1. CONCEITO 2. VALAS E VALÕES ONDAS 3. PREVENÇÃO corrente de retorno (vala)
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- Maria do Carmo Back Álvares
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1 POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS DIRETORIA DE ENSINO ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR SENADOR ARNON DE MELLO DIVISÃO TÉCNICA DE ENSINO CURSO POLICIAL DE CAPACITAÇÃO AQUÁTICA SALVAMENTO AQUÁTICO Versão 2014
2 1. CONCEITO COMPREENDE-SE POR SALVAMENTO AQUÁTICO TODAS AS OPERAÇÕES REALIZADAS EM RIOS, LAGOAS, REPRESAS, MAR, ENCHENTES, PISCINAS E OUTROS MANANCIAIS DE ÁGUA, VISANDO À PREVENÇÃO DA INTEGRIDADE FÍSICA DE PESSSOAS QUE SE ENVOLVAM EM OCORRÊNCIAS EM QUE A ÁGUA SEJA O AGENTE CAUSADOR DE ACIDENTES. 2. VALAS E VALÕES Vala é o fenômeno causado por um fluxo de águas através de um canal escavado na areia, perpendicular à praia, pela força das ondas em seu retorno. A vala pode ser facilmente identificada devido à sua tonalidade escura. O acúmulo de areia nas laterais da vala formam bancos de areia conhecidos como baixios. Nestas áreas é maior a força da água no sentido do mar e os baixios para sair dele. O Valão também é um canal escavado na areia pela força das ondas formadas paralelamente à praia. O valão é extenso e desemboca em duas ou mais valas. Eles normalmente são limitados por baixios. Valas, valões e baixios são movimentados pelas ondas. Existem praias com características próprias em que estes movimentos não ocorrem, sendo fixos os locais das valas, valões e baixios. ONDAS São movimentos oscilatórios da superfície marítima. As ondas têm sua principal origem nos ventos (produzidas pelos ventos em uma superfície do mar e atingem de 12 a 15 metros de altura), ou também podem ser ocasionadas por erupções vulcânicas no fundo dos oceanos e maremotos decorrentes de furacões. 3. PREVENÇÃO São as ações baseadas em advertência e avisos a banhistas no sentido de evitar ou ter cuidado com os perigos relacionados ao lazer, trabalho, ou esportes praticados na água. A prevenção de afogamentos se faz através dos seguintes meios: sinalização e orientação, treinamento, observação dos banhistas, emprego de equipamentos adequados, advertências e campanhas educativas e de esclarecimento. Na praia a corrente de retorno (vala) é o local de maior ocorrência de afogamentos (mais de 85%). É formada por toda massa de água em forma de ondas que quebra em direção a areia e por gravidade tem que retornar ao oceano. No seu retorno, a água escolhe o caminho de menor resistência para retornar, aprofundando cada vez mais aquele local, formando um canal que literalmente puxa para alto mar. Esta corrente de retorno possui três componentes principais, a saber: A boca: fonte principal de retorno da água; O pescoço: parte central do retorno da água em direção ao mar;
3 A cabeça: área em forma de cogumelo onde se dispersa a correnteza. Sempre que houver ondas, haverá uma corrente de retorno. Sua força varia diretamente com o tamanho das ondas. Pode atingir até 2 a 3 mt/seg. Para reconhecer uma corrente de retorno (vala), observe: Que geralmente aparece entre dois locais mais rasos (bancos de areia); Que se apresenta como o local mais escuro e com o menor número ou tamanho nas ondas; Que é geralmente o local onde aparenta maior calmaria; Que apresenta uma movimentação a superfície ligeiramente ondulada em direção contrária as outras ondas que quebram na praia. 4. AFOGAMENTO
4 TIPOS DE ACIDENTES NO MEIO LÍQUIDO Síndrome de Imersão: a Hidrocussão ou Síndrome de Imersão (vulgarmente conhecida como choque térmico), é um acidente desencadeado por uma súbita exposição à água mais fria que o corpo, levando a uma arritmia cardíaca que poderá levar a síncope ou a Parada Cárdio-Respiratória (PCR). Este tipo de acidente pode ser evitado se antes de entrarmos na água, molharmos o rosto. Hipotermia: a exposição da vítima à água fria reduz a temperatura normal do corpo humano, podendo levar a perda da consciência com afogamento secundário ou até uma arritmia cardíaca com parada cardíaca e consequente morte. Sabemos que todas as vítimas afogadas têm hipotermia (temperatura abaixo de 35 C) graus Celsius), mesmo aquelas afogadas em nosso litoral tropical. Há 2 tipos de hipotermia: suave (acima de 32 C) a vítima apresenta tremedeira, discurso incompreensível, lapsos de memória, mãos atrapalhadas e profunda (abaixo de 32 C) não há tremedeira, ao contrário, ocorre o enrijecimento dos músculos, coloração azulada da pele e não responde a dor. Geralmente 50 a 80% das vítimas morrem. GRAUS DE AFOGAMENTO Afogamento Grau 1: vítimas que aspiram uma quantidade mínima de água, apresentam tosse sem espuma, aspecto bom, lúcido, podem estar agitados ou sonolentos. Tratamento: verificar os sinais vitais, fazer a vítima repousar, tranquilizar, aquecer, conduzir ao hospital se necessário. Afogamento Grau 2: aspiram quantidade de água suficiente para alterar a troca gasosa (O2 CO2). Vítimas lúcidas, agitadas, aumento das frequências cardíaca e respiratória, tosse sem espuma. Tratamento: verificar os sinais vitais, aquecer, tratar o estado de choque e conduzir ao hospital se necessário. Óbito em 0,6% dos casos; Afogamento Grau 3: aspira quantidade importante de água, apresenta dificuldade respiratória, sem pulso radial palpável, tosse com espuma, cianose de mucosas e extremidades (pele, língua, lóbulo da orelha e bases da unhas arroxeadas), vômitos, taquicardia
5 (frequência cardíaca acima de 100 batimentos por minuto). Tratamento: verificação dos sinais vitais, aquecimento corporal, tratar o estado de choque, ministrar O2 de 10 a 15 Lpm, devido à dispneia. Óbito em 5,2% dos casos; Afogamento Grau 4: semelhante ao grau 3 no que tange à quantidade de água aspirada, porém o pulso radial está fraco ou ausente (sinais de choque).óbito em 19,4% dos casos. Tratamento: mesmo do grau 3. Afogamento Grau 5: a vítima apresenta apnéia (parada respiratória), coma leve e profundo (inconsciente), cianose intensa e grande quantidade de secreção oral e nasal. Óbito em 44% dos casos. Tratamento: verificação dos sinais vitais, ventilação na vítima (boca a boca), aquecê-la, tratar o estado de choque, atendimento médico especializado. Afogamento Grau 6: presença de PCR. Óbito em 93% dos casos. Tratamento: reanimação cárdio pulmonar, com sucesso na RCP deve-se aquecer a vítima, tratar o estado de choque, atendimento médico especializado. Observação: esta classificação não tem caráter evolutivo. QUANTO AO TIPO DE ÁGUA (importante para campanhas de prevenção) Afogamento em água Doce: piscinas, rios, lagos ou tanques; Afogamento em água Salgada: mar; Afogamento em água salobra: encontro de água doce com o mar; Afogamento em outros líquidos não corporais: tanque de óleo ou outro material e outros. DIVISÕES DO AFOGAMENTO Afogamento Primário: decorrente diretamente do afogamento, sem que haja qualquer fator determinante anterior ao acidente. Afogamento Secundário: quando existe alguma causa que tenha impedido a vítima de se manter na superfície da água e, em conseqüência precipitou o afogamento: Drogas (36,2%) (mais freqüente o álcool), convulsão, traumatismos, doenças cardíacas e/ou pulmonares, acidentes de mergulho e outras.
6 O processo de afogamento envolve 3 fases distintas, segundo o USLA: angústia (que declina para o pânico quando da demora do resgate), pânico (a vítima perde suas forças, tem braçada ineficiente) e submersão (chance de resgate diminui). 5. SALVAMENTO FASES DO SALVAMENTO Aviso ou observação: solicitação feita para emprego de guardavidas ou quaisquer meios de salvamento aquático, caso haja perigo iminente; Aproximação: é o deslocamento do guarda-vidas ou de outros meios de salvamento até a vítima; Abordagem: é o contato do guarda-vidas com a vítima; Resgate: é a retirada da vítima do meio líquido; Transporte: é o deslocamento da vítima, após a retirada do meio líquido até um local seguro; Primeiros socorros: são todas as técnicas de atendimento préhospitalar executada pelos guarda-vidas. TIPOS DE SALVAMENTO Simples: é aquele que se caracteriza pela ação de um, ou mais guarda-vidas, sem a utilização de equipamentos de proteção individual, flutuação, tração ou resgate de vítimas; Com equipamentos: é aquele que se caracteriza pela ação de um ou mais guarda-vidas, com a utilização de equipamentos de proteção individual: Salvamento com pranchas; Salvamento com Life belt; Salvamento com embarcação; Salvamento com aeronave; Salvamento com conjugado*; *no salvamento conjugado utilizam-se vários tipos de materiais visando facilitar o serviço do guarda-vidas e o bem estar da vítima. 6. TIPOS DE TRANSPORTE DE VÍTIMA NO SOLO Individual: mochila, no colo, arrasto. Dupla: cadeirinha Trio: deitado - vítima fica posicionada em decúbito dorsal lateral com o braço flexionado por baixo da cabeça. Há 3 socorristas, um deles fica responsável pela
7 parte da cabeça, protegendo a cervical, o outro fica responsável pela parte do tronco (o líder que fará a contagem ) e o último pela parte das pernas. 7. TIPOS DE RESGATE NA ÁGUA Individual: Reboque peito cruzado, pelo queixo, nuca, cintura. Coletivo: quando duas ou mais pessoas realizam o resgaste. Com acessório: flutuador. DOUBLE NELSON: técnica utilizada para não perder a vítima. O resgatista coloca os braços abaixo das axilas da vítima e com as mãos tapa os ouvidos da vítima para não entrar água e faz o resgate; quando avançar as ondas colocar a vítima de costas para não ingerir água e dar golpe de tesoura nas pernas da vítima. JUDÔ AQUÁTICO: 1ª fase: a vítima coloca as mãos sobre a cabeça do resgatista, este pega a mão esquerda dele com a sua esquerda e faz a alavanca, o corpo da vítima gira e o resgatista entra com o outro braço abaixo da axila, fazendo a pegada pela nuca, queixo ou cintura. 2ª fase: a vítima coloca as mãos sobre o ombro do resgatista, este coloca as mãos no pescoço da vítima e empurra para trás, o resgatista gira o corpo da vítima pela cintura e faz a pegada pela nuca, queixo ou cintura. 3ª fase: a vítima agarra o resgatista pela cintura, este empurra a vítima para baixo, a vítima sobe para respirar, o resgatista gira o corpo da vítima pela cintura e faz a pegada pela nuca, queixo ou cintura. Apoio: Manual de Salvamento Aquático. 1ª ed.vol.9. São Paulo: 2006.
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