Identificação e caracterização de iniciativas brasileiras de inovação aberta e centrada no usuário.

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1 Identificação e caracterização de iniciativas brasileiras de inovação aberta e centrada no usuário. Identificação: Grande área do CNPq.:. Área do CNPq: Título do Projeto: Mapeamento e avaliação de iniciativas voltadas para inovação aberta no Brasil. Professor Orientador: Miriam Magdala Pinto. Estudante PIBIC/PIVIC: Murilo Carvalho. Resumo: O presente trabalho tem como objetivo identificar iniciativas de inovação aberta e centradas nos usuários, compatíveis com o conceito proposto para Living Labs localizando-as no espaço geográfico. A busca foi feita em bases de extensão de universidades do sudeste brasileiro utilizando uma sequencia de filtros: área temática tecnologia e produção, ser um laboratório no sentido de geração e sistematização de novos conhecimentos, ter propósito de inovar e envolver diretamente os usuários finais. A participação de firmas, governo, academia e sociedade civil em cada uma delas foi verificada mas não foi utiliada como filtro. Como resultado, a partir de um total de mais de 3000 iniciativas, dez foram consideradas living labs. Suas principais características e localização geográfica são apresentadas. Palavras chave: Livng Labs, Inovação social, Inovação centrada no usuário, Inovação Aberta, Iniciativas de extensão. 1 Introdução A inovação tornou-se um processo essencial para o sucesso em qualquer área da nossa sociedade. Compreender esse processo se tornou vital e diversas propostas surgiram para esse propósito. Uma das propostas foi desenvolvida pelo arquiteto e acadêmico William J. Mitchell, do Massachussets Institute of Technology MIT, que preconizava a participação direta do usuário no processo de de planejamento urbano. Mitchell propôs pela primeira vez o conceito de Living Labs, espaços nos quais o usuário seria central no desenvolvimento do projeto. De acordo com Eriksson, Niitamoveli et al. (2005), para Mitchell, os Living Labs representavam uma metodologia de investigação centrada no usuário para a detecção, prototipagem, validação e refinamento de soluções complexas em vários contextos. O conceito de Living Lab atualmente é motivo de reflexões e debates na comunidade de pesquisa relacionada com a problemática da inovação. Uma das propostas é que os Living Labs sejam considerados como uma metodologia de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I), cujo processo deve basear-se no co-design, onde usuários e desenvolvedores trabalham juntos na criação de novas soluções (Eriksson, Niitamoveli et al., 2005). 1

2 Os Living Labs também são considerados como espaços físicos ou virtuais de colaboração para a inovação e de forma mais ampla como ecossistemas abertos que possuem o papel de envolver e motivar os parceiros nos processos de inovação, estimular a colaboração dos cidadãos, facilitar e acelerar a criação e sustentabilidade de novos mercados e modelos de negócios (A. D. Oliveira, 2011, p. 7). Portanto, o modelo Living Lab é baseado na interação e colaboração de diferentes atores como empresas, agências de financiamento públicas e privadas, universidades e centros de pesquisa para inovação, e atribui o papel central no processo para o usuário. De acordo com a Rede Européia de Living Labs ENoLL Living Labs são ecossistemas abertos, que envolvem e motivam os parceiros nos processos de inovação, estimulam a colaboração dos cidadãos, facilitando e acelerando a criação de novos mercados e modelos de negócios. (A. D. Oliveira. (2011). O Living Labs tem a inovação aberta como característica relevante. Trata-se de um modelo o qual considera que ideias valiosas podem provir de fontes internas ou externas à organização, o que não ocorre na inovação fechada. Dessa forma, a disponibilidade e qualidade das ideias exteriores muda a lógica de formação centralizada das equipes de P&D das organizações (Chesbrough, 2003). 2 Objetivos O presente trabalho visa a identificação de iniciativas de inovação aberta e centradas no usuário (a partir de projetos de extensão cadastrados em bases de dados de universidades brasileiras) que tenham características compatíveis com aquelas que são propostas para os Living Labs localizando-as no espaço geográfico. 3 Metodologia A criação do sistema conceitual para avaliar se uma iniciativa pode ser considerada um living lab como conceituado neste trabalho foram seguidas as seguintes etapas: 1) Análise de parâmetros. A partir das atividades básicas que geralmente estão relacionadas com o conceito de laboratório e da literatura que trata o conceito de living labs, foram selecionados como parâmetros de análise: Tabela 1 - Parâmetros definidos como os que caracterizam uma iniciativa como LivingLab. 2

3 Tabela 2 - Parâmetros definidos como os que caracterizam uma iniciativa como LivingLab. 2) Busca de iniciativas em bases de extensão de universidades federais do sudeste brasileiro, as universidades selecionadas foram: UFES, UFMG, UFV, UFOP, UFSCar, UFRJ, UFF. As bases de extensão apresentam oito áreas temáticas: 2.1.Comunicação, 2.2.Cultura, 2.3. Direitos Humanos e Justiça, 2.4.Educação, 2.5. Meio Ambiente, 2.6. Saúde, 2.7. Tecnologia e Produção, 2.8.Trabalho. As áreas Meio Ambiente, Educação e Tecnologia e Produção foram usadas como filtros iniciais. A área de Tecnologia e Produção, no entanto, foi única que retornou resultados de iniciativas com propósito de inovação e, por isso, passou a ser a única área temática utilizada na pesquisa. As iniciativas voltadas para inovação eram identificadas por meio de busca nos campos: título, objetivos gerais e específicos, justificativa. As iniciativas consideradas de inovação prosseguiam no processo de análise. 3) Após a seleção de iniciativas nesse segundo filtro, foi realizada inspeção mais aprofundada nas informações disponibilizadas pelas mesmas para selecionar as que atendiam ao maior numero de parâmetros. Para isso buscamos identificá-los na descrição de cada informação disponibilizada pela iniciativa. Para tal outros campos foram levados em consideração como metodologia, formas de avaliação da extensão, caracterização do público alvo, processo de avaliação. Verificando cada uma dessas seções, o conteúdo foi correlacionado com os parâmetros (tabela 1) que definiam as iniciativas como potencial Living Lab, assim quando o projeto apresentava mais do que duas característica as quais não se enquadrava nos parâmetros foi definido que o mesmo não apresentava potencial para se tornar um Living Lab e ele não era catalogado. 4 Resultados e discussões. A partir da análise dos dados coletados foi possível constatar que projetos de extensão são ou tem potencial para serem considerados Living Labs. As iniciativas dos projetos catalogados apresentaram grande parte das características que foram definidas a partir da pesquisa bibliográfica que atende o conceito de Living Lab. Como resultado inicialmente foram selecionadas 37 iniciativas no sudeste brasileiro, que após passarem pelos filtros descritos na metodologia se reduziram a17 iniciativas que passaram por uma inspeção mais aprofundada. Ao final do projeto foram selecionadas 10 iniciativas, após passarem por todos os filtros utilizados nesta pesquisa de seleção, todas elas da UFES, da UFMG e da UFV. Essas iniciativas são projetos de extensão que estão em curso ou que já foram concluídas. 3

4 Das 10 iniciativas, o quadro abaixo mostra a relação da quantidade de iniciativas em relação ao potencial das mesmas para se tornarem Living Labs. Tabela 3 - Quantificação e classificação das iniciativas. O que foi constatado é que as iniciativas na maioria das vezes faltam um ou outro parâmetro para que possam atender a todos os requisitos que foram definidos para conceituá-las como Living Labs. Uma possibilidade é que esses parâmetros que podem faltar às iniciativas não são feitos por falta de conhecimento da metodologia dos Living Labs, ou propriamente por limitação do projeto. Por exemplo, a maioria das iniciativas tabeladas trabalha na parceria universidade e comunidade, excluindo o setor privado (apenas uma das iniciativas faz parceria com esse setor), o que limitaria o projeto uma vez que parceiras como essas poderiam trazer mais recursos para o desenvolvimento do projeto. Algumas iniciativas não inserem o usuário do produto no seu projeto de criação, a inserção desses usuários significaria mais benefícios para os próprios uma vez que eles sabem das suas reais necessidades e assim poderia atender melhor as mesmas. A Conversão dessas iniciativas em Living Labs e a consequentemente associação a alguma rede (ENoLL, por exemplo) acarretaria em uma maior visibilidade a mesma e um maior apoio, dando maior dimensão ao projeto. Dois Mapas com as localizações dessas iniciativas foram produzidos: 4

5 Figura 1 - Mapa com a localização das iniciativas catalogadas em Minas Gerais. 5

6 FIGU RA 2 Mapa com a localização das iniciativas catalogadas no Espírito Santo. Universidade Federal do Espírito Santo 5 Conclusão. Como se trata de um trabalho descritivo, com o objetivo de identificar e caracterizar iniciativas de inovação aberta e centrada nos usuários oriundos de projetos de extensão da região sudeste os mapas refletem a conclusão do trabalho. 6 Referências Bibliográficas ERIKSSON, M.; NIITAMOVELI, -. P.; KULKKI, S. State-of-the-art in utilizing Living Labs approach touser-centric ICT innovation - a European approach. Technology, v. 1, n. 13, p. 1-13, A. D. Oliveira. (2011). Disponível em: < em: mar H. W. Chesbrough, The era of open innovation Sloan Management Review 44, 35 (2003). SIEX UFES., Disponível em: < Acesso em: 04 mar SIEX UFMG., Disponível em: < Acesso em: 11 mar PROEX UFF., Disponível em: < Acesso em: 01 apr PROEX UFSCar., Disponível em: < Acesso em: 18 mar RAEX UFV., Disponível em: < Acesso em: 03 jun PRÓ REITORIA de extensão UFRJ., Disponível em: < Acesso em: 17 apr PROEX UFOP., Disponivel em: < &lang=en>. Acesso em: 04 apr