CONFLITO DE COBERTURA DE TERRAS EM REGIÃO DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL, EM RELAÇÃO À APLICAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL EM VIGOR 1
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- Luiz Lencastre Machado
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1 CONFLITO DE COBERTURA DE TERRAS EM REGIÃO DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL, EM RELAÇÃO À APLICAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL EM VIGOR 1 PIAZZA, Eliara Marin 2 ; GONSALVEZ, Lilian Mariano 2 ; BREUNIG, Fábio Marcelo 3 ; DICK, Grasiele 4 ; FELKER, Roselene Marostega 4 ; TOSO, Lucas Donato 5. 1 Trabalho de Pesquisa _Centro de Educação Superior Norte, Universidade Federal de Santa Maria. 2 Curso de Engenharia Florestal, Centro de Educação Superior Norte, Universidade Federal de Santa Maria, Frederico Westphalen, RS, Brasil. 3 Professor adjunto do Departamento de Engenharia Florestal, Centro de Educação Superior Norte, Universidade Federal de Santa Maria, Frederico Westphalen, RS, Brasil. 4 Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil. 5 Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil. eliarapiazza@hotmail.com; RESUMO Através da realização de mapeamentos em áreas de proteção é possível monitorar os impactos ambientais, sendo o geoprocessamento e o sensoriamento remoto alguns dos artifícios mais utilizados para o alcance de resultados satisfatórios. Diante desse cenário, este trabalho objetiva compreender e avaliar as ordens dos rios, bem como a distribuição de APPs no espaço no município de Frederico Westphalen. Para a realização do estudo foi utilizada uma imagem retirada do sensor TM/Landsat 5, correspondente ao ano de 1985 e, aplicondo-se um contraste nas seis bandas desta imagem. Os resultados obtidos estão sintetizados em três mapas estabelecidos em 3 classes distintas: ordens dos rios, APPs definidas por 30m e APPs definidas por 10m. Diante do exposto, conclui-se que, as informações de sensoriamento remoto, aliadas as técnicas de geoprocessamento, constituem importante subsídio ao planejamento e administração da ocupação ordenada e racional do meio físico. Palavras-chave: análise temporal, sensor TM/Landsat 5, sensoriamento remoto. 1. INTRODUÇÃO A importância de estudos ambientais, em áreas destinadas a preservação vêm despertando interesse em toda a sociedade, pois além de monitorar os possíveis impactos ambientais, pode-se acompanhar o desenvolvimento de um local em varias escalas (MONTEBELO et al, 2005). As modificações do espaço geográfico, segundo Paviani (1991), acarretam em grandes impactos sobre o meio ambiente comprometendo o equilíbrio ecológico e social do planeta. Através da realização de mapeamentos nestas áreas, espera-se obter resultados que sejam o mais próximo do real possível. Sendo o geoprocessamento e o sensoriamento remoto alguns dos artifícios mais utilizados para o alcance de resultados satisfatórios. 1
2 Conforme Batistella (2005), essas técnicas aliadas ao Sistema de Informação Geográfica (SIG) estão sendo utilizadas em mapeamentos de diversas áreas, pois a dinâmica desse conjunto de técnicas tem papel fundamental no entendimento das transformações atuais e futuras na paisagem. Atualmente, com o desenvolvimento tecnológico há possibilidade de grandes abordagens sobre as Áreas de Preservação Permanente (APPs). A evolução do sensoriamento remoto proporcionou uma nova realidade de aquisição de informações espaciais e o geoprocessamento admitiu as análises desses dados (OKA-FIORI et al, 2003). O uso de informações orbitais do sensor Thematic Mapper (TM) a bordo do satélite Landsat - 5, tem se intensificado à medida que suas potencialidades vêm sendo confirmadas com o alcance de resultados concretos. Diversos trabalhos realizados, (BATISTA et al, 1984 e ASSAD 1993), descrevem a utilização de dados dos sensores da série Landsat e asseguram a aquisição de informações confiáveis. Devemos lembrar ainda que o TM apresenta um acervo único de imagens de média resolução espacial que podem e devem ser utilizadas para diversos estudos. A análise temporal das áreas de proteção ambiental é um instrumento indispensável em estudos ambientais. Diante desse cenário, este trabalho objetiva compreender e avaliar as ordens dos rios, bem como a distribuição de APPs no espaço, utilizando imagens do sensor TM/Landsat 5 do ano de 1985 no município de Frederico Westphalen, RS, Brasil. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Caracterização da área de estudo A área de estudo está localizada em sua maior parte no município de Frederico Westphalen (Figura 1), sendo este o maior município da microrregião do Médio Alto Uruguai, localizado na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (PREFEITURA MUNICÍPAL, 2011). A região do Médio Alto Uruguai se caracteriza pela tipologia de Floresta Estacional Decidual, de acordo com Cunha (1997), sendo uma das formações florestais tropicais mais importantes do estado. A Linha Faguense onde, mais precisamente, localiza-se a área de interesse, compreende uma porção do interior do município (Figura 1). Em termos de localização geográfica é uma região considerada de importância histórico-cultural. No local se encontra o Parque Municipal Arcângelo Busatto, conhecido popularmente como parque municipal da Linha Faguense, que é um dos pontos turísticos do município. Existem ainda, na região, áreas destinadas à produção agrícola, caracterizada pela pequena 2
3 propriedade e agricultura familiar, produzindo principalmente feijão, milho e soja, pratica-se também a avicultura, suinocultura, a piscicultura, e a produção de hortaliças. 2.2 Imagens orbitais e processamento Para a realização do estudo foi utilizada uma imagem retirada do sensor TM/Landsat 5, correspondentes ao ano de 1985, que foram obtidas pela internet através de download gratuito disponível na página do Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE). Como a imagem abrangia as demais bacias da região, para delimitar a área de interesse, fez-se necessário a execução do recorte do retângulo envolvente da mesma com suas coordenadas (longitude e ; latitude e ). Fazendo uso do programa SPRING Câmara et al, (1996), também obteve estas imagens gratuitamente através da página do INPE. A imagem foi registrada com base na imagem geocover 2000, com um erro médio quadrático inferior a 1. Ainda no pré-processameneto, foi aplicado o contraste nas seis bandas da imagens. Essa imagen foi combinada com composições coloridas para permitir à interpretação visual. A etapa seguinte consistiu na geração dos mapas das Áreas de Preservação Permanente (APPs) propriamente ditos. Foram estabelecidas 3 classes distintas: ordens dos rios, APPs definidas por 30m e APPs definidas por 10m. O mapeamento foi baseado na interpretação visual e na edição manual dos polígonos. 3
4 Figura 1- Localização geográfica da área em estudo - Frederico Westphalen RS. Fonte: Missio (2003). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Por meio da análise temporal das imagens orbitais do sensor TM/Landsat-5 foi possível detectar a dinâmica das ordens dos rios e a delimitação das classes das Áreas de Preservação Permanente. Os resultados obtidos estão sintetizados em três mapas, correspondentes as Figuras 2 e Figuras 3 e 4, relacionada abaixo. 4
5 Figura 2 - Mapeamento das ordens dos rios de Na figura 2, pode ser observada a morfologia fluvial da microbacia constituinte da área de estudo; ainda verifica se que esta microbacia se divide em apenas 3 ordens, sendo que, ocorre o predomínio do deságüe de afluentes de primeira ordem, totalizando 28 rios, seguido pela segunda ordem, com um deságüe de 4 rios e por fim a principal com apenas 1 afluente correspondente a terceira ordem. Estas classificações podem ser diferenciadas pela mudança na coloração do mapa e, a forma com que as mesmas foram delimitadas baseou se na classificação decimal de Horton, que descreve uma linha de água que não tenha tributários como rios de 1ª ordem. Quando duas linhas de 1ª ordem se juntam passam a formar um rio de 2ª ordem. Dois rios, um de 1ª ordem unido a um de 2ª ordem, dão lugar a um rio de 3 ª ordem, e assim sucessivamente a formar as ordens de uma bacia. Após a análise cuidadosa de todas as linhas de água existentes no mapa, conclui-se que a bacia é de 3ª ordem. 5
6 Figura 3- Mapeamento das APPs definidas por 30 metros. Figura 4 - Mapeamento das APPs definidas por 10 metros. Através do mapeamento das ordens dos rios, delimitou-se às Áreas de Preservação Permanente (APP) correspondente a figura 3 e 4. Os critérios referentes às APPs foram estabelecidos com base no Código Florestal Federal (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 6
7 1965) e nas Resoluções CONAMA nº 302/2002 e nº 303/2002, que definem APP como área protegida por Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas. Portanto, são áreas que devem ser preservadas da ação antrópica, ou seja, livres de qualquer forma de exploração. Essas áreas no mapeamento podem ser visualizadas pela coloração vermelha no entorno das ordens dos rios. 4. CONCLUSÃO Este estudo mostrou que as informações de sensoriamento remoto, aliadas as técnicas de geoprocessamento, constituem importante subsídio ao planejamento e administração da ocupação ordenada e racional do meio físico, além de permitir a avaliação e monitoramento das Áreas de Preservação Permanente (APPs). Visto que a análise temporal é um instrumento indispensável em estudos ambientais, pois serve para premeditar o uso e manejo dos recursos naturais de uma determinada região. REFERÊNCIAS ASSAD, E. D.; SANO, E. E. Planaltina: EMBRAPA - CPAC, p. Sistemas de informações geográficas aplicadas na agricultura. BATISTA, G. T. et al. Desenvolvimento e Teste de um Sistema de Fiscalização das Operações de Crédito Agrícola ao Nível de Município e de Propriedades Agrícolas Utilizando Técnicas de Sensoriamento Remoto. São José dos Campos. (INPE-3239-RPE/462), BATISTELLA, M. Contribuições para a classificação e monitoramento do uso e cobertura das terras na Amazônia. XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Goiânia. p , CÂMARA, G. et al. Spring: Integrating remote sensing and gis by object-oriented data modelling. Computers & Graphics, v. 20, n. 3, p , maio CUNHA, G. C. Aspectos da Ciclagem de nutrientes em diferentes fases sucessionais de uma Floresta Estacional do Rio Grande do Sul. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal), p. 86, MONTEBELO, L. A. et al. Relação entre uso e cobertura do solo e risco de erosão nas áreas de preservação permanente na bacia do ribeirão dos Marins, Piracicaba-SP. XII Simpósio Brasileiro de 7
8 Sensoriamento Remoto, Goiânia. XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, p , OKAI-FIORI, C.; FIORI, A. P.; HASUI, Y. Dinâmica da ocupação do solo na bacia do Rio Itiquira, Mato Grosso, Brasil. Revista RA E GA, Curitiba, n. 7, p , PAVIANI, A. A conquista da cidade. Brasília: Editora Universidade de Brasília, p , Prefeitura Municipal de Frederico Westphalen Nossa cidade, dados sociais e estatísticos. Disponível em: Acesso em: 05/06/
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