisão binária:

Leia mais

Capítulo 1. x > y ou x < y ou x = y

Capítulo 1. x > y ou x < y ou x = y Capítulo Funções, Plano Cartesiano e Gráfico de Função Ao iniciar o estudo de qualquer tipo de matemática não podemos provar tudo. Cada vez que introduzimos um novo conceito precisamos defini-lo em termos

Leia mais

Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante

Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante Capítulo 2 Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante 2.1 Introdução Neste capítulo, chamamos atenção para o fato de que o conjunto dos números representáveis em qualquer máquina é finito, e portanto

Leia mais

Aula 3 - Sistemas de Numeração

Aula 3 - Sistemas de Numeração UEM Universidade Estadual de Maringá DIN - Departamento de Informática Disciplina: Fundamentos da Computação Profª Thelma Elita Colanzi Lopes thelma@din.uem.br Aula 3 - Sistemas de Numeração O ser humano,

Leia mais

REPRESENTAÇÃO DE DADOS EM SISTEMAS DE COMPUTAÇÃO AULA 03 Arquitetura de Computadores Gil Eduardo de Andrade

REPRESENTAÇÃO DE DADOS EM SISTEMAS DE COMPUTAÇÃO AULA 03 Arquitetura de Computadores Gil Eduardo de Andrade REPRESENTAÇÃO DE DADOS EM SISTEMAS DE COMPUTAÇÃO AULA 03 Arquitetura de Computadores Gil Eduardo de Andrade O conteúdo deste documento é baseado no livro Princípios Básicos de Arquitetura e Organização

Leia mais

Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico. I. Conjuntos

Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico. I. Conjuntos I. Conjuntos 1. Introdução e notações 1.1. Relação de pertença 1.2. Modos de representar um conjunto 1.3. Classificação de conjuntos quanto ao número de elementos 1.4. Noção de correspondência 2. Relações

Leia mais

O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2

O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2 3.2 O Espaço Nulo de A: Resolvendo Ax = 0 11 O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2 Esta seção trata do espaço de soluções para Ax = 0. A matriz A pode ser quadrada ou retangular. Uma solução imediata

Leia mais

Soluções das Questões de Matemática do Processo Seletivo de Admissão ao Colégio Naval PSACN

Soluções das Questões de Matemática do Processo Seletivo de Admissão ao Colégio Naval PSACN Soluções das Questões de Matemática do Processo Seletivo de Admissão ao Colégio Naval PSACN Questão Concurso 00 Seja ABC um triângulo com lados AB 5, AC e BC 8. Seja P um ponto sobre o lado AC, tal que

Leia mais

Sistemas de Numeração

Sistemas de Numeração Departamento de Informática Sistemas de Numeração Notas de estudo Alberto José Proença Luís Paulo Santos 18-Fev-05 1. Sistemas de numeração e representação de inteiros 1.1. Sistemas de numeração 1.2. Conversão

Leia mais

AV1 - MA 12-2012. (b) Se o comprador preferir efetuar o pagamento à vista, qual deverá ser o valor desse pagamento único? 1 1, 02 1 1 0, 788 1 0, 980

AV1 - MA 12-2012. (b) Se o comprador preferir efetuar o pagamento à vista, qual deverá ser o valor desse pagamento único? 1 1, 02 1 1 0, 788 1 0, 980 Questão 1. Uma venda imobiliária envolve o pagamento de 12 prestações mensais iguais a R$ 10.000,00, a primeira no ato da venda, acrescidas de uma parcela final de R$ 100.000,00, 12 meses após a venda.

Leia mais

Recordamos que Q M n n (R) diz-se ortogonal se Q T Q = I.

Recordamos que Q M n n (R) diz-se ortogonal se Q T Q = I. Diagonalização ortogonal de matrizes simétricas Detalhes sobre a Secção.3 dos Apontamentos das Aulas teóricas de Álgebra Linear Cursos: LMAC, MEBiom e MEFT (semestre, 0/0, Prof. Paulo Pinto) Recordamos

Leia mais

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Engenharia Disciplina de Lógica Computacional Aplicada. Prof. Dr.

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Engenharia Disciplina de Lógica Computacional Aplicada. Prof. Dr. Índice 1. SISTEMAS NUMÉRICOS 1.1 Caracterização dos Sistemas Numéricos 1.2 Sistemas Numéricos em uma Base B Qualquer 1.2.1 Sistema de Numeração Decimal 1.2.2. Sistema de Numeração Binário 1.2.3 Sistema

Leia mais

Raciocínio Lógico Matemático Caderno 1

Raciocínio Lógico Matemático Caderno 1 Raciocínio Lógico Matemático Caderno 1 Índice Pg. Números Naturais... 02 Números Inteiros... 06 Números Racionais... 23 Números Decimais... - Dízimas Periódicas... - Expressões Numéricas... - Divisibilidade...

Leia mais

Teorema (Algoritmo da Divisão)

Teorema (Algoritmo da Divisão) Teorema (Algoritmo da Divisão) Sejam a e b números inteiros, com b > 0. Então existem números inteiros q e r, únicos e tais que a = bq + r, com 0 r < b. Demonstração. Existência: Consideremos S = {a bk

Leia mais

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010. Matemática Essencial Extremos de funções reais Departamento de Matemática - UEL - 2010 Conteúdo Ulysses Sodré http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Leia mais

Aula 2 Sistemas de Numeração (Revisão)

Aula 2 Sistemas de Numeração (Revisão) Aula 2 Sistemas de Numeração (Revisão) Anderson L. S. Moreira anderson.moreira@recife.ifpe.edu.br http://dase.ifpe.edu.br/~alsm 1 O que fazer com essa apresentação 2 Agenda Breve revisão da aula anterior

Leia mais

SISTEMAS DE NUMERAÇÃO

SISTEMAS DE NUMERAÇÃO Atualizado em Prof. Rui Mano E mail: rmano@tpd.puc rio.br SISTEMAS DE NUMERAÇÃO Sistemas de Numer ação Posicionais Desde quando se começou a registrar informações sobre quantidades, foram criados diversos

Leia mais

CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES

CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES 3.1 - IDENTIFICADORES Os objetos que usamos no nosso algoritmo são uma representação simbólica de um valor de dado. Assim, quando executamos a seguinte instrução:

Leia mais

Matemática. Disciplina: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS. Varginha Minas Gerais

Matemática. Disciplina: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS. Varginha Minas Gerais CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS Curso Pró-Técnico Disciplina: Matemática Texto Experimental 1 a Edição Antonio José Bento Bottion e Paulo Henrique Cruz Pereira Varginha Minas Gerais

Leia mais

8 8 (mod 17) e 3 34 = (3 17 ) 2 9 (mod 17). Daí que 2 67 + 3 34 8 + 9 0 (mod 17), o que significa que 2 67 + 3 34 é múltiplo de 17.

8 8 (mod 17) e 3 34 = (3 17 ) 2 9 (mod 17). Daí que 2 67 + 3 34 8 + 9 0 (mod 17), o que significa que 2 67 + 3 34 é múltiplo de 17. Prova Teoria de Números 23/04/203 Nome: RA: Escolha 5 questões.. Mostre que 2 67 + 3 34 é múltiplo de 7. Solução: Pelo teorema de Fermat 2 6 (mod 7 e 3 7 3 (mod 7. Portanto, 2 67 = 2 64+3 = ( 2 6 4 8 8

Leia mais

Aula 6 Aritmética Computacional

Aula 6 Aritmética Computacional Aula 6 Aritmética Computacional Introdução à Computação ADS - IFBA Representação de Números Inteiros Vírgula fixa (Fixed Point) Ponto Flutuante Para todos, a quantidade de valores possíveis depende do

Leia mais

Universidade Federal de São João Del Rei - UFSJ

Universidade Federal de São João Del Rei - UFSJ Universidade Federal de São João Del Rei - UFSJ Instituída pela Lei 0.45, de 9/04/00 - D.O.U. de /04/00 Pró-Reitoria de Ensino de Graduação - PROEN Disciplina: Cálculo Numérico Ano: 03 Prof: Natã Goulart

Leia mais

Sistemas de Numeração

Sistemas de Numeração Sistemas de Numeração Representação da Informação para seres humanos Números (1,2,3,4...) Letras (a,a,b,b,c,c...) Sinais de pontuação (:,;...) Operadores aritméticos (+,-,x,/) Representação da Informação

Leia mais

Sistemas de Numeração. Professor: Rogério R. de Vargas INFORMÁTICA 2014/2

Sistemas de Numeração. Professor: Rogério R. de Vargas INFORMÁTICA 2014/2 INFORMÁTICA Sistemas de Numeração Professor: Rogério R. de Vargas 2014/2 Sistemas de Numeração São sistemas de notação usados para representar quantidades abstratas denominadas números. Um sistema numérico

Leia mais

3 Sistemas de Numeração:

3 Sistemas de Numeração: 3 Sistemas de Numeração: Os computadores eletrônicos têm como base para seu funcionamento a utilização de eletricidade. Diferente de outras máquinas que a presença ou ausência de eletricidade apenas significam

Leia mais

Estruturas Discretas INF 1631

Estruturas Discretas INF 1631 Estruturas Discretas INF 1631 Thibaut Vidal Departamento de Informática, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Rua Marquês de São Vicente, 225 - Gávea, Rio de Janeiro - RJ, 22451-900, Brazil

Leia mais

AULA 6 LÓGICA DOS CONJUNTOS

AULA 6 LÓGICA DOS CONJUNTOS Disciplina: Matemática Computacional Crédito do material: profa. Diana de Barros Teles Prof. Fernando Zaidan AULA 6 LÓGICA DOS CONJUNTOS Intuitivamente, conjunto é a coleção de objetos, que em geral, tem

Leia mais

Numa turma de 26 alunos, o número de raparigas excede em 4 o número de rapazes. Quantos rapazes há nesta turma?

Numa turma de 26 alunos, o número de raparigas excede em 4 o número de rapazes. Quantos rapazes há nesta turma? GUIÃO REVISÕES Equações e Inequações Equações Numa turma de 6 alunos, o número de raparigas ecede em 4 o número de rapazes. Quantos rapazes há nesta turma? O objectivo do problema é determinar o número

Leia mais

Polos Olímpicos de Treinamento. Aula 2. Curso de Teoria dos Números - Nível 2. Divisibilidade II. Prof. Samuel Feitosa

Polos Olímpicos de Treinamento. Aula 2. Curso de Teoria dos Números - Nível 2. Divisibilidade II. Prof. Samuel Feitosa Polos Olímpicos de Treinamento Curso de Teoria dos Números - Nível Prof. Samuel Feitosa Aula Divisibilidade II Definição 1. Dados dois inteiros a e b, com a 0, dizemos que a divide b ou que a é um divisor

Leia mais

Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima.

Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima. Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima. 1 /2013 Para calcular Hom(G 1,G 2 ) ou Aut(G) vocês vão precisar ter em

Leia mais

Sistemas de Numeração. Engenharia da Computação 3 Período Alex Vidigal Bastos

Sistemas de Numeração. Engenharia da Computação 3 Período Alex Vidigal Bastos UNIPAC Sistemas Digitais Sistemas de Numeração Engenharia da Computação 3 Período Alex Vidigal Bastos 1 Agenda Objetivos Introdução Sistema Binário Sistema Octal Sistema Hexadecimal Aritméticas no Sistema

Leia mais

Corpos. Um domínio de integridade finito é um corpo. Demonstração. Seja D um domínio de integridade com elemento identidade

Corpos. Um domínio de integridade finito é um corpo. Demonstração. Seja D um domínio de integridade com elemento identidade Corpos Definição Um corpo é um anel comutativo com elemento identidade em que todo o elemento não nulo é invertível. Muitas vezes é conveniente pensar em ab 1 como sendo a b, quando a e b são elementos

Leia mais

ATENÇÃO: Escreva a resolução COMPLETA de cada questão no espaço reservado para a mesma.

ATENÇÃO: Escreva a resolução COMPLETA de cada questão no espaço reservado para a mesma. 2ª Fase Matemática Introdução A prova de matemática da segunda fase é constituída de 12 questões, geralmente apresentadas em ordem crescente de dificuldade. As primeiras questões procuram avaliar habilidades

Leia mais

Chapter 2. 2.1 Noções Preliminares

Chapter 2. 2.1 Noções Preliminares Chapter 2 Seqüências de Números Reais Na Análise os conceitos e resultados mais importantes se referem a limites, direto ou indiretamente. Daí, num primeiro momento, estudaremos os limites de seqüências

Leia mais

Cálculo Numérico Faculdade de Engenharia, Arquiteturas e Urbanismo FEAU

Cálculo Numérico Faculdade de Engenharia, Arquiteturas e Urbanismo FEAU Cálculo Numérico Faculdade de Engenharia, Arquiteturas e Urbanismo FEAU Prof. Dr. Sergio Pilling (IPD/ Física e Astronomia) I Representação dos números, aritmética de ponto flutuante e erros em máquinas

Leia mais

Vamos exemplificar o conceito de sistema posicional. Seja o número 1303, representado na base 10, escrito da seguinte forma:

Vamos exemplificar o conceito de sistema posicional. Seja o número 1303, representado na base 10, escrito da seguinte forma: Nova bibliografia: Título: Organização e projeto de computadores a interface Hardware/Software. Autor: David A. Patterson & John L. Hennessy. Tradução: Nery Machado Filho. Editora: Morgan Kaufmmann Editora

Leia mais

COMPUTAÇÕES NUMÉRICAS. 1.0 Representação

COMPUTAÇÕES NUMÉRICAS. 1.0 Representação COMPUTAÇÕES NUMÉRICAS.0 Representação O sistema de numeração decimal é o mais usado pelo homem nos dias de hoje. O número 0 tem papel fundamental, é chamado de base do sistema. Os símbolos 0,,, 3, 4, 5,

Leia mais

APLICAÇÕES DA DERIVADA

APLICAÇÕES DA DERIVADA Notas de Aula: Aplicações das Derivadas APLICAÇÕES DA DERIVADA Vimos, na seção anterior, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coeficiente angular da reta tangente ao seu gráfico. Nesta,

Leia mais

QUESTÃO 1 ALTERNATIVA B

QUESTÃO 1 ALTERNATIVA B 1 QUESTÃO 1 Marcos tem 10 0,25 = 2,50 reais em moedas de 25 centavos. Logo ele tem 4,30 2,50 = 1,80 reais em moedas de 10 centavos, ou seja, ele tem 1,80 0,10 = 18 moedas de 10 centavos. Outra maneira

Leia mais

quociente razão. mesma área a partes de um tablete de chocolate

quociente razão. mesma área a partes de um tablete de chocolate 1 As sequências de atividades Vamos relembrar, Como lemos os números racionais?, Como escrevemos os números racionais?, As partes das tiras de papel, Comparando e ordenando números racionais na forma decimal

Leia mais

A ideia de coordenatização (2/2)

A ideia de coordenatização (2/2) 8 a : aula (1h) 12/10/2010 a ideia de coordenatização (2/2) 8-1 Instituto Superior Técnico 2010/11 1 o semestre Álgebra Linear 1 o ano das Lics. em Engenharia Informática e de Computadores A ideia de coordenatização

Leia mais

Universidade do Minho Departamento de Electrónica Industrial. Sistemas Digitais. Exercícios de Apoio - I. Sistemas de Numeração

Universidade do Minho Departamento de Electrónica Industrial. Sistemas Digitais. Exercícios de Apoio - I. Sistemas de Numeração Universidade do Minho Departamento de Electrónica Industrial Sistemas Digitais Exercícios de Apoio - I Sistemas de Numeração CONVERSÃO ENTRE SISTEMAS DE NUMERAÇÃO Conversão Decimal - Binário Números Inteiros

Leia mais

Introdução à Engenharia de

Introdução à Engenharia de Introdução à Engenharia de Computação Tópico: Sistemas de Numeração José Gonçalves - LPRM/DI/UFES Introdução à Engenharia de Computação Introdução O número é um conceito abstrato que representa a idéia

Leia mais

1. Introdução 2. Representação de números 2.1. Conversão Numérica 2.2. Aritmética de ponto flutuante 3. Erros 3.1 Erros Absolutos e Relativos

1. Introdução 2. Representação de números 2.1. Conversão Numérica 2.2. Aritmética de ponto flutuante 3. Erros 3.1 Erros Absolutos e Relativos 1. Introdução 2. Representação de números 2.1. Conversão Numérica 2.2. Aritmética de ponto flutuante 3. Erros 3.1 Erros Absolutos e Relativos 1. Introdução O que é cálculo numérico? Corresponde a um conjunto

Leia mais

Simulado OBM Nível 2

Simulado OBM Nível 2 Simulado OBM Nível 2 Gabarito Comentado Questão 1. Quantos são os números inteiros x que satisfazem à inequação? a) 13 b) 26 c) 38 d) 39 e) 40 Entre 9 e 49 temos 39 números inteiros. Questão 2. Hoje é

Leia mais

ARQUITETURA DE COMPUTADORES

ARQUITETURA DE COMPUTADORES ARQUITETURA DE COMPUTADORES Sistema de Numeração Prof Daves Martins Msc Computação de Alto Desempenho Email: daves.martins@ifsudestemg.edu.br Sistemas Numéricos Principais sistemas numéricos: Decimal 0,

Leia mais

Sistemas de Numeração

Sistemas de Numeração Professor Menezes SISTEMA DE NUMERAÇÃO 1-1 Sistemas de Numeração Observe que alguns números decimais a possuem uma representação muito curiosa no sistema binário: 1 decimal = 1 binário; 2 decimal = 10

Leia mais

Sistemas de Numeração. Introdução ao Computador 2010/1 Renan Manola

Sistemas de Numeração. Introdução ao Computador 2010/1 Renan Manola Sistemas de Numeração Introdução ao Computador 2010/1 Renan Manola Introdução Em sistemas digitais o sistema de numeração binário é o mais importante, já fora do mundo digital o sistema decimal é o mais

Leia mais

Lista de Exercícios 4: Soluções Sequências e Indução Matemática

Lista de Exercícios 4: Soluções Sequências e Indução Matemática UFMG/ICEx/DCC DCC Matemática Discreta Lista de Exercícios : Soluções Sequências e Indução Matemática Ciências Exatas & Engenharias o Semestre de 05 O conjunto dos números racionais Q é enumerável, ou seja,

Leia mais

O Problema do Troco Principio da Casa dos Pombos. > Princípios de Contagem e Enumeração Computacional 0/48

O Problema do Troco Principio da Casa dos Pombos. > Princípios de Contagem e Enumeração Computacional 0/48 Conteúdo 1 Princípios de Contagem e Enumeração Computacional Permutações com Repetições Combinações com Repetições O Problema do Troco Principio da Casa dos Pombos > Princípios de Contagem e Enumeração

Leia mais

Conceitos e fórmulas

Conceitos e fórmulas 1 Conceitos e fórmulas 1).- Triângulo: definição e elementos principais Definição - Denominamos triângulo (ou trilátero) a toda figura do plano euclidiano formada por três segmentos AB, BC e CA, tais que

Leia mais

Utilização do SOLVER do EXCEL

Utilização do SOLVER do EXCEL Utilização do SOLVER do EXCEL 1 Utilização do SOLVER do EXCEL José Fernando Oliveira DEEC FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO MAIO 1998 Para ilustrar a utilização do Solver na resolução de

Leia mais

Arquitetura de Rede de Computadores

Arquitetura de Rede de Computadores TCP/IP Roteamento Arquitetura de Rede de Prof. Pedro Neto Aracaju Sergipe - 2011 Ementa da Disciplina 4. Roteamento i. Máscara de Rede ii. Sub-Redes iii. Números Binários e Máscara de Sub-Rede iv. O Roteador

Leia mais

Princípio da Casa dos Pombos I

Princípio da Casa dos Pombos I Programa Olímpico de Treinamento Curso de Combinatória - Nível 2 Prof. Bruno Holanda Aula 7 Princípio da Casa dos Pombos I O princípio da casa dos pombos também é conhecido em alguns países (na Rússia,

Leia mais

a 1 x 1 +... + a n x n = b,

a 1 x 1 +... + a n x n = b, Sistemas Lineares Equações Lineares Vários problemas nas áreas científica, tecnológica e econômica são modelados por sistemas de equações lineares e requerem a solução destes no menor tempo possível Definição

Leia mais

computador-cálculo numérico perfeita. As fases na resolução de um problema real podem, de modo geral, ser colocadas na seguinte ordem:

computador-cálculo numérico perfeita. As fases na resolução de um problema real podem, de modo geral, ser colocadas na seguinte ordem: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Departamento de Matemática - CCE Cálculo Numérico - MAT 271 Prof.: Valéria Mattos da Rosa As notas de aula que se seguem são uma compilação dos textos relacionados na bibliografia

Leia mais

Capítulo 2. Álgebra e imagens binárias. 2.1 Subconjuntos versus funções binárias

Capítulo 2. Álgebra e imagens binárias. 2.1 Subconjuntos versus funções binárias Capítulo 2 Álgebra e imagens binárias Em Análise de Imagens, os objetos mais simples que manipulamos são as imagens binárias. Estas imagens são representadas matematicamente por subconjuntos ou, de maneira

Leia mais

Material Teórico - Aplicações das Técnicas Desenvolvidas. Exercícios e Tópicos Relacionados a Combinatória. Segundo Ano do Ensino Médio

Material Teórico - Aplicações das Técnicas Desenvolvidas. Exercícios e Tópicos Relacionados a Combinatória. Segundo Ano do Ensino Médio Material Teórico - Aplicações das Técnicas Desenvolvidas Exercícios e Tópicos Relacionados a Combinatória Segundo Ano do Ensino Médio Prof Cícero Thiago Bernardino Magalhães Prof Antonio Caminha Muniz

Leia mais