Orçamento familiar. Mestre Carlos Frade - Orientador RESUMO

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1 Orçamento familiar Eduardo Jerônimo Miranda; Eveline Aparecida Ribeiro; Fábio Coimbra de Castro Teixeira; Frederico Efigênio de Carvalho Morais; Luana de Jesus Barnabé; Luciane Mendes Pereira; Marco Antônio Cândido Gonçalves; Reginaldo Adriane Maria; Santuza Aparecida de Souza Paiva; Tatiane Castro Ferreira. Acadêmicos da Faculdade Cenecista de Varginha FACECA Mestre Carlos Frade - Orientador RESUMO Orçamento familiar é a relação entre a soma das receitas e dos gastos mensais. Envolve planejamento, priorização e controle do fluxo do caixa. Não é uma tarefa fácil, porém, é a forma de garantir a estabilidade das finanças, no presente, visando prevenir o futuro. Ele é indispensável para que as famílias possam criar metas e objetivos buscando qualidade de vida, sendo necessário saber onde é mais importante gastar o dinheiro e para que possam planejar melhor seu orçamento, para que, mais tarde possam ter tranquilidade e tempo para desfrutar do que conseguiram economizar. Este artigo tem como objetivo demonstrar como as famílias estão administrando seu orçamento e, em especifico, qual a real importância de um orçamento familiar. Foi realizada uma pesquisa de campo com 389 famílias da cidade de Varginha - MG, utilizando entrevista estruturada com o responsável. Pretende-se observar a média aritmética como parâmetro estatístico. Concluiu-se que a maioria das famílias entrevistadas fazem uma análise financeira de seus gastos e conseguem economizar algum dinheiro, no fim do mês. Palavras - chave: Controle. Renda. Orçamento familiar. Despesa. ABSTRATC Family budget is the relation between monthly income and expenses; it involves planning, prioritizing and cash flow. It s not an easy task, however it s the way to ensure financial stability in the present, aiming to future. It s indispensable to all families to create their targets seeking for quality of life, being necessary to know where it is more important to spend money, better planning their budgets to have more tranquility later on and time to enjoy more important things. This article aims to demonstrate how the families are managing their budget and shows the real importance of having a family budget. A research was made with 389 families in Varginha MG, questioning its responsible it is. Intended to, observe the arithmetic average as a statistic parameter. At the end of the research it was realized that the majority of the families has a financial review of their expense and save some money at the end of the month. Keywords: Control. Incomings. Family budget. Expenses. INTRODUÇÃO

2 Vivemos na era do consumo desnecessário, do crédito fácil e das facilidades de compra, por isso, é necessário que a família faça um planejamento da renda, ou seja, um orçamento familiar. Elaborar e aplicar, com disciplina, o orçamento familiar é indispensável para que a família venha a ter controle de suas finanças, visando também à economia dos recursos disponíveis, de modo que possa criar metas e objetivos para buscar melhorias no padrão de vida familiar. Ter visão crítica, antes de sair às compras, buscar respostas quanto ao preço do produto a ser adquirido (se ele se enquadra na renda familiar), analisar o perfil familiar e descobrir se o produto está na relação das necessidades, ou melhor, nas prioridades da família. Essas e outras inúmeras variáveis fazem parte do orçamento familiar. O objetivo do artigo é demonstrar como as famílias estão administrando seu orçamento, se estão investindo, se estão poupando ou aplicando métodos simples como, por exemplo, pesquisas de preços antes de ir às compras, visando à economia de dinheiro. REFERENCIAL TEÓRICO A importância da família no orçamento O estudo do orçamento, segundo alguns autores, remonta à década de Na verdade, a gestão organizacional vem tendo saltos de qualidade, desde a Revolução Industrial, no século XIX. Essa evolução, na gestão, proporcionou diversas técnicas na elaboração dos orçamentos, partindo do orçamento tradicional. Pierre Guillaume Frédéric Le Play (apud BOTELHO, 2009), economista francês, considerava a família e o orçamento familiar fundamentais para se estudarem as condições sociais da sociedade em que estas se encontravam. A família, considerada como base de uma estrutura social, pois é o suporte indispensável de um indíviduo, e o meio, onde as crianças se socializam e se estabelecem as relações sociais fundamentais. A família é a base para o desenvolvimento das pessoas e de uma nação como um todo. Nela é criada a ética e os primeiros valores humanos, por isso, é preciso administrar as despesas, para que haja prosperidade familiar. Planejar antes de tomar qualquer atitude, mesmo que seja individual, pois esta pode trazer sofrimentos coletivos, interferindo, assim, no progresso de uma nação. O orçamento Orçamento familiar é a relação entre a soma das receitas (salário, pensões, etc) e dos gastos mensais. É importante saber se a renda é regular (quando se recebe mensalmente na data certa) ou irregular (quando não há certeza da quantia recebida). Deve-se ter uma idéia da receita do mês e daquilo que se pretende gastar. As despesas/custos podem ser separadas por categorias, conforme exemplificado a seguir: a) Alimentação: Supermercado, padaria, açougue. b) Habitação: Aluguel, condomínio, água, luz, etc. c) Vestuário: Roupas, sapatos, acessórios. d) Educação: Mensalidades, material escolar. e) Saúde: Médico, dentista, remédios. f) Higiene: Higiene pessoal, produtos de limpeza. g) Transporte: Ônibus, combustível. h) Serviços: Faxineiro, cabeleireiro, manicure, costureira. i) Lazer: Férias, passeios, festas.

3 O orçamento familiar não se resume apenas em anotar as despesas realizadas.envolve planejamento, priorização e controle do fluxo de caixa. É o que orienta a Financenter (2006): A elaboração do orçamento familiar não é uma tarefa fácil, porém, é necessária para quem tem planos para o seu futuro e o de sua família. Estabelecer objetivos comuns e conversar francamente sobre as finanças com a família são os caminhos para que cada um esteja comprometido e faça sua parte. É a forma de garantir a estabilidade das finanças no presente, visando prevenir o futuro. 1 Segundo Luís Carlos Ewald (2005, p. 178) é necessário saber onde é mais importante gastar o dinheiro. Daí a necessidade de um orçamento, fundamental na administração da escassez de recursos, tanto para um governo, uma empresa ou uma família, explica o autor. Para a família existe o orçamento doméstico, retrato das receitas e despesas de todos os membros envolvidos na vida cotidiana do lar. "Uma coisa é apurar o que está sendo gasto sem controle; e outra é planejar as despesas, antecipadamente, para não se gastar mais do que se ganha, que é exatamente a função do orçamento doméstico. Segundo o professor Ewald (2005, p. 178), todas as famílias têm que administrar as contas da casa. Listar receitas e despesas pode ser uma caixinha de surpresas, especialmente para os inexperientes. A diferença entre o estimado ou orçado, e o realmente gasto vai ser acentuada. Com a prática, essa diferença vai diminuir gradativamente. Saber se os gastos com cada item do orçamento - moradia, alimentação, estudos, saúde, roupas, lazer, transporte - estão corretos, também, é um dos passos para o acerto. A Fundação Getúlio Vargas apurou que a família padrão brasileira gasta 30% em habitação e moradia, 25% em alimentação, 12% em saúde e cuidados pessoais, 8% em educação e cultura, explica o professor de Economia, Luís Carlos Ewald (2005, p. 178). E mais 15% em transporte, 5% em vestuário e 5% em despesas diversas, completa. A tabela abaixo foi elaborada com os dado da pesquisa da Fundação Getúlio Vargas e mostra a porcentagem e o valor gasto por uma família com renda mensal de R$ 1.200,00. Tabela 1 gastos em uma família com renda mensal de R$ 1.200,00: Itens % corresp. Valor em R$ Habitação e moradia Alimentação Transporte Saúde e cuidados pessoais Educação e cultura 8 96 Vestuário 5 60 Gastos diversos 5 60 Fonte: adaptação Luís Carlos Ewald (2005). Conforme Halfeld (2004), todos são capazes de modificar o comportamento. O autor menciona que talvez a mudança de pequenos hábitos possa gerar importantes contribuições, em suas poupanças. Talvez, tal mudança signifique uma aposentadoria, alguns anos mais cedo. Cada um tem um estilo de vida que o faz escolher onde gastar seu dinheiro. Poupar é o 1 financenter.terra.com.br/index.cfm/fuseaction/seção/id_secao/422.

4 primeiro passo; investir, corretamente, fazendo seu dinheiro crescer, é o segundo, usufruir dos resultados obtidos é vencer o desafio. METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo. A pesquisa de campo foi com famílias da cidade de Varginha. Trabalhou-se com 389 famílias com um erro amostral de, aproximadamente, 5%. A coleta de dados foi realizada por entrevistas pessoais, utilizando um formulário estruturado e não disfarçado. Os dados foram organizados, classificados e avaliados, quantativamente. Nas questões de resposta numérica, observou-se a média aritmética dos dados como medida de posição, ou seja, como parâmetro estatístico que indica um posicionamento médio dos dados apresentados nos gráficos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Hipótese 1: acredita-se que as famílias não administram sua renda no decorrer do ano. Sua família tem o hábito de fazer uma avaliação de sua situação financeira ao analisaro que é gasto e o que é recebido, no decorrer dos meses? 61% Gráfico 1 Avaliação financeira. 39% Se sua resposta à primeira questão foi sim, qual instrumento sua família utiliza para fazer a análise de gastos e recebimento? AGENDAS 51% PLANILHAS MENSAIS 19% PROGRAMA DE COMPUTADOR AGENDAS PROGRAMA DE COMPUTADOR 5% CONTROLE INFORMAL 25% PLANILHAS MENSAIS CONTROLE INFORMAL Gráfico 2 Instrumento de análise de gastos e recebimentos.

5 61% das famílias entrevistadas fazem uma análise financeira de seus gastos e do que é recebido no decorrer dos meses e 39% não a fazem, portanto a hipótese não foi confirmada. Segundo Luís Carlos Ewald (2005, p. 178) é necessário saber onde é mais importante gastar o dinheiro. Daí a necessidade de um orçamento, fundamental na administração da escassez de recursos, tanto para um governo, uma empresa ou uma família, explica o autor. Além disso, pesquisando as famílias que analisam sua renda foi possível ver que 51% usam agendas, 25% fazem um controle informal, 19% usam planilhas e 5% usam programas de computador pra controlar seus gastos e recebimentos. Segundo o professor Ewald (2005, p. 178), todas as famílias têm que administrar as contas da casa. Listar receitas e despesas pode ser uma caixinha de surpresas, especialmente para os inexperientes. Hipótese 2: acredita-se que as famílias fazem pesquisas de mercado, previamente, para minimizar seus gastos. Sua família faz um planejamento prévio de suas compras? 55% 10% Gráfico 3 Planejamento prévio de compras. 35% 55%, às vezes, planejam suas compras, 35% sempre planejam e 10% nunca planejam. Sua família realiza pesquisas de preços, antes de ir ás compras? 9% 38% Gráfico 4 Pesquisas de preços. 53% 53%, às vezes, fazem pesquisas prévias de preços, antes de ir às compras, 38% sempre a fazem e 9% nunca a fazem. Portanto, a hipótese não foi comprovada, pois as famílias fazem pesquisas prévias de preços e planejamento de compras, somente em alguns casos.

6 Hipótese 3: acredita-se que as famílias se comprometem com gastos superiores à sua renda. MENOS DE 15% DA RENDA 29% Qual o nível de comprometimento da renda com prestações (roupas,sapatos,eletrodomésticos,financiamentos bancários etc)? Gráfico 5 Comprometimento da renda. MAIS DE 15% MENOS DE 30% RENDA 47% MAIS DE 30% DA RENDA 24% MENOS DE 15% DA RENDA MAIS DE 15% MENOS DE 30% RENDA MAIS DE 30% DA RENDA 47% das famílias comprometem mais de 15% e menos de 30%, 29% comprometem menos de 15% e 24% comprometem mais de 30% da sua renda com prestações. Ao final do mês, quando sua família paga as contas ( água, luz, aluguel, etc ) sobra algum dinheiro? 12% 39% ÀS VEZES 49% ÀS VEZES Gráfico 6 Economia de dinheiro. Verifica-se, que ao final do mês, 49% das famílias economizam dinheiro; 39% sempre economizam dinheiro e 12% das famílias nunca economizam dinheiro, ao final do mês. A hipótese não foi confirmada, pois viu-se que a maioria das famílias compromete mais de 15% e menos de 30% de sua renda com prestações, o que se encaixa em um valor considerado correto para se economizar e, também, vimos que, mesmo que não seja em todos os meses, grande parte das famílias consegue economizar algum dinheiro, no fim do mês. A Fundação Getúlio Vargas apurou que a família padrão brasileira gasta 30% em habitação e moradia, 25% em alimentação, 12% em saúde e cuidados pessoais, 8% em educação e cultura, explica o professor de Economia, Luís Carlos Ewald (2005, p. 178). E mais 15% em transporte, 5% em vestuário e 5% em despesas diversas, completa. Hipótese 4: supõe-se que as famílias de Varginha não utilizam um instrumento de planejamento de curto prazo, para administrar sua renda.

7 Sua família aplica algum dinheiro em poupança ou faz algum outro tipo de investimento? 56% 44% Gráfico 7 Poupanças e investimentos A hipótese não foi confirmada, pois, com base nos dados do gráfico, viu-se que 56% das famílias aplicam algum dinheiro em poupança ou fazem algum outro tipo de investimento. CONCLUSÃO O orçamento familiar é muito importante para se saber em que estamos gastando, se estamos gastando de forma correta. Fazendo um planejamento do orçamento de forma a priorizar as despesas mais importantes, ocorrerá um superávit do orçamento, de maneira que seja possível fazer alguma forma de investimento. Verifica-se que a maioria das famílias de Varginha administra seu orçamento ao decorrer dos meses, pois com as hipóteses não confirmadas viu-se que as famílias fazem um analise financeira do que é gasto e recebido, no decorrer do mês, usando como instrumentos: agendas, planilhas mensais, programas de computador ou algum outro controle informal. E pelos instrumentos descobrem aonde está indo o seu dinheiro. Apesar da maioria das famílias entrevistadas não fazerem um planejamento de suas compras e uma pesquisa de preços, comprometem menos de 30% de suas rendas com elas, que é um valor considerável a economizar. E com isso a maioria das famílias investe algum dinheiro que sobra do seu orçamento, em poupança, ou em outro tipo de investimento. REFERÊNCIAS BOTELHO, Tarcísio Rodrigues. A Família na obra de Frédéric Le Play. Disponível em: < > Acesso em: 17 jun HALFED, M. Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. São Paulo: Fundamento, 2004, 168 p. EWALD, Luís Carlos. Sobrou dinheiro: lições de economia doméstica. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. FINANCENTER. Orçamento familiar. Artigo disponível em: < br/index.cfm/fuseaction/seção/id_secao/422. >. Acesso em: 25 Maio 2009.