Prof.Dra.Denise Barros de Azevedo SIMPÓSIO SOBRE GESTÃO EMPRESARIAL E SUSTENTABILIDADE 24 E 25 DE OUTUBRO 2011
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- Zilda Bonilha de Lacerda
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1 Mudanças climáticas e a gestão da responsabilidade sustentável: o desafio da empresa do agronegócio com seus públicos de interesse (stakeholders). Prof.Dra.Denise Barros de Azevedo SIMPÓSIO SOBRE GESTÃO EMPRESARIAL E SUSTENTABILIDADE 24 E 25 DE OUTUBRO 2011
2 Introdução Revolução Industrial mudou para sempre a relação entre o homem e a natureza. Existe a preocupação crescente de que em meados, ou ao final deste século, as atividades do homem terão mudado as condições básicas que possibilitaram o aparecimento de vida sobre a Terra.
3 Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 1992 é uma de uma série de acordos recentes por meio dos quais países de todo o mundo estão se unindo para enfrentar esse desafio A Convenção sobre Mudança do Clima enfoca um problema:estamos mudando a forma com que a energia solar interage com a atmosfera e escapa dela e corremos o risco de alterar o clima global. Consequências possíveis - aumento na temperatura média da superfície da Terra e mudanças nos padrões climáticos mundiais. Ao longo dos últimos cem anos, a concentração de gases de efeito estufa vem aumentando por causa da maior atividade industrial, agrícola e de transporte, principalmente devido ao uso de combustíveis fósseis. Como conseqüência - orrendo um processo de aquecimento global (aumento da temperatura média da Terra), colocando em perigo, para o homem, o delicado balanço de temperatura que torna o nosso meio ambiente habitável.
4 As mudanças climáticas são uma alteração permanente nessas características e aconteceram diversas vezes no passado, por causas naturais Atividades humanas, em especial as que utilizam combustíveis fósseis, vêm influenciando a ocorrência desse tipo de evento, por meio da alteração do equilíbrio climático do planeta. A causa central deste fenômeno é a intensificação do efeito estufa, que modifica o modo com que a energia solar interage com a atmosfera, provocando graves conseqüências. Alguns indicadores das mudanças climáticas nos últimos 15 anos são o aquecimento global, alterações bruscas em características básicas das estações do ano em diferentes partes do planeta, como temperatura e ocorrência de chuvas, ou aumento inédito nas últimas décadas de fenômenos abruptos como vendavais, ciclones e enchentes.
5 Globalização Globalização molda sistemas stakeholders Governança global do uso da terra? E a soberania? Um land steardship council?
6 Questão dos Problemas Ambientais Mudanças climáticas, vem refletindo, portanto, na necessidade de ações na esfera política, econômica e social. Alguns modelos econômicos mostram que se não houver ações, os RISCOS E CUSTOS DE mudança climática serão equivalentes a perda de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano e os custos das ações para reduzir as emissões e evitar os piores impactos ambientais podem ficar limitados a 1% do PIB por ano (ECONOMISTS OF CLIMATE CHANGES, 2005).
7 Stakeholders Figura O modelo stakeholder de gereciamento da organização Fonte: Donaldson e Preston (1995, p. 69).
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9 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL PASSARAM A SER EXIGÊNCIA DOS CONSUMIDORES E PODERÃO SE TRANSFORMAR NAS GRANDES BARREIRAS AO COMÉRCIO INTERNACIONAL.
10 Aumento poder sociedade civil organizada Novo paradigma na geração e disseminação de conhecimento Menos amarras metodológicas Disseminação mais eficiente Exigem leituras flexíveis Emoção Constrangimento Credibilidade > legitimidade > reputação > imagem Papel em sistemas de governança stakeholders globais
11 Foruns stakeholders do Agronegócio se multiplicam Forest Stewardship Council, Marine Stewardship Council, Water Stewardship Council, Round Table of Responsible Soy, Round Table of Sustainable Oil, Round Table of Sustainable Biofuel, Better Sugarcane Initiative, Fair Trade, Organic movements, etc Ethical standards crescem Mudam processos de tomada de decisão públicos e privados Fundamentam-se no tripé ambiental, social, econômico E também NO TRIPÉ DIÁLOGO, GERAÇÃO DE CONHECIMENTO, E COMUNICAÇÃO no AGRONEGÓCIO Conceitos imprecisos: sustentabilidade... um processo, não um fim
12 Consenso Universal CONSENSO entre cientistas de que mudanças climáticas estão em curso e têm como origem a influência das atividades humanas no ambiente, mas ainda há um longo caminho a se percorrer no que diz respeito à mitigação das causas desse fenômeno e à adoção de energias alternativas para as atividades produtivas.
13 A revista The Economist (Maio 2011) Faz uma AFIRMAÇÃO INTERESSANTE: a comparação entre as safras agrícolas já permite identificar efeitos das mudanças climáticas sobre a produtividade agrícola : Os resultados mostraram que trigo e milho tiveram suas produções reduzidas. Segundo o estudo publicado na Science (2011), as mudanças climáticas devem criar um aumento de até 5% nos preços das principais commodities alimentares. Isso representa mais de US$ 50 bilhões de gastos extras anuais.
14 MITIGAÇÃO Mitigação: Intervenção do homem para reduzir as fontes ou ganhos do efeito estufa. Capacidade de mitigação: Estrutura social, política, econômica e condições para serem requeridos para a efetividade da mitigação (FAO, 2007).
15 Ciência Caminho mais importante para as combinações da SUSTENTABILIDADE, pois identifica o condutor crítico das mudanças climáticas e os seus riscos, inclusive analisa e modela os impactos e vulnerabilidades dos eventos extremos climáticos. Salienta-se que as MC envolvem ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES pelas complexidades de diferentes indivíduos e grupos de indivíduos situados em diferentes condições de clima e níveis de aquecimento global com intuito de compreender as dinâmicas climáticas bem como CRIAR ESTRATÉGIAS PARA A SUA ADAPTAÇÃO
16 Destaque- Aquecimento Global Por ser oriundo do conteúdo dos gases de efeito estufa, implicando modificações em outras variáveis como precipitações globais e elementos do sistema atmosférico que são afetados com as mudanças nas concentrações de gases de efeito estufa no ambiente. Gases mais relevantes: dióxido de carbono, produzido pelo uso de combustível fóssil,; metano (CH4), óxido nitroso (NO2) de nitrogênio e os fluorados, liberados nas diversas atividades produtivas.
17 Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil Publicação produzida a partir do estudo Aquecimento Global e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira, coordenado pelos pesquisadores Eduardo Assad (Embrapa Agropecuária) e Hilton Silveira Pinto (Cepagri/Unicamp). São Paulo - Agosto de 2008.
18 Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil O objetivo do estudo foi de avaliar os impactos que o aquecimento global deverá causar às principais culturas agrícolas do País nas próximas décadas.
19 Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil O aumento das temperaturas - Pode provocar perdas nas safras de grãos de R$ 7,4 bilhões já em 2020 número que pode subir para R$ 14 bi em 2070 e alterar profundamente a geografia da produção agrícola no Brasil SE NADA FOR FEITO PARA MITIGAR OS EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ADAPTAR AS CULTURAS PARA A NOVA SITUAÇÃO, deve ocorrer uma migração de plantas para regiões que hoje não são de sua ocorrência em busca de condições climáticas melhores.
20 Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil Avaliação dos impactos das mudanças climáticas - feito com base no ZONEAMENTO DE RISCOS CLIMÁTICOS, programa desenvolvido em 1996 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, EM COOPERAÇÃO COM EMBRAPA, UNICAMP E OUTRAS INSTITUIÇÕES CIENTÍFICAS. Orienta a estrutura de crédito agrícola no Brasil, informando qual o nível de risco de mais de municípios, deste modo SABENDO DIZER O QUE PLANTAR, ONDE PLANTAR E QUANDO PLANTAR. Abrange mais DE 30 CULTURAS, mas neste trabalho - nove mais representativas em termos de área plantada, as quais juntas correspondem a 86,17% do total da área plantada.
21 Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil As culturas analisadas neste estudos foram: algodão, arroz, café, cana-de-açúcar, feijão, girassol, mandioca, Milho, soja, pastagens e gado de corte.
22 Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil FATOS o sistema agrícola de lavouras anuais não deverá crescer até 2020 da mesma maneira como cresceu na última década; com a Elevação Dos Custos Da Pecuária De Corte em regime de pastagem plantada, A EXPANSÃO DA EXPORTAÇÃO DE CARNES deve ser Afetada Negativamente; uma redução nos níveis de produção como reflexo das mudanças climáticas deve provocar, por conseqüência, uma DIMINUIÇÃO DAS PRINCIPAIS LINHAS DE EXPORTAÇÃO; se a tecnologia não puder compensar o efeito global negativo da mudança de clima, o ajuste terá de ser feito com a ELEVAÇÃO DO PREÇO DOS ALIMENTOS E FIBRAS.
23 Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil Foram adotados dois cenários: A2 o mais pessimista; B2 um pouco mais otimista Simulou-se assim cenários climáticos futuros do Brasil de cada município nos anos de 2020, 2050 e 2070 e analisou-se as culturas.
24 Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil ENTENDENDO OS CENÁRIOS... Cenário A2 O mais pessimista dos cenários, descreve um mundo com uma população crescendo continuamente, assim como as emissões dos gases-estufa. Em geral, o modo de fazer negócios continua como sempre foi feito. Novas tecnologias são implementadas em ritmo muito lento e de modo regionalizado, sem a adoção de novos padrões mundiais. De acordo com este cenário, a temperatura média da Terra deve aumentar entre 2 C e 5,4ºC até Cenário B2 Mundo com ênfase em soluções locais para sustentabilidade econômica, social e ambiental. População aumenta continuamente, mas em um ritmo menor que no A2. As mudanças tecnológicas não serão muito rápidas, porém mais diversificadas, o que permitirá uma emissão menor de gases de efeito estufa. De acordo com este cenário, a temperatura deve variar entre 1,4 C e 3,8ºC em 2100.
25 CANA-DE-AÇÚCAR Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil Áreas do sul do País, hoje com restrições ao cultivo da cana, podem se transformar em regiões de potencial produtivo dentro de 10 a 20 anos. Locais do Centro-Oeste, que hoje apresentam alto potencial produtivo, devem permanecer como área de baixo risco, porém serão cada vez mais dependentes de irrigação complementar no período mais seco.
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27 O QUE FAZER? Reduzir 60% da emissão global de GEE para estabilizar sua concentração em níveis considerados menos perigosas para o sistema climático global (NAE, 2005), o que traria consequências nas economias dos países, principalmente o Brasil, país dependente dos recursos naturais relacionados ao clima na agricultura e na geração de energia. Modelos econômicos mostram que, se não houver ações, os riscos e custos das mudanças climáticas serão equivalentes à perda de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano e os custos das ações para reduzir as emissões e evitar os piores impactos ambientais podem ficar limitados a 1% do PIB por ano (ECONOMISTS OF CLIMATE CHANGES, 2005).
28 BIODIVERSIDADE será afetada na medida em que as espécies terão que se adaptar a novos regimes climáticos, causando perda do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais, além de ocasionar problemas com o setor de energia e derivados. O QUE FAZER? Os riscos e vulnerabilidades resultantes das mudanças climáticas implicaram: abalos no AGRONEGÓCIO, o que terá impactos significativos na AGRICULTURA, PECUÁRIA E SILVICULTURA, oriundos das mudanças das precipitações climáticas, MODIFICAÇÕES DAS FERTILIDADES DOS SOLOS, ocasionando perda de produtividade, PREJUÍZOS À SEGURANÇA ALIMENTAR, MIGRAÇÕES DE ESPÉCIES ANIMAIS, EXTINÇÕES DE PLANTAS E CONFLITOS RELACIONADOS À SAÚDE COMO EPIDEMIAS E DOENÇAS.
29 MITIGAÇÃO E ADAPTAÇÃO TÉCNICAS QUE PROMOVEM UM USO MAIS CONSCIENTE NO AGRONEGÓCIO: -Integração pastagem-lavoura - Integração Lavoura-pecuária-floresta -Sistemas florestais -Plantio direto -Pecuária mais eficiente -Arborização de cafezais -Convivência com a seca -Melhoramento genético e transgenia -CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS...
30 Framework Situação Atual Mudanças Climáticas (Azevedo, 2011) Incertezas Agronegócios Conflitos Ações conjuntas Cooperação Eficiência coletiva Relações de troca Coordenação de incertezas. Complexidade do conflito Nível de regras Aspectos econômicos e sociológicos Redes Teoria Das Convenções Mudanças Climáticas D I Á L O G O S entre S T A K E H O L D E R S Valores compartilhados Coletividade Acordos e parcerias Canal de comunicação Complementação de gestão De conflitos Regras e normas negociáveis Baseado em confiança Relação de ganha-ganha Identificaçao social Difertents conhecimentos Ética Colisão Ambiguidades Conflitos de processos/interes- Ses/opiniões/necessidades/es- Truturais. Negociação Diferentes situações entre Stakeholders Inter-relacionamentos humanos Evita ganha-perde Comunicação
31 Framework Proposto Desafio (Azevedo, 2011) Mudanças Climáticas Incertezas Agronegócios Novas Oportunidades Agronegócios
32 Sempre respeitando e atuando... MUITO OBRIGADO... CONTATOS: deniseazevedo1972@gmail.com
Guilherme Leite da Silva Dias, FEA/USP
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