Ferros Fundidos e o seu Tratamento Térmico. (Parte I Alívio de Tensões)

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1 Ferros Fundidos e o seu Tratamento Térmico (Parte I Alívio de Tensões) J. Alexandre Silva Traterme Tratamentos Térmicos, Lda. Tv. Campo da Telheira, Maia - Portugal alexandre@traterme.com Resumo Este trabalho aborda a temática dos tratamentos térmicos associados à melhoria das propriedades mecânicas dos ferros fundidos. Sendo que, em diversas aplicações, é um processo essencial à obtenção das propriedades finais para que um determinado componente possa funcionar corretamente em serviço. Como qualquer processo industrial, requer uma análise cuidada da sua aplicabilidade com uma supervisão adequada de todo o processo. Tratamentos térmicos padrão têm sido utilizados em situações mais ou menos simples mas os resultados favoráveis diminuem com o aumento da complexidade das ligas e com a geometria das peças a tratar termicamente. Deste modo, pretende-se esclarecer alguns conceitos associados aos tratamentos térmicos dos ferros fundidos que permitam analisar a priori e não a posteriori a seleção dos tratamentos térmicos adequados. A subdivisão das diferentes temáticas poderá enquadrar-se nos seguintes itens: Introdução aos tratamentos térmicos Tratamentos térmicos de: a. Alívio de tensões Parte I; b. Recozimento Parte II; c. Normalização Parte III; d. Têmpera e Revenido (incluindo endurecimento superficial) Parte IV; Equipamentos de tratamento térmico Parte V; a. Aplicabilidade ao tratamento térmico de ferros fundidos; b. Controlo de temperaturas e atmosferas de tratamento térmico adequados aos ferros fundidos. Introdução No universo das ligas ferro-carbono, os ferros fundidos apresentam-se como um grupo de ligas com relevante importância para a toda a indústria. Tal relevância advém não

2 só das características inerentes ao próprio material, mas também pelo facto de que adicionando elementos de liga à sua composição química, recorrendo à utilização de tratamentos térmicos e a processos de fundição adequados, torna-se viável a sua doravante utilização em aplicações referenciadas como tipicamente de aços. Por tal facto, o recurso à utilização destes materiais e o usufruto de todas as suas potencialidades requer um conhecimento rigoroso alicerçado no estudo da sua resposta aos diversos tratamentos térmicos. Através da análise do diagrama Fe-C, define-se o ferro-fundido como liga ferrosa fundida, cujo teor de Carbono ultrapassa a solubilidade do Carbono na austenite. A figura 1 apresenta o diagrama de equilíbrio Fe-C. A grande maioria dos ferros fundidos possui um teor em Carbono acima dos 2,0%. Face a influência do Silício nestas ligas alguns autores optam pela definição de liga ferro-carbono-silício, de teores em carbono geralmente acima de 2%, em quantidade superior à que pode ser retida em solução sólida na austenite, de modo a resultar carbono parcialmente livre, na forma de lamelas ou glóbulos de grafite. [1] Metalurgia do Tratamento Térmico Figura 1. Diagrama de Equilíbrio Fe-C. O recurso aos tratamentos térmicos como forma de controlo das propriedades dos fundidos baseia-se sucintamente no controlo das propriedades mecânicas através da alteração/modificação da microestrutura destes materiais.

3 Assim, na abrangência da denominação dos ferros fundidos, poderemos classificar os principais tipos: Branco; Cinzento; Mesclado; Nodular; Maleável; Ferro fundido de grafite compacta. A gama das composições químicas dos principais grupos de ferros fundidos, sem elementos de liga, está indicada na tabela 1. Tabela 1. Gama de composição típica de ferros fundidos comuns. [2] Tipo F.F. Composição Química C Si Mn S P Branco 1,8 / 3,6 0,5 / 1,9 0,25 / 0,80 0,06 / 0,20 0,06 / 0,20 Maleável 2,2 / 2,9 0,9 / 1,9 0,15 / 1,20 0,02 / 0,20 0,02 / 0,20 Cinzento 2,5 / 4,0 1,0 / 3,0 0,20 / 1,00 0,02 / 0,25 0,02 / 1,00 Nodular 3,0 / 4,0 1,8 / 2,8 0,10 / 1,00 0,01 / 0,03 0,01 / 0,10 Grafite C. 2,5 / 4,0 1,0 / 3,0 0,20 / 1,00 0,01 / 0,03 0,01 / 0,10 De forma a obtermos o controlo de propriedades desejadas nos ferros cinzento e nodular com recurso ao tratamento térmico, duas reacções fundamentais devem ser analisadas per si. Decomposição do carboneto de ferro Fe 3 C (grafitização) 1) Fe 3 C 3Fe + C ou Cementite Ferrite + Grafite E a transformação alotrópica do ferro α em ferro γ 2) Fe α Fe γ ou Ferrite (CCC) Austenite (CFC) Na equação 1 é possível controlar as condições de solidificação e/ou tratamento térmico de forma a promover a formação de ferrite e grafite (grafitização) ou a favor da retenção da cementite (estabilização). Por exemplo, num tratamento térmico de recozimento para eliminar o excesso de carbonetos, a grafitização é promovida através do aquecimento até temperaturas na gama dos 895ºC onde a cementite livre será solubilizada, seguido de arrefecimento lento. Nestas condições a presença de Silício na ordem dos 1 a 3% (normalmente presente no ferro fundido cinzento e nodular) e a existência de grafite primária na microestrutura, permitirão a decomposição da cementite livre em grafite e ferrite tornando o fundido macio e de fácil aptidão à maquinagem. Por outro lado a equação 2 (transformação alotrópica do ferro) é a base para os tratamentos térmicos de têmpera. Assim, através do

4 aquecimento até uma temperatura acima da transformação, obtemos uma austenite com um substancial teor de carbono em solução sólida. Após este estágio, segue-se um arrefecimento rápido de forma a obter uma solução sólida sobressatura de Carbono no Ferro α, denominada martensite. Seguidamente recomenda-se o tratamento térmico de revenido com o aquecimento a uma temperatura subcrítica de forma a se obter um constituinte com maior ductilidade, martensite revenida. Tratamento térmico de alívio de tensões A necessidade do tratamento térmico de alívio de tensões surge da ocorrência de tensões internas numa estrutura, como consequência de um processo de fabrico.[3] Sendo que os fundidos podem ter geometrias complexas, eles podem conter tensões internas no estado de bruto de fundição. A direcção e intensidade destas tensões podem variar substancialmente entre fundidos de diferentes formas ou mesmo entre secções diferentes do mesmo componente. As tensões internas, reduzem a resistência das peças, podendo promover a sua deformação. Estes incidentes surgem, particularmente, no processo de maquinagem. Em última instância, um componente com tensões internas ou residuais, é sujeito, em serviço, a tensões externas. Ambas podem ser somadas de tal forma que se atinga o limite da resistência do material e a peça fissure. A redução de tensões deve-se, regra geral, ao abaixamento do limite elástico do material, à medida que se sobe a temperatura, ocorrendo deformação plástica, fluência ou movimento suficiente para aliviar praticamente todas as tensões internas. [4] O alívio de tensões consiste pois em aquecer, com uma taxa controlada e de forma uniforme, uma peça até uma dada temperatura, geralmente inferior à da transformação da perlite em austenite, durante um determinado tempo, seguido de um arrefecimento uniforme a taxa controlada. [3] Causas e efeitos das tensões internas As causas da origem das tensões internas ou residuais em fundidos podem ser atribuídas a 5 fatores/condições que podem estar presentes em todos os fundidos com maior ou menor ênfase, vide figura 2. A. Diferenças nas taxas de arrefecimento; B. Secções não uniformes; C. Tensões mecânicas na moldação; D. Processos de limpeza; E. Soldadura.

5 Figura 2. Exemplo de quatro situações promotoras de tensões residuais em fundidos. As peças de ferro fundido, ao arrefecer desde o estado líquido, ficam sujeitas a tensões internas devido a diferenças nas velocidades de arrefecimento em diversas secções e às mudanças estruturais com consequente aparecimento de volumes não uniformes. O gráfico apresentado na figura 3 apresenta um resumo dos fenómenos que podem ocorrer no arrefecimento do material.

6 AB Contração no estado líquido; BC Contração na mudança de estado líquido para estado sólido; CD Contração da austenite e ledeburite; DE Expansão devida à grafitização; EF Contração pelo abaixamento da temperatura; FG Expansão devida à mudança da steadite ternária (A steadite é uma fase eutética entre o ferro e o fósforo na forma de Fe3P e Fe3C.[5]) à forma binária; GH Contração contínua pelo abaixamento de temperatura; HI Expansão devida à transformação da fase gama a alfa e da austenite em perlite; IJ Contração continuada, promovida pelo arrefecimento até à temperatura ambiente; Figura 3. Representação gráfica dos fenómenos de contração/expansão que ocorrem durante o arrefecimento de um ferro fundido [1]. Os gradientes térmicos provenientes das diferentes taxas de arrefecimento (superfície e núcleo) promovem tensões residuais. Num fundido, com secção de metal uniforme, a taxa de transferência de calor das partes exteriores para o material adjacente da moldação, ultrapassa a taxa de transferência de calor das superfícies interiores para o núcleo. Este fenómeno tende a promover uma solidificação e arrefecimento mais rápido das superfícies externas do fundido. Cf. Figura 2 a). Secções não uniformes Os gradientes térmicos promovidos por diferentes taxas de arrefecimento, nas diversas secções de um componente, podem promover tensões residuais. Em fundidos com secções finas e espessas este fenómeno torna-se ainda mais pronunciado. A intensidade das tensões residuais resultantes ficará dependente da geometria das secções e da taxa de transferência de calor do fundido. Cf. Figura 2b) Tensões mecânicas na moldação Tensões residuais elevadas podem ter origem, mesmo em fundidos de secção uniforme, se a sua geometria e/ou material do moldação restringem a contracção térmica normal no processo de solidificação e arrefecimento. A título de exemplo, podem-se desenvolver tensões residuais num fundido com forma de I numa moldação rígido. Cf. Figura 2c). Durante a solidificação e arrefecimento a parte vertical do I tende a sofrer contração. Contudo, num moldação rígido a parte superior e inferior do I tendem a servir como âncoras que restringem a contração, promovendo elevadas tensões internas na secção transversal. É evidente que neste exemplo, com a desmoldação, as tensões serão aliviadas, mas ilustra o efeito da origem de tensões residuais, provenientes da restrição mecânica inibidora da normal contração térmica do material. A presença de arestas vivas é uma outra geometria promotora de tensões residuais.

7 Limpeza A elevada energia utilizada nos processos de limpeza de fundidos (granalhagem) pode induzir, na superfície do material, tensões de compressão. Na grande maioria dos casos, estas tensões não levantam qualquer óbice, mas, em algumas situações, podem ser promotores de algumas complicações aquando da maquinagem resultando em deformações, vide figura 2d). Soldadura Os processos de soldadura induzem tensões residuais nas zonas onde foram executadas as soldaduras. Esta situação reporta ad integro aos ferros fundidos. Será interessante distinguir o tratamento térmico de alívio de tensões do tratamento térmico após soldadura, vulgo PWHT (Post Weld Heat Treatment), dado que o segundo tem como objectivo, para além do alívio de tensões, obtenção de certas e determinadas estruturas metalúrgicas e propriedades específicas. Dado que tais detalhes obrigariam a um estudo mais aprofundado e basilar, não será pois considerada esta temática para o presente estudo. Será apenas asseverado que o PWHT está recomendado para as situações que necessitem: Alívio de tensões residuais, promovidas pelo processo de soldadura; Melhoria da ductilidade da ZTA (zona termicamente afetada); Transformação da martensite, formada aquando da soldadura, numa fase com menor fragilidade; Melhoria da aptidão à maquinagem da ZTA e da soldadura.[6,7] Brutos de fundição sem tensões residuais A areia de fundição é um bom isolante térmico. Se um fundido possui um design suficientemente compacto de forma a que a areia que o rodeia é bem aquecida pelo metal, até uma peça com geometria complexa pode ser vazada sem tensões residuais aquando do arrefecimento na moldação. Quando o fundido é rodeado por areia quente, o calor latente de transformação que é libertado do ferro fundido pode promover um arrefecimento uniforme a uma taxa lenta através da gama subcrítica onde o alívio de tensões é mais eficaz. Em última instância, os fundidos poderiam ser colocados em câmaras concebidas especificamente para essa utilização, com recurso a monitorização de temperatura através de termopares, de forma a que o calor da peça possa atingir uma uniformidade, na câmara, capaz de assegurar o alívio de tensões e com um arrefecimento tal que permita evitar a formação de novas tensões residuais. A necessidade do alívio de tensões

8 Tanto a ocorrência como os efeitos das tensões residuais em fundidos são variáveis, dependo da geometria do fundido, do processo de fundição e requisitos em serviços. Fundições grandes e pesadas com secções largas, relativamente uniformes, podem ser vazadas livres de tensões, se o arrefecimento da peça se der integralmente na moldação em areia. Fundidos com secções variáveis, finas e espessas, e de geometria complexa podem ser considerados como mais prováveis na presença de tensões residuais. Princípios do tratamento térmico de alívio de tensões A redução de tensões é um processo de restauração da subestrutura de deslocações, as quais assumem durante o tratamento configurações de menor energia. Durante a restauração, as paredes das células de deslocações tornam-se mais definidas. As células adquirem formas poligonais, entram em crescimento e as deslocações contidas no seu interior movem-se para as paredes. Trata-se, pois, de um rearranjo da subestrutura de deslocações e da diminuição da respectiva densidade. Este processo, sendo termicamente ativado, ocorre tanto mais rapidamente quanto mais elevada for a temperatura. [8] À medida que a temperatura do material aumenta, este começa a perder a sua dureza e resistência. Por conseguinte, se um ferro fundido cinzento ou nodular contiver tensões residuais e for aquecido até uma dada temperatura (normalmente entre 480º - 650ºC), a tensão de cedência, será diminuída de forma a permitir a relaxação ou alívio de tensões residuais. Após esta relaxação, o fundido será arrefecido até à temperatura ambiente com uma taxa de tal forma uniforme que permita que o mesmo obtenha a sua resistência prevista, sem tensões residuais. A extensão até à qual as tensões serão aliviadas ou até mesmo eliminadas está dependente de vários fatores, de entre os quais: a) severidade inicial das tensões residuais; b) o ciclo de tratamento térmico tempo-temperatura e taxas de aquecimento/arrefecimento e c) a metalurgia do fundido. Regra geral, quanto maior o nível inicial de tensões mais rapidamente serão aliviadas essas tensões. Atesta-se pela análise das figuras 4 e 5 a magnitude deste efeito. A cerca de 480ºC, por exemplo, um dado ferro fundido com psi de tensões residuais poderá sofrer 50% de redução de tensões em apenas uma hora, enquanto o mesmo grau de ferro fundido, com tensões residuais na ordem dos psi, alcança apenas 40% de alívio de tensões num tratamento térmico idêntico.

9 Figura 4. Efeito do nível inicial de tensões e da temperatura de tratamento térmico, na percentagem de alívio de tensões com estágio de uma hora à temperatura. [9] Figura 5. Efeito da temperatura de alívio de tensões e tempo de estágio nas tensões residuais de um ferro fundido de alta resistência. [10] A relação temperatura-tempo afeta a economia da capacidade do forno por consequência, existem poupanças associadas ao tratamento térmico de alívio de

10 tensões realizado a temperaturas mais elevadas, reduzindo o tempo de ciclo de tratamento (taxa de ocupação do forno) e o dispêndio energético. Conforme se pode atestar, pela análise da figura 6, um ferro fundido convencional, alcança uma taxa de alívio de tensões na ordem dos 75%, após uma hora à temperatura de 540ºC. Por sua vez, concretiza-se apenas 25% de alívio de tensões, no mesmo ferro fundido, em uma hora a 430ºC. Aumentando o tempo para as 48 horas a 540ºC, obtemos um resultado de 92% de alívio das tensões residuais. Este valor poderia ser obtido em uma hora a 650ºC. Torna-se pois óbvio que a relação custo/benefício entre o tratamento térmico de alívio de tensões realizado em 48 horas ou em 1 hora com o aumento de 90ºC apresenta algumas vantagens, pese embora o aumento da temperatura acarretar alguns inconvenientes, tais como a eventual necessidade de recurso a atmosferas controladas na câmara de tratamento térmico (Parte V) de forma a obviar a possibilidade de surgirem oxidações, bem como a afetação negativa nas propriedades mecânicas dos componentes sujeitos a tratamento térmico a temperaturas mais elevadas. Figura 6. Efeito da temperatura e tempo de estágio no alívio de tensões de um ferro fundido cinzento não ligado. [11] A taxa de arrefecimento após o alívio de tensões é outra variável relevante no processo. Salienta-se que, conforme abordado, uma das razões pela qual se recomenda o tratamento térmico de alívio de tensões prende-se com o facto de que, aquando do processo de fundição, surgem gradientes térmicos associados ao arrefecimento não uniforme. Por tal facto, um arrefecimento não uniforme durante o tratamento térmico de alívio de tensões pode também promover a presença de novas

11 tensões residuais. Nesse sentido, é fulcral definir uma taxa de arrefecimento que permita a maior uniformidade possível de temperatura em todo o componente, de forma a que não existam gradientes térmicos elevados promotores de tensões internas. Regra geral, este arrefecimento é realizado no interior do forno de tratamento térmico, sendo suficiente assegurar este arrefecimento até aos ºC. Após alcance desta temperatura e findo o tratamento térmico, os componentes podem arrefecer ao ar calmo. Contudo, e em alguns casos mais complexos, recomenda-se que os componentes permaneçam no forno até à temperaturas na ordem dos 90ºC. Em termos metalúrgicos podemos referir que existem poucas diferenças entre os ferros fundidos na sua suscetibilidade de desenvolver tensões residuais. O ferro branco será o mais sensível comparativamente ao ferro fundido cinzento e nodular. A ligeira diferença que existe poderá ser atribuída às tolerâncias de contração e aos coeficientes de dilatação de cada grau de ferro fundido. Os ferros fundidos brancos são também mais sujeitos à fissuração, comparativamente com os ferros fundidos nodulares, que poderão ser considerados como os menos sujeitos a fissuração proveniente de tensões residuais. A aptidão de cada ferro fundido à relaxação de tensões é intrínseca à sua composição química. No caso dos ferros fundidos com elementos de liga como Crómio, Molibdénio, Níquel, Vanádio existe um aumento da resistência à fluência, i.e., a deformação plástica necessária para reduzir ou eliminar as tensões residuais. Não obstante, esta propriedade tem uma correlação com a sua resposta ao tratamento térmico de alívio de tensões. Torna-se, pois, evidente que o tratamento térmico de alívio de tensões, em ferros fundidos ligados, deverá ser realizado a temperaturas mais elevadas que os não ligados. A título de exemplo, um ferro fundido contendo ligeiras percentagens, na sua composição química, de elementos de liga como Molibdénio e Crómio, requer um aumento de temperatura de cerca de 90ºC para que se atinga o mesmo grau de alívio de tensões que um ferro fundido como o mesmo teor de Carbono e Silício, ceteris paribus. As tabelas 2 e 3 (vide Exemplos de tratamentos térmicos de alívio de tensões) ilustram este facto apresentando uma comparação de temperaturas recomendadas para o tratamento térmico de alívio de tensões de vários tipos de ferros fundidos cinzentos. [12] O limite superior de temperatura para a realização do tratamento térmico de alívio de tensões, i.e., a eliminação/redução de tensões residuais sem alteração considerável das propriedades do fundido, está, de igual forma, relacionada com a sua constituição metalúrgica. Pela análise do diagrama de equilíbrio Fe-C-Si (2%) (Cf. Figura 7), poderemos constatar que o limite inferior da temperatura crítica ronda os 760ºC.

12 Figura 7. Diagrama de Equilíbrio Fe-C-Si, com teor constante de Silício 2 %.[13] Teoricamente, se o material se encontrar num estado de equilibro (metalurgicamente falando), seria possível aquecer até qualquer temperatura abaixo da crítica sem que houvesse qualquer alteração significativa na sua microestrutura ou propriedades mecânicas. Porém, na realidade, apenas os ferros fundidos no estado recozido se aproximam do estado de equilíbrio. Por esta razão, recomenda-se a gama de temperatura 530º-650ºC como a gama de limite superior para a realização do alívio de tensões sem um elevado amaciamento. Contudo, mesmo a estas temperaturas, uma redução de dureza e resistência pode ocorrer, particularmente no caso dos ferros fundidos cinzentos contendo uma microestrutura maioritariamente perlítica. Esta perda de resistência está associada à decomposição da cementite perlítica, isto é, ferritização parcial da matriz. No caso dos ferros com uma microestrutura maioritariamente ferrítica, a redução de dureza e resistência, sendo de menor relevância, podem-se aplicar temperaturas de alívio de tensões mais elevadas. Envelhecimento Natural Esta secção foi introduzida neste trabalho apenas como uma abordagem à desmistificação do processo de envelhecimento natural. Durante alguns anos, o meio utilizado para o alívio de tensões era deixar as peças de ferro fundido expostas à intempérie durante meses. Este processo é frequentemente denominado como envelhecimento natural. Todavia, e através de ensaios adequados, comprovou-se que o abracadabrante e expectável resultado do alívio de tensões obtido com recurso a esta metodologia não ultrapassava um máximo de 10%. [9,14]

13 Exemplos de tratamentos térmicos de alívio de tensões Para a obtenção de uma taxa elevada de alívio de tensões, para o ferro fundido cinzento não ligado a gama de temperatura estará na ordem dos ºC. Quando é necessário uma taxa de alívio de tensões > 85%, em ferros fundidos cinzentos, recomenda-se estágio à temperatura de 595ºC, no mínimo. A taxa de aquecimento considera-se intrínseca à dimensão e forma das peças. Regra geral, esta taxa, na grande maioria das situações, não é definida como crítica. A taxa de arrefecimento, por sua vez, já é de substancial relevância. Esta deve ser reduzida, principalmente nas gamas superiores de temperatura, após estágio. Como recomendação geral, o arrefecimento deverá ser promovido dentro do forno de tratamento térmico até aos 315ºC ou abaixo, seguido de arrefecimento ao ar. Em componentes de geometria mais complexa é aconselhável a continuação do arrefecimento no interior do forno até uma temperatura próxima dos 95ºC. [15] Tabela 2. Gama de temperaturas recomendadas para alívio de tensões de ferros fundidos. [12] Tipo de ferro fundido cinzento Não ligado Baixo teor em elementos de liga Ligado Temperatura para alívio de tensões 530º-565ºC 610º-620ºC 620º-650ºC No caso dos ferros fundidos nodulares, recomenda-se o tratamento térmico de alívio de tensões, em peças de geometria complexa, na gama dos 510 a 675ºC. O tratamento térmico de alívio de tensões nas gamas inferiores deste intervalo é adequado para uma grande diversidade de aplicações. Os tratamentos térmicos realizados nas gamas superiores conferem uma eliminação quase total das tensões residuais. Porém, nesta gama de temperaturas, já se verifica uma redução na dureza e resistência à tração. As gamas recomendadas para alguns tipos de ferro fundido nodular estão expressas na tabela 3.[15] Tabela 3. Gama de temperaturas recomendadas para alívio de tensões de ferros fundidos. [15] Tipo de ferro fundido nodular Não ligado Baixo teor em elementos de liga Ligado Austenítico Temperatura para alívio de tensões 510º-565ºC 565º-595ºC 595º-650ºC 620º-675ºC

14 O arrefecimento deverá ser uniforme para evitar o reaparecimento de tensões internas. O arrefecimento deverá ser realizado no interior do forno de tratamento térmico, até à temperatura de 290ºC, seguido de arrefecimento ao ar. Em algumas aplicações do ferro fundido austenítico, o arrefecimento pode ser realizado ao ar calmo logo após estágio à temperatura de tratamento térmico.[15] A título de exemplo prático, apresentam-se alguns ciclos de tratamento térmico, utilizados pela empresa Traterme Tratamentos Térmicos, Lda, nos tratamentos de alívio de tensões: Material DIN 1693 GGG50 (componente de grandes dimensões) o Temperatura inicial do forno: 150ºC máximo; o Taxa de aquecimento: 28ºC/h; o Estágio: 570º-620ºC 12 horas; o Taxa de arrefecimento: 28ºC/h até 150ºC. Material ASTM A439 (maior espessura entre 40 a 50mm) o Temperatura inicial do forno: 150ºC máximo; o Taxa de aquecimento: 50ºC/h; o Estágio: 620º-650ºC 2 horas; o Taxa de arrefecimento: 50ºC/h até 150ºC. Bibliografia [1] Chiaverini, V.; Tratamentos Térmicos dos Ferros Fundidos ABM Boletim, 1946 [2] Walton, C. F.; Opar, T. J.; Iron Castings Handbook Iron Castings Society, 1981 [3] Metals Handbook; Heat Treating, Vol. 4; ASM, 1991 [4] Burgess, C. O.; Heat Treatment of Gray Iron; Cast Metals Handbook; AFS., 1951 [5] Radzikowska, Janina M.; The Foundry Research Institute, Poland [6] Metals Handbook; Welding, Brazing and Soldering, Vol. 6; ASM, 1993 [7] Pouranvari, M.; Weldability of grey cast iron using nickel based filler metal, Materials and Metallurgical Engineering, 2010 [8] Santos, Henrique; Sebenta da disciplina de Ligas Ferrosas, FEUP [9] Hallet, M. M.; Wing, P. D.; Stress Relief Heat Treatment of Alloy Cast Iron; Foundry Trade Journal, 1949 [10] Timmons, G. A.; Crosby, V. A.; Alloy Additions to Gray Cast Iron; Foundry, Vol. 69; 1941

15 [11] Gilbert, G. N.; The Relief by Heat Treatment of Externally Applied Stresses to Cast Iron; British Cast Iron Research Association; Vol. 3; 1950 [12] ASM COMMITTEE ON HEAT TREATING OF CAST IRONS Heat Treating of Cast Irons Metals Handbook 8ª Ed. Vol. 2 Heat Treating, Cleaning and Finishing, ASM [13] Herring, Daniel H.; Heat Treatment of Cast Irons; The HERRING GROUP, Inc., 2004 [14] J.H. Schaum, Stress Relief of Gray Cast Iron, transactions of the American Foundrymen s Society, Vol. 56, 1948 [15] Heat Treater s Guide: Practices and Procedures for Iron s and Steels, ASM, 1995

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