BIOLOGIA 12º ANO. Prof. Ângela Morais UNIDADE 1 REPRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DA FERTILIDADE

Transcrição

1 Escola B+S Bispo D. Manuel Ferreira Cabral Ano Letivo 2011/2012 BIOLOGIA 12º ANO Prof. Ângela Morais UNIDADE 1 REPRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DA FERTILIDADE 2. Manipulação da Fertilidade 2.2 Infertilidade Humana e Reprodução medicamente assistida

2 Faculdade de Medicina de Lisboa Ética e Deontologia Médica Barrigas de Aluguer Janeiro 2007

3 Gémeos 'Made in Australia' 1996 É diagnosticado a Lisa Banfield Cancro no Colo do Útero 1998 Histerectomia Casa com John Banfield Contacta pela primeira vez o Centre for Surrogacy Parenting (CSP) in Los Angeles Recidiva do cancro Meses de quimioterapia e 25 sessões de radioterapia

4 Gémeos 'Made in Australia' 2000 Espermatozóide Marido FIV Óvulo Irmã Útero Amiga 2002 Os Banfield são apresentados a Krisy Prelewicz (37 anos, casada, dois filhos com 3 e 4 anos, terapeuta da fala) através do CSP Tentativa falhada de FIV

5 Gémeos 'Made in Australia' 2002 Contrariando todas as expetativas Lisa Banfield volta a produzir oócitos O Governo Australiano introduz nova lei, proibindo a saída de embriões do país. Em Maio Krisy Prelewicz fica grávida usando oócitos e esperma do casal Banfield, mas o embrião morre à 7ª semana

6 Gémeos 'Made in Australia' 2003 Em Setembro outra Tentativa de FIV que é bem sucedida Abril 2004 Joshua e Lucas, não são gémeos idênticos, foram um investimento de 6 anos e custaram cerca de , o que inclui um pagamento de a Krisy Prelewicz.

7 Maternidade de Substituição entende-se por qualquer situação em que a mulher se disponha a suportar uma gravidez por conta de outrem e a entregar a criança após o parto, renunciando aos poderes e deveres próprios da maternidade Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho n.º 2 do artigo 8. O que leva as mães de substituição a transportarem durante 9 meses, um ser que teoricamente não lhes pertence, ou que pelo menos não lhes é destinado? Auxílio desinteressado Espírito de sacrifício Remuneração em dinheiro

8 Tipos de Maternidade de Substituição TRADICIONAL Inseminação artificial da mãe de aluguer com sémen do elemento masculino do casal ou de um dador anónimo. GESTACIONAL Oócitos e espermatozóides do casal beneficiário ou dadores anónimos. Fertilização in vitro. Implantação no útero da mãe de aluguer. Mãe de aluguer = Mãe biológica Mãe de aluguer Mãe biológica

9 Ambiente uterino Quando nascem os bebés são capazes de identificar a mãe pelo cheiro Os movimentos gastrointestinais, cardiovasculares, a respiração, a voz da mãe e outros ruídos ambientais que vão, aos poucos, estimulando a audição a partir da vigésima oitava semana, o cérebro passa a processar essas informações, transformando-as em memória MOORE & PERSAUD, 1995

10 História Os primeiros casos de Maternidade de Substituição datam de há 2000 anos Sarai, mulher de Abraão, que não lhe dera filhos, tinha uma escrava egípcia, chamada Agar. Sarai disse a Abraão: Visto que o SENHOR me tornou uma estéril, peço-te que vás ter com a minha escrava. Talvez, por ela, eu consiga ter filhos. ( ) Ele abeirou-se de Agar, e ela concebeu. E, reconhecendo-se grávida, começou a olhar desdenhosamente para a sua senhora. ( ) Abraão ( ) pôs o nome de Ismael ao seu filho dado à luz por Agar. In Livro de Génesis, Bíblia Em 1976, nos EUA, o advogado Noel Keane oficializou o primeiro contrato entre um casal e uma mãe de substituição

11 Baby M 1984 Wiliam e Elizabeth Stern contratam Mary Beth Whitehead, para se submeter a uma gravidez de substituição tradicional Após o nascimento da criança, Mary recusa-se a entregá-la, bem como a receber o pagamento ( dólares) e foge para a Flórida

12 Baby M Julho 1985 Polícia prende Mary Beth e obriga-a a entregar a criança ao casal O Supremo tribunal de New Jersey retira todos os direitos paternais e de visitação a Mary Beth e permite ao casal Stern adoptar legalmente a bebé Melissa Stern

13 Baby M 1988 O tribunal reverte parcialmente a sua decisão: o casal Stern mantém a custódia da criança Mary ( mãe biológica e de aluguer) é considerada mãe legal da criança com direito a visitação

14 Procriação Medicamente Assistida Lei nº32/2006 Artigo 8º - Maternidade de substituição 1 São nulos os negócios jurídicos, gratuitos ou onerosos de maternidade de substituição. 3 A mulher que suportar uma gravidez de substituição de outrem é havida, para todos os efeitos legais, como a mãe da criança que vier a nascer Na maternidade de substituição, há instrumentalização da mulher, que fica reduzida a uma máquina de gestação

15 Procriação Medicamente Assistida Lei nº32/2006 Artigo 39º - Maternidade de substituição - Quem concretizar contratos de maternidade de substituição a título oneroso - Quem promover, por qualquer forma, a maternidade de substituição a título oneroso Pena de prisão até 2 anos ou multa até 240 dias

16 Realidade Portuguesa Todos os anos há vários casais portugueses que viajam para os Estados Unidos com o propósito de recorrer a clínicas especializadas em "barrigas de aluguer". Só para a clínica B Coming - Alternatives to Infertility, na Califórnia, viajam cerca de dez casais portugueses por ano. O custo de uma gravidez de substituição nos EUA ronda os 67 mil euros. - inclui o pagamento da mãe de substituição, as taxas legais, taxas da clínica, medicação, fertilização in vitro e despesas da viagem

17 Realidade Portuguesa O PROCESSO DE MATERNIDADE DE SUBSTITUIÇÃO 1 Casal receptor submete-se a exames rigorosos em Portugal 2 Viajam até aos EUA onde oficializam contrato com a empresa ( todos os pormenores são escolhidos ) 3 A clínica demora cerca de 10 dias a escolher a mãe de aluguer 4 Ao longo da gravidez, o casal faz cerca de 3 viagens aos EUA, estando presentes, quando se aproxima a data do nascimento

18 Fenómeno Global Europa Legal Praticado (sem legislação) Ilegal

19 Fenómeno Global Australia Nova Zelândia Brasil Hong Kong Coreia Israel África do Sul Estados Unidos

20 Fenómeno Global Índia do fenómeno mães de aluguer nova profissão?? Exploração Uso dos corpos a baixo custo Americanos obtêm os filhos apoiando uma família carenciada noutro país Infertilidade é um problema global e nós temos uma solução global

21 Após o Nascimento A mãe de substituição abandona criança à nascença Inseminação artificial com esperma do marido do casal receptor Inseminação artificial com esperma de dador anónimo Fertilização in vitro com material genético do casal Este é legalmente pai da criança. A companheira adopta a criança Criança terá que ser adoptada pelo casal receptor Membros do casal legalmente aceites como pais da criança

22 Após o nascimento Recusa da entrega da criança por parte da mãe de substituição Recusa da aceitação da criança por parte do casal receptor Crianças nascidas com doenças graves

23 Beasley vs Berman 2000 Charles e Martha Berman residentes em São Francisco, contratam Helen Beasley, para ser a sua mãe de aluguer por $20,000 Em caso de fertilização múltipla IVG com redução para um feto (12ª semana gestação) Espermatozóide Marido FIV 2001 Helen é sujeita a FIV em São Diego Óvulo dadora Útero Helen

24 Beasley vs Berman 13ª semana de gestação Casal tem conhecimento que Helen está grávida de gémeos, exige IVG de um dos fetos Helen recusa, alegando risco para si e ambos os fetos Casal Berman desiste de ambos os bebés Apenas queriam um filho e não dois! Helen prossegue com a gravidez 1º caso de recusa em aceitar criança após contrato com mãe de aluguer

25 Beasley vs Berman Helen põe uma acção em tribunal contra o casal Berman, exigindo os $20,000 Os gémeos são adoptados por um 2º Casal Surgirá a tendência para os pais olharem para os filhos como para um produto que encomendaram?

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