Comemoração dos 40 Anos das Engenharias na Universidade de Coimbra!

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1 Comemoração dos 40 Anos das Engenharias na Universidade de Coimbra Coimbra, 19 de Dezembro de 2012, Auditório da FCTUC Sessão comemorativa - Programa Sessão de Abertura Reitor da Universidade de Coimbra Ministro da Educação e Ciência Presidente da Câmara de Coimbra Bastonário da Ordem dos Engenheiros Diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra A criação das Engenharias na Universidade de Coimbra uma perspetiva histórica: Prof. João Manuel Cotelo Neiva Prof. José Veiga Simão Prof. José Simões Redinha A criação das Engenharias na Universidade de Coimbra: 40 anos ao serviço do país: Prof. Carlos Artur Trindade de Sá Furtado Momento musical Cocktail de encerramento 1

2 Discursos Apresentados na Sessão Comemorativa Luís Neves Prof. Doutor Luís José Proença de Figueiredo Neves N.: Covilhã, 24 de Março de Doutor em Mineralogia, Petrologia e Geoquímica, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Professor Catedrático do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desde Director da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desde Há 40 anos o Decreto Lei n.º 259/72, de 28 de Julho, dispunha no seu artigo 1.º: A Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra passa a denominar-se Faculdade de Ciências e Tecnologia ; no Art.º 2.º Na Faculdade de Ciências e Tecnologia serão professados, além dos actuais cursos da Faculdade de Ciências, também os cursos de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia de Minas, Engenharia Electrotécnica e Engenharia Química, conforme os planos de estudo a fixar por decreto; e no Art.º 3.º A Faculdade compreende, quer no ramo da ciência, quer no ramo da tecnologia, departamentos e serviços científicos cujo número e funções serão especificados no seu regulamento. Nestes 3 artigos podemos encontrar, com redacção simples e clara, a missão e a estrutura organizacional da actual Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Não obstante duas importantes revisões estatutárias, em 1994 e em 2008, estas permanecem no essencial inalteradas, o que comprova a visão e alcance com que o processo foi tratado em Ao longo destes 40 anos, perto de profissionais graduaram-se em cursos de Engenharia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, prestando um contributo relevante à região e ao país, num tempo marcado por grande aceleração do desenvolvimento (tabela 1). Orgulha-nos a distinção de membro honorário que a Ordem dos Engenheiros nos entendeu atribuir por ocasião do seu 75.º aniversário, e que 2

3 simboliza de forma clara o contributo prestado na formação de profissionais qualificados na área da Engenharia. Actualmente permanecem na FCTUC os Departamentos de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia de Minas, Engenharia Electrotécnica e de Computadores e Engenharia Química, os quais, em colaboração com os restantes seis Departamentos de Ciências, asseguram a frequência de 33 cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, frequentados por alunos mais de 50% do total de estudantes da FCTUC e 1/6 do total de alunos da UC. Os Departamentos de Engenharia integram 215 docentes, mais de 90% dos quais doutorados, distribuídos por uma dezena de unidades de investigação reconhecidas pela FCT e avaliadas por painéis internacionais com classificações de topo - 5 das quais com Excelente. A excelência da investigação realizada é aliás bem traduzida num ranking internacional, o Essencial Science Indicators, no qual apenas são listadas 1% das melhores instituições mundiais em cada área do conhecimento. Trata-se de um ranking de natureza estritamente objectiva, o qual apenas entra em linha de conta com o impacto dos trabalhos publicados em revistas internacionais, aferido pelas suas citações. Neste ranking, e na área das engenharias, a FCTUC surge na posição 346 entre as 1200 escolas listadas, as quais, reforço, correspondem já de si a apenas 1% das existentes a nível mundial. No que respeita à inovação e transferência de conhecimento, tem sido igualmente muito relevante o papel das Engenharias. Para além de inúmeros contratos de prestação de serviços e projectos de apoio a empresas que decorrem na Instituição, a actividade da Universidade de Coimbra, e em particular das suas Engenharias, contribuiu certamente para que a Região Centro tenha recentemente integrado o mapa das mais inovadoras a nível europeu e que a incubadora do Instituto Pedro Nunes atingisse lugar cimeiro em rankings mundiais de base científica e tecnológica. Para além da transformação do tecido empresarial da região, são já vários os exemplos de empresas nascidas na influência da Universidade que se notabilizaram a nível nacional e internacional. Da esquerda para a direita: Sá Furtado, Simões Redinha, Veiga Simão São resultados de que globalmente nos podemos orgulhar, obtidos em condições muito adversas. De facto, a crise chegou às universidades há bastante mais tempo do que ao resto do país, e a rentablização de recursos materiais e humanos não é novidade na nossa acção. Na última década, a FCTUC reduziu em 20% o seu corpo docente e em 50% o corpo não docente, ao mesmo tempo que incrementou significativamente as actividades de investigação e de transferência de conhecimento, bem como o 3

4 número total de alunos, agora com a exigência que decorre da maior proporção dos que frequentam segundos e terceiros ciclos. Este esforço, contudo, começa a ficar limitado pelo significativo envelhecimento do corpo docente, cuja idade média se situa já nos 50 anos, o mesmo acontecendo no caso dos não docentes. Situação, aliás, transversal às Instituições de Ensino Superior nacionais. A renovação dos quadros no contexto da crise económica que nos afecta é um desafio complexo, mas certamente tanto mais difícil de vencer quanto mais tardiamente for enfrentado. Desta renovação depende também a capacidade do nosso país ultrapassar o desafio de transformar um tecido económico ainda em boa parte baseado na mão de obra desqualificada, num outro suportado pelo conhecimento avançado e pela inovação. As Engenharias e a Universidade estarão seguramente à altura deste desafio. O Director da FCTUC, Luís Neves Tabela 1 Licenciados pré-bolonha e Mestres de Bolonha graduados na FCTUC entre 1972 e Curso N.º graduados Eng.ª Civil 3079 Eng.ª Electrotécnica/ Electrotécnica e Computadores 2525 Eng.ª Mecânica 1655 Eng.ª Informática 1130 Eng.ª Química 1087 Eng.ª Geológica, Eng.ª de Minas e Eng.ª 388 Geológica e de Minas Eng.ª Biomédica 236 Eng.ª Física 221 Eng.ª Geográfica 203 Eng.ª do Ambiente 158 Eng.ª de Materiais 93 Eng.ª e Gestão Industrial 48 4

5 Prof. Doutor João Manuel Cotelo Neiva João Manuel Cotelo Neiva N.: Porto, 18 de Fevereiro de Doutor em Ciências Geológicas pela Universidade do Porto, em Novembro Professor Catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra em Fundador da Sociedade Geológica de Portugal (1941), que dirigiu durante alguns anos. Diretor do Museu e Laboratório Minerológico e Geológico ( ). Diretor do Centro de Estudos Geológicos do Instituto de Alta Cultura ( ). Diretor da Faculdade de Ciências ( ). Reitor da Universidade de Coimbra ( ). Durante o seu reitorado ocorreu a transformação da Faculdade de Ciências em Faculdade de Ciências e Tecnologia (1972). Membro efectivo da Academia de Ciências de Lisboa Ex. mo Senhor Diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade de Coimbra 17/12/2012 Agradeço o convite de V. Exa. para participar na sessão comemorativa dos 40 anos das Engenharias na Universidade de Coimbra. É-me impossível estar presente por me encontrar doente há perto de meio ano. Tenho muita pena de não poder participar pessoalmente. Envio um pequeno texto com algumas considerações sobre a criação das Engenharias na Universidade de Coimbra. Durante anos, trabalhei com vários Engenheiros Civis, pois de 1952 a 2004 fui geólogo consultor de diversas companhias hidroeléctricas, depois fundidas na Electricidade de Portugal, E.D.P., de companhias hidroeléctricas ultramarinas e dos Serviços Hidráulicos, tendo efectuado reconhecimentos e estudos geológicos dos terrenos de fundação de dezenas de barragens e dos terrenos atravessados por grandes túneis de derivação em Portugal, Ilha de S. Miguel, Angola, Moçambique e Espanha. Fui também colaborador do Laboratório Nacional de Engenharia Civil de 1962 a Trabalhei também com Engenheiros de Minas no estudo de jazigos minerais, pois fui colaborador do Serviço de Fomento Mineiro de 1945 a Dessas experiências de trabalho de colaboração surgiu-me a ideia da criação dos cursos de Engenharia na Universidade de 5

6 Coimbra, pois então só existiam os cursos preparatórios, tendo os alunos de ir frequentar os últimos anos no Instituto Superior Técnico em Lisboa ou na Universidade do Porto. Como fui Diretor da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra de 1963 a 1971, pretendia fortalecê-la. A criação dos Cursos de Engenharia era importante para esta Faculdade, para a Universidade de Coimbra e para o País. Portanto, lutei pela sua criação que se efectuou em 1972, quando eu era Reitor, transformando-se a Faculdade de Ciências em Faculdade de Ciências e Tecnologia. Foram criados os cursos de Engenharia Civil, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Minas e Engenharia Química. Outros cursos de Engenharia foram criados posteriormente, como a Engenharia Geológica cerca de 1980, a Engenharia Informática e a Engenharia Física por volta de 1983, a Engenharia dos Materiais cerca de 1990, a Engenharia Biomédica e Engenharia do Ambiente por volta de Cerca de 2000, o Curso de Engenharia Electrotécnica mudou o seu nome para Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Em 2001, os cursos de Engenharia Geológica e de Engenharia de Minas foram fundidos num só curso. Durante estes anos, vários mestrados em Engenharia foram efectuados e realizaram-se vários doutoramentos e provas de agregação em Engenharia. O empenho dos docentes e das autoridades académicas permitiram o fortalecimento da maioria dos Cursos de Engenharia. Contudo, com a entrada do modelo de Bolonha, em 2007, cessaram os primeiros ciclos em Engenharia Geográfica, Engenharia Geológica e de Minas e Engenharia de Materiais, que existem apenas como segundos ciclos e doutoramentos. Os Departamentos de Engenharia possuem boas instalações e estão equipados para as actividades docentes e de investigação serem bem desenvolvidas. Desejo que todos os cursos de Engenharia existentes consigam permanecer. Estou certo que a investigação científica em Engenharia trará progresso para a nossa Faculdade, Universidade de Coimbra e País. Relembro a necessidade dos Departamentos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra contratarem docentes jovens talentosos, pois o rejuvenescimento dos Departamentos é essencial para o progresso do ensino e investigação científica. Desejo a todos as maiores felicidades. 6

7 Prof. Doutor José Simões Redinha N.: Condeixa, 19 de Outubro de Doutor em Química (Ph.D.) pela Universidade de Londres em Doutor em Ciências Físico-Químicas pela Universidade de Coimbra em Professor da Faculdade de Ciências e Faculdade de Ciências e Tecnologia. Diretor da Faculdade de Ciências ( ). Foi durante o período em que esteve como Diretor da Faculdade que foram criados os cursos de Engenharia e a Faculdade de Ciências passou a designar-se Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente do Conselho do Departamento de Química ( e ) José Simões Redinha Nos quarenta anos da criação dos cursos de engenharia na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra J. Simões Redinha jsredinha@netcabo.pt Agradeço ao Senhor Director da Faculdade o convite que me dirigiu para proferir nesta sessão algumas palavras sobre a história da criação dos cursos de engenharia na Universidade de Coimbra. O Decreto-Lei 259/72, de 28 de Julho, fundou a Faculdade Ciências e Tecnologia (FCTUC) na Universidade de Coimbra em substituição da Faculdade de Ciências criada pela reforma universitária de Com esta reforma a FCTUC passou a dispor de cursos dedicados ao estudo da engenharia a par dos cursos de ciências básicas a que se vinha dedicando desde o últimos quartel do séc.xviii. A FCTUC foi organizada em dez departamentos, unidades de ensino e investigação, cada um deles dedicado a uma determinada disciplina científica. Esta organização administrativa conferia à Faculdade a capacidade para selecionar as matérias a lecionar sem, limites de fronteira imposto pelas áreas disciplinares convencionais. Os cursos poderiam, deste modo, ser melhor adaptados à evolução da 7

8 ciência, ao interesse dos alunos e às necessidades da região e do País. Esperava-se ainda que o regime experimental contribuísse para estender a investigação a áreas de interesse prático mais imediato, incentivasse a investigação da mais teórica à mais aplicada e ao mesmo tempo definir uma política científica mais útil. Efetivamente, a colaboração dos vários departamentos pertencentes à mesma faculdade incentivaria os estudos mais teóricos pela aplicação prática que lhes era dada e os mais aplicados pelo aprofundamento da base científica em que assentavam. Daqui resultaria ainda naturalmente a polarização da atividade científica em torno de tópicos de maior interesse nacional. Estas foram as linhas gerais do pensamento que levou ao planeamento da FCTUC. Até aos finais de 1920, o ensino na Faculdade de Filosofia e posteriormente na Faculdade de Ciências era marcado pela erudição. Não havia investigação científica e as aulas eram a transmissão de ciência feita contida nos compêndios. Esta era, aliás, a característica da Universidade da sociedade agrária e comercial do séc. XIX. Na segunda metade da década de gerou-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra um movimento de inconformismo contra o atraso da ciência e o estado de abandono a que as universidades foram votadas. O mais ativo do pequeno grupo de professores que reclamavam condições de trabalho dignas para a sua faculdade foi o professor de química, Doutor Egas Ferreira Pinto Basto. Estas, passavam pela aposta na investigação científica, o único meio, dizia ele, capaz de tirar a Universidade daquele estado de penúria e transformá-la numa instituição prestigiada. Os seus relatórios enquanto Director da Faculdade de Ciências de 1927 a 1930 dirigidos ao Reitor, Domingos Fezas Vital, são peças valiosas da história da ciência em Portugal. A acção de Pinto Basto não se limitou à fala e à escrita, deu o exemplo pondo em prática o programa que advogava, ao enviar para Inglaterra um assistente de física e outro de química que aí se doutoraram. Um outro preparava já o seu doutoramento em Paris. Este movimento teve origem na Faculdade de Ciências de Coimbra e propagou-se a outras faculdades e universidades portuguesas. Para mim, esta iniciativa foi das maiores contribuições que a Faculdade de Ciências deu ao progresso da ciência em Portugal, porque dele nasceram os primeiros centros de investigação científica que se foram propagando pelo País. In memoriam de Pinto Basto, escreveu, em 1937, Eusébio Tamagnini, Professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e Ministro da Educação, o seguinte: Quando um dia se fizer a evolução dos estudos superiores em Portugal se 8

9 apreciará devidamente o alcance das suas propostas para o eficiente desenvolvimento da investigação. Trinta anos volvidos, após a publicação dos relatórios de Pinto Basto, a Faculdade de Ciências dispunha de sectores com bom nível científico, com centros de investigação dinâmicos que atraíam os mais novos e que aí recebiam preparação para a sua profissão e para seguir uma carreira de investigador. A Universidade de Coimbra, teve, assim, uma ação relevante na transição da universidade-ensino para a universidadeinvestigação. A Segunda Guerra Mundial deu um grande impulso à tecnologia. A necessidade de inventar novas armas e aperfeiçoar as já existentes, a necessidade de suprir a falta de matérias-primas provenientes de territórios ocupados pelo inimigo, proporcionaram grandes avanços tecnológicos. Terminada a guerra, uma pujante tecnologia passou a estar, em grande parte, ao serviço de uma sociedade próspera, consumista, empenhada na construção de um mundo novo. Estávamos no auge da sociedade industrial, na qual a universidade foi chamada a participar na primeira linha da produção de bens. Ao lado do capital e de uma tecnologia com recurso ao emprego de máquinas e de técnicos com formação superior. O centro de gravidade da universidade passou para a Faculdade de Ciência. As universidades não estavam preparadas para uma mudança tão rápida e todos nos lembramos bem dos movimentos de contracultura que incendiaram os maravilhosos anos de 60. No que diz respeito à Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, estes tempos encontraram-na com vários sectores de bom nível científico, como já dissemos, mas não dispunha de uma estrutura adequada aos novos tempos. Faltava-lhe um sector mais voltado para a aplicação da ciência. A Faculdade ministrava na altura o ensino dos cursos preparatórios para admissão às faculdades de engenharia. Findos os preparatórios, que tinham duração de três anos, os alunos tinham que ir para Lisboa ou para o Porto para aí completarem o curso. E muitos, por vezes os melhores, ficavam na cidade onde se formavam ou nas áreas de influência desta, perdendo o contacto com Coimbra e com a região Centro. Coimbra acusava já um menor ritmo de crescimento de profissionais de engenharia relativamente a Lisboa ou Porto e até mesmo às regiões limítrofes. Esta situação de escola preparatória estava a prejudicar a Universidade, ao ponto de sentir dificuldades em recrutar os melhores diplomados como assistentes. Os alunos naturais da região centro, provenientes de famílias com menores recursos económicos e que desejassem cursar engenharia, viam-se impedidos de o fazer por não terem possibilidades económicas de ir viver para longe da família. 9

10 Apesar das desvantagens, o número de alunos que frequentavam os Preparatórios de engenharia era elevado. Efectivamente, no ano lectivo de 1971/1972, matricularam-se pela primeira vez na Faculdade de Ciências 472 alunos, destes, 102 destinavam-se aos cursos de ciências (matemática, física, química, geologia e biologia) e 360 aos cursos de engenharia. Isto é 78% dos alunos que se inscreveram pela primeira vez na universidade naquele ano pretendiam vir a ser engenheiros. Estes números provam o interesse despertado pela engenharia nessa altura e o peso que estes alunos representavam na frequência da Faculdade. Uma reforma da Faculdade que pudesse oferecer licenciaturas em engenharia, era necessária. Mas não só necessária, como também a sua criação se revestia de grande urgência. Na verdade, além das razões científicas e de desenvolvimento regional apontadas, estava em marcha uma reforma das faculdades de engenharia que viria a originar graves prejuízos para a Faculdade e para a Universidade. Neste projeto de reforma, concretizado no decreto 540/70, de 10 de Novembro, a duração da licenciatura era encurtada de seis para cinco anos e os preparatórios dados nas faculdades de ciências passavam de três para dois. No terceiro ano dos novos cursos, além de algumas disciplinas de ciências, havia outras para serem leccionadas já nas faculdades de engenharia. A frequência dos alunos de engenharia em Coimbra iria decrescer, pelo menos em um terço, a avaliar pelo número de anos agora destinados aos preparatórios. Mas a quebra seria com certeza muito maior, porque era natural que um aluno se interrogasse sobre se justificaria a ida para Coimbra apenas por dois anos, em vez de ir logo directamente para a cidade onde tencionava terminar o curso. Era, pois, importante não deixar enfraquecer a corrente de alunos que procuravam Coimbra e dar aos que frequentavam o segundo ano a garantia de aqui poderem continuar até à sua formatura. O momento era crítico e exigia uma acção imediata. Dois modelos podiam ser seguidos para integrar os cursos de engenharia na Universidade e dos quais havia exemplos pelo mundo fora relacionados com a época em que as escolas foram criadas e o modo como surgiram. Num deles, os cursos de engenharia estavam agrupados numa faculdade própria. Este modelo fora adotado numa época recuada em que ciência e a tecnologia se encontravam separadas no tempo. As descobertas científicas que iam surgindo ficavam a aguardar algum tempo até serem aplicadas para fins práticos. Ciências e engenharia eram duas unidades separadas e hierarquizadas cujos conteúdos iam sendo combinados para resolver os problemas levantados pelo avanço da sociedade. Um outro modelo consistia na existência da engenharia e das ciências numa faculdade única que coordenava os dois domínios. Era uma visão moderna por deixar de haver razão para distinguir os fundamentos e as aplicações da ciência. 10

11 A separação passara a ser meramente convencional e a sua coexistência fortalecia qualquer deles. Nunca houve qualquer hesitação quanto à preferência por esta última solução. Além das razões de natureza pedagógica e científica apontadas, havia outras que a recomendavam como a maior flexibilidade na estrutura e o menor custo de instalação e manutenção. Os laboratórios serviriam para os vários tipos de cursos, a aparelhagem podia ser utilizada por alunos e investigadores quer de ciências quer de engenharia. Desde logo se teve a noção que o problema da inserção das ciências e engenharia na mesma faculdade dava uma dimensão à FCTUC que obrigaria, mais tarde ou mais cedo, a uma revisão da inserção desta numa universidade com a rigidez administrativa e constituída por sectores com interesses muito heterogéneos, como a Universidade de Coimbra. A dependência da Faculdade da Universidade não podia retirar àquela a visão da evolução científica, a sensibilidade para se aperceber dos problemas e a agilidade para os resolver com rapidez. Um novo modelo de gestão da Faculdade, aliás previsto no decreto, era necessário e urgente. Em Setembro de 1970, a Faculdade dirigiu ao Ministério da Educação Nacional, um pedido para a criação dos cursos de engenharia integrados na Faculdade de Ciências, fundamentando o pedido nas vantagens que adviriam para a Universidade, a Faculdade, a região centro do País e para os alunos naturais desta região. Juntavam-se argumentos sobre a assinalável capacidade científica de que a Faculdade dispunha para acolher os novos cursos. O processo administrativo foi decorrendo normalmente e por Abril de 1972 o projeto de decreto-lei estava concluído. Foi longo o tempo que mediou entre a conclusão do texto da reforma e a publicação em decreto o que só veio a acontecer a 28 de Julho de Esta demora criou-nos algumas preocupações, apesar da confiança que depositávamos no Ministro da Educação, sempre atento aos problemas da Faculdade. Mas havia compromissos morais de várias ordens com os alunos e com professores que haviam sido contactados para vir para a Universidade de Coimbra. Com o ano lectivo prestes a terminar, vivemos esse tempo sob uma certa ansiedade. Finalmente no último conselho de ministros antes das férias grandes o decreto foi aprovado e publicado. Por feliz acaso a criação da FCTUC pode ser tomada como ato comemorativo da Reforma Pombalina. Pelas datas, os dois acontecimentos podiam ser correlacionados. De facto os novos estatutos da célebre reforma foram entregues à Universidade na Sala dos Actos em 29 de Setembro de 1772 pelo Marquês de Pombal nomeado Visitador por carta régia, e o decreto que criou a 11

12 FCTUC foi publicado a 28 de Julho, duzentos anos depois. Ambos se enquadram no mesmo espírito, o de assegurar as condições para a atualização da ciência. Não haveria, portanto, forma mais digna de lembrar a memorável reforma universitária. Criada a FCTUC, um grande número de problemas teriam que ser resolvidos em escassos três meses: recrutamento de pessoal docente, aquisição e montagem de laboratórios, procura de instalações provisórias e local para a instalação definitiva da Faculdade, entre muitos outros. Tempo demasiado curto, tarefas pesadas e delicadas a exigirem atenção redobrada. Não devemos esquecer que os erros cometidos na fase de arranque de uma instituição podem ter reflexos que afetam a sua vida por muito tempo, senão mesmo comprometer os objectivos que levaram à sua fundação. Uma das tarefas era a de conseguir pessoal docente para a área da engenharia. O plano que foi traçado apostava na preparação de assistentes que revelassem qualidades, qualificá-los em universidades portuguesas e estrangeiras e introduzi-los no quadro do professorado. Não parecia aconselhável recorrer ao convite de professores de outras universidades, já em fase adiantada de carreira, para levar a cabo a reforma porque nessas condições e idade as pessoas não manifestam entusiasmo por alterações de rotina. Todavia, era necessário um professor para cada especialidade para lhe entregar as tarefas de instalação e orientação científica do respetivo departamento. E por aí nos ficaríamos na fase inicial. Um influente professor americano, na viragem do séc. XIX para o séc. XX, Bancroft, dividiu os professores universitários em dois grupos: diligent accumulators e inspired guessers. Desejaríamos trazer para Coimbra, nesta fase de arranque do projeto, um professor para cada departamento de engenharia, mas que fosse uma pessoa voltada para o futuro e não alguém que procurasse instalar uma faculdade moldada pelo passado. Em boa verdade, alguns dos que foram chamados realizaram um excelente trabalho num período curto. No ano lectivo de 1972/73, o terceiro ano de engenharia foi frequentado por 247 alunos, com a seguinte distribuição: engenharia civil 73, mecânica 46, eletrotécnica 91, química 36 e minas 1. Durante este ano lectivo, procedeu-se à aquisição de equipamento e instalação de laboratórios didáticos. A faculdade ficou colocada neste aspeto dentre as escolas melhor apetrechadas em equipamentos de engenharia, quer em quantidade, quer em qualidade. Logo nesse ano, funcionaram dois projetos de investigação científica do Instituto de Alta Cultura, um em engenharia química, outro em engenharia mecânica. Alguns assistentes tinham já o processo de equiparação a bolseiro organizado para a sua especialização em escolas estrangeiras. 12

13 Um outro problema complexo e que se revestia da maior importância para o futuro da escola, era o da instalação da nova faculdade. Os departamentos da Faculdade de Ciências estavam a ser instalados no complexo universitário da Alta de Coimbra. Alguns edifícios foram construídos de raiz, outros foram adaptados, os da Física e Química aguardavam a conclusão. Não havia espaço disponível para instalar a engenharia, nem o local e os edifícios se adequavam às exigências destes cursos que necessitavam de espaços especiais para estaleiros, oficinas, instalações piloto, etc. A teimosia em implantar as ciências na cidade universitária da alta, contra a opinião de professores atentos à evolução da ciência, foi altamente prejudicial à Universidade, por tornar impossível ampliações para fazer face às exigências que inevitavelmente iriam surgir pela evolução científica. Era imprescindível que a nova faculdade fosse implantada num único espaço como dissemos. Por isso, este aspeto esteve no pensamento da direção desde que surgiu a ideia de estender a sua ação à engenharia. Com a ajuda de Costa Lobo, Professor do IST, pessoa ligada à Faculdade de Ciências onde o avô e o pai foram professores e que na altura era diretor do plano de urbanização de Coimbra, chegámos à conclusão de que o lugar ótimo para a instalação da faculdade seria a Quinta da Portela. Este plano acolheu a aprovação do Senado. Iriam começar as diligências para a aquisição naquela área de 40 hectares de terreno. O programa que se pensava seguir era o de iniciar a construção dos edifícios necessários ao ensino dos cursos especializados de ciências e de engenharia e dos laboratórios de investigação. A parte propedêutica manter-se-ia na Alta, até chegar a sua vez de ser transferida para a Portela. Com a ajuda, direi providencial, do Ministro da Educação, os cursos de engenharia foram provisoriamente instalados na Quinta da Nora, em edifícios destinados ao Instituto Superior de Engenharia, tendo-se procedido à construção de mais dois pavilhões custeada pela Faculdade. A preocupação de não retirar unidade à Faculdade, levou-nos a escrever no Prospecto da Faculdade de 1973/74 o seguinte: na impossibilidade de ficarem junto dos departamentos da faculdade já existente, os departamentos de engenharia foram instalados na Quinta da Nora, no Calhabé, e aí terão de funcionar até ser possível a sua mudança para local adequado e com dimensão suficiente, não só para este sector, como ainda para os demais serviços que a Faculdade venha a necessitar. Ciência e tecnologia caminhavam para uma íntima aproximação, deixando de haver distinção entre si, o que estava a dar uma outra feição ao mundo. Uma nova sociedade era já anunciada por filósofos e sociólogos no dealbar dos anos setenta, a qual foi caracterizada por Daniel Bell, Professor da Universidade de Harvard, no seu livro The Coming of Post-Industrial 13

14 Society,publicado em Na Sociedade Pós-Industrial, a economia está dependente das ideias, o lugar do capital passa a ser ocupado pelo conhecimento, o da fábrica pela escola, o da experimentação e empirismo pela teoria. O mercado deixou de estar confinado a espaços protegidos e passou a ser um mercado globalizado. A FCTUC dispunha de potencialidades científicas para poder progredir mais rapidamente do que lhe prometiam os projetos financiados pelo Instituto de Alta Cultura e o escasso número de professores do quadro docente da altura. O desenvolvimento da investigação científica era uma diligência fundamental para que a faculdade pudesse manter a posição de vanguarda que alcançara. Na verdade a ligação da universidade moderna à atividade económica fazia com que os meios postos à sua disposição passassem a ficar na dependência da riqueza da região em que se inseria. Coimbra encontrava-se já em perda de importância económica relativamente não só a Lisboa e Porto, cidades universitárias importantes, como até a outras cidades com instituições universitárias recentes. Havia, sem demora, que dar concretização a potencialidades que a faculdade possuía nos vários sectores científicos. Do plano de modernização a levar a cabo fazia parte a criação de um instituto interdisciplinar de investigação que tinha como objetivo promover e coordenar a investigação nos sectores mais ativos da faculdade e participar em atividades de pós-graduação. O instituto passaria a dispor de uma quadro de investigadores qualificados que conjuntamente com os professores da Faculdade que nele viessem a tomar parte o tornariam num polo científico da maior importância para a Universidade de Coimbra. O Instituto de Investigação na Radiação e Matéria, como fora designado na proposta de estatutos que haviam sido submetidos a aprovação superior, chegou a figurar nos planos de investimento do Instituto de Alta Cultura. O projeto foi esquecido após a revolução de Os resultados que se conseguiram num tempo relativamente curto só foram possíveis mercê de fatores favoráveis e da ajuda de instituições e pessoas que aqui quero lembrar. O governo de acreditava realmente no papel que a educação desempenha no progresso económico-social da população. Merece ser incluído na pequena relação dos governos que tiveram esta visão ao longo da nossa história e o único que conheci durante os sessenta e um anos que levo de vida universitária. A educação era, nessa ocasião, tema de discussão a nível da Assembleia Nacional, das escolas e do público em geral. Gerou-se, como nunca, um clima favorável ao desenvolvimento da educação. No ensino superior criaram-se novas universidades, escolas orientadas para a melhoria de ensino e de apoio à tecnologia. Das várias ações que foram 14

15 tomadas, saliento o investimento feito na ciência com a criação de projetos de investigação e formação de investigadores. Em dois anos o investimento em I&D passou de 0,26 para 0,38% do PIB. Nesta atmosfera favorável, a Faculdade pode ainda contar com a ajuda do Professor Veiga Simão, Ministro da Educação e distinto professor da Casa. Cotelo Neiva foi sempre um entusiasta da reforma que apoiou como professor e como reitor da universidade. Também o Subdirector da Faculdade, Dr. Ribeiro Gomes, foi sempre um colaborador leal e que nos prestou uma valiosa ajuda e o conselho escolar de então sempre deu sempre o seu apoio incondicional às medidas que foram tomadas. É ainda de salientar a admirável integração dos professores que vieram para Coimbra e o trabalho assinalável que aqui realizaram. Portugal atravessava um período de progresso económico. O crescimento a partir dos anos sessenta era notável, atingindo em 1970 o valor de 7,9% do PIB, o mais elevado de todos os países da Europa Sul. A época era de esperança. Cheguei a sentir inveja dos que então iniciavam a sua carreira, mal sabendo o que lhes estava reservado. Quando eclodiu a Revolução de 74, decorria o quarto ano dos cursos de engenharia. A reforma ia no seu segundo ano, vivia-se ainda a azáfama de instalação de laboratórios e as aulas decorriam normalmente e com bom nível científico. Muitos se lembrarão da agitação política e social que se verificou em todo o País. O populismo invadiu a Universidade, paralisando a sua atividade científica durante três anos. Os cursos que estavam a ser ministrados na Quinta da Nora deixaram as instalações e vieram para a Alta, partilhar com as ciências o espaço disponível. A destruição foi ao ponto do Ministro da Educação do 1º Governo saído da Constituição de 1975 afirmar que a tarefa que o aguardava era a de construir um edifício em ruínas. Para pôr ordem no funcionamento da universidade o ministro tomou as seguintes medidas: demitiu o Reitor Teixeira Ribeiro em Setembro de 1976 e, por despacho de 26 de Abril de 1977, mandou suspender as aulas da Faculdade de Ciências e Tecnologia, encarregando a direção desta de tomar as medidas necessárias para assegurar o normal funcionamento da escola. Como esta se mostrou incapaz de o fazer, o ministro encerrou todas as instalações universitárias a 13 de Maio, a fim de proceder a uma consulta por escrito aos estudantes. Perante a resposta destes, exprimindo o desejo de ver a Universidade a funcionar dentro das normas legais, esta foi reaberta a 16 de Junho. Os cursos de engenharia passaram, pois, por uma prova de fogo e só conseguiram sobreviver por estarem integrados numa faculdade suficientemente forte para resistir aos desmandos. A vida escolar regressou a um estado de normalidade sob o ponto de vista formal, mas sem capacidade para se libertar daqueles que tanto mal lhe haviam causado e que se mantiveram a ocupar 15

16 lugares de gestão, adaptando-se à evolução do tempo, até porque as obrigações académicas pouco os atraíam. Entretanto, não ouvimos falar mais do Instituto de Investigação nem de novas instalações. Só em 1980 se começou a pensar nisso. Mas estas destinavam-se exclusivamente à engenharia e os departamentos de ciências iriam permanecer na Alta. Cremos que a influência de professores da engenharia na reitoria de então tê-la-iam levado a esta decisão. E a agravar esta mudança de rumo, acresce ainda que, não tendo conseguido uma verba especial para as construções, a Reitoria destinou o PIDDAC de toda a Faculdade para esse efeito. A química não tinha sido apetrechada aquando da sua entrega e assim se manteve pelos anos fora com graves reflexos para o nível do ensino. Os departamentos de engenharia foram-se transferindo para o Pólo II durante os anos de 1990, o último deles foi o de Engenharia Química, em Março de As Ciências e a Engenharia estavam separadas, e para vincar bem a separação, os primeiros constituíam o Pólo I e os últimos os Pólo II. A orientação inicial do projeto sofrera uma alteração radical. A ligação entre os dois pólos é fraca e do que me apercebo não vai muito além da vinda de alguns professores de ciências (Pólo I) para dar aulas de disciplinas básicas no Pólo II. Naturalmente criaram-se problemas complicados com laboratórios, equipamentos e colaboração científica. Os recursos científicos da FCTUC são grandes. Nos dez anos que decorreram entre 2002 e 2012 os departamentos da FCTUC publicaram 8407 trabalhos em revistas internacionais de grande exigência científica, dando lugar a citações, ou seja, 8,74 citações por trabalho. É um capital valioso em qualquer parte, precioso para Portugal e merecedor da maior atenção por parte dos governantes. Mas se a produção científica é de per si indicadora do elevado nível de cada departamento, ela não tem o mesmo impacte na vida do País como se resultasse da colaboração entre vários departamentos. Aos realizados nos de ciências puras, faltar lhes á direção para lhes dar utilidade mais imediata, aos produzidos na engenharia faltar-lhes-ão raízes que os tornem potencialmente mais fortes. Compete à Faculdade dar-lhe estas feições. E o melhor meio de o fazer é através do entrosamento dos vários departamentos. Tenho a certeza de que o Director da Faculdade e o Reitor da Universidade não deixarão de envidar todos os esforços para resolver os problemas que se forem levantando como dignos portadores das credenciais que lhe foram entregues por uma instituição com os pergaminhos que tem a Universidade de Coimbra. 16

17 Prof. Doutor José Veiga Simão José Veiga Simão N.: Guarda, 13 de Fevereiro de Doutor em Física Nuclear (PhD), Univ. de Cambridge, Cavendish Laboratory, Doutor em Ciências Físico-Químicas, Faculdade de Ciências, Univ. de Coimbra, Professor Catedrático da Univ. de Coimbra, desde 1961, até à sua jubilação em Reitor da Universidade de Lourenço Marques, Moçambique, 1963 a Presidente do Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial - LNETI, de 1978 a 1983 e 1985 a Governador da Agência Internacional de Energia Atómica das Nações Unidas, Doutor Honoris Causa pela Universidade de Witwatersrand, Johannesburg, África do Sul, pelo Lesley College, Cambridge, USA e pelas Universidades de Aveiro e Minho. Presidente do Conselho de Avaliação da Fundação das Univ. Portuguesas, 1993 a Ministro da Educação Nacional, 1970 a Embaixador de Portugal nas Nações Unidas, 1974 a Ministro da Indústria e Energia, 1983 a Ministro da Defesa Nacional, 1997 a 1999 COMEMORAÇÕES DOS 40 ANOS CURSOS DE ENGENHARIA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DE COIMBRA São passados 40 anos após a criação dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia de Minas, Engenharia Electrotécnica e Engenharia Química na Faculdade de Ciências, que passou a designar-se por Faculdade de Ciências e Tecnologia. Introduziu-se pela primeira vez nessa Faculdade a estrutura departamental. Esta criação, em 1972, integrou-se nos princípios da Reforma Educativa dos anos 70, sujeitos a debate nacional no ano de 1971 e teve lugar logo após medidas estruturais relacionadas com as carreiras docente e de investigação universitárias, a equiparação de doutoramentos obtidos em universidades estrangeiras, o novo regime de doutoramento e reformas de planos curriculares, de entre os quais os das engenharias, das ciências, da economia e das ciências sociais. Antecedeu, assim, diplomas globais relacionados com a Reforma do Sistema Educativo e, em particular, com o Ensino Superior, designadamente a Lei de Bases do Sistema Educativo e o 17

18 decreto-lei da Expansão e Diversificação do Ensino Superior publicados em O projecto de Decreto-Lei de Orientação do Ensino Superior que definia o modelo orgânico e o modelo de governo das Universidades foi enviado para a Presidência do Conselho de Ministros em 16 de Março de 1974; mas não chegou a ser aprovado, sendo motivo de controvérsia. Era difícil compreender que na Universidade de Coimbra nos anos 70 não se cultivassem, entre outros, cursos de Engenharia, de Economia e Ciência Sociais, de Administração e Gestão, e, bem assim, cursos de Psicologia e de Ciências da Educação e de Educação Física Ao contrário muitas das universidades congéneres europeias nascidas no e após o Século XIII já ministravam esses e outros cursos. Cotelo Neiva, Reitor em 1972 e um dos maiores reitores da Universidade de Coimbra, numa carta que me escreveu em 21 de Janeiro de 1986 fez uma resenha das realizações concretizadas entre Outubro de 1971 e 25 de Abril de 1974 e das iniciativas em vias de conclusão como a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e a Escola Superior da Educação Física. O ano de 1972 ficou marcado pela criação dos cursos de engenharia e da economia. Para a criação desses cursos, como Ministro da Educação Nacional contei com o apoio inteligente e competente do Reitor Cotelo Neiva, protagonista de um processo dinâmico e coerente de modernização da nossa Universidade, acompanhado de realizações sociais de vanguarda. No caso dos cursos de engenharia o Reitor foi secundado pelo então director da Faculdade de Ciências, Doutor Simões Redinha, meu companheiro na licenciatura em Ciências Físico-Químicas, distinto obreiro da Universidade de Lourenço Marques, estrénuo defensor da nova Faculdade de Ciências e Tecnologia, de que veio a ser o primeiro director. Após um percurso com avanços e recuos a Ciência e a Tecnologia passou a ter na Universidade de Coimbra uma componente imprescindível de ensino e investigação, directamente relacionados com o desenvolvimento, satisfazendo assim uma velha aspiração do Conselho da Faculdade de Ciências e do Senado. As razões para a decisão política são conhecidas. O preâmbulo do Decreto-Lei menciona que o nosso País necessita em vários domínios de cientistas e técnicos altamente qualificados para satisfazer as necessidades emergentes do seu desenvolvimento económico e social e realça que já eram professados na Faculdade de Ciências os dois primeiros anos de engenharia, obrigando os alunos a terminarem os cursos na Universidade do Porto e na Universidade Técnica de Lisboa, cujas escolas já estavam superlotadas. Os cursos eram, também, essenciais ao 18

19 cumprimento de objectivos de política e desenvolvimento regionais. Nesse âmbito a criação dos cursos de engenharia foi acolhida com grande júbilo pela cidade de Coimbra, dando origem a uma moção de regozijo da Câmara Municipal da cidade e a pronunciamentos de apoio de várias entidades sociais, culturais e económicas do centro do País. Acontece, porém, que, ao contrário do que se pode julgar, nem tudo foram facilidades, sendo o projecto de Decreto-Lei objecto de contestação por ilustres professores de reconhecido prestígio da nossa Universidade, levando mesmo a que alguns escrevessem cartas ao Presidente do Conselho protestando não abertamente contra a criação dos cursos de engenharia mas contra a sua organização departamental, considerada como nefasta à gestão da Universidade, ao mesmo tempo que se aproveitava a oportunidade para condenar a experiência da Universidade de Lourenço Marques em relação à participação estudantil em órgãos do governo universitário. A organização departamental era considerada como prenúncio dessa participação. É justo recordar ainda os depoimentos marcantes dos alunos de engenharia desta Faculdade por altura das comemorações dos 25 anos; e é grato constatar em 2012 que a criação da Faculdade de Ciências e Tecnologia se traduziu num inequívoco sucesso, apresentando hoje uma das mais atractivas e qualificadas ofertas formativas a nível de licenciaturas, mestrados e doutoramentos e uma intensa actividade de investigação em múltiplas áreas do conhecimento. Ao mesmo tempo não devemos esquecer que o nascimento da Faculdade de Ciências e Tecnologia ficou, em grande parte, a dever-se à visão dos mestres de uma Escola Moderna da Ciência, de que foram activos intérpretes Couceiro da Costa, Andrade Gouveia, Almeida Santos, Cotelo Neiva e Pinto Coelho, e, bem assim, à influência do modelo anglo-saxónico e da variante americana no binómio ensino-investigação e aos frutos colhidos na experiência de aposta na juventude obtendo doutoramentos nas melhores universidades europeias e americanas, programa que foi ensaiado com notável êxito na Universidade de Lourenço Marques. Registe-se que no período pós-abril não deixou de haver tentativas, felizmente frustradas, para a extinção dos cursos de engenharia. O equilíbrio entre a tradição e a modernidade nunca foi de fácil gestão na sociedade portuguesa. 19

20 Meus Caros Amigos: E agora? O ano de 72 e o ano de 2012 são naturalmente diferentes na natureza e na dimensão dos problemas para os quais o engenho dos portugueses procurou ou procura soluções. Ambos se identificam como prelúdios de mudanças políticas, económicas e sociais no nosso País. E, se nos restringirmos ao ensino superior o ano de 72 caracteriza-se como ano preliminar de uma expansão e diversificação significativas, resultantes de estudos sócio-económicos e de planeamentos integrados em Planos de Fomento que permitiram equacionar e escolher decisões fundamentadas. No seguimento de um debate nacional, de análises comparativas internacionais e de pronunciamentos de personalidades de grande prestígio, foi definida em 1973 uma rede de universidades, institutos politécnicos e escolas normais superiores, colocados estrategicamente em diversas regiões. Os pacotes curriculares e os seus conteúdos eram elaborados por comissões instaladoras representativas do poder académico e das comunidades circundantes, pretendendo-se evitar sobreposições que não se justificassem por estudos prospectivos do desenvolvimento económico e cultural. O abandono destes princípios e o predomínio da iniciativa voluntarista sobre a iniciativa estratégica determinou uma explosão descontrolada de instituições e cursos que, por razões múltiplas, - demográficas, económicas, sociais e culturais necessitam de uma racionalização através de fusões, de alianças estratégicas, de consórcios ou de acordos protocolares. Um desafio que só poderá ter uma solução sustentada e sustentável se houver uma visão estratégica para o futuro do nosso País. As Universidades e as instituições do ensino superior devem assumir a liderança neste processo, em articulação com outras instituições da sociedade civil, de modo que o economicismo político não se sobreponha ao humanismo de vidas dignas de serem vividas, num ordenamento do território que equilibre o Homem e a Natureza. É, pois, altura de dar maior visibilidade aos princípios da Magna Carta das Universidades Europeias. Mas então, qual é o impacto deste desafio para a Universidade de Coimbra, para a Faculdade de Ciências e Tecnologia e, em particular, para as ciências de engenharia? A resposta a esta pergunta leva-nos a outras: Qual acontribuição que poderão dar os cursos de engenharia para o desenvolvimento do País na sociedade do conhecimento? Qual o seu peso na interdisciplinaridade dos saberes e da inovação aberta? Quais os 20

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