Rumo ao Leste: Meio Ambiente e Ocupação Urbana

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1 Rumo ao Leste: Meio Ambiente e Ocupação Urbana No ano de 1622, numa suave colina situada próxima ao encontro das águas do Córrego Itaquera com o Rio Tietê, ergueu-se a Capela de São Miguel, um dos marcos iniciais da ocupação da região que hoje denominamos zona leste de São Paulo. No ano em que São Paulo comemorou seus 450 anos, com festejos múltiplos e apelos midiáticos diversos, pouco se falou sobre o extremo leste da cidade. As dezenas de livros e demais produtos culturais decorrentes dessa efeméride com raras exceções - parecem ter privilegiado uma imagem já cristalizada da paulicéia, cujos limites geográficos não ultrapassam o centro expandido, reforçando estereótipos e preconceitos, e forjando uma identidade paulistana excludente, que ignora seus habitantes do leste, a despeito de esses representarem mais de 1/3 de sua população. Curiosamente, a Capela de São Miguel segue figurando como um dos maiores tesouros arquitetônicos da cidade, uma vez que ostenta o título de mais antiga igreja colonial ainda de pé na cidade. Dessa forma, analisar a ocupação das bacias do Aricanduva e do Itaquera, seus elos com a dinâmica geral da cidade e suas peculiaridades históricas, pode ser uma chave para compreender o caráter verdadeiramente plural e heterogêneo de São Paulo. Colonização e Aldeamentos A área ocupada pelas bacias hidrográficas do Aricanduva e Itaquera acolhe uma população numerosa. Ambos os córregos são afluentes do Rio Tietê, cujas nascentes localizam-se na Serra do Mar, região onde as chuvas são abundantes, a aproximadamente 22 quilômetros do litoral, em terras do atual município paulista de Salesópolis. Contudo, as águas do Tietê não chegam ao mar pelo caminho mais curto: seguem em direção ao interior do Estado de São Paulo, uma longa jornada de 1150 quilômetros que termina no Rio Paraná. Este, por sua vez, deságua no Rio da Prata, que vai dar no Oceano Atlântico, entre o Uruguai e a Argentina. Portanto, em termos continentais, o Tietê, o Aricanduva e o Itaquera fazem parte da bacia hidrográfica do Prata. Como por bacia hidrográfica se entende a área total de superfície de terreno na qual um aqüífero ou sistema fluvial recolhe sua água, ela se define de acordo com o rio ou aqüífero considerado - por isso é possível falar em bacias do Paraná, Tietê, Aricanduva e Itaquera. A bacia hidrográfica do Tietê é dividida atualmente em Alto, Médio e Baixo Tietê, no sentido da nascente à foz. A bacia hidrográfica do Alto Tietê, que se estende das nascentes até a barragem de Rasgão, em Pirapora do Bom Jesus, ainda na região metropolitana, drena uma área de 5985 km 2, extremamente urbanizada e integrada por 35 municípios, com aproximadamente 18 milhões de habitantes. Rios, córregos e nascentes, em meio a colinas e vales, florestas e várzeas, foram elementos marcantes das terras paulistanas e conferiram a ela um aspecto por demais encantador. Mais ainda, propiciaram a formação de um ambiente bastante favorável ao estabelecimento de agrupamentos humanos, na medida em que tamanha variedade de relevo, flora, fauna, e a água em abundância ofereciam inúmeras possibilidades de subsistência e, a partir da chegada dos europeus, em meados do século XVI, de exploração econômica mercantil. Os jesuítas e os colonos que, a partir de São Vicente, litoral paulista, escalaram a Serra do Mar em ddireção ao planalto, situado a mais de 700 metros acima, região na qual se ergueria a cidade de São Paulo, encontraram paragens onde já existiam grupos indígenas numerosos. Lá esperavam melhor fortuna do que nas terras litorâneas, estreitas, onde fracassara por completo a tentativa de implantação da grande produção açucareira nos moldes da que então prosperava no Nordeste brasileiro, mais próximo dos centros consumidores europeus. As terras do planalto

2 e as que se estendiam para o interior, o extremooeste, cortado por grandes rios, e sua população indígena despertavam o ímpeto catequizador dos jesuítas e a cobiça escravista dos colonos. Foi entre dois rios que São Paulo nasceu. Os jesuítas, liderados por Anchieta e incentivados pela coroa, fundaram seu colégio no alto de uma colina íngreme e por isso mesmo propícia à defesa militar, delimitada a oeste pelo vale do Riacho do Anhangabaú e a leste pela várzea do Rio Tamanduateí. Ao norte da colina, o Rio Tietê. Nas décadas que se seguiram à fundação de São Paulo, a escravização, as guerras e as doenças disseminadas pelos europeus dizimaram a população indígena e desorganizaram suas sociedades - embora isso não tenha ocorrido sem resistência. Mesmo assim, no planalto, ao longo dos rios, um novo mundo mestiço de brancos e índios deu origem a vários aldeamentos e povoados, mundo que tinha em São Paulo o seu centro, uma vez que a vila representava o centro do sistema hidrográfico da região. Nos aldeamentos, os índios eram constrangidos a viver sob a tutela dos colonizadores. O aldeamento de São Miguel foi criado por volta de 1560 e, entre 1620e 1624, ocupou uma colina na margem esquerda do Tietê, próxima às suas várzeas e no meio dois de seus afluentes, o Jacu e o Itaquera. Nessa colina foi erguida uma igreja, em ainda hoje de pé. Assim, ao mesmo tempo em que estavam próximos dos rios onde podiam obter água e peixes ou se deslocar em canoas, os moradores de São Miguel ficavam protegidos das cheias periódicas do Tietê, nos meses de chuva, Como foi visto, São Miguel não era o único aldeamento serra-acima. Havia ainda o de Pinheiros (por volta de 1560), Guarulhos (por volta de 1580), Carapicuíba (fins do século XVI), Barueri (cerca de 1600), Embu (início do século XVII), Itaquaquecetuba (século XVII) e Itapecerica (fins do século XVII). Assim, o núcleo central paulistano, onde se instalara o Colégio dos Jesuítas e a maioria das autoridades e colonos, era cercado por aldeamentos como pode ser vistono mapa da Grande São Paulo de hoje, as localidades que surgiram a partir deles. Nos primeiros anos da colonização, além de fornecer mão-de-obra aos colonos e facilitar a aculturação dos indígenas, os aldeamentos funcionavam também como elemento de defesa. Os de Pinheiros e São Miguel surgiram no contexto de luta entre os colonos e as tribos do planalto. Provavelmente, nos dois casos, a presença de núcleos populacionais indígenas nesses locais era anterior à chegada dos europeus. Os colonos instalados em São Paulo buscavam incessantemente se apoderar de novas terras onde pudessem estabelecer suas fazendas ou sítios. As técnicas agrícolas então usadas esgotavam rapidamente o solo e exigiam sempre terras virgens e férteis. Expandindo-se em todas as direções, a colonização atingiu trechos das bacias do Aricanduva e Itaquera. Poucos anos depois de 1580, quando receberam cada um 6léguas de terras em sesmaria para cultivarem e se manterem, os aldeamentos de São Miguel e Pinheiros viram intrusos invadirem e tomarem parte delas, o que provocou protestos dos indígenas. A usurpação das terras dos aldeamentos pela invasão ou por outros meios prosseguiria ao longo dos séculos e ocorreria também em outros aldeamentos. Poucoapouco os aldeamentos deram origem a núcleos populacionais nos quais os indígenas não eram mais a maioria, mas sim os brancos e os mestiços. Foi o que ocorreu em São Miguel, que deixou de ser um aldeamento no início do século XIX. Antes disso, contudo, sua população já estava debilitada pela intensa exploração a que fora submetida, obrigada a trabalhar em terras de colonos na condição de escravos. A bacia hidrográfica do Aricanduva O Rio Aricanduva, afluente da margem esquerda do rio Tietê, tem sua bacia localizada na região leste-sudeste da cidade de São Paulo. Ocupa as subprefeituras de São Mateus (distritos de São Mateus, Iguatemi e São Rafael); Sapopemba e Vila Prudente - (distrito de Sapopemba); Aricanduva (distritos de Aricanduva, Carrão e Vila Formosa); Itaquera

3 (distritos de Cidade Líder e Parque do Carmo ); Penha (distritos da Penha, Arthur Alvim e Vila Matilde ); e Mooca (distrito do Tatuapé ). Compreende uma área de drenagem de cerca de 100 km 2. Tem suas nascentes próximas ao município de Mauá. O vale por onde corre o rio tem uma extensão aproximada de 20km e larguras variando entre 5 e 6 km, desenvolvendose desde a altitude de 905 metros, nas suas nascentes, até a de 720 metros na foz. Essa bacia hidrográfica tem como rio principal o Aricanduva e como afluentes os rios e córregos Anhumas (ou Inhumas), dos Machados, Rincão, Taboão, Caaguaçu, Limoeiro, Taubaté, Rapadura, Tapera e Tatuapé, num ambiente que se classifica como tropical subúmido, com boa definição dos regimes pluviométricos, a estação chuvosa ocorrendo de outubro a março e a estação de seca entre os meses de abril e setembro. As porções alta (nascentes) e média da bacia caracterizam-se por apresentarem formas de relevo decorrentes de erosão, com morros médios e altos. No trecho baixo da bacia (região próximo à foz), suas formas de relevo também são erosivas, com colinas e patamares mais planos. A bacia do Rio Aricanduva apresenta naturalmente forte atividade erosiva devido ao tipo de solo e relevo. A vegetação original desse ambiente são características de mata atlântica, denominada floresta ombrófila densa, e formações de várzea. Também compõem a vegetação dessa bacia áreas reflorestadas, praças e espaços públicos, jardins de residências e exemplares arbóreos em calçadas, consideradas vegetações antrópicas, ou seja, plantadas pelos seres humanos. Por ser uma área extremamente urbanizada, existe pouca cobertura vegetal tanto original como antrópica. Os Parques do Carmo e de Sapopemba e o Morro do Cruzeiro são áreas significativas de vegetação e, conseqüentemente, de permeabilização do solo. A área de proteção ambiental (APA) do Carmo onde se situa o Parque do Carmo e o Parque Sapopemba ainda apresenta vegetação original. O grande adensamento populacional, o aterramento das várzeas para a construção de avenidas e ruas, a canalização dos rios, a falta de coleta e tratamento de esgoto e o mau planejamento na construção das edificações são alguns dos muitos fatores que contribuíram para a má qualidade da água e as constantes enchentes nessa bacia. A ação do processo extensivo de ocupação urbana agrava ainda mais a tendência erosiva natural da bacia, especialmente nas áreas das suas cabeceiras, que, além de destruir a cobertura vegetal de proteção superficial, removem os solos superficiais e expõem aos processos erosivos os solos inferiores que são mais desagregáveis e, portanto, mais facilmente carregados pelas águas. Caso não sejam tomadas medidas urgentes de proteção dessas áreas, sua ocupação resultará num inevitável aumento das taxas de assoreamento dos leitos dos cursos d água, influenciando até o leito do próprio Rio Tietê. As enchentes, naturais em qualquer bacia hidrográfica, se configuram como um dos problemas que mais causam prejuízos à população e às administrações públicas. Isso se deve principalmente à ocupação das várzeas, o que diminui ainda mais as áreas com vegetação, ou seja, as áreas permeáveis para o excesso de água. Outro grande problema dessa bacia é a falta de coleta de resíduos sólidos. Cerca de 1% dos domicílios da bacia (cerca de 6000) lançam o lixo diretamente nos cursos d água, contribuindo assim para sua obstrução e assoreamento. Cerca de 16% dos domicílios dessa bacia não são atendidos pela coleta de esgoto. Isso significa que muitas famílias convivem com a situação do esgoto a céu aberto. Outra questão que se apresenta são os aterros para ocupações diversas, sobretudo nas várzeas. Neles são utilizados entulhos e até mesmo lixo para nivelar os terrenos. Geralmente esses aterramentos recobrem os depósitos carregados naturalmente pelos rios (aluviões), principalmente nas áreas de maior ocupação urbana e viária. Nessas áreas, o recobrimento pode ser considerável, alcançando até vários metros de espessura. Na bacia do Rio Aricanduva também existem áreas de possíveis contaminações do solo por alumínio e resíduo industrial.

4 A bacia hidrográfica do Itaquera A bacia hidrográfica do Rio Itaquera localiza-se no extremo leste da zona leste do município de São Paulo. Ocupa as subprefeituras de Cidade Tiradentes (distrito de Cidade Tiradentes), Guaianases (distritos de Guaianases e Lageado) e de São Miguel (distrito de São Miguel). Suas nascentes situam-se nos municípios de São Paulo, na subprefeitura de Cidade Tiradentes, e no município de Ferraz de Vasconcelos. A foz do seu rio principal é no Rio Tietê. O rio principal da bacia é o Itaquera. Seus afluentes são os rios e os córregos Itaquera Mirim, Guaratiba e do Rodeio, num ambiente que se classifica como tropicalsubúmido, com boa definição dos regimes pluviométricos. A estação chuvosa se dá de outubro a março e a estação de seca entre os meses de abril e setembro. Essa bacia é formada por várzeas e terrenos baixos em suas porções baixas e médias e, em seu trecho alto, colinas e patamares mais altos. Assim como a bacia do rio Aricanduva, esse ambiente possui vegetação original característica de mata atlântica, denominada floresta ombrófila densa, e formações de várzea, e as vegetações consideradas antrópicas são compostas por áreas reflorestadas, praças e espaços públicos, jardins de residências, exemplares arbóreos em calçadas e cemitérios. Também por ser uma área extremamente urbanizada, possui pouca cobertura vegetal tanto original como antrópica. As áreas de vegetação que se destacam são: o Parque Chico Mendes, onde são encontrados remanescentes de mata original, vegetação antrópica, de brejo e aquática; o Parque Raul Seixas, que possui vegetação antrópica e aquática; a Mata das Sete Cruzes, localizada na região de cabeceiras, onde há manchas de mata original; o Parque Ecológico do Tietê; e uma área de proteção ambiental composta por significativa vegetação original, a APA do Iguatemi. Há também uma importante área na região das nascentes do Rio Itaquera chamada Parque do Rodeio, que passa pelo processo de reflorestamento. Assim como a bacia do Rio Aricanduva, a bacia do Itaquera é extremamente urbanizada, constituindo-se como a região de maior densidade populacional do município. Esse ambiente possui forte concentração de favelas e loteamentos irregulares, o que causou o desmatamento de áreas que ainda eram preservadas. A cobertura vegetal é mediana em áreas que não foram ocupadas por edificações e escassas na maior parte da bacia. Na área onde se situam as nascentes do Rio Itaquera, durante a implantação de um loteamento, movimentou-se muito o solo, contribuindo para o deslocamento desse para os cursos d água, agravando as enchentes. Foi identificada uma área utilizada para recuperação de recipientes de resíduos industriais (tambores e bombonas), o que pode ter acarretado contaminação no aqüífero. Essa ação provavelmente causou a destruição de espécies arbóreas dentro da APA do Iguatemi, que simplesmente secaram pela contaminação do solo. Nessa bacia existem mais duas áreas suspeitas de contaminação. O lago de São Miguel durante muitos anos foi utilizado como depósito de resíduos, o que causou a sua contaminação. Um antigo porto de areia, que depois foi transformado em aterro sanitário, operou durante oito anos recebendo resíduos. A população dessa região foi atingida pela migração de gás através da rede de esgoto. Hoje esse aterro está desativado e a população local luta para que a área seja transformada em um parque. Os rios que compõem essa bacia possuem mata ciliar em trechos mínimos, por terem sido quase totalmente canalizados, embora ainda existam muitos pontos de esgoto a céu aberto. As taxas de cobertura de coleta de lixo e de esgoto são ausentes em muitas áreas, situando-se abaixo das taxas médias do município.

5 Penha de França Ao longo dos primeiros séculos da colonização, as terras compreendidas nas bacias do Aricanduva e Itaquera foram distribuídas em sesmarias e ocupadas. Sesmarias eram terras incultas doadas a quem se comprometesse a cultivá-las, primeiro pelos capitães donatários e depois pelos governadores indicados pela coroa portuguesa. Nas últimas décadas do século XVII, em uma colina junto ao Tietê e à barra do Aricanduva, em terras pertencentes aos sesmeiros Mateus Nunes de Siqueira e Jacinto Nunes de Siqueira foi erguida uma capela em louvor a Nossa Senhora da Penha de França, em torno da qual se formou um pequeno povoado. A nova localidade se tornou rapidamente um centro de peregrinação em São Paulo, talvez o mais movimentado na cidade até meados do século XX. Trilhas e picadas interligavam a Penha às cabeceiras do Aricanduva e ao centro da cidade. Além de receber romeiros, a imagem de Nossa Senhora da Penha era levada em procissão ao núcleo central paulistano, sobretudo quando as epidemias ou secas flagelavam a população. Para isso, empregava-se o caminho que interligava São Paulo ao Rio de Janeiro, que começava na várzea do Tamanduateí, atravessava as terras do atual bairro do Brás, alcançava a Penha, onde era comum os viajantes pararem, e seguia adiante para Mogi das Cruzes. Foi por esse caminho que o botânico francês Auguste de Saint-Hilaire lá chegou. Ele, que entre 1816 e 1822 viajou por grande parte do Brasil, identificou mais de espécies de plantas, das quais, cerca de 4500 eram então desconhecidas pelos cientistas. De sua passagem pela Penha, ele nos conta: Aproveitei minha estada em São Paulo para ir colher plantas no Arraial de Nossa Senhora da Penha, situado a 2 léguas da cidade, numa colina que limita, a leste, uma planície de que já falei. Vista de longe, sua igreja parece rodeada de árvores copadas, que limitam de forma pitoresca o horizonte. Para chegar ao arraial é preciso tomar a estrada do Rio de Janeiro. Essa estrada atravessa a planície e, do lado de São Paulo, começa por um belo caminho pavimentado, de cerca de 400 passos, que avança pelos brejos do Tamanduateí. A planície é perfeitamente regular e, como já tive ocasião de dizer, apresenta uma agradável sucessão de pastos de capim rasteiro e de tufos de árvores de pouca altura. Os habitantes de São Paulo dão-lhe o nome de várzea, que de um modo geral é aplicada a toda a planície alagadiça. (...). Nossa Senhora da Penha ou simplesmente Penha, é uma paróquia que faz parte do distrito de São Paulo. Da colina que encima o arraial e no sopé da qual serpenteia o Tietê, descortina-se uma vista encantadora, que abarca toda a planície, as montanhas que abarcam a cidade de São Paulo, como seus palácios e campanário. O arraial propriamente dito tem poucas casas, mas nas suas redondezas há muitas casas de campo e propriedades de variado tamanho, tais como fazendas, sítios e chácaras. A igreja constituída no centro do arraial parece rodeada de árvores se vista de longe, mas isso se deve apenas a uma questão de perspectiva, que faz com que as matas vizinhas pareçam próximas, impedindo que se vejam as casas. 1 Como se pode notar no depoimento de Saint-Hilaire, era uma paisagem marcadamente rural que caracterizava a região, com fazendas, sítios e chácaras. A estrada São Paulo--Rio estimulava o aparecimento dos estabelecimentos comerciais citados pelo viajante francês e atividades relacionadas ao transporte, como o pouso da Casa Pintada, que deu origem a Itaquera. As viagens em montaria ou a pé podiam levar dias, ou mesmo meses, e era preciso encontrar lugares seguros onde homens e animais pudessem se alimentar, descansar e 1 Saint-Hilaire, Auguste de. Viagem à Província de São Paulo. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1976, p. 148.

6 passar a noite. Era isso que ofereciam os pousos, locais simples e rústicos. Assim tornaramse indispensáveis em uma época em que as tropas de mulas eram responsáveis pelo grosso do transporte de mercadorias pelo território paulista, o que somente deixou de ocorrer com o advento das ferrovias. Café, ferrovias e imigrantes No século XIX, os moradores da região do Aricanduva e Itaquera eram em sua maioria humildes, embora houvesse alguns com posses, como o comendador Carrão, professor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, muito feliz com os seus parreirais cultivados à beira do Aricanduva. De fato, na maior parte das localidades de São Paulo, cidade onde a riqueza e o poder sempre estiveram muito concentrados, a população era pobre. A capital paulista, em 1836, tinha cerca de habitantes e, quando comparada às demais capitais brasileiras, não ficava entre as mais populosas e dinâmicas, pelo contrário. A cidade entrou em um novo ritmo no final do século XIX, embora a concentração de renda e poder permanecesse. São Paulo mudou tão radicalmente que um estudioso chegou mesmo a afirmar que houve como que uma segunda fundação da cidade. Tais transformações foram desencadeadas pela expansão dos cafezais no interior paulista, em um momento de grande procura de café no mercado mundial. São Paulo, que não era apenas sede política, mas também ponto de articulação do território paulista, integrou-se ao complexo agroexportador cafeeiro como centro financeiro, mercantil e ferroviário, o que desencadeou um intenso processo de urbanização e crescimento demográfico: a cidade, que em 1872 possuía habitantes, passou a contar ,,em No ano de 1920, quando São Paulo já se consolidara como pólo industrial, eram os moradores da capital paulista, número que em 1940 atingiria a marca de pessoas. Nas três décadas seguintes o processo de industrialização prosseguiu vigoroso, diminuindo seu ímpeto, posteriormente. Em 1970, a cidade abrigava cerca de habitantes, e, em 2004, habitantes. No período, houve ainda uma intensificação das relações capitalistas na sociedade, forte penetração de capitais internacionais e a assimilação de inovações tecnológicas, científicas e culturais, entre elas, a eletricidade. No que se refere aos transportes, é também no final do século XIX que chegam à cidade dois novos meios de locomoção, ambos sobre trilhos, que iriam transformar o deslocamento de homens e mercadorias: a ferrovia e o bonde elétrico que substitui os bondes puxados por burros empregados durante um curto período. A primeira ferrovia paulista, a São Paulo Railway, conhecida também como a Inglesa ou Santos-Jundiaí, ficou pronta em Ela interligava o interior paulista e suas fazendas de café à capital e ao porto de Santos, de onde o produto era exportado. Em 1875 chegaram à cidade os trilhos da Sorocabana e os da Central do Brasil. Esta fora construída em meados do século XIX unindo a cidade do Rio de Janeiro, que era a capital do Brasil, ao Vale do Paraíba, então no auge da cultura cafeeira. A Central do Brasil atravessava a região do Aricanduva e Itaquera e seu ponto inicial em São Paulo era o bairro do Brás, na estação do norte. A passagem da ferrovia em território paulistano deu origem a várias estações, que atraíram moradores para seus arredores, entre elas, as de Itaquera e do Lajeado, locais onde já havia pequenos núcleos populacionais. Os Japoneses de Itaquera A partir do final do século XIX, segundo dados oficiais, entraram no Brasil migrantes estrangeiros. Tal processo decorreu da implementação de projetos de colonização agrícola com finalidade de povoamento e defesa do território nos Estados do Sul e, principalmente, a implantação da cultura do café, que intensificou o fluxo migratório para

7 as fazendas do Estado de São Paulo. Explicam esse fluxo migratório, também, as grandes transformações econômicas pelas quais passava a Europa no final do século XIX. No dia 18 de junho de 1908, desembarcaram no porto de Santos os primeiros imigrantes japoneses, eram 800 passageiros, 781 vinham contratados para trabalhar nas fazendas de café e 10 vinham espontaneamente. A imigração japonesa tornou-se viável por causa do Tratado da Amizade Brasil Japão. Assim, da mesma forma que a Itália, esse país procurava resolver, por meio da emigração, seus problemas econômicos, pois uma grande parte da população passava fome devido à falta de terras para o cultivo. Os japoneses vinham com o sonho de se tornarem agricultores independentes. Trabalhavam, dessa forma, de dois a seis anos para conseguir juntar dinheiro e comprar sua terra. Dirigiram-se, então, para o Triângulo Mineiro ou para as margens do Rio Grande, onde implementaram o cultivo do arroz, prática que tinha grandes possibilidades de sucesso. O cultivo de hortaliças na periferia da cidade de São Paulo se restringia a uma pequena minoria. Em 1911, há indícios de japoneses cultivando em Santana, ao norte da cidade e em Taipas, próximo ao Pico do Jaraguá. Em 1913, foram desenvolvidas frentes de plantio no Morumbi. Entre 1913 e 1914, dez famílias de Guatapará fixaram-se em 50 alqueires de Mairiporã (então Juqueri). Em 1914, deu-se a ocupação da Vila Cotia, em Moinho Velho, que mais tarde se tornaria famosa pelo seu plantio de batatas. Foram vários os fatores que levaram os japoneses a optar pela exploração agrícola na periferia da cidade. Num primeiro momento, foram influenciados pela experiência bemsucedida de um imigrante japonês nos Estados Unidos. Alguns se desiludiram com o trabalho nas fazendas e fugiram para as cidades. Como não conseguiam emprego, dedicavam-se à agricultura nos arredores da cidade. Muitos se dirigiram para as áreas periféricas pela proximidade de escolas e atendimento médico. Foi nesse contexto que, em 1925, foi fundada a Colônia de Itaquera, ocupada por 300 famílias japonesas, que se instalaram nas Terras de Cahuassú, desmembrada da Fazenda do Carmo, e de propriedade da atual Ordem Terceira do Carmo. Nela foram pioneiros ao introduzir o plantio do pêssego no Brasil nas décadas de 40 e 50, e passaram a ter grande importância na produção e abastecimento de hortaliças, legumes, frutas e flores para a população de toda a cidade. Hoje é possível verificar as marcas dessa migração no Parque do Carmo, onde se encontram pés de cerejeiras, que foram trazidas do Japão e mantidas pela Comissão da Administração de Cerejeiras. Nitro-Química e a Nova Bahia Até a década de 20, apesar do desenvolvimento da cidade de São Paulo, São Miguel (que naquela época abrangia Itaquera e Guaianases) não passava de um arraial. O número de habitantes era de 4702 pessoas. Em 1925, houve uma primeira tentativa de lotear alguns terrenos ao longo do rio, mas fracassou. Um antigo morador, nascido em 1915, faz a seguinte descrição de São Miguel daquele tempo: as casas e a igreja de taipa, a praça para onde todos iam, as festas religiosas, a calma de uma vida pacata de aldeia. de A partir dos anos 30, São Miguel passou a ser integrada a São Paulo por meios de transportes: em 1930, foi inaugurada a linha de ônibus Penha-São Miguel e, em 1932, a nova estação de São Miguel. Contando com essa infra-estrutura, passaram a existir as condições para a sua expansão. O crescimento acelerado de São Paulo repercutia no território das bacias do Aricanduva e Itaquera. Em algumas localidades, como no caso da Penha, mais próxima do centro da cidade e do populoso bairro do Brás, a urbanização avançou rapidamente. Em São Miguel, em 1935, foi instalada a Companhia Nitro-Química Brasileira, em terrenos localizados próximos ao Tietê e ao córrego Itaquera. A facilidade de transporte oferecida pela ferrovia, o preço relativamente baixo da terra e a proximidade dos cursos d água, que garantia o

8 escoadouro dos detritos resultantes do processo produtivo, eram atrativos para a empresa. Esse tipo de ocupação industrial se repetiu em outras partes da metrópole nascente. Em meados do século passado, a Companhia Nitro-Química Brasileira ocupava uma área de m 2 e empregava operários, produzindo, entre outros produtos, ácido sulfúrico, tintas e sulfato de sódio. Quando a indústria fez sua primeira descarga de resíduos no Tietê, a mortandade de peixes foi tão grande que eles se acumularam aos milhares nos remansos dos rios, cobrindo a superfície das águas. A Nitro-Química foi um grande estímulo à ocupação mais intensa de São Miguel. Muitos operários, com suas famílias, procuravam morar perto do lugar onde trabalhavam, evitando, assim, deslocar-se pela cidade. Em 1934, São Miguel tinha habitantes, em 1940, eles passaram a e, em 1950, eram O que explica o desenvolvimento vertiginoso de São Miguel e de outras regiões com o mesmo padrão de crescimento é o problema habitacional. A falta de residências e o encarecimento dos aluguéis nas áreas centrais fizeram com que os trabalhadores pobres da cidade e os recém-chegados a São Paulo fossem empurrados para as regiões periféricas. Com o surgimento de loteamentos em lugares afastados, foram surgindo vilas e jardins sem nenhuma infra-estrutura, a não ser o arruamento precário que permitia colocar os lotes a venda. Esse processo de urbanização, conhecido como padrão periférico de crescimento urbano, marcou a cidade nas décadas de 50 e 60. Além disso, eram os próprios moradores com ajuda de amigos e familiares que construíam as casas para morarem.. Alguns setores conseguiram conquistar benfeitorias urbanas eletricidade, rede de saúde e escolas. Apesar de São Miguel ter passado por esse processo típico das regiões periféricas, a existência da Nitro-Química dava-lhe características de um bairro industrial, afinal, muitos de seus moradores não precisavam enfrentar grandes deslocamentos rumo ao trabalho. No entanto, mesmo com a crise daquela indústria nos anos 60, o bairro continuou a receber migrantes nordestinos nas décadas de 70 e 80. Esse enorme fluxo de migrações advindas da Região Nordeste rende a São Miguel o apelido de Nova Bahia Ainda hoje há quem defenda a oficialização dessa denominação. Em 2004, a população da área administrada pela subprefeitura de São Miguel, os distritos de Jardim Helena, Vila Jacuí e São Miguel é de pessoas. Padrões de habitação A grande procura por material de construção para as obras paulistanas estimulou o aparecimento de inúmeras olarias nas margens do Tietê a montante da Penha e próximas a outros cursos-d água das bacias do Aricanduva e Itaquera. Houve o incremento da exploração madeireira. Algumas famílias abastadas mantinham chácaras e casas de campo na região e a própria agricultura ganhou novo impulso com a chegada de pequenos proprietários. Na década de 20, uma antiga fazenda foi loteada e transformada em inúmeros sítios vendidos a colonos japoneses que formaram um importante núcleo agrícola em Itaquera. Imigrantes de diversas nacionalidades e cada vez mais migrantes de toda parte do Brasil chegaram à região para trabalhar no campo ou nas olarias ou então simplesmente para morar. De fato, muitas fazendas decadentes eram transformadas não em sítios ou chácaras, mas sim em loteamentos urbanos, pois então a procura por moradia era intensa na cidade. Afinal, o crescimento demográfico era alto e não havia nenhuma política oficial de construção massiva de habitação popular. Além disso, o aluguel nas regiões mais centrais era inacessível para os baixos níveis de remuneração da grande maioria do povo. Assim, a saída era procurar a periferia, onde trabalhadores compravam um lote e construíam suas próprias casas. Em 1937, o historiador Caio Prado Jr. afirmou que São Paulo era então uma cidade descontínua, em que se alternavam num caos completo, aspectos de grande centro urbano, modesto povoado 2 PRADO Jr, Caio. A cidade de São Paulo: geografia e história. In: Evolução Política do Brasil e Outros Estudos. São Paulo, Editora Brasiliense, 1966, p. 130.

9 de roça, ou mesmo zona de sertão. 2 Por um lado, isso era decorrente do fato da cidade se formar a partir de diferentes núcleos populacionais dispersos em um território de relevo movimentado e cortado por rios e extensas várzeas. Por outro lado, a explosão demográfica, que exigia prédios e casas, conjugada a ações especulativas e a um explícito desejo de segregação social por parte das camadas privilegiadas locais, provocaram uma desmesurada expansão da mancha urbana, que engolia as áreas rurais e matas paulistanas e, ao mesmo tempo, mantinha em seu interior enormes vazios e terrenos ociosos a espera de valorização imobiliária. No espaço urbano surgia claro perfil de classe, arquitetado pela elite sociopolítica e implementado por meio de investimentos e obras, legislação urbanística e coerção social. Em linhas gerais, a partir de fins do século XIX, buscou-se fazer do centro da cidade uma área especializada no comércio e serviços elegantes, da qual procurava-se suprimir as moradias populares, especialmente os cortiços. Bairros residenciais exclusivos foram criados na zona oeste da cidade e no espigão central, expandindo-se em direção ao Rio Pinheiros, destinados às classes de alto poder aquisitivo. Aos setores populares destinaram-se os arredores, os morros demasiadamente íngremes, e as partes baixas da cidade, nas margens de rios e córregos, ou crescendo em sua direção a partir de terras baixas enxutas, mas sujeitas a terríveis problemas de drenagem, o que as aproximava das várzeas úmidas. Lugares com uma infra-estrutura e equipamentos urbanos ausentes ou bastante precários, o oposto do que ocorria nos outros casos. Ao longo do século XX, esse modelo de desenvolvimento urbano seria mantido, perpetuando o surgimento de bairros novos e carentes. No final da década de 1940, o loteamento de uma fazenda de 50 alqueires deu origem ao bairro de São Mateus. A autoconstrução na periferia ganhou impulso após a Segunda Guerra Mundial. Entre 1940 e 1950, aproximadamente famílias passaram a morar em casas próprias na periferia da cidade, mais de pessoas. Empurrados pela elite da cidade, pela concentração de renda e, a partir dos anos 1980, por crises econômicas, os setores populares continuaram a ocupar a zona rural do município, as áreas de mananciais e florestas durante toda a segunda metade do século. Em meados dos anos 1950, a Penha estava praticamente integrada à mancha central urbana de São Paulo. Além da Penha, havia grandes trechos em que a paisagem era mais próxima ao rural, com campos e matas, e os núcleos urbanos já consolidados de São Miguel, Itaquera, Guaianases, bem como os novos, como São Mateus. Dizia-se então que em São Paulo havia a cidade e seus subúrbios ou arredores. Itaquera e Guaianases e as localidades que surgiam nas bacias do Aricanduva e Itaquera tornavam-se preferencialmente locais de moradia para pessoas que trabalhavam em outras regiões da metrópole, o que implicava em um deslocamento diário, usando principalmente os trens. Nessa época não havia água encanada na região de Itaquera, tampouco rede de esgotos. Os moradores conseguiam água de poços, que chegavam até a 20 metros de profundidade. Aspecto pitoresco do bairro eram os cata-ventos numerosos, erguidos para acionar bombas de sucção que retiravam a água dos poços. A eletricidade era conquista recente e a iluminação pública somente chegaria em fins da década de As ruas não eram pavimentadas e partes do bairro sofriam com as inundações. Em 1968, 89,3% dos domicílios de Itaquera eram desprovidos de água, 96,9 de esgoto, 87,5 não tinham pavimentação em suas ruas e 71,9 de coleta de lixo. Em São Miguel os números eram respectivamente, 49,9-44,4-44,5-11,1 e, na Penha, 43,2-74,4-70,3-59,8. Em 1979, uma reportagem do jornal O Estado de.s. Paulo afirmava que os habitantes de Cidade Líder, um loteamento que surgiu em 1945, não possuíam água encanada, nem rede de esgotos. Em 2004, 99,02% dos domicílios da subprefeitura de Itaquera, que inclui os distritos de Cidade Líder, Itaquera, José Bonifácio e Parque do Carmo têm acesso à rede de água, 88,06% a rede de esgoto, e, em 98,98% são atendidos pela coleta de lixo. Na década de 60, os extremos das zonas leste, noroeste e sul de Santo Amaro tiveram um crescimento populacional ao redor de 13% ao ano e respondiam por 43% do crescimento demográfico, enquanto os bairros centrais cresceram por volta de 1%. Nos anos 70 e 80,

10 a tendência foi mantida, embora o ritmo de crescimento dos bairros periféricos tenha sido menor. O adensamento urbano e a verticalização avançaram na cidade. Nas bacias do Aricanduva e Itaquera, o crescimento populacional foi incrementado diretamente pelo poder público com a implantação de enormes conjuntos habitacionais. Entre 1991 e 2000, a taxa média anual de crescimento da população de São Paulo ficou abaixo de 0,9%, mas a periferia cresceu a níveis bastante superiores à média da cidade. Em Itaquera, uma extensa gleba de terras, pertencente ao antigo Instituto Nacional de Previdência Social, foi transferida ao Banco Nacional da Habitação, que a repassou à Cohab-SP (Companhia de Habitação de São Paulo). Surgiram os conjuntos habitacionais Itaquera I, II e III, que ocupavam uma área de 4,5 milhões de m², e abrigavam moradores. Todas as residências foram vendidas entre 1978 e A chegada dos conjuntos da Cohab trouxe consigo infra-estrutura e equipamentos urbanos ao bairro, como água encanada, a pavimentação de muitas ruas, maior número de ônibus, posto de saúde e correio, mas também diminuiu as áreas verdes e transformou o ritmo de vida do bairro. Houve deficiências na concepção e execução do projeto, o que criou dificuldades aos novos moradores. Na década de 70, o poder público iniciou a aquisição de uma gleba de terras conhecida como Fazenda Santa Etelvina, situada a 35 quilômetros do centro de São Paulo, na qual havia eucaliptos e trechos de mata atlântica. Ali surgiria a Cidade Tiradentes, o maior complexo de conjuntos habitacionais da América Latina, com cerca de unidades. Os conjuntos foram construídos em sua maior parte, na década de 80 pela COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) e por grandes empreiteiras, financiadas pelo BNH pouco antes de seu fechamento. Nas bordas dos conjuntos e em áreas desocupadas apareceram loteamentos. A taxa de crescimento de Cidade Tiradentes nos anos 1980 chegou a 25% ao ano para depois recuar até 11% no primeiro qüinqüênio dos anos Em 2004, vivem lá mais de pessoas. Transportes Em 1933, um guia de ruas da cidade informava que o trem que partia da estação do Brás rumo a Mogi das Cruzes passava pelas seguintes estações: 4 a Parada; 5 a Parada, C. Campos, Vila Matilde, Engenheiro Artur Alvim, Itaquera, 15 de Novembro, C. Araújo, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Calmon Vianna, Suzano, Santo Ângelo, Brás Cubas e Mogi da Cruzes. Quem estivesse na estação de Itaquera e quisesse chegar ao Brás teria de embarcar nos seguintes horários: 4h51m, 5h23m, 6h50m, 9h11m, 10h32m, 13h59m, 16h, 17h16m, 18h26m e 21h36m. Em 1932, um ramal da Central do Brasil, a variante Poá, alcançou São Miguel. No início dos anos 1990, por determinação constitucional, foi criada a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que passou a administrar o sistema de transporte sobre trilhos da região metropolitana. Já os bondes elétricos começaram a circular em São Paulo no início do século XX, compondo o sistema público de transporte urbano. Era operado, sob concessão, pela São Paulo Tramway Light and Power Company Limited. Essa empresa, de origem canadense e capital anglo-americano, monopolizou igualmente os serviços de telefonia, produção e distribuição elétrica, atuando ainda no mercado imobiliário de forma altamente especulativa. Uma linha de bonde interligava o centro de São Paulo à Penha, seguindo praticamente o mesmo caminho percorrido por Saint-Hilaire, a atual Avenida Celso Garcia. Mas não havia bondes para outras localidades da região, como Itaquera e Aricanduva, o que obrigava os moradores a usar unicamente os trens em deslocamentos mais longos. É claro que muitos ainda utilizavam montarias ou veículos de tração animal, ou simplesmente caminhavam.

11 A expansão urbana rumo aos extremos da cidade foi facilitada, a partir dos anos 1950, pela difusão dos automóveis, que já ocupavam as ruas desde a virada do século, embora em número reduzido. Desde então, eles passaram a ocupar um espaço cada vez mais importante nos deslocamentos dos moradores, em uma década na qual a indústria automobilística ganhou impulso no país. Os veículos sobre pneus possuíam mais mobilidade que os trens e bondes, que exigiam trilhos e, no caso dos últimos, também eletricidade. Assim, moradores de localidades distantes dos trilhos podiam sonhar com a chegada do transporte coletivo na forma de ônibus oficiais ou clandestinos, ou mesmo com o carro particular. Com isso, os loteamentos periféricos ganhavam um estímulo a mais. Em 1946, um decreto-lei criou a Companhia Municipal de Transportes Coletivos. No ano seguinte, a CMTC assumiu os serviços de transporte urbano da Light, que, em 1937, decidira não renovar sua concessão obtida em Em 1926, a Light e a Prefeitura não chegaram a um acordo sobre uma proposta da empresa, que planejava criar um sistema integrado de transporte, com a construção do metrô. A CMTC, embora mantendo o serviço de bondes, passou a empregar cada vez mais os ônibus, que já circulavam em pequena escala. Em 1954, uma linha de ônibus interligava Itaquera ao Parque D. Pedro, mas antes disso, ônibus que partiam da Penha já chegavam a algumas localidades das bacias do Aricanduva e Itaquera. A implementação do transporte sobre pneus exigia a construção de grandes avenidas e pistas expressas por toda a cidade, já que as vias então existentes, em geral de dimensões modestas, não eram preparadas para o tráfego de um número sempre maior de automóveis. Por elas passavam os ônibus, que se tornaram a base do transporte coletivo na cidade, mas o predomínio político dos ricos fez com que o transporte individual fosse o grande beneficiário dessas obras. Hoje, de cada três deslocamentos feitos na cidade, um é de automóvel a cidade possui mais de 4 milhões deles. Esse caminho foi desastroso tanto para os que têm carro particular, prejudicados pelos congestionamentos e pela poluição do ar, como para os usuários do sistema de transporte coletivo, incapaz de atender satisfatoriamente os moradores, em especial os mais pobres. Na década de 1960, a marginal Tietê tornou-se uma pista expressa e a Radial Leste foi construída. Em 1963, começou a canalização do córrego do Aricanduva, ao longo do qual correriam avenidas. As obras no complexo Aricanduva foram concluídas em 1979 e tinham números impressionantes: movimentaram 1,2 milhão de m³ de terra, consumiram m³ de concreto e toneladas de aço. Em 1979, uma publicação da Prefeitura afirmava que a obra auxiliaria o tráfego na Penha, Itaquera, São Miguel e o acesso à zona leste; acabaria com as inundações e possibilitaria a urbanização de uma extensa área até agora pouco ocupada. A mesma publicação afirmava ainda que entre 1975 e 1979, as estradas do Imperador e São Miguel foram duplicadas e construída a estrada Itaquera-Carrão, atravessando uma região que em futuro próximo ocupará um lugar de destaque no desenvolvimento da cidade, devido ao vulto dos investimentos ali feitos no sistema viário. Como se sabe, as enchentes no Aricanduva não desapareceram. Os investimentos públicos na zona leste e dentro dela em trechos das bacias do Aricanduva e Itaquera, respondiam ao desenvolvimento urbano acelerado da região, que repercutia em toda a cidade, e às reivindicações dos seus moradores por melhorias. Ao mesmo tempo, estimulava ainda mais ocupação. Foi o que se deu com o Metrô, que começou a nascer em A primeira linha ficou pronta somente em setembro de 1975, unindo o Jabaquara (zona sul) a Santana (zona norte). Nesse mesmo ano foram iniciadas as obras da Linha 3 Vermelha, a leste-oeste, cujo primeiro trecho, Sé--Brás foi inaugurado em 10 de março de Em maio de 1986, foram inauguradas as estações Carrão e Penha, e, em 1º de outubro de 1988, a estação de Itaquera. Infelizmente a expansão do metrô na cidade ocorreu muito lentamente. Em seus 30 anos de existência, a média anual de crescimento foi de 1,9 km/ano.

12 Crescimento e pobreza As grandes obras, que transformaram mais uma vez a paisagem paulistana a partir dos anos 1960, ocorriam em uma conjuntura de crescimento econômico e turbulência política. Em 1964, um golpe militar instaurou uma ditadura no Brasil e entre o país atingiu altos níveis de crescimento econômico e concentração da riqueza. Em São Paulo, isso significou tornar ainda mais difíceis as condições de vida dos mais pobres, já prejudicados pela urbanização elitista e especulativa da cidade. Em 1975, um estudo intitulado São Paulo 1975, crescimento e pobreza, informava que na Grande São Paulo, entre 1940 e 1950 a taxa de mortalidade infantil diminuiu 30% e, na década seguinte, decresceu 32%, contrastando com os últimos 13 anos em que aumentou de 45%. O estudo afirmava ainda que 80% dos empréstimos do BNH criado em 1964 com o objetivo de fazer de cada brasileiro o proprietário de sua casa foram canalizados para as camadas médias e altas, ao mesmo tempo em que naufragavam os poucos planos habitacionais voltados para as camadas de baixo poder aquisitivo. O país conquistou a democracia em 1984, em meio a uma situação econômica difícil e, desde então, não conheceu níveis expressivos de crescimento econômico ou de redistribuição de renda. Em São Paulo, houve aumento do desemprego e a precarização das condições de trabalho, o que, somado à ausência de uma política urbana capaz de priorizar a habitação popular, acentuou os problemas de moradia. Incapazes de morar em bairros com melhor infra-estrutura ou repentinamente valorizados por grandes obras urbanas, a alternativa dos setores populares, e até mesmo de parcelas da classe média empobrecida, era se deslocar para loteamentos precários na periferia ou para cortiços e favelas. Essa breve contextualização ajuda a entender por que, nas últimas décadas do século XX, São Paulo assistiu a um renascimento dos cortiços na região central da cidade, à expansão das favelas, raras até a década de 1960 e ao aumento das ocupações por movimentos de semteto. Em 1973, 1,09% da população de São Paulo vivia em favelas, percentual que em 1978 chegou a 4,01 e não parou de crescer. Em 2004, os paulistanos que moram em favelas são , ou 11,12% da população da cidade, com uma taxa de crescimento anual de 2,97%. Nos distritos administrativos de Guaianases e Lajeado cerca de pessoas vivem em favelas, que crescem a uma taxa anual de 11,45%. Nesse 2004, quando São Paulo comemora seus 450 anos, conhecer a ocupação das bacias hidrográficas do Aricaduva e Itaquera e como vivem seus moradores, significa expandir a percepção histórica sobre a cidade, incorporando novos protagonistas e perspectivas à reflexão sobre como alcançar um futuro melhor.

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