MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO FORMULÁRIO DO DOCUMENTO DE CONCEPÇÃO DO PROJETO (MDL-DCP) Versão 02 - em vigor a partir de: 1 de julho de 2004

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1 MDL Conselho Executivo página 1 MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO FORMULÁRIO DO DOCUMENTO DE CONCEPÇÃO DO PROJETO (MDL-DCP) Versão 02 - em vigor a partir de: 1 de julho de 2004 CONTEÚDO A. Descrição geral da atividade de projeto B. Aplicação de uma metodologia de linha de base C. Duração da atividade de projeto / Período de créditos D. Aplicação de uma metodologia de monitoração e plano E. Estimativa das emissões de GEEs por fontes F. Impactos ambientais G. Comentários das partes envolvidas Anexos Anexo 1: Informações de contato dos participantes na atividade de projeto Anexo 2: Informações relativas a financiamento público Anexo 3: Informações da linha de base Anexo 4: Plano de monitoração Anexo 5: Análise do fluxo de caixa

2 MDL Conselho Executivo página 2 SEÇÃO A. Descrição geral da atividade de projeto A.1 Título da atividade de projeto: - Título da atividade de projeto: Substituição de óleo combustível por gás natural na Solvay Indupa do Brasil S.A. - Número da versão do documento: Versão 2 - Data do documento: 5 de outubro de 2005 A.2. Descrição da atividade de projeto: O objetivo da atividade de projeto é a substituição de óleo combustível por gás natural em duas caldeiras a vapor e em três fornos de processo na Solvay Indupa do Brasil S.A. (chamada de Solvay), na expansão da planta de monômero de cloreto de vinila (MCV) no sítio Elclor, na cidade de Santo André, SP, Brasil. No cenário de linha de base o combustível usado durante o período de crédito seria o óleo combustível. A Solvay Indupa é uma empresa do Grupo Solvay, um grupo internacional com sede em Bruxelas. A Solvay é uma das empresas petroquímicas mais importantes do Mercosul. Seus principais produtos são as resinas de PVC e a soda cáustica. A Solvay Indupa tem escritórios em Buenos Aires, Argentina e em São Paulo, Brasil, e dois sítios industriais: um em Bahía Blanca (Argentina) e o outro em Santo André (Brasil). Da mesma forma que nos outros países onde o Grupo Solvay tem instalações industriais, também no Brasil, o Grupo Solvay sempre esteve atento para as possibilidades de que o gás natural se tornasse um elemento-chave no suprimento das demandas de energia da planta, especialmente em razão de seus benefícios operacionais e ambientais. No entanto, a empresa sempre enfrentou barreiras para usar o gás natural na Elclor, principalmente porque o combustível não estava disponível na região e porque o mercado de gás natural não era bem estabelecido no Brasil. Com a implementação deste projeto, o gás natural começou a ser usado no sítio Elclor da Solvay. Os fornos envolvidos na atividade de projeto são usados na pirólise de dicloroetano (EDC) para produzir monômero de cloreto de vinila (MCV). Existem três fornos de craqueamento de EDC na fábrica da Solvay. Dois são antigos, ainda usam óleo combustível e serão atualizados em um próximo estágio do projeto. O outro é um forno novo, instalado em razão da expansão da planta de MCV. As caldeiras envolvidas na atividade de projeto fornecem demandas adicionais de energia térmica para a planta. As caldeiras usavam óleo combustível antes da atividade de projeto e foram atualizadas para queimar gás natural. O vapor produzido pelas duas caldeiras primeiro aciona dois turbogeradores a vapor para fornecer parte das demandas de eletricidade internas e, a seguir, é usado no processo. O sistema opera em cogeração. A atividade de projeto contribui para um desenvolvimento sustentável por diversas razões: - O gás natural reduz as emissões dos principais poluentes atmosféricos de efeito local, especialmente de material particulado, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e monóxido de

3 MDL Conselho Executivo página 3 carbono. Na Tabela 1, é apresentada a redução de algumas emissões atmosféricas dos poluentes relacionados aos critérios em razão da substituição de combustível no projeto da Solvay. - O gás natural também contribui para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, pois seu fator de emissão de CO 2 é menor que o de outros combustíveis fósseis, como o óleo combustível. - Além disso, o transporte de gás natural para o local é mais seguro e mais ambientalmente amigável do que o de óleo combustível, pois evita o transporte rodoviário de óleo combustível por caminhões. - O projeto também contribui para o desenvolvimento sustentável por disponibilizar gás natural na região da atividade de projeto. Apesar da Solvay em Elclor estar localizada em uma das regiões mais economicamente desenvolvidas do país, o gás natural não estava disponível ali antes do projeto. Essa foi uma das principais barreiras para a concretização do projeto. Com a implementação do projeto, o gás natural foi disponibilizado na região e outros usuários puderam se beneficiar desse fato. Tabela 1 Reduções de emissão dos poluentes atmosféricos de efeito local Poluentes Emissões antes do projeto * [kg/h] Emissões previstas após o projeto ** [kg/h] Reduções de emissão [%] SO 2 171,36 0, ,99% CO 42,98 5,12 88,09% (*) considerando o uso equivalente de t/ano de óleo combustível (capacidade máxima das caldeiras) (**) dados calculados através da estequiometria da combustão. Adicionalmente, a atividade de projeto é parte de um projeto maior, a expansão da capacidade de produção de MCV. Esse projeto maior aumentará a capacidade de produção operacional da planta de MCV de t(mcv)/ano para tmcv/ano. Apesar do aumento na capacidade de produção, as modificações introduzidas pelo projeto resultaram em uma instalação mais eficiente em termos ambientais, com melhorias importantes como, por exemplo, os requisitos de vapor permaneceram inalterados, as emissões atmosféricas do processo foram quase zeradas, os resíduos de cloro nos efluentes líquidos foram reduzidos pelo aumento da eficiência do processo e a geração de água residual e resíduos sólidos diminuiu. Finalmente, a Solvay desenvolve diversos programas sociais envolvendo a comunidade local e seus empregados. O projeto não contribuirá diretamente para a implementação de novos programas sociais, porém as receitas oriundas do MDL irão apoiar e estimular a Solvay em manter e aperfeiçoar seus programas já existentes e também implantar novas iniciativas. Alguns desses programas são: Férias no Parque, Campanhas de Vacinação, Projeto Alquimia, Natação Adaptada, Campanha do Balão, Semana do Meio Ambiente, Química e Natureza, Mãos à Obra, Doação de Hipoclorito de Sódio, APAE, Água e Cidadania, Reciclagem Solidária, Jovem Cidadão, dentre outros. A lista completa com descrição dos programas e indicadores tais como número de pessoas atendidas e orçamento está disponível pela internet e no local do projeto.

4 MDL Conselho Executivo página 4 A.3. Participantes do projeto: Tabela 2 Partes envolvidas na atividade de projeto Nome da parte envolvida Brasil (anfitrião) Entidades públicas e/ou privadas Entidade privada: Solvay Indupa do Brasil S.A. A parte envolvida deseja ser participante do projeto? NÃO A.4. Descrição técnica da atividade de projeto: A.4.1. Localização da atividade de projeto: A Parte anfitriã: Brasil A Região/estado/província etc.: São Paulo A Cidade/município/comunidade etc.: Santo André A Detalhes da localização física, inclusive as informações que permitem a identificação exclusiva desta atividade de projeto (uma página no máximo): A atividade de projeto está localizada na: Solvay Indupa do Brasil S/A km 38 da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, s/nº Vila Elclor Santo André SP Brasil CEP Telefone: Fax:

5 MDL Conselho Executivo página 5 Latitude Longitude Altitude S O 750 m Consulte a Figura 1. Figura 1 Localização de Santo André Brasil SP Santo André A.4.2. Categoria(s) de atividade de projeto: O projeto da Solvay se enquadra no escopo número 4 indústrias de manufatura. A.4.3. Tecnologia a ser empregada pela atividade de projeto: A tecnologia empregada no projeto é convencional. Não apresenta grandes mudanças em comparação com outras instalações que usam gás natural em caldeiras e fornos. O projeto consiste em três fases: - Primeira fase, implementada atualmente: Caldeira GN-2201/A e Caldeira GN-2201/B (o "startup" da operação ocorreu em 15/11/2004). - Segunda fase, em implementação: Forno de EDC P581 (entra em operação no final de 2005). - Terceira fase, no futuro: Forno de EDC P81/A e Forno de EDC P81/B (entram em operação no final de 2006). Caldeiras As caldeiras incluídas na atividade de projeto são apresentadas nas Tabelas 3 e 4. As duas caldeiras produzem vapor para suprir as demandas de energia térmica da planta e também para acionar duas turbinas a vapor: uma das turbinas opera continuamente e a outra é uma turbina reserva que opera quando ocorre falha na alimentação da rede elétrica e/ou durante os horários de pico. A conversão da instalação

6 MDL Conselho Executivo página 6 para queimar gás natural consistiu na substituição dos queimadores de combustível das caldeiras, na construção da tubulação interna de gás natural e na renovação da instrumentação de campo. Em razão da atividade de projeto, a companhia local de gás natural construiu uma nova tubulação para trazer o gás natural até o sítio e a região. A Solvay não utilizava gás natural antes da atividade de projeto (os processos químicos não utilizam gás natural). O único uso de gás natural no local é para atender a demandas de energia. Como o gás natural é fornecido pela tubulação, não é necessário armazenamento no local. As duas caldeiras GN2201/A e GN2201/B normalmente queimam outros combustíveis complementares, juntamente com o combustível principal. Essa situação existia antes da atividade de projeto, quando as caldeiras usavam óleo combustível e permaneceu após a implementação do projeto, com as caldeiras usando gás natural. Os combustíveis complementares são fluxos do processo derivados de outros setores da Solvay Elclor, e são usados de forma intermitente, que depende das condições de processo, controladas pelas operações da planta. A contribuição média dos combustíveis complementares na entrada total de energia das caldeiras é de cerca de 6%, com base na energia. O gás natural substituiu somente o óleo combustível e não os combustíveis complementares. O uso de combustíveis complementares não resultou nem resulta em incentivo para a substituição de combustível, pois poderiam ser usados tanto com óleo combustível como com gás natural. Também, o uso de combustíveis complementares não afeta os cálculos das reduções de emissão. Como explicado na Seção B.2, o cálculo das reduções de emissão é feito com base nos fatores de emissão, na quantidade monitorada de gás natural consumida durante cada ano do período de crédito e no cálculo da quantidade de óleo combustível que seria usada no cenário de linha de base. - Os fatores de emissão não são afetados pelo uso de combustíveis complementares. Eles são fixos e determinados pelo IPCC. - Q_NG é uma variável monitorada, medida diretamente da quantidade de gás natural usada. A medição de gás natural não é afetada pelo uso de combustíveis complementares, pois é independente dos combustíveis complementares. - Q_FO é calculada de Q_NG (medida) e das eficiências η_fo e η_ng. Este é o ponto em que o uso dos combustíveis complementares poderia afetar os cálculos das emissões. Há duas abordagens possíveis para evitar esse problema: (1) não usar combustíveis complementares quando da medição das variáveis para cálculo das eficiências η_fo e η_ng; ou (2) converter os combustíveis complementares, com base nos poderes caloríficos, para gás natural e óleo combustível equivalentes, para fins dos cálculos das eficiências. Dessa forma, a influência dos combustíveis complementares não afeta o cálculo das eficiências e das reduções de emissão.

7 MDL Conselho Executivo página 7 Tabela 3 Caldeira GN-2201/A Caldeira GN-2201/A Fabricante CBC Indústrias Pesadas S/A Ano de instalação Fabricada em 1969 Instalada em 1971 Vida útil esperada Após a substituição da estrutura interna e externa e de parte dos tubos de superaquecedores, em 2002, a vida útil esperada da caldeira aumentou em 30 anos, ou seja, até Nenhuma substituição de combustível foi considerada na época. Combustível usado Óleo combustível (cenário de linha de base) Gás natural (cenário do projeto) Combustíveis complementares (ambos os cenários) Tipo Aquatubular Taxa de produção nominal de vapor kg/h Condições do vapor 80 kgf/cm C Eficiência térmica nominal Óleo combustível: 87,5% Gás natural: 90,2% Início de operação do projeto 15 de novembro de 2004 Tabela 4 Caldeira GN-2201/B Caldeira GN-2201/B Fabricante CBC Indústrias Pesadas S/A Ano de instalação Fabricada em 1969 Instalada em 1971 Vida útil esperada Após a substituição da estrutura interna e externa, em 2002, a vida útil esperada da caldeira aumentou em 30 anos, ou seja, até Nenhuma substituição de combustível foi considerada na época. Combustível usado (originalmente) Óleo combustível (cenário de linha de base) Gás natural (cenário do projeto) Combustíveis complementares (ambos os cenários) Tipo Aquatubular Taxa de produção nominal de vapor kg/h Condições do vapor 80 kgf/cm C Eficiência térmica nominal Óleo combustível: 87,5% Gás natural: 90,2% Início de operação do projeto 15 de novembro de 2004

8 MDL Conselho Executivo página 8 Fornos de craqueamento de EDC Os fornos de craqueamento de EDC envolvidos na atividade de projeto são apresentados nas Tabelas 5, 6 e 7. A produção de MCV na Solvay é feita através da pirólise de EDC. O produto é aquecido no forno de pirólise de EDC até alcançar 500 C, quando o EDC é transformado em MCV e HCl. Existem três fornos de craqueamento de EDC no local. Os dois fornos existentes P81/A e P81/B são do tipo tubo vertical e cada um tem três queimadores. Eles serão convertidos em uma futura fase do projeto. Com a expansão da planta de MCV, um novo forno foi instalado (forno P581). Inicialmente, ele seria um forno a óleo combustível. A decisão de substituir o óleo combustível por gás natural foi tomada durante a implementação do projeto de expansão de MCV. O P581 é um forno a gás natural padrão com tubos horizontais e 64 queimadores com baixa emissão de NOx. Tabela 5 Forno de EDC P581 Forno de EDC P581 Fabricante Petro-Chem Development Co., INC Ano de instalação Fabricado em 2004 Instalado em 2005 Vida útil esperada 30 anos, ou seja, até 2035 Combustível usado Óleo combustível (cenário de linha de base) Gás natural (cenário do projeto) Tipo Tubo horizontal, dupla linha, dupla chama, convectivo Capacidade nominal t(mcv)/ano Taxa nominal de consumo de energia 2,8 GJ(combustível)/t(MCV) Início de operação do projeto Final de 2005 Tabela 6 Forno de EDC P81/A Forno de EDC P81/A Fabricante Heurtey Ano de instalação 1971 Vida útil esperada Após a atualização, em 2002, a vida útil esperada do forno aumentou em 25 anos, ou seja, até Nenhuma substituição de combustível foi considerada na época. Combustível usado Óleo combustível (cenário de linha de base) Gás natural (cenário do projeto) Tipo Tubos verticais: 2 serpentinas verticais com 32 tubos na zona de radiação e 2 serpentinas horizontais na zona de convecção Capacidade nominal t(mcv)/ano Taxa nominal de consumo de energia 2,4 GJ(combustível)/t(MCV) Início de operação do projeto Forno a ser convertido no final de 2006

9 MDL Conselho Executivo página 9 Tabela 7 Forno de EDC P81/B Forno de EDC P81/B Fabricante Heurtey Ano de instalação 1971 Vida útil esperada Após a atualização, em 1996, a vida útil esperada do forno aumentou em 25 anos, ou seja, até Nenhuma substituição de combustível foi considerada na época. Combustível usado Óleo combustível (cenário de linha de base) Gás natural (cenário do projeto) Tipo Tubos verticais: 2 serpentinas verticais com 32 tubos na zona de radiação e 2 serpentinas horizontais na zona de convecção Capacidade nominal t(mcv)/ano Taxa nominal de consumo de energia 2,4 GJ(combustível)/t(MCV) Início de operação do projeto Forno a ser convertido no final de 2006

10 MDL Conselho Executivo página 10 A.4.4. Breve explicação de como as emissões antropogênicas de gases de efeito estufa (GEEs) antropogênicos por fontes devem ser reduzidas pela atividade de projeto de MDL proposta, inclusive porque as reduções de emissão não ocorreriam na ausência da atividade de projeto proposta, levando em consideração as circunstâncias e políticas nacionais e/ou setoriais: As reduções de emissão do projeto da Solvay serão obtidas com o uso do gás natural, um combustível com fator de emissão de carbono menor que o do combustível usado anteriormente (óleo combustível). Na verdade, o gás natural é o combustível fóssil com menor teor de carbono. As reduções de emissão do projeto da Solvay têm como base esse fato. As reduções de emissão do projeto serão calculadas pela metodologia aprovada AM0008. De acordo com a metodologia, as emissões do projeto são as emissões de CO 2, N 2 O e CH 4 provenientes da queima de gás natural. As fugas são as emissões de CH 4 e CO 2 na produção e transporte do gás natural. As emissões de linha de base são as emissões de CO 2, N 2 O e CH 4 provenientes do uso continuado do óleo combustível. Na ausência dos incentivos do MDL a atividade de projeto provavelmente não ocorreria e as emissões seriam maiores que as do cenário do projeto, em razão do uso de óleo combustível em vez de gás natural. A avaliação de adicionalidade realizada na Seção B.3 apresenta a adicionalidade do projeto em mais detalhes. Não existiram nem existem políticas e circunstâncias nacionais e/ou setoriais que influenciem as decisões ou imponham obrigações à atividade de projeto proposta. O uso de óleo combustível e de gás natural não se constitui em restrição nem exigência de qualquer legislação brasileira e/ou estadual. Além disso, não existem políticas setoriais que estimulem o uso de gás natural ou desestimulem o uso de óleo combustível. Portanto, não existem políticas e circunstâncias setoriais que tornem a atividade de projeto preferencial em relação ao cenário de linha de base. A única circunstância nacional que estimula a nova tecnologia é a participação do Brasil no Protocolo de Quioto, que permite ao projeto se beneficiar dos incentivos de MDL.

11 MDL Conselho Executivo página 11 escolhido: A Quantidade estimada de reduções de emissão durante o período de crédito A Tabela 8 apresenta a quantidade estimada de reduções de emissão com base no consumo previsto de gás natural. O período de crédito é de 10 anos, iniciando-se em 15/11/2004. Tabela 8 Reduções de emissão estimadas Anos Estimativa anual de reduções de emissão 2004 (15/11/2004 a 31/12/2004) 4.009, , , , , , , , , , (01/01/2014 a 14/11/2014) ,46 Total de reduções estimadas (tco 2 e) ,14 Número total de anos de crédito 10 Média anual durante o período de crédito de reduções estimadas (tco 2 e) ,41 A.4.5. Financiamento público da atividade de projeto: O projeto foi desenvolvido com base em capital próprio. A Solvay implementou o projeto sem qualquer financiamento público ou outras fontes de dívida.

12 MDL Conselho Executivo página 12 SEÇÃO B. Aplicação de uma metodologia de linha de base B.1. Título e referência da metodologia de linha de base aprovada aplicada à atividade de projeto: AM0008 Substituição de combustível industrial de carvão mineral e petróleo por gás natural sem extensão da capacidade e da vida útil da instalação. B.1.1. Justificativa da escolha da metodologia e porque ela se aplica à atividade de projeto: A AM0008 está sujeita às condições listadas abaixo. A atividade de projeto atende a todas elas. 1. A atividade de projeto é a substituição do combustível industrial usado atualmente em alguns processos dos elementos de uma instalação - combustíveis de carvão mineral e/ou petróleo que, de outro modo, continuariam sendo usados durante o período de crédito - por gás natural. O projeto da Solvay é a substituição do óleo combustível por gás natural. O óleo combustível era usado nas caldeiras GN-2201/A e GN-2201/B para produzir vapor. Após o projeto as caldeiras foram atualizadas para usar gás natural. Outros combustíveis complementares eram usados nas caldeiras antes da implementação do projeto e continuaram sendo usados após o projeto. O gás natural, entretanto, substituiu somente o óleo combustível usado. O óleo combustível é usado atualmente no Forno de EDC P81/A e no Forno de EDC P81/B, que serão atualizados em uma futura fase do projeto. O óleo combustível seria usado no novo Forno de EDC P581 para produzir o calor do processo. O Forno de EDC P581 estará em operação no final de 2005 e, originalmente, queimaria óleo combustível, como mencionado na Licença Ambiental do projeto. A Licença foi solicitada pela Solvay e emitida pela CETESB quando a decisão de substituir combustíveis ainda não tinha sido estabelecida. Com o projeto de MDL, o forno foi re-projetado para usar gás natural. 2. As normas/programas locais não impõem restrições ao uso de combustíveis derivados de petróleo, carvão mineral na instalação. Não existem nem existiam normas e programas que imponham restrições ao uso de óleo combustível na instalação, nem políticas que estimulem o uso de gás natural em vez de outros combustíveis fósseis. 3. O uso de combustíveis derivados de petróleo e/ou carvão mineral é menos dispendioso que o de gás natural por unidade de energia, no país e no setor. Os preços do gás natural têm se mantidos mais altos que os preços do óleo combustível, inclusive quando a decisão de implementar o projeto foi tomada. Os preços históricos de gás natural e óleo combustível são apresentados na Figura 2 na Seção B.3.

13 MDL Conselho Executivo página A instalação não teria grandes melhorias de eficiência durante o período de crédito. De fato, não ocorrerão grandes melhorias de eficiência na instalação durante o período de crédito. O projeto abrange somente a substituição de combustível. Existe uma pequena diferença entre a eficiência da combustão de gás natural e a de óleo combustível, como é esperado em qualquer projeto de substituição de combustível. Essa diferença não pode ser considerada uma grande melhoria de eficiência. Consulte a Tabela A atividade de projeto não aumenta a capacidade das gerações finais nem a vida útil da instalação existente durante o período de crédito (ou seja, essa metodologia se aplica até o final da vida útil da instalação existente, se esta for menor que o período de crédito). Como apresentado na Tabela 9, a atividade de projeto não aumenta a vida útil nem a capacidade das instalações existentes. A capacidade e a vida útil de operação esperada das caldeiras e fornos não foram/não serão alteradas com o projeto de substituição de combustível. Tabela 9 Vida útil esperada, capacidade e eficiência dos equipamentos Caldeira Ano da instalação Vida útil esperada antes e depois do projeto Capacidade antes e depois do projeto Eficiências antes e depois do projeto Caldeira GN2201/A kg(vapor)/h Óleo combustível: 319,3 t(vapor)/tj(combustível) Gás natural: 326,4 t(vapor)/tj(combustível) Caldeira GN2201/B kg(vapor)/h Óleo combustível: 319,3 t(vapor)/tj(combustível) Gás natural: 326,4 t(vapor)/tj(combustível) Forno de craqueamento de EDC P t(mcv)/ano Óleo combustível: 357,1 t(mcv) /TJ(combustível) Gás natural: 357,1 t(mcv) /TJ(combustível) Forno de craqueamento de EDC P81/A t(mcv)/ano Óleo combustível: 415,1 t(mcv) /TJ(combustível) Gás natural: 415,1 t(mcv) /TJ(combustível) Forno de craqueamento de EDC P81/B t(mcv)/ano Óleo combustível: 415,1 t(mcv) /TJ(combustível) Gás natural: 415,1 t(mcv) /TJ(combustível)

14 MDL Conselho Executivo página 14 As GN-2201/A e GN-2201/B foram instaladas em Em 2002, após uma revisão completa e substituição de algumas peças, a vida útil de operação delas aumentou em 30 anos, até Nenhuma substituição de combustível foi considerada na época e, após a atualização, as duas caldeiras ainda operavam com óleo combustível. O projeto de substituição de combustível não aumentou a vida útil de operação esperada das caldeiras. Os fornos P81/A e P81/B foram instalados em O P81/A foi atualizado em 2002 e o P81/B em Nenhuma substituição de combustível foi considerada na época e, após a atualização, a vida útil de operação esperada deles aumentou em 25 anos. Portanto, o P81/A pode operar até 2027 e o P81/B até O projeto de substituição de combustível, a ser implementado no final de 2006, não irá alterar a vida útil de operação deles. A vida útil esperada do forno P581 não aumentou em razão da atividade de projeto. O forno operaria até 2035 na ausência da atividade de projeto. 6. A atividade de projeto proposta é definida como substituição de combustível aplicada a processos de elementos e não resulta em mudança integrada de processos, com a exceção de possíveis mudanças associadas em outro uso de energia (por exemplo, eletricidade para processamento de carvão mineral) fora dos processos dos elementos afetados que devem (poderiam) ser tratadas como fugas. A atividade de projeto não resultará em mudança integrada de processos. É uma simples substituição de combustível. B.2. Descrição de como a metodologia é aplicada no contexto da atividade de projeto: O cálculo das emissões do projeto, das emissões de linha de base e das fugas é realizado independentemente para cada uma das unidades de processo da atividade de projeto, ou seja, a Caldeira GN-2201/A, a Caldeira GN-2201/B, o Forno de EDC P581, o Forno de EDC P81/A e o Forno de EDC P81/B, da seguinte forma: Emissões de linha de base As emissões de linha de base anuais BE, em, durante cada ano do período de crédito, são calculadas de acordo com a AM0008: ( EF _ F _ CO + EF _ F _ CH GWP _ CH + EF _ F _ N O GWP N O) BE y = Q _ Fi, y i 2, y i 4 4 i 2 _ 2 i No contexto da atividade de projeto torna-se: ( EF _ FO _ CO + EF _ FO _ CH GWP _ CH + EF _ FO _ N O GWP N O) BE = Q _ FO _ 2 Onde: Q_FO é a quantidade estimada de óleo combustível usada no cenário de linha de base, em cada ano do período de crédito, medida em [TJ]. Q_FO é estimada a partir da eficiência de cada equipamento e do consumo de gás natural, medido durante o período de crédito. O sufixo y, da equação original, será omitido para fins de simplificação.

15 MDL Conselho Executivo página 15 Para garantir que o calor útil necessário seja comum a cada processo unitário, tanto no cenário de linha de base como no cenário do projeto, Q_FO está ligada ao consumo de gás natural no cenário do projeto através da seguinte equação: η _ NG Q _ FO η _ FO = Q _ NG η _ NG Q _ FO = Q _ NG η _ FO Essa equação é necessária para obter Q_FO que é uma variável do cenário de linha de base que não pode ser medida diretamente. η _FO e η _NG são as eficiências para o uso de óleo combustível e gás natural, respectivamente. No caso das caldeiras, η _FO e η _NG são calculadas como a razão de vapor produzido, em [t], por combustível consumido, em [TJ]. O resultado está em [t/tj]: Q _ ST η _ FO = Q _ FO onde: Q _ ST η _ NG = Q _ NG Q_ST em [t], Q_FO em [TJ] e Q_NG em [TJ] são, respectivamente, as quantidades de vapor produzido, de óleo combustível e gás natural consumidos. Essas quantidades devem ser medidas para a determinação das eficiências de óleo combustível a priori e de gás natural a posteriori. No caso dos fornos, η _FO e η _NG são calculadas como a razão de MCV produzido, em [t], por combustível consumido, em [TJ]. O resultado está em [t/tj]: Q _ VC η _ FO = Q _ FO onde: Q _ VC η _ NG = Q _ NG Q_VC em [t], Q_FO em [TJ] e Q_NG em [TJ] são, respectivamente, as quantidades de MCV produzido, de óleo combustível e gás natural consumidos. Essas quantidades devem ser medidas para a determinação das eficiências de óleo combustível a priori e de gás natural a posteriori.

16 MDL Conselho Executivo página 16 Em ambos os casos (caldeiras e fornos), η_fo é determinada uma vez, antes da substituição de combustível, e η_ng é determinada uma vez no estágio inicial de cada período de crédito. A metodologia define que, como apropriado, η_fo e η_ng deveriam ser consideradas como funções do fator de carga. No caso do projeto da Solvay, as eficiências das caldeiras e fornos não variam significativamente como funções do fator de carga e os equipamentos operam continuamente, com mudanças pequenas no fator de carga. Assim, as eficiências usadas no projeto serão os valores médios, observados durante a operação normal. Os parágrafos a seguir apresentam as eficiências de cada processo unitário. Nos cálculos, o PCS para óleo combustível é kj/kg e o PCS para gás natural é kj/kg. Caldeira GN-2201/A e Caldeira GN-2201/B Óleo combustível: o cálculo é feito com base no consumo histórico das caldeiras. η_fo = 319,3 t/tj Q_FO = 0, TJ (78,00 kg) Q_ST = 1 t de vapor Gás natural: o cálculo é feito com base na operação das caldeiras após a substituição de combustível. η_ng = 326,4 t/tj Q_NG = 0, TJ (63,90 kg) Q_ST = 1 t de vapor Fornos de craqueamento de EDC P81/A e P81/B Óleo combustível: o cálculo é feito com base no consumo histórico dos fornos existentes. η_fo = 415,1 t/tj Q_FO = 0, TJ (60,00 kg) Q_VC = 1 t de MCV Gás natural: como não ocorreu ainda a substituição por gás natural nos fornos, considera-se que a eficiência não mudará em comparação com a situação atual. As eficiências do projeto indicam que a instalação provavelmente não terá grandes melhorias na eficiência em razão do projeto de substituição de combustível. Esse valor precisa ser monitorado e recalculado durante o período de crédito. η_ng = 415,1 t/tj Forno de craqueamento de EDC P581 Como esse é um forno novo, as eficiências de projeto são usadas. Esse valor precisa ser monitorado e recalculado durante o período de crédito. η_fo = η_ng = 357,1 t/tj

17 MDL Conselho Executivo página 17 EF_FO_CO 2 é o fator de emissão de CO 2 equivalente por unidade de energia de óleo combustível em [tco 2 /TJ]. No caso do projeto da Solvay, o combustível da linha de base é o óleo combustível e o fator de emissão para o óleo combustível será considerado constante durante o período de crédito. Os valores padrão do IPCC serão usados, pois não existe nenhuma outra referência disponível. EF_FO_CO 2 é obtido da seguinte equação, conforme recomendado pelo IPCC em Revised 1996 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories [Diretrizes Revisadas do IPCC de 1996 para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa]: EF _ FO _ CO2 = OXID EF = = tco 2 /TJ EF_FO_CH 4 é o fator de emissão de CH 4 padrão do IPCC de óleo combustível associado com a combustão de combustíveis, medido em [tch 4 /TJ]. EF_FO_CH 4 é obtido das Diretrizes Revisadas do IPCC de 1996 para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa - Volume 3 - Manual de Referência, Seção , Tabela 1-7, Setores de Energia, Óleo, onde EF_FO_CH 4 = 3 kg/tj = 0,003 tch 4 /TJ. EF_FO_N 2 O é o fator de emissão de N 2 O padrão do IPCC de óleo combustível associado com a combustão de combustíveis, medido em [tn 2 O/TJ]. EF_FO_ N 2 O é obtido das Diretrizes Revisadas do IPCC de 1996 para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa - Volume 3 - Manual de Referência, Seção , Tabela 1-8, Setores de Energia, Óleo, onde EF_FO_N 2 O = 0,6 kg/tj = 0,0006 tn 2 O/TJ. GWP_CH 4 é o potencial de aquecimento global de CH 4 definido pelo IPCC em Climate Change 1995: The Science of Climate Change, Table 4, p. 22, 1996 [Mudança de Clima 1995: A Ciência da Mudança de Clima, Tabela 4, p. 22, 1996] como GWP_CH 4 = 21 tco 2 /tch 4. GWP_N 2 O é o potencial de aquecimento global de N 2 O definido pelo IPCC em "Mudança de Clima 1995: A Ciência da Mudança de Clima, Tabela 4, p. 22, 1996" como GWP_N 2 O = 310 tco 2 /tn 2 O. No final as emissões de linha de base serão: BE = Q _ FO η _ NG η _ FO ( ) = Q _ NG Emissões do projeto De acordo com a AM0008, as emissões anuais do projeto PE, em, durante cada ano do período de crédito são expressas como: ( EF _ NG _ CO + EF _ NG _ CH GWP _ CH + EF _ NG _ N O GWP N O) PE y = Q _ NGi, y _ 2 i

18 MDL Conselho Executivo página 18 No contexto da atividade de projeto torna-se: ( EF _ NG _ CO + EF _ NG _ CH GWP _ CH + EF _ NG _ N O GWP N O) PE = Q _ NG _ 2 onde: Q_NG é a quantidade de gás natural usada no cenário do projeto, em cada ano do período de crédito, para substituir a quantidade Q_FO de óleo combustível usada no cenário de linha de base, medida em [TJ]. No caso do projeto da Solvay, Q_NG é monitorada em cada ano do período de crédito. EF_NG_CO 2 é o fator de emissão de CO 2 padrão do IPCC por unidade de gás natural associada com a combustão de combustíveis, em [tco 2 /TJ]. Ele é obtido da seguinte equação, conforme recomendado pelo IPCC nas "Diretrizes Revisadas do IPCC de 1996 para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa": EF _ NG _ CO2 = OXID EF = = tco 2 /TJ EF_NG_CH 4 é o fator de emissão de CH 4 padrão do IPCC de gás natural associado com a combustão de combustíveis, medido em [tch 4 /TJ]. Ele é obtido das "Diretrizes Revisadas do IPCC de 1996 para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa - Volume 3 - Manual de Referência, Seção , Tabela 1-7, Setores de Energia, Gás Natural", onde EF_NG_CH 4 = 1 kg/tj = 0,001 tch 4 /TJ. EF_NG_N 2 O é o fator de emissão de N 2 O padrão do IPCC de gás natural associado com a combustão de combustíveis, medido em [tn 2 O/TJ]. Ele é obtido das "Diretrizes Revisadas do IPCC de 1996 para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa - Volume 3 - Manual de Referência, Seção , Tabela 1-8, Setores de Energia, Gás Natural", onde EF_NG_CH 4 = 0,1 kg/tj = 0,0001 tn 2 O/TJ. No final, as emissões de linha de base serão: Fugas ( ) = Q _ NG PE = Q _ NG A AM0008 considera duas fontes de fugas: emissões fugitivas de CH 4 da produção de combustível e emissões de CO 2 do transporte de combustível No projeto da Solvay, seguindo a orientação da AM0008, as fugas anuais LE são expressas como: LE = ( Q NG FE _ NG _ CH Q _ FO FE _ FO _ CH ) 4 4 GWP _ CH + Q _ NG EF _ TF _ NG Q _ FO EF _ TF _ FO _ 4 FE_NG_CH 4 e FE_FO_CH 4 são os fatores de emissão de CH 4 padrão do IPCC de emissões fugitivas de CH 4 associadas com a produção e transporte de gás natural e óleo combustível, em [tch 4 /TJ].

19 MDL Conselho Executivo página 19 FE_NG_CH 4 = 118 kgch 4 /TJ = 0,118 tch 4 /TJ, como apresentado nas "Diretrizes Revisadas do IPCC de 1996 para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa - Volume 3 - Manual de Referência, Seção 1.8.5, Tabela 1-58, Processamento, transporte e distribuição de gás natural". FE_FO_CH 4 = 0. As emissões fugitivas de CH 4 associadas com a produção e transporte de óleo combustível serão consideradas zero. O motivo é a falta de fatores de emissão de CH 4 específicos para a produção de óleo combustível. Isso é conservador. EF_TF_NG e EF_TF_FO são os fatores de emissão de CO 2 para o transporte de gás natural e óleo combustível. Portanto, EF_TF_NG = 0. O gás natural é transportado por gasodutos, portanto não é atribuída nenhuma emissão de CO 2 em razão do seu transporte. As emissões fugitivas de CH 4 são consideradas em FE_NG_CH 4. EF_TF_FO = 0. O óleo combustível seria transportado por caminhões na linha de base e as emissões de CO 2 ocorreriam em razão do consumo de combustível fóssil. No entanto, essas emissões não serão consideradas. Isso é conservador. Reduções de emissão LE = Q _ NG = 2.48 Q _ NG A redução de emissão anual ER em cada ano da atividade de projeto é expressa como Das equações anteriores: ER = BE PE LE η _ NG ER = Q _ NG Q _ NG 2.48 Q _ NG η _ FO A Tabela 10 apresenta as fontes principais dos dados usados.

20 MDL Conselho Executivo página 20 Tabela 10 Dados usados para determinar o cenário de linha de base Dados usados Fonte EF_FO_CO 2 = 76,59 tco 2 /TJ Valor fixo do IPCC EF_FO_CH 4 = 0,003 tch 4 /TJ Valor fixo do IPCC EF_FO_ N 2 O = 0,0006 tn 2 O/TJ Valor fixo do IPCC GWP_CH 4 = 21 tco 2 /tch 4 Valor fixo do IPCC GWP_N 2 O = 310 tco 2 /tn 2 O Valor fixo do IPCC EF_NG_CO 2 = 55,82 tco 2 /TJ Valor fixo do IPCC EF_NG_CH 4 = 0,001 tch 4 /TJ Valor fixo do IPCC EF_NG_N 2 O = 0,0001 tch 4 /TJ Valor fixo do IPCC FE_NG_CH 4 = 0,118 tch 4 /TJ FE_FO_CH 4 = 0 EF_TF_NG = 0 EF_TF_FO = 0 Valor fixo do IPCC As emissões de CH 4 da produção de óleo serão desconsideradas. Isso é conservador. A emissões no transporte são zero. As emissões de CO 2 no transporte serão desconsideradas. Isso é conservador.

21 MDL Conselho Executivo página 21 B.3. Descrição de como as emissões antropogênicas de GEEs por fontes são reduzidas para abaixo daquelas que teriam ocorrido na ausência da atividade de projeto de MDL registrada: As emissões antropogênicas de GEEs são reduzidas abaixo daquelas que teriam ocorrido na ausência da atividade de projeto porque, sem os incentivos do MDL, o cenário mais provável seria o uso continuado de óleo combustível na instalação. Resumo do projeto Em 2001, para expandir a planta de MCV no sítio Elclor, a Solvay teve que instalar um novo forno de craqueamento de dicloroetano (EDC) para atender à necessidade crescente da capacidade de processamento. A situação, na época, obrigaria a Solvay a instalar o novo forno usando óleo combustível. O gás natural estava a uma distância de 14 km do local. A Solvay solicitou a licença ambiental considerando o uso de óleo combustível no forno e a agência ambiental do estado, a Cetesb, emitiu a licença de instalação em 8 de novembro de Entre diversas exigências técnicas, a Cetesb exigiu a instalação, no novo forno de craqueamento de EDC a óleo combustível, de um sistema de exaustão local e do controle das emissões atmosféricas, com base na melhor tecnologia disponível. As alternativas técnicas para a Solvay atender às exigências da Cetesb foram o tratamento no fim da tubulação dos gases de exaustão, com a instalação de equipamentos de controle específicos, ou a substituição do combustível do forno, de óleo combustível por gás natural. Tanto a instalação dos equipamentos de controle como a substituição de combustível ocasionariam mudanças no projeto, exigindo uma nova aprovação do conselho da empresa. A instalação dos equipamentos de controle tinha a vantagem de ser mais barata do que a mudança do forno para gás natural. A substituição de combustível ocasionaria uma mudança maior do projeto, especialmente quando se considera que o gás natural não estava disponível no local. Durante a implantação do projeto, a Solvay decidiu aproveitar essa oportunidade para levar avante a sua orientação estratégica de uso de gás natural no local. Alguns pontos que motivaram essa escolha foram: os custos evitados de manutenção e operação dos equipamentos de controle de emissões atmosféricas, o melhor desempenho operacional alcançado pelos fornos de craqueamento de EDC usando gás natural como combustível, o desenvolvimento de capacitação na construção e operação do forno de craqueamento de EDC usando gás natural como combustível dentro do Grupo Solvay, e os benefícios que a Solvay poderia obter em razão dos incentivos dos créditos de carbono do MDL com a substituição de combustível. A Solvay retomou contatos com a companhia local de gás natural, a Comgas, durante o último trimestre de 2002 para discutir a instalação da tubulação de gás natural necessária para trazer o gás natural até o local. No entanto, a primeira resposta da companhia de gás natural foi desfavorável para a Solvay. Seria necessária uma nova tubulação de gás natural de 14 km e a Comgas argumentou que o volume de gás consumido não era suficientemente alto para justificar os investimentos feitos por ela. Assim, se a Solvay decidisse usar o gás natural, ela mesma teria que construir a nova tubulação. A Solvay tinha duas caldeiras a óleo combustível no mesmo local e, também segundo a Comgas, se as duas caldeiras fossem convertidas para queimar gás natural, o volume resultante de gás natural consumido viabilizaria a construção da tubulação de 14 km, sem necessidade de investimento da Solvay. Como o custo do investimento em uma nova tubulação era muito alto para a Solvay, a conversão das duas caldeiras existentes era uma opção que possibilitaria o uso de gás natural no local. Naturalmente, o escopo

22 MDL Conselho Executivo página 22 original do projeto não considerava a atualização das caldeiras e exigiria investimentos adicionais da Solvay e outra mudança no escopo do projeto. A decisão final da Solvay foi a opção pelo gás natural e esta é a atividade de projeto proposta neste documento. O escopo original do projeto mudou da instalação do novo forno de craqueamento de EDC com óleo combustível para a instalação do novo forno de craqueamemto com gás natural e a conversão das duas caldeiras existentes e dos dois fornos existentes de óleo combustível para gás natural. O conhecimento anterior que o Grupo Solvay tinha do mercado de carbono, do Protocolo de Quioto e a possibilidade de obter incentivos financeiros da comercialização dos créditos de carbono contribuíram de forma decisiva para apoiar a opção pelo gás natural. O Grupo Solvay, como uma empresa européia, já estava envolvido nas discussões sobre Mudanças Climáticas, o Protocolo de Quioto e suas demandas e impactos na economia das empresas e países. Na época, o Grupo Solvay sabia que seu negócio seria afetado pelas exigências do Protocolo de Quioto e pelas reduções de emissões quantificadas impostas. Considerando a oportunidade de substituição de óleo combustível por gás natural e considerando as exigências e oportunidades do Protocolo de Quioto, a Solvay decidiu procurar a Ecoinvest com o objetivo de entender melhor o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e a possibilidade de ter um projeto de substituição de combustível como uma atividade elegível deste mecanismo. O objetivo era aumentar a atratividade da opção pelo gás natural no processo de decisão para esse projeto específico. Em 16 de dezembro de 2002, a Solvay e a Ecoinvest fizeram sua primeira reunião para discutir o assunto. Passo 0 Triagem preliminar com base na data de início da atividade de projeto (a) Evidência de que a data de início da atividade de projeto de MDL está entre 1 de janeiro de 2000 e a data do registro de uma primeira atividade de projeto de MDL, ou seja, 18 de novembro de A atividade de projeto de MDL foi considerada pela primeira vez pela Solvay no final do ano de 2002, em razão da expansão da planta de MCV. A emissão da licença de instalação pela Cetesb, para o projeto de MCV, ocorreu em 8 de novembro de Em 16 de dezembro de 2002, a Solvay e a Ecoinvest fizeram sua primeira reunião para discutir o assunto. A data de início da atividade de projeto foi 8 de agosto de 2003 (quando o projeto de engenharia foi iniciado) e a operação se iniciou em 15 de novembro de A licença, as evidências dos contatos com a Comgas e Ecoinvest estão disponíveis no local do projeto. (b) Evidência de que o incentivo do MDL foi seriamente considerado na decisão de continuar com a atividade de projeto. A Solvay é uma empresa européia com amplo conhecimento das discussões sobre Mudanças Climáticas e o Protocolo de Quioto. Dentro da Comunidade Européia, a Solvay tem participado intensamente das discussões sobre o Protocolo de Quioto e seus impactos nas economias das empresas e países. Especificamente para esta atividade de projeto, a primeira reunião entre a Ecoinvest e a Solvay ocorreu em 16 de dezembro de 2002, assim que a Solvay obteve a licença de instalação da Cetesb. O objetivo da reunião era avaliar a participação desta atividade de projeto específica no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, para aumentar os benefícios da mudança no escopo original do projeto.

23 MDL Conselho Executivo página 23 O projeto original (projeto de expansão de MCV), que não incluía a substituição de combustível, não seria interrompido na ausência do MDL. Como mostrado na licença ambiental, o projeto original foi concebido com o forno a óleo combustível (P581) e sem nenhuma substituição de combustível nas caldeiras (GN2201/A e B) e nos outros fornos (P81/A e B). Essa seria a situação mais provável na ausência do MDL. O MDL se constituiu em fator importante que contribuiu para a decisão de substituição de combustíveis. Portanto, desde o início da avaliação da substituição de óleo combustível no local, a Solvay levou em consideração os benefícios do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Normas/programas relacionadas à atividade de projeto e suas alternativas Existem três alternativas para a atividade de projeto: (1) Instalar P581 a óleo combustível e manter caldeiras e fornos existentes com óleo combustível. (2) Instalar P581 a gás natural e manter caldeiras e fornos existentes com óleo combustível. (3) Instalar P581 a gás natural e converter as caldeiras e fornos existentes para gás natural. As alternativas são apresentadas na Tabela 11. Tabela 11 Alternativas à atividade de projeto Alternativas Escopo da Solvay (1) Caldeiras e fornos de craqueamento a óleo combustível (2) Gás natural somente no P581 (3) Caldeiras e fornos de craqueamento a gás natural Alteração do projeto do forno de craqueamento de EDC NÃO SIM SIM Conversão das caldeiras NÃO NÃO SIM Controle de emissões Forno de craqueamento de EDC SIM NÃO NÃO Gasoduto NÃO SIM NÃO Equipamentos auxiliares de gás natural NÃO SIM SIM

24 MDL Conselho Executivo página 24 As três alternativas estavam de acordo com as leis e normas vigentes e nenhuma legislação tornava qualquer uma das opções obrigatória/preferencial. Assim, não houve exigências legais que forçassem ou restringissem a decisão da Solvay de escolher o gás natural e a atividade de projeto proposta não é a única alternativa entre as consideradas pela Solvay que atende a todas as normas que devem ser seguidas. Preços de gás natural versus óleo combustível Os preços do gás natural mantinham-se mais altos que os preços do óleo combustível, inclusive quando a decisão de implementar o projeto foi tomada. Os preços históricos de gás natural e óleo combustível são apresentados na Figura 2. É importante observar que os preços de óleo combustível são voláteis e que a tendência histórica mostra que têm se mantidos mais baixos que os preços de gás natural no Brasil Nov 2002 Dec 2002 Jan 2003 Feb 2003 Mar 2003 Apr 2003 May 2003 Jun 2003 NG - R$/TJ LHV FO - R$/TJ LHV Figura 2 Preços de gás natural em comparação com os de óleo combustível Outras barreiras Além dos preços de combustível, existiram e ainda existem muitas incertezas em relação ao desenvolvimento do mercado de gás natural no Brasil, diante do mercado bem desenvolvido e estabelecido de óleo combustível. Em 2002, a ANP 1 (Agência Nacional do Petróleo) indicava algumas barreiras enfrentadas para o desenvolvimento dos mercados de gás natural no Brasil: 1 Agência Nacional do Petróleo ANP. Panorama da Indústria do Gás Natural no Brasil. Julho de Disponível em

25 MDL Conselho Executivo página Competição entre gás natural e óleo combustível O menor preço do óleo combustível, especialmente dos óleos mais pesados, pode representar uma barreira para a introdução do gás natural, pois os dois combustíveis competem entre si. 2. A Petrobras, a empresa que historicamente detém o monopólio de produção de óleo e gás no Brasil, é a maior operadora do setor. Em suas decisões estratégicas a empresa procura preservar seus mercados, comprometendo o desenvolvimento de outros participantes e empresas e o estabelecimento de um mercado livre verdadeiro. É legalmente impossível desmembrar a Petrobras ou obrigá-la a vender sua participação em outras empresas. 3. Impostos sobre o gás natural A existência de impostos que são aplicados sucessivamente nos diversos estágios da cadeia de gás natural, além dos impostos diferentes aplicados nos diversos estados pelos quais passa a tubulação de gás natural, representa outro problema para o mercado. 4. Incertezas regulatórias Segundo a ANP, existem limites e lacunas no marco regulatório estabelecido pela Lei 9478/97 e outras legislações relacionadas que geram incertezas sobre as responsabilidades e possibilidades da agência regulatória (ANP) regulamentar o mercado. Os exemplos dados pela ANP foram a indefinição sobre o acesso livre à rede para outras empresas e os limites entre as responsabilidades das agências regulatórias do estado e da agência regulatória federal. Isso representa os chamados riscos regulatórios do mercado de gás natural no Brasil. 5. O licenciamento ambiental da infra-estrutura de gás natural também representa uma barreira para o desenvolvimento de uma rede ampla de gás natural. O processo de licenciamento no Brasil é freqüentemente complexo e exige algum tempo para ser concluído, o que aumenta o período de tempo entre o planejamento e a operação de uma nova instalação. Todos esses aspectos criaram um cenário em 2002 no qual o desenvolvimento de um mercado de gás natural sólido e seguro foi visto com cautela pela Solvay. A opção pelo gás natural resultou em importantes mudanças e em custos adicionais para o escopo do projeto, além de enfrentar um cenário incerto em relação aos mercados de gás natural e à definição de preços. Essas mudanças representaram barreiras para que o projeto ocorresse na ausência dos incentivos do MDL. Além das barreiras do mercado, a atividade de projeto enfrentou problemas com: 1. Alterações de concepção incluindo: alteração no projeto do forno em razão da substituição por gás natural, adição de equipamentos auxiliares de gás natural e adição da atualização das caldeiras e fornos ao escopo do projeto. Alterações de concepção, especialmente no meio de um processo de investimento no qual decisões já foram tomadas, enfrentam grandes barreiras para ocorrerem, devido à reserva do capital de investimento e ao cronograma do projeto. A concepção do projeto tem sido desenvolvida desde 2001 e a opção pelo gás natural ocorreu quase no fim do desenvolvimento do projeto, no final de O pedido de compra do forno foi feito em fevereiro de Assim, a opção pelo gás natural exigiu uma grande mudança no escopo do projeto, o que foi visto como uma barreira significativa no processo interno de decisão, que envolve o conselho da empresa.