Prof. Dr. Vicente de Paula Faleiros (Coordenador) Profª Eva Teresinha Silveira Faleiros (Coordenadora) Clara Maria Cosme Cardoso (Pesquisadora)

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Prof. Dr. Vicente de Paula Faleiros (Coordenador) Profª Eva Teresinha Silveira Faleiros (Coordenadora) Clara Maria Cosme Cardoso (Pesquisadora)"

Transcrição

1 Prof. Dr. Vicente de Paula Faleiros (Coordenador) Profª Eva Teresinha Silveira Faleiros (Coordenadora) Clara Maria Cosme Cardoso (Pesquisadora) Ludmila de Ávila Pacheco (Pesquisadora) Fernanda Regis Cavicchioli (Pesquisadora) 1

2 ÍNDICE INTRODUÇÃO... 5 CAPÍTULO 1 - MARCO REFERENCIAL TEÓRICO... 7 CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA DA PESQUISA CAPITULO 3 - ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE ABUSO SEXUAL PESQUISADAS CAPÍTULO 5 - ANÁLISE DOS GRUPOS FOCAIS CONCLUSÕES E ABERTURAS BIBLIOGRAFIA

3 ÍNDICE DOS QUADROS E GRÁFICOS Relação das organizações visitadas Quadro geral das situações selecionadas para a pesquisa Crimes Sexuais contra Crianças e Adolescentes Notificados na Polícia Civil /1999/ Gráfico do Circuito Percorrido pela Notificação: Situação Situação Situação Situação Situação Situação Situação Quadro síntese das dimensões pesquisadas Quadro síntese da resolubilidade do atendimento e da defesa de direitos...67/68 Quadro síntese da resolubilidade da responsabilização Dispositivos e procedimentos dificultadores - Grupos Focais...74/75 Dispositivos e procedimentos facilitadores - Grupos Focais...76/77 3

4 SIGLÁRIO CDS Centro de Desenvolvimento Social - Órgão da Secretaria da Criança e Assistência Social do GDF CEAJUR Centro de Assistência Jurídica - Defensoria Pública COMPP Centro de Orientação Médico - Psicopedagógica - Órgão da Secretaria de Saúde do GDF CP Código Penal CT Conselho Tutelar DEAM Delegacia Especial de Atendimento a Mulher DF Distrito Federal DP Delegacia de Polícia DPCA Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente ECA Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº 8.069/90 FSS Fundação do Serviço Social do GDF GDF Governo do Distrito Federal HBB Hospital de Base de Brasília HMIB Hospital Materno Infantil de Brasília HRG Hospital Regional do Gama HRP Hospital Regional de Planaltina HuB Hospital Universitário de Brasília IML Instituto Médico Legal MNMMR Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua MP Ministério Público PCDF Polícia Civil do Distrito Federal PJDE Promotoria de Justiça e Defesa da Educação PJDIJ Promotoria de Justiça e Defesa da Infância e Juventude PM Polícia Militar SES Secretaria de Estado e Saúde SEAS Secretaria de Estado e Assistência Social do GDF SOS Criança Unidade de Atendimento à Criança e ao Adolescente SEAS/GDF SPI Serviço de Planejamento e Informações da Polícia Civil do DF TJDFT Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios VEC Vara de Execuções Criminais VIJ Vara da Infância e Juventude 4

5 INTRODUÇÃO Este livro resulta de uma pesquisa sobre CIRCUITOS E CURTOS-CIRCUITOS NO ATENDIMENTO, DEFESA E RESPONSABILIZAÇÃO DO ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS E DE ADOLESCENTES NO DISTRITO FEDERAL, realizada no CECRIA 1 (Centro de Referências, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes) com um pequeno financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, no ano de 2000/2001. Buscamos, neste estudo, os seguintes OBJETIVOS: Gerais Identificar e analisar, em agências governamentais e não governamentais do Distrito Federal, os procedimentos adotados, os realizados rotineiramente e os que devem ser incluídos, no enfrentamento das situações de abuso sexual intra e extrafamiliar contra crianças e adolescentes. Identificar os dispositivos facilitadores e os que entravam os fluxos de defesa de direitos, de atendimento e de responsabilização, das situações de abuso sexual intra e extrafamiliar contra crianças e adolescentes, nas etapas da notificação, investigação policial, denúncia jurídica e responsabilização. Específicos Subsidiar a implementação de um circuito articulado de ações das agências governamentais e não governamentais envolvidas com a problemática em questão. Apontar caminhos teórico-metodológicos que possibilitem maior resolubilidade das situações de violência sexual contra crianças e adolescentes. Contribuir para a elaboração de políticas públicas, planos de ação e constituição de redes de enfrentamento da problemática. Nossas questões fundamentais foram as seguintes: Que dispositivos, procedimentos e relações institucionais entravam ou facilitam o enfrentamento e a resolubilidade de situações de abuso sexual contra crianças e adolescentes? O enfrentamento do abuso sexual centrado nas concepções punitiva e clínica limita, dificulta ou impede que esta problemática seja compreendida e enfrentada em suas múltiplas dimensões, ou seja, de defesa de direitos, atendimento e responsabilização? 1 A pesquisa realizou-se no quadro institucional do CECRIA, ONG criada em 1993, reconhecida nacional e internacionalmente por seus estudos, pesquisas, publicações e capacitação sobre o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. A pesquisa foi coordenada pelo professor Doutor Vicente de Paula Faleiros e pela professora Eva Teresinha Silveira Faleiros. Clara Maria Cosme Cardoso, Ludmila de Ávila Pacheco e Fernanda Cavicchioli participaram da mesma como pesquisadoras. Isabel Cristina V. Lins prestou serviços de apoio. Sobre o CECRIA ver 5

6 Os dispositivos institucionais utilizados, limitados a atendimentos pontuais, estanques, fragmentados, e a encaminhamentos sem acompanhamento e contra-referência das situações de abuso sexual em todo o Circuito, dificultam o atendimento e a proteção integral das vítimas e a responsabilização dos agressores, ou seja, a resolubilidade das mesmas? Existem dispositivos legais e processuais de responsabilização que curto-circuitam o Fluxo (revelação, notificação, investigação, denúncia e julgamento), o que reforça a impunidade e alimenta a tolerância e os pactos de silêncio sobre inúmeras situações de violência sexual? Os resultados deste trabalho certamente contribuirão, tanto local como nacionalmente, para a construção de uma metodologia de trabalho, para a articulação das ações entre as agências governamentais, e entre estas e as ONGs, numa perspectiva de intervenção em rede, bem como para a definição e implementação de políticas públicas para enfrentamento das situações de abuso sexual contra crianças e adolescentes. O conhecimento dos bloqueios e do fluxo do trabalho no enfrentamento da questão da violência sexual indicará estratégias e ações a serem implementadas, com vistas à resolubilidade das situações de abuso sexual notificadas. Do texto constam os seguintes capítulos: Capítulo 1, do Marco Referencial Teórico, no qual são definidas as categorias de análise: direitos, punição, rede, fluxo, resolubilidade. No Capítulo 2 é descrita a metodologia da investigação, com a explicitação dos métodos e instrumentos utilizados, e das dificuldades encontradas. No Capítulo 3 são apresentados os dados estatísticos coletados e a análise dos mesmos. No Capítulo 4 são descritos os fluxos seguidos pelas sete situações de abuso pesquisadas e o gráfico do percurso seguido pelas mesmas na rede. Após a descrição de cada situação estudada é a mesma analisada segundo as categorias de análise definidas no Marco Referencial Teórico. Ao final deste capítulo é apresentada a análise global das situações e avaliada a resolubilidade do atendimento e da responsabilização e que apontam para algumas das importantes conclusões para a ação e as políticas públicas. O capítulo 5 apresenta os dados coletados nos Grupos Focais junto a profissionais da rede, seguido da análise dos dispositivos e procedimentos facilitadores e os que entravam e curto-circuitam o Circuito da notificação à resolubilidade. Ao final são apresentadas as principais conclusões ou seja, os achados que a investigação permitiu visualizar, seja em relação aos entraves ou curtos circuitos seja em relação aos facilitadores ou circuitos da resolubilidade das situações notificadas de abuso sexual contra crianças e adolescentes, com a identificação mais plausível dos dispositivos facilitadores e dos que entravam os fluxos de defesa de direitos, de atendimento e de responsabilização, das situações de abuso sexual intra e extrafamiliar de crianças e adolescentes, nas etapas da notificação, investigação policial, denúncia jurídica e responsabilização. Pretende-se, desta forma, subsidiar a implementação de um circuito articulado de ações das agências governamentais e não governamentais envolvidas com a problemática em questão e apontar caminhos teórico-metodológicos que possibilitem maior resolubilidade das situações de violência sexual contra crianças e adolescentes, assim como contribuir para a elaboração de políticas públicas, planos de ação e constituição de redes de enfrentamento da problemática. 6

7 CAPÍTULO 1 MARCO REFERENCIAL TEÓRICO A questão central deste trabalho se refere à relação/circuito na qual se inserem a notificação e a resolubilidade do abuso sexual contra crianças e adolescentes. São relações/circuitos diferenciados, pela situação de abusador/acusado e de abusado/vítima, e também pela complexa inserção social desses em múltiplas condições econômicas, sociais e culturais. Face à queixa de abuso sexual é frequente observar-se o binômio acomodação/ repressão, refletindo-se na prática a cultura da impunidade e do autoritarismo. Esta prática de autoritarismo e impunidade encontra-se enraizada na sociedade brasileira, na dinâmica mesma das relações entre dominantes e dominados. Nossa questão de pesquisa se inscreve nesse contexto de relações, incluindo-se as relações de gênero e de raça. As situações de abuso sexual inscrevem-se, pois, no poder estruturado e estruturante na sociedade. Contextualização da questão da violência sexual nas relações de poder Esse poder estruturante/estruturado vem se exercendo historicamente pela dominação do adulto, do macho, predominantemente da raça branca, que se tornou o dominador no processo de institucionalização do poder e em sua socialização. Os valores do machismo, do patriarcalismo e de inferioridade de gênero e da submissão das crianças aos adultos fazem parte da estrutura de uma sociedade, na qual se inscreve a trajetória das notificações de abuso sexual. O Circuito que essas percorrem não são, portanto, mecanismos neutros e portadores de igualdade, pois o poder institucional não é separado nem distinto das relações instituídas na sociedade. Definimos as relações de poder como uma relação social onde se exercita a força, legitimada ou não, para se manter ou também resistir à dominação em suas diferentes formas. Esse exercício depende tanto do lugar onde é exercido como dos movimentos das forças em presença, que reforçam ou desgastam as relações estruturadas/estruturantes. A estrutura, assim, deve ser vista não como um arcabouço estático, mas como um conjunto de relações complexas e em movimento, de acordo com as forças em presença. Numa sociedade extremamente desigual como a brasileira as forças dominadas dispõem de reduzidos recursos e organização para reverter ou mesmo defender direitos estabelecidos na lei. O acesso à Justiça e ao atendimento não são iguais para todos. O acesso diferenciado à defesa de direitos na justiça reflete a desigualdade social, não só em função das custas judiciais, mas também dos recursos e da capacidade para se reconhecer um direito e se propor uma ação ou sua defesa. (CAPPELLETTI, Mauro e GARTH, Bryant, 1988) Estes pressupostos aqui mencionados são fundamentais para se contextualizar a questão do Circuito da notificação na sociedade e no aparato institucional. Embora o Circuito dependa dessa contextualização do poder, o foco da análise da pesquisa estará centrado nas particularidades das relações existentes nas situações de abuso sexual intra e extrafamiliar e na análise da implementação da garantia dos direitos, do atendimento, da responsabilização, num Estado que se define como estruturado pelo direito. 7

8 Apesar da sociedade brasileira ser desigual e marcadamente machista e autoritária, pode-se constatar um processo civilizatório de implementação dos direitos humanos e da cidadania, advindo das lutas sociais, do enfrentamento de valores e de projetos ético políticos de grupos que resistiram e resistem à dominação. Na fase de transição da ditadura militar, implantada em 1964, para a democracia esses valores democráticos e de cidadania se fizeram presentes na construção do novo marco legal sedimentado na Constituição de Os movimentos pela democratização da sociedade se articularam com os movimentos de luta pela igualdade e equidade nas relações de gênero e raça e pelos direitos das crianças e adolescentes. Pode se observar hoje um conflito entre paradigmas e projetos sócio-políticos na prática cotidiana. Como assinalado na pesquisa 10 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente Avaliando Resultados e Projetando Futuro (Faleiros, Vicente et alli, 2000), constatou-se o conflito existente entre o projeto de cidadania e de direitos e o projeto repressivo clientelista e o projeto neoliberal, além do projeto de violência do narcotráfico. O projeto da cidadania e da democracia compreende a defesa dos direitos, a participação, a equidade e a transparência, enquanto que o projeto repressivo clientelista e excludente enfatiza a cultura da impunidade e da troca de favores. O neoliberalismo se propõe reduzir o Estado, implantar o gerenciamento e favorecer o mercado. O narcotráfico impõe o poder do crime organizado em troca de favores e de prestação de serviços, usando cooptação, o assistencialismo, a violência e a proteção forçada do território. Nesse contexto de poder a estrutura familiar não é uma ilha isenta das influências desses projetos sócio-políticos, configurando-se como um dos lócus em que se encontram presentes e se enfrentam os poderes estruturados/estruturantes da sociedade. Autoritarismo, machismo, preconceitos, conflitos se articulam com as condições de vida das famílias, e as questões de poder se manifestam nas relações afetivas e na sexualidade. É nesse contexto de poder que deve ser analisada e compreendida a violência sexual de adultos contra crianças e adolescentes. A violência sexual contra crianças e adolescentes, principalmente a cometida por familiares ou conhecidos, é um espaço de silêncios, segredos e sigilos. Verifica-se a freqüente existência de pactos de silêncio, mantidos por familiares, amigos, vizinhos, comunidades, profissionais, que a encobertam, desqualificando revelações verbais e não verbais das vítimas, negando evidências e sinais, em nome de fidelidades, interesses de diversas ordens, medos, sigilos profissionais e de Justiça. Verifica-se uma verdadeira ocultação de informações sobre esta realidade. Esses silêncios, sigilos e pactos vêm servindo para ocultar a freqüência e a extensão do fenômeno da violência sexual, bem como dificultando o estudo, o conhecimento e o enfrentamento desta gravíssima violação de direitos humanos. É neste caldo de cultura da tolerância e da impunidade que a violência sexual, por vezes hipocritamente rejeitada, é pouco assumida pela sociedade como um crime. Trata-se do campo minado da sexualidade adulta, de forte envolvimento emocional, de ideologias historicamente presentes na sociedade brasileira, de perplexidades e desconhecimento, que muitos tentam negar, minimizar e dele se afastar. A seguir analisaremos outras das categorias que, juntamente com a de poder acima definida, constituem o arcabouço teórico referencial desta pesquisa. Trata-se das categorias: cidadania, direitos, violência sexual, responsabilização, atendimento, rede, circuito, fluxos, dispositivos, procedimentos, resolubilidade. 8

9 Cidadania e direitos A cidadania moderna implica, ao mesmo tempo, o direito à liberdade, à participação e à garantia da vida e da sobrevivência, pelo Estado de direito, aos membros reconhecidos como cidadãos, de acordo com o marco legal democraticamente estabelecido. Trata-se de um processo civilizatório, implementado no século XX através das convenções internacionais, com base no que foi pensado por Rousseau no contrato social, ou seja, que é através do pacto social que a sociedade se estrutura como tal. O pacto da cidadania é um processo em que o Estado garante que a liberdade individual não será perturbada nas relações entre os indivíduos, e, ao mesmo tempo, possibilita que os indivíduos e coletivos controlem e participem do próprio Estado através de eleições e do controle social. Segundo Marshall (1988) os direitos civis implicam a liberdade, os direitos políticos ao voto e os direitos sociais a garantia de mínimos de bem-estar. Os direitos são históricos; sua legitimidade e legalidade são construções da sociedade e da humanidade. E o acesso ou não aos mesmos inscreve-se em padrões societários e culturais. No Brasil convive-se com projetos político-societários antagônicos e contraditórios. Ao lado de um importante movimento pela cidadania impera a impunidade, a justiça de classe (ou injustiça para os pobres, os fracos, os excluídos, os marginalizados), uma trágica herança histórica da escravidão e a presença atual de múltiplas formas de autoritarismo. Embora os direitos humanos fundamentais das crianças e dos adolescentes estejam definidos em declarações universais, acordos internacionais e legislações nacionais (no Brasil principalmente no ECA) verifica-se, na prática, que esses direitos estão longe de ser garantidos. Grande número de crianças e adolescentes no mundo inteiro e no Brasil sofrem violência estrutural, institucional, comercial e doméstica, ou seja, padecem de uma grave violação de seus direitos sociais e individuais a um pleno desenvolvimento. Violência sexual - uma violação de direitos As práticas de violência sexual interpessoal e comercial contra crianças e adolescentes são uma violação de seus direitos humanos e sexuais, e dos direitos particulares de pessoa em desenvolvimento. Além de violação à integridade física e psicológica, ao respeito, à dignidade, à sexualidade responsável e protegida, é violado o direito ao processo de desenvolvimento físico, psicológico, moral e sexual sadios. A violência sexual na família é uma violação ao direito a uma convivência familiar protetora. No mercado do sexo, além dos anteriormente mencionados, são violados os direitos de não ser explorado e o de não trabalhar em condições indignas, perigosas e estigmatizantes. Ética, cultural e socialmente a violência sexual contra crianças e adolescentes é uma violação de direitos humanos universais, de regras sociais e familiares das sociedades em que ocorre. É, portanto, uma ultrapassagem dos limites humanos, legais, culturais, sociais, físicos, psicológicos. Trata-se de uma transgressão e neste sentido é um crime, ou seja, é o uso delituoso, delinqüente, criminoso e inumano da sexualidade da criança e do adolescente. A violência sexual contra adultos, crianças e adolescentes (principalmente do sexo feminino) é ao mesmo tempo repudiada e de alta prevalência. Os direitos das crianças e adolescentes, historicamente pessoas sem valor e sem direitos no Brasil, são ainda contestados pela sociedade, que resiste fortemente à concepção de que a criança e o adolescente são sujeitos 9

10 de direitos, o que representa a negação da cidadania aos menores de idade, e que se traduz na forte resistência que se constata ainda em relação ao Estatuto da Criança e do Adolescente. A garantia e defesa de direitos passa por um ordenamento institucional que articule Estado e sociedade, através de canais e organizações, governamentais e não-governamentais, como por exemplo no Brasil, os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente (em nível nacional, estadual e municipal), os Conselhos Tutelares e os Centros de Defesa. A compreensão da problemática da violência sexual contra crianças e adolescentes como uma questão social, cultural, econômica e política implica a superação da concepção que restringe seu enfrentamento a ações de denúncia/repressão/tratamento. A implementação da cidadania se contrapõe à cultura do autoritarismo e do clientelismo, à impunidade e à visão exclusivamente clínica do atendimento, que nas relações institucionais significam a negação do outro enquanto sujeito, pela imposição da vontade do mais forte e de mecanismos que sustentam o poder dominante. É consenso nos fóruns internacionais que a eliminação da violência sexual deve se dar em diferentes frentes, ou eixos metodológicos, ou seja, através de ações articuladas de prevenção, de atenção, de responsabilização e de defesa de direitos, na perspectiva do paradigma civilizatório dos direitos humanos, como claramente expresso no Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil. O paradigma dos direitos implica privilegiar o sujeito ao invés do cliente, a trajetória de mudança ao invés do problema, visto como individual e isolado, assim como as relações sociais e psicossociais ao invés do simples tratamento físico. A gravidade e os danos provocados pela vitimização sexual de crianças e de adolescentes indicam que se deve, prioritariamente, evitar que tal ocorra. Neste sentido há consenso de que a mais importante política de enfrentamento dessa problemática é a da prevenção. Uma política de prevenção da violência sexual implica a adoção, na discussão teórico-prática dessa questão, de uma outra concepção de prevenção, ou seja, do direito de todos a uma sexualidade responsável e protegida. Trata-se, pois, de uma concepção ampliada de prevenção como direito universal e não restrita a populações de risco. Entendendo-se que a violência sexual contra crianças e adolescentes é uma questão ética e cultural, as ações de prevenção a serem adotadas devem ter como alvo, prioritariamente, a opinião pública e a mídia, visando a mudança de valores e a educação sexual de toda a população, de todas as idades. Trata-se, pois, de buscar que a sociedade como um todo supere a tolerância existente sobre essa problemática, que os cidadãos adultos assumam seu papel de protetores, e que não se deposite principalmente nas crianças e adolescentes a responsabilidade de se defenderem de adultos violentadores sexuais. A resolubilidade muito mais do que a punição uma concepção ampliada de atendimento e de defesa de direitos A notificação de uma situação de abuso sexual e o seu percurso nos diferentes Fluxos do Circuito ocasionam como que uma cisão na realidade e nessa relação até então simbiótica. Verifica-se um corte, de natureza ética e operacional, nos percursos/itinerários dos vitimizados e dos vitimizadores, é como se ao abusador estivesse destinado somente uma identidade e um lugar, o de processado a ser punido, e ao abusado a identidade de vítima a ser protegida e 10

11 cuidada. Trata-se, pois, de realidades que atuam em órbitas distintas: a dos dispositivos legais e processuais e a dos sentimentos, dores e danos; a do papel e a da vida real. Esta concepção bipolarizada da resolubilidade das situações de abuso sexual notificadas explica porque Fluxos que têm funções distintas têm tendência a atuar paralelamente, com muito pouca articulação, constatada na pesquisa, como se sua atuação não se desse sobre uma mesma e concreta realidade. Tanto o combate como o desmonte da violência sexual contra crianças e adolescentes implicam a responsabilização legal dos abusadores, a denúncia, a instauração do devido processo e o julgamento. A legislação brasileira vigente, com sua caracterização limitada e desatualizada dos crimes sexuais, bem como a concepção repressiva da Polícia (quando não seu envolvimento direto nos crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes), a lentidão da Justiça, a tolerância da sociedade e a impunidade vêm dificultando a responsabilização dos culpados e contribuindo à violação dos direitos de crianças e adolescentes vitimizados sexualmente. Há um sentimento, e para muitos a certeza, de que os crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes não são punidos. O que é um importante inibidor de denúncia dessas situações e um importante agravante de sua subnotificação, alimentando os pactos de silêncio e tolerância em relação a esses crimes. Este sentimento generalizado da impunidade na sociedade brasileira explica, em parte, a concepção corrente de que a resolubilidade das situações de abuso sexual se confunde e se esgota com a prisão dos acusados, ou seja, que é importante, acima de tudo, responder com a repressão à impunidade existente no Brasil. É importante destacar que esta concepção, difundida na opinião pública, é compartida por muitos dos teóricos dos direitos das crianças e adolescentes, por profissionais e por estudiosos implicados com essa problemática. Evidentemente a responsabilização é centrada na sanção/punição legal pelo crime cometido. Isto significa que o abusador deve ser responsabilizado pelos danos provocados à vítima, recebendo a sanção que lhe corresponde legalmente pelo crime do qual é autor. Segundo Deltaglia (1995)... a responsabilidade é humanizante e só a sanção, em caso de erro, confirma esta responsabilidade. No entanto, a concepção jurídico-policial, repressiva e punitiva da resolubilidade da violência sexual, entendida principalmente como a punição do abusador, tem como conseqüência, muitas vezes, a negligência e o descuido com a defesa de direitos e o atendimento das pessoas envolvidas nas situações de violência sexual (vítimas, familiares e violentadores) e de seus sofrimentos, que são negligenciados, desconsiderados, descuidados, desatendidos. A superação da concepção legal e jurídica da resolubilidade implica, apesar e além da condenação do abusador ou do arquivamento do processo de responsabilização criminal, a continuidade do atendimento e a garantia de direitos da vítima, familiares e acusado. Embora a maioria das situações de violência intra e extrafamiliar sejam crônicas, sua revelação cria como que uma emergência, que como tal é, em geral, percebida e tratada nos Fluxos de Atendimento, Defesa de Direitos e Responsabilização. As ações e intervenções realizadas com vistas à resolubilidade de situações de abuso sexual são, muitas vezes, fragmentadas, emergenciais, pontuais: cuida-se dos ferimentos, afasta-se a vítima ou o abusador do domicílio 11

12 da família, prende-se, às vezes preventivamente, o acusado, interroga-se, abre-se processo policial, realizam-se perícias, elaboram-se laudos. Trata-se evidentemente de atos profissionais indispensáveis. No entanto, tratadas e passadas as emergências, passado o furacão da revelação do abuso sexual há uma (re)acomodação às condições objetivas e subjetivas que geraram a violência sexual, como se tudo voltasse ao normal, tanto por parte das pessoas envolvidas na situação quanto de instituições e profissionais que atuam na mesma. Ou seja, o abusador continua a ser um abusador, um alcoolista, um desempregado, a mãe continua com o marido ou nega a denúncia que fez, os parentes e vizinhos aceitam a situação, as instituições crêem haver feito o que deviam ou podiam. Trata-se de uma concepção da resolubilidade limitada à punição do abusador, ao atendimento emergencial, e no máximo à reparação de danos provocados pelo abuso, ao tratamento psicoterápico, a medidas protetivas limitadas ao afastamento da vítima do convívio com o abusador. A concepção da resolubilidade limitada à punição sem atendimento ao abusador significa muitas vezes sua revitimização, pois não raras vezes trata-se de um vitimizado sexualmente na infância ou adolescência, com uma história de vida de vitimizações psicológicas, sociais, econômicas. Grande parte do atendimento dado a crianças e adolescentes vitimizados sexualmente baseiase numa concepção clínica, focalizada na vítima. Verifica-se, no entanto, que a não inclusão de outros atores e instituições (abusadores e protetores) implicados, ou a serem implicados na situação, vem dificultando ou impedindo que a questão seja compreendida e enfrentada em toda sua complexidade. Mais do que uma concepção de atendimento apenas terapêutico, entende-se que a intervenção nas situações de abuso sexual familiar e extrafamiliar deve ser psicossocial, econômica e cultural. Os objetivos do atendimento são, além do atendimento emergencial e da redução dos danos sofridos pelas pessoas envolvidas na situação, a mudança das condições objetivas, culturais e subjetivas que geram, mantêm ou facilitam a dinâmica e a ameaça abusivas. Nesse sentido, as ações de atendimento e a defesa de direitos devem possibilitar uma mudança de trajetória de vida dos sujeitos, uma mudança das condições objetivas e subjetivas que facilitaram ou geraram o abuso sexual, o que implica acesso a todos os direitos garantidos no ECA e a políticas sociais de saúde, educação, trabalho, renda, assistência a todas as pessoas envolvidas na situação de violência sexual notificada, uma mudança nos comportamentos permissivos e abusivos, prevenindo-se e evitando a reincidência. Essa concepção ampliada de Atendimento e de Defesa de Direitos se constitui em importante política de prevenção e de controle da reincidência. Esta mudança de paradigma envolve o trabalho em redes sociais. atendimento significa, pois, mudança e inclusão. Rede, Circuito e Fluxos A complexidade do fenômeno da violência sexual implica que seu enfrentamento deva fazer-se através de múltiplos e complementares eixos metodológicos, como vimos acima, atuando articuladamente e organizados em rede. 12

13 A perspectiva do trabalho em redes e com redes, na área social, é recente, merecendo destaque com as contribuições de Speck nos anos 70, dos assistentes sociais quebequenses Rousseau e Brodeur nos anos 80 e da Escola de Serviço Social de Parma, na Itália, nos 90. As redes não são invenções abstratas, mas partem da articulação de atores/organizaçõesforças existentes no território para uma ação conjunta multidimensional com responsabilidade compartilhada (parcerias) e negociada. Esta definição de redes pressupõe uma visão relacional dos atores/forças numa correlação de poder onde a perspectiva da totalidade predomina sobre a da fragmentação. Supõe também que as redes são processos dinâmicos e não organismos burocráticos formais, mas onde se cruzam (como numa rede) organizações do Estado e da sociedade. Não funcionam como convênios formais (embora possam existir), mas como contratos dinâmicos, em movimento e conflito, para, no entanto, realizar objetivos em que cada parte potencializa recursos que, juntos, se tornam, também mais eficientes. A rede é, pois, uma aliança de atores/forças, num bloco de ação, ao mesmo tempo, político e operacional. Há redes extremamente verticalizadas que funcionam como uma pirâmide de poder; são redes autoritárias. Ao contrário, as redes democráticas compartilham o poder de decisão entre os atores, pela interação comunicativa, transparência das propostas, coordenação legitimada, ação compartilhada e avaliação coletiva. O foco do trabalho em redes não é um problema imediato, isolado, mas a articulação de sujeitos/atores/forças para propiciar poder, recursos, dispositivos para a ação, a auto-organização e a auto-reflexão do coletivo dos atores/instituições participantes. Um dos objetivos desta pesquisa foi identificar, na rede de enfrentamento dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes, o percurso/circuito - da revelação, notificação, atendimento, investigação policial, denúncia judicial, julgamento - pelo qual circulam as notificações de situações de abuso sexual, até sua resolubilidade. À medida que a pesquisa avançava foi ficando claro que não se tratava de um único percurso, mas de que o Circuito se compunha de três caminhos, que chamamos Fluxos: o Fluxo da Defesa de Direitos, o Fluxo da Responsabilização e o Fluxo do Atendimento. Trata-se de caminhos distintos, com funções e redes institucionais próprias: a responsabilização penal do abusador, a defesa de direitos e a atenção às pessoas envolvidas na situação de violência sexual (a vítima, o acusado e os familiares). A responsabilização ocupa-se do processo legal, da violação da lei, da sanção; o atendimento ocupa-se com as pessoas, com a dor e o dano; a defesa de direitos com a garantia da cidadania. No entanto, como atuam sobre uma mesma situação concreta e complexa é indispensável que o façam articuladamente, para garantir a resolubilidade da situação de violência sexual notificada. Nesses Fluxos as relações são contraditórias, pois se inscrevem num processo conflituoso e aberto. O Fluxo legal implica o poder dos atores da Justiça e sua interação; no Fluxo de Atendimento são os profissionais e as redes que exercem o poder de intervenção dentro das condições existentes. A proteção da criança e a defesa de direitos envolvem família, sociedade organizada e o sistema de garantias de direitos. Nesses Fluxos os entraves e as facilidades estão articuladas às relações de poder, concepções, dispositivos e condições desiguais. Do ponto de vista empírico os Fluxos são, a seguir, caracterizados pelas instituições que os compõem e as funções que lhes são atribuídas: 13

14 O Fluxo de Defesa de Direitos É composto pelos Conselhos Tutelares, Varas da Infância e da Juventude, Ministério Público, Defensoria Pública e Centros de Defesa. Suas funções são: defender e garantir os direitos de todos os implicados na situação de abuso sexual notificada, protegendo-os de violações a seus direitos. Para tal tem o poder de, com força da lei, determinar ações de atendimento e de responsabilização. O Fluxo de Atendimento É composto pelas instituições executoras de políticas sociais (de saúde, educação, assistência, trabalho, cultura, lazer, profissionalização) e de serviços e programas de proteção especial, bem como por ONGs que atuam nestas áreas. Suas funções são: dar acesso a direitos a políticas sociais e de proteção, prestar serviços, cuidar e proteger. Deve dar cumprimento a determinações oriundas do Fluxo de Defesa de Direitos e do Fluxo de Responsabilização, bem como prestar-lhes informações. O Fluxo de Responsabilização É composto pelas Delegacias de Polícia, Delegacias Especializadas (de Proteção à Criança e ao Adolescente, e da Mulher), Instituto Médico Legal, Varas Criminais, Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente, Delegacia da Criança e do Adolescente e Vara da Infância e da Juventude (quando o abusador é menor de idade) e Ministério Público. Suas funções são: responsabilizar judicialmente os autores de violações de direitos, proteger a sociedade, fazer valer a lei. Pode determinar como pena o atendimento ao réu. Portas de Entrada da Notificação Uma questão a ser clarificada Há alguns anos vêm se multiplicando, no Brasil, campanhas chamando a atenção para a importância de que situações de abuso sexual sejam denunciadas, bem como a instalação de Disques-Denúncia, todas visando dar visibilidade a esse grave e extenso problema, ainda não suficientemente dimensionado. O Circuito/percurso da revelação e da queixa das situações de abuso sexual inicia-se numa Porta de Entrada. No entanto, a definição da(s) Porta(s) de Entrada da notificação permanece uma questão que suscita dúvidas e preocupações dos profissionais que atuam na rede de enfrentamento do abuso sexual de crianças e de adolescentes, e que tem sido estudada por pesquisadores dessa problemática. Questiona-se qual ou quais as melhores Portas de Entrada, onde devem estar localizadas, quais suas funções (o que devem fazer), seus limites (o que não lhes cabe) e, principalmente que caminho deve seguir a queixa recebida (encaminhamentos, referência e contra-referência). Existem inúmeras propostas, sugestões e tentativas de implantação de modelos de Porta de Entrada. Esta questão foi também estudada na presente pesquisa e a análise dos dados coletados permitiu visualizá-la com um pouco mais de clareza. Quando do desvelamento de uma situação de abuso sexual há que se distinguir dois fatos e dois momentos: a revelação e a notificação. Num primeiro momento a revelação é privada: a vítima ou outra pessoa que suspeita ou sabe que o abuso ocorre conta o que ocorre a alguém, que ela julga que pode fazer algo em relação à situação revelada e de quem espera ajuda e ações. O Circuito pode ser interrompido aí, ou não. 14

15 Se não for interrompido, a queixa passa a uma segunda etapa a da revelação pública da situação, que se concretiza no relato e registro da mesma em qualquer instituição governamental ou não governamental. São as Portas de Entrada da Queixa não notificada, por exemplo, serviços de saúde, escolas, Disques-Denúncia, SOS, Centros de Defesa. Também neste momento o Circuito pode ser interrompido, ou não 2. Se não for interrompido, o Circuito entra na etapa da notificação 3, e a conseqüente admissão e entrada da queixa no Circuito, com vista à sua resolubilidade. É a passagem da situação do âmbito privado ao âmbito público. São as Portas de Entrada de Notificação da Queixa: os Conselhos Tutelares 4, a Vara da Infância e da Juventude (onde não houver Conselho Tutelar) e as Delegacias de Polícia (especializadas, onde houver). Em síntese, existem dois tipos de Portas de Entrada: a) as da queixa não notificada; b) as da notificação da queixa. Estes dois tipos de Portas de Entrada têm, portanto, diferentes funções. As da queixa não notificada recebem a revelação pública da situação de abuso sexual (ou suspeita da mesma). Trata-se de portas abertas, de fácil acesso ou conhecidas da população. Sua função é ouvir a queixa, fazer o acolhimento dos denunciantes, apoiá-los e informar-lhes sobre o circuito que se segue à queixa e sobre as providências a serem tomadas, e encaminhá-la, obrigatória e imediatamente, para uma Porta de Entrada de Notificação. Não investiga, não colhe depoimentos. É uma porta de trânsito da queixa à notificação. As Portas de Entrada de Notificação da Queixa, além de registrá-la oficialmente e integrá-la ao Circuito, têm por funções: defender direitos (Conselho Tutelar, VIJ, Ministério Público), tomar testemunhos, investigar a queixa, oferecer denúncia (ou não) ao judiciário, indiciar (ou não) o acusado (Delegacias de Polícia, Ministério Público). devem, no entanto, encaminhar, obrigatoriamente, as pessoas envolvidas na situação de abuso sexual (ou suspeita de) para os outros Fluxos que não o que notificou a queixa. Dimensões da Resolubilidade nos Fluxos de Responsabilização e de Atendimento A pesquisa teve sua origem nas questões que se colocam todos (sociedade, governos, profissionais, pesquisadores, denunciantes, vítimas, abusadores) preocupados ou envolvidos com a problemática da violência sexual contra crianças e adolescentes: O que acontece com as situações notificadas? Vale a pena denunciá-las? Como as mesmas foram resolvidas? Que resolução tiveram? O que aconteceu com as pessoas envolvidas nas situações de abuso sexual notificadas? Os abusadores estão presos? 2 A queixa pode entrar diretamente na Porta de Entrada da Queixa Notificada. Pode ocorrer atendimento emergencial nesta Porta de Entrada e o Circuito ser interrompido aí, sem notificação. 3 NOTIFICAÇÃO dar ciência a autoridades constituídas de que o abuso sexual ocorre (ou dele se suspeita), o que é seguido do registro oficial da queixa, o que significa que o poder público assume a situação, se faz cargo da mesma, incluindo-a nos Fluxos de Defesa de Direitos, do Atendimento e da Responsabilização. 4 O ECA em seu artigo 13º determina que Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. O Conselho Tutelar, segundo o artigo 136º, inciso IV do ECA, tem como atribuição encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente. 15

16 Todas estas perguntas apontam para o desvelamento e a avaliação da resolubilidade. Entendemos por resolubilidade a realização de um resultado, previsto na lei, por um atendimento adequado e pela defesa e garantia de direitos. Neste sentido foi feito um esforço de clarificação e definição das dimensões da resolubilidade, tanto do Atendimento como da Defesa de Direitos e da Responsabilização, Dimensões da Resolubilidade da Responsabilização O abuso sexual perpetrado contra crianças e adolescentes (e também contra adultos) é uma transgressão da lei, uma violação de direitos e da cidadania, um crime, pelo qual o autor deve ser julgado e responder socialmente, em Justiça. Na pesquisa buscou-se identificar as dimensões do Fluxo de Responsabilização, com vistas à avaliação da sua resolubilidade a partir das etapas de formulação do processo criminal definidas no Código do Processo Penal. Buscou-se, em cada uma das situações de abuso sexual pesquisadas, localizar a etapa de responsabilização em que se encontra o processo criminal pelo qual responde legalmente o suspeito, indiciado ou réu do crime. As dimensões abaixo relacionadas têm por objetivo indicar parâmetros de avaliação da resolubilidade da responsabilização, em relação ao processo na Justiça e na Polícia. São elas: Réu condenado e cumprindo sentença. Réu condenado com recurso em Instância superior. Inquérito policial concluído, com indiciamento do acusado. Inquérito policial concluído, sem indiciamento do abusador. Processo em investigação na Polícia. Processo arquivado na Justiça. Processo em andamento na Justiça. Abuso sexual notificado sem encaminhamento à Polícia para investigação. Arquivamento do processo na Polícia por retirada da queixa. Dimensões da Resolubilidade do Atendimento e da Defesa de Direitos Entende-se por atendimento a atenção física, psicológica, econômica e social prestada a todas pessoas envolvidas em situações de abuso sexual, ou seja, à vítima, a familiares e ao abusador. São objetivos do atendimento: o acesso a direitos, a redução dos danos provocados pela situação de abuso sexual, a mudança das condições objetivas e subjetivas geradoras ou facilitadoras da ameaça abusiva, a prevenção à reincidência, a inclusão social. Com base nos conceitos de poder, cidadania, atendimento e resolubilidade, acima definidos, adotamos as seguintes dimensões para avaliar a resolubilidade do atendimento e da defesa de direitos: Intervenção, psicológica, social e econômica, se for o caso, nas relações familiares, com vistas à mudança das condições objetivas e subjetivas que geram, mantêm ou facilitam a dinâmica e a ameaça abusivas. 16

17 Acesso da criança ou adolescente, envolvido em situação de abuso sexual, a seus direitos, segundo o determinado nos artigos 3º e 4º do ECA. 5 Adoção de medidas protetivas em relação à criança ou ao adolescente vitimizado (artigo 101º do ECA). 6 Atendimento, psicológico, social e econômico, se for o caso, ao abusador sexual (intra ou extrafamiliar), visando mudança de trajetória de vida e nos comportamentos abusivos. Atenção, psicossocial e econômica, se for o caso, a todas as pessoas envolvidas na situação de abuso sexual (inclusive o abusador), com o objetivo apenas de superar ou minimizar os danos, de toda ordem, gerados por essa situação. Atendimento apenas à criança ou adolescente vítima, centrado tão somente na redução dos danos ocasionados pelo abuso sexual sofrido. Atendimento emergencial, de urgência, prestado à vítima, sem referência e contrareferência. Não adoção de medidas protetivas em relação à criança ou ao adolescente vitimizado. Não atendimento a nenhuma das pessoas envolvidas na situação de abuso sexual. Dispositivos e procedimentos A pesquisa teve como objetivo geral: identificar e analisar, em agências governamentais e não governamentais do Distrito Federal, os dispositivos e os procedimentos facilitadores e os que entravam os Fluxos de Defesa de Direitos, de Atendimento e de Responsabilização das situações de abuso sexual intra e extrafamiliar de crianças e adolescentes notificadas. Entende-se por dispositivos: a) normas que determinam, regulam e enquadram as decisões e as ações, e que definem o que pode e o que não pode ser feito, como agir e decidir. Trata-se de codificações, geralmente formalizados em leis, decretos, portarias, regimentos, ordens de serviço e outros, ou não formais (definidos pela cultura institucional); b) meios para agir, ou seja, os recursos humanos, financeiros e materiais. São dispositivos: a legislação nacional e estadual vigente (Código Penal, ECA, lei do DF sobre a criança e o adolescente, entre outras); regimentos, ordens de serviço e rotinas institucionais; códigos de ética profissionais; a estrutura institucional (organograma, serviços); os recursos 5 Artigo 3º - A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facilitar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Artigo 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 6 Artigo 101º - Verificada qualquer das hipóteses previstas no artigo 98º, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: I encaminhamento aos pais ou responsáveis, mediante termo de responsabilidade; II orientação, apoio e acompanhamento temporários; III matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; IV inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; V requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; VI inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; VII abrigo em entidade; VIII colocação em família substituta. 17

18 financeiros (orçamento); os recursos materiais (instalações, equipamento, material permanente e material de consumo); os recursos humanos (pessoal, qualificação da equipe). Entende-se por procedimentos os modos de agir, instrumentos, métodos e processos de trabalho, como: os objetivos do trabalho; os métodos de trabalho utilizados; a documentação utilizada; os horários e a duração dos atendimentos; a demanda em relação à equipe disponível; o fluxograma de atendimento; as formas de comunicação entre a equipe e com outras instituições da rede (por telefone, formalizada por escrito, por , pessoalmente); a divulgação dos serviços oferecidos; as formas de articulação com outras instituições da rede. Á guisa de considerações finais Os fundamentos da análise aqui proposta levam em conta que a questão do poder é básica para se entender o contexto, os Fluxos e as práticas do percurso da notificação de abuso sexual e de seus entraves e facilidades na interação entre atores organizacionais. O poder se estrutura nas relações sociais mais gerais e nas particularidades da implementação institucional e organizacional dos dispositivos e procedimentos. Sem, no entanto, considerarmos as concepções paradigmáticas e os confrontos entre as visões repressiva e de defesa dos direitos não teremos condições analíticas para fazer uma crítica dos fluxos existentes na sociedade, de acordo com o processo civilizatório dos direitos humanos. Os condicionamentos econômicos como a desigualdade, a exclusão e as condições sociais da família assim como os culturais de relações de gênero, etnia, os sociais de classe e poder, os profissionais de atenção e os jurídicos legais são fundamentais para se entender o que acontece com a notificação. Nesse sentido é que vem sendo construídos os trabalhos de Saffioti (1997), Vaz (1997), Faleiros (1998), Leal (1998), estudiosos da questão do abuso e da exploração social. Nesse processo de confronto de poder a relação com a sociedade se articula também em todo o percurso da notificação com interferências, não só da família como também das redes que envolvem os agressores e as pessoas vitimizadas, procedendo-se a uma relação de poder entre organizações e a própria sociedade, o que não pode ser desconsiderado. 18

19 CAPÍTULO 2 METODOLOGIA DA PESQUISA A metodologia da pesquisa é considerada como um processo e não um conjunto formal de regras, que busca o conhecimento implicado no enfrentamento de uma realidade complexa e que não se desvela à primeira vista, exigindo-se pois a combinação de referências teóricas e de técnicas que dêem conta da questão colocada como objeto de investigação. Para capturar o objeto e dar conta da questão dos Fluxos da notificação de abuso sexual foram escolhidos: a consulta a fontes documentais, entrevistas com profissionais, estudo de casos/situações de abuso sexual notificadas e encontros de Grupos Focais. Os quadros de definição de dimensões da resolubilidade da responsabilização e do atendimento permitiram sistematizar os dados coletados. A coleta de dados sobre a questão não foi tarefa fácil, em primeiro lugar porque os próprios profissionais que atuam no Circuito e que, apesar de reconhecem que o conhecimento das situações de abuso sexual ajuda na resolubilidade e prevenção dos mesmos, quando solicitados a se expressarem, demonstram dificuldade em derrubar o muro do silêncio que cerca as situações de abuso sexual. Há uma tensão entre o discurso sobre a necessidade de se romper com o silêncio e a impunidade e a prática de expor a problemática, mesmo com caráter científico. É importante destacar, no entanto, que o objeto da pesquisa envolve situações vinculadas à práticas e processos criminais, o que impõe sigilo à Polícia e à Justiça, o que dificultou o acesso aos dados, inclusive nas Varas Criminais. Deparamo-nos, por vezes, com a resistência de profissionais que atuam no atendimento para termos acesso aos prontuários, por temor de ferir códigos de ética profissionais. O levantamento estatístico O primeiro passo para a abordagem da questão foi a busca de dados estatísticos que nos permitissem um levantamento preliminar para uma visão aproximada quantitativa do fenômeno dos abusos sexuais no Distrito Federal. Sabedores da deficiência de dados e da dificuldade em obtê-los não se teve a pretensão de análises e correlações estatísticas. Foram consultadas estatísticas das seguintes portas de entrada de notificações: Conselhos Tutelares, SOS Criança, Delegacias de Polícia, Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Delegacia da Mulher, Vara da Infância e da Juventude, Instituto Médico Legal (IML), Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), Centro de Orientação Psico Pedagógico (COMPP), Comissão de Direitos Humanos da Câmara Distrital, MNMMR/DF, bem como matérias publicadas na mídia. Buscou-se, através da consulta a estas fontes, realizar um levantamento quantitativo das situações de abuso sexual intra e extrafamiliar contra crianças e adolescentes notificadas no Distrito Federal em 1998, 1999 e

20 A obtenção de dados estatísticos veio confirmar a previsão de dificuldade na coleta dos mesmos. A Polícia Civil é a instituição que mantém, rotineira e obrigatoriamente, estatísticas das situações de abuso sexual que lhe são notificadas. Os dados da Polícia Civil são obtidos mediante solicitação ao Serviço de Informação da Polícia, que não dispõe de dados de todas as Delegacias e que além disso não lhe repassam automaticamente as informações. Este Serviço se ressente da falta de estrutura para atender à demanda, contando, no final de 2000, com apenas três computadores. A Justiça dispõe apenas de dados estatísticos gerais e também não classificados pela natureza dos crimes em julgamento. A Vara da Infância e da Juventude e mesmo o IML não dispõem de sistemas informatizados para registro das situações atendidas; os registros são feitos em livros e prontuários. Como as instituições de atendimento têm apenas o registro estatístico do total das situações atendidas, sem classificações (por exemplo, idade e sexo das vítimas e agressores, locais de residência, tipo de abuso, autor do abuso, situação familiar, entre outras), o pesquisador deverá dar-se o longo trabalho de consultar manualmente todos os prontuários e proceder a triagens para obter os dados que necessita, já que os mesmos não são informatizados. Instituições que contam com dados estatísticos, por exemplo o Hospital Materno Infantil de Brasília, não têm o registro de 100% dos casos atendidos por falta de uma rotina de notificação e de informatização. Os Conselhos Tutelares não estão aparelhados nem treinados para realizarem a coleta sistemática de dados estatísticos. Os dados de notificação de situações de abuso sexual encontrados foram os de notificações de violência sexual no SOS e os de ocorrências policiais na Polícia Civil. Por outro lado, a inexistência de um sistema de registro informatizado e articulado de dados estatísticos de todo o Circuito impossibilita uma quantificação do fenômeno da violência sexual no Distrito Federal, pois ocorre uma multiplicidade de registros de uma mesma situação em diversas Instituições, por exemplo, uma situação notificada no SOS poderá constar também nas estatísticas da Polícia, do Conselho Tutelar e de todas as Instituições pelas quais a situação circulou. Por esta razão é que, no capítulo seguinte, são apenas apresentadas as estatísticas das notificações de abuso sexual registradas na Polícia Civil. Entrevistas com profissionais de instituições da rede A segunda forma de aproximação empírica à questão foi a realização de entrevistas com os atores mais significativos que se encontram envolvidos na prática profissional com esta problemática, com vistas à obtenção de dados (inclusive estatísticos), ao conhecimento dos Fluxos e à seleção de as situações/objeto de análise. Neste sentido foram entrevistados profissionais das principais agências governamentais e não governamentais consideradas portas de entrada de notificações. A entrevista teve um caráter exploratório, e foi desenvolvida de forma semi-estruturada a partir de um roteiro flexível e adaptado a cada organização. A seguir apresentamos a relação das organizações visitadas, os dados coletados e os profissionais entrevistados, seu cargo ou função. 20

Rua do Atendimento Protetivo. Municipalino:

Rua do Atendimento Protetivo. Municipalino: Rua do Atendimento Protetivo Municipalino: Esta é a Rua do Atendimento Protetivo. Esta rua tem como missão fundamental resgatar os direitos das crianças e dos adolescentes que foram violados ou ameaçados

Leia mais

PROJETO CONHECENDO ABRIGOS

PROJETO CONHECENDO ABRIGOS Centro de Apoio Op era cional da In fâ ncia, Juven tude e Educaçã o PROJETO CONHECENDO ABRIGOS 1. Introdução O abrigo é uma medida de proteção provisória, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente,

Leia mais

Brasil. 5 O Direito à Convivência Familiar e Comunitária: Os abrigos para crianças e adolescentes no

Brasil. 5 O Direito à Convivência Familiar e Comunitária: Os abrigos para crianças e adolescentes no Introdução A convivência familiar e comunitária é um dos direitos fundamentais 1 garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990). A lei ainda enfatiza que: Toda criança ou adolescente

Leia mais

Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Intrafamiliar em Situação de Abrigo: possibilidades interventivas de retorno às famílias de origem

Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Intrafamiliar em Situação de Abrigo: possibilidades interventivas de retorno às famílias de origem Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Intrafamiliar em Situação de Abrigo: possibilidades interventivas de retorno às famílias de origem Um Estudo realizado junto ao Serviço Sentinela de Florianópolis/SC

Leia mais

Relatório de atividades 2011-2012 Núcleo de Gênero Pró-Mulher

Relatório de atividades 2011-2012 Núcleo de Gênero Pró-Mulher MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO Ministério Público do Distrito Federal e Territórios Coordenação dos Núcleos de Direitos Humanos - CNDH Núcleo de Gênero Pró-Mulher Relatório de atividades 2011-2012 Núcleo

Leia mais

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2004

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2004 PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2004 Define os crimes resultantes de discriminação e preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. Seção I Disposição preliminar Art. 1º Serão punidos, na forma desta

Leia mais

Estatuto da criança e do adolescente

Estatuto da criança e do adolescente Estatuto da criança e do adolescente LIVRO II PARTE ESPECIAL TITULO I DA POLITICA DE ATENDIMENTO O art. 86 do ECA assim define a política de atendimento: A política de atendimento dos direitos da criança

Leia mais

A APLICAÇÃO DA JURIMETRIA NOS INQUÉRITOS POLICIAIS DA LEI MARIA DA PENHA

A APLICAÇÃO DA JURIMETRIA NOS INQUÉRITOS POLICIAIS DA LEI MARIA DA PENHA A APLICAÇÃO DA JURIMETRIA NOS INQUÉRITOS POLICIAIS DA LEI MARIA DA PENHA Gonçalves, Priscila de Fátima Faculdade de Jaguariúna Resumo: O artigo busca analisar pela perspectiva da Jurimetria a aplicação

Leia mais

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO HOSPITAL REGIONAL DO LITORAL PARANAGUA PROVA PARA ASSISTENTE SOCIAL

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO HOSPITAL REGIONAL DO LITORAL PARANAGUA PROVA PARA ASSISTENTE SOCIAL PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO HOSPITAL REGIONAL DO LITORAL PARANAGUA PROVA PARA ASSISTENTE SOCIAL 01 - A Constituição de 1988 consagrou na área social o (a): a) paradigma do mérito e da solidariedade;

Leia mais

Comissão Municipal Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes

Comissão Municipal Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes 1 Comissão Municipal Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes PLANO MUNICIPAL DE ENFRENTAMENTO ÀS VIOLÊNCIAS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Ponta Grossa Paraná 2013

Leia mais

1ª Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal. Situação de Risco. Conceito. Onde denunciar. Procedimentos.

1ª Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal. Situação de Risco. Conceito. Onde denunciar. Procedimentos. 1ª Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal Situação de Risco Conceito Onde denunciar Procedimentos Situação de rua 1ª Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal Renato Rodovalho Scussel

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. Mary Ann Kerber Steingraber O IMPACTO E A FINALIDADE SOCIAL DA LEI MARIA DA PENHA

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. Mary Ann Kerber Steingraber O IMPACTO E A FINALIDADE SOCIAL DA LEI MARIA DA PENHA MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ Mary Ann Kerber Steingraber O IMPACTO E A FINALIDADE SOCIAL DA LEI MARIA DA PENHA Projeto de pesquisa aplicado apresentado ao Ministério Público do Estado do Paraná

Leia mais

CREAS - Institucional. O que é o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social)?

CREAS - Institucional. O que é o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social)? CREAS - Institucional O que é o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social)? Considerando a definição expressa na Lei nº 12.435/2011, o CREAS é a unidade pública estatal de abrangência

Leia mais

II CAPACITAÇÃO DE CONSELHEIROS TUTELARES E DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

II CAPACITAÇÃO DE CONSELHEIROS TUTELARES E DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE II CAPACITAÇÃO DE CONSELHEIROS TUTELARES E DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE SEDESE Belo Horizonte, 25 de Outubro de 2012. ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTO-JUVENIL Maria de Lurdes Rodrigues Santa

Leia mais

ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL NO PROJETO VIVA A VIDA

ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL NO PROJETO VIVA A VIDA ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL NO PROJETO VIVA A VIDA Este documento se propõe a estabelecer normas de inserção e execução de estágio em Serviço Social no Projeto Viva a Vida, de acordo com a Resolução 533/2008

Leia mais

Curso de Formação de Conselheiros em Direitos Humanos Abril Julho/2006

Curso de Formação de Conselheiros em Direitos Humanos Abril Julho/2006 Curso de Formação de Conselheiros em Direitos Humanos Abril Julho/2006 Realização: Ágere Cooperação em Advocacy Apoio: Secretaria Especial dos Direitos Humanos/PR Módulo III: Conselhos dos Direitos no

Leia mais

convicções religiosas...

convicções religiosas... apresenta Cartilha O termo DISCRIMINAR significa separar; diferenciar; estabelecer diferença; distinguir; não se misturar; formar grupo à parte por alguma característica étnica, cultural, religiosa etc;

Leia mais

DECRETO Nº 1.973, DE 1º DE AGOSTO DE 1996. (Publicado no D.O.U. de 02.08.1996)

DECRETO Nº 1.973, DE 1º DE AGOSTO DE 1996. (Publicado no D.O.U. de 02.08.1996) DECRETO Nº 1.973, DE 1º DE AGOSTO DE 1996. (Publicado no D.O.U. de 02.08.1996) Promulga a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, concluída em Belém do Pará,

Leia mais

Casa do Bom Menino. Manual do Voluntario

Casa do Bom Menino. Manual do Voluntario Manual do Voluntario Apresentação A Casa do foi fundada em novembro de 1962 e hoje acolhe provisoriamente e excepcionalmente crianças e adolescentes afastados do convívio familiar. A instituição assume

Leia mais

MÓDULO II Introdução ao Estatuto da Criança e do Adolescente AULA 04

MÓDULO II Introdução ao Estatuto da Criança e do Adolescente AULA 04 MÓDULO II Introdução ao Estatuto da Criança e do Adolescente AULA 04 Por Leonardo Rodrigues Rezende 1 1. Apresentação O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 24 anos este ano, mas sua história

Leia mais

PROJETO PARCERIA COM A POLÍCIA

PROJETO PARCERIA COM A POLÍCIA PROJETO PARCERIA COM A POLÍCIA CAPACITAÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PARA A POLÍCIA MILITAR E CIVIL 1) INTRODUÇÃO: O Ministério Público desempenha um papel fundamental quando colabora com a capacitação

Leia mais

Disposições Preliminares do DIREITO DO IDOSO

Disposições Preliminares do DIREITO DO IDOSO Disposições Preliminares do DIREITO DO IDOSO LESSA CURSOS PREPARATÓRIOS CAPÍTULO 1 O ESTATUTO DO IDOSO O Estatuto do Idoso - Lei 10.741/2003, é o diploma legal que tutela e protege, através de um conjunto

Leia mais

OUVIDORIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS. Balanço das Denúncias de Violações de Direitos Humanos

OUVIDORIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS. Balanço das Denúncias de Violações de Direitos Humanos OUVIDORIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS Balanço das Denúncias de Violações de Direitos Humanos 2015 Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos Competências do Departamento: Receber, examinar

Leia mais

JOVEM HOMOSSEXUAL substituir por JOVENS GAYS, LÉSBICAS, BISSEXUAIS E TRANSGÊNEROS (GLBT) ou por JUVENTUDE E DIVERSIDADE SEXUAL

JOVEM HOMOSSEXUAL substituir por JOVENS GAYS, LÉSBICAS, BISSEXUAIS E TRANSGÊNEROS (GLBT) ou por JUVENTUDE E DIVERSIDADE SEXUAL JOVEM HOMOSSEXUAL substituir por JOVENS GAYS, LÉSBICAS, BISSEXUAIS E TRANSGÊNEROS (GLBT) ou por JUVENTUDE E DIVERSIDADE SEXUAL OBJETIVOS E METAS 1. Prover apoio psicológico, médico e social ao jovem em

Leia mais

CÓDIGO DE ÉTICA AGÊNCIA DE FOMENTO DE GOIÁS S/A GOIÁSFOMENTO

CÓDIGO DE ÉTICA AGÊNCIA DE FOMENTO DE GOIÁS S/A GOIÁSFOMENTO CÓDIGO DE ÉTICA DA AGÊNCIA DE FOMENTO DE GOIÁS S/A GOIÁSFOMENTO 0 ÍNDICE 1 - INTRODUÇÃO... 2 2 - ABRANGÊNCIA... 2 3 - PRINCÍPIOS GERAIS... 2 4 - INTEGRIDADE PROFISSIONAL E PESSOAL... 3 5 - RELAÇÕES COM

Leia mais

BANCO DE BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO

BANCO DE BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO BANCO DE BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO Prática ADOLESCENTES INFRATORES: APOIO PARA REINSERÇÃO À COMUNIDADE. Área de Atuação: Políticas Sociais e Cidadãos Responsáveis: José Alexandre dos Santos e Franciely Priscila

Leia mais

FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 2007-2011

FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 2007-2011 FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 2007-2011 Apucarana, dezembro de 2006 FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

Leia mais

A CONSTITUIÇÃO DO FÓRUM PERMANENTE DA PESSOA IDOSA NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS

A CONSTITUIÇÃO DO FÓRUM PERMANENTE DA PESSOA IDOSA NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS 8. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA A CONSTITUIÇÃO DO FÓRUM PERMANENTE DA PESSOA IDOSA NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS Maria Iolanda de Oliveira 1 Rita de

Leia mais

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO PROJETO DE LEI N o 2.785, DE 2011 Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, para assegurar a convivência

Leia mais

Gráfico 1 Jovens matriculados no ProJovem Urbano - Edição 2012. Fatia 3;

Gráfico 1 Jovens matriculados no ProJovem Urbano - Edição 2012. Fatia 3; COMO ESTUDAR SE NÃO TENHO COM QUEM DEIXAR MEUS FILHOS? UM ESTUDO SOBRE AS SALAS DE ACOLHIMENTO DO PROJOVEM URBANO Rosilaine Gonçalves da Fonseca Ferreira UNIRIO Direcionado ao atendimento de parcela significativa

Leia mais

Como proceder à notificação e para onde encaminhá-la?

Como proceder à notificação e para onde encaminhá-la? Se a família não quiser ou não puder assumir a notificação, o educador deverá informar a família que, por força da lei, terá que notificar o fato aos órgãos competentes. Como proceder à notificação e para

Leia mais

DataSenado. Secretaria de Transparência DataSenado. Março de 2013

DataSenado. Secretaria de Transparência DataSenado. Março de 2013 Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher DataSenado Março de 2013 Mulheres conhecem a Lei Maria da Penha, mas 700 mil ainda sofrem agressões no Brasil Passados quase 7 desde sua sanção, a Lei 11.340

Leia mais

CNAS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Especial dos Direitos Humanos (2007-2015) 2015)

CNAS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Especial dos Direitos Humanos (2007-2015) 2015) Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária (2007-2015) 2015) MARCO LEGAL A CRIANÇA E O ADOLESCENTE COMO SUJEITOS DE DIREITOS

Leia mais

INSTRUMENTOS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

INSTRUMENTOS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 4, 5 e 6 de junho de 2012 INSTRUMENTOS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL Marcela Tapajós e Silva Painel

Leia mais

A importância do diagnóstico municipal e do planejamento para a atuação dos Conselhos dos Direitos do Idoso. Fabio Ribas Recife, março de 2012

A importância do diagnóstico municipal e do planejamento para a atuação dos Conselhos dos Direitos do Idoso. Fabio Ribas Recife, março de 2012 A importância do diagnóstico municipal e do planejamento para a atuação dos Conselhos dos Direitos do Idoso Fabio Ribas Recife, março de 2012 Uma pauta para nosso diálogo: 1)Desafios para o fortalecimento

Leia mais

VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ESTUDO EXPLORATÓRIO E REFLEXIVO NO CREAS DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE SP

VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ESTUDO EXPLORATÓRIO E REFLEXIVO NO CREAS DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE SP Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 385 VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ESTUDO EXPLORATÓRIO E REFLEXIVO NO CREAS DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE

Leia mais

PROJETO DE LEI N O, DE 2004

PROJETO DE LEI N O, DE 2004 PROJETO DE LEI N O, DE 2004 (Do Sr. Wladimir Costa) Dispõe sobre o atendimento educacional especializado em classes hospitalares e por meio de atendimento pedagógico domiciliar. O Congresso Nacional decreta:

Leia mais

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL MENSAGEM N o 479, DE 2008 Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Tratado de Extradição entre a República Federativa do Brasil e o Governo

Leia mais

O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Alicia Santolini TONON 1 Juliene AGLIO 2

O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Alicia Santolini TONON 1 Juliene AGLIO 2 1 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Alicia Santolini TONON 1 Juliene AGLIO 2 RESUMO: Este artigo apresenta uma reflexão sobre a violência

Leia mais

NOVAS PERSPECTIVAS E NOVO OLHAR SOBRE A PRÁTICA DA ADOÇÃO:

NOVAS PERSPECTIVAS E NOVO OLHAR SOBRE A PRÁTICA DA ADOÇÃO: NOVAS PERSPECTIVAS E NOVO OLHAR SOBRE A PRÁTICA DA ADOÇÃO: Andreia Winkelmann Ineiva Teresinha Kreutz Louzada INTRODUÇÃO: O tema da adoção instiga muita curiosidade e torna-se extremamente necessário à

Leia mais

O PSICÓLOGO (A) E A INSTITUIÇÃO ESCOLAR ¹ RESUMO

O PSICÓLOGO (A) E A INSTITUIÇÃO ESCOLAR ¹ RESUMO O PSICÓLOGO (A) E A INSTITUIÇÃO ESCOLAR ¹ CORRÊA, D. M. W²; SILVEIRA, J. F²; ABAID, J. L. W³ 1 Trabalho de Pesquisa_UNIFRA 2 Psicóloga, graduada no Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria,

Leia mais

PARECER HOMOLOGADO(*) (*) Despacho do Ministro, publicado no Diário Oficial da União de 29/07/2008

PARECER HOMOLOGADO(*) (*) Despacho do Ministro, publicado no Diário Oficial da União de 29/07/2008 PARECER HOMOLOGADO(*) (*) Despacho do Ministro, publicado no Diário Oficial da União de 29/07/2008 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO INTERESSADA: Prefeitura Municipal de Porto Real/Conselho

Leia mais

MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL - ACRE GABINETE DO PREFEITO MEDIDA PROVISÓRIA N 002/2013, DE 14 DE MARÇO DE 2013.

MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL - ACRE GABINETE DO PREFEITO MEDIDA PROVISÓRIA N 002/2013, DE 14 DE MARÇO DE 2013. Pág. 1 de 7 MEDIDA PROVISÓRIA N 002/2013, DE 14 DE MARÇO DE 2013. DO: PODER EXECUTIVO AO: PODER LEGISLATIVO DISPÕE SOBRE A POLÍTICA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO DOS DIREITOS DO IDOSO, CRIA O FUNDO MUNICIPAL

Leia mais

Módulo 02 Professor Paulo Afonso Garrido de Paula 1

Módulo 02 Professor Paulo Afonso Garrido de Paula 1 Módulo 02 Professor Paulo Afonso Garrido de Paula 1 Vídeo Aula 1 2 O Direito da Criança e do Adolescente Vamos tratar do direito da criança e do adolescente. Uma primeira observação: quando se afirma a

Leia mais

ISSN 2238-9113 ÁREA TEMÁTICA:

ISSN 2238-9113 ÁREA TEMÁTICA: 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ISSN 2238-9113 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA (X) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA

Leia mais

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº XX/20XX

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº XX/20XX - Minuta de Recomendação Administrativa - Saúde - Necessidade de o Município, por intermédio do órgão responsável pelo setor de saúde, disponibilizar atendimento especializado a crianças e adolescentes

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE 2001. Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação

Leia mais

IMPLANTANDO O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS NA REDE ESTADUAL DE ENSINO

IMPLANTANDO O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS NA REDE ESTADUAL DE ENSINO ORIENTAÇÕES PARA A GARANTIA DO PERCURSO ESCOLAR DO ALUNO NA CONVIVÊNCIA DOS DOIS REGIMES DE ENSINO: ENSINO FUNDAMENTAL COM DURAÇÃO DE OITO ANOS E ENSINO FUNDAMENTAL COM DURAÇÃO DE NOVE ANOS. IMPLANTANDO

Leia mais

O Banrisul no relacionamento com os diversos setores da sociedade terá suas posições e ações baseadas nas seguintes disposições:

O Banrisul no relacionamento com os diversos setores da sociedade terá suas posições e ações baseadas nas seguintes disposições: 1.0 - CÓDIGO DE ÉTICA DO BANRISUL Preâmbulo O compromisso maior da instituição deve ser o de possibilitar continuamente a consecução de sua missão, a saber: Ser o agente financeiro do Estado para promover

Leia mais

VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO ALOYSIO NUNES FERREIRA

VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO ALOYSIO NUNES FERREIRA (PROJETO DE LEI Nº 4.747, DE 1998) Acrescenta artigo ao Código Civil (Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916) e parágrafo ao art. 129 do Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940). VOTO

Leia mais

CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNÍCIPIO DE PALMEIRA-PR

CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNÍCIPIO DE PALMEIRA-PR CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNÍCIPIO DE PALMEIRA-PR RODRIGUES, Tatielle Adams (estagio I); e-mail: adams.tati@gmail.com; RIFFERT, Gracieli Aparecida (supervisora), e-mail:

Leia mais

TERMO DE ORIENTAÇÃO ATUAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS EM ABORDAGEM SOCIAL NA RUA

TERMO DE ORIENTAÇÃO ATUAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS EM ABORDAGEM SOCIAL NA RUA TERMO DE ORIENTAÇÃO ATUAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS EM ABORDAGEM SOCIAL NA RUA Este Termo de Orientação tem por objetivo orientar o trabalho de assistentes sociais ao realizarem, em sua intervenção profissional,

Leia mais

A PROTEÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS DO IDOSO E A SUA DIGNIDADE

A PROTEÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS DO IDOSO E A SUA DIGNIDADE A PROTEÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS DO IDOSO E A SUA DIGNIDADE Maíra Sgobbi de FARIA 1 Resumo: O respeito e a proteção que devem ser concedidos aos idosos sempre foram um dever da sociedade, uma vez que as

Leia mais

Universidade Metodista de São Paulo

Universidade Metodista de São Paulo Universidade Metodista de São Paulo Ciências Sociais Pólo Brasília Mulher e Sociedade Ane Cruz Mulher e Sociedade A sociedade primitiva Estudos já comprovaram que nem sempre a organização da humanidade

Leia mais

CADERNO DE EXERCÍCIOS 3F

CADERNO DE EXERCÍCIOS 3F CADERNO DE EXERCÍCIOS 3F Ensino Médio Ciências Humanas Questão Conteúdo Habilidade da Matriz da EJA/FB 1 Movimentos Sociais e Lei Maria da Penha H33 2 Arte, Cultura Global e Identidade Cultural H58, H59

Leia mais

JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO UM MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO UM MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS Cristina Telles Assumpção Meirelles Cecília Assumpção Célia Bernardes Heloise Pedroso Marta dos Reis Marioni Monica Cecília Burg Mlynarz Violeta Daou Vania Curi Yazbek - Coordenadora da Equipe APRENDER

Leia mais

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum 1. O direito constitucional à educação é concretizado, primeiramente, com uma trajetória regular do estudante, isto é, acesso das crianças e jovens a

Leia mais

Carta de Adesão à Iniciativa Empresarial e aos 10 Compromissos da Empresa com a Promoção da Igualdade Racial - 1

Carta de Adesão à Iniciativa Empresarial e aos 10 Compromissos da Empresa com a Promoção da Igualdade Racial - 1 Carta de Adesão à Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e à sua agenda de trabalho expressa nos 10 Compromissos da Empresa com a Promoção da Igualdade Racial 1. Considerando que a promoção da igualdade

Leia mais

ESTADO DE SERGIPE PODER EXECUTIVO Governo do Município de Tobias Barreto

ESTADO DE SERGIPE PODER EXECUTIVO Governo do Município de Tobias Barreto Poder Executivo Lei Ordinária Sancionada em 27/03/2008 Marly do Carmo Barreto Campos Prefeita Municipal LEI ORDINÁRIA nº 0849/2008 DE 27 de março de 2008 (do PLO 003/2008 autor: Poder Executivo) Institui

Leia mais

Sumário. O que é abrigo... 4 Tipos de abrigos... 4 Quem vai para o abrigo... 4. Papel do dirigente... 8 Papel dos agentes institucionais...

Sumário. O que é abrigo... 4 Tipos de abrigos... 4 Quem vai para o abrigo... 4. Papel do dirigente... 8 Papel dos agentes institucionais... Sumário Apresentação............................... 3 Abrigo.................................... 4 O que é abrigo........................... 4 Tipos de abrigos.......................... 4 Quem vai para

Leia mais

VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS: UM ESTUDO DE CASOS RELATADOS EM CONSELHOS TUTELARES DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA.

VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS: UM ESTUDO DE CASOS RELATADOS EM CONSELHOS TUTELARES DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA. VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS: UM ESTUDO DE CASOS RELATADOS EM CONSELHOS TUTELARES DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA. Paulo de Tarso Oliveira - Uni-FACEF Introdução O trabalho discute alguns dados obtidos em um

Leia mais

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR Título do artigo: O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR Área: Gestão Coordenador Pedagógico Selecionadora: Maria Paula Zurawski 16ª Edição do Prêmio Victor Civita Educador

Leia mais

ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RECORTE HORIZONTAL NO ATENDIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS

ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RECORTE HORIZONTAL NO ATENDIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RECORTE HORIZONTAL NO ATENDIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS Mônica Abranches 1 No Brasil, no final da década de 70, a reflexão e o debate sobre a Assistência Social reaparecem e surge

Leia mais

Política de direitos humanos

Política de direitos humanos Política de direitos humanos Galp Energia in NR-002/2014 1. ENQUADRAMENTO Na sua Política de Responsabilidade Corporativa, aprovada em 2012, a GALP ENERGIA estabeleceu os seguintes compromissos em matéria

Leia mais

Atendimento Policial a Vítimas de Violência Doméstica

Atendimento Policial a Vítimas de Violência Doméstica Pág. 01 Pág. 02 Pág. 03 Pág. 04 Pág. 05 Pág. 06 Pág. 07 Pág. 08 As condutas delituosas inseridas no contexto da Violência Doméstica e/ou familiar contra a mulher receberam uma conceituação legal a partir

Leia mais

RESOLUÇÃO NORMATIVA 003/06

RESOLUÇÃO NORMATIVA 003/06 RESOLUÇÃO NORMATIVA 003/06 Dispõe sobre a criação do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições legais e constitucionais; Considerando que

Leia mais

LEI Nº 6.293, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2004.

LEI Nº 6.293, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2004. 1 LEI Nº 6.293, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2004. Dá nova redação à Lei nº 5.249/99, oriunda da aprovação do Projeto de Lei nº 114/99, de autoria do Vereador Vanderlei Martins Tristão, que criou o Conselho Municipal

Leia mais

Carta do Movimento Paz & Proteção

Carta do Movimento Paz & Proteção Carta do Movimento Paz & Proteção A infância é considerada merecedora de proteção especial por todas as religiões do mundo. A violência contra crianças e adolescentes, assim como a exploração e o abuso,

Leia mais

Faculdade Sagrada Família

Faculdade Sagrada Família Faculdade Sagrada Família DISCIPLINA: Gestão Escolar 4º período de Pedagogia Prof Ms. Marislei Zaremba Martins Texto: Equipe da Área de Educação Formal - Instituto Ayrton Senna A gestão da educação precisa

Leia mais

TEXTO PRODUZIDO PELA GERÊNCIA DE ENSINO FUNDAMENTAL COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE

TEXTO PRODUZIDO PELA GERÊNCIA DE ENSINO FUNDAMENTAL COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE TEXTO PRODUZIDO PELA GERÊNCIA DE ENSINO FUNDAMENTAL COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE Avaliação institucional: potencialização do processo ensino e aprendizagem A avaliação institucional é uma prática recente

Leia mais

Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas

Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas Capítulo I Disposições Gerais Artigo 1 A Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas tem por finalidade estabelecer princípios, diretrizes

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE 2015 (Do Sr. Delegado Éder Mauro) O CONGRESSO NACIONAL decreta:

PROJETO DE LEI Nº DE 2015 (Do Sr. Delegado Éder Mauro) O CONGRESSO NACIONAL decreta: PROJETO DE LEI Nº DE 2015 (Do Sr. Delegado Éder Mauro) Institui o Programa Nacional de Recuperação de Dependentes Químicos. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art.1 Fica instituído o Programa Nacional de Recuperação

Leia mais

DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE

DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE Convenção da Organização dos Estados Americanos 08/10/2001 - Decreto 3956 promulga a Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência

Leia mais

semestre do Curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: gphoffmeister@hotmail.com 2

semestre do Curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: gphoffmeister@hotmail.com 2 OS DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES ENQUANTO UMA CATEGORIA ESPECÍFICA DE DIREITOS HUMANOS Guilherme Pittaluga Hoffmeister 1 Luiz Henrique Silveira dos Santos 2 Eduardo da Silva Fagundes 3 1 INTRODUÇÃO A concepção

Leia mais

PROGRAMA MUNICÍPIO ECOLEGAL: GESTÃO PARA O MEIO AMBIENTE

PROGRAMA MUNICÍPIO ECOLEGAL: GESTÃO PARA O MEIO AMBIENTE PROGRAMA MUNICÍPIO ECOLEGAL: GESTÃO PARA O MEIO AMBIENTE A União, Estados e Municípios têm a competência comum de proteger o meio ambiente, combater à poluição em qualquer de suas formas e preservar as

Leia mais

DIREITOS DO TRABALHADOR COM DEFICIENCIA. PALAVRAS-CHAVES: Deficiência, Trabalho, Proteção Legal.

DIREITOS DO TRABALHADOR COM DEFICIENCIA. PALAVRAS-CHAVES: Deficiência, Trabalho, Proteção Legal. DIREITOS DO TRABALHADOR COM DEFICIENCIA Acimarney Correia Silva Freitas¹, Cecília Grabriela Bittencourt², Érika Rocha Chagas 3, Maria do Rosário da Silva Ramos 4 ¹Orientador deste Artigo e Professor de

Leia mais

ANTEPROJETO DE DECRETO (OU LEI) (A ser Publicado no Diário Oficial do Município/Estado)

ANTEPROJETO DE DECRETO (OU LEI) (A ser Publicado no Diário Oficial do Município/Estado) ANTEPROJETO DE DECRETO (OU LEI) (A ser Publicado no Diário Oficial do Município/Estado) Considerando: 1) A importância dos mananciais e nascentes do Município para o equilíbrio e a qualidade ambiental,

Leia mais

Recomendação CM/Rec (2013)1 do Comité de Ministros aos Estados-Membros sobre a Igualdade de Género e Media (adotada pelo Comité de Ministros a 10 de

Recomendação CM/Rec (2013)1 do Comité de Ministros aos Estados-Membros sobre a Igualdade de Género e Media (adotada pelo Comité de Ministros a 10 de Recomendação CM/Rec (2013)1 do Comité de Ministros aos Estados-Membros sobre a Igualdade de Género e Media (adotada pelo Comité de Ministros a 10 de julho de 2013, na 1176.ª reunião dos Delegados dos Ministros)

Leia mais

Exercício de cidadania

Exercício de cidadania 1 2 Exercício de cidadania Na década de 1980, tivemos no Brasil as primeiras experiências de Conselhos Comunitários de Segurança, sendo o Paraná precursor na constituição de CONSEGs e Mobilização Social.

Leia mais

PARA ONDE VAMOS? Uma reflexão sobre o destino das Ongs na Região Sul do Brasil

PARA ONDE VAMOS? Uma reflexão sobre o destino das Ongs na Região Sul do Brasil PARA ONDE VAMOS? Uma reflexão sobre o destino das Ongs na Região Sul do Brasil Introdução Mauri J.V. Cruz O objetivo deste texto é contribuir num processo de reflexão sobre o papel das ONGs na região sul

Leia mais

TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Profa. Maria Eunice Damasceno Pereira

TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Profa. Maria Eunice Damasceno Pereira Profa. Maria Eunice Damasceno Pereira 1 Qualquer que seja o campo de atuação\intervenção o Profissional deve: Elaborar um Plano de Intervenção (definição dos instrumentos teórico-metodológicos e técnicooperativos);

Leia mais

6. Considerações Finais

6. Considerações Finais 6. Considerações Finais O estudo desenvolvido não permite nenhuma afirmação conclusiva sobre o significado da família para o enfrentamento da doença, a partir da fala das pessoas que têm HIV, pois nenhum

Leia mais

Tratamento da dependência do uso de drogas

Tratamento da dependência do uso de drogas Tratamento da dependência do uso de drogas Daniela Bentes de Freitas 1 O consumo de substâncias psicoativas está relacionado a vários problemas sociais, de saúde e de segurança pública, sendo necessário

Leia mais

Gênero no processo. construindo cidadania

Gênero no processo. construindo cidadania Gênero no processo de educação: construindo cidadania Kátia Souto Jornalista e Executiva Nacional da União Brasileira de Mulheres A educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não educados.

Leia mais

CAPÍTULO 2 DEMOCRACIA E CIDADANIA

CAPÍTULO 2 DEMOCRACIA E CIDADANIA CAPÍTULO 2 DEMOCRACIA E CIDADANIA Nos dias de hoje os conceitos de democracia e cidadania são cada vez mais reconhecidos e relevantes para a realidade actual (Menezes, 2005; Ferreira, 2010; Perrenoud,

Leia mais

Profa. Dra. Ana Maria Klein UNESP/São José do Rio Preto anaklein@ibilce.unesp.br

Profa. Dra. Ana Maria Klein UNESP/São José do Rio Preto anaklein@ibilce.unesp.br Profa. Dra. Ana Maria Klein UNESP/São José do Rio Preto anaklein@ibilce.unesp.br 3º Seminário de Proteção Escolar / Secretaria da Educação 20 e 21 de agosto de 2014 / Serra Negra 1 Diferenças culturais

Leia mais

GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO ESPORTE 2ª COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO ESPORTE 2ª COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO ESPORTE 2ª COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO I ENCONTRO PARA ESTUDOS COM ORIENTADORES II ETAPA CADERNO I FORMADORA REGIONAL: Elyda Cristina

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 08/03-COUN

RESOLUÇÃO Nº 08/03-COUN RESOLUÇÃO Nº 08/03-COUN Estabelece o Regimento Interno do Núcleo de Educação a Distância (NEAD) da Universidade Federal do Paraná. O CONSELHO UNIVERSITÁRIO da Universidade Federal do Paraná, no uso de

Leia mais

Lei n.º 1428, de 27 de Dezembro de 1999

Lei n.º 1428, de 27 de Dezembro de 1999 1 Lei n.º 1428, de 27 de Dezembro de 1999 Institui normas para a oferta da educação infantil em Creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade de acordo com o art.30 da Lei

Leia mais

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS TEMPO FORMATIVO JUVENIL

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS TEMPO FORMATIVO JUVENIL Superintendência de Educação Básica Diretoria de Educação Básica Coordenação de Educação de Jovens Adultos EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS TEMPO FORMATIVO JUVENIL Democratização e efetividade do processo

Leia mais

POLÍTICA DE PROMOÇÃO À SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

POLÍTICA DE PROMOÇÃO À SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS POLÍTICA DE PROMOÇÃO À SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS Versão aprovada na 2ª reunião do Conselho Deliberativo da Cemig Saúde em 22.10.2010. Em POLÍTICA DE PROMOÇÃO À SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS 1- Introdução

Leia mais

ESTATUTO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE BRASIL CAPITULO I. Da Apresentação

ESTATUTO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE BRASIL CAPITULO I. Da Apresentação ESTATUTO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE BRASIL CAPITULO I Da Apresentação Art. 1º O presente Estatuto orienta a organização, as competências e o funcionamento do da Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS

Leia mais

Composição dos PCN 1ª a 4ª

Composição dos PCN 1ª a 4ª Composição dos PCN 1ª a 4ª Compõem os Parâmetros os seguintes módulos: Volume 1 - Introdução - A elaboração dos Parâmetros curriculares Nacionais constituem o primeiro nível de concretização curricular.

Leia mais