PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA FRENTE AOS DIREITOS HUMANOS
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- Ruy Castro Campelo
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1 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA FRENTE AOS DIREITOS HUMANOS MARINA PAULA ZAMPIERI BRAIANI 1 MAYARA MARIA COLAÇO TROMBETA 2 RAFAELA TREVISAN AVANÇO 3 Institución: Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente. Dirección: Praça Raul Furquim, n.º 9, Presidente Prudente, São Paulo Brasil CEP Telefono: (18) marinabraiani@hotmail.com, mayara280@hotmail.com, rafa_trevisan@hotmail.com Eje: Lógicas colectivas: Grupos, Derechos Humanos, conciencia crítica y potencias inventivas. Area-Teórico/Practica: Derecho. 1 Aluna do 8º termo do curso de Direito das Faculdade Integradas Antonio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente/SP. marinabraiani@hotmail.com 2 Aluna do 8º termo do curso de Direito das Faculdade Integradas Antonio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente/SP. mayara280@hotmail.com 3 Aluna do 8º termo do curso de Direito das Faculdade Integradas Antonio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente/SP. rafa_trevisan@hotmail.com
2 1- INTRODUÇÃO Para a compreensão desse principío é necessário que saibamos em primeiro lugar, o significado da palavra de acordo com o dicionário, insignificância, bagatela significa coisa de pouco valor ou inútil, ninharia. Além do significado do Dicionário do termo bagatela e insignificância temos também o conceito Doutrinário, nesse contexto, Luiz Luisi em sua obra Os Princípios Constitucionais Penais (2ª Ed., fls 40) conceitua o princípio da bagatela como: [...] aquele que permite infirmar a tipicidade de fatos que, por sua inexpressividade, constituem ações de bagatela, desprovidas de reprovabilidade, de modo a não merecerem valoração da norma penal, exsurgindo, pois,como irrelevantes.a tais ações, falta o juízo de censura penal. Ou seja, infrações que causam lesões de pequena monta a interesses não essenciais e não merecem uma atenção do Direito penal como uma forma de punir. referido principio: E ainda de acordo com os Tribunais Estaduais, quanto a aplicação do Furto qualificado. Apelação da acusação. Botijão de gás. Crime de bagatela. Pequeno valor da res em relação ao patrimônio das vítimas. Apreensão e devolução imediatas. Ausência de prejuízo. Aplicação do princípio da insignificância. Absolvição - O furto de um botijão de gás sem prejuízo, ínfimo que seja para a vítima, diante da imediata apreensão e devolução, decorrente do flagrante, sem também, maiores conseqüências ao adquirente do bem furtado, é fato de nenhuma relevância social na escala de valor atual da norma incriminadora, a merecer a movimentação do caro mecanismo judiciário num direito penal clássico como o nosso" Com relação às lesões corporais leves, cita-se a jurisprudência do TJSC: A insignificância da lesão sofrida pela vítima afasta a tipicidade do crime previsto no artigo 129 do CP, impondo-se a solução absolutória. Com relação aos crimes contra a fauna, jurisprudência do TRF 5º Região: A comercialização de 17 (dezessete) borboletas não pode ensejar uma pena de 2 a 5 anos de reclusão. Homenagem ao princípio da insignificância
3 Não só os Tribunais Regionais Federais e os Tribunais Estaduais têm decidindo de forma reiterada, que os delitos que resultam pequenos danos ou lesões, ou que não tenham potencial lesivo, devem ser tidos como delitos atípicos, mais também os Tribunais superiores, como mostram as seguintes jurisprudências: Uma vez verificada a insignificância jurídica do ato apontado como delituoso, impõe-se o trancamento da ação penal (PASSARINHO, Aldir, RHC nº , STF, 1989) Princípio da insignificância. O resultado (sentido jurídico penal) deve ser relevante, quanto ao dano, ou perigo, ao bem jurídico tutelado. De mínima non curat Praetor. Modernamento ganha relevo o princípio da insignificância. O delito (materialmente examinado) evidencia resultado significativo. Deixa de sê-lo quando o evento é irrelevante. Não obstante conclusão doutrinária diversa, afirmando repercutir na culpabilidade, prefiro tratar a matéria como excludente de tipicidade, ou seja, o fato não se submete à descrição legal (AURÉLIO, Marco, HC nº , STF, 1998) De acordo com o que foi apresentado, podemos concluir que os Tribunais aceitam a aplicação do princípio da insignificância em determinados casos, devendo ser analisado, casa caso concreto separadamente para a sua aplicação. 2 ORIGEM DO PRINCÍPIO Como nos diz Odone Sanguine o princípio da insignificância teve, pela primeira vez, seu acolhimento "expresso" pelo Supremo Tribunal Federal em julho de 1988 (RHC nº , 2º turma, votação unanime). No julgamento o STF decidiu arquivar a ação penal com o fundamento de que uma equimose, de três centímetros de diâmetro, decorrente de um acidente automobilístico, escapa ao interesse punitivo do Estado em virtude do princípio da insignificância - não acolhendo a tese do Tribunal inferior e da Procuradoria-Geral da República que sustentavam que a lesão preenchia os requisitos necessários para a existência da tipicidade penal, ainda que de nenhuma conseqüência funcional - alegando que o prosseguimento da ação penal não lograria nenhum resultado, só sobrecarregaria mais os serviços da Justiça e incomodaria inutilmente a vítima. Configurando-se, portanto, como uma diretriz jurisprudencial da mais alta valia e, servindo como precedente aos Tribunais inferiores.
4 Klaus Roxin formulador de tal princípio em Problemas fundamentais de direito penal. Lisboa: Veja s.d.p.29" define: o legislador não possui competência para,em absoluto, castigar pela sua imoralidade condutas não lesivas a bem jurídicos, ou seja não há como se aplicar o direito penal, sem que o bem jurídico se quer tenha sido lesado, sem que tenha existido prejuízo ao patrimônio da vítima justamente pela insignificância do ato causado, ou do resultado. E completa: Só poder ser castigado aquele comportamento que lesione direitos de outras pessoas e que não é simplesmente um comportamento pecaminoso ou imoral; [...] o direito penal só pode assegurar a ordem pacífica externa da sociedade, e além desse limite nem está legitimado nem é adequado para a educação moral dos cidadãos. De acordo com o que foi visto acima, podemos concluir que o princípio da bagatela ou da insignificância é amplamente aceito pelos juristas. Entretanto, para a aplicação do principio da bagatela, muitas cautelas tem que ser tomadas, considerando insignificante aquilo que realmente é sendo necessária a observância das circunstâncias subjetivas e objetivas que envolvem o caso em concreto para que uma injustiça não seja cometida, ou até que para um delito grave para o patrimônio de certa pessoa, não seja tido como uma infração insignificante ou até como um caminho para a impunidade. 3 - CARACTERISTICAS Para a melhor aplicação do referido princípio é preciso que passamos a observar algumas características inerente a estes, características da criminalidade da bagatela reveladas pela doutrina, que devem ser levadas em consideração pois revelam a insignificância do evento produzido. Passaremos adiante a estudar tais características são elas: a) Escassa reprovabilidade, b)ofensa a bem jurídico de menor relevância c)habitualidade d)maior incidência nos crimes contra o patrimônio e no trânsito e)dispensabilidade de aplicação da pena do ponto de vista da prevenção geral e inconveniência do ponto de vista da prevenção especial. Ou seja, em resumo chegamos a seguinte conclusão que se a sua censura social é baixa, um ato que não é considerado inadequado, pois como já foi dito anteriormente, só se pode punir penalmente um agente que causar uma lesão
5 considerável no patrimônio da vítima. Essa reprovabilidade tem que ser estudada caso a caso, de acordo com o ambiente, com a sociedade com os valores éticos, filosóficos, culturais, espirituais, políticos, e havendo variação nesses valores tem que haver também variação na aplicação dessas normas em cada caso concreto separadamente. Sendo assim, o principio da bagatela ou da insignificância é, como o próprio nome já diz, algo insignificante, sem valor sem respaldo para ser levada adiante. O direito Penal,tem que se limitar a proteger o bem jurídico, não tendo então, que dar atenção a bagatelas. O que não podemos pensar, por exemplo, em aplicar uma pena restritiva de direito a uma pessoa que cometeu o crime de furto de uma pasta de dente em um hipermercado da cidade, sabendo que ao redor do País tantos homicídios, tantos roubos a mãos armadas e furtos em valores absurdos, e o processo de todos esses tramitando pelo judiciário Brasileiro. Sobre esse princípio Luiz Flávio Gomes, em 18/04/ :55 escreveu. O paciente teria vendido um talão de estacionamento rotativo da prefeitura grosseiramente falsificado, visto que escrito o número da placa do veículo do comprador sobre número anteriormente registrado, demonstrando que o talão já havia sido utilizado. Nesse caso, é aplicável o princípio da insignificância, mormente o paciente ter recebido R$ 3,00 pela venda, o que não demonstra dano relevante ao patrimônio da vítima. Ademais, a adulteração não seria capaz de induzir ou manter em erro qualquer pessoa que agisse com a devida prudência. HC RJ, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 4/6/2002 Sendo assim, nesse caso concreto não tem como ser levado em consideração e aplicar uma pena privativa de liberdade alguém que aproveitando da boa- fé de um terceiro vendendo um número já registrado, ou seja, um número que já não tinha mais valor, por R$ 3,00 o que como já foi dito pelo Autor não representaria dano ao patrimônio da vítima.
6 4 BIBLIOGRAFIA ABREU FILHO, Nilson P. VADE MACUM. 3. ed. São Paulo: Verbo Jurídico, p. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, BONFIN, Edilson Mougenot.Curso de Processo Penal.4ªed.São Paulo. Saraiva BRUTTI, Roger Spode.O Princípio da Insignificância Frente ao Poder Discricionário do Delegado de Polícia. in Revista IOB de Direito Penal e Processual Penal.Ano VII nº 41 Dez/Jan 2007 FRANZOI, Sandro Marcelo Paris; JUNIOR, Salvador José Barbosa; MORGADO, Nara Cibele Neves; Breves Anotações ao Princípio da Insignificância. in Revista IOB de Direito Penal e Processual Penal.Ano VII nº 41 Dez/Jan 2007 GOMES,Luis Flávio. Delito de bagatela: princípio da insignificância e da irrelevância penal do fato.revista Diálogo Jurídico, Salvador n.1 p.10, LUIS, Luisi.Os Princípios Constitucionais Penais.2ª ed Porto Alegre.Fabris.2003 MASSON, Cleber. Direito penal-parte geral. São Paulo. Método MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal: parte especial. 27 ed. Ver., atual. São Paulo: Atlas NUCCI, Guilherme de Souza. Princípios do Direito Penal Disponível em: < Acesso em 20 mar 2010.
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