Sumário. 6 Capa Controle e Redução de Perdas. 28 Várzea do Ribeirão Parelheiros. Programa de reabilitação de redes de água ENTREVISTA MEIO AMBIENTE

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3 REVISTA AESABESP Associação dos Engenheiros da Sabesp Ano IX - nº27 - Setembro/Outubro 2007 Sumário 6 Capa Controle e Redução de Perdas 28 Várzea do Ribeirão Parelheiros 33 Programa de reabilitação de redes de água ENTREVISTA Ernani Ciríaco de Miranda: Os níveis de perdas no Brasil ainda são elevados PONTO DE VISTA A situação atual das perdas no Japão por Masahiro Shimomura PERDAS DE ÁGUA E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Reduzir perdas - o meio ambiente e a sociedade agradecem por Sônia Nogueira ARTIGOS TÉCNICOS BIODIVERSIDADE Mecanismos de desenvolvimento limpo e créditos de carbonos MEIO AMBIENTE Desenvolvimento sustentável para o país RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL O TEMPO DO RIO TIETÊ Um rio de contrastes e múltiplos usos CYBER CAFÉ Site Domínio Público RESENHA Livro: Big Bang HOMENAGEM Um profissional realizado que nunca esqueceu a Sabesp

4 REVISTA Editorial A ÁGUA DO AMANHÃ Ao contrário do que se acreditava num passado não muito distante, o mundo está aos poucos tomando conhecimento de que a água é um recurso limitado. É fundamental que o homem amplie as medidas estratégicas no sentido de preservá-la, garantindo para as gerações futuras o acesso a esse bem tão precioso. As decisões devem ocorrer em caráter de urgência, para evitar que as medidas corretivas no futuro não sejam ainda mais radicais. O desperdício generalizado parte das residências, com a torneira pingando, até as cidades, independente do porte, com vazamentos em adutoras, encanamentos, empresas e fraudes na captação de água. Cada setor do governo e da sociedade têm sua parcela de responsabilidade. Aparentes ou reais, os níveis de perda de água no Brasil ainda são altíssimos e representam um grande desafio para o setor de saneamento, principalmente devido a dimensão continental do País. Nossa reportagem especial de capa discute a necessidade da redução imediata das perdas de água, através de equipamentos e sistemas, e mostra as medidas que já estão sendo tomadas no sentido de reduzir os limites atuais para padrões cada vez menores, a exemplo do que aconteceu em países como o Japão, situação também retratada nessa edição da Revista Saneas. O assunto ganha especial importância no momento em que o Governo divulgou, no dia 14 de setembro, os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005/2006 (PNAD/IBGE), que aponta o crescimento da rede de água, de 82,3% em 2005 para 83,2% em O percentual de domicílios com rede de esgoto também aumentou, de 69,7% para 70,6%, no mesmo período. E os números devem continuar a subir, sinalizando a necessidade de aumentar também os cuidados com a preservação da água para que ela chegue, com qualidade e em quantidade suficiente aos lares de todo Brasil. Você vai saber mais sobre o assunto na matéria sobre Controle de Perdas, em entrevista com Ernani Ciríaco de Miranda, Coordenador do Programa de Modernização do Setor Saneamento (PMSS), além dos Pontos de Vista de Masahiro Shimomura e Sônia Nogueira. Também conhecerá temas como o Programa de Reabilitação de Redes de Água, conduzido pela Unidade de Negócio Centro da Sabesp; os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e Créditos de Carbono; o trabalho para redução da concentração de constituintes típicos de efluentes sanitários na várzea do Ribeirão Parelheiros; a importância e os avanços na despoluição do Rio Tietê, entre outros assuntos de interesse. E assim cumprimos a missão de sempre proporcionar aos nossos leitores, as principais novidades e atualizações tecnológicas em saneamento e meio ambiente. Por isso, você já sabe: pensou em saneamento, pensou na Revista Saneas. Boa leitura! Walter Antonio Orsatti Presidente AESABESP Associação dos Engenheiros da Sabesp Saneas é uma publicação técnica bimestral da Associação dos Engenheiros da Sabesp DIRETORIA EXECUTIVA Presidente - Walter Antonio Orsatti Vice-Presidente - Gilberto Alves Martins 1º Secretário - Ivan Norberto Borghi 2ª Secretária - Cecília Takahashi Votta 1º Tesoureiro - Hiroshi Letsugu 2º Tesoureiro - Emiliano Stanislau de Mendonça DIRETORIA ADJUNTA Diretor de Marketing - Carlos Alberto de Carvalho Diretor Cultural - Olavo Alberto Prates Sachs Diretor de Esportes- Zito José Cardoso Diretor de Pólos - José Carlos Vilela Diretora Social - Magali Scarpelini Diretor Técnico - Reynaldo Eduardo Young Ribeiro CONSELHO DELIBERATIVO Amauri Pollachi, Carlos Alberto de Carvalho, José Carlos Vilela, José Márcio Carioca, Júlio César Villagra, Luciomar dos Santos Werneck, Luis Américo Magri, Luiz Henrique Peres, Nélson César Menetti, Osvaldo Ribeiro Júnior, Ovanir Marchenta Filho, Renato Hochgreb Frazão, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Sérgio Eduardo Nadur, Yazid Naked CONSELHO FISCAL Ivo Nicolielo Antunes Junior, Nelson Luiz Stábile e Nizar Qbar Pólos da Região Metropolitana de São Paulo Coordenador - Nélson César Menetti Costa Carvalho e Centro - Célia Maria Machado Ambrósio Leste - Luciomar dos Santos Werneck Norte - Oswaldo de Oliveira Vieira Oeste - Evandro Nunes de Oliveira Ponte Pequena - Aram Kemechian Pólos AESABESP Regionais Baixada Santista - Ovanir Marchenta Filho Botucatu - Osvaldo Ribeiro Júnior Franca - Helieder Rosa Zanelli Itapetininga - Valter Katsume Hiraichi Lins - Marco Aurélio Saraiva Chakur Presidente Prudente - Robinson José de Oliveira Patricio Vale do Paraíba - José Galvão F. Rangel de Carvalho CONSELHO EDITORIAL Luiz Henrique Peres (Coordenador) Viviana Marli de Aquino Borges Carlos Alberto de Carvalho José Marcio Carioca Célia Maria Machado Ambrósio FUNDO EDITORIAL Jairo Tardelli, Antonio Pereto, José Antonio de Oliveira, Milton Tsutiya, Sonia M. Nogueira e Silva, Eliana Kitahara e Franscisca Adalgisa da Silva JORNALISTA RESPONSÁVEL João B. Moura - MTB PROJETO VISUAL GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E PRODUÇÃO GRÁFICA L3ppm - publicidade, propaganda e marketing Ltda criacao@l3ppm.com.br IMPRESSÃO E ACABAMENTO Gráfica IPSIS Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua 13 de maio, casa 1 - Bela Vista São Paulo - SP Fone (11) Fax (11) aesabesp@aesabesp.com.br Ano IX - nº27 - Setembro/Outubro 2007 * Impresso em papel reciclado

5 CAPA A LUTA PARA COMBATER AS PERDAS DE ÁGUA Crédito: Odair M. Faria VICENTE DE AQUINO As perdas de água (diferença entre os volumes produzidos ou entregues aos sistemas e os volumes consumidos de forma autorizada) ocorrem em todos os sistemas de abastecimento e refletem a eficiência operacional e as condições da infra-estrutura. Classificam-se em perdas reais (físicas), quando a água é perdida antes de chegar aos consumidores, principalmente devido a vazamentos nos diversos componentes dos sistemas de abastecimento, e em perdas aparentes (comerciais), quando a água é consumida de forma não-autorizada, principalmente devido à submedição causada pela imprecisão nos hidrômetros dos clientes, irregularidades (fraudes) e furto de água em hidrantes. As proporções entre esses dois tipos de perdas e suas causas variam de sistema para sistema, exigindo ensaios de campo e a adoção de várias hipóteses para se chegar a uma partição entre os dois tipos de perdas. As avaliações mais recentes têm levado a uma porcentagem maior de perdas reais em relação às perdas aparentes. A IWA - International Water Association, propôs uma Matriz de Balanço Hídrico para os sistemas de abastecimento de água, que procura uniformizar os conceitos e os entendimentos sobre perdas de água em todo o mundo, conforme mostrado na tabela na próxima página. Há ainda uma grande discussão acerca dos indicadores de perdas, especialmente no que diz respeito à comparabilidade entre sistemas de abastecimento de água distintos. O indicador clássico (percentual em relação ao volume produzido ou disponibilizado) tem sido preterido em favor de outros que possam retratar melhor a situação existente, tais como o indicador de perdas litros por ligação de água por dia ou o índice de vazamentos da infra-estrutura, adimensional, que leva em conta fatores relativos às condições das tubulações e às pressões reinantes no sistema (este último indicador é para perdas reais). Não existe perda zero em sistemas de abastecimento de água. Podem ser definidos dois limites referenciais para as perdas: Limite Técnico: aquele possível de se chegar utilizando todas as técnicas, tecnologias e recursos disponíveis no momento (perdas inevitáveis); Limite Econômico: nível de perdas em que o custo para recuperar um determinado volume supera o custo de produção e distribuição desse volume; geralmente este limite é atingido antes do limite técnico. Setembro/Outubro de 2007 Saneas 05

6 Divulgação CAPA Julian Thornton, das forças-tarefa da IWA e da AWWA (American Water Works Association) Tais limites são conceituais e de difícil determinação prática, e variam, especialmente o econômico, de local para local. As principais ações para redução das perdas reais são o gerenciamento de pressões (quanto menores e mais estáveis, melhor), o controle ativo de vazamentos (localizar rapidamente os novos vazamentos não-visíveis, através do monitoramento da vazão mínima noturna e de métodos acústicos de pesquisa), a agilidade e a qualidade do reparo dos vazamentos e o gerenciamento da infra-estrutura (priorização de trechos para renovação das tubulações, principalmente dos ramais de água, onde ocorre a maioria dos vazamentos). Já para a redução das perdas aparentes, as principais ações são o gerenciamento da hidrometria (otimização das trocas e dimensionamento dos hidrômetros, principalmente dos maiores consumidores) e o combate a irregularidades (como fraudes e ligações clandestinas). O desenvolvimento de medidas de natureza preventiva de controle de perdas nas fases de projeto e construção do sistema envolve a necessidade de passos iniciais de organização anteriores à operação. As medidas devem contemplar, dentre outras: a boa concepção do sistema de abastecimento de água, considerando os dispositivos de controle operacional do processo, a qualidade adequada dos materiais e da instalação das tubulações, equipamentos e demais dispositivos utilizados, a implantação dos mecanismos de controle operacional (medidores e outros), a elaboração de cadastros e a execução de testes pré-operacionais de ajuste do sistema. A macromedição, ou seja, a medição dos grandes volumes de água que entram no sistema (ou mesmo aqueles que saem), deve ser bem estudada, implantada e acompanhada, pois os números dela resultantes serão as referências para todas as análises posteriores, não só para a questão das avaliações de perdas, mas também para a definição de vários parâmetros de projeto e operação dos sistemas de água. Divulgação PESQUISA INTERNACIONAL Para o consultor Julian Thornton, inglês, formado em Engenharia Mecânica e Civil, e desde 1996 residindo no Brasil, o trabalho de campo é o principal: Eu sempre me considerei uma pessoa mais prática. Que gosta de trabalhar e resolver os problemas cotidianos, afirma. Julian faz parte das forças-tarefa da IWA e da AWWA (American Water Works Association): Eu sou o líder da equipe do controle de pressão. Julian fala sobre a contribuição da IWA no tocante a um entendimento global uniforme sobre as questões ligadas às perdas reais: A IWA propôs uma padronização para avaliar perdas reais e também aparentes. Antes havia vários indicadores, não eram padronizados, eram variáveis, soltos, as pessoas queriam comparar maçã com laranja e não tinha como comparar. A IWA trouxe um indicador que padronizou a medição em vários países. Eu particularmente não conheço países que não tenham aceito os indicadores da IWA. Existem países que ainda estão estudando, mas eu não sei de nenhum que disse eu não vou usar. Posso citar alguns países que utilizam a metodologia da IWA: Estados Unidos, Canadá, Malta, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Alemanha, Itália e Brasil, entre outros, afirmou. Sobre a questão de as perdas 06 Saneas Setembro/Outubro de 2007

7 aparentes não terem avançado tanto quanto as perdas reais na IWA, Julian diz que o assunto tem mais de uma resposta: Primeiro precisamos dizer que a IWA tem uma equipe para tratar das perdas aparentes. Tem muita gente que pensa que IWA não se preocupa com isso, mas nós estamos estudando e pesquisando o assunto. Acontece que o processo de desagregar as perdas aparentes é bem mais complexo. Nós podemos ter falhas de cadastro, fraudes ou mesmo submedição. Já as análises dos componentes das perdas reais são mais visíveis. Podemos ter uma precisão muito grande no sistema nesse campo. Mas as coisas estão mudando. Malta e Chipre, por exemplo, estão muito adiantados em relação às perdas aparentes, explica. O consultor não tem nenhuma dúvida em afirmar que é muito importante fazer um diagnóstico de todos os componentes e desagregar o que é perda aparente do que é perda real: Temos que achar as peças que criam problemas e depois atacar de forma eficiente. Quando se está tentando reduzir perdas, é necessária uma gestão contínua. Ela é mais importante do que a técnica em si. Se você não faz uma gestão continuada, você não vai conseguir diminuir as perdas de forma sustentável. A gente pode aplicar uma ferramenta nova, que dê resultados naquele momento, mas se não houver gestão, as perdas voltam a aparecer, esclarece. SISTEMAS COMPLEXOS E DE GRANDES DIMENSÕES Um dos maiores desafios em um sistema grande, segundo Julian, é a compartimentação do sistema: O segredo para conseguir medir com precisão é desagregar a rede de distribuição de água, gerenciar um sistema grande em partes pequenas. A Inglaterra conseguiu diminuir as perdas reais em cinco anos. Mas lá são 50 milhões de pessoas, toda Inglaterra significa três cidades de Divulgação Eric Cerqueira Carozzi, Superintendente de Desenvolvimento Operacional da Diretoria de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp São Paulo. É importante fazer um diagnóstico financeiro para saber em quanto tempo nós conseguiremos chegar naquilo que pretendemos. Mas um sistema grande é complexo, pois se o dinheiro acaba no meio desse prazo, a gente acaba perdendo o que já ganhou. Então é necessário saber se vai haver um investimento continuado para se determinar prazos. Eu gosto de citar bons exemplos da metodologia IWA. Em perdas aparentes, um grande exemplo disso é a cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos. Eles trocaram todos os hidrômetros e fizeram uma grande campanha contra as fraudes. Como resultado, conseguiram reduzir bastante o volume das perdas aparentes. Halifax, no Canadá, também é outro grande exemplo. Isso é o sucesso de uma gestão de um grande sistema dividido em vários pequenos. Chipre, um pequeno país, mas que tem muitos problemas de recursos hídricos, conseguiu reduzir muito as perdas reais e aparentes, diz Julian. Sobre as referências mundiais no controle das perdas de água, Julian diz que a Inglaterra e o Japão são exemplos bem acabados: Eles controlam bem os dois tipos de perda. Se uma empresa está com controle de fluxo de caixa e precisa fazer dinheiro, controlar a perda aparente é mais importante. Por outro lado, a empresa que vende água precisa ter o produto. Se ela está com pouca oferta, controlar a perda real é mais importante. Sem água ela deixa de ser uma empresa, afirma. Ele diz que tanto os ingleses quanto os japoneses trabalham muito com o controle de pressão: Ao diminuir a pressão em determinados horários, você acaba diminuindo também os vazamentos, conclui Julian. PERDAS OCORREM EM TODOS OS SISTEMAS Para o engenheiro Eric Cerqueira Carozzi, Superintendente de Desenvolvimento Operacional da Diretoria de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp, as perdas ocorrem em todos os sistemas de abastecimento. Para um eficiente combate às perdas, é necessário conhecer o tipo de perda predominante em cada sistema e as respectivas causas. A partir desse diagnóstico é possível priorizar e investir em ações de modo a se otimizar a aplicação dos recursos. Nos sistemas de maior porte, que demandam maior esforço para reduzir as perdas, é fundamental sua divisão em setores de abastecimento menores, que viabilizem uma gestão eficaz da sua operação. Outro aspecto fundamental do combate às perdas é a necessidade de conscientização e comprometimento de todos os envolvidos, além de estratégias de longo prazo, com continuidade de recursos, associados a cuidados especiais quanto à qualidade dos materiais aplicados e ao treinamento das equipes de manutenção e de instalação da infra-estrutura, explica. Eric ressalta que o Programa de Redução de Perdas é um programa estratégico na Sabesp, com metas ambiciosas e que exigirá recursos para a sua implementação: Realmente o programa de redução de perdas é fundamen- Setembro/Outubro de 2007 Saneas 07

8 CAPA Divulgação tal para a Sabesp, pois além de possibilitar a redução de custos operacionais e de manutenção, permite adiar investimentos na ampliação da produção, que têm custos cada vez mais elevados, principalmente em municípios com pouca disponibilidade hídrica. Quanto ao programa de perdas da Sabesp, diz Eric que já estamos trabalhando na elaboração do programa corporativo, através da uniformização de critérios e ações nas duas diretorias operacionais (Diretoria Metropolitana e Diretoria de Sistemas Regionais) e da consolidação dos seus planos existentes. A partir desse plano, buscaremos Japão Tóquio Kobe Nagoya M Viena , , , , , , , , , , , ,6 20,5 14, ,9 19,5 14, , , ,4 18,5 14, , , ,8 17,8 14, ,7 17,6 13, ,1 17,4 13, ,8 17,2 13, , , ,4 16,8 12, ,4 16,6 12, ,9 15,8 12, ,3 15,7 12, ,8 15,6 12,01 18, ,2 15,5 11,90 17, ,5 15,4 11,82 16, ,3 11, ,2 15,2 11,15 15, ,5 15,1 10, ,4 14,8 10, ,7 14,5 14,7 9,55 13, , ,7 9, , ,7 13,5 13,3 8,48 13, , ,8 8,08 14, ,9 12,5 12 7,77 14, , ,5 7, ,9 11,5 11,1 6,88 16,5 9, , ,7 6, ,5 10,1 6,49 18, ,9 10 9,8 6, ,1 9,6 15,8 5, ,3 9,3 12,3 5,36 21,75 9, ,8 8,9 10 5,19 16, ,4 9,6 5,13 14, ,1 5,02 15, ,5 7,6 8,9 4,80 15, ,3 7,1 8,7 4,54 15, ,5 6,4 8,3 4,50 15, ,6 5,4 8 15, ,9 4,7 8 16, ,8 4,4 7,9 17, , , ,8 Reais % Perdas R viabilizar os recursos necessários para atingir as metas definidas. Também acompanharemos a evolução e os resultados obtidos no Contrato de Performance (no qual a contratada tem compromisso e é remunerada em função da redução de perda obtida), em andamento num projeto-piloto na Região Metropolitana de São Paulo, para avaliar esse novo modelo de contratação. Mas não basta elaborar planos e viabilizar recursos. É preciso acompanhar a realização das ações e os resultados obtidos, e para isso desenvolveremos um sistema que integre as informações das duas diretorias, o que é um grande desafio devido às muitas diferenças de características e de sistemas de informações utilizadas em cada uma delas, diz. Sobre as dificuldades de planejar as ações de perdas, Eric ressalta que ainda não possuímos um modelo preciso que permita projetar as metas de perdas em função das ações e recursos previstos nos planos. É preciso melhorar a qualidade destas informações e registrar os históricos das ações e seus resultados, a fim de aperfeiçoar continuamente esse modelo, de modo a aprimorar os planejamentos futuros. De qualquer forma, para otimizar a aplicação dos recursos, que são escassos, é fundamental ter o diagnóstico dos tipos e causas das perdas em cada sistema, a partir do qual se possam priorizar as ações mais eficientes e eficazes. PROGRAMAS DE COOPERAÇÃO Eric acredita que elaborar programas de cooperação é uma forma eficaz de capacitação e troca de experiências para a gestão das perdas: No trato com o problema das perdas de água, a Sabesp segue a linha de ação proposta pela IWA. Dessa forma, as unidades de controle de perdas da Sabesp, principalmente na Diretoria Metropolitana, têm mantido um contato muito próximo com os especialistas ligados à IWA. Quanto aos acordos de cooperação técnica, a Sabesp assinou, no início deste ano, um acordo com o governo do Japão, através da sua Agência de Cooperação Internacional (JICA), que tem como objetivo a transferência de conhecimento e de tecnologia, adquiridos pelos técnicos japoneses durante mais de 50 anos. O Japão é uma referência mundial em controle de perdas e possui sistemas tão grandes e complexos como os da Sabesp, com índices de perdas excepcionais, abaixo de 8%, principalmente quando considerados índices acima de 30%, como ocorre em Japão Tóquio Kobe Nagoya Viena Redução de perdas ao redor do mundo 08 Saneas Setembro/Outubro de 2007

9 Divulgação Vazamento alguns sistemas operados pela Sabesp (Leia mais no Ponto de Vista, a partir da página 23). ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA Outro assunto do qual Eric gosta de falar diz respeito às inovações tecnológicas disponíveis no mercado e que possuem aplicação imediata na redução de perdas: Como eu já disse, a Sabesp mantém estreita relação com os especialistas da IWA que, à parte do trabalho realizado no Japão, é a entidade de ponta, em âmbito mundial, quando se fala em controle de perdas. Desse modo, em termos tecnológicos, a Sabesp tem se mantido atualizada e em um bom patamar, quando comparada às empresas de abastecimento de água dos países mais desenvolvidos. Como inovações tecnológicas que teriam aplicação imediata, Eric cita o sistema de detecção de vazamentos em tubulações de grande porte (adutoras e anéis primários), conhecido como Sistema SAHARA. Esse sistema foi desenvolvido na Inglaterra pelo Water Research Center (WRC) e é o único sistema conhecido que se demonstrou extremamente eficaz para a detecção desse tipo de vazamento. A Sabesp já manteve contato com o representante do sistema para as Américas, mas, no momento, seus altos custos inviabilizam testes de campo em algum de nossos sistemas de abastecimento, que seria o primeiro passo para adoção dessa nova tecnologia. Um grande desafio tecnológico para a Sabesp, segundo Eric, é a redução da submedição dos hidrômetros dos clientes, efeito potencializado pela existência, especialmente no Brasil, de caixas d água nos imóveis, o que reduz as vazões nas ligações e amplia a submedição nos hidrômetros. Outra questão importante é a qualidade dos materiais das tubulações enterradas. A Sabesp já utiliza como padrão, há vários anos, tubos de polietileno para a execução dos ramais de água. Quanto à utilização do polietileno em redes de distribuição de água, Eric diz que observamos uma tendência de sua aplicação em diversos países europeus. No Brasil, algumas operadoras como Adutoras podem conter vazamentos o DMAE - Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre e a empresa Águas de Limeira já adotam o polietileno nas novas redes. A Sabesp aplicou o polietileno nas redes de alguns poucos sistemas, mas, por falta de certos cuidados, acabou tendo más experiências. O polietileno apresenta diversas vantagens em relação às tubulações em ferro ou PVC, tais como a redução do número de juntas (soldagem por fusão), que são potenciais pontos de vazamentos, a facilidade na execução das redes e a exigência de uma menor largura de escavação. Além disso, onde há necessidade de renovação das redes e praticamente é inviável a sua instalação com abertura de vala (região central de São Paulo, por exemplo), o polietileno tem a vantagem adicional de possibilitar a execução através de método não-destrutivo. Por outro lado, o polietileno Crédito: Odair M. Faria Setembro/Outubro de 2007 Saneas

10 Divulgação CAPA O engenheiro civil Dante Ragazzi Pauli, Superintendente da Unidade de Negócio Leste da Sabesp (UN-ML) exige cuidados com o controle de qualidade dos materiais, equipamentos mais sofisticados e estruturação da manutenção e mão-de-obra treinada e previsão de peças de reposição. Mas esses cuidados também devem ser observados para os demais materiais. Além disto, para se garantir bons resultados, pela falta de normas brasileiras, foram desenvolvidas NTS Normas Técnicas Sabesp, que especificam desde os materiais até sua aplicação e manutenção. Assim, já estamos em condição de iniciar uma aplicação em maior escala. Como em toda mudança, há resistência em utilizar um novo material, mas acho que o polietileno é uma boa solução para aplicação nas redes de água, desde que tomados os devidos cuidados, e sua aplicação deve ser avaliada e testada em maior escala na Sabesp, finaliza. BAIXA RENDA O engenheiro civil Dante Ragazzi Pauli, atual Superintendente da Unidade de Negócio Leste da Sabesp (UN-ML), acredita que um dos seus maiores desafios é o de combater perdas em uma região vasta, complexa e de baixa renda como é essa área da Região Metropolitana de São Paulo: A UN-ML atende oito municípios (Salesópolis, Biritiba-Mirim, Arujá, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba e parte da Zona Leste do Município de São Paulo), com mais de 752 mil ligações de água e mais de 3 milhões de pessoas. A incansável preocupação com o uso sustentável da água, fator essencial para garantir a disponibilidade para as futuras gerações e a sustentabilidade do negócio, vêm aprimorando o Programa de Controle de Perdas, diz. Ele explica que um dos pontoschave para que esse controle atinja um grau de excelência está justamente no planejamento: O ponto de partida é a realização de nosso planejamento plurianual, em que avaliamos quais as principais ações e conseqüentes recursos necessários para curto, médio e longo prazo. Assim, a redução de perdas tem sido realizada de forma mais eficaz e com retornos mais efetivos. Podemos citar algumas práticas: em 2004 foram implementadas as Ações Integradas de Combate às Perdas nos setores de abastecimento, voltadas ao combate de perdas reais e aparentes, envolvendo todos os departamentos da UN-ML. Todos focados num só objetivo. Vale citar também a postura inovadora da UN-ML, que implementou o Método de Análise e Soluções de Problemas para Perdas MASPP, afirma. Esse novo método, segundo Dante, possibilitou a mudança de conceitos: O de Volume Disponibilizado (VD = compra de água da área de produção) e o de Volume Utilizado (VU = venda de água aos clientes). Atualmente todos os empregados da Sabesp falam em redução das perdas e sabem o significado do VD e VU. Hoje, a cultura está tão bem disseminada que o problema de redução das perdas de água é responsabilidade de todas as áreas da UN-ML, e não mais apenas da Divisão de Controle de Perdas. A gestão de controle de perdas enquadra-se totalmente na melhoria da qualidade da operação dos sistemas de abastecimento de água, na conseqüente melhoria dos serviços prestados e na busca da excelência a cada ano. Em 2006, como parte das ações de melhoria do Programa de Perdas, as atividades de Pesquisa Acústica de Vazamento foram descentralizadas para os Pólos de Manutenção, bem como a leitura e acompanhamento do funcionamento das Válvulas Redutoras de Pressão (VRP) dentro de sua área de atuação. Em 2007 foram criadas metas de VD e VU, com responsáveis pelo setor de abastecimento, o que melhora o acompanhamento e a análise, tendo como foco principal os resultados planejados. No mesmo ano foi expandido o trabalho em alças de controle/distritos pitométricos, que visam diminuir as vastas extensões de rede nos setores de abastecimento, propiciando uma melhor atuação de nossas equipes, explica de forma direta. Fazer com que uma população carente e sem acesso à cultura entenda a atual realidade do problema das perdas de água é também um fator determinante para ele: A população na área de nossa atuação é formada por grandes núcleos carentes, condomínios populares, ocupações desordenadas e irregulares, inclusive em áreas de proteção de mananciais. A UN-ML possui o Programa de Participação Comunitária - PPC, em que técnicos comunitários lotados nos nossos Escritórios Regionais asseguram maior proximidade e agilidade na identificação e atendimento às demandas e necessidades das comunidades. Para as áreas de favela e caráter social, os técnicos comunitários verificam, visitam e acompanham as necessidades dos clientes, realizam levantamento socioeconômico propondo uma tarifa diferenciada ou condição de parcelamento 10 Saneas Setembro/Outubro de 2007

11 Crédito: Odair M. Faria Desperdício de água e consumo incorreto intensificam as perdas dentro de seu nível econômico. Fortalecem a disseminação do Programa do Uso Racional da Água, mostrando para a comunidade o uso adequado, a fim de evitar o desperdício e, conseqüentemente, pagamento pelo consumo utilizado incorretamente. O programa Eu vi um vazamento, iniciado em 2004, é um sucesso e tornou-se prática com o envolvimento e comprometimento de todos. Cada funcionário é um fiscal de perdas, apontando vazamentos nos locais onde atua, reside e trafega, abrangendo assim toda a área da UN-ML. O programa Ligação Irregular: isso não é legal foi uma campanha de incentivo criada em 2006, cujo objetivo também é incentivar os empregados a informar sobre possíveis fraudes na região, bem como contribuir para a redução das perdas de água. A criação do Time de Desenvolvimento Tecnológico tem ajudado na busca de tecnologias modernas, sempre levando em conta a aplicabilidade pela mão-de-obra própria e contratada. Enfrentar esse desafio, junto com os funcionários de nossa unidade, tem sido muito gratificante, pois sabemos que nossa área é vasta e de baixa renda. Entretanto, a garra e a dedicação dos colaboradores têm nos levado a resultados muito animadores. O melhor exemplo é o envolvimento e participação do chamado chão de fábrica. Afinal de contas, são eles que vão a campo diariamente e resolvem a maioria dos problemas, além de serem o elo com nossos clientes, diz. Dante explica as ações realizadas que resultaram na excelente redução das perdas ocorrida em Salesópolis: O Município de Salesópolis tem população de cerca de habitantes, e é o município onde nasce o Rio Tietê. A redução de perdas para menos de 100 litros/ligação/dia foi o grande desafio colocado para todas as equipes envolvidas no projeto. O ponto de partida para o resultado de Salesópolis (76 litros/ligação/dia) foi a adoção de um coordenador de projeto que, juntamente com os colaboradores envolvidos, planejou, direcionou e acompanhou as seguintes ações: substituição de todos os hidrômetros que estavam com validade vencida; localização de vazamentos com métodos de pesquisa acústica; conserto de vazamento com equipes de mão-de-obra própria; otimização das VRPs; testes de FCI (fator de condição da infra-estrutura); participação, em 100% do município, dos técnicos em atendimento comercial externo (TACE), que ajudaram na identificação de fraudes e na caracterização da área. A aplicação dos conhecimentos obtidos com o MASPP foi de grande importância, explica. PEQUENOS SETORES Para Dante, a criação de microssetores em Salesópolis possibilitou identificar as vazões noturnas de cada área, para acompanhar qualquer desvio e direcionar as ações de forma mais rápida e proativa: Para evitar que as perdas voltem a índices altos, as equipes de engenharia e de manutenção acompanham diariamente as vazões mínimas noturnas e a produção diária para que, observado qualquer valor fora das faixas de controle estabelecidas, providências sejam tomadas imediatamente. Com todas as ações realizadas, há alguns meses concluímos que a produção de água pode parar seis horas por dia sem comprometer a qualidade e o abastecimento da água do município. Aumentar o número de áreas de controle é uma forma de estender os conhecimentos obtidos em Salesópolis e em outros projetos que também são desenvolvidos na UN Leste. Gostaria de citar, novamente, que o envolvimento das pessoas é fator de fundamental importância no combate às perdas, enfatiza. Nesse sentido, Dante fala que a aplicação da ferramenta MASPP na UN-ML foi o foco de conscientização para o controle de perdas. O MASPP permitiu conhecer a fundo alguns dos principais processos da UN-ML, ou seja, operação e manutenção do sistema de água e comercialização. Seu êxito só foi possível graças à formação de times multidepartamentais compostos por pessoas das áreas operacional, de manutenção, financeira, de recursos humanos, qualidade e comunicação, além da equipe da Divisão de Perdas. Foram essas equipes que planejaram, desenvolveram e executaram os padrões: Tais equipes tiveram direcionamento para o planejamento, desenvolvimento e execução de padrões de trabalho e instruções de todos os serviços que envolvessem as perdas de água. Durante o período de desenvolvimento da metodologia e sua aplicação, foram adotados três setores de abastecimento como pilotos (Itaquera, Jardim Popular e Salesópolis), antes da completa implantação na UN- ML. Nesse período foram propostas ações de melhoria nos setores e controle dos processos, através de ferramentas da Qualidade que pudessem interferir diretamente nos indicadores da unidade. O foco do trabalho foi voltado a reduzir o Volume Distribuído VD - e aumentar o Volume Utilizado VU, com me- Setembro/Outubro de 2007 Saneas 11

12 Divulgação CAPA Divulgação Luiz Paulo de Almeida Neto, Superintendente da Unidade de Negócio Baixo Tietê e Grande (UN-RT) tas correspondendo a cada processo. A metodologia propiciou melhorias nos controles dos processos principais do negócio, gerando benefícios diretos a todos os níveis da organização, do profissional que executa sua atividade com o procedimento correto, otimizado e padronizado, passando pelos níveis gerenciais que podem otimizar equipes de trabalho com absoluto domínio das características do seu negócio ou mercado, até a alta administração, para a tomada de decisão baseada em fatos e melhor detalhamento dos planejamentos empresariais, explicou. A continuidade se dá sempre através da utilização da ferramenta PDCA (Plan, Do, Check, Action) e de auditorias regularmente executadas. Benchmarkings e o envolvimento de um número cada vez maior de colaboradores, fazem com que, freqüentemente, novas ferramentas e tecnologias sejam inseridas na execução das atividades. Os sistemas SCORPION, SAMA, controle de VRPs e vazões mínimas noturnas, acompanhamento dos serviços de geofonamento, estabelecimento de metas e responsáveis por setor de abastecimento são alguns exemplos. Além disso, os controles têm sido aprimorados constantemente pelas equipes operacionais e gerenciais, de forma a analisar as ações de causa e efeito e os ganhos que cada uma teve. Hoje temos metas de VD e VU, acompanhadas diariamente, que possibilitam direcionamento de recursos e decisões para evitar eventuais acréscimos nos volumes de perdas. Os treinamentos efetuados com a participação de nossa área de Recursos Humanos, juntamente com nossas equipes de Comunicação e Qualidade, empenhadas na disseminação das boas práticas, garantem a continuidade e aprimoramento do aprendizado obtido na época de aplicação da ferramenta MASPP, assim como a otimização das tarefas a serem executadas, fala com segurança de quem domina o assunto. A rotina diária do trabalho é um dos principais fatores que demonstram a continuidade das ações e dos aprimoramentos dos trabalhos desenvolvidos para a redução contínua de perdas da unidade: Resumindo: a busca constante de novas tecnologias, trabalho por processos e forte envolvimento e participação de nossos colaboradores garantirão a continuidade dos trabalhos iniciados quando da implementação do MASPP, finalizou Dante. MOTIVAÇÃO, ENVOLVIMENTO E TECNOLOGIA O Engenheiro Civil Luiz Paulo de Almeida Neto, Superintendente da Unidade de Negócio Baixo Tietê e Grande (UN-RT), que tem sede na cidade de Lins e opera 83 municípios, acredita que a motivação e o envolvimento das pessoas nos trabalhos operacionais dos sistemas de distribuição de água são fundamentais para resultar em baixos índices de perdas: Nós aqui na UN-RT, para termos sucesso no combate a perdas, precisamos desenvolver nossa atuação em 83 municípios. Desta forma, envolver pessoas no projeto é imprescindível, pois o Gestor de Perdas da Unidade não consegue fiscalizar presencialmente nem 10% das equipes atuantes. Assim, alcançar objetivos no programa é primeiramente convencer todos os gerentes operacionais e demais funcionários de que o programa é indispensável. Hoje, 100% do nosso volume produzido é medido com equipamentos eletromagnéticos interligados a sistemas informatizados e 70% de todo volume distribuído é medido e transmitido on-line a computadores que possibilitam o gerenciamento das perdas. Por isso, trabalhar com profissionais qua- Crédito: Odair M. Faria Irregularidades (fraudes) e hidrômetros modificados 12 Saneas Setembro/Outubro de 2007

13 Divulgação Lina Cabral Adani, Gerente de Controle de Perdas e Sistemas na empresa de saneamento de Campinas (SANASA) lificados é obrigatório, esclarece. Ele coloca a motivação como um dos principais fatores para os bons resultados obtidos no combate às perdas na região de Lins: Em primeiro lugar, sempre, equipes motivadas e comprometidas em obter resultados; em segundo, muita transpiração, mais do que inspiração, pois combater perdas envolve um trabalho que precisa ter rotina diária, pesquisar e retirar vazamentos, aferir vazões mínimas noturnas, trocar hidrômetros, ou seja, é um arroz com feijão que precisa ser feito todos os dias; em terceiro, persistência, pois muitas vezes você desenvolve várias ações e não obtém resultados, mas persistindo você descobre a causa, parte para a ação correta e resolve o problema. Exemplo: na cidade de Monte Alto, desenvolvemos ações como substituição de hidrômetros, troca de ramais e redes, mas as perdas só caíram significativamente quando resolvemos instalar válvulas redutoras de pressão; em quarto, a tecnologia, que a cada dia traz soluções. Aqui, medir vazões mínimas noturnas na distribuição dos reservatórios e controla-las on-line nos computadores trouxe um grande avanço na redução de perdas reais. Luiz Paulo cita esse controle online de perdas como o que proporcionou um dos melhores resultados registrados na sua área de atuação: Temos muitos sistemas com perdas reais inferiores a 90 litros/ramal/dia. Trabalhamos com mão-de-obra própria nas equipes de engenharia, pitometria, e trabalhamos com tercerizados nas pesquisas de vazamentos e instalação de macromedidores, finaliza. EM CAMPINAS Lina Cabral Adani, engenheira civil e, nos últimos 13 anos, Gerente de Controle de Perdas e Sistemas na empresa de saneamento de Campinas (SANASA), lista uma série de ações importantes que foram implementadas pela SA- NASA e que deram resultados expressivos na redução de perdas, tanto reais quanto aparentes: Foram muitas as ações para agilizar o controle de perdas, mas eu destaco a implantação de novos critérios para dimensionamento de hidrômetros, a realização de manutenção Preditiva e Preventiva de hidrômetros, a utilização de hidrômetros velocimétricos ø ¾, Qn 0,75 m³/h, a utilização de hidrômetros velocimétricos classe C nas ligações com ø 1 e as ligações de água (60%) no padrão com caixa de proteção lacrada, instaladas nos muros dos imóveis, afirma. Ela também destaca as Estruturas Redutoras de Pressão, com a instalação maciça e formação de equipes qualificadas para o monitoramento e manutenção, monitoramento permanente de pressões em pontos críticos, para controle efetivo dos volumes de entrada de água nos setores de abastecimento, através de válvulas de controle (normalmente redutoras de pressão) e/ou bombas com inversores de freqüência. Lina ainda esclarece que a sustentabilidade do programa de redução de perdas requer ações implantadas paralelamente, de forma contínua e permanente: Micromedição, macromedição, sistemas informatizados em tempo real (telemetria e telecomando) e banco de dados históricos (CPD), cadastro técnico e geoprocessamento, setorização (isolamento de áreas), controle/ redução de pressões, manutenção e controle do tempo para eliminar o vazamento em tubulações, controle de nível com recuperação de vazamento em reservatórios e unidades operacionais, detecção e conserto de vazamentos não-visíveis, substituição de redes e ramais fadigados, ensaio de estanqueidade para recebimento de redes novas, teste de recebimento de redes novas e pesquisa e detecção para eliminação de fraudes. Além disso, Lina defende uma gestão do sistema distribuidor, que possibilite a detecção dos problemas e a execução das a- ções corretivas/preventivas/preditivas no menor tempo e custo, bem como o treinamento constante dos funcionários envolvidos (formação acadêmica, cursos, palestras, eventos, visitas técnicas etc.). Lina esclarece que a preocupação da empresa com o sistema de macromedição é permanente: A SANASA possui uma políti- Divulgação Macromedidor Pesquisa de vazamentos Setembro/Outubro de 2007 Saneas 13

14 CAPA Divulgação Edevar Luvizotto Junior, professor da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp, no Departamento de Recursos Hídricos ca de macromedição permanente de todos os volumes de água bruta captados, tratados, aduzidos, armazenados e distribuídos. Também são contemplados os setores de medição (distritos pitométricos), já atingindo quase sua totalidade. A macromedição é obrigatória para todas as novas obras. Os equipamentos utilizados são de última geração, dos tipos eletromagnético e ultrassônico, selecionados adequadamente para cada finalidade, sendo também utilizados para setores de medição os do tipo Woltmann, por não necessitarem de energia elétrica e pelo custo menor. A confiabilidade dos volumes apurados envolve a especificação técnica criteriosa na fase de aquisição, o projeto, a instalação e a manutenção, adequada ao equipamento e ao grau de importância do ponto de medição monitorado. Mensalmente são avaliados os dados apurados e só depois divulgados; nesta fase o macromedidor é diagnosticado e, se necessário, conferido através de outro medidor portátil, podendo ser substituído. Para as medições mais importantes, que são volumes produzidos, possuímos redundância nas medições e podemos garantir a confiabilidade dos mesmos, garante Lina. GESTÃO DO PROGRAMA DE REDUÇÃO DE PERDAS Ela faz questão de explicar como é a gestão do Programa de Redução de Perdas na SANASA: O Programa de Redução de Perdas tem gestão centralizada na Gerência de Controle de Perdas e Sistemas, na Diretoria Técnica, e as ações descentralizadas que permeiam pelas demais áreas: Comercial, Financeira, Administrativa, Recursos Humanos. Isso só foi possível com a integração das atividades e a união dos funcionários, que proporcionaram um programa sustentável e com resultados relevantes para garantia do atendimento das demandas atuais, mesmo em épocas críticas de estiagem e uma população de mais de de habitantes. A Gerência de Controle de Perdas e Sistemas possui dotação orçamentária aprovada anualmente e conta com as parcelas das demais gerências quanto às ações voltadas à redução de perdas: Pelo Planejamento Estratégico, o Programa de Redução de Perdas, baseado no diagnóstico dos setores, visa o atendimento das demandas atuais e futuras, a redução do custo operacional e o equilíbrio financeiro do produto água. Lina explica também qual o índice econômico de perdas de Campinas: O índice de perdas na distribuição em 2006 foi 25,8%. Esse valor garantiu a demanda requerida até no período de estiagem, permitiu o crescimento demográfico como também o crescimento econômico do município, sem restrição da quantidade e qualidade da água, além de atender à outorga DAEE: Departamento de Águas e Energia Elétrica. O procedimento que vem sendo adotado prevê a redução das perdas para no máximo 25,8% nos setores em que se verificam valores maiores, desde que o investimento financeiro se torne viável quanto à relação custo x benefício e tempo de retorno Para finalizar, Lina aponta: A gestão das perdas tem por objetivo alcançar o índice de perdas que proporcione o equilíbrio financeiro do produto água, para se tornar auto-sustentável mesmo com adoção de tarifas subsidiadas nas categorias Ligações Coletiva e Social; esse valor para 2006 seria de 21,7%, já alcançado em vários setores de medição. VISÃO DA UNIVERSIDADE Edevar Luvizotto Junior, engenheiro civil e professor da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp, no Departamento de Recursos Hídricos, é responsável pelos Laboratórios de Hidrotrônica e Hidráulica Computacional da FEC-Unicamp e uma autoridade para falar sobre as linhas de pesquisa que estão sendo desenvolvidas na Unicamp com relação às perdas reais e aparentes em sistemas de abastecimento de água. E fala com prazer sobre aquilo que mais gosta de fazer: Tenho na Unicamp uma linha de investigação chamada de Controle e Gestão Operacional de Sistemas de Abastecimento de Água, na qual investigo o tema das perdas e outros relacionados ao abastecimento de água. No caso particular das perdas, tenho dedicado maior atenção às perdas reais, em particular, investigando modelos que auxiliem na detecção de vazamentos. Não penso nestes modelos como substitutos para as técnicas usuais de detecção por ruídos (geofones, correlacionadores, etc), mas como um aliado, guiando as campanhas de campo, dando pistas sobre locais de vazamento. Como se sabe, as técnicas usuais são morosas, uma vez que o sistema de distribuição tem que ser efetivamente percorrido. Além do mais, exigem equipes altamente qualificadas e podem produzir transtornos indesejáveis no trânsito, afirma. Após fazer o pós-doutorado na Escola Politécnica de Valência, Espanha, Edevar retornou ao Brasil com o esboço do modelo de detecção de fugas. Um dos meus alunos de mestrado se in- 14 Saneas Setembro/Outubro de 2007

15 teressou pelo tema e fez vários testes de validação do modelo, apresentados em sua dissertação de mestrado. Um aluno de doutorado desenvolveu um modelo de calibração de redes baseado na técnica. Também empregou situações hipotéticas para validação do modelo. Uma dissertação de mestrado foi desenvolvida por outro orientado. Ele aplicou o modelo a um setor de abastecimento de um sistema real, obtendo resultados satisfatórios. Tenho uma aluna que concluiu o mestrado com o desenvolvimento teórico de um modelo de detecção de fugas por pulso de alta freqüência e que continua a investigação, agora prática, em seu doutorado. Além destas produções específicas sobre o tema das fugas, trabalho em minha linha de investigação com modelos de simulação em regime transitório, modelos de auditoria energética de estações elevatórias e modelos de qualidade de água, explica. Edevar fala que as dissertações e teses defendidas na Unicamp estão disponíveis em sua biblioteca: Na atualidade todas as dissertações e teses estão sendo convertidas para o formato eletrônico e disponibilizadas via internet. Basta entrar no site da Unicamp ( e procurar pela biblioteca, onde será obtida a forma de acesso ao acervo digital. QUALIDADE DAS INFORMA- ÇÕES E CALIBRAÇÃO Continuando sua explicação, Edevar fala sobre os dados para a aplicação do modelo de simulação-otimização na gestão de perda de água em regime permanente e transitório: Como todo o modelo de simulação dessa natureza, parte-se de informações cadastrais como: comprimento, diâmetro, extensão, material, idade e estado das tubulações. É importante o conhecimento das interligações e de informações topográficas Fonte: SNIS, 2005 destas interligações (localização em planta e cotas de nível), além da localização e quantificação dos pontos de consumo (e estatística da variação temporal). São necessários dados dos componentes do sistema, tais como as características operacionais de bombas, válvulas e reservatórios, além das regras de operação, caso a modelação ocorra em período extensivo ou em regime transitório. A partir do levantamento de dados passa-se à etapa de calibração/detecção. Esta etapa é precedida pelo que se chama de definição da matriz de sensibilidade do sistema, basicamente a determinação das melhores localizações dos sensores de pressão e vazão e do número adequado destes sensores para a varredura de uma determinada área (isto é feito através de modelação). Definido o número, a localização e instalados os sensores, estes irão fornecer as informações de carga e vazão que o modelo deverá reproduzir. Isto só será atingido com a calibração do modelo e com a localização dos pontos de vazamento. Quanto maior a quantidade de informações obtidas dos sensores melhor será guiado o modelo de busca. A idéia de se Fontes: - Waterloss, 2005; - Tokyo Waterworks Bureau; - Saitama City Waterworks Bureau; - Waterworks and Sewarage Bureau of Nagoya City Setembro/Outubro de 2007 Saneas 15

16 CAPA aplicar a técnica em regime transitório, ou em período extensivo, é acompanhar a evolução temporal das medidas nos sensores, conseguindo assim um conjunto de informações com um menor conjunto de sensores. A técnica que tenho empregado nessa etapa, em que se busca que o simulador represente os resultados de campo, é baseada no Multi-Simplex (chamo de Nelder-Mead em homenagem aos seus pioneiros), algoritmos genéticos ou num híbrido destes algoritmos, explica. APLICAÇÃO Em tese tudo tem que estar em perfeito funcionamento, mas a aplicação em casos reais esbarra na dificuldade de obtenção das informações corretas para a modelação e na cooperação dos serviços de saneamento para a aplicação do modelo. O teste que fizemos com o modelo foi um sucesso. Ele foi aplicado a um setor de abastecimento da cidade de Jundiaí, que tinha rede em tubos de PVC recentemente instalada, parque de hidrômetros novos, de característica predominantemente residencial e com índice de perdas baixíssimo. Com cadastro confiável e informação de medição adequada, foi feita uma campanha noturna (já que aplicamos um modelo de regime permanente) com três dataloggers medindo pressão e um medidor de vazão para a fuga que foi criada no setor. Essa fuga foi detectada com sucesso. A questão sobre se há viabilidade para a aplicação da técnica é bastante interessante e de certa forma é um exercício de previsão de futuro. Quando apresentei este modelo na Espanha, em 2002, fui convidado pelo coordenador de projetos de um organismo de planejamento suíço a trabalhar no desenvolvimento de um sistema de detecção de fugas com eles (por motivos acadêmicos não pude ir). O fato é que o projeto piloto na cidade de Martigny, envolvia uma empresa que estava desenvolvendo um sensor que media vazão, pressão e ruído num mesmo corpo (estavam com problemas com a medição de ruídos), um provedor de Internet a cabo, a empresa de saneamento e o instituto de pesquisa (com pesquisadores de toda a Europa). Eles me forneceram uma senha de acesso e, por dois meses, tive informações on-line de todo o sistema, além de mapas georreferenciados da rede, justamente como está disponível a cada cidadão daquela cidade. Isso pode parecer um sonho, mas é uma realidade. Viabilidade há, se houver o desejo e se essa for a prioridade. Num pais com deficiências em saneamento básico como o nosso, tudo deve ser feito com muito planejamento, fala. DESENVOLVIMENTOS Edevar explica que a Unicamp tem desenvolvido novos trabalhos em relação ao programa de controle de perdas em sistemas de abastecimento público de água. Atualmente oriento um trabalho de doutorado que pretende detectar fugas em tubulações através de pulsos pressão de alta freqüência e baixa intensidade (que poderão ser aplicados em adutoras ou redes). Os resultados teóricos foram surpreendentes e a expectativa é de que possa substituir os correlacionadores acústicos na detecção de fugas. A dificuldade está no desenvolvimento do dispositivo para produção desses pulsos de alta freqüência, para que possam ser instalados sem produzir interferências significativas no sistema. As análises dos pulsos de alta freqüência são em regime transitório e toda a teoria já foi desenvolvida como dissertação de mestrado. Em particular não tenho trabalhado com perdas em reservatórios e em estações elevatórias. No caso de estações elevatórias, desenvolvemos um modelo para aplicação em estações com bombas de rotações variáveis visando a otimização operacional (níveis de pressão) e a redução de custos (tese de doutoramento recentemente defendida), relata Edevar. LABORATÓRIO DE HIDROTRÔNICA Edevar explica que procura orientar seus alunos para o foco da modelagem: Por vocação pessoal trabalho com a modelagem e oriento meus alunos dentro desta linha. Entretanto, acredito que a formação do engenheiro que trabalha com o tema das perdas ou com os problemas relacionados com o abastecimento em geral deva ser melhorada. Em 2002, em conjunto com outros dois colegas, que não estão mais comigo, concluímos o que chamamos de Laboratório de Hidrotrônica. Neste laboratório, dispomos de 1500 m de tubulação em polietileno e cobre (por facilidade da configuração em espiral), que podem ser configurados a partir de trechos de 100 m, em diversas topologias de rede. Nos nós de conexão estão instalados sensores de pressão. O módulo possui dois medidores de vazão, duas bombas que permitem configuração em série ou paralelo, um vaso de pressão, três válvulas automáticas de controle e 15 manuais, e uma bomba dotada de inversor de freqüência. Tudo isso na forma semelhante a um protoboard empregado para testes de circuitos eletrônicos. O sistema é controlado por um sistema Scada que faz a operação dos equipamentos (bombas, válvulas, inversor e compressor que alimenta o vaso de pressão) e a aquisição de dados (vazão e pressão). O laboratório foi a forma que encontramos de colocar nossos alunos em contato com as tecnologias empregadas nas mais modernas empresas de abastecimento de água, além de fornecer comprovação aos nossos modelos. É importante o aluno observar na prática que determinadas manobras por eles provocadas levam o sistema a esforços extremos, que podem ser os protagonistas de rupturas em tubulações e juntas, conclui. 16 Saneas Setembro/Outubro de 2007

17 ENTREVISTA Os níveis de perdas no Brasil ainda são elevados Fotos Ernani Ciríaco: Divulgação Ernani Ciríaco de Miranda, Engenheiro Civil, Mestre em Tecnologia Ambiental e recursos hídricos pela Universidade de Brasília, tem 20 anos de formação e experiência profissional em saneamento básico, com atuação na área de consultoria em projetos de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário por dez anos em empresas como Belba Engenheiros Consultores, Leme Engenharia e Engesolo Engenharia. Diretor Técnico da Emasa - Empresa Municipal de Água e Saneamento de Itabuna/BA, no período de 1993 a Membro da equipe técnica do Programa de Modernização do Setor Saneamento (PMSS) desde 1997, atuando como Coordenador do Programa desde O PMSS é um Programa da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades. Para se determinar o volume perdido nos sistemas de abastecimento de água, o volume macromedido é a referência principal. Como está o índice de macromedição na maioria das companhias de saneamento brasileiras? Quando é medido, pode-se dizer que é bem medido? Ernani - São referências principais os volumes macro e também os micromedidos. No Brasil há exemplos de diversas situações: níveis de macromedição elevados, médios e baixos, com uma precisão que pode ser boa, média e baixa nos três casos. A grande heterogeneidade que existe na prestação dos serviços de abastecimento de água no Brasil, seja em função do porte dos prestadores e seus sistemas, seja em função do nível de evolução técnico-operacional e institucional, dificulta a adoção de valores médios em uma análise desta natureza. No entanto, há um senso comum, sobretudo entre profissionais de maior experiência, de que infelizmente é maior a quantidade de casos de baixa macromedição e também de baixo nível de precisão. O SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, administrado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, no âmbito do Programa de Modernização do Setor Saneamento PMSS, publica anualmente informações sobre a prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, desde o ano base de Segundo a última atualização, com dados do ano base de 2005, o índice médio de macromedição no Brasil é de 77% do volume de água produzido. Neste mesmo ano foram muitos os prestadores de serviços cujos dados informados resultaram em 100% de macromedição e muitos também resultaram em 0,00%. Outro fator importante a considerar é que no caso das companhias estaduais, que operam quase municípios com água, o indicador médio de cada uma pode não refletir a realidade dos municípios operados, pois havendo bom nível de macromedição nos municípios maiores, estes impactam positivamente o indicador médio, podendo não refletir a realidade dos municípios menores. E o índice de hidrometração, como se encontra hoje no Brasil? Os intervalos de troca são regulares? Há avaliações de submedição média? Há disparidades regionais significativas no índice de hidrometração ou na gestão do parque de hidrômetros? Ernani - No caso da hidrometração, a situação é similar. Cabe, no entanto, esclarecer que os conceitos para indicador de hidrometração e indicador de micromedição são diferentes. Enquanto o primeiro reflete a quantidade de ligações de água que têm hidrômetro, o segundo reflete o volume de água consumido que é medido. Um alto índice de hidrometração pode não corresponder a um também elevado índice de micromedição, pois podem existir hidrômetros que não estão com funcionamento regular. Segundo o SNIS 2005, enquanto o índice médio de hidrometração no Brasil é de 88%, o de micromeção é de 47%, em ambos também variando de 0,00 a 100% para os prestadores de serviços da amostra em todo o Brasil. O problema da submedição é grave no país, sobretudo em decorrência do Setembro/Outubro de 2007 Saneas 17

18 ENTREVISTA Fotos: Divulgação Sabesp uso disseminado de caixas d água e pelo padrão de hidrômetros adotados (no maioria dos casos, de classe B). Nos EUA e países da Europa não são utilizadas caixas d água. Também cabe dizer que no mercado há hidrômetros de classe superior que permitem trabalhar com baixos níveis de submedição, mas o custo destes hidrômetros é ainda elevado para os padrões brasileiros. O SNIS não possui dados que permitam calcular o nível de submedição. Sabe-se, no entanto, pelo conhecimento da realidade do país que os níveis são altos, podendo chegar em muitos casos a mais de 30% do volume consumido. Qual a visão do Ministério das Cidades/PMSS sobre o problema de perdas nas companhias de saneamento brasileiras, tanto as estaduais quanto as municipais? Qual é o valor médio brasileiro, segundo os dados que vocês dispõem no SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento? Comparando com outros países em desenvolvimento, como estamos? Há metas estabelecidas, ou sugeridas, pelo Ministério das Cidades? Ernani - O Ministério das Cidades entende que os níveis de perdas no Brasil são muito elevados e há bastante espaço para melhoria. Uma estimativa simplificada do que representam as perdas de águas nos sistemas brasileiros, em termos financeiros, indica que elas correspondem a cerca de R$ 2,5 bilhões/ ano. Ora, se o país precisa de R$ 10 bilhões/ano, nos próximos 20 anos, para alcançar a universalização dos serviços de água e esgotos, então o valor das perdas é muito alto e representa um enorme prejuízo para a economia brasileira. Infelizmente a sociedade brasileira sequer tem condições de avaliar a gravidade deste fato, pois a regulação praticamente inexiste, muito menos o controle social. Penso que o problema somente será equacionado quando adquirir dimensão nacional e estiver ao alcance da compreensão da sociedade brasileira. Segundo o SNIS 2005, a média nacional do índice de perdas de faturamento é de 39%, com médias regionais de 59% no Norte (maior valor médio) e de 30,9% no Sudeste (menor valor médio). Nos serviços municipais, em 2005, os valores médios nacionais são um pouco maiores que nas cias. estaduais, ou seja, 39,9% para os primeiros e 38,7% para as segundas. No estado de São Paulo a média é de 35,5%, enquanto que a média da SABESP é de 34,2%. O menor valor médio de cia. estadual é da COPASA/MG, igual a 22,9%. Nos serviços municipais, retirando os valores abaixo de 10%, que podem estar inconsistentes, o menor índice é do município de Colorado/PR, exatamente igual a 10%. Especialistas do setor costumam estabelecer como bons índices de perdas de faturamento no Brasil, valores da ordem de 20 a 25%. O Ministério não tem metas estabelecidas, mesmo porque não tem competência para tal. As metas de desempenho, em qualquer área da prestação dos serviços de saneamento, devem ser estabelecidas pelo titular dos serviços, definidas nos respectivos planos de saneamento e registradas nos contratos de prestação, sejam de concessão ou de programa. O Ministério das Cidades estipula, entretanto, nos Acordos de Melhoria de Desempenho (AMDs), instrumento obrigatório de acompanhamento do desempenho dos prestadores de serviços que utilizam recursos federais, metas de melhoria nos índices de perdas de água. Além disso, estabelece a seguinte classificação para os índices de perdas de faturamento: nível A: <= 25%; nível B: entre 25 e 40%; nível C: >= 40%. A questão dos indicadores de perdas foi muito discutida recentemente no mundo todo, suscitada pela IWA (International Water Association). Como essa discussão foi absorvida pelo Ministério das Cidades no acompanhamento dos números nacionais? Enfim, é possível padronizar em todo o mundo, e no Brasil, o entendimento do que são perdas em sistemas de abastecimento de água? Ernani - Acredito que se possa obter uma padronização mais confiável em todo o mundo no caso de indicadores avançados, que levem em conta fatores de homogeinização tais como a escala (quantidade de ligações e a extensão de redes e ramais) e a pressão de operação das redes, bem como considerem a avaliação das perdas reais separadas das perdas aparentes. Para indicadores de nível básico (como o índice de perdas de faturamento, em percentual, largamente utilizado no Brasil e no mundo) ou de nível intermediário (volume perdido por ligação, por exemplo, que vem sendo mais utilizado), creio que a padronização é mais difícil, merecendo muita cautela na comparação de desempenho, devido a fatores como: diferentes conceitos e critérios de contabilização e de faturamento da água, existência ou não de contabilização individual no caso de prédios com duas ou mais moradias, posição do hidrômetro em 18 Saneas Setembro/Outubro de 2007

19 relação à divisa frontal do lote, uso ou não de caixas d água domiciliares, diferentes conceitos do que sejam perdas reais e aparentes, dentre outros fatores. O SNIS vem promovendo uma padronização de indicadores de desempenho para serviços de água e esgotos que é anterior ao Manual da IWA, já que o Glossário de Termos e Fórmulas do SNIS foi publicado pela primeira vez em 1996 e, desde então, vem sendo publicado regularmente todo ano, sempre com alguma revisão ou atualização. Por sua vez, o PNCDA - Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água, também da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, possui um Documento Técnico de Apoio com proposta de padronização de indicadores de perdas. Há também publicações e estudos acadêmicos no Brasil, sobre o tema. Entretanto, o nível de profundidade com que o tema das perdas de água tem sido tratado pela IWA é hoje indutor dos técnicos do setor no que diz respeito à avaliação de desempenho neste campo. Assim, o Ministério das Cidades apóia a idéia e pode liderar, via PMSS, uma grande discussão no país visando a padronização dos indicadores, que tenha por referência as experiências nacionais e os estudos da IWA. Está suficientemente clara a diferença de conceitos entre águas não-faturadas e perdas nas companhias de saneamento do Brasil? Os conceitos da IWA estão sendo adotados pelo Ministério das Cidades? Ernani - Creio que os conceitos citados não estão suficientemente claros para a maioria dos técnicos e dirigentes do setor saneamento no Brasil, e nem para a população, imprensa, meio acadêmico, e responsáveis pelas políticas públicas do setor saneamento nos níveis federal, estaduais e municipais. É preciso avançar muito ainda na compreensão e consolidação de conceitos mais atuais e modernos. O Ministério das Cidades, tanto no SNIS quanto no AMD, supracitados, adota conceitos similares aos da IWA, com alguma adaptação para a realidade brasileira, limitados aos indicadores de nível básico, haja vista que sua atuação é nacional e deve procurar o maior alcance possível, fato que só é possível com esses indicadores de nível básico. Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelo Ministério das Cidades na coleta dos dados e informações sobre perdas para compor o relatório do SNIS? Ernani - As maiores dificuldades referem-se à falta de informações atualizadas e consistidas regularmente na rotina operacional dos prestadores de serviços, sobretudo separadas para cada município operado. Embora os prestadores de serviços venham adquirindo com o tempo uma expressiva melhoria na qualidade das informações fornecidas Setembro/Outubro de 2007 Saneas

20 ENTREVISTA ao SNIS, cabendo registrar que esta melhoria é decorrência natural da série histórica de dados, que já possui 11 anos, cabe registrar também como dificuldade a existência ainda de muitos casos de inconsistência nos dados, sejam de prestadores de serviços regionais (companhias estaduais), sejam microrregionais ou locais. Este fator é uma conseqüência natural da raiz dos problemas de desempenho dos serviços de água do país, qual seja, a qualidade insatisfatória da gestão dos serviços. Em que medida os números do SNIS contribuem para se ter um diagnóstico dos problemas de perdas no país? O que é possível melhorar para o aperfeiçoamento desse diagnóstico? Ernani - Os dados do SNIS são o que há de melhor para se avaliar a evolução histórica, o nível de desempenho, os principais problemas e as perspectivas de avanço dos serviços de água e esgotos no Brasil, incluindo relativos ao tema perdas de água. São poucos os países do mundo que têm um sistema tão robusto, com a qualidade e a estabilidade do SNIS. É possível realizar análises do interesse dos diversos agentes com atuação no setor saneamento brasileiro: os próprios prestadores de serviços, auto-avaliando a sua performance e evolução histórica e se comparando com a amostra presente no sistema; os dirigentes do poder executivo, donos dos prestadores de serviços, que podem se utilizar dos dados para avaliar resultados; a imprensa e a sociedade organizada que podem acessar a base de dados e verificar o comportamento do setor; os agentes reguladores que têm no SNIS uma boa referência para as suas atividades regulatórias e de fiscalização; os governos federal, estaduais e municipais que podem também se apropriar dos dados para a formulação de políticas e programas de governo. O aperfeiçoamento do SNIS e seus diagnósticos, sempre gradual e contínuo, é um dos princípios do Sistema. Creio que a melhoria mais importante, que se está buscando alcançar na atualização do SNIS do ano base 2006, cuja fase de coleta dos dados está sendo finalizada, diz respeito à obtenção dos dados desagregados de todos os municípios atendidos pelos prestadores de serviços presentes na amostra. Também é fundamental a institucionalização do sistema de informações nos termos da lei de saneamento /2007. Especificamente, em relação à questão das perdas de água creio que se deva promover um processo de discussão em todo o país, já citada anteriormente, para promover um melhor entendimento, a máxima padronização e um passo a mais nos indicadores de nível intermediário e talvez avançado. A expansão desordenada das cidades e a existência de grandes áreas de favelas são problemas para a gestão operacional dos sistemas de abastecimento de água nos grandes municípios brasileiros e regiões metropolitanas. Como isso impacta nas perdas? Ernani - O problema impacta nas perdas na medida em que o prestador de serviços, por fatores sobre os quais não tem controle, deixa de aplicar as melhores técnicas de controle operacional nestas áreas, contribuindo para o aumento das perdas. A solução seria trabalhar de forma integrada e articulada todas as atividades que compõem a gestão dos serviços, quais sejam o planejamento, a regulação e fiscalização, a prestação dos serviços e o controle social. Destaco como fundamental a importância dos planos para contribuir no equacionamento deste problema. Cabe também chamar a atenção para o risco dos prestadores de serviços se acomodarem ou até mesmo fazerem uso desta situação para justificar perdas elevadas, acima das aceitáveis. Portanto, trata-se de uma situação real, que acontece em muitas cidades brasileiras, que deve ser considerada na avaliação das perdas, mas que deve ser tratada com técnicas e metodologias que permitam um controle operacional mínimo aceitável. A impressão que dá é que todo mundo sabe o que fazer para combater as perdas, tanto reais quanto aparentes. Mas todo mundo faz bem feito (como)? Persegue-se efetivamente o resultado de longo prazo, ou seja, combatem-se as causas primárias das perdas, identificadas após um diagnóstico criterioso? Em que medida há um exagerado nível de enxugar gelo no combate às perdas no Brasil? Ernani - Talvez esta devesse ser a primeira pergunta. Do ponto de vista técnico e tecnológico, os prestadores de serviços sabem o que fazer. Há casos em que são necessárias algumas atualizações e avanços, mas que se conseguem com facilidade neste campo. A raiz do problema, como já citei antes, está na gestão integrada dos serviços. É preciso que o prestador de serviços avance na gestão, em muitos casos precisa mesmo aprender a fazer a gestão, que torne o gerenciamento das perdas uma atividade de rotina, sustentável, e não uma ação esporádica, que se faz de vez em quando, em campanhas ou programas específicos. O problema não é somente de engenharia, mas também de recursos humanos, de comunica- 20 Saneas Setembro/Outubro de 2007

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