O SETOR DE BIOTECNOLOGIA EM MINAS GERAIS GUIA DE INFORMAÇÕES PARA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS

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1 O SETOR DE BIOTECNOLOGIA EM MINAS GERAIS GUIA DE INFORMAÇÕES PARA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS

2 AGRADECIMENTOS Para a realização deste estudo foi de fundamental importância a prestimosa colaboração da Secretaria de Estado de Fazenda nas pessoas da Sra. Tânia Maria Sahione Azevedo e do Sr. Antônio Amorim Filho, sem os quais não seria possível a concretização plena deste. Agradecemos também a colaboração do Escritório de Prioridades Estratégicas, nas pessoas do Sr. Felipe Augusto de Araújo, Sr. Renato Silva Beschizza e da Sra. Gláucia Alves Macedo pelas informações disponibilizadas. Igualmente estendemos nossos agradecimentos à Fundação Biominas pela receptividade e atenção nas conversas realizadas sobre o setor. Por fim, lembramos a fundamental participação da equipe da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, em especial, nas pessoas dos Srs. Antônio Eduardo Macedo S. Paula Leite Junior, Marco Antônio Rodrigues Cunha, Daniel Fernandes de Abreu e Silva, Maxmilian Avelar, João Paulo Braga Santos, Gabriel Vieira Pereira, Vítor Augusto Martins Costa e Flávia Cristina Vieira Barroso. Os autores, Bárbara Cardoso Dias - Assessoria de Gestão e Inteligência Estratégica/ Superintendência de Desenvolvimento da Produção Leonardo Vieira Bortolini - Assessoria de Gestão e Inteligência Estratégica Thiago Luiz Rodarte - Superintendência de Desenvolvimento da Produção

3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS DO SETOR CARACTERÍSTICAS GERAIS EMPREGO E RENDA MULTINACIONAIS E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS FATORES RELEVANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DO SETOR FATORES QUE LEVARAM À ESCOLHA DO LOCAL DE INSTALAÇÃO PRINCIPAIS ENTRAVES PARA O CRESCIMENTO FORMAÇÃO PROFISSIONAL E A DEMANDA POR MÃO DE OBRA NO SETOR CURSOS TÉCNICOS GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO OS FUNDOS DE FINANCIAMENTO PARA O SETOR DE BIOTECNOLOGIA NO BRASIL E NO ESTADO DE MINAS GERAIS ANÁLISE DOS FUNDOS DE FINANCIAMENTO NO BRASIL EM MINAS GERAIS MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (MCTI) FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS (FINEP) PROGRAMA INOVAR CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPQ) PROJETOS DE PESQUISA FINANCIADOS PELO CNPQ NA ÁREA DE BIOTECNOLOGIA BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO (BNDES) COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES) FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (FAPEMIG) BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS (BDMG) AS INCUBADORAS DE EMPRESAS BIOTECNOLÓGICAS ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES DOS GRUPOS DE PESQUISA DA ÁREA ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES DE PUBLICAÇÕES DE PATENTES DA ÁREA 81

4 8. ANÁLISE DOS DADOS DE COMÉRCIO E PRODUÇÃO ATUAÇÃO RECENTE DO GOVERNO DE MINAS NO FOMENTO AO SETOR DE BIOTECNOLOGIA CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS ANEXO 1: QUESTIONÁRIO DE PESQUISA SOBRE AS EMPRESAS DO SETOR DE BIOTECNOLOGIA ANEXO 2: QUESTIONÁRIO DE PESQUISA SOBRE AS INCUBADORAS EM MINAS GERAIS ATLAS DA BIOTECNOLOGIA EM MINAS GERAIS

5 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: Número de empresas de biotecnologia por município Tabela 2: Incubadoras citadas pelas empresas de Biotecnologia e o número de empresas que citaram cada incubadora Tabela 3: Número de fontes de financiamento e o número de empresas que tiveram acesso a cada quantidade Tabela 4: Fontes de financiamento das empresas e o número de empresas que tiveram acesso a cada fonte Tabela 5: Remuneração média nas empresas de biotecnologia por município em Minas Gerais e em São Paulo Tabela 6: Remuneração média dos empregados no estado de Minas Gerais e no estado de São Paulo no setor de biotecnologia, por nível de escolaridade em Tabela 7: Relação entre a remuneração média dos empregados nos estados de São Paulo e Minas Gerais no setor de biotecnologia, por nível de escolaridade em Tabela 8: Número de ocupados e salário médio das instituições de biotecnologia privadas de capital nacional em Minas Gerais Tabela 9: Número de ocupados e salário médio das instituições públicas de biotecnologia em Minas Gerais Tabela 10: Número de ocupados e salário médio das empresas multinacionais de biotecnologia em Minas Gerais Tabela 11: Classificação pelas empresas de biotecnologia da relevância de fatores diversos na escolha do local de instalação da empresa Tabela 12: Matriz de correlação da classificação das empresas da importância dos fatores diversos para a escolha do seu local de instalação Tabela 13: Número de empresas que selecionou cada aspecto de infraestrutura como entrave ao seu crescimento por município Tabela 14: Número de Turmas e número de matrículas nos cursos técnicos relacionados mais diretamente à biotecnologia Tabela 15: Número de Turmas e número de matrículas nos cursos técnicos de áreas afins à biotecnologia Tabela 16: Localização das turmas do Curso Técnico de Análises Clínicas em MG Tabela 17: Número de concluintes nos cursos da área de biotecnologia nas microrregiões de Minas Gerais onde as empresas da área estavam localizadas em Tabela 18: Número de concluintes nos cursos da área de biotecnologia nas microrregiões de São Paulo onde as empresas da área estavam localizadas em

6 Tabela 19: Número de cursos de mestrado e doutorado e nota média da Capes por grande área Tabela 20: Número de cursos de mestrado e doutorado por grande área e município Tabela 21: Nota média capes dos cursos de mestrado e doutorado relacionados à biotecnologia por município Tabela 22: Brasil: Principais programas de apoio à biotecnologia Tabela 23: Valor anual contratado em projetos complementares de biotecnologia e pelos fundos setoriais Tabela 24: Projetos contratados por tipo de instituição Tabela 25: Projetos de biotecnologia com empresas contratados pelos fundos setoriais Tabela 26: Número de projetos de biotecnologia contratados por UF Tabela 27: Valores efetivamente contratados e valores contratados esperados pelos fundos setoriais em projetos de biotecnologia nos estados do sudeste brasileiro Tabela 28: Número de projetos contratados pela Finep entre 2007 e 2011 por UF Tabela 29: Número de projetos contratados pela Finep executados por empresas de Minas Gerais na área de biotecnologia e o número total entre 2007 e Tabela 30: Número de projetos contratados pela Finep executados por empresas de Minas Gerais por tipo de demanda entre 2007 e Tabela 31: Instituições/ empresas com mais de um projeto contratado pela Finep entre 2007 e Tabela 32: Comparação entre MG e SP do número de projetos contratados na Finep entre 2007 e 2011 e os valores médio e total dos projetos Tabela 33: Número de projetos de pesquisa de biotecnologia apoiados pelo CNPq por UF Tabela 34: Instituições de origem dos projetos de biotecnologia apoiados pelo CNPq em MG Tabela 35: Principais instrumentos de apoio do BNDES à biotecnologia com seu número de operações e valor empenhado Tabela 36: Participação de cada UF no total investido pela Capes em bolsas fomento Tabela 37: Programa rede mineira de biotecnologia e bioensaios - projeto estruturador arranjo produtivo local de biotecnologia Tabela 38: Número de projetos de biotecnologia financiados pela Fapemig por município entre 2007 e Tabela 39: Número de projetos de biotecnologia financiados pela Fapemig por tema de pesquisa do projeto Tabela 40: Número de projetos de biotecnologia financiados pela Fapemig por instituição Tabela 41: Grupos de pesquisa em Minas Gerais por ano de fundação... 76

7 Tabela 42: Grupos de pesquisa em São Paulo por ano de fundação Tabela 43: Total de pesquisadores, estudantes e de técnicos e quantidade de grupos de pesquisa por instituição em Minas Gerais em Tabela 44: Total de pesquisadores, estudantes e de técnicos e quantidade de grupos de pesquisa por instituição em São Paulo em Tabela 45: Quantidade de grupos de pesquisa e número dos que possuíam relações com o setor produtivo por área de conhecimento em Minas Gerais em Tabela 46: Quantidade de grupos de pesquisa e número dos que possuíam relações com o setor produtivo por área de conhecimento em São Paulo em Tabela 47: Número de patentes depositadas por município (quando pessoa jurídica), e tipo de instituição no período de 1980 a 2008 no estado de Minas Gerais Tabela 48: Número de patentes depositadas por município (quando pessoa jurídica), e tipo de instituição no período de 1980 a 2008 no estado de São Paulo Tabela 49: Índice de vantagem tecnológica Tabela 50: Participação dos países no total das patentes publicadas em biotecnologia Tabela 51: Evolução percentual das importações e exportações para o total dos 119 NCM's - Brasil e Minas Gerais a Tabela 52: Principais produtos de biotecnologia exportados por Minas Gerais de 2008 a 2012 (em US$mil FOB de 2012) Tabela 53: Crescimento percentual das exportações para os mais representativos - Minas Gerais a Tabela 54: Principais produtos de biotecnologia importados por Minas Gerais de 2008 a 2012 (em US$mil FOB de 2012) Tabela 55: Crescimento percentual das importações para os mais representativos - Minas Gerais a Tabela 56: Participação de Minas Gerais nas exportações brasileiras a Tabela 57: Participação de Minas Gerais nas Importações brasileiras a Tabela 58: Dados das 10 maiores empresas (em termos de faturamento) de biotecnologia do estado de Minas Gerais Tabela 59: Valor das compras interestaduais das empresas de biotecnologia de Minas Gerais Tabela 60: Vinte principais produtos e serviços adquiridos pelas empresas mineiras do setor de biotecnologia Tabela 61: Vinte principais produtos importados pelas 10 empresas de biotecnologia com maior faturamento em Minas Gerais*... 97

8 Tabela 62: Principais produtos importados pelas empresas de biotecnologia de Minas Gerais de janeiro à março de 2013 que não eram produzidos no Estado em dezembro de Tabela 63: Principais produtos produzidos pelas empresas de biotecnologia de Minas Gerais em dezembro de Tabela 64: Principais produtos importados em Minas Geais de janeiro a março de 2013 dentre aqueles que eram produzidos no estado em dezembro de

9 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Área de atuação das empresas de biotecnologia de Minas Gerais.. 14 Figura 2: Número de empresas de biotecnologia por mesorregião e área de atuação Figura 3: Número de empresas por ano de fundação Figura 4: Número de funcionários e número de empresas de biotecnologia por município em Minas Gerais Figura 5: Número de funcionários e número de empresas de biotecnologia por município em São Paulo Figura 6: Proporção das pessoas empregadas no setor de biotecnologia por nível de escolaridade em Minas Gerais e em São Paulo em Figura 7: Classificação das empresas quanto à importância de fatores diversos como entrave para seu crescimento Figura 8: Conceito Preliminar de Curso CPC Valor médio por tipo de instituição Figura 9: Medidas adotadas pelas empresas que consideram a escassez de mão de obra um entrave importante para o seu crescimento Figura 10: Tipo de insumos cuja escassez tem sido um entrave importante para o crescimento das empresas Figura 11: Aspectos de infraestrutura que representam um entrave importante para o crescimento das empresas e o número de empresas que selecionou cada aspecto... 36

10 APRESENTAÇÃO A biotecnologia está incluída entre o setores que o Estado de Minas Gerais vem chamando de setores da Nova Economia, sejam eles, Tecnologias de Informação, Energias Alternativas, Eletroeletrônica, Ciências da Vida e Aeroespacial. A necessidade de se desenvolver esses setores tem levantado debates dentro e fora das esferas de governo. Por um lado, isso se justifica pelo fato de que são setores nos quais há geração de empregos de alta qualidade, no sentido de que demanda mão de obra com maior qualificação que, por consequência é, em média, mais bem remunerada. Por outro lado, trata-se de setores onde, em geral, há grande agregação de valor, o que pode implicar na dinamização da economia e melhoria nos termos de troca do estado. A biotecnologia, que ora integra o grupo Ciências da Vida junto ao setor de fármacos, destaca-se por sua multidisciplinaridade, que se traduz na grande importância da área em diversas atividades econômicas que têm potencial impacto no bem-estar social. Entre estas atividades podemos citar como exemplo o papel da biotecnologia no aumento da produtividade agrícola; na área de saúde, por meio da elaboração de novos medicamentos, vacinas e kits diagnósticos; e na área de energia potencializando a produção de bicombustíveis. Uma vez reconhecida a importância estratégica desse setor para o desenvolvimento econômico é importante a atuação do Estado para estimular seu crescimento e a sua competividade. Para se traçar políticas públicas adequadas para o fomento dessa atividade é primordial um conhecimento aprofundado da realidade da mesma com seus reais potenciais e os gargalos a serem superados. É com esse objetivo que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico apresenta este estudo. Pretende-se aqui, a partir do levantamento e agregação das mais diversas fontes de informação sobre o setor de Biotecnologia, gerar subsídios para a formulação de políticas públicas.

11 1. CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS DO SETOR Para caracterizar e analisar as empresas mineiras de biotecnologia, o primeiro desafio encontrado foi definir o que é uma empresa do ramo da biotecnologia, para, assim, determinar quais são as companhias que se enquadram nessa definição. Essa atividade não é reconhecida como um setor 1, uma vez que se constitui em um meio para a produção de bens e serviços muito diversos que são produzidos por diferentes setores de atividades. Por isso, de acordo com os critérios utilizados nacional e internacionalmente para a classificação de atividades econômicas, não cabe estabelecer uma categoria única definida como segmento homogêneo quanto à similaridade de funções produtivas, quanto às características dos bens e serviços e quanto à finalidade de uso dos bens e serviços. Diante dessa dificuldade, para a determinação das empresas que compõem o setor de biotecnologia, optou-se pela utilização da base de dados disponibilizadas pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) por meio dos dados do Biotec Map 2011 cujo escopo inclui o levantamento das empresas do setor realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Nesta base, a biotecnologia está definida como a aplicação de organismos, sistemas ou processos biológicos para fins tanto de pesquisa e desenvolvimento internos, como para manufatura e prestação de serviços. Uma vez que diversas empresas utilizam a biotecnologia de forma marginal e é muito difícil quantificar esse uso, foram consideradas como empresas de biotecnologia apenas aquelas que empregam a biotecnologia, da forma anteriormente definida, como atividade principal dentro da empresa. Implicitamente, estão excluídas as empresas da chamada biotecnologia 1 Ao longo deste trabalho, entretanto, essa atividade será referida como setor em alguns momentos, apenas para facilitar a redação.

12 tradicional, por exemplo, as empresas de alimentos e bebidas, que têm como tecnologia básica a fermentação. Os dados do MDIC apontaram a existência de 58 empresas em Minas Gerais. Tomando por base a mesma definição, a partir dos cadastros dos arranjos produtivos locais de Belo Horizonte, Viçosa e do Triângulo Mineiro e das incubadoras de empresas, BIOMINAS, CENTEV, CIAEM e INOVA foram adicionadas outras 31 empresas, totalizando 89 empresas. Identificadas as empresas, passou-se à investigação de suas características. A partir do cadastro de pessoas jurídicas no Ministério da Fazenda foi possível identificar o setor de atividade de 77 dessas empresas que estavam ativas, bem como seu ano de abertura. Em complemento, foi desenvolvido um questionário (em anexo) que foi enviado para também 77 dessas empresas. Destas, 31 responderam ao questionário, o que representa uma amostra de aproximadamente 35% da população identificada. Algumas informações extraídas das respostas são apresentados no item 1.1. No item 1.2, por sua vez, foram levantados dados sobre número de funcionários, ocupação e remuneração nas empresas do setor a partir da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Nesta seção, são apresentados tantos dados para as empresas localizadas dentro do próprio estado mineiro, como considerou-se também, como parâmetro de comparação para averiguar o desempenho relativo de Minas, os dados do estado de São Paulo. Este, além de ser a maior economia do Brasil, é também destaque no setor de biotecnologia: segundo os dados do MDIC é o estado com o maior número de empresas na área, totalizando 96 empresas. Para esta seção foram consideradas apenas as empresas da base do MDIC, para possibilitar a comparação, uma vez que não tivemos acesso a cadastros secundários no Estado de São Paulo. Até aqui, foram consideradas apenas as empresas nacionais de capital privado. Assim, na última seção foram levantados os dados da RAIS para as empresas multinacionais e instituições públicas que atuam no setor. Foram

13 identificadas 7 empresas multinacionais e 5 instituições públicas, algumas delas presentes em mais de um município do Estado de Minas Gerais. As informações referentes a essas empresas, assim como uma breve comparação com as primeiras são feitas no item CARACTERÍSTICAS GERAIS A Tabela 1 apresenta a distribuição das empresas de biotecnologia ao longo dos municípios mineiros. Observa-se uma enorme concentração de empresas na capital mineira e em sua região metropolitana. Também nos municípios pertencentes aos APL s do Triângulo Mineiro e de Viçosa. Ademais, são poucas as empresas que se afastam desses polos. TABELA 1: NÚMERO DE EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA POR MUNICÍPIO Município Nº de empresas Município Nº de empresas Andradas 1 Montes Claros 2 Araguari 1 Patos de Minas 2 Barbacena 1 Patrocínio 1 Belo Horizonte 43 Sabará 1 Buritizeiro 1 Santa Luzia 1 Cajuri 1 Uberaba 6 Contagem 1 Uberlândia 7 Itabira 1 Varginha 1 Itajubá 1 Vespasiano 1 Juatuba 2 Viçosa 12 Lagoa Santa 2 Total 89 Fonte: Elaboração própria. Quanto à área de atuação dessas empresas, de acordo com a classificação IBGE da atividade econômica destas através da CNAE, foram identificadas 41 CNAE s distintas o que ilustra a enorme diversidade de atuações específicas dessas empresas. Assim, agrupamos essas empresas em 7 grandes áreas diferentes e as que não se enquadraram em nenhuma dessas foram classificadas como outro,

14 como mostra a Figura 1. Observa-se que grande parte das empresas (43%) atuam na área de saúde humana. A segunda área de maior expressividade foi a da saúde animal (21%), seguida da área de insumos (14%) e agricultura (12%). As áreas de Bioenergia e Bioinformática ainda são pouco exploradas no território mineiro. FIGURA 1: ÁREA DE ATUAÇÃO DAS EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA DE MINAS GERAIS 5% 1% 1% 12% 3% 43% 21% 14% Saúde animal Insumos Saúde humana Meio ambiente Agricultura Outro Bioenergia Bioinformática Fonte: Elaboração própria. Separando a composição por área de atuação e por mesorregião, na Figura 2, percebemos que a região metropolitana de Belo Horizonte concentra uma maior variedade de ramos de atuação das empresas, entretanto, mais da metade das empresas desta região são da área de saúde humana. A Zona da Mata, por outro lado, possui uma maior concentração na área de saúde animal seguida pela área da agricultura. Esses perfis estão em grande parte relacionados à tradição de pesquisa nas universidades federais de ambas as regiões, das quais originaram diversas spinoffs. No Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba, saúde animal, agricultura e saúde humana estão divididas entre as empresas presentes na região de forma quase homogênea. As demais regiões, muito menos expressivas em número de empresas, têm todas ao menos 1 empresa da área de saúde humana.

15 FIGURA 2: NÚMERO DE EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA POR MESORREGIÃO E ÁREA DE ATUAÇÃO Zona da Mata Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba Metropolitana de BH Sul e Sudoeste de Minas Norte de Minas Campo das Vertentes Fonte: Elaboração própria. Saúde humana Saúde animal Insumos Meio ambiente Agricultura Bioenergia Bioinformática Outro Quanto à idade dessas empresas, os dados extraídos do Ministério da Fazenda apontam que 63% das empresas foram fundados na década de Um número também significante destas foi fundada na década de 1990 (25%). Poucas foram abertas em outros períodos como pode ser observado na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Essas dados mostram que, o crescimento dessa atividade na iniciativa privada é bastante recente dentro da economia do estado de Minas Gerais, embora se saiba que a atividade de pesquisa nessa área seja muito mais antiga, dentro das universidades.

16 FIGURA 3: NÚMERO DE EMPRESAS POR ANO DE FUNDAÇÃO > Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Ministério da Fazenda. Passando ao questionário, dentre as 31 empresas respondentes, 15 estão ou já estiveram incubadas, o que chama atenção para a importância dessas instituições para o setor de biotecnologia em Minas Gerais. Observou-se também que dentre essas 15 empresas, 11 foram fundadas entre 2000 e 2009, mostrando que a relevância desse serviço é algo mais recente. As incubadoras mais citadas foram a Biominas e a Centev que, como mostra a Tabela 22, incubaram cinco das empresas respondentes cada uma. TABELA 2: INCUBADORAS CITADAS PELAS EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA E O NÚMERO DE EMPRESAS QUE CITARAM CADA INCUBADORA Incubadoras Nº de empresas Biominas 5 Centev 5 UFRJ 1 Incit 1 Unitecne 1 CIAEM/UFU 1 Não informado 1 Total 15 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas. Quanto ao acesso a fontes de financiamento, a Tabela 3 mostra que apenas quatro das empresas que responderam ao questionário disseram nunca ter tido

17 acesso a nenhuma fonte externa, enquanto dez empresas tiveram acesso a mais de uma fonte externa. Esses números mostram uma evolução do acesso a financiamentos quando comparado ao estudo de Souza (2001). O estudo realizado em 2001 apontou que a maioria das empresas de biotecnologia nesse ano não havia recebido nenhum incentivo financeiro do governo. TABELA 3: NÚMERO DE FONTES DE FINANCIAMENTO E O NÚMERO DE EMPRESAS QUE TIVERAM ACESSO A CADA QUANTIDADE Nº de fontes de financiamento Nº de empresas Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas. Dentre as fontes de financiamento citadas pelas empresas, a FAPEMIG foi a mais frequente (Tabela 4), tendo financiado quinze das empresas. As outras fontes mais populares foram a Finep, o BNDES e o CNPq. Mesmo o capital de risco privado, fonte de financiamento ainda incipiente no setor de biotecnologia no Brasil, foi citado por oito empresas (25%). Tais fontes de financiamento e suas características são aprofundadas na seção 4. TABELA 4: FONTES DE FINANCIAMENTO DAS EMPRESAS E O NÚMERO DE EMPRESAS QUE TIVERAM ACESSO A CADA FONTE Fonte de financiamento Nº de empresas Fapemig 15 Finep 13 BNDES 11 CNPq 11 Capital de risco privado 8 BDMG 3 SEBRAE (Sebraetec) 3 Capes 2 AMITEC 1

18 Jetro 1 Total 73 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas. Por fim, apenas 10 das 31 empresas responderam ter exportado nos últimos 12 meses. E apenas 13 disseram possuir patentes próprias. Esses números são, em parte, reflexo da baixa capacidade de inovação e baixa competitividade internacional de grande parte das empresas EMPREGO E RENDA Do total de 154 empresas em Minas Gerais e em São Paulo presentes na base de dados do MDIC, foram encontradas 102 empresas na base da RAIS de 2010, sendo 41 de Minas e 61 de São Paulo. Os dados da RAIS nos mostram que as 41 empresas de Minas empregavam pessoas em 2010, o que resulta em uma média de 40 pessoas por estabelecimento, enquanto em São Paulo havia pessoas empregadas nas 61 empresas gerando uma média de 200 empregados por estabelecimento. FIGURA 4: NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS E NÚMERO DE EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA POR MUNICÍPIO EM MINAS GERAIS

19 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2010). Os dados da Figura 4 e da Figura 5: Número de funcionários e número de empresas de biotecnologia por município em São Paulo mostram informações quanto à localização da mão de obra e das empresas dentro dos dois estados por município. Pode-se perceber que em Minas Gerais, os municípios que têm maior número de empresas não são necessariamente os municípios com maior número de pessoas empregadas. Especialmente, as empresas da capital mineira, apesar de estarem bastante concentradas espacialmente, empregam, em média, menos pessoas relativamente aos demais municípios, com exceção de Araguari. Além disso, tanto em Minas quanto em São Paulo o maior número de funcionários não está empregado nas maiores cidades, mostrando que as empresas maiores não se encontram nas capitais.

20 FIGURA 5: NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS E NÚMERO DE EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA POR MUNICÍPIO EM SÃO PAULO Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2010). A Tabela 5 mostra a remuneração média do setor por município nos dois estados. Nota-se que a remuneração no estado de São Paulo é, em média, 55% maior que em Minas Gerais. Ao mesmo tempo, na capital paulista e em Campinas estão os melhores salários do setor no estado de São Paulo e em Uberlândia estão os melhores de Minas Gerias, mas ainda muito abaixo do nível paulista. TABELA 5: REMUNERAÇÃO MÉDIA NAS EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA POR MUNICÍPIO EM MINAS GERAIS E EM SÃO PAULO Minas Gerais São Paulo Remuneração Remuneração Município Município Média Média Uberlândia 3.647,34 São Paulo 6.751,66 Lagoa Santa 2.695,98 Campinas 5.389,43

21 Uberaba 1.934,38 Guarulhos 5.047,66 Belo Horizonte 1.931,42 Rio Claro 3.812,77 Itabira 1.759,07 Hortolândia 3.618,18 Montes Claros 1.706,44 Piracicaba 3.242,07 Varginha 1.379,68 São Roque 2.679,89 Sabará 1.124,84 Itupeva 2.678,65 Santa Luzia 1.009,52 Barueri 2.648,29 Viçosa 982,47 São José dos Campos 2.607,61 Contagem 886,85 Taboão da Serra 2.576,00 Andradas 864,36 São Carlos 2.553,07 Araguari 814,18 Moji Mirim 2.299, Itapira 2.262, Juatuba 2.015, Ribeirão Preto 1.990, Cotia 1.948, Leme 1.811, Vargem Grande Paulista 1.678, Jaboticabal 1.561, Rafard 1.373, Holambra 1.088, Mogi das Cruzes 1.065, Assis 719, Lençóis Paulista 568, Quatá 556,28 Média geral 1.595,12 Média geral 2.482,49 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2010). Para tentar explicar esses padrões apresenta-se, a seguir, o perfil da mão de obra empregada de acordo com o nível de escolaridade apontado pelos dados da RAIS. A Tabela 6 mostra a remuneração por nível de escolaridade para os dois estados: TABELA 6: REMUNERAÇÃO MÉDIA DOS EMPREGADOS NO ESTADO DE MINAS GERAIS E NO ESTADO DE SÃO PAULO NO SETOR DE BIOTECNOLOGIA, POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE EM 2010 Nível Minas Gerais São Paulo Doutorado 7.343, ,54 Mestrado 6.333, ,24 Superior Completo 3.566, ,83 Superior Incompleto 1.559, ,35

22 Médio Completo 1.201, ,03 Fundamental Completo 848, ,40 Médio Incompleto 837, ,06 6. A 9. Fundamental 807, ,53 Até 5.a Incompleto 723, ,84 5º ano Fundamental Completo 679, ,99 Analfabeto 630,00 921,72 Média geral 1.595, ,41 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2010). Como se pode observar a partir da comparação na Tabela 7, a vantagem para São Paulo quanto à média salarial - em relação a Minas Gerais - se dá em todos os níveis de escolaridade, ocorrendo com maior intensidade no caso dos funcionários com menor nível de instrução, com exceção das pessoas com nível superior incompleto, que em São Paulo recebem em média 164% a mais do que as pessoas com nível de escolaridade semelhante em Minas Gerais. Esse resultado é esperado, diante do maior custo de vida em São Paulo, entretanto, pode ter dois efeitos, o primeiro é no sentido de atração de empresas de biotecnologia para Minas Gerais, uma vez que, neste estado terá menor custo com salários, mas, por outro, esse pode ser um fator responsável pela dificuldade de atração de mão de obra nas empresas mineiras. TABELA 7: RELAÇÃO ENTRE A REMUNERAÇÃO MÉDIA DOS EMPREGADOS NOS ESTADOS DE SÃO PAULO E MINAS GERAIS NO SETOR DE BIOTECNOLOGIA, POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE EM 2010 Nível Remuneração Média 5º ano Fundamental Completo 168,34% Superior Incompleto 164,61% Fundamental Completo 132,04% Médio Incompleto 81,51% Até 5.a Incompleto 76,13% Médio Completo 75,47% 6. a 9. Fundamental 71,72% Superior Completo 70,75% Mestrado 52,87% Doutorado 51,47% Analfabeto 46,31% Fonte: Elaboração própria a partir de dados da RAIS/2010.

23 Algo que se destaca é a maior proporção de profissionais ocupados em São Paulo que possuem ensino superior completo, como mostra a Figura 6, enquanto em Minas Gerais ainda há uma grande proporção que tem como nível de escolaridade máximo o ensino fundamental completo. Por outro lado, percebe-se em Minas Gerais uma proporção de doutores maior, ainda que a proporção seja baixa. FIGURA 6: PROPORÇÃO DAS PESSOAS EMPREGADAS NO SETOR DE BIOTECNOLOGIA POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE EM MINAS GERAIS E EM SÃO PAULO EM % 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0,55% 0,24% 0,55% 0,92% 22,73% 50,43% 24,63% Minas Gerais 34,59% 53,65% 10,61% São Paulo Doutorado Mestrado Superior Médio Analfabeto a fundamental Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2010). Quanto às ocupações presentes nas empresas, também foram encontradas algumas diferenças entre os dois estados. Uma diferença que chamou atenção foi quanto ao número de pessoas ocupadas na área de vendas. Dentre técnicos de nível médio em operações comerciais, vendedores e demonstradores, as empresas do estado de São Paulo contam com funcionários (23% do total ocupado nessas empresas) enquanto nas empresas de Minas há 51 pessoas ocupadas (apenas 3% do total). Entretanto, enquanto em São Paulo esses profissionais estão divididos entre 12 empresas, em Minas estão presentes em 17. Além disso, em São Paulo duas empresas que têm

24 como atividade principal a fabricação de medicamentos alopáticos para humano concentram cerca de 70% desses profissionais. Outro fato que merece destaque é que, dentre pesquisadores, físicos, químicos, biólogos, agrônomos, engenheiros e afins que possuem mestrado ou doutorado, as empresas de São Paulo contam com 53 funcionários enquanto as empresas mineiras possuem apenas 5. Se for comparado proporcionalmente ao total de funcionários, essa diferença não é muito grande, entretanto, em termos de grandeza absoluta, essa diferença é fundamental para a vantagem competitiva das empresas paulistas, especialmente no desenvolvimento de novos produtos. Ainda, vale destacar que a maioria dos funcionários com mestrado ou doutorado, tanto em Minas Gerais quanto em São Paulo, atua na área gerencial. Entretanto, como foi dito, grande parte dessas empresas são de micro ou pequeno porte e muitas vezes os proprietários da empresa são seus próprios pesquisadores e possuem uma qualificação elevada. Como a base de dados da RAIS traz informações apenas sobre funcionários, a qualificação profissional para pesquisa e desenvolvimento dentro das empresas é, em parte, subestimada. Nos dois estados as ocupações nas empresas são muito heterogêneas. Uma vez que a biotecnologia está inserida em diversas atividades distintas, como o desenvolvimento de medicamentos, a remediação do solo, o melhoramento genético de animais, etc., isso faz com que habilidades e formações profissionais diferentes sejam demandadas, dependendo da atividade principal da empresa. Além disso, o fato de haver empresas grandes e, ao mesmo tempo, diversas empresas médias e pequenas na amostra estudada também contribui para a heterogeneidade da estrutura de ocupações entre essas empresas MULTINACIONAIS E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

25 Nesta seção foram levantados os dados de emprego das instituições de biotecnologia de Minas Gerais de caráter público e das empresas multinacionais. Foram identificadas no estado mineiro sete empresas multinacionais e cinco instituições públicas. Destas foram encontradas na base de dados da RAIS seis empresas privadas multinacionais e duas instituições públicas. Abaixo são apresentados três tabelas com as informações das empresas privadas de capital nacional (Tabela 8), instituições públicas (Tabela 9) e empresas multinacionais (Tabela 10). A primeira diferença encontrada diz respeito ao número médio de funcionários por empresa. Enquanto nas empresas privadas de capital nacional são empregados, em média 53 funcionários por empresa, nas instituições públicas são 765 por unidade e nas empresas multinacionais são 479 funcionários por empresa. Outra diferença, muito expressiva, diz respeito ao número de pessoas ocupadas nas instituições públicas que possuem mestrado e doutorado como nível escolar. Também nas empresas multinacionais esse número é muito mais que nas empresas de capital nacional. Tanto nas empresas de capital nacional como nas empresas multinacionais observa-se uma grande concentração (52% e 55%) de funcionários com o ensino médio completo, alertando para a demanda desse nível de qualificação ao qual se atribuem, na maioria das vezes, serviços técnicos. TABELA 8: NÚMERO DE OCUPADOS E SALÁRIO MÉDIO DAS INSTITUIÇÕES DE BIOTECNOLOGIA PRIVADAS DE CAPITAL NACIONAL EM MINAS GERAIS Escolaridade Nº de % do total de Salário Médio ocupados ocupados Até o Ensino Fundamental completo ,63% 813 Ensino Médio completo ,53% Educação Superior completa ,73% Mestrado completo 9 0,55% Doutorado completo 9 0,55% 7.343

26 Total Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2010). TABELA 9: NÚMERO DE OCUPADOS E SALÁRIO MÉDIO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE BIOTECNOLOGIA EM MINAS GERAIS Escolaridade Nº de % do total de Salário Médio ocupados ocupados Até o Ensino Fundamental completo ,41% Ensino Médio completo ,18% Educação Superior completa ,54% Mestrado completo 49 3,20% Doutorado completo 148 9,67% Total % - Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2010). TABELA 10: NÚMERO DE OCUPADOS E SALÁRIO MÉDIO DAS EMPRESAS MULTINACIONAIS DE BIOTECNOLOGIA EM MINAS GERAIS Escolaridade Nº de % do total de Salário Médio ocupados ocupados Até o Ensino Fundamental completo ,17% Ensino Médio completo ,20% Educação Superior completa ,16% Mestrado completo 49 1,70% Doutorado completo 22 0,77% Total % - Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2010). Além do já exposto anteriormente, observa-se que os salários pagos nas empresas privadas de capital nacional estão abaixo dos salários pagos na demais categorias para todos os níveis de escolaridade. As empresas multinacionais são as que, em média, melhor remuneram os funcionários com educação superior completa. Os resultados aqui encontrados chamam atenção para a relativa baixa qualificação e remuneração da mão de obra das empresas privadas de capital nacional. Tal fato pode estar ligado ao porte dessas empresas e pode ser interpretado ainda como causa e consequência da dificuldade de atração de

27 mão de obra reportada por essas empresas que será apresentada no próximo capítulo. 2. FATORES RELEVANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DO SETOR

28 2.1 FATORES QUE LEVARAM À ESCOLHA DO LOCAL DE INSTALAÇÃO Foi perguntado às empresas qual o grau de importância dos seguintes fatores para a escolha do local de instalação da empresa: tamanho do município; acesso a aeroportos; densidade e qualidade da malha rodoviária; proximidade geográfica com fornecedores de insumos; proximidade geográfica com fornecedores de serviços; proximidade geográfica com o mercado consumidor; proximidade geográfica com outras empresas de biotecnologia; proximidade geográfica com universidades e centros de estudo na área de biotecnologia; disponibilidade de mão de obra especializada; custo da mão de obra; financiamento público; e incentivos fiscais. As empresas deveriam classificar cada item como muito importante, importante, pouco importante ou não importante. Todos os fatores estabelecidos foram importantes ou muito importantes para, pelo menos, 39% das empresas respondentes. No entanto, alguns fatores foram mais frequentes que outros na escolha do local de instalação da empresa. A Tabela 11 mostra o percentual de empresas que apontou como importante ou muito importante e pouco importante ou não importante cada fator. A proximidade geográfica com universidades e centros de estudo na área de biotecnologia foi o fator que influenciou a escolha do maior número de empresas (75,76%). TABELA 11: CLASSIFICAÇÃO PELAS EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA DA RELEVÂNCIA DE FATORES DIVERSOS NA ESCOLHA DO LOCAL DE INSTALAÇÃO DA EMPRESA. Pouco importante Importante ou ou Não é Muito importante importante Proximidade geográfica com universidades e centros 75,76% 24,24% de estudo na área de biotecnologia Custo da mão de obra 68,75% 31,25% Disponibilidade de mão de obra especializada 65,63% 34,38% Proximidade geográfica com outras empresas de biotecnologia 62,50% 37,50%

29 Proximidade geográfica com o mercado consumidor 59,38% 40,63% Acesso a aeroportos 53,13% 46,88% Proximidade geográfica com fornecedores de insumos Proximidade geográfica com fornecedores de serviços 53,13% 46,88% 53,13% 46,88% Financiamento público 50,00% 50,00% Densidade e qualidade da malha rodoviária 46,88% 53,13% Tamanho do município 42,42% 57,58% Incentivos fiscais 39,39% 60,61% Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas. O fator menos importante, de forma geral, foi o incentivo fiscal. O tamanho do município por si só não foi importante ou foi pouco importante para a maioria das empresas. Já o acesso a aeroportos, a proximidade com fornecedores e o financiamento público foram importantes ou muito importantes para a decisão do local de instalação de aproximadamente 50% das empresas. Outros fatores citados como importantes foram: a existência de incubadoras de empresas, expectativa de cumprimento de programa político, doação de terreno e afetividade. No entanto, mesmo os incentivos fiscais, fator considerado importante ou muito importante pelo menor número de empresas, têm sua relevância confirmada por quase 40% da amostra, não podendo ser descartado como um componente importante para a atração de empresas. Por outro lado, de acordo com a Tabela 1111, uma política de atração de empresas com maior alcance deveria focar nas instituições de ensino e pesquisa e na qualificação de mão de obra. Vale ressaltar ainda que a maior empresa da amostra, com 800 funcionários, apontou como fatores relevantes para sua instalação apenas o financiamento público e o incentivo fiscal. Todos os outros fatores foram não importantes, na contramão da tendência das demais empresas. Tal empresa instalou-se no Norte de Minas, estimulada por uma política pública da SUDENE na década de

30 1950. Essa empresa enfrentou e enfrenta entraves para seu crescimento como o acesso a aeroportos, a densidade e qualidade da malha rodoviária e as dificuldades de articulação com universidades e outras empresas de biotecnologia, o que pode estar ligado ao fato de ela estar geograficamente distante dos principais polos de biotecnologia de Minas Gerais. Por outro lado, mais recentemente a atração de outras empresas de biotecnologia para essa região e articulações com a Universidade Estadual local tem amenizado esses entraves e estabelecido um novo polo em potencial na região. Apesar disso, é importante que políticas de incentivo fiscal estejam de acordo com as especificidades do setor. Os setores tecnológicos, como a biotecnologia, por exigirem em seu desenvolvimento uma série de conexões com o próprio setor e com a pesquisa na fronteira do conhecimento precisa de uma localização geográfica privilegiada do ponto de vista desses aspectos e da própria infraestrutura urbana para que alcance uma melhor competitividade e capacidade de inovação. Por último, a matriz de correlação entre as variáveis na Tabela 1212, mostra que, com algumas exceções, os fatores que levaram as empresas a escolherem o local onde estão instaladas não estão fortemente correlacionados. Entre as exceções estão, a proximidade geográfica com fornecedores e serviços e a proximidade geográfica com fornecedores de insumos. A alta correlação entre essas variáveis mostra que as empresas que deram maior importância para um desses fatores deram também para o outro. Da mesma forma, as empresas que deram uma importância maior ao acesso a aeroportos também deram uma alta importância ao tamanho do município e à malha rodoviária. E as empresas que deram importância elevada à disponibilidade de mão de obra também deram importância elevada ao custo desta. Tais correlações são esperadas, uma vez que são variáveis bastante próximas.

31 TABELA 12: MATRIZ DE CORRELAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS DA IMPORTÂNCIA DOS FATORES DIVERSOS PARA A ESCOLHA DO Tamanho do Município Acesso a aeroportos Densidade e qualidade da malha rodoviária Proximidade geográfica com fornecedores de insumos SEU LOCAL DE INSTALAÇÃO Proximidade Proximidade Proximidade geográfica geográfica geográfica com com o com outras fornecedores mercado empresas de de serviços consumidor biotecnologia Proximidade geográfica com universidades e centros de estudo Disponibilidade de mão de obra especializada Tamanho do Município 1,00 0,71 0,59 0,35 0,32 0,20 0,43-0,10 0,06 0,20 0,41 0,36 Acesso a aeroportos 0,71 1,00 0,67 0,47 0,46 0,21 0,69 0,09 0,25 0,36 0,62 0,32 Custo da mão de obra Financiamento público Incentivos fiscais Densidade e qualidade da malha rodoviária Proximidade geográfica com fornecedores de insumos Proximidade geográfica com fornecedores de serviços Proximidade geográfica com o mercado consumidor Proximidade geográfica com outras empresas de biotecnologia Proximidade geográfica com universidades e centros de estudo Disponibilidade de mão de obra especializada 0,59 0,67 1,00 0,49 0,58 0,12 0,47-0,08 0,05 0,22 0,46 0,43 0,35 0,47 0,49 1,00 0,89 0,57 0,45 0,26 0,03 0,41 0,31 0,04 0,32 0,46 0,58 0,89 1,00 0,45 0,35 0,12 0,06 0,42 0,39 0,05 0,20 0,21 0,12 0,57 0,45 1,00 0,40 0,26 0,01 0,28-0,07-0,12 0,43 0,69 0,47 0,45 0,35 0,40 1,00 0,18 0,23 0,28 0,59 0,28-0,10 0,09-0,08 0,26 0,12 0,26 0,18 1,00 0,08-0,19-0,21-0,19 0,06 0,25 0,05 0,03 0,06 0,01 0,23 0,08 1,00 0,61 0,42 0,53 Custo da mão de obra 0,20 0,36 0,22 0,41 0,42 0,28 0,28-0,19 0,61 1,00 0,55 0,44 Financiamento público 0,41 0,62 0,46 0,31 0,39-0,07 0,59-0,21 0,42 0,55 1,00 0,46 Incentivos fiscais 0,36 0,32 0,43 0,04 0,05-0,12 0,28-0,19 0,53 0,44 0,46 1,00 Correlação média com as 0,32 0,44 0,36 0,39 0,37 0,21 0,39 0,02 0,21 0,32 0,36 0,24 demais variáveis Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas.

32 2.2 PRINCIPAIS ENTRAVES PARA O CRESCIMENTO Uma das questões feitas às empresas se relaciona aos entraves enfrentados para o crescimento. A Figura 7 mostra o nível de importância dado pelas empresas aos seguintes entraves: escassez de mão de obra, dificuldade de obtenção de insumos, infraestrutura, regulação ambiental, dificuldade de articulação com universidades, dificuldade de estabelecer cooperação com outras empresas, dificuldade de obtenção de certificações internacionais. Todos os fatores representam entraves importantes ou muito importantes para o desenvolvimento da maioria das empresas. No entanto, a escassez de mão de obra é um problema importante a ser superado pelo maior parte das empresas, enquanto a dificuldade de obtenção de certificações internacionais foi o entrave cuja importância foi pouca ou nenhuma para a maioria das empresas. FIGURA 7: CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS QUANTO À IMPORTÂNCIA DE FATORES DIVERSOS COMO ENTRAVE PARA SEU CRESCIMENTO 100% 90% 80% 70% 60% % 40% 30% 20% 10% % Escassez de mão de obra qualificada Dificuldade de obtenção de insumos Infraestrutura Regulação ambiental Dificuldade de articulação com universidades Dificuldade de estabelecer cooperação com outras empresas Dificuldade de obtenção de certificações internacionais Pouco importante ou Não é importante Importante ou Muito importante Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas.

33 Dentre as empresas que consideraram a escassez de mão de obra um entrave com algum grau de importância para o seu crescimento, dez apontaram a escassez de nível técnico, dez apontaram a escassez de doutores, dez apontaram a escassez de pessoas com nível superior e sete disseram que a escassez de mestres era um entrave ao seu crescimento. Algumas empresas especificaram que os profissionais disponíveis no mercado não possuem prática laboratorial, e que os formados em escolas privadas, de forma geral, não são suficientemente qualificados. Uma empresa argumentou ainda que os aqueles que estão se formando são pouco criativos, sendo preparados para copiar, em detrimento de inventar novos produtos e processos, o que dificulta a inovação. Os dados do Enade Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ratificam a reclamação das empresas de que os cursos relacionados à biotecnologia oferecidos pelas instituições privadas são de pior qualidade quando comparados aos ofertados pelas instituições públicas (Figura 8). O índice do Enade usado para medir a qualidade dos cursos superiores é o CPC Conceito Preliminar de Curso que é uma média entre diversas variáveis (Conceito Enade, o desempenho dos ingressantes no Enade, o Conceito IDD 2, e as variáveis de insumo - corpo docente, infraestrutura e programa pedagógico). 2 O Conceito IDD é uma padronização do Indicador de Diferença Entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) que tem o propósito de trazer às instituições informações comparativas dos desempenhos de seus estudantes concluintes em relação aos resultados obtidos, em média, pelas demais instituições cujos perfis de seus estudantes ingressantes são semelhantes.

34 FIGURA 8: CONCEITO PRELIMINAR DE CURSO CPC VALOR MÉDIO POR TIPO DE 5 INSTITUIÇÃO 4 4,03 3 2, Pública Privada Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do ENADE. A maioria dessas empresas (18), como mostra a Figura 9, forneceu treinamento com recursos próprios para suprir a escassez de mão de obra qualificada. Apenas três não adotaram nenhuma medida. A segunda medida mais comum foi a busca de apoio de instituição pública, dois exemplos dados foram a busca por bolsistas de pesquisa do CNPq e da FAPEMIG e a parceria com universidades para a criação de um mestrado profissional. Dentre as medidas mostradas na Figura 9, nove empresas adotaram mais de uma delas. FIGURA 9: MEDIDAS ADOTADAS PELAS EMPRESAS QUE CONSIDERAM A ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA UM ENTRAVE IMPORTANTE PARA O SEU CRESCIMENTO Forneceu treinamento com recursos próprios 18 Buscou ajuda de instituição pública 10 Importou mão de obra de outros estados brasileiros 5 Nenhuma medida foi adotada 3 Importou mão de obra de outro país Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas.

35 Quanto à indisponibilidade de insumos treze empresas marcaram ter como entrave a indisponibilidade de máquinas e equipamentos e treze marcaram matéria prima, como mostra a Figura 10. A Matéria prima inclui reagentes, produtos químicos em geral, material para embalagem, entre outros. Para lidar com esse tipo de entrave 17 empresas disseram ter importado insumos de outros estados e 17 disseram ter importado de outros países, sendo que, 10 dessas empresas marcaram as duas opções. Uma empresa alegou ainda ter cancelado contrato devido à indisponibilidade de insumos. FIGURA 10: TIPO DE INSUMOS CUJA ESCASSEZ TEM SIDO UM ENTRAVE IMPORTANTE PARA O CRESCIMENTO DAS EMPRESAS Serviços 7 Matéria prima 13 Máquinas e equipamentos Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas. Quanto aos fatores ligados à infraestrutura, o entrave mais comum é o acesso a aeroportos, citado por 13 empresas como mostra a Figura 11. Além dos fatores apresentados na Figura 11, foram citados como entraves o transporte público para funcionários (empresa instalada em Juatuba) e condições de transporte e estocagem de reagentes especiais (ex. câmara fria em aeroportos para tornar possível o tráfego de insumos, ou para não perder itens na alfândega).

36 FIGURA 11: ASPECTOS DE INFRAESTRUTURA QUE REPRESENTAM UM ENTRAVE IMPORTANTE PARA O CRESCIMENTO DAS EMPRESAS E O NÚMERO DE EMPRESAS QUE SELECIONOU CADA ASPECTO Telecomunicações 8 Densidade e qualidade da malha rodoviária 11 Acesso a aeroportos Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas. Por último, a Tabela 13 mostra o total de empresas instaladas em cada município que responderam ao questionário e o total de empresas que marcaram acesso a aeroporto, densidade e qualidade da malha rodoviária e telecomunicações como entraves ao seu crescimento. Como o número de empresas em cada município é muito pequeno, com exceção de Belo Horizonte, não é possível identificar se tais problemas de infraestrutura são típicos desses municípios. Pode-se observar, no entanto, que na região metropolitana de Belo Horizonte, que inclui Contagem e Itabira, o problema mais apontado pelas empresas foi o acesso a aeroportos. TABELA 13: NÚMERO DE EMPRESAS QUE SELECIONOU CADA ASPECTO DE INFRAESTRUTURA COMO ENTRAVE AO SEU CRESCIMENTO POR MUNICÍPIO Município Total de empresas que responderam o questionário Acesso a aeroportos Densidade e qualidade da malha rodoviária Telecomunicações Belo Horizonte Itajubá Viçosa Itabira Araguari Andradas Uberaba Barbacena

37 Cajuri Montes Claros Uberlândia Contagem Juatuba Varginha Total Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do questionário aplicado às empresas.

38 3. FORMAÇÃO PROFISSIONAL E A DEMANDA POR MÃO DE OBRA NO SETOR Como pôde ser visto no capítulo anterior, a escassez de mão de obra foi o entrave apontado como significativo para o maior número de empresas de biotecnologia, dentre aquelas que responderam ao questionário. De forma a conhecer melhor a oferta por mão de obra para essa atividade, neste capítulo selecionamos os principais cursos técnicos, de graduação e pós-graduação com foco na biotecnologia e fazemos um levantamento de sua oferta em Minas Gerais, comparando com o estado de São Paulo para os dois primeiros níveis de educação CURSOS TÉCNICOS A educação de nível técnico, cuja escassez foi apontada por 10 das 31 empresas que responderam ao questionário, é de enorme importância para o setor quando observa-se que mais da metade do pessoal ocupado possui o ensino médio completo e uma grande parte desses ocupa um cargo de atribuições técnicas. De forma a selecionar quais são os cursos técnicos de maior importância para o setor, optou-se em primeiro lugar por buscar apenas por aqueles relacionados à área de pesquisa e produção. Em seguida, através do Catálogo de Cursos Técnicos do Ministério da Educação MEC, foram analisados os temas possivelmente abordados na formação e as possibilidades de atuação de cada um dos cursos técnicos da lista. Posteriormente, foram selecionados aqueles com maior afinidade com a área e as empresas de Biotecnologia. Os cursos foram divididos em 2 grupos: o primeiro relativo aos cursos que apresentaram uma afinidade direta com a área de produção e pesquisa e

39 desenvolvimento em Biotecnologia, e, o segundo, relativo a aqueles afins que apresentaram um caráter de apoio à atividade. Uma vez selecionados os cursos, foram extraídas da base de dados do Censo Escolar informações sobre o número de turmas e matrículas em Minas Gerais e em São Paulo nesses cursos. Os resultados podem ser observados na Tabela 14 e Tabela 15 abaixo. TABELA 14: NÚMERO DE TURMAS E NÚMERO DE MATRÍCULAS NOS CURSOS TÉCNICOS RELACIONADOS MAIS DIRETAMENTE À BIOTECNOLOGIA MG SP Cursos Técnicos Número de Turmas Número de Matrículas Número de Turmas Número de Matrículas Análises Clínicas Biotecnologia Citopatologia Total Fonte: Elaboração própria a partir do dados do Censo Escolar. TABELA 15: NÚMERO DE TURMAS E NÚMERO DE MATRÍCULAS NOS CURSOS TÉCNICOS DE ÁREAS AFINS À BIOTECNOLOGIA MG SP Cursos Técnicos Número de Turmas Número de Matrículas Número de Turmas Número de Matrículas Equipamentos Biomédicos Farmácia Hemoterapia Análises Químicas Química Alimentos Controle Ambiental Agricultura Agropecuária Florestas Zootecnia Total Fonte: Elaboração própria a partir do dados do Censo Escolar.

40 Dentre os cursos diretamente relacionados com a Biotecnologia, Minas Gerais sai um pouco à frente do estado de São Paulo em número de matrículas, apesar de ter menos turmas. Já nos cursos afins, o estado mineiro não possui nem metade do número de turmas e número de matrículas do estado paulista. Por outro lado, os cursos técnicos específicos de Biotecnologia, ainda em pequeno número em Minas Gerais e ausentes no Estado de São Paulo, são relativamente recentes e mostram o surgimento de uma demanda de qualificação específica para o setor. Quanto à localização desses cursos, os cursos técnicos de análises clínicas estão bastante concentrados na Região Metropolitana de Belo Horizonte e no Triângulo Mineiro, como pode ser visto na Tabela 16. Já os cursos de Biotecnologia estão todos no município de Belo Horizonte. TABELA 16: LOCALIZAÇÃO DAS TURMAS DO CURSO TÉCNICO DE ANÁLISES CLÍNICAS EM MG Mesorregião Número de turmas Campo das Vertentes 2 Central Mineira 1 Metropolitana de Belo Horizonte 38 Noroeste de Minas 1 Norte de Minas 9 Oeste de Minas 3 Sul e Sudoeste de Minas 3 Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba 17 Vale do Mucuri 6 Vale do Rio Doce 8 Zona da Mata 5 Total 93 Fonte: Elaboração própria a partir do dados do Censo Escolar. Os cursos afins estão presentes com maior frequência nas diversas regiões embora também estejam em maior número no Triângulo e Região Metropolitana. O que chamou mais atenção, no entanto, foi o reduzido número de cursos técnicos ligado à Biotecnologia na mesorregião da Zona da Mata, onde encontra-se o município de Viçosa, um dos polos de Biotecnologia do

41 Estado. Nessa região, como afirmaram algumas das empresas no questionário, a escassez de mão de obra técnica para o setor parece mais acentuada GRADUAÇÃO Para os três maiores níveis de escolaridade (doutorado, mestrado e graduação) é possível apontar - através dos dados da amostra do Censo Demográfico - qual a formação das pessoas por ocupação. Para realizar o cruzamento das bases de dados do Censo e da RAIS, considerou-se os dados dos funcionários que na RAIS foram declarados possuir um dos três maiores níveis de escolaridade. Esses dados foram cruzados com aqueles disponíveis na amostra do Censo Demográfico de modo que, dada a ocupação descrita na RAIS, essa ocupação foi "capturada" no Censo e na mesma linha foi verificado qual curso de doutorado a pessoa na amostra cursou. A pessoa na amostra representa uma determinada quantidade de pessoas na população dada pelos parâmetros estatísticos de ponderação estabelecidos pela pesquisa do IBGE. Evidentemente não é possível dizer que o número de pessoas dado por essa ponderação é o número de pessoas exato no cruzamento dos cursos com as ocupações, pois os dados do censo são amostrais e da RAIS são censitários no setor formal do mercado de trabalho. Dessa forma só é possível dizer quais os cursos mais cursados pelas pessoas que estão em determinada ocupação nas empresas classificadas pelo MDIC como de biotecnologia e que constavam da base da RAIS. Desse cruzamento foi possível extrair a lista de possíveis cursos superiores demandados pelo setor de biotecnologia em Minas e em São Paulo. Em Minas Gerais esses cursos são: saúde (cursos gerais); ciências da educação; odontologia; ciência da terra; engenharia e profissões de engenharia (cursos gerais); processamento de alimentos; química e engenharia de processos; gerenciamento e administração; contabilidade e tributação; farmácia; formação de professores com especialização em matérias específicas; formação de professores de disciplinas profissionais; ciência da

42 computação; eletrônica e automação; processamento da informação; tecnologias de diagnóstico e tratamento médico. Em São Paulo esses cursos são: direito; formação de professores de disciplinas profissionais; saúde (cursos gerais); ciências da educação; odontologia; ciência da computação; gerenciamento e administração; processamento da informação; eletricidade e energia; proteção ambiental; engenharia civil e de construção; engenharia e profissões de engenharia (cursos gerais); proteção ambiental (cursos gerais); engenharia mecânica e metalurgia; processamento de alimentos; química e engenharia de processos; biologia e bioquímica; marketing e publicidade; terapia e reabilitação; serviços de beleza; formação de professores de disciplinas profissionais; eletrônica e automação; tecnologias de diagnóstico e tratamento médico. Fazendo a compatibilização dessas listas e excluindo os cursos menos ligados à produção em si, como os cursos gerencias, cursos de direito, entre outros, chegou-se aos seguintes cursos apresentados na Tabela 17 e na Tabela 18 com os respectivos números de concluintes em Minas Gerais e em São Paulo por microrregião. Na área de TI, tecnologias de informação estão agregados os cursos de: ciência da computação, análise de sistemas, informática, redes de computadores e sistemas de informação. No estado de São Paulo estão junto os cursos de Informática Biomédica e Sistemas Biomédicos. Ainda, não incluídos nas tabelas existe um cursos com nome de ciências agrárias em Piracicaba, o qual graduou 12 pessoas no ano de TABELA 17: NÚMERO DE CONCLUINTES NOS CURSOS DA ÁREA DE BIOTECNOLOGIA NAS MICRORREGIÕES DE MINAS GERAIS ONDE AS EMPRESAS DA ÁREA ESTAVAM LOCALIZADAS EM 2011 Alimentos Bioquímica Biotecnologia Ciências biológicas Engenharias Farmácia Belo Horizonte Itabira Montes Claros

43 Poços de Caldas Uberaba Uberlândia Varginha Viçosa Total (continua...) Física Matemática Química Química ambiental Sistemas biomédicos Belo Horizonte Itabira Montes Claros Poços de Caldas Uberaba Uberlândia Varginha Viçosa Total Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2011) e Censo Demográfico. (fim.) TI Total TABELA 18: NÚMERO DE CONCLUINTES NOS CURSOS DA ÁREA DE BIOTECNOLOGIA NAS MICRORREGIÕES DE SÃO PAULO ONDE AS EMPRESAS DA ÁREA ESTAVAM LOCALIZADAS EM 2011 Alimentos Biotecnologia Ciências Ciências da biológicas natureza Engenharias Farmácia Araraquara Assis Bauru Campinas Piracicaba Ribeirão Preto São Paulo Total Física Matemática Química Química ambiental Sistemas biomédicos TI (continua...) Araraquara Assis Bauru Campinas Piracicaba Ribeirão Preto São Paulo Total Total Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Rais (2011) e Censo Demográfico (fim.)

44 Observa-se mais uma vez que o número total de concluintes em São Paulo é muito superior ao de Minas Gerais. Em ambos os Estados há uma concentração expressiva dos concluintes na microrregião da capital. De forma geral, não se pode tirar conclusões a respeito da adequabilidade da oferta desses cursos no Estado mineiro uma vez que não foi possível auferir a demanda por essas formações, que são necessárias não apenas no setor de Biotecnologia mais em diversos outros setores PÓS-GRADUAÇÃO Quanto aos cursos de pós-graduação, através da base de dados da Capes que fornece a lista dos cursos de mestrado e doutorado no Brasil, extraímos os cursos do estado de Minas e analisamos o currículo de cada um deles. Foram considerados todos aqueles que apresentaram, ao menos, uma disciplina cujo escopo compreendesse o ensino de algum processo biotecnológico. Foram encontrados diversos cursos de mestrado e doutorado em áreas diferentes que se enquadraram no critério utilizado. Entretanto, poucos deles tinham seu foco na biotecnologia em si, que foi o caso do cursos de mestrado e doutorado em Biotecnologia e Genética. Ao todo foram encontrados 95 cursos divididos entre as áreas apresentadas na Tabela 19. O maior número de cursos, como podemos observar, estão na área de ciências agrárias. Por outro lado, os cursos da área de ciências biológicas são, em média, ligeiramente melhor avaliados. TABELA 19: NÚMERO DE CURSOS DE MESTRADO E DOUTORADO E NOTA MÉDIA DA CAPES POR GRANDE ÁREA Grande Área Número de cursos Nota média Capes Ciências Agrárias 42 4,5 Ciências Biológicas 22 4,6 Ciências da Saúde 14 3,5 Engenharias 8 3,6

45 Multidisciplinar 6 3,8 Ciências Exatas e da Terra 3 4 Elaboração própria a partir do dados da Capes. A Tabela 20 mostra os cursos por município. Como esperado, os municípios de Belo Horizonte, Viçosa e Uberlândia estão entre aqueles com mais cursos de mestrado e doutorado relacionados à biotecnologia. Uma surpresa é o município de Lavras, que embora tenha sua universidade reconhecida na área de ciências agrária e com 17 cursos relacionados à biotecnologia, não possui nenhuma empresa de biotecnologia documentada nas fontes pesquisadas para este estudo. O município de Belo Horizonte concentra seus cursos na áreas de ciências biológicas já o de Viçosa na área de ciências agrárias, o que está correlacionado com as áreas das empresas biotecnologias dessas regiões. TABELA 20: NÚMERO DE CURSOS DE MESTRADO E DOUTORADO POR GRANDE ÁREA E MUNICÍPIO Ciências Agrárias Ciências Biológicas Ciências da Saúde Multidisciplinar Engenharias Ciências Exatas e da Terra Total Lavras Belo Horizonte Viçosa Uberlândia Alfenas São João Del Rei Montes Claros Ouro Preto Diamantina Uberaba Juiz de Fora Itajubá Governador Valadares Elaboração própria a partir do dados da Capes. Por fim, a nota média dos cursos por município confirma a excelência da pós graduação nas áreas relacionadas à biotecnologia no municípios de Belo Horizonte e Viçosa, como pode ser visto na Tabela 21.

46 TABELA 21: NOTA MÉDIA CAPES DOS CURSOS DE MESTRADO E DOUTORADO RELACIONADOS À BIOTECNOLOGIA POR MUNICÍPIO Município Nota Média Capes Viçosa 5,1 Belo Horizonte 5,1 Lavras 4,8 Ouro Preto 4,4 Uberlândia 4,0 Juiz de Fora 3,8 Uberaba 3,6 Itajubá 3,3 São João Del Rei 3,2 Montes Claros 3,2 Alfenas 3,2 Diamantina 3,0 Governador Valadares 3,0 Elaboração própria a partir dos dados da Capes.

47 4. OS FUNDOS DE FINANCIAMENTO PARA O SETOR DE BIOTECNOLOGIA NO BRASIL E NO ESTADO DE MINAS GERAIS O desenvolvimento das atividades biotecnológicas percorre uma longa trajetória, desde a concepção da ideia até a comercialização do produto final. Essa trajetória e o conjunto de estágios que nela estão inseridos costumam totalizar de dez a quinze anos até sua conclusão. Tempo que vale tanto para o desenvolvimento de novos medicamentos ou novas variedades vegetais (FREITAS; ANDRADE; LOPES, 2013). Diante do elevado prazo de maturação dos investimentos em biotecnologia, seu alto custo e o risco inerente da atividade, o sucesso no seu desenvolvimento depende de um sólido e diversificado sistema de financiamento. Nos países desenvolvidos observa-se uma diversidade de opções de financiamento às pesquisas biotecnológicas favorecendo o desenvolvimento e a comercialização desses produtos de alto valor agregado. As principais opções encontradas são: o financiamento público a partir de programas em áreas de energia, saúde, agropecuária e meio ambiente; financiamento privado, com investidores angels 3, fundos de venture capital 4, abertura de capital acionário dentre outros (FREITAS; ANDRADE; LOPES, 2013). No entanto, mesmo nos mercados desenvolvidos, o governo é responsável por boa parte dos fundos, principalmente através de universidades e centros de pesquisa. Isso ocorre devido ao caráter de quase bem público da pesquisa 3 Um investidor angel é uma pessoa física ou uma empresa disposta a investir em outras empresas que, estando a iniciar suas atividades empresariais (startups), não contam com o aporte financeiro necessário. Este investidor vislumbra retorno econômico e aporta os recursos para lançar o empreendimento e está disposto a correr riscos, enquanto aguarda ganhos financeiros com o crescimento da empresa. 4 Venture Capital é a classificação que o capital de risco recebe. É usada quando o investimento em empresas em estágio inicial, com potencial de geração de receitas e lucros ainda incerto, e possivelmente dependente de um produto, tecnologia ou mercado que não tenha sido inteiramente testado como proposição de negócios. Neste investimento o risco é bem maior, pois trata-se de algo novo.

48 científica. Por outro lado, diante da dificuldade de financiamento público à pesquisa em alguns países desenvolvidos, novas formas de compartilhamento de custos e riscos entre os setores público e privado têm surgido, caracterizando um sistema híbrido de financiamento (TASSEY, 2005). Na contramão da tendência mundial de financiamento público-privado, nos países emergentes como Brasil, China e Índia parece haver um crescimento do investimento público em biotecnologias (LELE, 2003). No caso brasileiro, as bases de ciência e tecnologia são constituídas pelo CNPq e Capes (criados na década de 1950) ao lado da Finep e MCT (criados nas décadas de 1960 e 1980, respectivamente). Apoiadas nessa base, desde a década de 1970, foram implantadas diversas iniciativas de apoio à pesquisa e inovação que tiveram ação direta nas atividades biotecnológicas (FREITAS; ANDRADE; LOPES, 2013). A Tabela 2222 mostra um resumo dos programas federais que tiveram grande importância para esse setor no período. TABELA 22: BRASIL: PRINCIPAIS PROGRAMAS DE APOIO À BIOTECNOLOGIA Período Programa/Instituição Principal atividade desenvolvida Impactos nos setores científicos e Década de 1970 industriais CNPq e Finep Usuários das técnicas das biotecnologias tradicionais PADCT 1 Apoio ao desenvolvimento científico e - fase 1 tecnológico RHQE 2 Recursos humanos para atividades (MCT/CNPq) estratégicas Apoio ao desenvolvimento científico e PADCT - fase 2 tecnológico Apoio ao desenvolvimento científico e PADCT - fase 3 tecnológico 3 Biotecnologia e recursos genéticos 2000-presente PPA (Genoma) Fundo Setorial de Biotecnologia (CT Fundos setoriais Biotec) Fonte: Adaptado de Assad e Aucélio (2004) apud Freitas, Andrade e Lopes, Notas: 1 Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2 Programa de Apoio à Capacitação de Recursos Humanos em Biotecnologia e demais áreas estratégicas. 3 Plano Plurianual. Obs.: Ao final da década de 1990, o RHQE foi remodelado e passou a ter seu foco em áreas de tecnologia industrial básica, não especificando apoio a temas específicos como a biotecnologia, desenvolvimento de materiais ou mesmo ramos da química fina.

49 De acordo com o BNDES (2010), na década de 1970 o esforço de inovação estava muito mais ligado à formação de recursos humanos e à pesquisa em universidades. A criação dos primeiros fundos setoriais, em 1999, trouxe uma mudança no arcabouço institucional de fomento à inovação ao tornar direta a vinculação entre a arrecadação e a política de ciência, tecnologia e inovação. Além disso, a criação dos Fundos Setoriais de Biotecnologia (CT Biotec), Energia (CT Energia) e Saúde (CT Saúde) foi muito importante para a consolidação do fomento às atividades biotecnológicas. Os fundos setoriais, além disso, já nasceram tendo como proposta estimular a interação entre as universidades e o setor produtivo de forma a aplicar o conhecimento científico no mercado, gerando inovação (BNDES, 2010). Duas mudanças legais recentes foram igualmente importantes para o apoio à inovação no Brasil: a Lei de Inovação e a Lei do Bem. Enquanto a primeira legalizou a aplicação de recursos públicos não reembolsáveis diretamente em empresas, compartilhando com as mesmas os elevados custos e riscos inerentes às atividades de P&D, a segunda possibilitou a dedução dos gastos com P&D do imposto de renda (BNDES, 2010). Atualmente, as maiores fontes nacionais de financiamento público para o setor de biotecnologia são ainda a Finep, o CNPq, a Capes e o MCT (com os fundos setoriais de CT&I) ao lado do BNDES, cujos programas e ações serão tratados de forma mais detalhada no item desta seção. Apesar do crescimento do apoio público às atividades biotecnológicas nos últimos anos, de acordo com um estudo da BIOMINAS (2004), no ano de 2004, as questões financeiras ainda eram o fator mais difícil para 14% das empresas. Outro estudo realizado por Rezaie et. al. (2008), constatou que apesar de as empresas de biotecnologia reconhecerem os esforços públicos para apoiar as atividades de P&D no setor, existem críticas quanto ao funcionamento dos programas e instituições de apoio. Dentre os pontos negativos apontados estão a impossibilidade de se financiar pela Finep qualquer trabalho conduzido fora do país, ainda que as qualificações desejadas não estejam disponíveis no Brasil; o fato de que as empresas precisam da permissão da Finep para patentear tecnologias cujo desenvolvimento foi parcialmente financiado pela

50 mesma; viés na seleção de projetos pela Finep, que favorece aqueles que geram publicação em detrimento de projetos para o desenvolvimento de produtos. No caso do BNDES, Zylberg (2012) argumenta que apesar de esta ser a maior fonte de financiamento reembolsável do país, provendo às companhias financiamentos em termos favoráveis quando comparados aos termos oferecidos por bancos comerciais, a contrapartida requerida para este tipo de financiamento o torna inviável para a maioria das micro e pequenas empresas. Tal dificuldade é reafirmada pela Kihara e Soares (2011), segundo a qual o impacto desta limitação tende a se agravar à medida que as empresas avançam nos estágios de desenvolvimento de seus produtos e começam a demandar recursos para investimento em infraestrutura, capital de giro, marketing e vendas (KIHARA, E.; SOARES, 2011; p.22). Outra limitação ao financiamento à biotecnologia no Brasil é a escassez de investidores privados (KIHARA, E.; SOARES, 2011; RAZAEIE, 2008; ZYLBERG, 2012). O modelo norte-americano de financiamento às atividades biotecnológicas, caso de sucesso replicado em diversos países, consiste em rodadas de investimento de venture capital, seguidas de abertura de capital (IPO Initial Public Offering) (KIHARA, E.; SOARES, 2011). De acordo com a Biominas (2011) a dificuldade de implantação desse modelo no Brasil reside: (1) na inexistência de uma indústria de venture capital expressiva e consciente do longo ciclo de investimento e retorno característicos das atividades biotecnológicas; (2) na inexistência de um mercado de capital suficientemente desenvolvido. Outras barreiras apontadas por Razaie (2008) são: (1) a aversão ao risco da maioria dos investidores brasileiros de venture capital; (2) potenciais complicações legais a investidores angels que, em alguns casos podem ser processados pelas firmas nas quais investem; (3) o desempenho positivo do mercado financeiro brasileiro e a taxa de juros brasileira que tem sido mantida em patamares elevados nas últimas duas décadas.

51 Diante das várias barreiras ao desenvolvimento do financiamento privado para o setor no Brasil, ao menos no curto prazo, até que haja condições para o estabelecimento de fundos privados, o setor público mantém sua importância indiscutível para o crescimento e desenvolvimento das atividades biotecnológicas. Por outro lado, a alocação dos recursos públicos de forma eficiente também é essencial para uma política de sucesso. É nesse sentido que se pretende caracterizar, a seguir, os programas de financiamento no Brasil e analisar a participação de Minas Gerais nesses programas bem como a atuação das fontes de financiamento próprias do estado ANÁLISE DOS FUNDOS DE FINANCIAMENTO NO BRASIL EM MINAS GERAIS As principais fontes de financiamento nacionais para o setor de biotecnologia são: MCT Ministério da Ciência e Tecnologia, Fundos Setoriais. Finep BNDES Capes CNPq Os principais financiadores mineiros são: Fapemig BDMG MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (MCTI)

52 O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), após a incorporação das duas mais importantes agências de fomento do país Finep e CNPq passou a ser o coordenador dos programas e ações consolidadores da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Essa política tem como objetivo transformar a CT&I em um componente estratégico do desenvolvimento econômico e social do Brasil (MCTI, 2013). Uma ferramenta importante do MCTI são os Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia que constituem um mecanismo de estímulo ao fortalecimento do sistema de CT&I nacional. Os Fundos têm como objetivo garantir a ampliação e a estabilidade do financiamento para a área e o estabelecimento de estratégias de longo prazo. Encontram-se atualmente em operação catorze fundos cujos temas são: Petróleo e Gás Natural; Energia; Recursos Hídricos; Transportes; Mineração; Espacial; Tecnologia da Informação; Infraestrutura; Saúde; Agronegócio, Verde-Amarelo; Biotecnologia; Setor Aeronáutico; e Telecomunicações (MCTI, 2013). O Fundo Setorial de Biotecnologia (CT-Bio) tem como foco formar e capacitar recursos humanas para este setor fortalecendo a infraestrutura nacional de pesquisas e expandindo a base de conhecimento para, dessa forma, estimular a formação de empresas de base biotecnológica e, também, a transferência de tecnologias para empresas consolidadas (Finep, 2013). Observando as chamadas públicas para o CT-Bio, verifica-se que a maior parte delas é executada pelo CNPq. Apenas uma chamada vertical (financiada por apenas um fundo setorial) foi executada pela Finep desde que o fundo foi criado. Dentre as chamadas transversais (financiada por dois ou mais fundos) com participação do fundo de biotecnologia duas foram executadas pela FINEP. Como mostra um estudo do IPEA (2013), os projetos de biotecnologia, por serem multidisciplinares e aplicáveis a áreas diversas, receberam entre 2003 e 2008 um volume muito maior recursos de outros fundos setoriais que do próprio CT-Bio. O valor contratado total em projetos de biotecnologia pelo CT- Bio chega a ser menos da metade do valor contratado pelos demais Fundos. Os valores anuais contratados podem ser observados na Tabela 2323, onde

53 PC refere-se a projetos complementares que são aqueles projetos de biotecnologia contratado por outro fundo que não o CT-Bio. TABELA 23: VALOR ANUAL CONTRATADO EM PROJETOS COMPLEMENTARES DE BIOTECNOLOGIA E PELOS FUNDOS SETORIAIS CT-Bio PC Valor contratado (R$) % no total dos fundos setoriais Valor contratado (R$) % no total dos fundos setoriais , , , , , , , , , , , , , , ,31 Fonte: IPEA (2013). Pode-se observar também na Tabela 2323 que o valor contratado varia bastante de um ano para outro. Na Tabela 2424 estão os projetos contratados por tipo de instituição. Percebe-se uma predominância das universidades públicas - federal e estadual - enquanto as universidades privadas, o terceiro setor e os institutos privados representam apenas 4% dos projetos contratados pelo CT-Bio e 1,4% dos PCs. TABELA 24: PROJETOS CONTRATADOS POR TIPO DE INSTITUIÇÃO Tipo de instituição CT-Bio PC Projetos % no total Projetos % no total Universidade federal ,3 Universidade estadual ,4 Empresa, fundação, hospital ou instituto público ,2 Fonte: IPEA (2013). Universidade privada ,2 Instituto privado ,4 Terceiro setor ,9 Associação privada ,4 Total

54 A Tabela 2525 mostra o número de projetos contratados com participação de empresas dentro do total de projetos. O percentual é pequeno, no entanto, no caso dos PCs é quase o dobro do CT-Bio. E ambos estão abaixo do percentual médio de todos os projetos contratados pelos fundos setoriais. TABELA 25: PROJETOS DE BIOTECNOLOGIA COM EMPRESAS CONTRATADOS PELOS Fundo FUNDOS SETORIAIS Projetos Total de projetos com empresa % de projetos com empresa CT-Bio ,8 PC ,9 Fundos setoriais ,4 Fonte: IPEA (2013). A Tabela 2626 mostra o total de projetos de biotecnologia contratados pelas dez UFs com maior número de projetos contratados, Minas Gerais é o terceiro estado com maior número de projetos de biotecnologia contratados na categoria PC e o quarto estado pelo CT-Bio. TABELA 26: NÚMERO DE PROJETOS DE BIOTECNOLOGIA CONTRATADOS POR UF UF Total PC % total PC Total CT-Bio % total CT-Bio SP RJ MG DF RS AM PE PR CE SC Fonte: Adaptado de IPEA (2013).

55 Tomando como base o número de grupos de pesquisa, o IPEA (2013) calcula o valor contratado esperado em cada estado caso a distribuição do valor contratado total siga a mesma proporção da divisão dos grupos de pesquisa. A Tabela 2727 mostra os valores efetivamente contratados e os valores esperados para os estados do Sudeste. Percebe-se que em Minas Gerais o valor esperado é 2,5 vezes maior que o contratado. TABELA 27: VALORES EFETIVAMENTE CONTRATADOS E VALORES CONTRATADOS ESPERADOS PELOS FUNDOS SETORIAIS EM PROJETOS DE BIOTECNOLOGIA NOS ESTADOS DO SUDESTE BRASILEIRO UF Valores contratados (A) Valores contratados: esperado (B) ES MG RJ SP Fonte: Adaptado de IPEA (2013). De acordo com o IPEA (2013, p. 60), este resultado pode estar correlacionado aos diferentes expertises dos grupos de pesquisa entre os estados brasileiros, aos distintos níveis de complexidade e custo dos projetos de pesquisa entre as UFs, ou mesmo à heterogênea capacidade de atração de recursos dentre as várias instituições demandantes FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS (FINEP) A Finep é responsável por promover e financiar a inovação e a pesquisa científica e tecnológica em empresas, universidades, institutos tecnológicos, centros de pesquisa e outras instituições públicas ou privadas, mobilizando recursos financeiros e integrando instrumentos para o desenvolvimento econômico e social do país (Finep, 2013).

56 A Finep, além de ser uma das executoras dos fundos setoriais incluindo o Fundo Setorial de Biotecnologia, utiliza-se de programas que abrangem as seguintes linhas de ação: apoio à inovação em empresas; apoio às Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs); apoio à cooperação entre empresas e ICTs; outras ações (Prêmio Finep de Inovação, Patrocínios, Parques Tecnológicos e Cooperação Internacional). A Finep opera seus programas por meio de apoio financeiro reembolsável e não reembolsável: Financiamento não reembolsável (subdividido em duas modalidades): (1) apoio financeiro concedido a instituições públicas ou organizações privadas sem fins lucrativos; (2) subvenção econômica que consiste na aplicação de recursos públicos não reembolsáveis diretamente em empresas. Financiamento reembolsável: crédito direcionado a projetos de PD&I em instituições que tenham capacidade de desenvolver os projetos e de pagamento do crédito recebido. Analisando o número total de projetos contratados pela Finep por UF entre 2007 e 2011, na Tabela 2828, observa-se que Minas Gerais, em média, ocupa o quarto lugar dentre os estados com maior participação no total de projetos contratados. Além disso, parece haver uma tendência de queda da participação do estado no total dos projetos contratados entre 2009 e Outro fato que chama atenção é a queda de quase 50% no número de projetos contratados pela Finep em todo o Brasil entre 2010 e TABELA 28: NÚMERO DE PROJETOS CONTRATADOS PELA FINEP ENTRE 2007 E 2011 POR UF UF 2007 % 2008 % 2009 % 2010 % 2011 % Média SP % % % % % 25,68% RJ % % % % 56 14% 15,08% RS 76 9% 72 11% 65 10% 80 10% 65 16% 11,26% MG 68 8% 41 6% 63 10% 71 9% 25 6% 7,89% SC 56 7% 49 7% 47 7% 49 6% 29 7% 6,98%

57 PR 48 6% 28 4% 43 7% 43 5% 32 8% 6,02% PE 34 4% 38 6% 20 3% 35 4% 11 3% 4,03% BA 27 3% 24 4% 19 3% 24 3% 9 2% 3,03% CE 21 3% 19 3% 20 3% 21 3% 13 3% 2,88% DF 19 2% 22 3% 17 3% 23 3% 9 2% 2,68% AM 34 4% 18 3% 13 2% 15 2% 8 2% 2,56% RN 13 2% 15 2% 7 1% 18 2% 5 1% 1,69% PB 11 1% 18 3% 6 1% 12 1% 5 1% 1,55% GO 11 1% 8 1% 7 1% 12 1% 8 2% 1,42% PA 8 1% 8 1% 7 1% 16 2% 7 2% 1,40% MS 9 1% 3 0% 6 1% 10 1% 4 1% 0,95% AL 4 0% 9 1% 3 0% 10 1% 3 1% 0,86% MT 3 0% 4 1% 2 0% 9 1% 3 1% 0,63% MA 3 0% 6 1% 6 1% 5 1% 1 0% 0,62% ES 6 1% 3 0% 3 0% 7 1% 2 0% 0,61% RO 4 0% 3 0% 5 1% 2 0% 2 0% 0,49% SE 4 0% 5 1% 3 0% 5 1% 0 0% 0,47% PI 3 0% 2 0% 3 0% 4 0% 0 0% 0,33% TO 2 0% 3 0% 1 0% 6 1% 0 0% 0,32% RR 2 0% 3 0% 2 0% 1 0% 1 0% 0,28% AC 1 0% 3 0% 0 0% 2 0% 0 0% 0,17% AP 1 0% 1 0% 2 0% 0 0% 1 0% 0,17% TOTAL % % % % % 100% Fonte: Elaboração própria a partir do dados da Finep. Na Tabela 29, que mostra o número de projetos de biotecnologia contratados pela Finep em Minas Gerais e sua participação no valor total de projetos, percebe-se entre 2008 e 2011, um crescimento da participação da biotecnologia no total dos projetos contratados em Minas que chega a 20% de todos os projetos em Neste ano a queda do número de projetos de biotecnologia foi percentualmente menor que a queda do total de projetos contratados.

58 TABELA 29: NÚMERO DE PROJETOS CONTRATADOS PELA FINEP EXECUTADOS POR EMPRESAS DE MINAS GERAIS NA ÁREA DE BIOTECNOLOGIA E O NÚMERO TOTAL ENTRE 2007 E % 90% 80% 70% 60% 50% % 30% 20% 10% 0% Biotecnologia Outros Fonte: Elaboração própria a partir do dados da Finep. Foi possível observar ainda que a grande maioria (82%) dos projetos de biotecnologia contratados pela Finep em Minas Gerais entre 2007 e 2011 eram não reembolsáveis. E ainda, ao contrário da precária participação de empresas nos projetos dos fundos setoriais, na Finep, em Minas Gerais, 74% dos projetos tiveram como executoras instituições privadas e apenas 26% instituições públicas. Por outro lado, as parcerias público-privadas foram pouco expressivas entre os projetos de biotecnologia contratados pela Finep em Minas Gerais: três projetos foram de parceria público-privada (7,8%), dois deles foram de editais que exigiam a cooperação entre ICTs e empresas e o segundo foi de uma encomenda vertical de projeto de pesquisa. TABELA 30: NÚMERO DE PROJETOS CONTRATADOS PELA FINEP EXECUTADOS POR EMPRESAS DE MINAS GERAIS POR TIPO DE DEMANDA ENTRE 2007 E 2011 Demanda Nº de projetos contratados Percentual Subvenção Econômica 20 53% Demanda Espontânea 4 11% Programa Juro Zero 3 8% PROINFRA 2 5%

59 Encomenda Vertical de Projeto de Pesquisa 2 5% Cooperação ICTs Empresas 2 5% PROMOPETRO 1 3% Encomenda Programa Primeira Empresa Inovadora 1 3% Eventos Excepcionalidades 1 3% Rede GENOPROT 1 3% Encomenda Transversal Projetos de Pesquisa 1 3% Total % Fonte: Elaboração própria a partir do dados da Finep. Tais características podem ser explicadas pelo tipo de demanda mais frequente dos projetos contratados em Minas Gerais como mostra a Tabela A subvenção econômica, que visa a transferência de recursos para empresas, respondeu por mais de 50% dos projetos contratados. As instituições que tiveram mais de um projeto contratado pela Finep entre 2007 e 2011 estão na Tabela Dentre elas estão duas instituições de ensino públicas, uma empresa pública e cinco empresas privadas. TABELA 31: INSTITUIÇÕES/ EMPRESAS COM MAIS DE UM PROJETO CONTRATADO PELA FINEP ENTRE 2007 E 2011 Instituição/Empresa Nº de projetos Geociclo Biotecnologia S/A 3 Gct Global Ciência & Tecnologia Ltda 3 Universidade Federal De Viçosa 3 Biocod Tecnologia 2 Katal Biotecnológica Indústria E Comércio Ltda 2 Empresa De Pesquisa Agropecuária De Minas Gerais 2 Labtest Diagnóstica S.A. 2 UFMG- Instituto De Ciências Biológicas 2 Fonte: Elaboração própria a partir do dados da Finep. As características dos projetos contratados em Minas não diferem muito das encontradas no estado de São Paulo. Dentre as diferenças sutis, tem-se que uma porcentagem um pouco maior dos projetos contratados são do tipo Subvenção (61%) e os projetos não reembolsáveis representam 90% dos projetos contratados por São Paulo. A maior diferença está no valor médio dos

60 projetos contratados nos dois estados. Considerando o período de 2007 a 2011, os projetos contratados em São Paulo têm uma média de quase um milhão de reais a mais, como mostra a Tabela TABELA 32: COMPARAÇÃO ENTRE MG E SP DO NÚMERO DE PROJETOS CONTRATADOS NA FINEP ENTRE 2007 E 2011 E OS VALORES MÉDIO E TOTAL DOS PROJETOS UF Nº de projetos Valor total Valor médio por projeto MG 38 R$ ,24 R$ ,30 SP 99 R$ ,26 R$ ,10 Fonte: Elaboração própria a partir do dados da Finep. Essa diferença pode estar ligada ao fato de que o valor financiável por projeto de subvenção está ligado ao faturamento anual da empresa. Como as empresas do estado de São Paulo são, em média, maiores que as do estado de Minas Gerais, as primeiras devem ser capazes de contratar um maior volume de recursos em seus projetos PROGRAMA INOVAR Outro programa de financiamento da Finep que vale destacar é o Inovar, criado em 1999 em parceria com o Fumin/BID cujo objetivo é, através de um programa de venture capital, apoiar as empresas inovadoras. O projeto Inovar criou a Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP), realizou parceria com fundos de pensão e agentes de fomento para o investimento em fundos e ainda organizou diversos fóruns visando a aproximação entre empresas e investidores. Na segunda etapa do programa (Inovar II), em 2008, foram promovidas ações para consolidar a indústria de venture capital e private equity 5, e contribuir para a estruturação de uma 5 Private equity: atividade financeira realizada baseada no investimento em empresas não são listadas em bolsa de valores, com o objetivo de alavancar seu crescimento.

61 indústria de seed capital 6 no Brasil. Já foram aprovados pela Finep 18 fundos de venture capital e private equity. Com essas ações de investimento, a Finep aprovou 26 fundos, dos quais 19 estão em operação, cinco em fase de captação e um fundo completamente desinvestido em 2008 (Finep, 2013). Ao todo, a Finep efetuou investimentos em pouco mais de 80 empresas inovadoras. Dentre as empresas investidas quatro são de biotecnologia, sendo três mineiras: Excegen (Belo Horizonte), Bioexton (Uberaba) e Biocancer (Belo Horizonte). A quarta empresa de biotecnologia, paulistana, foi a SuperBAC (Finep, 2013) CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPQ) O CNPq é uma agência do MCT que tem como objetivo o fomento da pesquisa científica e tecnológica e a formação de recursos humanos para a pesquisa no país. As bolsas concedidas pelo CNPq para a formação de recursos humanos no campo da pesquisa científica e tecnológica, são destinadas ás universidades, institutos de pesquisa, centros tecnológicos e de formação profissional, tanto no Brasil como no exterior. Além disso, o CNPq destina recursos financeiros para a implantação de projetos, programas e redes de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e investe em ações de divulgação científica e tecnológica (CNPq, 2013). Na área de biotecnologia, o CNPq tem elevada importância na execução de recursos do Fundo Setorial de Biotecnologia além da execução de outros projetos na área financiados pelos demais fundos setoriais. Além dos projetos dos fundos setoriais, dois programas atualmente ativos do CNPq se destacam na área de biotecnologia: 6 Capital semente: modalidade de financiamento voltada para empresas, em fase de projeto e desenvolvimento, antes do início das atividades do negócio.

62 a) BIONORTE - Rede de Biotecnologia e Biodiversidade da Amazônia Legal A Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal - BIONORTE foi criada em 2008 com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação e formação de doutores, com foco na biodiversidade e biotecnologia. A rede visa gerar conhecimentos, processos e produtos que contribuam para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal. A previsão de duração é de seis anos podendo ser renovada mediante indicadores de uma Comissão Independente de Avaliação (CNPq, 2013). Em 2009, o MCT, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o Fundo Setorial da Amazônia (CT-Amazônia) e o CT- Bio, a partir do CNPq, lançaram um edital para esse programa no qual foram aprovados 20 projetos, com duração de 36 meses. As Fundações de Amparo à Pesquisa e as Secretarias de Estado de Ciência e Tecnologia da Amazônia Legal também realizam financiamentos em conjunto das propostas aprovadas cujas instituições executoras estejam sediadas em seus respectivos estados (CNPq, 2013). b) PPBio O objetivo do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) é ampliar e aprofundar o conhecimento da biodiversidade da Amazônia e do seu potencial químico para subsidiar as políticas de geração de produtos e de melhoria da qualidade de vida da população local (PPBio, 2013). O programa é estruturado em três componentes: coleções biológicas, inventários biológicos e projetos temáticos PROJETOS DE PESQUISA FINANCIADOS PELO CNPQ NA ÁREA DE BIOTECNOLOGIA

63 Não foi possível o acesso aos editais e seus resultados para fazer uma análise mais profunda dos projetos de biotecnologia financiados pelo CNPq. No entanto, disponível em seu web site estavam o número de projetos financiados por área, região e instituição. Ao todo, na área de biotecnologia, foram encontrados 182 projetos financiados pelo órgão, aproximadamente apenas 1,49% do total de projetos financiados. No entanto, é bastante provável a existência de diversos outros projetos de biotecnologia enquadrados em outras áreas como imunologia, parasitologia, microbiologia, ciências agrárias, etc. Pode-se observar na Tabela 3333 que, dentre os projetos apoiados classificados na área de biotecnologia, o estado de São Paulo foi o principal contratante. Minas Gerais aparece em quarto lugar com 19 projetos apoiados, um número substantivo que reforça a importância do estado no âmbito das pesquisas de biotecnologia. TABELA 33: NÚMERO DE PROJETOS DE PESQUISA DE BIOTECNOLOGIA APOIADOS PELO CNPQ POR UF UF Nº de projetos de Percentual pesquisa SP 47 25,82% DF 27 14,84% RJ 23 12,64% MG 19 10,44% RS 12 6,59% PR 11 6,04% CE 9 4,95% SC 5 2,75% BA 4 2,20% PB 4 2,20% PA 4 2,20% AM 3 1,65% SE 3 1,65% PE 3 1,65% RO 2 1,10% MS 2 1,10% GO 1 0,55% MA 1 0,55% PI 1 0,55% RN 1 0,55% Total %

64 Fonte: Elaboração própria da partir dos dados do CNPq. A Tabela 3434 mostra quais são as instituições mineiras responsáveis pelos projetos financiados pelo CNPq. A Universidade Federal de Minas Gerais foi a instituição com o maior número de projetos. As universidades federais de Viçosa e Uberlândia, situadas nos dois outros pólos de biotecnologia do estado, também aparecem no quadro. TABELA 34: INSTITUIÇÕES DE ORIGEM DOS PROJETOS DE BIOTECNOLOGIA APOIADOS PELO CNPQ EM MG Instituição Nº de projetos de Percentual pesquisa Universidade Federal de Minas Gerais 8 42,11% Fundação Oswaldo Cruz 3 15,79% Universidade Federal de Ouro Preto 3 15,79% Universidade Federal de Uberlândia 2 10,53% Universidade Federal de Viçosa 2 10,53% Fundação Ezequiel Dias 1 5,26% Fonte: Elaboração própria da partir dos dados do CNPq BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO (BNDES) O BNDES é o principal agente de financiamento de longo prazo para investimentos em todos os segmentos da economia. Desde a sua fundação, em 1952, o BNDES apoia os diversos setores da economia oferecendo condições especiais para micro, pequenas e médias empresas (BNDES, 2010). Além do apoio por intermédio de suas linhas de financiamento tradicionais, o BNDES tem alguns instrumentos específicos para incentivar o desenvolvimento da biotecnologia para saúde. No âmbito do financiamento a empresas com recursos reembolsáveis, destaca-se o Programa de Apoio ao Complexo

65 Industrial da Saúde (Profarma), criado em O Profarma visa contribuir para a redução da vulnerabilidade da Política Nacional de Saúde, promovendo a articulação entre as políticas industrial e de saúde, com participação efetiva do Ministério da Saúde em sua revisão ocorrida em 2007 (BNDES, 2010). O Profarma conta com um estoque atual de R$ 20 milhões financiados em 10 operações, conforme exposto na Tabela É importante notar que são números ainda modestos, isso porque as maiores empresas farmacêuticas nacionais apenas recentemente começaram a manifestar interesse em investir na área de biotecnologia (BNDES, 2010). O Fundo Tecnológico do BNDES (Funtec) destina-se ao apoio de projetos voltados para o desenvolvimento tecnológico e a inovação, alocando recursos não reembolsáveis em projetos em que há parceria entre uma ICT e uma empresa privada e que tenham a perspectiva de gerar inovação para o mercado. O Funtec elege anualmente focos prioritários para apoio, em áreas selecionadas, dentre elas, a área de saúde. A biotecnologia para saúde tem se mantido como um tema relevante no âmbito do Funtec nos últimos anos. Para o ano de 2010, um dos focos definidos para apoio na área de saúde é o desenvolvimento de biofármacos obtidos por tecnologias celulares e/ou recombinantes não produzidos no país. Como mostra a Tabela 3535, atualmente há nove projetos aprovados no âmbito do Funtec na área de biotecnologia para saúde, perfazendo um valor aproximado de R$ 113 milhões (BNDES, 2010). TABELA 35: PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE APOIO DO BNDES À BIOTECNOLOGIA COM SEU NÚMERO DE OPERAÇÕES E VALOR EMPENHADO Instrumento de apoio Operações Valor (R$ mil) Profarma produção Profarma inovação Profarma exportação Fonte: Adaptado de BNDES (2010). Funtec Criatec Total

66 Outro importante instrumento do BNDES para apoio a empresas emergentes de base tecnológica é o Fundo Criatec, de seed capital. Esse fundo foi lançado em janeiro de 2007 com R$ 100 milhões disponíveis para investimento, dos quais R$ 80 milhões provenientes do BNDES. Na área de biotecnologia para saúde, até junho de 2010 foram aprovadas inversões em cinco empresas num montante de R$ 8 milhões. Além do Criatec, em setembro de 2009 o BNDES aprovou a criação de um novo fundo de investimentos de venture capital em empresas emergentes voltados para as áreas de biotecnologia e nanotecnologia (BNDES, 2010). Por fim, o BNDES dispõe de uma linha de crédito rotativo e pré-aprovado voltado às micro, pequenas e médias empresas. O limite do Cartão BNDES é de até RS 1 milhão para o financiamento à aquisição de bens e serviços de fornecedores credenciados, com taxas e prazos atrativos (BNDES, 2010) COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES) A Capes, fundação ligada ao Ministério da Educação (MEC), tem como objetivo o apoio à expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no Brasil. A partir de 2007, passou também a atuar na formação de professores da educação básica. As áreas de atuação da Capes podem ser agrupadas da seguinte forma: avaliação da pós-graduação stricto sensu; acesso e divulgação da produção científica; investimentos na formação de recursos de alto nível no país e exterior; promoção da cooperação científica internacional; indução e fomento da formação inicial e continuada de professores para a educação básica (Capes; 2013). Nos últimos anos, tornaram-se também competências da Capes as ações indutivas direcionadas ao desenvolvimento de projetos que incluem a formação de recursos humanos em áreas consideradas estratégicas pelo governo. Essa iniciativa explica o aumento no orçamento da Capes, que passou de R$ 6,4 milhões em 2003 para R$ 91,8 milhões em 2010.

67 Dentre os programas de ação indutiva, alguns beneficiaram diretamente as atividades biotecnológicas: Toxinologia / Capes (2010) Programa de Nanobiotecnologia (2008) Doutorados em bioinformática e microeletrônica (BioMicro) Pró-Amazônia: Biodiversidade e Sustentabilidade (2012) Programa Nacional de Incentivo à Pesquisa em Parasitologia Básica (2010) Programa Capes-Embrapa Não foi possível acessar o volume de investimentos ou o número de bolsas de pesquisa e de fomento destinados especificamente à biotecnologia pela Capes. Percebe-se, no entanto, pela Tabela 36 36, que o estado de Minas Gerais, de forma geral, foi o terceiro estado com maior volume de investimento da Capes entre 2007 e 2011, mas ainda atrás do Rio de Janeiro e de São Paulo em todos os anos do período. TABELA 36: PARTICIPAÇÃO DE CADA UF NO TOTAL INVESTIDO PELA CAPES EM BOLSAS FOMENTO UF SP 30,60% 28,18% 27,10% 25,54% 26,04% RJ 13,67% 13,49% 15,23% 14,72% 13,71% MG 9,63% 10,39% 9,73% 9,90% 10,41% RS 9,61% 9,33% 9,37% 9,93% 9,90% PR 5,77% 5,37% 5,10% 6,43% 6,61% SC 3,53% 3,83% 3,50% 4,03% 4,33% PE 3,92% 4,34% 3,28% 3,70% 3,55% BA 2,80% 2,81% 3,38% 3,23% 3,12% DF 3,41% 3,73% 3,55% 2,71% 3,00% PB 2,26% 2,44% 3,11% 2,86% 2,83% CE 2,45% 2,65% 3,12% 2,98% 2,77% RN 1,78% 2,17% 2,34% 2,43% 2,38% PA 1,75% 1,90% 1,66% 1,73% 1,77% GO 1,31% 1,35% 1,62% 1,76% 1,64% ES 0,76% 0,92% 1,08% 1,12% 1,12% MS 0,61% 0,80% 0,91% 1,00% 1,05% AM 0,90% 1,01% 1,19% 1,07% 0,98% MT 0,94% 0,89% 0,98% 0,83% 0,81%

68 PI 0,46% 0,60% 0,46% 0,57% 0,72% SE 0,45% 0,47% 0,59% 0,68% 0,69% AL 0,50% 0,58% 0,67% 0,64% 0,64% MA 0,80% 0,74% 0,63% 0,57% 0,53% EX 1,27% 0,90% 0,45% 0,55% 0,52% TO 0,24% 0,40% 0,35% 0,32% 0,26% AC 0,16% 0,22% 0,15% 0,18% 0,19% RO 0,13% 0,20% 0,18% 0,18% 0,19% RR 0,23% 0,17% 0,15% 0,20% 0,14% AP 0,05% 0,11% 0,12% 0,13% 0,08% Total Absoluto , , , , ,00 (R$mil) Fonte: Capes FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (FAPEMIG) A Fapemig é a agência de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico de Minas Gerais. É uma fundação do Governo Estadual, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) cujos recursos financeiros são assegurados pela constituição do estado (Fapemig, 2013). Sua missão é induzir e fomentar a pesquisa e a inovação científica e tecnológica para o desenvolvimento do estado de Minas Gerais (Fapemig, 2013). Para atender sua missão a instituição atua nos seguintes âmbitos: financiamento de projetos de pesquisa científica e tecnológica; incentivo à capacitação de recursos humanos para Ciência e Tecnologia, por meio de bolsas em diversos níveis de formação; contribuição para a fixação de grupos de pesquisa científica e tecnológica; promoção da integração entre o setor produtivo e instituições de pesquisa e desenvolvimento; apoio à realização e organização de eventos de caráter científico e tecnológico; realização de intercâmbios entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros, e estabelecimento de laços de cooperação com instituições nacionais e internacionais; orientação e encaminhamento das ações de patenteamento e comercialização de produtos ou processos inovadores; divulgação dos resultados das pesquisas (Fapemig, 2013)

69 Nos últimos anos, a Fapemig lançou quatro editais exclusivos para a área de biotecnologia, como mostra a Tabela TABELA 37: PROGRAMA REDE MINEIRA DE BIOTECNOLOGIA E BIOENSAIOS - PROJETO ESTRUTURADOR ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE BIOTECNOLOGIA Edital Disponível Demanda Recomendado Valor (R$) Nº projetos Nº projetos Valor (R$) 13/ , ,00 15/ , ,00 18/ , ,00 18/ , ,00 Total , ,00 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Fapemig. O edital de 2007 teve por objetivo financiar projetos visando a adequação de laboratórios para credenciamento e certificação, nos termos das normas de boas práticas laboratoriais nacionais e/ou internacionais. Nesse edital foram consideradas elegíveis as instituições de ensino superior, pesquisa e desenvolvimento tecnológico, públicas e privadas sem fins lucrativos. Os editais lançados em 2008, 2009 e 2010 foram voltados para o financiamento de projetos direcionados a pesquisas em áreas de interesse para o sistema público de saúde regional e que apresentem possibilidade de inserção em mercados internacionais. O foco principal desses editais foi na área de diagnóstico. Em 2008 e 2010, puderam concorrer instituições de ensino e pesquisa com parceria obrigatória com micro e pequenas empresas. Em 2009, foram elegíveis projetos apresentados por instituições de ensino e pesquisa individualmente ou por empresas públicas e privadas em parceria obrigatória com as instituições de ensino e pesquisa. As principais características dos projetos aprovados 7 são apresentadas na Tabela 3838, na Tabela 3939 e na Tabela Destaca-se que mais da metade dos projetos foram contratados por instituições do município de Belo 7 Foram analisados apenas os projetos aprovados nos anos de 2007, 2009 e As informações sobre os projetos de 2008 não foram disponibilizados pela Fapemig.

70 Horizonte. Depois da adequação de laboratórios, que foi objetivo de todos os projetos aprovados em 2007, a área de diagnósticos foi a área mais comum dentre os projetos. No entanto, foram citadas diversas outras áreas, que apesar de menos frequentes chamam atenção para a existência de diferentes competências dentro da biotecnologia no estado. TABELA 38: NÚMERO DE PROJETOS DE BIOTECNOLOGIA FINANCIADOS PELA FAPEMIG POR MUNICÍPIO ENTRE 2007 E 2011 Cidade Nº de projetos Belo Horizonte 18 Viçosa 4 São João Del Rey 1 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Fapemig. Lavras 1 Sete Lagoas 1 Juiz de Fora 1 Uberlândia 1 Alfenas 1 Contagem 1 Desconhecido 2 TABELA 39: NÚMERO DE PROJETOS DE BIOTECNOLOGIA FINANCIADOS PELA FAPEMIG POR TEMA DE PESQUISA DO PROJETO Subárea Nº de projetos Adequação de laboratórios 11 Diagnóstico 7 Fitomedicamentos 3 Controle biológico 2 Biomedicamentos 2 Cultivo in vitro 1 Insumos 1 Bioprospecção 1 Bioinformática 1 Identificação molecular 1 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Fapemig. Biofertilizantes 1

71 Mais uma vez, a instituição com maior número de projetos financiados foi a UFMG, seguida da Embrapa e da UFV. Diversas empresas privadas também aparecem como beneficiadas nos editais, como mostra a Tabela TABELA 40: NÚMERO DE PROJETOS DE BIOTECNOLOGIA FINANCIADOS PELA FAPEMIG POR INSTITUIÇÃO Instituição Nº de projetos UFMG 10 Embrapa 3 UFV 2 Aptivalux Bioengenharia Ltda. 1 Bioaptus Consultoria e Serviços ede 1 Biotecnologia Biocod 1 Biotecnologia Ltda. 1 Bravir Industrial Ltda. 1 Cetec 1 Codon Biotecnologia Ltda. 1 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Fapemig. Fiocruz 1 Fitoclone 1 Funed 1 ISCM - BH 1 Patsos 1 UFLA 1 UFSJ 1 UFU 1 UNIFAL 1 Apesar desses editais e seus resultados mostrarem características importantes da pesquisa em biotecnologia de Minas Gerais financiada pela Fapemig, é muito provável que grande parte dos projetos da área tenha sido contratada a partir de outros programas. Por exemplo, para o programa de demanda espontânea, em que as instituições podem propor seus projetos não precisando seguir um tema pré-estabelecido, a Fapemig destinou 23 milhões anuais entre 2007 e Houve ainda editais sob o tema da biodiversidade e dos bicombustíveis. No entanto, não foi possível ter acesso aos projetos financiados por esses programas.

72 Analisando as receitas e os valores investidos pela Fapemig entre 2007 e 2011 e comparando-os aos dados da Fapesp três diferenças encontradas merecem destaque: (1) o percentual da receita investido pela Fapemig em auxílios regulares e bolsas está muito abaixo da Fapesp; (2) na Fapemig não há um programa regular para inovação em micro e pequenas empresas ou um programa regular de parceria para inovação; (3) não há também na Fapemig um programa regular de apoio à infraestrutura de pesquisa, para o qual, no caso da Fapesp, foi destinado em média 9% da receita anual entre 2007 e No entanto, através dos dados disponibilizados pela Fapesp, é possível constatar o destino de quase toda a receita anual da instituição. O mesmo não ocorre para a Fapemig, portanto não se pode afirmar precisamente se a receita excedente foi destinada a investimentos em infraestrutura, por exemplo. Por fim, vale ressaltar que, apesar dos problemas encontrados, de acordo com as respostas obtidas através do questionário enviado às empresas, a fonte de financiamento mais frequente foi a Fapemig, o que mostra que esta tem participado efetivamente do fomento ao setor BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS (BDMG) Fundado em 1962, o BDMG tem como objetivo oferecer crédito e apoiar ações relevantes para o desenvolvimento econômico e dinamização da economia de Minas Gerais (BDMG, 2013). Além de oferecer linhas de crédito especiais para empresas de diferentes portes, o BDMG conta com dois programas especiais voltados à inovação: a) Pró-Inovação Fapemig/BDMG Esse programa tem por finalidade apoiar projetos inovadores de empresas instaladas em Minas Gerais. Contempla investimentos fixos, intangíveis e em capital de giro relacionados diretamente com atividades voltadas para

73 inovações que resultem em significativa melhoria da competitividade no mercado e maior produtividade. O valor máximo financiável é de dois milhões por empresa, os juros são de 0,64% ao mês, com carência de até doze meses e um prazo total de sessenta meses (BDMG, 2013). b) Proptec Fapemig/BDMG Essa linha de financiamento foi criada com o objetivo de apoiar propostas de implantação, ampliação e modernização de empresas localizadas em parques tecnológicos apoiados pelo Estado, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais. Os itens financiáveis, o valor máximo, o prazo de carência e o prazo total são os mesmos do programa Pró-inovação. No entanto, os juros são um pouco mais altos, 0,72% ao mês (BDMG, 2013). Apesar desses programas e do potencial que a instituição tem para alavancar o setor de biotecnologia, de acordo com as respostas obtidas através do questionário enviado às empresas, apenas duas delas disseram ter sido beneficiadas com algum financiamento de origem do banco mineiro.

74 5. AS INCUBADORAS DE EMPRESAS BIOTECNOLÓGICAS A relação das incubadoras que atuam no estado de Minas Gerais foi obtida a partir de dados disponibilizados pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores - Anprotec. Nesta lista havia 29 incubadoras da quais 21 receberam o questionário - devido a problemas de falta de contato - o qual busca avaliar como tem se dado a relação das incubadoras com as empresas, levando em consideração principalmente as restrições que geram dificuldades para um maior número de interações. Foram recebidas 11 respostas as quais passamos a analisar. Com relação à localização das incubadoras respondentes uma se localiza em Belo Horizonte e as demais no interior do estado e o número de funcionários é em média de 6 por incubadora com pouca variação entre elas. Das 6 incubadoras que responderam à questão relativa à capacidade ou não da infraestrutura por elas disponibilizada de atender às demandas das empresas incubadas, metade disse que sim. Todas as incubadoras que responderam afirmativamente estão dentro de universidades e ou faculdades. Além disso, dentre elas, todas mantém atualmente alguma empresa de biotecnologia incubada; todas receberam financiamento de uma ou mais instituições públicas e privadas. Dentre as que responderam negativamente, uma pertence a uma prefeitura e as outras duas estão dentro de universidades ou faculdades. Foram apontadas, dentre as razões para a não capacidade da infraestrutura por elas disponibilizada atender às demandas das empresas incubadas, a falta de acesso a recursos financeiros, a pouca disponibilidade de espaço físico e a inadequação dos laboratórios às necessidades das empresas.

75 No que diz respeito à receita auferida no processo de incubação houve seis respostas válidas, sendo que em duas delas a incubação é realizada gratuitamente. Das 11 incubadoras, seis disseram não possuir nenhuma empresa da área incubada atualmente, sendo que destas, quatro afirmaram que a razão para tal foi a falta de demanda. Nas cinco incubadoras que responderam afirmativamente há 14 empresas incubadas atualmente. Com relação à incubação de empresas de biotecnologia, além das respostas obtidas anteriormente, foi realizada entrevista por telefone com as incubadoras que não haviam respondido o questionário on-line. Foram obtidas oito respostas adicionais, das quais quatro afirmaram que incubam empresas de biotecnologia. Novamente a razão majoritária apontada para tal foi o fato de que as incubadoras nunca receberam uma demanda desse tipo de empresa.

76 6. ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES DOS GRUPOS DE PESQUISA DA ÁREA Como se trata de um setor onde a pesquisa para a geração de inovação é muito importante, uma das variáveis fundamentais a serem analisadas é a relação dos grupos de pesquisa da área com as empresas. Em consulta realizada nas bases do CNPq - utilizando como critério de busca a palavra biotecnologia - foram encontrados 93 grupos com alguma interface com a área em Minas Gerais e 102 grupos em São Paulo. TABELA 41: GRUPOS DE PESQUISA EM MINAS GERAIS POR ANO DE FUNDAÇÃO Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CNPq. TABELA 42: GRUPOS DE PESQUISA EM SÃO PAULO POR ANO DE FUNDAÇÃO Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CNPq.

77 Dessa forma vê-se que não há grande diferença no número total de grupos, destacando-se apenas que nos últimos anos mais grupos têm sido fundados em Minas Gerais e que a pesquisa em São Paulo é mais antiga. Outras características importantes a serem destacadas são o tamanho dos grupos de pesquisa, que aqui será dado pelo número de pesquisadores, técnicos e estudantes nos grupos, e as instituições às quais os grupos pertencem. Os dados para Minas Gerais são apresentados na Tabela 4343, e para São Paulo na Tabela TABELA 43: TOTAL DE PESQUISADORES, ESTUDANTES E DE TÉCNICOS E QUANTIDADE DE GRUPOS DE PESQUISA POR INSTITUIÇÃO EM MINAS GERAIS EM 2013 Grupos de Instituição Pesquisadores Estudantes Técnicos pesquisa UFMG UFV UFLA EPAMIG UFU EMBRAPA FUNED UFOP UFVJM UFJF IFTM UNIFAL/MG UFSJ UNIFENAS CETEC UNIMONTES UNILAVRAS CNEN PUC Minas HEMOMINAS UNIFEI IFMG UNIVÁS UNITRI UNIUBE Total Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CNPq.

78 TABELA 44: TOTAL DE PESQUISADORES, ESTUDANTES E DE TÉCNICOS E QUANTIDADE DE GRUPOS DE PESQUISA POR INSTITUIÇÃO EM SÃO PAULO EM 2013 Instituição Pesquisadores Estudantes Técnicos Grupos de pesquisa USP IAC UNESP UNICAMP UFSCAR Instituto de Zootecnia EMBRAPA UNAERP ICMBio UFABC UNG Instituto Butantan IFSP MACKENZIE FAMERP UNIFESP UAM UNIFRAN UNOESTE UNINOVE UNIP USC UNIVAP IBT UNIARARAS UFSCAR UNISANTOS UMC Total Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CNPq. Como se vê, o número total de ocupados nos grupos de pesquisa em São Paulo é menor do que em Minas Gerais, sendo que só há vantagem para São Paulo no número de técnicos e a maior vantagem de Minas se dá no número de pesquisadores. Além disso, em ambos os estados, a maior parte dos grupos se encontra em instituições públicas. Conforme será visto na Tabela 4545 e

79 na Tabela mesmo com um maior número de pessoas ocupadas nos grupos e possuindo maior número de relações com o setor produtivo, o estado de Minas Gerais gera um menor número de patentes do que São Paulo. TABELA 45: QUANTIDADE DE GRUPOS DE PESQUISA E NÚMERO DOS QUE POSSUÍAM RELAÇÕES COM O SETOR PRODUTIVO POR ÁREA DE CONHECIMENTO EM MINAS GERAIS EM 2013 Áreas Grupos de pesquisa Possui relações com o setor produtivo Ciências Agrárias; Agronomia 16 7 Ciências Agrárias; Medicina Veterinária 14 8 Ciências Biológicas; Genética 7 2 Ciências Agrárias; Ciência e Tecnologia de Alimentos 7 1 Ciências Biológicas; Bioquímica 7 1 Ciências Agrárias; Zootecnia 6 3 Ciências Exatas e da Terra; Química 6 1 Ciências Biológicas; Microbiologia 5 1 Ciências Biológicas; Parasitologia 3 1 Ciências Biológicas; Imunologia 3 0 Ciências da Saúde; Farmácia 3 0 Ciências Agrárias; Recursos Florestais e Engenharia Florestal 2 1 Ciências Biológicas; Ecologia 2 0 Ciências da Saúde; Medicina 1 1 Engenharias; Engenharia de Materiais e Metalúrgica 1 1 Engenharias; Engenharia Mecânica 1 1 Engenharias; Engenharia Química 1 1 Ciências Agrárias; Medicina Veterinára 1 0 Ciências Biológicas; Biologia Geral 1 0 Ciências Biológicas; Farmacologia 1 0 Ciências Biológicas; Morfologia 1 0 Ciências da Saúde; Nutrição 1 0 Ciências Exatas e da Terra; Física 1 0 Engenharias; Engenharia Biomédica 1 0 Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CNPq Engenharias; Engenharia Sanitária 1 0 Total 93 30

80 TABELA 46: QUANTIDADE DE GRUPOS DE PESQUISA E NÚMERO DOS QUE POSSUÍAM RELAÇÕES COM O SETOR PRODUTIVO POR ÁREA DE CONHECIMENTO EM SÃO PAULO EM 2013 Áreas Grupos de pesquisa Possui relações com o setor produtivo Ciências Agrárias; Medicina Veterinária 15 1 Ciências Agrárias; Agronomia 14 5 Ciências Exatas e da Terra; Química 12 0 Ciências Biológicas; Genética 7 3 Ciências Biológicas; Microbiologia 7 1 Ciências Biológicas; Bioquímica 6 1 Ciências da Saúde; Farmácia 6 0 Ciências Agrárias; Zootecnia 5 1 Engenharias; Engenharia Química 4 2 Ciências Biológicas; Imunologia 3 1 Engenharias; Engenharia Biomédica 3 1 Ciências Biológicas; Biofísica 3 0 Ciências Biológicas; Botânica 3 0 Ciências Exatas e da Terra; Física 2 2 Ciências Biológicas; Ecologia 2 1 Ciências da Saúde; Medicina 2 1 Ciências Agrárias; Ciência e Tecnologia de Alimentos 1 1 Ciências Agrárias; Recursos Florestais e Engenharia Florestal 1 1 Engenharias; Engenharia Mecânica 1 1 Ciências Biológicas; Parasitologia 1 0 Ciências Exatas e da Terra; Ciência da Computação 1 0 Engenharias; Engenharia de Materiais e Metalúrgica 1 0 Engenharias; Engenharia de Produção 1 0 Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CNPq Total Vemos que as relações com o setor produtivo em Minas Gerais se dão majoritariamente nas áreas relacionadas às Ciências Agrárias, enquanto que em São Paulo elas estão um pouco mais bem distribuídas entre as áreas. De modo geral, nas instituições maiores, nos grupos com número maior de pesquisadores e com maior longevidade há maior número de relações com o setor produtivo em ambos os estados.

81 7. ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES DE PUBLICAÇÕES DE PATENTES DA ÁREA As patentes relacionadas à biotecnologia depositadas no INPI - Instituto Nacional da Propriedade Intelectual - no período de 1980 a 2008, totalizam 43 pedidos (LADEIRA, 2012). A Tabela 4747 mostra o perfil dos depositários dessas patentes por município em Minas Gerais. TABELA 47: NÚMERO DE PATENTES DEPOSITADAS POR MUNICÍPIO (QUANDO PESSOA JURÍDICA), E Tipo de Instituição TIPO DE INSTITUIÇÃO NO PERÍODO DE 1980 A 2008 NO ESTADO DE MINAS GERAIS Lagoa Santa Montes Claros Ouro Preto Paracatu Poços de Caldas Belo Horizonte Uberlândia Não identificado Privada Pública Não definido Misto Total Fonte: Elaboração própria a partir de dados do INPI apud Ladeira (2012). Total A Tabela 48 mostra o perfil dos depositários das patentes por município em São Paulo. TABELA 48: NÚMERO DE PATENTES DEPOSITADAS POR MUNICÍPIO (QUANDO PESSOA JURÍDICA), E TIPO DE INSTITUIÇÃO NO PERÍODO DE 1980 A 2008 NO ESTADO DE SÃO PAULO Município Misto Privada Pública Não definido Total São Paulo Pessoa Física Campinas Piracicaba Cravinhos Serrana

82 Ribeirão Preto Não identificado Londrina Birigui Jaboticabal Paulínia São Carlos Sumaré Araraquara Bragança Paulista Embu Lorena Mauá Miracatu São Bernardo do Campo São José dos Campos Suzano Vargem Grande Paulista Total Fonte: Elaboração própria a partir de dados do INPI apud Ladeira (2012). Em Minas Gerais a maior parte dos depósitos no período se deu por instituições privadas e localizadas na RMBH, seguidas das instituições públicas localizadas na capital do estado. Há também um expressivo número de depósitos realizados por pessoas físicas. Já no estado de São Paulo a maioria dos depósitos se origina de instituições públicas localizadas em São Paulo (capital) e em Campinas. Em seguida, destacam-se as instituições privadas localizadas na capital paulista. Aqui também há considerável número de pessoas físicas como depositários. Com respeito às patentes depositadas no WIPO - World Intellectual Property Organization - foram encontrados 9 depósitos nos municípios de Minas Gerais (Belo Horizonte, Contagem e Viçosa) no período de 1990 à No caso de São Paulo, no período de 2006 a 2011, havia 25 depósitos de patentes. Apresentamos também, na Tabela 49 os dados que comparam o número de depósitos do Brasil com outros países. A estatística do índice de vantagem

83 tecnológica revelada mostra o quociente da fração das patentes de biotecnologia de um país pela fração das patentes do país no total das patentes depositadas no WIPO. Para a produção desta estatística são considerados apenas os países que depositaram mais de 500 patentes no período de 2007 a TABELA 49: ÍNDICE DE VANTAGEM TECNOLÓGICA País Variação Espanha 0,7 1,6 121,14% Holanda 0,5 1,2 120,44% Brasil 0,5 1,2 119,48% Cingapura 0,9 1,8 87,64% Nova Zelândia 1,0 1,8 87,62% Irlanda 0,8 1,3 68,16% Austrália 0,9 1,5 55,38% Israel 0,9 1,4 50,17% Austria 0,7 0,9 43,61% Suíça 0,8 1,0 38,23% Dinamarca 1,6 2,2 33,32% França 0,8 1,1 29,09% Estados Unidos 1,3 1,5 16,45% Canadá 1,4 1,5 6,72% Reino unido 1,0 1,1 6,03% Bélgica 1,7 1,8 3,81% India 1,1 1,1 2,07% Taiwan.. 1,9 - Polônia.. 1,2 - Hungria.. 0,9 - Fonte: Elaboração própria a partir de dados da OCDE A Tabela 50 mostra qual a proporção de cada um dos países no total de depósitos em biotecnologia do mundo. TABELA 50: PARTICIPAÇÃO DOS PAÍSES NO TOTAL DAS PATENTES PUBLICADAS EM BIOTECNOLOGIA País Estados Unidos 40,96 Japão 11,49

84 Alemanha 6,77 França 4,80 Reino Unido 3,92 Coréia 3,74 China 3,12 Canadá 2,64 Holanda 2,44 Espainha 1,79 Itália 1,68 Austrália 1,68 Dinamarca 1,60 Suíça 1,50 Israel 1,49 Bélgica 1,29 Suécia 1,21 India 1,11 Austria 0,76 Cingapura 0,70 Finlândia 0,57 Rússia 0,48 Brasil 0,41 Nova Zelândia 0,38 Noruega 0,35 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da OCDE. Como se vê a proporção das patentes da área de biotecnologia no Brasil aumentou significativamente no período analisado. Ao mesmo tempo a participação do país nos depósitos mundiais é irrisória, estando atrás de países como Holanda, Suíça, Dinamarca, Israel, Suécia e Bélgica, os quais possuem estoque de capital e trabalho muito menores que os brasileiros.

85 8. ANÁLISE DOS DADOS DE COMÉRCIO E PRODUÇÃO Nesta seção, abordaremos dados de importação e exportação, buscando mensurar a importância tanto das maiores empresas de biotecnologia no âmbito do estado de Minas Gerais, como do estado mineiro no âmbito nacional, destacando os principais produtos transacionados. Duas bases de dados distintas serão usadas. Para avaliar os aspectos referentes à importância das maiores empresas, utilizaremos as bases de dados da Secretaria de Estado de Fazenda, onde constam informações de faturamento, compras, vendas e produção. Já para mensurarmos a evolução das transações do estado como um todo, bem como sua importância no âmbito nacional, serão utilizados os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os dados do MDIC foram obtidos através do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (AliceWeb) que contém a base de dados do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). Foram levantados dados anuais de 2008 a 2012 para os valores nominais dos produtos transacionados em dólares americanos e em seguida tais valores foram corrigidos, obtendo os valores em dólares de 2012, utilizando o Consumer Price Index (Índice de Preços ao Consumidor), divulgado pelo governo dos Estados Unidos. Como exportações, consideraram-se as mercadorias enviadas ao exterior 8, como importações consideraram-se as entradas de mercadorias originárias do exterior, e o saldo comercial é apresentado como a diferença entre exportações e importações, para cada ano. A seleção dos produtos mais relevantes de biotecnologia foi feita a partir da listagem dos produtos de interesse para o desenvolvimento e competitividade deste setor, feita pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em O trabalho do CGEE consistiu em detalhar, para o Brasil, os produtos importados mais relevantes, 8 Valor de mercadorias exportadas produzidas, extraídas e cultivadas em Minas Gerais, independente de onde esteja localizada a empresa exportadora.

86 de acordo com o código NCM 8 dígitos (Nomenclatura Comum do Mercosul, nível máximo de especificação) do produto, podendo ser este genérico ou específico 9. O Centro destacou 119 produtos cuja utilização basicamente se aplica à saúde humana e animal, notadamente, o ramo mais relevante das empresas biotecnológicas de Minas Gerais. Os produtos estão presentes, portanto, no rol de produtos químicos orgânicos (NCM 2 díg. - 29), produtos farmacêuticos (NCM 2 díg. - 30) e alguns de NCM 2 dígitos 35 (materiais albuminoides; Produtos à base de amidos ou de féculas modificados; Colas; Enzimas). A escolha destes 119 produtos se justifica pela carência de outras listas de produtos que sejam mais específicas e completas em relatar aqueles produtos que se enquadram no amplo e diversificado setor de biotecnologia. Os dados do MDIC, além disso, não nos revelam, de forma minuciosa e específica todos os produtos, isso porque como já foi dito, alguns NCM s se referem a um conjunto genérico de produtos. Neste sentido, não foi possível obter dados para alguns tipos de produtos, separadamente, ficando prejudicada, por exemplo, a análise de quais as sementes e enzimas importadas e exportadas. Segundo dados do Informativo Comércio Exterior divulgado pelo Centro de Estatísticas e Informações da Fundação João Pinheiro, publicado em 2011, o segmento de Produtos Biotecnológicos voltados para Saúde Humana e Animal- Fármacos-Químicos, correspondia neste ano, por 29,6% do total das vendas externas mineiras de Produtos Intensivos em Informação e Conhecimento (PII&C). A Tabela 51, abaixo, traz os valores relativos de crescimento ou decrescimento das exportações e importações brasileiras e mineiras destes 119 produtos relacionados, calculados tanto com relação a 2008 quanto com relação ao ano anterior, nos revelando alguns aspectos importantes. As exportações brasileiras apresentam crescimento em todos os anos (crescimento este cada vez menor), atingindo em 2012 um valor 160,14% maior do que o de O Brasil também importou mais destes produtos a 9 Os específicos se referem somente a um produto, e os genéricos podem conter guias de importação de mais de um produto.

87 cada ano, sendo destaque o ano de 2010, em que o país importou 49,03% a mais que no ano anterior. Minas Gerais também aumentou os níveis de exportação para o total dos 119 produtos, chegando a um crescimento de 3740% em 2012 dos valores exportados em O maior crescimento foi em 2009, quando as exportações superaram em 972% as exportações do ano anterior, também chamando atenção o decrescimento em 2011 em relação a 2010 (de 9%). As importações mineiras aumentaram em todos os anos do período analisado, sobretudo no ano de 2010, em que o estado importou 187,22% a mais que em 2009 (e 310,43% a mais que em 2008). TABELA 51: EVOLUÇÃO PERCENTUAL DAS IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES PARA O TOTAL DOS 119 NCM'S - BRASIL E MINAS GERAIS A 2012 Em relação a Exportações Brasil 54,28% 113,83% 156,19% 160,14% Importações Brasil 7,56% 60,29% 64,85% 75,68% Exportações Minas 972% 1659% 1494% 3740% Importações Minas 42,90% 310,43% 398,16% 420,89% Em relação ao ano anterior Exportações Brasil 54,28% 38,60% 19,81% 1,54% Importações Brasil 7,56% 49,03% 2,85% 6,57% Exportações Minas 972% 64% -9% 141% Importações Minas 42,90% 187,22% 21,38% 4,56% Fonte: Elaboração própria a partir dados do MDIC. Obtidos os valores de importação e exportação para os 119 NCM s 10 referentes aos produtos considerados mais relevantes, a análise dos valores reais transacionados pelo Brasil e por Minas Gerais nos remeteram a listas mais enxutas dos produtos de maior destaque e representatividade para o comércio exterior. As exportações mineiras de Produtos Biotecnológicos voltados para para NCM 8 dígitos ou 3 para NCM 2 dígitos.

88 Saúde Humana e Animal-Fármacos-Químicos corresponderam em 2012 a 9,5% das exportações brasileiras desses Produtos 11. A Tabela 52 informa a relação dos principais produtos exportados por Minas Gerais, no período de 2008 a 2012, com os respectivos valores, e informa ainda a representatividade dos valores das exportações destes para o valor total das exportações dos 119 produtos. Observa-se, primeiramente, que dois dos principais produtos são considerados produtos farmacêuticos (com NCM 2 dig.-30), a saber Medicamento contendo insulina, em doses e Outras frações do sangue, prod. Imunol. Modif, exc. Medicamentos, significando a maioria das exportados. Os produtos Outras proteases e seus concentrados (de NCM 2 dig.-35) correspondem à enzimas para uso industrial. Os valores exportados em cada ano representam quase que a totalidade dos valores referentes aos 119 produtos. Notadamente, o aumento na representatividade, chegando a 99,77%, foi puxado pelo incremento das exportações de medicamentos contendo insulina, em doses, sendo que os valores para os outros dois produtos variaram bem menos. Sobre este primeiro, observa-se também que foi responsável pelo grande aumento no valor total das exportações mineiras de todos os produtos, e essas variações, em termos percentuais, podem ser mais bem observadas na Tabela 53. Com exceção de 2011, os valores de medicamentos contendo insulina, em doses, exportados por Minas tiveram crescimento relativo enorme, sobretudo em TABELA 52: PRINCIPAIS PRODUTOS DE BIOTECNOLOGIA EXPORTADOS POR MINAS GERAIS DE 2008 A 2012 (EM US$MIL FOB DE 2012) Produto Medicamento contendo insulina, em doses Outras proteases e seus concentrados Outras frações do sangue, prod. Imunol. Modif, exc. medicamentos Valor total para os 119 produtos Representatividade 95,25% 99,36% 99,63% 99,19% 99,77% 11 Segundo Informativo CEI/FJP Comércio Exterior 2011

89 Fonte: Elaboração própria a partir dados do MDIC. TABELA 53: CRESCIMENTO PERCENTUAL DAS EXPORTAÇÕES PARA OS MAIS REPRESENTATIVOS - MINAS GERAIS A 2012 Produto Em relação a Medicamento contendo insulina, em doses % % % % Outras proteases e seus concentrados 138,96% 29,59% 88,84% 22,15% Outras frações do sangue, prod. Imunol. Modif, exc. medicamentos Produto -38,71% -3,79% -6,61% -11,20% Em relação ao ano anterior Medicamento contendo insulina, em doses % 77,19% -11,89% 157,24% Outras proteases e seus concentrados 138,96% -45,77% 45,72% -35,31% Outras frações do sangue, prod. Imunol. Modif, exc. medicamentos Fonte: Elaboração própria a partir dados do MDIC. -38,71% 56,96% -2,92% -4,92% Na Tabela 54 são apresentados os valores de importação dos produtos mais relevantes para o setor de biotecnologia em Minas. De início, destaca-se o aumento da representatividade dos valores referentes a esses produtos para o total dos 119 (exceto em 2012), sendo possível inferir que o crescimento vertiginoso desse total, de US$ ,09 em 2008 para US$ ,00 em 2012, se deve em maior parte à evolução destes mais importantes. Mais uma vez, a combinação dos dados desta tabela com outra, contendo o crescimento ou decrescimento percentual para cada produto nos permite observar melhor o comportamento de cada um no comércio exterior. Esses valores são demonstrados na Tabela 55. TABELA 54: PRINCIPAIS PRODUTOS DE BIOTECNOLOGIA IMPORTADOS POR MINAS GERAIS DE 2008 A 2012 (EM US$MIL FOB DE 2012) Produto succinato sodico de hidrocortisona

90 Amoxicilina e seus sais Insulina e seus sais Medicamentos contendo outros antibioticos, em doses Outros anti-soros especif.de animais/pessoas,imunizados Outros macrolidios e seus sais Outras.frações do sangue,prod.imunol.modif.exc.medicamentos Outs.medicam.c/ac.monocarboxil.acicl.n/sat.etc. em doses Vacina contra a meningite,em doses Valor total para os 119 produtos Fonte: Elaboração própria a partir dados do MDIC. % do valor total 85,27% 90,79% 95,41% 96,26% 95,66% Percebe-se que houve redução acentuada nas importações de Amoxilina e seus sais e de Medicamentos contendo outros antibióticos, em doses, para todos os outros houve crescimento, sobretudo no ano de Quatro destes que apresentaram crescimento merecem ser destacados, a saber, o produto 21-succinato sódico de hidrocortisona (principalmente em 2009 e 2010), o produto Insulina e seus sais (exceto em 2011), o produto Outs.fracões do sangue,prod.imunol.modif.exc.medicament. (que por sinal é o único presente nas duas listas, de importação e de exportação), e o produto Vacina contra a meningite,em doses. Este último é o grande responsável tanto pelo aumento da representatividade dos 9 destacados no total para os 119 (de 85,27% em 2008 para 95,66% em 2012), sobretudo para os anos de 2009 a Muitos outros trabalhos tem evidenciado o aumento da representatividade dos produtos do setor de biotecnologia para Minas Gerais no período estudado, tanto para exportações quanto para importações, porém uma crítica que tem sido feita, e que ainda merece análises mais apuradas, é a de que o incremento das transações para o setor tem sido sustentado por empresas que agregam pouco valor aos produtos, por serem especializadas em processos de armazenagem, mistura ou embalagem dos produtos, o que significa que Minas

91 Gerais importa produtos tecnológicos, e os exporta com algumas modificações. A simples análise do saldo comercial não nos permitiria inferir aqueles produtos que possivelmente apresentam tal característica (notadamente de ter altos valores tanto de exportação quanto de importação, como no único caso já citado), isso porque essas modificações provavelmente implicam na alteração dos nomes dos produtos a serem exportados. A Tabela 55 traz a evolução relativa das importações dos 9 principais produtos, tanto com relação a 2008 como com relação ao ano anterior. TABELA 55: CRESCIMENTO PERCENTUAL DAS IMPORTAÇÕES PARA OS MAIS REPRESENTATIVOS - MINAS GERAIS A 2012 Produto Em relação a Succinato sódico de hidrocortisona 146,30% 650,29% 871,87% 886,24% Amoxicilina e seus sais -82,08% -70,90% -84,56% -78,48% Insulina e seus sais 55,64% 276,74% 203,42% 459,86% Medicamentos contendo outros antibióticos, em doses -42,98% -76,56% -75,93% -92,20% Outros antissoros especif.de animais/pessoas, imunizados 3,71% 82,37% 103,97% 64,07% Outros macrolidios e seus sais 5,64% 70,00% -12,03% 120,59% Outs.fracoes do sangue,prod.imunol.modif.exc.medicament. Outs.medicam.c/ac.monocarboxil.acicl.n/sat.etc. em doses 45,58% 60,54% 78,56% 81,72% -6,48% 193,16% 132,78% 78,75% Vacina contra a meningite, em doses Produto Em relação ao ano anterior Succinato sódico de hidrocortisona 146,30% 204,62% 29,53% 1,48% Amoxicilina e seus sais -82,08% 62,36% -46,95% 39,37% Insulina e seus sais 55,64% 142,05% -19,46% 84,52% Medicamentos contendo outros antibióticos, em doses -42,98% -58,89% 2,69% -67,57% Outros antissoros especif.de animais/pessoas, imunizados 3,71% 75,85% 11,85% -19,56% Outros macrolidios e seus sais 5,64% 60,93% -48,25% 150,76%

92 Outs. fracoes do sangue, prod. imunol. modif. exc. medicament. Outs. medicam. c/ac. monocarboxil. acicl. n/sat. etc. em doses 45,58% 10,28% 11,23% 1,77% -6,48% 213,48% -20,60% -23,21% Vacina contra a meningite, em doses - 731,15% 75,11% -37,06% Fonte: Elaboração própria a partir dados do MDIC. É interessante também observarmos a participação de Minas Gerais nas importações e exportações brasileiras, por isso a Tabela 56 e a Tabela 57 nos trazem estes dados para os cinco anos em estudo. Foi feita a separação da participação dos produtos mais relevantes em termos de valor transacionado, uma vez que a análise de todos os produtos nos revela que alguns dos menos relevantes representam um percentual significativo das importações e exportações brasileiras, em todos ou em alguns dos anos em estudo. TABELA 56: PARTICIPAÇÃO DE MINAS GERAIS NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS A 2012 Produto Acumulado no Período Medicamento contendo insulina, em doses 0% 64% 53% 35% 96% 60% Outras proteases e seus concentrados 27% 48% 35% 33% 38% 36% Outs.fracoes do sangue, prod. imunol. modif. exc. medicament 68% 63% 89% 78% 76% 75% Dexametasona e seus acetatos 4% 0% 10% 0% 8% 7% Enzimas preparadas a base de transglutaminase 0% 0% 14% 11% 27% 15% Outras vacinas para medicina veterinaria 1% 2% 2% 3% 2% 2% Outros anti-soros especif.de animais/pessoas, imunizados 3% 3% 9% 24% 29% 9% Vacina veterinária contra a raiva 11% 17% 11% 29% 18% 18% Total para os 8 principais produtos 13% 55% 50% 34% 89% 55% Total para os 119 produtos 3% 24% 28% 21% 51% 29% Fonte: Elaboração própria a partir dados do MDIC.

93 A última linha da tabela nos mostra que a cada ano, a participação de Minas nas exportações dos 119 produtos foi crescente. Já a última coluna nos mostra quanto que as exportações mineiras representam das exportações brasileiras para cada um dos produtos somando-se os valores de todo o período. Mais uma vez é evidenciada a importância dos 3 produtos destacados nas exportações dos 119 produtos listados, chegando a representar 75% das exportações brasileiras em um dos produtos (sendo que os demais também apresentam valores relevantes). Nota-se, a partir da Tabela 57 que foi crescente, no período considerado, a participação das importações mineiras nas importações brasileiras, tanto para os 19 produtos listados, como para todos os 119 produtos (penúltima e última linhas). Além disso, se compararmos os dados das duas tabelas de participação, notamos que os valores de exportação de Minas Gerais são muito mais representativos do que os valores de importação de produtos biotecnológicos (para os 119 produtos considerados), com relação ao total de transações brasileiras. Na tabela 57, os 9 primeiros produtos listados são os já destacados como principais, enquanto os outros 10 foram relacionados por apresentarem valores relevantes no acumulado no período, última coluna, o que significa que embora possam ter apresentado baixos valores na representatividade de importações em alguns dos anos, são importantes quando consideramos os valores do período como um todo. É o caso dos produtos Outs.medic.c/hormonios, mas n/c/antibiótico e Outras imunoglobulinas séricas. Os produtos de maior destaque quanto a representatividade nas importações foram, notadamente, Insulina e seus sais (sendo Minas Gerais o único importador deste no período), Vacina contra a meningite,em doses (cuja participação foi crescente ao longo do período), 21-succinato sodico de hidrocortisona (participação de Minas foi crescente até 2011 e caiu em 2012), Vacina veterinaria,contra a leptospirose (apesar dos decréscimos em 2011 e 2012) e Outros hormonios de catecolamina (produto que não foi importado pelo Brasil em 2012).

94 TABELA 57: PARTICIPAÇÃO DE MINAS GERAIS NAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS A 2012 Produto Acumulado no Período 21-succinato sodico de hidrocortisona 6% 23% 29% 47% 35% 30% Amoxicilina e seus sais 7% 2% 3% 1% 3% 3% Insulina e seus sais 100% 100% 100% 100% 100% 100% Medicamentos contendo outros antibioticos, em doses Outros anti-soros especif.de animais/pessoas, imunizados 3% 1% 1% 1% 0% 1% 15% 21% 28% 26% 20% 22% Outros macrolidios e seus sais 5% 4% 7% 4% 12% 6% Outs.fracoes do sangue, prod. imunol. modif. exc. medicament Outs. medicam. c/ac. monocarboxil. acicl. n/sat. etc. em doses 3% 4% 4% 4% 3% 4% 2% 2% 5% 3% 2% 3% Vacina contra a meningite em doses 0% 31% 64% 96% 95% 77% Antitoxinas de origem microbiana 0% % 15% DL-Norgestrel 25% 0% 0% 0% 0% 12% Medicamento cont.hcg (gonadotrofina corionica), em doses 21% 29% 43% 8% 4% 10% Metilprednisolona e seus derivados 3% 13% 9% 8% 17% 10% Outras imunoglobulinas sericas 0% 13% 0% 0% 68% 39% Outros hormonios de catecolamina 26% 27% 79% 66% - 38% Outs.medic.c/hormonios, mas n/c/antibiotico 83% 0% 0% % Oxitocina 1% 8% 10% 19% 22% 13% Papaina 1% 3% 10% 9% 3% 6% Vacina veterinaria,contra a leptospirose 64% 62% 70% 55% 53% 59% Total para os 19 principais produtos 8% 11% 27% 28% 28% 22% Total para os 119 produtos 2% 2% 4% 5% 5% 4% Fonte: Elaboração própria a partir dados do MDIC. Nota: (1) o símbolo - significa que não implica dado numérico, ou seja, que o Brasil não importou tal produto neste ano. Em busca de mensurar a importância das maiores empresas de biotecnologia no âmbito do estado de Minas Gerais, são feitas algumas análises a seguir.

95 A Tabela 5858 mostra o faturamento das empresas que atuam na área de biotecnologia no estado de Minas Gerais. TABELA 58: DADOS DAS 10 MAIORES EMPRESAS (EM TERMOS DE FATURAMENTO) DE BIOTECNOLOGIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Faturamento Nº de Município Nº de empresas** Médio* Funcionários** Montes Claros , Juatuba , Lagoa Santa , Uberaba , Itabira , Contagem , Varginha , Santa Luzia , Viçosa , Belo Horizonte , Uberlândia , Sabará , Andradas , TOTAL ,36 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da SEF/MG* (2012) e da RAIS/MTE** (2010). A Tabela 599 mostra o montante das compras realizadas pelas empresas mineiras em outros estados da federação. TABELA 59: VALOR DAS COMPRAS INTERESTADUAIS DAS EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA DE MINAS GERAIS 1 Estado Valor São Paulo ,65 Rio de Janeiro ,32 Bahia ,04 Parana ,73 Rio Grande do Sul ,00 Não Especificado ,37 Goiás ,30 Santa Catarina ,66 Para ,39 Mato Grosso do Sul ,34

96 Pernambuco ,48 Espirito Santo ,43 Mato Grosso ,93 Distrito Federal ,47 Rio Grande do Norte ,58 Amazonas ,03 Alagoas ,48 Paraiba ,83 Ceara ,31 Piaui ,93 Tocantins ,85 Roraima ,00 Maranhão 6.752,68 Sergipe 6.442,67 Rondônia 5.367,30 Acre 1.265,12 Total geral ,89 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da SEF/MG. 1 Refere-se às compras das 10 empresas com maior faturamento em Dentre os serviços e produtos adquiridos pelas empresas que atuam na área de biotecnologia em Minas Gerais, a Tabela 6060 mostra os 20 maiores (em termos de valor) importados pelas empresas mineiras dos demais estados da federação no período de janeiro à março de TABELA 60: VINTE PRINCIPAIS PRODUTOS E SERVIÇOS ADQUIRIDOS PELAS EMPRESAS MINEIRAS DO SETOR DE BIOTECNOLOGIA Produto Valor Despesa Sintegra ,40 Equiderm Pomada 250 Gr ,45 Montanide Isa 50 V ,50 Frasco Plastico Soro 500 Ml Gravado Hertavita - Esteril ,47 Comissão Sobre Promoção de Vendas ,36 Ngf Gr ,13 Semen Bov Cong. Acondic. em 5 Botijoes Dhz Vat Et Liter Racas Ho ,99 Filtro Hidrofobico 0,2 Micra Ab1 Pfr7pv - Pall , Cartucho Ganaseg B12 25 Ml - Mexico ,58 Raiva I Herbivoros 25 Ds Semiac ,00 Oleo de Sesamo ,03 Frasco de Vidro Nao Siliconizado 10 Ml ,07

97 Equipo 2,0 M C/ Injetor Lateral S/ Latex 40x16mm ,68 Tampa de Borracha Nitrílica Vermelha de 20mm C/1000 (ALT) ,80 Triglicerideo do Acido Caprilico e Acido Caprico ,77 Cartucho Vitamax 10 Ml ,77 Polietileno Glicol Peg ,00 Frascos De Polipropileno, Boca De 20mm, Capacidade 50 Ml ,74 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da SEF/MG. *Período: Janeiro a março de Serviço de Indutrialização Terceiros ,18 Selo Aluminio 13 Mm Verde Metalico Gravado Hertape ,14 Caixa Coletiva 12un X 350g Unguento Vallee C/Colm ,45 Total ,39 Dos produtos acima, dezesseis tiveram algum tipo de transformação industrial para sua obtenção e quatro não. Esse dado é um indício (e nada mais do que isso) de que a indústria fornecedora de insumos para a área de biotecnologia no estado de Minas Gerais não seria capaz de atender às demandas do setor. Para ter maior certeza sobre essa conclusão seria necessário uma base de dados com um período de tempo maior. Os principais produtos importados de outros países pelas empresas da área estão listados na Tabela TABELA 61: VINTE PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS PELAS 10 EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA COM MAIOR FATURAMENTO EM MINAS GERAIS* Importações Importações Descrição NCM Minas Brasil Gerais Proporção Outs.Reagentes De Diagnostico Ou De Laboratorio , ,3 3,49% Semen De Bovino , ,7 16,45% Outs.Instrumentos E Apars.Que Utiliz.Radiacoes Opticas Medicamento C/Outs.Estrogenios/Progestogenios,Em Doses , ,9 6,16% , ,4 5,21% Outs.Oleos De Petroleo Ou De Minerais Betumin , ,9 2,47% Reagentes P/Determinacao Dos Grupos/Fatores Sanguineos , ,4 36,87%

98 Outros Macrolidios E Seus Sais , ,7 11,41% Prepar C/Cloridrato De Ractopamina =>2%.C/Sup Far.Soja , ,8 13,44% Outs.Instrs.E Apars.P/Análise/Ensaio/Medida ,1 - - Outs.Instrs.E Apars.P/Análise/Ensaio/Medida ,9 - - Outros Anti-Soros Especif. De Animais/Pessoas, Imunizados Outs. Fracoes Do Sangue, Prod. Imunol. Modif. Exc. Medicament , ,7 23,98% , ,5 0,51% Outs.Reagentes De Diagnostico Ou De Laboratorio , ,3 0,45% Medicamento Contendo Fumarato De Tiamulina,Em Doses Medicamento C/Outs.Vitaminas/Provitaminas,Etc.Em Doses , ,4 25,18% , ,3 2,39% Colorimetros , ,2 7,88% Outs.Fracoes Do Sangue, Prod. Imunol. Modif. Exc. Medicament , ,5 0,41% Outs. Reagentes De Diagnostico Ou De Laboratorio , ,3 0,36% Outros Distribuidores/Doseadores De Solidos/Liquidos , ,9 3,19% Lactonas , ,9 0,67% Fonte: Elaboração própria a partir de dados da SEF/MG e do MDIC. Total , ,2 2,37% Dentre os produtos acima dezoito tiveram algum tipo de transformação industrial para sua obtenção - e muitos deles tiveram transformações muito mais complexas do que aqueles que são adquiridos dos demais estados - e dois não. Mais uma vez esse dado é um indício de que a indústria fornecedora de insumos para a área de biotecnologia no estado de Minas Gerais não seria capaz de atender às demandas do setor. Uma pergunta interessante que surge é quais desses produtos importados pelas empresas situadas em Minas Gerais não são produzidos dentro do próprio estado. Na Tabela 6262 constam os principais produtos (em termos de valor), que em dezembro de 2012, não se encontravam entre as operações que tinham a indústria mineira como remetente, o que é uma boa indicação de que eles não eram produzidos no Estado àquela época.

99 TABELA 62: PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS PELAS EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA DE MINAS GERAIS DE JANEIRO À MARÇO DE 2013 QUE NÃO ERAM PRODUZIDOS NO ESTADO EM DEZEMBRO DE 2012 Produto Valor Outros Reagentes De Diagnostico/ Laboratorio, Em Suporte/Prepars ,49 Semen De Bovino ,02 Outs.Oleos De Petroleo,Minerais Betuminosos E Prepars ,95 Outs.Medicam.Cont.Prods.P/Fins Terapeuticos, Etc.Doses ,45 Outs.Instrumentos E Apars.P/Analise/Ensaio/ Medida, Etc ,00 Outs.Instrumentos E Apars.Que Utiliz.Radiacoes Opticas ,16 Medicamento C/Outs.Estrogenios/ Progestogenios, Em Doses ,02 Reagentes P/Determinacao Dos Grupos/Fatores Sanguineos ,17 Outros Macrolidios E Seus Sais ,56 Preparações Com Teor De Cloridrato De Ractopamina Igual Ou Superior A ,16 2%, Em Peso, Com Suporte De Farelo De Soja Medicamento Cont.Acido O-Acetilsalicilico,Etc.Em Doses ,13 Outs.Anti-Soros Especifs.De Animais/Pessoas,Imunizados ,65 Outs.Fracoes Do Sangue,Prod.Imunol.Modif. Exc.Medicament ,01 Outs.Partes De Apars.P/Filtrar Ou Depurar Liquidos,Etc ,88 Medicamento Contendo Fumarato De Tiamulina,Em Doses ,82 Garrafoes,Garrafas,Frascos,Artigos Semelhs.De Plasticos ,54 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da SEF/MG. Como se vê dos produtos importados pelas empresas mineiras nos três primeiros meses de 2013 dezesseis eram oriundos de transformações industriais. Os principais produtos que foram produzidos no estado de Minas Gerais (em dezembro de 2012) que eram importados pelas empresas de biotecnologia (de janeiro à março de 2013) são listados na Tabela TABELA 63: PRINCIPAIS PRODUTOS PRODUZIDOS PELAS EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA DE MINAS GERAIS EM DEZEMBRO DE 2012 Produto Valor Acido citrico ,71 Alcool etilico n/desnaturado c/vol.teor alcoolico>=80% ,45 Caixas de papel ou cartao,ondulados (canelados) ,60 Garrafoes,garrafas,frascos,artigos semelhs.de plasticos ,71

100 Nitrogenio ,91 Oleo de soja,refinado,em recipientes com capacidade>5l ,36 Oleos lubrificantes com aditivos ,77 Outras chapas de polimeros de etileno,n/reforcadas,etc ,64 Outras ureias,mesmo em solucao aquosa ,84 Outros aparelhos p/filtrar ou depurar gases ,49 Outros sacos,bolsas e cartuchos,de polimeros de etileno ,85 Outs.acucares de cana,beterraba,sacarose quim.pura,sol ,43 Outs.construcoes e suas partes,de ferro fund/ferro/aco ,24 Outs.inseticidas,apresentados de outro modo ,19 Oxido de zinco (branco de zinco) ,99 Oxidos,hidroxidos e peroxidos de outros metais,etc ,80 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da SEF/MG. Todos os produtos fabricados em Minas Gerais em dezembro de 2012 foram importados ou de outros estados ou do exterior no período de janeiro a março de Na Tabela 6464 está a relação dos principais. TABELA 64: PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS EM MINAS GEAIS DE JANEIRO A MARÇO DE 2013 DENTRE AQUELES QUE ERAM PRODUZIDOS NO ESTADO EM DEZEMBRO DE 2012 Produtos Origem Valor Equiderm pomada 250 gr RJ;EX ,45 Montanide isa 50 v2 SP;EX ,00 Ngf gr RJ ,13 Filtro hidrofobico 0,2 micra ab1 pfr7pv - pall SP;EX ,88 Frasco plastico soro 500 ml gravado hertavita - esteril SP;EX , cartucho ganaseg b12 25 ml - mexico SP ,58 Raiva i herbivoros 25 ds semiac SP ,00 Frasco de vidro nao siliconizado 10 ml SP;EX ,07 Equipo 2,0 m c/ injetor lateral s/ latex 40x16mm SC ,00 Tampa de borracha nitrílica vermelha de 20mm c/1000 (alt) SP;EX ,80 Serviço de indutrialização terceiros SP ,40 Selo aluminio 13 mm verde metalico gravado hertape SP ,14 Caixa coletiva 12un x 350g unguento vallee c/colm SP ,45 Polietileno glicol peg 6000 SP ,00 Essai isa 65 vg SP ,00 Tampa borracha 13 mm SP;EX ,11 Ractopamine hcl SP;EX ,61 Povidona k12 SP ,00 Id-anti-d (rh1) (1x12) PA;EX ,14

101 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da SEF/MG. Soro bovino SP;EX ,00 Como se vê, nenhum dos principais produtos importados entre janeiro e março de 2013 estava entre os principais produzidos em dezembro de 2012, ou seja, compram-se no estado aqueles produtos que menos se produz em termos de valor.

102 9. ATUAÇÃO RECENTE DO GOVERNO DE MINAS NO FOMENTO AO SETOR DE BIOTECNOLOGIA Com o intuito de diversificar a economia mineira, o Governo de Minas vem desenvolvendo uma série de ações que visam ampliar a atração de investimentos de segmentos da denominada Nova Economia. Para tanto, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais se mobiliza no sentido de promover as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação em biotecnologia aplicada à saúde humana e animal, agronegócio e meio ambiente. No setor de Biotecnologia, as ações promovidas pela SEDE visam, em linhas gerais, a melhoria de diversos aspectos da gestão empresarial, a implantação de um instituto de ciência e tecnologia aplicada com ênfase em soluções biotecnológicas, a prática da Responsabilidade Social Empresarial, a capacitação e adequação das empresas do APL para participarem do mercado internacional e a ação compartilhada de compra de insumos e distribuição da produção, tanto no mercado interno quanto externo. Para o alcance de tais resultados, as atividades foram estruturadas no Programa de Apoio à Competitividade dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) e direcionadas ao APL de biotecnologia da região metropolitana de Belo Horizonte, a partir da subdivisão em Capacitação e Melhoria Empresarial; Tecnologia e Informação; Meio Ambiente e Desenvolvimento Social; Posicionamento de Mercado, Comercialização e Prospecção; Governança, Associativismo, Gestão e Administração do APL e, Logística e Infraestrutura. A Capacidade e Melhoria Empresarial representa um investimento de R$ ,00 e conta com 35 empresas participantes e quatro contratos de consultoria em execução, que visam mudar a mentalidade das empresas para explorar mercados alternativos e potencializar seu desenvolvimento com uso

103 de tecnologias convergentes. A ação denominada Tecnologia e Informação, por sua vez, foi arquitetada a partir do Plano de Negócios do Instituto de Ciência e Tecnologia BIOTEC e do Programa Gestão da Inovação, que busca fortalecer tanto as capacidades internas das empresas como a relação externa entre as empresas e instituições. Para execução dessa atividade, foi utilizada uma metodologia envolvendo três fases principais: diagnóstico, capacidade coletiva e consultoria individual. A primeira etapa do Programa de Gestão da Inovação consiste em um diagnóstico da situação atual das empresas participantes no que se refere à estruturação das atividades internas e externas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. O objetivo desta etapa é caracterizar melhor a demanda das empresas e possibilitar um aprimoramento do conteúdo a ser abordado no treinamento coletivo e, subsequentemente, nas consultorias individuais. A segunda etapa consiste na condução de workshops em temas considerados de maior demanda com base no diagnóstico. O objetivo é fornecer às empresas uma visão sucinta e prática a respeito do processo de inovação no setor de biotecnologia, com ênfase em saúde humana, e apresentar fontes de informação, ferramentas e métodos considerados relevantes tendo em vista o público em questão. A terceira etapa consiste em assessorar as empresas de forma individual e customizada às suas necessidades. Para tanto, foi investido R$ ,00 de recursos da SEDE. No que concerne ao Meio Ambiente e Desenvolvimento Social, foram abrangidas 15 empresas para promoção de produção limpa e responsabilidade social e 20 empresas para participar de um programa de saúde e segurança no trabalho, demandando R$ ,00 de investimentos da SEDE. Lado outro, para o Posicionamento de Mercado, Comercialização e Prospecção foi abarcado tanto a participação em feiras hospitalares, médicas e de biotecnologia, quanto um relatório de inteligência mercadológica, os quais contam com um recurso de R$ ,74.

104 Com relação à fase de Governança, Associativismo, Gestão e Administração do APL, foi projetada a elaboração de um sistema de informação sistematizado bem como a comunicação e marketing do APL a partir de um investimento de R$ ,00. Por fim, para a realização das ações de Logística e Infraestrutura consolidou-se um estudo do SEBRAE sobre Modelo de Logística Compartilhada da Cadeia que determinou o gasto de R$ ,00 de recursos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. O objetivo deste estudo é determinar a viabilidade da concepção de um modelo de logística compartilhada entre as empresas do APL da região metropolitana de Belo Horizonte de modo a reduzir o elevado custo logístico dessas empresas, melhorando assim, a competitividade dessas. Diante de todos os valores apresentados, as atividades desempenhadas pela SEDE para o desenvolvimento do setor de biotecnologia em Minas Gerais representaram um dispêndio total de R$ ,74. As ações da Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (SECTES), por sua vez, envolvem o Pólo de Excelência em Genética Bovina e o Projeto de melhoria competitiva das empresas de biotecnologia humana em Belo Horizonte, em parceria com a FIEMG e SEBRAE, respectivamente. Criado pela SECTES em 2008, a partir de uma iniciativa do Governo de Minas Gerais e, instalado em 2009 com recursos da FAPEMIG na Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), o Pólo de Excelência em Genética Bovina, exerce papel fundamental para consolidar a liderança de Minas no desenvolvimento sustentável da genética animal, a partir do desenvolvimento da pesquisa e da capacidade de inovação. Entre as atividades concebidas ao longo dos quatro anos do programa, estão: o projetos de implementação; consolidação e manutenção do Pólo; projetos técnico-científicos articulados pelo Pólo; projetos de inovação para empresas de biotecnologia; diagnóstico da capacidade exportadora de empresas de biotecnologia de Uberaba; eventos técnico-científicos promovidos pelo Pólo e

105 parceiros; lançamento e apresentação do Programa de Incentivo à Inovação; criação da AMIA - Associação Mineira de Inovação no Agronegócio Missões Internacionais Colômbia, Austrália e Nova Zelândia; reuniões técnicas realizadas para o planejamento/ acompanhamento de ações/projetos do Pólo e parceiros; visitas recebidas de diversas instituições, e visitas realizadas em universidades, feiras e empresas de biotecnologia. Já o Projeto de melhoria competitiva das empresas de biotecnologia humana em Belo Horizonte nasceu em 2009 para propor as áreas de negócio a serem desenvolvidas nos 3 a 5 anos subsequentes à sua implementação, através da identificação de áreas de melhoria para obter produtos e serviços de alto componente tecnológico e colheita das prioridades das políticas nacionais de fomento de biotecnologia e do complexo de indústrias da saúde. A fim de atender os objetivos gerais, a saber, o entendimento da realidade local, a busca de oportunidades de desenvolvimento do APL de Belo Horizonte, elaboração de diagnóstico de desenvolvimento do entorno de Belo Horizonte e apresentação de proposta de desenvolvimento, foram estruturadas as seguintes ações: entrevistas; análise do entorno científico de MG, incluindo áreas distintivas, plataformas disponíveis e de futuro; estudo de tendências mundiais e dados de mercado via diagnósticos, análise da indústria farmacêutica, bioprodução e sistemas de saúde; e exame de referências mundiais, quais sejam, diagnósticos dos Estados Unidos, a bioprodução na Índia e a indústria farmacêutica Alemã (fitoterápicos).

106 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a amostra considerada e os dados dela obtidos, observou-se que o setor de biotecnologia em Minas Gerais é caracterizado pela presença majoritária de pequenas e médias empresas, que dependem em grande medida da proximidade com instituições de pesquisa, outras empresas do mesmo setor e também de incubadoras. Essas empresas estão, em sua maioria, localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na Microrregião de Viçosa e no Triângulo Mineiro. Apesar da relevância do estado de Minas Gerais no setor de biotecnologia em nível nacional, o tamanho do setor de biotecnologia mineiro ainda é relativamente pequeno quando comparado ao do estado de São Paulo, principalmente em relação ao número de empregos gerados. As empresas do estado de São Paulo empregam um maior número de funcionários que, por sua vez, têm uma remuneração média, nesse estado, mais alta em cada nível de escolaridade. Quanto à disponibilidade de mão de obra no estado de Minas Gerais, de acordo com os dados disponíveis, não parece haver escassez quantitativa de mão de obra para as empresas de biotecnologia em Minas Gerais uma vez que o setor emprega um número relativamente baixo de trabalhadores. Por outro lado, a escassez de mão de obra qualificada foi um entrave considerado importante para o crescimento de 74% das empresas que responderam ao questionário. Esse número pode estar ligado à qualidade da mão de obra formada, principalmente nas instituições particulares de ensino, estas últimas - além de ser a fonte do maior número de graduados em cursos relacionados ao setor - como foi observado, possuem, pela avaliação do ENADE, um conceito significativamente inferior ao conceito das instituições públicas.

107 A escassez de mão de obra apontada pelas empresas pode ainda estar ligada à capacidade de atração de mão de obra pelas empresas de biotecnologia, uma vez que, o salário pago a alguns profissionais empregados nas empresas analisadas é menor nessas que no restante da economia, em média. Pela análise das fontes de financiamento para a biotecnologia conclui-se que, para a pesquisa e desenvolvimento, essas fontes não podem ser consideradas escassas em Minas Gerais. As empresas e instituições de pesquisa mineiras têm grande relevância no número de projetos de biotecnologia contratados pelas fontes de financiamento federais. A FAPEMIG foi a fonte de financiamento externo mais citada pelas empresas, sendo que 48% das empresas da amostra que responderam ao questionário receberam financiamento da instituição, o que mostra a relevância da mesma no estado para o fomento à pesquisa em biotecnologia. Por outro lado, os recursos direcionados para a modernização e expansão da infraestrutura são mais escassos. No âmbito nacional, o BNDES é a fonte mais importante para esse tipo de financiamento. No entanto, as garantias solicitadas dificultam o acesso, principalmente das micro e pequenas empresas, que são numerosas em Minas Gerais no setor de biotecnologia. Uma alternativa para suprir essa lacuna no estado seria o BDMG, que apesar de contar com linhas de financiamento reembolsáveis para a inovação com condições especiais para as pequenas e médias empresas, parece não alcançar à maioria das empresas de biotecnologia, uma vez que, da amostra que respondeu ao questionário, apenas duas citaram o BDMG como fonte de financiamento. A falta de divulgação das linhas de financiamento ou as garantias exigidas dessas empresas podem ser motivos para esse baixo número, o que pode ser investigado em trabalhos posteriores. Essa dificuldade das empresas em conseguir acesso a recursos para infraestrutura pode estar ligada ainda à falta de preparação do empresário para a solicitação de recursos, o que pode ser tratado através de um suporte do Estado aos empresários interessados na elaboração dos pedidos de financiamento. Algumas das incubadoras de empresas que responderam ao questionário apontaram como dificuldade a inadequação da infraestrutura de seus

108 laboratórios para atender às empresas de biotecnologia, o que poderia ser minimizado também através de programas de apoio à infraestrutura que não se restrinjam às fases iniciais da implantação e abarquem também a manutenção e modernização contínua dos laboratórios. Quanto aos problemas de infraestrutura do estado, o mais citado pelas empresas foi a dificuldade de acesso a aeroportos. Na região metropolitana de Belo Horizonte essa dificuldade de acesso está relacionada aos problemas de liberação de produtos e à inadequação da infraestrutura para armazenar os produtos importados e exportados por essas empresas. Por último, um dos maiores gargalos encontrados no setor de biotecnologia mineiro é a baixa capacidade de transformação da pesquisa das instituições públicas em inovação, principalmente quando comparado com o setor paulista. Os grupos de pesquisa que definiram a biotecnologia como uma de suas áreas em Minas Gerais, comparados com os mesmos no estado de São Paulo, são maiores em termos de número de integrantes, no entanto, o estado de São Paulo gera um número maior de patentes majoritariamente depositadas por instituições públicas naquele estado. Em Minas Gerais as patentes são, em sua maioria, depositadas por instituições privadas. Diante dos aspectos apontados pelo estudo algumas recomendações de políticas públicas podem ser feitas no intuito de estimular o crescimento do setor de biotecnologia, estratégico para o estado de Minas Gerais. O primeiro passo para uma política setorial de sucesso deve ser coordenar as ações dentro do governo entre os diversos agentes promotores do desenvolvimento (SEDE, SECTES, FAPEMIG, BDMG, INDI) que seja consistente ao longo do tempo. Como observado, a proximidade com outras empresas e com instituições de ensino e pesquisa é muito importante para as empresas desse setor. Assim, recomenda-se direcionar as ações de incentivo fiscal e creditício para regiões nas quais já haja concentração de empresas e/ou instituições de ensino e pesquisa na área.

109 Para amenizar o problema da mão de obra, uma ação seria a criação de canais de comunicação permanentes para propiciar o diálogo entre as instituições formadoras (principalmente as privadas) de mão de obra de nível superior e as empresas de modo a adequar a formação do profissional com o perfil demandado pelas empresas. O apoio e a criação de cursos de pós-graduação voltados para a prática laboratorial e à biotecnologia industrial para os profissionais da área e o apoio à criação dos cursos técnicos especializados em biotecnologia industrial é também uma ação importante para suprir o déficit desse tipo específico de mão de obra. A indisponibilidade de recursos para o financiamento da modernização e ampliação de infraestrutura poderia ser minorada através da implantação de programas de financiamento contínuos de apoio à infraestrutura nas empresas e nas incubadoras, de modo a não criar um gargalo de infraestrutura laboratorial para o setor. Em termos da infraestrutura do estado ações voltadas à adequação dos aeroportos para o armazenamento de mercadorias importadas e exportadas pelo setor assim como a melhoria do funcionamento da liberação de mercadorias devem ser priorizados. O problema da baixa geração de inovação a partir da pesquisa científica no estado mineiro pode ser minimizado através da priorização da publicação de editais de financiamento que tenham como uma das cláusulas obrigatórias a interação entre as empresas e as instituições de ensino e pesquisa, pelo estabelecimento de metas para o número de projetos com interações e também metas para a transferência de tecnologia das universidades. Deveria também ser realizado o direcionamento dos fundos de desenvolvimento do estado para a atração e promoção de empresas que produzam os insumos necessários para o setor, em especial aqueles com maior valor agregado, de modo a diminuir a dependência das empresas da importação de insumos e preenchendo assim as lacunas existentes na cadeia produtiva do setor.

110 Apesar da relevância dos resultados obtidos até agora a partir dos dados disponíveis, alguns pontos necessitam ainda de um estudo mais aprofundado. Uma melhor aferição da escassez ou não de mão de obra no Estado de Minas Gerais é possível com o pleno acesso aos microdados da RAIS. Com estes dados poderíamos também expandir a base de comparação a nível nacional e com outros estados relevantes no setor como o Rio de Janeiro. Uma melhor aferição de quais são e de onde vem os insumos utilizados pelas empresas da área será possível caso tenhamos acesso aos dados das notas fiscais eletrônicas da Secretaria de Estado de Fazenda no nível de CNPJ, já que a estratégia utilizada para estudar o setor foi a partir das empresas que o compõe. Obter o faturamento total do setor, o faturamento por região e por área da biotecnologia (saúde humana, saúde animal, etc.) seria possível com o acesso aos dados da SEF por CNPJ. Por último ampliar o diálogo com a SECTES, com a FAPEMIG e BDMG para mapear quais foram as últimas políticas públicas desses órgãos para o fomento ao setor, além de estabelecer maior contato com os representantes do setor para alinhar as conclusões do trabalho com a realidade das empresas.

111 REFERÊNCIAS ABDI, (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial); CGEE, (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos). Panorama da Biotecnologia no Mundo e no Brasil. Brasília: ABDI-CGEE, ANPROTEC, (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores). Associados Anprotec. Disponível em: < Acesso em: 01 jun ASSAD, A.; AUCÉLIO, J. Biotecnologia no Brasil: recentes esforços. In: SILVEIRA, J.; POZ, M.; ASSAD, A. Biotecnologia e recursos genéticos: desafios e oportunidades para o Brasil. Campinas: UNICAMP, 2004 apud FREITAS, R.; ANDRADE, I.; LOPES, G. Fundo setorial de biotecnologia: uma análise de contexto, operação e resultados. Brasília: Rio de Janeiro: IPEA, jan (Texto para discussão n. 1806). BDMG, (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, 2013). Disponível em: < Acesso em: 01 jun BIOMINAS, (Fundação Biominas). Diagnóstico da indústria de biotecnologia em Minas Gerais. Belo Horizonte: FIEMG / IELMG, B ASI. MDIC, (Ministério do Desenvolvimento da Produção e Comércio Exterior). Disponível em:.desenvolvimento.gov.br/ >. Acesso em: 01 jun BRASIL. MCTI, (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação). Disponível em: < Acesso em: 01 jun BRASIL. MTE, (Ministério do Trabalho e Emprego). Relação Anual de Informações Sociais Rais, CEBRAP, (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Brazil Biotech Map São Paulo: Cebrap, CNPq, (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Disponível em: < Acesso em: 01 jun

112 FAPEMIG, (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais). Disponível em: < 2013>. Acesso em: 01 jun FINEP, (Financiadora de Estudos e Projetos). Disponível em: < >. Acesso em: 01 jun FREITAS, R.; ANDRADE, I.; LOPES, G. Fundo setorial de biotecnologia: uma análise de contexto, operação e resultados. Brasília: Rio de Janeiro: IPEA, jan (Texto para discussão n. 1806). IBGE, (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Censo Demográfico Disponível em: < Acesso em: 01. jun INEP, (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Censo da educação superior. Disponível em: < Acesso em: 01 jun INPI, (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Pedidos Depositados (residentes e não residentes) até Disponivel em: < Acesso em: 15 Setembro 2011 apud LADEIRA, D. A análise da atividade de patenteamento em Biotecnologia no Brasil f. Tese (Doutorado em Economia) Departamento de Biologia Geral, Universidade de Minas Gerais, Belo Horizonte, Disponível em: < 8ZBLNE/a_an_lise_da_atividade_de_patenteamento_em_biotecnologia_no_br asil.pdf?sequence=1 >. Acesso em: 5 ago INTERNATIONAL SERVICE FOR THE ACQUISITION OF ABRI-BIOTECH APPLICATONS (ISAAA) Top ten facts about biotech/gm crops in 2012: a new overview of biotech crops in Disponível em: < Acesso em: 13 ago KIHARA, E.; SOARES, E. A indústria de biociências nacional: caminhos para o crescimento. Biominas Brasil, PricewaterhouseCoopers Brasil Ltda. (PWC), LADEIRA, F. D. A análise da atividade de patenteamento em Biotecnologia no Brasil f. Tese (Doutorado em Economia) Departamento de Biologia Geral, Universidade de Minas Gerais, Belo Horizonte, Disponível em: < 8ZBLNE/a_an_lise_da_atividade_de_patenteamento_em_biotecnologia_no_br asil.pdf?sequence=1 >. Acesso em: 5 ago LELE, U. Biotechnology: opportunities and challenges for developing countries. American Journal of Agricultural Economics, v. 85, n.5, p , nov MINAS GERAIS. SEF, (Secretaria de Estado de Fazenda).

113 OCDE, (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico). Key biotechnology indicators. Disponível em: < Acesso em: 01 jun PPBio, (Programa de Pesquisa em Biodiversidade). Disponível em: < Acesso em: 01 jun RAZAIE, R et. al. Brazilian health biotech: fostering cross talk between public and private sectors. Nature Biotechnology, v. 26, n. 6. jun REIS, C.; PIERONE, J. P.; SOUZA, J. O. Biotecnologia para saúde no Brasil. BNDES Setorial, n. 32, p , SOUZA, S. Biotecnologia em Minas Gerais: potencialidades e desafios para o desenvolvimento regional. X Seminário sobre a Economia Mineira, TASSEY, G. The disaggregated technology production function: a new model of university and corporate research. Research Policy, v. 34, n. 3, p , abr TRAMOY, P. Review on the enzyme market. Paris: CBDMT, jul. 2008b apud ABDI; CGEE. Biotecnologia: iniciativa nacional de inovação, TRAMOY. The pharmaceutical biomanufacturing industry: a growing sector. CBDMT, set. 2008c. apud ABDI; CGEE. Biotecnologia: iniciativa nacional de inovação: panorama da biotecnologia no mundo e no Brasil, TRAMOY; Review on the biofuel market. Paris: CBDMT, dez. 2008a apud ABDI; CGEE. Biotecnologia: iniciativa nacional de inovação: panorama da biotecnologia no mundo e no Brasil, TRANSPARENCY MARKET RESEARCH. Biotechnology market by application (biopharmacy, bioservices, bioagri, Bioindustrial), by Technology (Fermentation, Tissue Regeneration, PCR, Nanobiotechnology, DNA Sequencing & Others) - Global Industry Analysis, Size, Share, Growth, Trends and Forecast, UN, (United Natios). UN Comtrade. Disponível em: < Acesso em: 01 jun WIPO, (World Intellectual Property Organization). Disponível em: < Acesso em: 01 jun ZYLBERBERG, E.; ZYLBERBERG, C.; ONER, A. Biotechnology in Brazil: an industry overview. Journal of Commercial Biotechnology, v. 18, n. 4. p. 9-18, out

114 ANEXO 1: QUESTIONÁRIO DE PESQUISA SOBRE AS EMPRESAS DO SETOR DE BIOTECNOLOGIA 1. Identificação da empresa 1.1 Nome da empresa: 1.2 Município: 1.3 Número de funcionários: 1.4 Ano de fundação: 2. Sobre a empresa 2.1 Subárea(s) da biotecnologia na(s) qual (is) a empresa atua: Saúde humana Saúde animal Agricultura Meio ambiente

115 Bioenergia Bioinformática Outros: 2.2 A empresa está ou esteve incubada? Sim Não 2.3 Em caso afirmativo, aponte a incubadora: 2.4 A empresa exportou nos últimos 12 meses? Sim Não 2.5 A empresa possui patentes próprias? Sim Não 2.6 Aponte, dentre as opções abaixo, a(s) fonte(s) de financiamento à(s) qual(is) a empresa tem ou teve acesso: FINEP CNPq BNDES FAPEMIG CAPES Capital de risco privado A empresa não recebe ou recebeu financiamento externo Outros:

116 3.1 Indique qual foi o grau de importância dos fatores abaixo para a escolha do local de instalação da empresa: Não foi importante Pouco importante Importante Muito importante Tamanho do município Acesso a aeroportos Densidade e qualidade da malha rodoviária Proximidade geográfica com fornecedores de insumos Proximidade geográfica com fornecedores de serviços Proximidade geográfica com o mercado consumidor Proximidade geográfica com outras empresas de biotecnologia Proximidade geográfica com universidades e centros de estudo na área de biotecnologia Disponibilidade de mão de obra especializada Custo da mão de obra Financiamento público Incentivos fiscais

117 3.2 Caso algum fator importante não tenha sido listado entre as opções da questão anterior, aponte-o: 4. Entraves para o crescimento 4.1 Aponte o nível de importância da escassez de mão de obra como um entrave para o desenvolvimento da empresa: Não é importante Pouco importante Importante Muito importante 4.2 Caso escassez de mão de obra tenha algum grau de importância como um entrave, aponte em qual(is) nível(is) de formação: Técnico Superior Mestrado Doutorado Especifique: 4.3 Caso a escassez de mão de obra tenha algum grau de importância enquanto um entrave para o desenvolvimento da empresa aponte a(s) medida(s) adotadas: Forneceu treinamento com recursos próprios Importou mão de obra de outros estados brasileiros Importou mão de obra de outro país Buscou ajuda de instituição pública

118 Nenhuma medida foi adotada Outros: 4.4 Aponte o nível de importância da indisponibilidade de insumos oriundos do Estado de Minas Gerais para aplicação no processo produtivo como um entrave para o desenvolvimento da empresa? Não é importante Pouco importante Importante Muito importante 4.5 Caso a indisponibilidade de insumos tenha algum grau de importância para o desenvolvimento da empresa, aponte quais são esses insumos: Máquinas e equipamentos Serviços Outros: 4.6 Caso a empresa venha sendo prejudicada pela indisponibilidade de insumos oriundos do Estado de Minas Gerais, aponte a medida adotada: Importou insumos de outros estados brasileiros Importou insumos de outros países Outros: 4.7 Aponte o nível de importância dos fatores relacionados à infraestrutura como um entrave para o desenvolvimento da empresa: Não é importante Pouco importante

119 Importante Muito importante 4.8 Caso os fatores relacionados à infraestrutura tenham algum grau de importância enquanto entrave, aponte qual(is): Densidade e qualidade da malha rodoviária; Aceso a aeroportos; Telecomunicações; Outros: 4.9 Além dos fatores expostos nas questões anteriores aponte o grau de importância dos itens listados abaixo como um entrave para o crescimento da empresa: Não é importante Pouco importante Importante Muito importante Regulação ambiental Dificuldade de articulação com universidades e centros de estudo na área de biotecnologia Cooperação/interação incipiente entre empresas de biotecnologia Baixa competitividade em relação a produtos similares estrangeiros Dificuldade na obtenção de certificações internacionais 4.10 Caso haja outros fatores não listados anteriormente que representem um entrave para o crescimento da empresa, aponte:

120 ANEXO 2: QUESTIONÁRIO DE PESQUISA SOBRE AS INCUBADORAS EM MINAS GERAIS 1. Identificação da incubadora 1.1 Nome: 1.2 Município: 1.3 Número de colaboradores: 1.4 Ano de Fundação: 1.5 Receita auferida pela incubação: 2. Sobre a incubadora 2.1 Atualmente, quantas empresas (de qualquer área), estão sendo incubadas? 2.2 Mantém atualmente alguma empresa de biotecnologia incubada? Sim Não 2.3 Caso tenha respondido negativamente à pergunta anterior aponte o motivo:

121 2.4 Caso tenha respondido afirmativamente à questão 2.2 aponte quantas empresas: 2.5 Aponte, dentre as opções abaixo, a(s) fonte(s) de financiamento à(s) qual(is) a incubadora tem ou teve acesso: FINEP BNDES FAPEMIG A incubadora não recebe ou recebeu financiamento externo Outros: 3. Fatores relacionados à infraestrutura da incubadora (Apenas para aqueles que tenham respondido afirmativamente à questão 2.2). 3.1 Descreva a infraestrutura (espaço físico, máquinas, equipamentos, laboratório, etc) atual que a incubadora é capaz de oferecer às empresas de biotecnologia: 3.2 A infraestrutura apontada na questão anterior é capaz de atender à demanda de todas as empresas de biotecnologia que desejam utilizar suas instalações? Sim Não 3.3 Caso tenha respondido negativamente à questão anterior aponte os fatores que representam um entrave para que a incubadora consiga atender à demanda das empresas de biotecnologia.

122

123 ATLAS DA BIOTECNOLOGIA EM MINAS GERAIS GRÁFICO 1: NÚMERO DE EMPRESAS PRIVADAS NACIONAIS DE BIOTECNOLOGIA POR MUNICÍPIO

124 GRÁFICO 2: NÚMERO DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E EMPRESAS MULTINACIONAIS DE BIOTECNOLOGIA POR MUNICÍPIO

125 GRÁFICO 3: NÚMERO DE GRUPOS DE PESQUISA NA ÁREA DE BIOTECNOLOGIA POR MUNICÍPIO

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