de busca e apreensão do material impugaááoter^fodos os terminais de ônibus de

Transcrição

1 TRE/PR FLS._ TRIBUNAL RECION \L KLFI ÍORAL DO PARANÁ REPRESENTAÇÃO N Representante : COLIGAÇÃO PARANÁ COM GOVERNO (PMDB / PV / PPL) Representados : CARLOS ALBERTO RICHA : MARIA APARECIDA BORGHETTI : COLIGAÇÃO TODOS PELO PARANÁ SENTENÇA I - Relatório Trata-se de Representação, còni pedido de liminar de büscà e apreensão, aforada pela Coligação Paraná Olhando pra Frente, em face de Carlos Alberto Richa, Maria Aparecida Borghetti e Coligação Todos Pelo Paraná, alegando que, em tese, que circula em todo o Estado do Paraná, um panfleto (fl. 11), editado pela Coligação Todos Pelo Paraná, com os seguintes dizeres, em destaque: "BETO GARANTE PASSAGEM DE ÔNIBUS BARATA". Disse que esta veiculação é inverídica e contrária à lei, porque, de acordo com o artigo 30, inciso V, da Constituição Federal, a prestação do serviço público de transporte coletivo é de competência municipal, sendo este ente Federado o que fixa a tarifa paga pelos usuários e não o Governador do Estado. Alegou que constitui crime, tipificado no artigo 232, do Código Eleitoral, a divulgação na propaganda, de fatos sabidamente inverídicos. Pugnou pela aplicação do artigo 242, do Código Eleitoral, regulamentado pelo Art. 5o, da Resolução /TSE. Sustentando o poder de polícia conferido à Justiça Eleitoral, requereu, liminarmente, a concessão de tutela antecipada inibitória para se determinar a proibição de distribuição do folhetim. Pleiteou, ainda, liminarmente ejaatícíj^ altera parte, determinação de busca e apreensão do material impugaááoter^fodos os terminais de ônibus de Curitiba, onde estariam sendo distribuídosjjaquela data.

2 Representação n Requereu, ao final, a procedência da presente demanda com a confirmação da liminar pretendida e com a aplicação prevista em lei para o ilícito. A medida liminar foi indeferida pela ausência da plausibilidade jurídica do pedido. Defesa dos representados nas fls. 24/37-, argumentando que a sentença deve ser mantida porque não houve violação ao artigo 242 do Código Eleitoral. Juntou documentos. A_ Procuradoria Regional Eleitoral manifestou-se pela improcedência da demanda, haja vista a inocorrência de violação ao disposto no artigo 5o da Resolução /TSE. É o relatório. ÍT - Da Decisão e seus Fundamentos Não há arguições preliminares. Passo a analisar o mérito. O representante disse que a distribuição do material, acostado à fl. 11, é ilegal, haja vista o disposto no artigo 5o da resolução TSE n /13 do Código Eleitoral. Disse que as afirmações, constantes do folhetim, dentre as quais a de que: 'Beto garante passagem de ônibus barata' não são verdadeiras, e que é crime, divulgar na propaganda, fatos que sabem inverídicos. Alegou que a competência para organizar e prestar, diretamente ou sob concessão ou permissão, o serviço de transporte público coletivo, é dos Municípios, como consta do artigo 30, inciso V da Constituição Federal, e do Artigo 29, inciso V da Lei 8.987/95. Por tal razão, não há que se falar em que o governador "garante" o preço da tarifa do transporte coletivo municipal.

3 Representação n,ci ! 4.6. í Pois bem. O dispositivo que se alega violado é o artigo 242, do Código Eleitoral, regulamentado pelo Art. 5o, da Resolução /TSE, in verbis: "Art. 5o A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, mencionará sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua nacional, não devendo empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais (Código Eleitoral, art. 242, caput, e Lei n /2002, arts. Io e 2o). Parágrafo único. Sem prejuízo do processo e das penas cominadas,....-a Justiça Eleitoral adotará medidas para impedir ou fazer cessar imediatamente a propaganda realizada com infração do disposto neste artigo (Código Eleitoral, art. 242, parágrafo único)".- Ocorre que, no caso em tela, para este Juízo, a conduta praticada pelos representados não se amolda a este tipo legal. Veja-se. Do folheto, de fl. 11 constam as informações de que Beto Richa "garante passagem de ônibus barata. Subsídio e Integração". Abaixo, há a explicação do título, segundo a qual: "Beto Richa foi o primeiro governador a dar apoio para ojxansporte coletivo de Curitiba e região metropolitana. Beto Richa já repassou R$ 220 milhões do Governo do estado para garantir tarifa justa na rede Integrada de Curitiba e Região Metropolitana. O apoio mantém a integração da rede da,capital e mais 13 cidades da RMC. Os recursos são em forma de subsidio e isenção do ICMS do diesel usado pelos ônibus". Constam ainda do folheto as declarações, dentre outras: "Em 2013, Beto renovou o subsídio para Curitiba e anunciou isenção do ICMS." "Como prefeito de Curitiba, Beto reduziu a tarifa e criou a domingueira".

4 TRIBUNAL RE(;iON U< IA I 11'ORAL DO PARANÁ Este requisito não restou demonstrado. Isto porque, consta do referido panfleto a seguinte informação: "BETO GARANTE PASSAGEM DE ÔNIBUS GRATUITA EM CURITIBA. Subsídio e Integração" Estas declarações, seguida de assertivas que, em tese, "lembram" ao eleitor as praticas administrativas de Beto Richa, enquanto Prefeito do Município de Curitiba (no verso do folheto), visando subsidiar a tarifa do transporte público em Curitiba e Regiãp Metropolitana,..não se caracterizam, em princípio, como fatos sabidamente inverídicos. - Nem, em tese, tratam-se de afirmativas que contrariam o artigo 30, inciso V, da Constituição Federal de 05/10/1988, segundo o qual a prestação do serviço público de transporte coletivo é competência municipal. Isto porque o folheto narra coisas de interesse do candidato em atuar em políticas públicas e subsídios que desonerem o valor da tarifa de transporte público municipal, e em sua atuação, neste sentido, inclusive enquanto Prefeito da cidade de Curitiba. Analisando o folhetim trazido, entendo que se tratam de meras divulgações de notícias e acontecimentos ocorridos na gestão de Beto Richa enquanto ocupante de cargo eletivo no Poder Executivo Estadual e Municipal, bem como na sua proposta de subsidiar o transporte público municipal, conduta que, em princípio, não é vedada pela legislação eleitoral. Ademais, é sabido, ou seja, fato público é notório que o Governo Estadual subsidia ou subsidiou parte da tarifa do transporte público de Curitiba e da Região Metropolitana. Dessa forma, não vislumbro qualquer propaganda eleitoral, positiva ou negativa, mas notícias de acontecimentos políticos e divulgação de programas de governo dos representados.

5 Representação n E é este neste sentido, inclusive, o parecer da Procuradoria Regional Eleitoral que opinou pela Ímprocedência da representação. Assim, como não há violação ao Artigo 242, do Código Eleitoral, nem se trata de divulgação de fatos sabidamente inverídicos, os representados CARLOS ALBERTO RICHÁ, CIDA BORGUETTI e COLIGAÇÃO TODOS PELO PARANÁ não podem ser responsabilizados. III Dispositivo...,.-...:..... a presente representação. Diante disso,com base.no art. 269,1, do CPC, julgo improcedente Publique-se. Registre-se. Intime-se. Curitiba, 26 de Agosto de 2014 DRO CHEMIM - JUIZ AUXILIAR