AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
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- Therezinha Machado Peixoto
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1 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DISTRITO FEDERAL RELATOR REQTE.(S) INTDO.(A/S) PROC.(A/S)(ES) INTDO.(A/S) PROC.(A/S)(ES) : MIN. DIAS TOFFOLI :ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS - ANJ :GUSTAVO BINENBOJM :ALICE VORONOFF :RAFAEL L. F. KOATZ :CARINA LELLIS :CONGRESSO NACIONAL :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO :PRESIDENTE DA REPÚBLICA :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO DESPACHO: Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Associação Nacional dos Jornais, tendo como objeto os artigos 2º, 3º, 5º, 1º e 2º, 6º, 7º e 10 da Lei federal nº , de 11 de novembro de 2015, que dispõe sobre o direito de resposta ou retificação do ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social. Eis o teor das normas impugnadas: Art. 2o Ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo. 3o A retratação ou retificação espontânea, ainda que a elas sejam conferidos os mesmos destaque, publicidade, periodicidade e dimensão do agravo, não impedem o exercício do direito de resposta pelo ofendido nem prejudicam a ação de reparação por dano moral. Art. 5o Se o veículo de comunicação social ou quem por ele responda não divulgar, publicar ou transmitir a resposta ou retificação no prazo de 7 (sete) dias, contado do recebimento do respectivo pedido, na forma do art. 3o, restará caracterizado o
2 interesse jurídico para a propositura de ação judicial. 1o É competente para conhecer do feito o juízo do domicílio do ofendido ou, se este assim o preferir, aquele do lugar onde o agravo tenha apresentado maior repercussão. 2o A ação de rito especial de que trata esta Lei será instruída com as provas do agravo e do pedido de resposta ou retificação não atendido, bem como com o texto da resposta ou retificação a ser divulgado, publicado ou transmitido, sob pena de inépcia da inicial, e processada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, vedados: I - a cumulação de pedidos; II - a reconvenção; III - o litisconsórcio, a assistência e a intervenção de terceiros. 3o (VETADO). Art. 6o Recebido o pedido de resposta ou retificação, o juiz, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, mandará citar o responsável pelo veículo de comunicação social para que: I - em igual prazo, apresente as razões pelas quais não o divulgou, publicou ou transmitiu; II - no prazo de 3 (três) dias, ofereça contestação. Parágrafo único. O agravo consistente em injúria não admitirá a prova da verdade. Art. 7o O juiz, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes à citação, tenha ou não se manifestado o responsável pelo veículo de comunicação, conhecerá do pedido e, havendo prova capaz de convencer sobre a verossimilhança da alegação ou justificado receio de ineficácia do provimento final, fixará desde logo as condições e a data para a veiculação, em prazo não superior a 10 (dez) dias, da resposta ou retificação. 1o Se o agravo tiver sido divulgado ou publicado por veículo de mídia impressa cuja circulação seja periódica, a resposta ou retificação será divulgada na edição seguinte à da ofensa ou, ainda, excepcionalmente, em edição extraordinária, apenas nos casos em que o prazo entre a ofensa e a próxima edição indique desproporcionalidade entre a ofensa e a resposta 2
3 ou retificação. 2o A medida antecipatória a que se refere o caput deste artigo poderá ser reconsiderada ou modificada a qualquer momento, em decisão fundamentada. 3o O juiz poderá, a qualquer tempo, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, bem como modificar-lhe o valor ou a periodicidade, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. 4o Para a efetivação da tutela específica de que trata esta Lei, poderá o juiz, de ofício ou mediante requerimento, adotar as medidas cabíveis para o cumprimento da decisão. Art. 10. Das decisões proferidas nos processos submetidos ao rito especial estabelecido nesta Lei, poderá ser concedido efeito suspensivo pelo tribunal competente, desde que constatadas, em juízo colegiado prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. No que tange ao art. 2º, 3º, da Lei nº /15, alega que a interpretação literal do preceito leva à conclusão de que seria possível postular judicialmente a publicação de uma resposta mesmo quando o veículo de comunicação já tivesse realizado a retratação/retificação adequada, de forma espontânea, o que daria margem a um desproporcional e irrazoável bis in idem, consistente na dupla restrição à atividade dos veículos de comunicação, em ofensa ao art. 5º, inciso V, da Constituição Federal, que garante o direito de resposta proporcional ao agravo, e à sistemática constitucional de proteção à liberdade jornalística (artigos 5º, incisos IV e IX, e 220 da Constituição). Quanto aos artigos 5º, 1º e 2º, 6º, 7º da Lei federal nº /15, alega que representam cerceamento aos direitos de defesa e de contraditório das empresas de comunicação, por estabelecerem rito processual que cria prejuízo injustificável à defesa dos veículos de comunicação, colocando o autor da ação em vantagem processual. Assevera que, ao assim dispor, a Lei federal nº /15 instituiu rito mais severo do que o da antiga Lei de Imprensa (Lei nº 5.250/67). 3
4 Por fim, aduz que o art. 10 da Lei federal nº /15 contraria o poder geral de cautela conferida aos juízes, incorrendo em ofensa ao princípio da inafastabilidade da jurisdição, além de importar afronta às garantias do contraditório, da ampla defesa, e do devido processo legal (art. 5º, incisos XXXV, LIV e LV, da Constituição Federal). É o breve relato. De início, registro que, em 18/12/15, proferi medida cautelar, ad referendum do Plenário, na ADI nº 5.415, em que impugna tão somente o art. 10 da Lei federal nº /15, para ressalvar o dispositivo combatido da interpretação literal que restrinja o Poder Geral de Cautela prescrito em seu comando a órgão colegiado de Tribunal a que seja submetido recurso interposto sob o rito da Lei nº /15, permitindo e preservando tal prerrogativa ao magistrado integrante do Tribunal respectivo, em decisão monocrática. Na presente ação direta, também questiona-se o art. 10 da Lei federal nº /15. No entanto, o presente feito possui objeto mais abrangente. Sendo assim, em razão da relevância da matéria, entendo que deva ser aplicado o procedimento abreviado do art. 12 da Lei nº 9.868/99, a fim de que a decisão seja tomada em caráter definitivo. Solicitem-se informações aos requeridos. Após, abra-se vista, sucessivamente, no prazo de cinco dias, ao Advogado-Geral da União e ao Procurador-Geral da República. Ademais, tendo em vista a parcial identidade de objetos entre a presente ação e ADI nº 5.415, na qual impugna-se dispositivo da Lei federal nº /15, proceda-se ao imediato apensamento dos autos, para que tenham tramitação conjunta. Publique-se. Brasília, 18 de dezembro de
5 Ministro DIAS TOFFOLI Relator Documento assinado digitalmente 5
respeitosamente, manifestar-se quanto à presente ação direta de inconstitucionalidade.
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