Coração ao alto! Comece por tornar a respiração regular curta ou comprida, profunda ou superficial, neste exercício o importante é que seja regular.

Transcrição

1 Há momentos raros na vida. Momentos de orgulho. Momentos de autosatisfação e de alinhamento com um todo maior do que nós, ao qual emprestamos forças e do qual as recolhemos também. Parabéns! Este é um desses momentos! Entre centenas de empresas, a sua foi distinguida com um prémio que fala do pulsar desse colectivo, da importância que atribui a todos e a cada um, e que distingue a satisfação geral. E, portanto, este prémio informa algo de importante: que o seu nível de bem-estar ocupacional é superior ao de milhares de pessoas e que, mesmo nos dias em que as nuvens podem pairar, o seu sol brilha mais do que o sol dos demais. Na Oficina de Psicologia sabemos que o bem-estar é um quase tudo. Sabemos, também, que a dinâmica própria da vida lhe causa fragilidades, pelo que convém cuidarmos desse bem-estar. Por isso, e como forma de celebrarmos consigo esta enorme honra que é o apuramento no ranking das 100 Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal, seleccionámos algumas pequenas dicas que, praticadas regularmente, ajudam o cérebro a activar, reforçar e prolongar o bem-estar. Por favor, receba estas sugestões de bem-estar com um grande abraço carinhoso (e orgulhoso!) de toda a equipa da Oficina de Psicologia.

2 Apreço É tão fácil deixar que o desagradável nos invada! Aquele barulho irritante, que não deixa espaço para mais nada. A preocupação com um amanhã cheio de sustos potenciais. Aquele travo de irritação que nos estraga uma degustação plena das relações com quem nos rodeia. Aquela memória da discussão, ou mesmo rejeição, que se arrasta connosco teimosamente. Fácil! Mas mau. Como as ervas daninhas, ou fazemos algo rotineiramente para impedir a sua progressão ou, quando nos damos conta, já não há espaço onde cresça relva Uma forma simples de repor equilíbrio interno, é criar o hábito de nos determos para sentir o apreço pelo que valorizamos. É muito simples, mas exige a regularidade de um hábito. Tire um minuto. Traga à consciência os elementos que compõem a sua vida e o prazer que deles retira. Comece pelas situações que, de tão comuns, já não repara conscientemente nelas. O gosto pela luminosidade de um dia de sol. O cheiro da praia ou do campo ou do pão quente. O conforto na presença regular de quem gosta de si e o acarinha. O bemestar físico de quando se instala no sofá depois de um dia de trabalho. O gosto no riso das pessoas que ama. E - porque não? o apreço pelos colegas favoritos de trabalho. Deixe que a situação em que pensou o invada. Sinta a reacção do corpo. Deixe que se desenhe um sorriso. Agradeça. Aprecie!

3 Tudo reage no nosso corpo às emoções que se sucedem. O coração incluído, que bate mais irregular assim que detecta stress, para logo se regularizar no momento em que descobrimos que temos travões internos. Reage bem, o corpo, mas exige condutor a tempo inteiro! Coração ao alto! Vamos aproveitar esse bocadinho de orgulho que, de certeza, aí estará pelo reconhecimento público de trabalhar numa das 100 melhores. Precisa apenas de 3 minutos. Comece por tornar a respiração regular curta ou comprida, profunda ou superficial, neste exercício o importante é que seja regular. Agora visualize o coração, vermelhinho, a pulsar vida, empurrando-a para todo o corpo. E imagine que, quando inspira, o ar vai directo para o coração, o envolve, permeia, lhe insufla energia. E que, quando expira, o ar arrasta de dentro do coração todo e qualquer vestígio de emoções tóxicas e desagradáveis, fazendo-as sair de dentro de si. Agora, convoque essa emoção de orgulho pessoal, de auto-satisfação, visualizando uma situação forte nessa emoção. Deixe que os ombros se ergam. Já está? Óptimo! Então agora inspire essa emoção directamente para o coração e permita que invada cada célula do seu corpo. Mais duas ou 3 vezes Guarde essa sensação para usar sempre que quiser.

4 Estradas de acesso Manda a selecção natural que tivéssemos ficado apurados para reparar, recordar e antever mais facilmente tudo o que possa ser negativo ou ameaçador afinal, quem melhor o fez ao longo dos tempos, foi quem teve maior probabilidade de sobrevivência. Mas, como tudo se paga na vida, temos um preço que abate ao budget de bem-estar. Se não formos, regularmente, fazendo algo para contrabalançar esta programação genética, rapidamente descobrimos que o humor se vai degradando já não rio como dantes empurrado por uma visão que declina mais tons de cinzento. Por isso, uma boa forma de repor equilíbrio interno é ir criando estradas internas de acesso às memórias boas que também contam a nossa história. Ao fazê-lo, agilizamos caminhos neuronais de acesso a emoções positivas e repomos o bem-estar inevitavelmente gasto ao longo de um dia. E nem precisa de tempo disponível para o fazer! Aproveite aqueles bocadinhos de actividades em piloto automático: o duche, a espera para uma reunião, uma tarefa mecânica. Arme-se de uma lupa especial imaginada para a memória, capaz de encontrar apenas as suas boas memórias e de as amplificar, para as poder ver bem. Recorde os seus bons momentos tão vividamente possível. E faça-o algumas vezes ao dia.

5 A força redutora do preto-e-branco simplifica-nos a vida, de uma forma geral. Bom / Mau, Gosto / Não gosto, Certo / Errado tudo simplificações tranquilizadoras, que nos permitem atalhos nos múltiplos processos de tomada de decisões que temos de fazer e, portanto, verdadeiramente úteis. Mas também Mas também Mas também capazes de nos atrapalhar a vida nas situações que exigem complexidade de análise e plasticidade de comportamento. Por isso deixamos-lhe um desafio, com um alerta: não se deixe iludir pela sua aparente simplicidade. Nas situações que não lhe estejam a correr bem, em que sinta que está a bloquear ou sistematicamente a obter um resultado contrário ao pretendido, crie o hábito de prolongar os seus pensamentos sobre essas situações com um mas também. Assim, vai obrigar o seu cérebro a sair do seu modo de análise habitual e a fazê-lo procurar perspectivas adicionais que enriqueçam a sua visão sobre o que se está a passar, estimulando a criatividade e a flexibilidade cognitiva.

6 E por falar em situações recorrentes, de resultados desinteressantes Atribui-se a Einstein uma definição muito própria de insanidade mental, como a insistência de continuar a repetir os mesmos actos esperando resultados diferentes. E, no entanto, se pensarmos com honestidade sobre o que fazemos, teremos de dar a mão à palmatória: todos caímos nessa armadilha! Desapego Melhor dito do que feito, fazermos diferente quando queremos resultados diferentes esbarra numa dificuldade universal: o apego que todos temos ao que julgamos certo. Seja como for que racionalizemos, o facto de mantermos determinados comportamentos apesar de não gostarmos dos seus resultados advém de um forte apego ou será inércia para a mudança? à nossa forma de ser e estar. Por isso, se algo na sua vida não está perfeito (e alguma vez tudo está perfeito?), sugerimos que comece por praticar a difícil arte do despojamento, lembrando-se que há muitos caminhos para chegar a Roma e aquilo que é verdadeiramente importante é irmos entrelaçando o máximo de momentos de plenitude e usufruto de vida, criados com o mínimo de esforço e desgaste possível, e não tanto demonstrarmos que há um caminho que, em teoria, estaria certo se não nos falhasse sempre

7 Piloto automático. Quarta a fundo. Segundos a escoarem em rápida sucessão. Para onde foi este que já é passado? Senti-o? Apercebi-me dele? Ou nem o vi? Ou estive demasiado ocupado a criticá-lo para me aperceber da vida que contém? Alerta para a vida É fácil perdermo-nos nas nossas malhas internas de pensamentos e emoções, ligarmos o motor dos comportamentos rotinados que cada situação exige, ocuparmo-nos a reviver o que já passou, ou transportamo-nos para um futuro imaginado, à boleia de preocupações diversas, esquecendo-nos de atender ao momento presente. De vez em quando, lembre-se de ser mindful: reparar no momento presente, na qualidade sentida do que o rodeia exteriormente e do que pode escutar nesse momento dentro de si, apenas como um acto de observação sem qualquer avaliação. Fique um pouco no aqui e agora, apenas reparando, apenas seguindo o fluir daquilo que é, numa tolerância total para com os eventos internos e externos que compõem a sua vida, em cada unidade de segundo. 3 minutos de prática a dirigir a sua atenção de uma forma especial e que o mantém alerta para a vida. Com os nossos votos de que a sua vida seja boa e plena!