Brasil Estudo de Mercado e Oportunidades de Negócio

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1 Brasil Estudo de Mercado e Oportunidades de Negócio i-pme informação de proximidade ANGOLA BRASIL MOÇAMBIQUE

2 FICHA TÉCNICA Entidade Promotora AEP Associação Empresarial de Portugal Coordenação Paulo Nunes de Almeida Gabinete de Projetos Especiais Florinda Alves Castilho Dias Equipa Luís Ferreira Mónica Quinta Sandra Costa Sara Ataíde Junho O Projeto i2pme resulta de uma iniciativa da AEP que visa aumentar a possibilidade de acesso a informação de proximidade, útil, fiável, oportuna, estruturada, com valor e facilmente assimilável que contribua para formar uma network colaborativa, articulando sistemas de aproximação ponto a ponto. 1

3 ÍNDICE 1.INTRODUÇÃO Enquadramento: O Projeto i2pme Objetivos do estudo Estrutura do estudo UMA VISÃO GLOBAL O Mundo em números Tendências globais BRASIL: UM PAÍS DE NOVAS OPORTUNIDADES Indicadores Chave Perfil Geral POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL E REGIONAL PAÍS DE OPORTUNIDADES DOS MAIS ATRATIVOS DO MERCOSUL Situação Económica Comércio Internacional PRINCIPAIS CLIENTES E FORNECEDORES Principais Produtos Transacionados Investimento Estrangeiro Caracterização do tecido empresarial e dos setores de atividade Estádio de Desenvolvimento e Índice de Competitividade ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO ÍNDICE DE COMPETITIVIDADE Relações bilaterais Portugal/Brasil COMÉRCIO INVESTIMENTO Condições Legais de Acesso ao Mercado REGIME DE IMPORTAÇÃO REGIME DE INVESTIMENTO ESTRANGEIRO Síntese Estratégica DESPISTE DE OPORTUNIDADES Oportunidades de negócio no mercado Brasileiro UMA VISÃO PRÁTICA SOBRE OS NEGÓCIOS NO BRASIL

4 5.1 Como desenvolver negócios Entidades Facilitadoras Cultura de negócios Dicas e Curiosidades para Vender e Investir no Brasil Tributação no Brasil O que é importante ter em conta numa relação negocial com o mercado Brasileiro Brasil na voz de outros GRANDES CIDADES DO BRASIL SÃO PAULO A CIDADE QUE SE RENOVA RIO DE JANEIRO CIDADE MARAVILHOSA MINAS GERAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS

5 CAPÍTULO INTRODUÇÃO 1 PONTO DE PARTIDA PARA QUALQUER NEGÓCIO. ONDE SE PROCURA ANALISAR O MERCADO DE DESTINO NAS SUAS MAIS VARIADAS COMPONENTES: MICROECONOMIA; COMPETITIVIDADE; RELAÇÕES BILATERAIS; PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS E DE INVESTIMENTO; CONDIÇÕES LEGAIS DE ACESSO AO MERCADO; PARTE I: Enquadra 1.INTRODUÇÃO 1.1 Enquadramento 1.2 Objetivos do estudo 1.3 Estrutura do estudo 2.UMA VISÃO GLOBAL 2.1 O Mundo em números 2.2 Tendências globais 3. BRASIL: UM PAÍS DE NOVAS OPORTUNIDADES 3.1 Indicadores Chave 3.2 Perfil Geral 3.3 Situação Económica 3.4 Comércio Internacional 3.5 Principais produtos transacionados 3.6 Investimento Estrangeiro 3.7 Caraterização do tecido empresarial e dos setores de atividade 3.8 Estádio de Desenvolvimento e Índice de Competitividade 3.9 Relações bilaterais Portugal/Brasil 3.10 Condições Legais de Acesso ao Mercado 3.11 Síntese Estratégica 4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES 4.1 Oportunidades de negócio no mercado brasileiro 5. UMA VISÃO PRÁTICA SOBRE OS NEGÓCIOS NO BRASIL 5.1 Como desenvolver negócios 5.2 Entidades facilitadoras 5.3 Cultura de negócios 5.4 Dicas e curiosidades para vender e investir no Brasil 5.5 O que é importante ter em conta numa relação negocial com o mercado brasileiro 5.6 Tributação no Brasil 5.7 Brasil na voz de outros 6. GRANDES CIDADES DO BRASIL 6.1 São Paulo 6.2 Rio de Janeiro 6.3 Minas Gerais 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 4

6 1.INTRODUÇÃO 1.1 ENQUADRAMENTO: O PROJETO I2PME A informação é um recurso estratégico essencial para o sucesso das empresas numa economia baseada no conhecimento e num ambiente fortemente concorrencial. Os custos de contexto associados à sua recolha, seleção e tratamento, em Portugal afetam gravemente o potencial competitivo das PME e a sua penetração com sucesso no mercado global. No modelo de sociedade atual o conhecimento e a informação ocupam um papel central. A Sociedade do Conhecimento constitui uma evolução natural da Sociedade da Informação uma vez que o conhecimento nasce da informação. O Projeto "i2pme - informação para a internacionalização das PME, doravante abreviadamente designado por i2-pme, surge como a extensão da primeira fase do projeto i-pme, que teve como mercado piloto o mercado de Angola. Pretende-se com este projeto i2-pme, em coerência e articulação de meios e iniciativas com o anterior, alargar ou estender aos dinâmicos pólos de desenvolvimento do mundo lusófono, Brasil e Moçambique, o trabalho iniciado com o mercado angolano, fechando-se, desta forma, o triângulo estratégico da internacionalização lusófona. Cada vez mais os negócios e as oportunidades serão potenciados a partir de lógicas e modelos empresariais dinâmicos que integram, em geometria variável, players deste conjunto de países. Nesse sentido, será cada vez mais frequente observarem-se lógicas de complementaridade/concorrências entre grupos empresariais e empresas brasileiras, angolanas ou moçambicanas e portuguesas. No seu conjunto, os dois projetos permitirão cobrir o espaço lusófono, com um peso substantivo no domínio económico, através de uma estrutura integrada facilitadora, pelo lado da informação de proximidade, da formação de parcerias e do apoio a todo o processo de internacionalização. As ferramentas desenvolvidas e os ensinamentos aportados constituem-se como instrumentos importantes para uma internacionalização bem-sucedida. A experiência já adquirida com o i-pme permite também, incorporar, na presente candidatura, os principais ensinamentos do terreno e adequar quer a estratégia quer as ações a empreender, como é o caso da incorporação dos aspetos multiculturais no âmbito dos processos de internacionalização no espaço lusófono. O "i2 PME visa aprofundar o desenvolvimento de uma estratégia coletiva de informação de proximidade (empresarial, contextual, regional e local), estruturada, customizada e com valor acrescentado, para ser de fácil acesso e interpretação, recolhida junto de fontes tradicionais, empresas e associações, parceiras do projeto, para apoio à gestão, vigilância e aproximação das empresas portuguesas a organizações internacionais. Visa o incremento da sua competitividade global e a melhoria da sua abordagem aos processos de internacionalização. Esta informação será proveniente, sobretudo, da interação de fontes obtidas junto de associações empresariais de Portugal lideradas pela AEP do Brasil e de Moçambique. 5

7 Pretende-se, a partir do trabalho e das ferramentas já concebidas, estender e dinamizar uma plataforma informativa complementar à informação institucional, com a qual se procura apoiar a internacionalização do tecido empresarial dos diferentes países, reduzindo os custos de contexto, o risco diversificável e o consumo de tempo, associados ao desenvolvimento destes processos. A disponibilização de informação articulada a partir das necessidades sentidas no terreno, pelos empresários e associações empresariais, nas ações de internacionalização, funciona como um meio completar da informação de carácter mais global e numa perspetiva macro. Esta estratégia será baseada numa aproximação bottom-up (necessidades a satisfazer obtidas do terreno), e num contacto ponto a ponto (empresa a empresa) através de uma rede colaborativa, a constituir por empresas aderentes e associações dos mercados alvo. O movimento associativo funcionará como facilitador para suporte e lobby, dos processos de informação, aproximação, penetração e desenvolvimento. Como enfoques adicionais, o projeto "i2 PME procura também apoiar a formação de pólos ou redes de cooperação entre empresas e organizações, dos três países alvo, visando uma presença conjunta em terceiros mercados e a cooperação do movimento associativo entre os países, como vias para o fomento da internacionalização e integração do espaço lusófono. Em suma, o lema perseguido por este projeto na linha do i-pme sintetiza-se, assim, no princípio de que "Aqueles que se atrasam na compreensão atrasam-se no desempenho". 1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO Para o tecido económico português a Internacionalização pode não ser indispensável, mas é certamente decisiva, pelo que a informação para este fim torna-se crítica para o sucesso das PME nacionais. O objetivo principal deste documento é ser uma ferramenta útil, atualizada e eficaz no processo de internacionalização das pequenas e médias empresas portuguesas. Verifica-se que o acesso a informação relevante, qualitativa e atempada é um entrave que enfraquece a opção estratégica de internacionalização das PME. Este estudo visa: Por um lado, sistematizar um conjunto de informações relevantes sobre o Brasil, procurando ser um guia para a abordagem ao mercado com perspetiva de realizar negócios; Por outro, partilhar uma leitura das oportunidades detetadas que se consideram mais relevantes para o tecido empresarial nacional, sempre através de uma leitura adequada às empresas de menor dimensão. Esperamos que, deste modo, o presente documento se constitua como uma ferramenta de trabalho duplamente útil: enquanto contributo para o estudo dos mercados e como síntese de oportunidades de negócio. 6

8 1.3 ESTRUTURA DO ESTUDO O presente estudo encontra-se estruturado em torno de seis grandes momentos. Numa primeira fase, efetua-se a introdução à temática, enquadrando o documento e o seu âmbito e objetivos pretendidos. O segundo capítulo é marcado pela explanação de uma visão global não só em termos numéricos como no que concerne a grandes tendências que são passíveis de serem identificadas nos diversos setores. Uma vez efetuada esta análise, procede-se, no terceiro capítulo, à caracterização aprofundada sobre o Brasil. Desde o detalhe sobre a situação económica, à caracterização do tecido empresarial, passando pela análise ao seu estádio de desenvolvimento e aos principais parceiros comerciais e de investimento, serão assim observados com o devido rigor um conjunto de variáveis que permitirão obter uma leitura sobre o mercado de destino. O quarto capítulo constitui-se como aquele onde serão apresentadas algumas oportunidades de mercado detetadas para as PME nacionais e que, naturalmente, decorrem do estado atual de evolução do mercado brasileiro. O estudo vai afunilando para informação de mais proximidade, apresentando um conjunto de aspetos práticos na forma de fazer negócios no Brasil que se espera possam servir de importante ferramenta de aprendizagem para todos os interessados. Por fim, e porque o Brasil não é um mercado, mas vários mercados, o Estudo termina com o destaque para as cidades/regiões com maior potencial de crescimento, e por isso, mais atrativas na perspetiva dos investidores. FIGURA 1 - FASES DO ESTUDO INTRODUÇÃO VISÃO GLOBAL CARATERIZA- ÇÃO BRASIL OPORTUNIDA DES DE NEGÓCIOS ASPETOS PRÁTICOS DE NEGÓCIO GRANDES CIDADES/ REGIÕES DO BRASIL 7

9 CAPÍTULO UMA VISÃO GLOBAL 2 PONTO DE PARTIDA PARA QUALQUER NEGÓCIO. ONDE SE PROCURA ANALISAR O MERCADO DE DESTINO NAS SUAS MAIS VARIADAS COMPONENTES: MICROECONOMIA; COMPETITIVIDADE; RELAÇÕES BILATERAIS; PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS E DE INVESTIMENTO; CONDIÇÕES LEGAIS DE ACESSO AO MERCADO; PARTE I: Enquadra 1.INTRODUÇÃO 1.1 Enquadramento 1.2 Objetivos do estudo 1.3 Estrutura do estudo 2.UMA VISÃO GLOBAL 2.1 O Mundo em números 2.2 Tendências globais 3. BRASIL: UM PAÍS DE NOVAS OPORTUNIDADES 3.1 Indicadores Chave 3.2 Perfil Geral 3.3 Situação Económica 3.4 Comércio Internacional 3.5 Principais produtos transacionados 3.6 Investimento Estrangeiro 3.7 Caraterização do tecido empresarial e dos setores de atividade 3.8 Estádio de Desenvolvimento e Índice de Competitividade 3.9 Relações bilaterais Portugal/Brasil 3.10 Condições Legais de Acesso ao Mercado 3.11 Síntese Estratégica 4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES 4.1 Oportunidades de negócio no mercado brasileiro 5. UMA VISÃO PRÁTICA SOBRE OS NEGÓCIOS NO BRASIL 5.1 Como desenvolver negócios 5.2 Entidades facilitadoras 5.3 Cultura de negócios 5.4 Dicas e curiosidades para vender e investir no Brasil 5.5 O que é importante ter em conta numa relação negocial com o mercado brasileiro 5.6 Tributação no Brasil 5.7 Brasil na voz de outros 6. GRANDES CIDADES DO BRASIL 6.1 São Paulo 6.2 Rio de Janeiro 6.3 Minas Gerais 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 8

10 2.UMA VISÃO GLOBAL 2.1 O MUNDO EM NÚMEROS Crescimento do PIB mundial O crescimento mundial continuou a desacelerar no 3º trimestre do ano passado, de acordo com a previsão do The Economist para o PIB Global baseado em 52 países. O crescimento global caiu 0,4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, para 2,4 %, o seu nível mais baixo desde o final de As economias emergentes representam 4/5 do crescimento do PIB global. Os países desenvolvidos foram afetados pela lenta recuperação dos EUA e pela crise do euro que ainda se faz sentir. Este ano deverá ter o mesmo rumo. De acordo com a previsão, as três economias que mais irão contrair em 2013 são da zona euro - Grécia, Portugal e Espanha enquanto os países que irão ter maior crescimento - Macau, Mongólia e Líbia - são economias emergentes. É de destacar que quem mais contribuiu para o crescimento do PIB Global, no 3º trimestre de 2012, foram os países do grupo dos BRICS Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Contribuíram com aproximadamente 1,8% para os 2,4% de crescimento do PIB Global (ou seja, cerca de 75% do crescimento global deveu-se a estes países). 9

11 CRESCIMENTO DO PIB MUNDIAL*, 2012 * a taxas de câmbio do mercado Fonte: The World in 2012, The Economist, Janeiro de 2012 Através deste gráfico podemos observar o que foi dito anteriormente, que os países como a África do Sul (África Subsariana), a China, a Rússia e a Índia, que fazem parte do grupo BRICS, foram os países que mais crescimento tiveram comparando com as outras economias do mundo. Ranking das Economias em Crescimento e em Contração Macau vai ser a economia com maior crescimento este ano, de acordo com as últimas estimativas do The Economist Intelligence Unit (EIU). É de esperar que o ritmo de crescimento acelere com a retoma de novos projetos relativamente aos casinos e consequentemente com os turistas chineses (com salários em ascensão) a gerarem receitas no jogo. Em segundo lugar encontra-se a Mongólia, que também pode agradecer à China por contribuir para o aumento da sua taxa de crescimento. A procura de minérios por parte da China tem impulsionado os investimentos no setor da mineração da Mongólia. A própria China está preparada para crescer mais de 8% este ano e potencialmente mais dependendo das tarifas do resto do mundo. Enquanto isso, a Europa continuará em declínio, com a Grécia na liderança. Recentemente, a Chanceler da Alemanha afirmou que a crise da zona euro está longe de terminar. 10

12 Previsões do PIB 2013 (variação % em relação ao ano anterior) Economias com maior Crescimento Macau Líbia Angola China Iraque Economias com maior Contração Zona Euro Chipre Holanda Irão Portugal Fonte: Economist Intelligence Unit 11

13 2.2 TENDÊNCIAS GLOBAIS Crescimento Populacional A evolução da população é um fator essencial em qualquer mercado. O crescimento populacional traduz uma maior necessidade de residências novas ou reabilitações, edifícios comerciais e de serviços, infraestruturas, e de todo um conjunto de atividades consumidoras de artigos e materiais diversos. Dados da ONU indicam que a população mundial está e continuará em crescimento, sobretudo fora dos países mais desenvolvidos. Densidade Populacional (pessoas por km 2 ), ,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20, * 2016* 2018* 2020* Regiões mais desenvolvidas Regiões menos desenvolvidas Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU) Os 10 Países com mais população em 2011 e 2050 País População em 2011 Ranking População em 2050 Ranking China º º Índia º º EUA º º Indonésia º º Brasil º º Paquistão º º Bangladesh º º Nigéria º º Rússia º º 12

14 Japão º º Em 2011 a China foi o país que deteve maior população a nível mundial, mas segundo as estimativas esse lugar vai ser ocupado pela Índia em Assim como acontece com a Nigéria que em 2011 se encontrava na 8ª posição no ranking dos países com mais população, em 2050 passará a ocupar a 4ª posição. Tudo isto indica que várias transformações, a vários níveis, irão ocorrer mundialmente o que afetará a densidade populacional de cada país. Densidade Populacional na América Latina e Caribe Se olharmos em particular para a América Latina e Caribe, o panorama é o seguinte (milhões de habitantes): O Brasil é o país da América Latina e Caribe que possui o maior número de habitantes, cerca de 196,5 milhões, seguido do México com 114,9 milhões. Outros países com uma dimensão populacional alargada são a Colômbia, Argentina e Peru. Nos países menos populosos da Amércia Latina e Caribe encontram-se a Guinea Francesa, o Suriname, o Uruguai e o Paraguai. 114,9 28,1 Colômbia 45,2 29,5 196,5 42,2 13

15 Urbanização O Mundo tem vindo a ficar cada vez mais urbano. Assim, não só aumentou a população nos últimos anos, como também a proporção de indivíduos que vivem em áreas urbanas. A taxa de urbanização mundial tem vindo sempre a aumentar na última década. O mesmo acontece na América Latina e Caribe, estando o Brasil a contribuir igualmente para esse crescimento contínuo. 45 População em aglomerados urbanos com mais de 1 milhão de habitantes (% total da população) Mundo América Latina e Caribe Brasil Fonte: Banco Mundial Urbanização na América Latina e Caribe Segundo o relatório "Estado das Cidades da América Latina e Caribe" divulgado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), a América Latina e Caribe formam a região mais urbanizada do mundo, com 80% do total da população (588 milhões de pessoas) a viver em cidades. No Brasil a taxa de urbanização, que é hoje de 86,6%, deve chegar a 90% até Entre os países mais urbanizados da América Latina e Caribe encontram-se a Argentina, o Chile, o Brasil, a Colômbia e o México. 14

16 URBE LATINA, taxa de urbanização, em % México 77,8% População da América Latina 60 Milhões no início século 20 Colômbia 75,1% 67,3% Caribe Brasil 86,6% 588 Milhões em ,0% América Central Chile 89,0% 84,0% América do Sul Argentina 92,4% Cidades com mais de 10 milhões de habitantes: Cidade do México; São Paulo; Buenos Aires; Fonte: ONU-Habitat 15

17 CAPÍTULO BRASIL: UM PAÍS DE NOVAS OPORTUNIDADES 3 PONTO DE PARTIDA PARA QUALQUER NEGÓCIO. ONDE SE PROCURA ANALISAR O MERCADO DE DESTINO NAS SUAS MAIS VARIADAS COMPONENTES: MICROECONOMIA; COMPETITIVIDADE; RELAÇÕES BILATERAIS; PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS E DE INVESTIMENTO; CONDIÇÕES LEGAIS DE ACESSO AO MERCADO; PARTE I: Enquadra 1.INTRODUÇÃO 1.1 Enquadramento 1.2 Objetivos do estudo 1.3 Estrutura do estudo 2.UMA VISÃO GLOBAL 2.1 O Mundo em números 2.2 Tendências globais 3. BRASIL: UM PAÍS DE NOVAS OPORTUNIDADES 3.1 Indicadores Chave 3.2 Perfil Geral 3.3 Situação Económica 3.4 Comércio Internacional 3.5 Principais produtos transacionados 3.6 Investimento Estrangeiro 3.7 Caraterização do tecido empresarial e dos setores de atividade 3.8 Estádio de Desenvolvimento e Índice de Competitividade 3.9 Relações bilaterais Portugal/Brasil 3.10 Condições Legais de Acesso ao Mercado 3.11 Síntese Estratégica 4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES 4.1 Oportunidades de negócio no mercado brasileiro 5. UMA VISÃO PRÁTICA SOBRE OS NEGÓCIOS NO BRASIL 5.1 Como desenvolver negócios 5.2 Entidades facilitadoras 5.3 Cultura de negócios 5.4 Dicas e curiosidades para vender e investir no Brasil 5.5 O que é importante ter em conta numa relação negocial com o mercado brasileiro 5.6 Tributação no Brasil 5.7 Brasil na voz de outros 6. GRANDES CIDADES DO BRASIL 6.1 São Paulo 6.2 Rio de Janeiro 6.3 Minas Gerais 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 16

18 3. BRASIL: UM PAÍS DE NOVAS OPORTUNIDADES 3.1 INDICADORES CHAVE Área: km 2 (5º país em extensão territorial) População: 196,5 milhões de habitantes (estimativa EIU 2013) Língua: Português Densidade Populacional: 23 hab./ km 2 Designação Oficial: República Federativa do Brasil Chefe do Estado e do Governo: Dilma Rousseff, desde outubro de 2010 Primeiro-Ministro: Michel Temer Data da atual Constituição: outubro de 1988, com alterações posteriores Capital: Brasília Unidade Monetária: Real do Brasil (BRL) Taxa de Câmbio: 1 EUR = 2,6151 BRL (Banco de Portugal 16 de maio 2013) Salário mínimo: R$ 678 / mês (aproximadamente 255) Risco de Crédito: 3 (1 = risco menor; 7 = risco maior) COSEC, março 2013 Principais cidades: São Paulo (11,3 milhões), Rio de Janeiro (6,1 milhões), Salvador (2,9 milhões), Fortaleza (2,4 milhões) e Belo Horizonte (2,4 milhões). Religião: A maioria da população professa a religião Católica Romana (73,6%), embora a Constituição consagre a livre prática de todas as religiões. 17

19 3.2 PERFIL GERAL POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO O Brasil é atualmente a sétima maior economia do mundo e detém um papel muito importante no relacionamento internacional, uma vez que pertence aos G20 e é um dos BRICS, um grupo composto pelas economias mundiais mais fortes como a Rússia, China e India. O Brasil é ainda a primeira economia da América Latina, apresentando capacidades de se expandir ainda mais devido ao período de crescimento económico verificado atualmente, políticas sociais, reformas aliadas ao desenvolvimento e o facto de ser um país cheio de recursos naturais. Temos de destacar o setor energético, em especial a produção petrolífera que detém um papel importante no crescimento do país. As reservas petrolíferas do litoral brasileiro são as maiores (superiores a 50 mil milhões de barris e nas mais profundas foi detetado a presença de petróleo) e com cerca de 70% por adjudicar. Tem uma economia baseada no crescimento do setor agrícola, mineiro, industrial e de serviços. O crescimento da economia brasileira é um reflexo da produção industrial que inclui as indústrias transformadora e extrativa e vendas a retalho. Em 2011 a produção industrial cresceu em termos nominais 11,5%. A economia brasileira, apesar de também ser baseada no consumo doméstico, atrai muito investimento direto estrangeiro que conduz a um clima de otimismo e de potencial crescimento. No entanto os impostos desencorajam esta tendência bem como alguns problemas que o país ainda enfrenta, tais como: a eliminação da pobreza, aperfeiçoamento da formação e educação, melhoria das infraestruturas e o reconhecimento da marca nacional. Como fatores positivos as exportações brasileiras entre 2006 e 2010 apresentaram um crescimento médio anual de 14,8% e as importações 19,7%, sendo que esta diferença é causada pelo período de desenvolvimento económico que o país atravessa. Os principais produtos exportados pelo Brasil apresentam um aumento da taxa de exportação são eles: os minérios (exportação em 2011 cresceu 44%), combustíveis (35%), grãos (47.9%), sementes (17%) e maquinaria (27%). A situação geográfica e a posição de destaque no MERCOSUL fazem do Brasil um país atraente para investimentos. INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL E REGIONAL Organização Organização das Nações Unidas - ONU Organização Mundial do Comércio - OMC Mercado Comum do Sul - MERCOSUL Países Participantes 192 países, incluindo Brasil 153 países, incluindo Brasil Membros plenos: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela; Estados associados: Bolívia. Chile, Peru, Colômbia e Equador; 18

20 Banco Inter-Americano de Desenvolvimento - BID Associação Latinoamericana de Integração - ALADI Sistema Económico Latinoamericano e do Caribe - SELA BRICS Organização dos Estados Americanos - OEA Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa Estados Observadores: Nova Zelândia e México. 47 Estados membros, incluindo Brasil 14 países, incluindo Brasil 26 países, incluindo Brasil Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul 35 países, incluindo Brasil Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste (membros); Guiné Equatorial, Maurícia e Senegal (observadores) Fonte: AICEP Portugal PAÍS DE OPORTUNIDADES O Brasil consegue reunir num só território um pouco dos vários estádios de desenvolvimento humano: uma parte semelhante a um país do Terceiro Mundo, outra em vias de desenvolvimento, outra pouco industrializada e ainda uma parte pós-industrial. Consiste portanto numa mistura de realidades distintas, com várias facetas. De grosso modo o Brasil encontra-se em vias de desenvolvimento uma vez que está a atravessar uma fase de transição demográfica, que procura melhorar as vias de comunicação, exporta produtos tropicais e minerais e cujas relações comerciais têm vindo a incrementar de forma assinalável e com cada vez mais países. O aumento da dimensão do mercado interno tornou possível a existência de economias de escala que contribuíram de forma decisiva para o crescimento económico registado nos últimos anos e que poderá ser a alavanca necessária para alargar o horizonte do Brasil para mercados mais amplos e mais rentáveis. Apesar de ainda persistirem alguns problemas graves internos, de há uns anos a esta parte o país entrou numa fase de crescimento, que se tem apoiado em bases sustentáveis para a promoção do seu modelo de desenvolvimento. O país atravessa hoje, muito provavelmente, a fase de maior expansão e promessa de crescimento. O Brasil, como atrás referimos, é considerado atualmente a 1ª economia da América Latina e ocupa o 7º lugar no ranking das maiores economias mundiais, impulsionado pela forte procura interna e investimento estrangeiro consequente da melhoria do rendimento disponível per capita. 19

21 Crescimento do PIB real dos países da América Latina Fonte: Airbus sourcing Global Insight, Airbus É de assinalar que, fruto do progresso alcançado com as reformas económicas, das condições extremamente favoráveis a nível internacional e do desenvolvimento de políticas sociais, o país continuará a consolidar a política macroeconómica, combinando metas inflacionárias, políticas de câmbio flutuante e de gestão orçamental, além da competente administração das contas externas. O crescimento pôs em evidência importantes desafios de infraestruturas. O país sediará a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, eventos que exigem grandes investimentos em áreas como o desenvolvimento urbano, social e de transportes. Por este enquadramento, pelo posicionamento geográfico e pelos recursos próprios que possui, existe um conjunto de setores que se pode revelar de grande importância estratégica para investidores: turismo, energia, agricultura, comércio, serviços, construção civil e obras públicas. DOS MAIS ATRATIVOS DO MERCOSUL A região MERCOSUL (conhecido como Mercado comum do Sul) resulta da assinatura do Tratado de Assunção em 26 de março de 1991, subscrito por quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A partir de julho de 2012 a Venezuela aderiu como membro pleno. O MERCOSUL é ainda composto por mais cinco Estados Associados Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e Equador e dois Estados Observadores, Nova Zelândia e México. Com uma área que ronda os 13 milhões de km 2, o MERCOSUL é uma região cada vez mais consolidada e de dimensões continentais. Abundante em recursos naturais, possui um enorme potencial agrícola, estando os países que a constituem entre os maiores produtores mundiais de trigo, soja, citrino, cacau, café, leite, arroz, gado, bovino, entre outros produtos. Possui ainda 20

22 importantes reservas de energia, especialmente ao nível do minério e das reservas hidroelétricas. Os quatro Estados que inicialmente formaram o MERCOSUL identificam-se com um conjunto de valores transversais que pretendem transportar para a região. Defesa das liberdades fundamentais Combate à pobreza e às assimetrias sociais Consolidação de uma democracia pluralista e com a justição Valores Mercosul Fomento do desenvolvimento sustentável Defesa dos direitos humanos Protecção do meio ambiente O objetivo do tratado foi a integração dos quatro estados iniciais através da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, da criação de uma Tarifa Externa Comum (TEC), adoção de uma política comercial comum, coordenação de políticas macroeconómicas e setoriais e harmonização de legislação para as áreas relevantes. A integração tem como finalidade alcançar um mercado único que permita gerar maior crescimento económico para os Estados membro, sobretudo através do potenciamento de economias de escala, da cooperação comercial, da especialização produtiva e do maior poder negocial do bloco com outros blocos ou países. Funcionando como um bloco de países conseguir assumir uma posição internacional importante e de igual com países concorrentes (China, India e Rússia). A população brasileira representa cerca de 50% do total do Mercosul e 35% da América Latina. O Brasil apresenta uma evolução do PIB nacional superior ao do bloco Mercosul e um pouco acima da média do conjunto dos países da América Latina. Tomando como referência um prazo temporal de cinco anos, de 2009 a 2014, o Fundo Monetário Internacional antecipa a evolução do PIB a preços correntes, em mil milhões de dólares, nos principais blocos económicos. Deduz-se que relativamente à economia o Brasil apresenta taxas de crescimento e um PIB superior aos restantes países do MERCOSUL. 21

23 Comparação da taxa de crescimento entre a Mercosul e outras economias Região Taxa de crescimento Mercosul 2,8 4,1 46,4% EU-27 16,4 18,8 14,6% EUA 14,2 17,4 22,5% China 4,9 8,5 73,4% Índia 1,2 1,9 58,3% Japão 5,0 5,9 18,0% 22

24 3.3 SITUAÇÃO ECONÓMICA O crescimento médio da economia brasileira aumentou desde o final da década de 1990, passando de 1,7% (entre 1998 e 2002), para um crescimento médio estimado de 4,7% no período entre 2011 e A força do mercado interno, em conjunto com um forte ênfase em investimentos como o principal motor do crescimento têm sido cruciais para a expansão económica brasileira. Percentagem do crescimento anual do PIB Fonte: Ministério da Fazenda A recuperação económica, iniciada nos mandatos de Lula da Silva, é assegurada por Dilma Rousseff, garantindo a continuidade das políticas macroeconómicas e do papel intervencionista do Estado. A política económica recente pode ser dividida em duas fases, que correspondem, grosso modo, aos dois governos do anterior Presidente. A primeira, durante o primeiro mandato ( ), teve como objetivo prioritário alcançar a estabilidade macroeconómica com a correção de desequilíbrios, como a inflação, através de uma política monetária e fiscal restritiva. Alcançada a estabilidade, o Governo pretendeu acelerar o crescimento económico através de um ambicioso programa de investimentos públicos (Programa de Aceleração do Crescimento PAC), cuja 2ª fase foi lançada no final de março de 2010, e que contempla, sobretudo, as infraestruturas, o meio ambiente e a energia. 23

25 O fraco desempenho da economia brasileira em 2011 e 2012, apesar de um novo pacote de estímulos, a vigorar desde meados de 2011, mais do que consequência da envolvente externa, está diretamente ligado ao ambiente doméstico. De facto, no período , o consumo das famílias registou um crescimento médio anual de 3,7%, impulsionado pelo forte aumento do crédito e que, atualmente, se traduz num forte endividamento das famílias. Acresce ainda um excessivo intervencionismo governamental (inúmeros incentivos fiscais e monetários; entre dezembro de 2008 e julho de 2009, a taxa de referência do Banco Central caiu de 13,75% para 8,75%; redução de taxas sobre veículos automóveis e eletrodomésticos, etc.). Em termos sequenciais, registou-se uma retoma do Produto Interno Bruto (PIB) no 4º trimestre de 2012, embora com uma subida abaixo do previsto, com o ano a fechar com um crescimento de 0,9%, o pior resultado desde a crise financeira global de Os últimos indicadores apontam para um crescimento de 1% no 1º trimestre de 2013, mas apesar das medidas destinadas a estimular a economia, essa subida deverá ser menor nos restantes trimestres. Com a revisão em baixa para o PIB da China e da UE, o EIU (Economist Intelligence Unit), estima um crescimento de 3% para o corrente ano. Para 2014, impulsionado pelo próximo ato eleitoral e pela realização do Campeonato do Mundo de Futebol, o PIB brasileiro deverá crescer até aos 3,5%. Nos anos seguintes, a diminuição da procura chinesa e o abrandamento do crédito conduzirão a crescimentos do PIB inferiores aos ocorridos na década anterior. Depois de ter recuado em 2012, o consumo privado irá crescer de forma moderada nos próximos 5 anos, sustentado pela criação de postos de trabalho, pelos ganhos reais nos salários e pelas facilidades de acesso ao crédito. Também o investimento deverá crescer a uma taxa superior à do PIB, atraído pelas oportunidades do mercado, pelo ambicioso programa de concessão de infraestruturas e pelo desenvolvimento das reservas petrolíferas na vasta área pré-sal (área que se situa sob uma profunda camada de rocha salina, e que forma uma das várias camadas rochosas do subsolo marinho. As reservas no litoral do Brasil são as maiores - superiores a 50 mil milhões de barris - e mais profundas onde alguma vez foi detetada a existência de petróleo). Num contexto de uma moeda forte, o que terá um efeito negativo nas exportações, o crescimento das importações superará o das vendas ao exterior, eliminando o saldo positivo da balança comercial registado durante grande parte da década anterior. Do lado da oferta, a maioria dos setores deverá crescer a taxas idênticas às do PIB, muito embora o comércio a retalho, os serviços financeiros, o comércio e a construção devam registar um crescimento. Depois de ter contraído no ano transato, a agricultura irá crescer, impulsionada pela inovação tecnológica, um uso mais intensivo dos solos, a extensão do crédito e uma crescente procura por parte de mercados em vias de desenvolvimento. A indústria transformadora beneficiará das crescentes oportunidades existentes, quer no mercado interno quer nos mercados regionais, mas muito subsetores irão sentir os efeitos da concorrência das importações. O setor dos serviços será impulsionado pelo crescimento do consumo privado. Apesar do crescimento moderado, a taxa média de inflação, entre março de 2012 e março de 2013, atingiu uns expressivos 6,59%. Segundo o EIU, a descida de taxas em alguns produtos básicos não deverá, até 2014, fazer baixar este indicador para valores inferiores a 6%. A 24

26 indexação do salário mínimo ao PIB nominal, um mercado laboral mais restritivo e uma subida do custo dos serviços irão contribuir para que o índice de preços se situe, entre 2014 e 2017, acima de 4,5%. Previsões do EIU apontam para que, entre o ano em curso e 2017, a média do défice da balança corrente se situe em 3,3% do PIB, com o crescimento das importações a suplantar o das exportações, esbatendo assim o elevado saldo da balança comercial acumulado durante grande parte da década anterior e devendo, inclusivamente entrar em défice dentro de 4-5 anos. Esta tendência será acentuada por uma moeda forte, o que impulsionará as importações e reduzirá a competitividade das exportações, em especial no que respeita aos produtos transformados. Para o mesmo período, o défice da balança de rendimentos fixar-se-á, em média, em 1,8% do Produto, enquanto as importações crescentes e a saída de turistas brasileiros contribuirão para um défice médio da balança de serviços de 1,7% do PIB, não obstante a entrada de visitantes para o Mundial de Futebol do próximo ano e para as Olimpíadas do Rio de Janeiro em A captação de capital estrangeiro não deverá constituir problema de monta, dada a imagem positiva que os investidores estrangeiros têm das oportunidades de mercado que o Brasil proporciona. Entre 2013 e 2017, estima-se que o investimento estrangeiro no Brasil represente, em média, 2,8% do PIB. No entanto, e na eventualidade de se concretizarem os riscos para a economia, sobretudo os de uma grande recessão nos países desenvolvidos e que afetem o crédito externo ao Brasil, o país está bem colocado para atenuar esse choque, uma vez que dispõe de 377 mil milhões de dólares em reservas internacionais, montante mais que suficiente para cobrir as necessidades de financiamento do país. Principais Indicadores Macroeconómicos Unidade c 2014 c 2015 c População Milhões 190,8 192,8 194,7 196,5 198,2 199,8 PIB a preços de 10 9 BRL 3.770, , , , , ,4 mercado PIB per capita (em USD PPP) Crescimento real do % 7,5 2,7 0,9 3,0 3,5 3,3 PIB Saldo do Setor % do PIB -2,0-1,9-1,7-1,3-1,1-0,6 Público Dívida Pública % do PIB 24,3 24,0 24,2 22,5 21,8 20,6 Saldo da Balança % do PIB -2,2-2,1-2,4-3,0-3,1-3,4 Corrente Taxa de Inflação (média) % 5,0 6,6 5,4 6,3 5,8 5,4 Fonte:The Economist Intellinge Unit (EIU); (c) Previsões 25

27 3.4 COMÉRCIO INTERNACIONAL O Brasil é uma economia pouco aberta, mas relevante no contexto do comércio mundial, ocupando, em 2012, a 22ª posição do ranking de exportadores e importadores, com quotas de 1,32% e 1,26%, respetivamente. No caso das exportações, o país manteve a posição dos últimos 3 anos; nas compras ao exterior, regista-se a descida de um lugar face a Evolução da Balança Comercial (10 9 USD) Exportações fob Importações fob Saldo Fonte: The Economist Intellinge Unit (EIU) A balança comercial passou a apresentar saldos positivos a partir de 2001, sendo que entre 2008 e 2012, as exportações do país registaram um crescimento médio anual de 7,7%, enquanto as importações tiveram um acréscimo médio de 9,7%, evoluções bastante afetadas pelos fracos valores alcançados em 2009, em ambos os fluxos. De notar a diferença, ao longo destes 5 anos, entre a subida das exportações e o das importações, sendo que neste caso a elevada taxa média verificada se fica muito a dever à fase de desenvolvimento que o país atravessa. Na sequência das expectativas de crescimento da economia brasileira, tanto as importações como as exportações, retomaram uma recuperação em 2010, continuada em 2011, mas em queda no ano transato. Trata-se de uma evolução que, segundo as projeções do EIU, a partir de 2014 poderá apresentar saldos negativos na balança comercial, pelo que o crescimento das exportações constitui uma grande preocupação para o Governo. Assim, em finais de 2011, o Executivo lançou uma medida para estimular as exportações, o Programa Reintegra ( ), que reembolsa até 3% do valor total comercializado com outros países. PRINCIPAIS CLIENTES E FORNECEDORES Clientes No que se refere ao ranking dos principais clientes do Brasil entre 2010 e 2012, destaca-se desde já a ascensão vertiginosa da China que em 2009 alcançou o lugar de 1º cliente, depois de ter ocupado o 3º lugar nos dois anos anteriores. Seguem-se os EUA, que em 2009 caíram para a 2ª posição, a Argentina, a Holanda e o Japão que, destronando a Alemanha do 5º lugar, tem vindo a consolidar a sua posição. 26

28 Principais destinos das Exportações Brasileiras 2012 Estados Unidos da América 11,1% Holanda 6,2% China 17,0% Japão 3,3% Brasil Argentina 7,4% FONTE: AICEP PORTUGAL Por regiões de destino, destaque para a Ásia, para onde, em 2012, as vendas apesar de registarem uma quebra de 2,6% face ao ano anterior, ainda assim colocam esta região na primeira posição de mercado comprador de produtos brasileiros, superando largamente a União Europeia, a América Latina e as Caraíbas. Por outro lado, começa também a tornar-se evidente o interesse crescente do Brasil por África, com valores dignos de menção, concretamente os casos do Egito, África do Sul, Argélia e Angola (23º, 32º, 40º e 41º mercados de destino das suas exportações em 2012, respetivamente). Portugal tem uma posição muito reduzida no ranking de clientes (caiu para o 35º em 2012), verificando-se uma ligeira descida do peso relativo no último ano, não indo além de 0,67% da quota do mercado. 27

29 Fornecedores Principais origens das Importações Brasileiras 2012 Estados Unidos da América 14,6% Alemanha 6,4% China 15,3% Rep. Coreia 4,1% Brasil Argentina 7,4% FONTE: AICEP PORTUGAL Relativamente aos países fornecedores, o grande destaque, em 2012, vai para a subida da China ao topo da lista de fornecedores, ultrapassando os EUA. À exceção da China, que tem vindo a ganhar quota de mercado ao longo dos últimos anos, todos os outros grandes fornecedores, tais como a Argentina (7,4%), a Alemanha (6,4 %) e a República da Coreia (4,1%) têm vindo a diminuir o valor da sua quota. A União Europeia (EU 27), que no seu conjunto, vinha a perder posição como fornecedor do Brasil, aumentou a sua quota. Também Portugal, em 2012 apresenta a melhor posição do ranking (35ª), ao longo do período em análise. 28

30 3.5 PRINCIPAIS PRODUTOS TRANSACIONADOS Sobre as importações e comparativamente ao ano de 2011, as relativas aos combustíveis também assinalaram uma descida de 4,2%, em consonância com o que se verificou com um número significativo de produtos. Das principais compras do Brasil ao exterior, apenas a maquinaria mecânica e os químicos orgânicos registaram subidas, de 2,9% e 5,5%, respetivamente. De referir que estas quebras vão de encontro à evolução das importações brasileiras em 2012 que, face ao ano anterior, diminuíram o seu valor global em 1,4%. Exportações /Setor Importações/Setor ,0% 13,7% 15,5% 18,0% 7,3% 5,7% 5,7% 11,4% 9,6% 4,4% 27 Combustíveis e óleos minerais 12 Grãos, sementes e frutos 17 Açucar Fonte: International Trade Centre (ITC) 84 Máquinas 29 Químicos e aparelhos orgânicos mecânicos 85 Máquinas e aparelhos elétricos 87 Veículos automóveis e partes 27 Combustíveis e óleos minerais 29

31 3.6 INVESTIMENTO ESTRANGEIRO O investimento direto estrangeiro (IDE) tem desempenhado um papel determinante no desenvolvimento económico recente do Brasil, país que se converteu num importante destino do IDE a nível mundial (5º lugar em 2010 e 2011). A maior atratividade do país na captação de capitais decorre, em grande medida, da situação criada no âmbito do Plano Real, do Programa Nacional de Privatizações e da implementação de reformas económicas. Entre 2001 e 2006, o país atraiu mais de 110 mil milhões de USD de investimento direto estrangeiro, ainda que em 2002 e 2003 se tenha registado uma diminuição significativa dos valores. Importa, sobretudo, destacar que, até ao final de 2012, o stock total de IDE atingiu cerca de 790 mil milhões de dólares, o equivalente a 35,1% do PIB. Investimento estrangeiro no Brasil Investimento do Brasil no estrangeiro Evolução do Investimento Direto (10 6 USD) Fonte: UN Conference on Trade and Development (UNCTAD) World Investment Report 2012 Segundo o Banco Central, em 2012 os principais países investidores foram os EUA (20,3%), a Holanda (20,2%), o Luxemburgo (9,9%) e a Suíça (7,2%), e os setores de atividade económica mais relevantes na aplicação do capital estrangeiro foram, por ordem decrescente, os serviços (52%) e a indústria (29,6%), com destaque para a metalurgia, para os serviços financeiros, para a extração de petróleo e de gás natural e para o comércio, exceto veículos. Para a mesma fonte, em 2012 o investimento estrangeiro cifrou-se em milhões de dólares, uma descida de cerca de 13% em relação ao ano anterior. O investimento direto do Brasil no estrangeiro revela uma evolução muito irregular, ao longo dos últimos anos, sendo de realçar os valores atingidos em 2006 e em ,2 e 20,5 mil milhões de USD, respetivamente sendo 2006 o primeiro ano em que o investimento do Brasil no estrangeiro superou o montante do investimento direto estrangeiro no país. 30

32 3.7 CARACTERIZAÇÃO DO TECIDO EMPRESARIAL E DOS SETORES DE ATIVIDADE O Brasil tem vindo a comprovar o seu elevado conhecimento e índice de inovação nos diversos setores de atividade. Está entre os países mais industrializados do mundo. Destacam-se a exploração petrolífera, energia hidroelétrica, tecnologia de ponta, avanços nas telecomunicações, setor automóvel, produção de ferro e aço que marcam cada vez mais as suas paisagens através dos arranha-céus, exportações e produção industrial de bens de consumo. O crescimento do PIB no 4º trimestre de 2011 foi causado pelo aumento de 0,9% na agricultura e de 0,6% no setor de serviços. A indústria decresceu -0,5% mas por outro lado, o consumo das famílias cresceu 1,1%, seguido pelo consumo da Administração Pública (0,4%) e pelos investimentos (0,2%). Decomposição do Crescimento do PIB: 4T 2011 (%) Período de Comparação (%) Trimestre Anterior Ano Anterior 2011/2012 3T T 2010 Agropecuária 0,9 8,4 3,9 Indústria -0,5-0,4 1,6 Extrativa Mineral 1,8 3,8 3,2 Transformadora -2,5-3,1 0,1 Construção Civil 0,8 3,1 3,6 Serviços 0,6 1,4 2,7 Comércio 0,7 1,3 3,4 Transporte, Armazenagem e Correio 0,1 1,4 2,8 Informação 0,6 4,6 4,9 PIB (a preços de mercado) 0,3 1,4 2,7 Consumo das Famílias 1,1 2,1 4,1 Consumo da Administração Pública Formação Bruta de Capital Fixo Exportação de Bens e Serviços Importação de Bens e Serviços 0,4 1,3 1,9 0,2 2,0 4,7 1,9 3,7 4,5 2,6 6,4 9,7 Fonte: Ministério da Fazenda 31

33 Em fevereiro 2012 a produção industrial registou um aumento de 1,3% face ao mês anterior. Esse crescimento deveu-se, em boa parte, à solidez do mercado de trabalho formal, ao ciclo de baixa da taxa básica de juros, iniciado em julho de 2011, e à disponibilidade da oferta de crédito, cujo saldo total atingiu 48,8% do PIB em Janeiro de Apesar do crescimento industrial se revelar lento segundo a AICEP Portugal Global outros setores como o comércio a retalho, serviços financeiros, comércio e construção cresceram a uma velocidade maior. Se as condições atmosféricas o permitirem a agricultura desenvolver-seá apoiada na inovação tecnológica, uso intensivo dos solos, extensão dos créditos e na crescente procura por parte de mercados em vias de desenvolvimento. O setor dos serviços crescerá impulsionado pelo consumo privado. A indústria transformadora beneficiará das oportunidades internas, no entanto muitos subsetores sofreram efeitos da concorrência (importações causadas por uma moeda forte e uma fraca procura externa). O setor industrial como um todo foi o principal segmento da economia no primeiro trimestre de 2012, com crescimento de 1,7%, o melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2010, quando havia registrado alta de 2,6%. Outros setores que contribuíram positivamente para o PIB foram administração, saúde e educação pública (1,8%), produção e distribuição de eletricidade, gás e água (1,5%), construção civil (1,5%) e comércio (1,3%). Já os setores que mais puxaram o PIB para baixo foram a agropecuária (-7,3%), intermediação financeira (-0,8%) e extrativa mineral (-0,5%). Segundo o EIU (Economist Intelligent Unit) a origem do PIB brasileiro em 2013 e 2014 dever-seá ao crescimento da indústria e do setor agrícola relativamente aos anos anteriores. Peso no PIB brasileiro /2014 (%) Serviços 3,80% 4,20% Indústria 4,20% 4,50% Agricultura 4% 4,00% Fonte: Economist Intelligence Unit Energia Este setor é fundamental para o desenvolvimento e sustentabilidade económica do Brasil. Considerado também como uma potência energética e ambiental assim como uma referência 32

34 ao nivel internacional na produção de petróleo e etanol, geração de hidroelétrica, aproveitamento de energia eólica e energia elétrica. O Brasil é ainda considerado líder mundial em energias renováveis o que comprova o progresso e desenvolvimento acente na sustentabilidade. É ainda um setor em crescimento como comprova o estudo Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2020), desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que aponta para uma participação das fontes renováveis de 46,3% em 2020 face os 44,8% apresentados em Evolução da oferta de energia (TEP Tonelada Equivalente de Petróleo) ,6 milhões de tep 1,4% ,7 milhões de tep 1,4% 17,7% 38,5% 21,8% 31,8% 10,2% 14,4% 14,2% 8,3% 9,5% 12,5% 6,1% 3,4% 5,1% 3,7% Em 2020, estima-se que o país terá uma exportação líquida de derivados de aproximadamente 345 mil barris por dia. Além disso, o país será exportador líquido de petróleo durante todo o período, com expectativa de atingir, em 2020, um volume exportado de quase meio milhão de metros cúbicos por dia (aproximadamente 3 milhões de barris por dia), especialmente de petróleos dos campos da região do pré-sal. No entanto prevê-se que apesar do aumento da produção de petróleo, parte irá para exportações (em 2020 prevê-se que cerca de 50% da produção brasileira será para o mercado 33

35 externo) ganhando especial relevância no setor energético o etanol e as energias renováveis (hidráulica, eólica e biomassa). Em 2020, estima-se que o país terá uma exportação líquida de derivados de aproximadamente 345 mil barris por dia. Além disso, o país será exportador líquido de petróleo durante todo o período, com expectativa de atingir, em 2020, um volume exportado de quase meio milhão de metros cúbicos por dia (aproximadamente 3 milhões de barris por dia), especialmente de petróleos dos campos da região do pré-sal. ENERGIA HIDRÁULICA O Brasil detém 10% do potencial hidráulico técnico mundial o que torna a energia hidráulica um potencial estratégico para o país. A geração de energia através da hidráulica é a única que reúne simultaneamente quatro atributos relevantes: é renovável, praticamente não emite gases de efeito estufa, é extremamente competitiva e, no caso do Brasil, a construção das centrais hidroelétricas pode ser feita praticamente com 100% de serviços nacionais, o que significa geração de emprego e riqueza no país. ENERGIA EÓLICA A energia eólica é outro campo que tem evoluído com a instalação de centrais eólicas e fabricantes mundiais de aerogeradores no Brasil. Existem atualmente 59 parques eólicos em funcionamento, estão em construção 141 novos projetos que serão entregues em 2012 e 2013, onde se investiu 16 mil milhões de reais e a capacidade eólica aumento 15 vezes na última década. A energia produzida atualmente equivale ao consumo de pessoas. A sua participação na fatia das energias renováveis aumentará de 1% para 7% em Inclusivamente a Global Wind Energy Council avaliou o Brasil como o mais promissor na produção de energia eólica. ETANOL O Brasil tem uma grande área propensa à produção de biomassa, uma vez que na bioenergia a cana-de-açúcar se destaca pelos avanços tecnológicos, tanto na fase agrícola quanto na industrial, fazendo com que o etanol e a bioeletricidade sejam produtos competitivos no país. O etanol serve ainda de combustível de veículos flex-fluel (veículos de combustível duplo), o que teve uma rápida aceitação por parte dos brasileiros. Apenas oito anos após o lançamento em 2003, a frota de veículos flex (uso de etanol) já corresponde a 49% da frota nacional de veículos leves, ou seja, cerca de 15 milhões de unidades. Para 2020, estima-se que essa participação atinja 78%. 34

36 Transportes e comunicações As facilidades de comunicação, tecnológicas e de transporte, impulsionaram a globalização e consequentemente o crescimento e desenvolvimento do país. COMUNICAÇÕES No que respeita à difusão de internet nos domicílios, o Brasil ainda apresenta uma taxa reduzida mas no entanto demonstra um elevado potencial para participar da sociedade da informação, já que o país possui mais de 64 milhões de internautas e o brasileiro está entre os que usam mais intensivamente a Internet (30 horas e 13 minutos mensais). No entanto os preços de assinatura de banda larga, a pouca informatização das prefeituras e o baixo nível de competitividade entre plataformas tecnológicas e as desigualdades regionais de infraestruturas de banda larga limitam o acesso á internet. Nesse contexto, o Ministério das Comunicações estabelece uma proposta para um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), para massificar até 2014 a oferta de acessos à internet e promover o crescimento da capacidade da infraestrutura de telecomunicações do país. O objetivo é facilitar o acesso à informação e uso dos serviços do Estado, desenvolver a indústria e tecnologia do país, em particular o setor de tecnologias de informação e comunicação (TIC s). O que consequentemente pode aumentar a competitividade das empresas, aumentar os postos de trabalho, o acesso a novos mercados e fundamentalmente o PIB brasileiro, mobilizando assim todo o sistema como consequente. Nesse sentido têm-se dado avanços na cobertura de rede nas diferentes regiões do território, o aumento do uso de computadores e telemóveis. TRANSPORTE RODOVIÁRIO Estando a expansão brasileira associada ás exportações é necessário ter o setor dos transportes desenvolvido. No entanto centra-se ainda no transporte rodoviário, o que pesa no custo das mercadorias tornando-as menos competitivas ao nível internacional fazendo com que o desenvolvimento brasileiro fique aquém das expectativas. No setor rodoviário 30% das vias encontram-se danificadas por falta de manutenção e pavimentação resultando em acidentes e prejuízos no transporte de mercadorias. Em 2011 o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) identificou Km a precisar de intervenção. As dificuldades encontradas para o maior crescimento estão ligadas diretamente com a burocracia excessiva, a falta de tecnologia e mão-de-obra qualificada, infraestrutura inadequada e insuficiente, principalmente no que se refere à infraestrutura de transportes. Faltam linhas aéreas, contentores, há um gasto excessivo na deslocação da produção, há perdas ocorridas por avarias no transporte, além de existir a distorção da matriz de transportes 35

37 e uma sobrecarga do modal rodoviário. A área de transporte brasileiro acarreta grandes limitações para o crescimento e expansão económica brasileira. Por estas razões tornou-se necessário investir no transporte aéreo, nas rodovias, ferrovias e hidrovias de modo a haver uma disponibilidade e qualidade igual em todo o sistema de transportes. TRANSPORTE FERROVIÁRIO O Transporte ferroviário no Brasil ou a Rede ferroviária brasileira possui quilómetros de extensão (1121 eletrificados), espalhados por 22 estados brasileiros e Distrito Federal. No entanto, causado por crises políticas e falta de investimento e modernização, a rede ferroviária nunca teve possibilidade de ser um meio de transporte que interligasse todo o país. Atualmente a ferrovia foi dividida em nove concessões e o investimento anual quadruplicou no período de 2003 até 2010 passando de 1,07 mil milhões de reais para 4,32 mil milhões de reais (principais investidores foram a Companhia Vale do Rio Doce com 1,313 mil milhões de reais, o grupo América Latina Logística com 928,7 milhões de reais, MRS Logística com 681 milhões de reais). Isto fez com que o número de pessoas a trabalhar no setor ferroviário aumentasse 74% de 2003 até Evolução da Produção Ferroviária em mil milhões de TKU Fonte: ANTT e concessionárias ANTF Todavia, consciente das vantagens do transporte ferroviário, o governo atual pretende impulsionar o seu uso. Um exemplo desse incentivo é o projeto do TAV, Comboio de Alta Velocidade Rio-São Paulo, que vai ligar as duas principais metrópoles do país. O TAV permitirá fazer São Paulo - Rio em 93 minutos batendo os 110 minutos do avião (incluindo o check in). O 36

38 Plano de Mobilidade Urbana para o Mundial de 2014, apresentado no dia 19 de Maio de 2008 pelo governo federal, prevê o investimento de 15,3 mil milhões de reais no comboio de alta velocidade. No entanto existindo problemas no processo de licitação dificilmente estará concluído para essa altura. No setor ferroviário, em 2011 a Diretoria de Infraestrutura Ferroviária, DIF, deu continuidade a empreendimentos ferroviários que levam a um ganho operacional e fomentam a qualidade na gestão dos recursos e patrimónios públicos. No Programa do Governo Federal, a cargo da DIF/DNIT estão 21 projetos ferroviários, no montante de 44,8 milhões de reais, e 14 obras ferroviárias contabilizadas em 723,9 milhões de reais. TRANSPORTE AÉREO O transporte aéreo é o que mais contribui para a redução do tempo a percorrer longas distâncias, no entanto implica aeroporto e espaços grandes o que acarreta um maior investimento, encarecendo o meio de transporte. Ao nível do transporte aéreo o Brasil tem vindo a evoluir nos últimos anos. Surgiram novas companhias aéreas e as existentes foram modernizadas. Existem cerca de aeroportos e aeródromos no Brasil, tendo o segundo maior número de aeroportos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O Aeroporto Internacional de São Paulo é o maior e o mais movimentado do país, o que se deve ao tráfego comercial e de pessoas e ao facto do aeroporto ligar São Paulo a praticamente todas as grandes cidades do mundo. O Brasil tem 34 aeroportos internacionais e aeroportos regionais. O total de investimento programado para o setor aeroportuário no Brasil soma aproximadamente R$ 3 mil milhões de reais, considerando-se apenas as concessões dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos. TRANSPORTE HIDROVIÁRIO Existe ainda o transporte hidroviário que se divide em fluvial e marítimo, sendo este último o mais importante devido ao comércio internacional. O transporte marítimo hoje é responsável pela maior parte das trocas comerciais internacionais do Brasil, transportando principalmente mercadorias agro-minerais, veículos, máquinas, e equipamentos de ponta. O Brasil tem os portos marítimos mais movimentados da América Latina, com destaque para os portos de Santos, Paranaguá, Rio de Janeiro/Niterói, Vitória e Itaqui (São Luís). O fluvial apesar de ser mais económico é o menos utilizado havendo no entanto regiões como a Amazónia totalmente dependentes deste transporte. Os rios do Brasil são de difícil navegação (Tietê, Paraná, Tocantins e Araguaia) e afastados dos grandes centros económicos (Amazonas, São Francisco e Paraguai). 37

39 Recursos minerais O Brasil é considerado um país privilegiado devido à grande quantidade de recursos naturais e minerais que tem à sua disposição, tendo já explorado 55 minerais. O ferro é o principal minério extraído no país, onde estão aproximadamente 8% das reservas de ferro do mundo. Entre os principais minerais encontrados em solo brasileiro estão: bauxita, cobre, cromo, ouro, estanho, níquel, manganês, zinco, potássio e nióbio. Na capacidade em aproveitá-los e usá-los enquanto alavanca de crescimento residirá grande parte do sucesso no futuro. O problema dos recursos minerais é a falta de conhecimentos nas reservas e o facto de, como é o caso dos recursos não renováveis como o ferro, não poderem ser repostos pela natureza. No entanto o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de ferro (18,8% da produção global) e o 5º de estanho (6,5%.) O 5º com a maior reserva de manganês e o 3º na reserva de alumínio. Relativamente à produção de cobre representa apenas 0,4% da produção global o que faz do Brasil um grande comprador a nível mundial. As reservas minerais brasileiras que se encontram entre as maiores do mundo são: Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais) de onde saem cerca de 60% do ferro e 40% do ouro extraídos no Brasil, além do manganês. Província Mineral de Carajás (Pará) de onde se extrai além de ferro, ouro, prata, níquel, cromo, manganês, cobre, bauxita, zinco, estanho e tungsténio. Dada a importância dos recursos minerais no Brasil em 1978 foi criado o Centro de Tecnologia Mineral que consiste num instituto de pesquisa e ação nacional dedicado ao desenvolvimento de técnicas minerais e ao aproveitamento integral das jazidas focando no emprego de tecnologias limpas. O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) é o órgão governamental que tem como objetivo principal gerir e fiscalizar as explorações minerais em todo património mineral brasileiro de forma sustentável, utilizando instrumentos de regulação em benefício da sociedade. Todo o tipo de exploração mineral tem que passar pela aprovação deste departamento. Outro órgão governamental, a Embrapa, é responsável por pesquisas e projetos de recuperação de áreas afetadas por atividades de mineração. A iniciativa privada também investe em tecnologia para reverter os efeitos negativos da mineração, como o Instituto Tecnológico da Vale, que conta com parcerias nacionais e internacionais na produção de conhecimento relacionado à sustentabilidade. Indústria transformadora O crescimento e desenvolvimento do Brasil nos últimos tempos propiciou a criação de um dos parques industriais mais importantes e completos da América Latina. As indústrias de transformação são responsáveis por 97% do valor da produção industrial do Brasil, ficando os 38

40 outros 3% para as indústrias de extração. Destaque para a indústria de transformação mineral (metalúrgica, siderúrgica, fertilizantes, cimento, petroquímica, etc.), estimada em 130 mil milhões de dólares, com participação de 28% do PIB. Verificou-se, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que o crescimento de 1,9% da indústria transformadora foi responsável pela subida de 0,2% do PIB no primeiro trimestre de No entanto apesar da indústria transformadora ter registrado um bom desempenho em comparação com o primeiro trimestre de 2012 face ao último de 2011, comparando com os primeiros três meses do ano passado, o segmento teve um dos piores resultados da economia brasileira, com uma queda de 2,6% e com o crescimento da indústria como um todo de apenas 0,1%. O resultado negativo foi influenciado pelo desempenho das indústrias automóvel, de máquinas e equipamentos, da metalurgia e materiais elétricos e de artigos de vestuário. A indústria de transformação do Brasil está em fase de desenvolvimento, ascensão e expansão o que consequentemente atrai vários investidores internacionais. Os fatores que mais determinam a competitividade da indústria transformadora do Brasil são: Infraestruturas físicas Com grandes eventos a aproximar-se (Mundial de futebol de 2014 e Jogos Olímpicos em 2016) o Brasil tem que melhorar a sua infraestrutura (estradas, portos, redes elétricas e de telecomunicações) que consequentemente alavancará a indústria transformadora; Conhecimento Profissionais qualificados capazes de inovar; Energia O Brasil com os recursos e avanços que tem feito no setor energético torna a indústria transformadora mais competitiva. De um modo geral, a indústria brasileira foi beneficiada por medidas como: A regulamentação das compras governamentais estabelecida na Lei nº /10; harmonização de políticas de financiamento; Regimes especiais; Novas linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES); Fortalecimento da defesa comercial. Ajudado pelo Plano Brasil Maior o setor da indústria transformadora foi mais beneficiado e o que mais gerou empregos em Setembro de 2012, cerca de 44% das 15 mil vagas criadas. A indústria de produtos alimentares e bebidas foi a que teve melhor desempenho, com a criação de vagas. No total, foram analisados 12 setores da indústria de transformação. As indústrias de transformação são as que mais atraem investimento estrangeiro e, em 2011 foram responsáveis por 46% desses recursos destinados ao Brasil. SETOR DOS ALIMENTOS E BEBIDAS O setor dos alimentos e bebidas é o segundo maior do Brasil relativamente à produção na indústria transformadora, tendo uma contribuição de 9% no PIB brasileiro. Em 2011 as empresas 39

41 desse setor faturaram 383,3 mil milhões de reais (316,5 em alimentos e 66,8 mil milhões de reais em bebidas).no primeiro trimestre de 2012 verificou-se segundo o IBGE uma queda de 2,5%. SETOR TÊXTIL O setor têxtil brasileiro foi implementado no país há mais de 200 anos daí ter uma participação importante no desenvolvimento industrial brasileiro. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confeção (ABIT), em 2011 existiam 30 mil empresas têxtil no Brasil, tornando-o o quinto maior produtor têxtil mundial (tendo produzido em ,8 mil milhões de peças), com uma fatura da cadeia têxtil de 67 mil milhões de dólares (2011). O setor têxtil é o segundo maior empregador da indústria transformadora (sendo a primeira posição para os alimentos e bebidas). Segundo a Revista Exame é o setor que emprega 16,4% da indústria de transformação, cerca de 1,8 milhões, no entanto o Ministro da Fazenda, Guido Mantega está preocupado com o crescimento de 38% nas importações (6,17 mil milhões de dólares em 2011 face aos 4,97 mil milhões de dólares em 2010) e ao decréscimo das exportações (1,42 mil milhões de dólares em 2011 e 1,44 mil milhões de dólares em 2010). O saldo da balança comercial foi de 4,74 mil milhões de dólares negativos em 2011 e 3,53 mil milhões de dólares negativos em Os maiores exportadores para o Brasil são China, India, Indonésia, Estados Unidos, Argentina, Tailândia, Coreia do Sul e Bangladesh. Para estimular o consumo nacional e fazer face à concorrência o Governo pretende tomar algumas medidas. SETOR DOS TRANSPORTES No setor dos transportes, o presidente Juscelino Kubitschek ( ) foi responsável pela instalação de grandes fabricantes de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General Motors) e um dos pontos utilizados para atraí-los era, evidentemente, o apoio à construção de rodovias. Hoje, o país tem instalado no seu território outros grandes fabricantes de automóveis, como Fiat, Renault, Peugeot, Citroen, Chrysler, Mercedes-Benz, Hyundai e Toyota, tornando-se no líder da indústria automóvel no continente americano, e segundo Mário Sérgio Salerno do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) tem hoje mais marcas que os Estados Unidos. Em 2011 foram produzidos mais 8,15% em relação a Agricultura e Agro-indústria Com um extenso território propício para o cultivo e a abundância em recursos naturais, o Brasil tem todas as condições para que o setor da agricultura e agro-indústria sejam dos mais conhecidos tanto a nível nacional como internacional e dos mais promissores no desenvolvimento brasileiro. 40

42 Do ponto de vista da comercialização de produtos alimentares o Brasil adquire uma posição de destaque devido às seguintes características: Economia autossuficiente relativamente ao setor dos alimentos; Bens importados são considerados um luxo e não uma necessidade; Algumas empresas incorporam produtos importados para oferecer uma maior variedade e desenvolver nichos de mercado para um público que procura novos sabores, produtos diferentes e/ou benefícios para a saúde). O avanço, o investimento e o desenvolvimento de atividades sustentáveis, a expansão de áreas protegidas e a diminuição da desflorestação da Amazónia levaram ao aumento da produção agrícola brasileira baseada em ganhos de produtividade. O Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 contou com recursos de 123,2 mil milhões de reais, um aumento de 6,2% dos recursos em relação à colheita passada, dos quais 107,2 mil milhões destinam-se à agricultura empresarial e 16 mil milhões à agricultura familiar. Programação do financiamento rural em mil milhões de reais Fonte: Ministério da Fazenda IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES DA AGRO-INDÚSTRIA Nas exportações da agro-indústria segundo a estatística do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, elaborada com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/MDIC), apesar da desaceleração económica mundial, as exportações no primeiro semestre de 2012 atingiram 44,8 mil milhões de dólares, registando um aumento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2011 (43,2 mil milhões de dólares). As importações caíram 4,4% relativamente a 2011, recuaram de 8,4 para 8,0 mil milhões de dólares. Com estes indicadores a agro-indústria aumentou 5,7% em 2012 (passou de 34,8 em 2011 para 36,8 mil milhões de dólares). Segundo dados da SECEX as maiores exportações realizaram-se nos seguintes produtos: pedaços e miudezas de aves (8,9%), grãos de soja triturados (26,6%), óleo de soja em bruto (23,7%), celulose (1,1%) e couros e peles de bovinos (3,1%). Por outro lado, registraram queda as exportações de açúcar (-20,3%), álcool (-31,5%), bagaços e outros resíduos da extração do óleo 41

43 de soja (-1,8%), carne de aves não cortadas aos pedaços (-4,3%), carnes de bovino congelado (- 4,1%), carne de suínos congelados (-2,3%) e sumo de laranja (-9,2%). No primeiro trimestre de 2012 a agro-indústria brasileira recuou 3,9%. Os setores vinculados à agricultura (-5,9%), de maior peso na agro-indústria, apresentaram desempenhos mais negativos que os setores associados à pecuária (-5,0%), enquanto os grupos dos inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário (27,4%) e de madeira (5,9%) tiveram uma expansão de 27,4% e 5,9% respetivamente, no primeiro semestre de Indicadores evolutivos da Produção Industrial e da Agro-indústria (%) 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0-5, ,0-15,0 Indústria Agro-indústria Fonte: IBGE Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Indústria Um setor com um futuro promissor, forte, com grande sustentabilidade, com uma posição de destaque tanto a nível nacional como internacional e capaz de dinamizar o país e contribuir para o desenvolvimento económico e para o crescimento do Brasil. 42

44 AGRICULTURA A produção agrícola do Brasil atingiu, em 2011, o recorde de 163 milhões de toneladas de grãos, superando em 9,2% o percentual de Colheita brasileira de grãos (milhões de toneladas) 123,2 119,1 114,7 122,5 131,8 144,1 135,1 149, ,8 Fonte: Ministério da Fazenda O setor de produtos industriais derivados da agricultura recuou 7,3% no primeiro semestre de A principal influência negativa foi explicada pela redução na produção dos derivados da cana-de-açúcar (previsão de queda de 7,4% devido a condições climáticas desfavoráveis), pressionada tanto pela queda na produção de açúcar cristal (-38,0%), como na de álcool (- 28,5%). As contribuições positivas vieram dos derivados da soja (5,4%) e da celulose (0,8%), impulsionados pelas exportações; trigo (6,2%) e arroz (4,1%); milho (0,9%) e laranja (93,0%). Os produtos industriais utilizados pela agricultura cresceram 2,9% no primeiro semestre, explicados pelo aumento na produção de máquinas e equipamentos (8,0%). Apesar do recuo dos derivados da agricultura, em 2012 o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) previu que a colheita de grãos em 2012 fosse de cerca de 160,7 milhões de toneladas. SETOR DA CARNE E PESCA Houve ainda uma melhoria das condições sanitárias no Brasil o que levou à melhoria dos processos de produção e industrialização e consequente aumento da produção e importância nacional e internacional do setor da carne. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) a participação do Brasil em 2008 excedeu os 30% do mercado de carne bovina. 43

45 Relativamente à pesca o Brasil ocupa o 21º lugar na produção mundial de peixe segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Turismo O turismo apresenta-se como um dos setores de atividade com maior potencial de crescimento, um dos que mais contribuem para o PIB nacional e ainda responsável pela criação de postos de trabalho e consequentemente pela melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. O número de turistas brasileiros tende a aumentar, verificando-se um aumento de 11,4% de 2009 para 2010 e posicionando-se no 37ªlugar do ranking mundial de países emissores de turistas (0,5% da quota mundial). Entre 2003 e 2010 registou-se ainda um aumento do mercado interno 10,2% (68,3 milhões de viagens em 2010) e do mercado outbound apenas 1,6% (4,9 milhões de viagens em 2010). Em 2011 registou-se um aumento de 5,2% do número de turistas no Brasil cujas receitas totalizaram 6,5 mil milhões de USD. As empresas do setor registaram um aumento de 18,3% na faturação de 2011, o que fez aumentar o positivismo relativamente à evolução e expansão do setor em Fluxos Turísticos (milhões de pessoas) 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0, Interno 46,3 50,0 48,7 56,0 68,3 Outbound 4,6 4,8 4,9 4,4 4,9 Fonte: euromonitor internacional O constante aumento do número de turistas brasileiros deve-se principalmente ao facto da melhoria da economia, valorização do real e consequente aumento de poder de compra. Sem desmerecer o esforço feito pela EMBRATUR e as suas parcerias com os governos municipais e 44

46 estaduais na reestruturação do setor através do crescimento do setor hoteleiro impulsionado por investimento estrangeiro e melhoria de infraestruturas. As perspetivas de crescimento e evolução do turismo e imagem do Brasil são potenciadas pelo Mundial de Futebol em 2014 (evento que aumenta no país e onde se realiza cerca de 2 a 2,5% do PIB) e pelos Jogos Olímpicos em Principais países emissores de turistas para o Brasil (2011): Principais países emissores Nº de turistas Participação (%) Posição Argentina ,33 1º Estados Unidos da América ,95 2º Uruguai ,81 3º Alemanha ,45 4º Itália ,22 5º Chile º França ,83 7º Paraguai ,55 8º Espanha ,5 9º Portugal ,38 10º Fonte: Departamento da Polícia Federal e Ministério do Turismo As saídas de turistas brasileiros têm vindo a aumentar, sendo a América (principalmente os Estados Unidos) seguida da Europa (principalmente Portugal, Espanha, França e Itália) os destinos mais procurados. Quanto aos principais destinos a América destaca-se com 58,9% da procura global do mercado outbound com 2,9 milhões de turistas enquanto a Europa representa 32,8% com 1,6 milhões de turistas. Especificando, em 2010 os Estado Unidos da América foram o principal destino e Portugal vem em 4º lugar com 362 mil turistas brasileiros com um crescimento anual de 3,8% desde Principais países de destino (2010): Principais países de destino Nº turistas (milhares) Var. % 10/08 Posição Var. p.p. quota 10/08 Estados Unidos da América 974,7 11,6 1º 3,8 Argentina 891,3 15,5 2º 4,5 França 417,4 5,2 3º 0,8 Portugal 361,8 3,9 4º 0,5 Itália 354,3 16,8 5º 1,9 45

47 Uruguai 312,9 1,3 6º 0,1 Espanha 291,9-0,4 7º -0,1 Chile 241,7 11,2 8º 0,9 Reino Unido 201,4 3,0 9º 0,2 Alemanha 199,9 1,0 10º 0,1 Fonte: euromonitor internacional Dentro da América do Sul são os brasileiros os que mais viajam, representando um valor de gastos no estrangeiro de 9,5 mil milhões de dólares, muito superior aos turistas franceses ou alemães. 46

48 3.8 ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO E ÍNDICE DE COMPETITIVIDADE Do relatório de Competitividade Global de Desenvolvimento publicado pelo World Economic Forum referente ao período de 2012/2013, observar-se que o Brasil se encontra na posição 48 de 144 países, tendo subido cinco posições relativamente ao ano anterior. Entre os diversos vetores analisados, o país obteve uma média de 4,4 numa escala que vai do 0 ao 7. Entre os fatores que mais contribuem negativamente para este valor, encontram-se a Inovação, as Instituições e a baixa eficiência no Mercado de Bens que o país continua a apresentar. ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO 1 Transição Transição Fatores Eficiência Inovação Fonte: The Global Competitiveness Report , World Economic Forum Em termos de estádio de desenvolvimento, o World Economic Forum destaca três grandes fases, estando o Brasil posicionado entre o segundo e o terceiro desses estádios. Assim, é um país que se destaca por assentar na passagem de uma fase orientada para a eficiência para a seguinte focada na inovação. Tal como acima enunciado, a Inovação, as Instituições e a Eficiência no Mercado de Bens, constituem-se como os pilares onde é necessário melhorar com maior premência. ÍNDICE DE COMPETITIVIDADE Comparando o Brasil com as outras Economias na mesma fase da sua transição, dos vetores em que o país se destaca positivamente fazem parte o Desenvolvimento do Mercado Financeiro, a Dimensão do Mercado, a Sofisticação Empresarial e a Inovação. Sofisticação Empresarial Dimensão de Mercado Prontidão Tecnológica Inovação Desenvolvimento Mercado Instituições Eficiência Mercado de Infraestruturas Ambiente Macroeconómico Saúde e Educação Ensino e Formação Eficiência Mercado de Bens Brasil Economias em fase de transição de 2 para 3 47

49 3.9 RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL/BRASIL COMÉRCIO As relações comerciais com o Brasil revestem-se de grande importância para Portugal, quer pelos laços históricos existentes, quer pelo atual posicionamento mundial deste mercado, sendo que após a crise financeira internacional iniciada em 2008, ou seja, nos últimos quatro anos, ganharam ainda maior dimensão. Entre 2008 e 2012, o Brasil passou de 13º a 11º cliente de Portugal, representando as vendas para este mercado 1,5% do total exportado em 2012 (0,8% em 2008). Importância do Brasil nos Fluxos Comerciais de Portugal Jan/Mar Como Cliente Posição 11 a 10 a 10 a 11 a 10 a % Saídas 0,9 1,2 1,4 1,5 1,6 Como Fornecedor Posição 10 a 10 a 10 a 10 a 12 a % Entradas 1,7 1,8 2,5 2,4 1,4 Fonte: INE Instituto Nacional de Estatística Notas: Os termos Saídas e Entradas correspondem aos agregados (Expedições+Exportações) e (Chegadas+Importações), cujas designações se referem às trocas comerciais IntraUE e ExtraUE, respectivamente. Em 2010 e 2011 o Brasil integrou o TOP 10 dos maiores clientes de Portugal, colocando-se também como o quarto maior mercado de destino das nossas exportações, fora do espaço da União Europeia nos últimos dois anos. Como fornecedor de Portugal, o Brasil reveste-se ainda de maior importância, sendo o nosso 10º maior fornecedor nos últimos quatro anos, representando 2,4% do total importado em 2012, sendo o terceiro maior fornecedor fora da UE27 (6º fornecedor Angola e o 9º a China). Para o Brasil, as exportações portuguesas efetuadas em 2012 colocaram Portugal como o seu 35º fornecedor, representando apenas 0,45% do total importado por este país, enquanto as nossas compras posicionaram o nosso país como 35º cliente do Brasil (0,67% do total dos produtos brasileiros exportados). É de salientar que, no espaço da União Europeia, são importantes fornecedores do Brasil, a Alemanha (4º maior fornecedor em 2012), a Itália (8º), a França (10º), o Reino Unido (14º) e a Holanda (19º). Não obstante a importância já referida dos fluxos comerciais entre os dois países, verifica-se que ao longo dos anos a balança comercial bilateral tem sido tradicionalmente desfavorável a Portugal sendo, no entanto, de realçar a redução do deficit nos últimos cincos anos (-33,9% entre 2008 e 2012) e consequentemente o aumento dos coeficientes de cobertura das exportações face às importações (49,6% em 2012 contra 23,5% em 2008). A diminuição do deficit ficou a dever-se ao facto de as exportações terem crescido em média mais do que as importações entre 2008 e 2012 (22,6% e 4,1%, respetivamente). 48

50 Evolução da Balança Comercial Bilateral (10 9 USD) Exportações Importações Saldo Fonte: INE Instituto Nacional de Estatística Exportações Segundo a ficha de mercado da AICEP, as exportações portuguesas para o Brasil atingiram 679,3 milhões de euros em 2012, quando o valor médio das exportações nos quatro anos anteriores tinha rondado os 343 milhões de euros. As importações do Brasil atingiram os 1.368,7 milhões de euros em 2012 e o valor médio dos quatro anos anteriores aproximou-se de 1,2 mil milhões de euros. Em 2012, da estrutura das exportações portuguesas para o Brasil, por grupos de produtos, destacam-se os produtos agrícolas, as máquinas e aparelhos e os metais comuns que, no seu conjunto, representaram 66% das nossas vendas para este mercado (56,8% em 2011 e 56,3% em 2008). Os produtos mais representativos dos grupos mencionados foram o azeite de oliveira (19,0% do total exportado), os peixes secos e salgados (4,4% do total), as maçãs, as peras e os marmelos frescos (6% do total), as barras de ferro/aço (3,8%) e os peixes congelados (3,5%). Dos restantes grupos, destacam-se ainda as exportações de minerais e minérios (7,2%), de combustíveis minerais (6% do total) e de produtos alimentares (5,9%). 49

51 Exportações por Grupos de Produtos (% total 2012) Alimentares 5,9% Combustíve is minerais 6,0% Outros* 14,9% Minerais e minérios 7,2% Metais comuns 12,8% Máq. e aparelhos 16,6% Agrícolas 36,6% Fonte: INE Instituto Nacional de Estatística Outros* - Plásticos e borracaha, Químicos, Matérias têxteis, Veículos e outro mat. Transporte, Pastas celulósicas e papel, Madeira e cortiça, Vestuário, etc. Constata-se que em 2012 os principais grupos para exportação foram os produtos Agrícolas, que representaram 36,6% do total das exportações, e de seguida as Máquinas e aparelhos com um peso de 16,6%. Não menos importantes estão os Metais comuns (12,8%), os Minerais e minérios (7,2%), os Combustíveis minerais (6,0%) e os produtos Alimentares com 5,9%. Segundo o Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, cerca de 53% dos produtos industriais transformados exportados de Portugal para o Brasil, em 2011, que representaram 82,8% do total das nossas vendas ao mercado, continham um grau de intensidade tecnológica baixa, 26,4% média-alta, 16,6% média-baixa e apenas 4,3% alta. De acordo com os dados publicados pelo INE, em 2011 cifrou-se em o número de empresas em Portugal que exportaram para o Brasil, mais 259 do que no ano anterior. 50

52 Importações Em relação à estrutura das importações em 2012, destaca-se, por um lado, o peso das compras de combustíveis minerais que correspondeu a mais de 55% do total importado e, por outro, aos grupos de produtos agrícolas e alimentares que, em conjunto, representaram perto de 29% do total comprado a este mercado. Estes três grupos de produtos totalizaram cerca de 74% do total importado do Brasil. Importações por Grupos de Produtos (% total 2012) Químicos Máquinas e 2,1% aparelhos 2,5% Plásticos e borracha 2,8% Alimentares 9,6% Outros* 8,9% Combustíveis minerais 55,1% Agrícolas 19,0% Fonte: INE Instituto Nacional de Estatística Outros* - Metais comuns, Peles e couros, Matérias têxteis, Veículos e outro mat. Transporte, Pastas celulósicas e papel, Madeira e cortiça, Vestuário, etc. Dentro dos grupos mencionados e numa análise mais detalhada, verifica-se que foram os óleos brutos de petróleo, a soja, os açúcares, os bagaços e o milho os produtos com maior representatividade na estrutura de importações a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada. Dos restantes produtos importados do Brasil em 2012 salienta-se ainda o grupo dos plásticos e borracha (2,8% do total), as máquinas e aparelhos (2,5%) e os produtos químicos (2,1% do total). Segundo o GEE (Gabinete de Estratégia e Estudos), mais de 53% dos produtos industriais transformados importados do Brasil (que representam apenas 32,3% do total) em 2012 continham um grau de intensidade tecnológica baixa, 24% média-alta e cerca de 20% com média-baixa intensidade. Segundo o INE, em 2011 foram contabilizadas empresas em Portugal importadoras de produtos do Brasil, menos 56 que no ano anterior. 51

53 INVESTIMENTO O Brasil foi o primeiro grande mercado de destino do investimento direto português no estrangeiro (IPDE). A melhor performance foi obtida em 1998, ano em que o Brasil recebeu 45,7 % do total do investimento bruto realizado por Portugal fora de portas. Segundo os dados da AICEP (fonte - INE), entre 2007 e 2011, à semelhança dos anos anteriores e apesar das oscilações, o Brasil manteve-se como um dos destinos mais importantes do IDPE, tendo em 2010 representado cerca de 17% do total do IDPE e em ,6%. Importância do Brasil nos fluxos de investimento para Portugal Jan/Jun. Portugal como recetor (IDE) Posição a 17 a 16 a 11 a 8 a 14 a 14 a % b 0,4 0,2 1,0 4,6 0,3 0,32 Portugal como emissor Posição a 3 a 4 a 5 a 2 a 3 a 3 a (IDPE) % b 4,5 4,7 6,7 17,2 3,6 8,08 Fonte: Banco de Portugal a) Posição do Mercado enquanto Origem do IDE bruto total e Destino do IDPE bruto total num conjunto de 55 países b) Com base no investimento bruto O investimento bruto português no Brasil ao longo do período de 2007 e 2011, registou também oscilações, atingindo perto de 1,7 mil milhões de euros em 2010, um montante superior a qualquer dos registos anuais verificados a partir do ano de 2002, mas aquém da média do investimento bruto realizado entre 1998 e 2001 que rondou os 3,5 milhões de euros. Para os primeiros seis meses de 2012 o investimento cresceu cerca de 83% em relação ao mesmo período de 2011, reforçando o Brasil como destino de crescente interesse para o investimento português. Segundo dados disponibilizados pelo Banco Central do Brasil, em 2011, o investimento estrangeiro resumiu-se em milhões de dólares (52 mil milhões de euros), uma subida de mais de 37% em relação ao ano anterior. Nos primeiros seis meses de 2012 verificou-se um crescimento mais acentuado de investimento direto estrangeiro para o mercado brasileiro, ligeiramente superior aos 8%, ritmo mais acelerado do que os 3,4% do mesmo período de Investimento Direto de Portugal no Brasil (10 3 EUR) Jan/Jun. Investimento Bruto Desinvestimento Investimento Líquido Fonte: Banco de Portugal 52

54 De acordo com as informações do Banco de Portugal, em 2011 os setores que mais contribuíram para a incidência de fluxos IDPE (totalizando 79% do investimento neste mercado) foram: as atividades financeiras e de seguros (39,9% do total), o comércio por grosso e a retalho (22,4%) e as indústrias transformadoras (16,9%). Em termos de evolução, destaca-se a diminuição do peso das atividades financeiras e seguros que representavam 48% do total investido em 2007 e das de consultadoria (8,5% em 2007 e 4,7% em 2011). Em relação ao investimento direto brasileiro em Portugal, verifica-se que em 2011 este teve uma dimensão mais reduzida, representando apenas 0,3% do total do IDE realizado em Portugal, sendo, no entanto, de realçar os anos de 2009 e 2010, por terem atingindo um peso na ordem dos 1% e 4,6%, respetivamente, em relação ao total. Na primeira metade de 2012 mantém-se a tendência verificada no último ano. Investimento Direto do Brasil em Portugal (10 3 EUR) Jan/Jun. Investimento Bruto Desinvestimento Investimento Líquido Fonte: Banco de Portugal Do investimento brasileiro em Portugal destaca-se o da Embraer, que tem vindo a impulsionar o desenvolvimento de um cluster aeronáutico no nosso país e ainda outros investimentos que devem ser relevados, tais como a CSN-Companhia Siderúrgica Nacional, a Weg Motores, a Marcopolo, o anterior investimento da Embraer nas OGMA, a Odebrecht, a Camargo Correa e a Andrade Gutierrez (construção civil e obras públicas) e a Haco (etiquetas), entre outros. O Brasil considera que "Portugal é a porta de entrada para a União Europeia", tendo demonstrado interesse em várias empresas públicas inseridas no atual processo de privatizações. Tal como se verifica com a transação de bens, também no domínio do investimento se verifica maior importância no que concerne aos fluxos de Portugal em direção ao Brasil já que o fluxo de investimento português no país é muito superior ao investimento brasileiro em Portugal. 53

55 3.10 CONDIÇÕES LEGAIS DE ACESSO AO MERCADO Os pontos que se seguem apresentam as condições legais para aceder ao mercado brasileiro no que concerne às trocas comerciais e de investimento. A informação aqui apresentada compreende excertos do documento intitulado de Brasil Ficha de Mercado, produzida pela AICEP. REGIME DE IMPORTAÇÃO O mercado brasileiro caracterizou-se, até ao início dos anos 90, por um forte protecionismo e intervenção estatal. O programa de reformas de 1990 consagrou uma progressiva liberalização das trocas comerciais e a integração da economia brasileira a nível internacional. No entanto, este país continua a apresentar uma forte (e complexa) carga fiscal incidente sobre a importação da maioria dos produtos. 1º QUAIS AS RESTRIÇÕES ÀS EXPORTAÇÕES PARA O BRASIL? A exportação da generalidade das mercadorias para o mercado brasileiro não está sujeita, como regra, a restrições (licenciamento), no entanto existem algumas exceções para as quais é necessária a observância de determinados requisitos e a autorização prévia das autoridades competentes. A lista de produtos sujeitos a autorização abrange as importações de bens alimentares, bebidas, produtos farmacêuticos e veterinários, cosméticos e produtos agrícolas, incluindo sementes e fertilizantes. A entrada de brinquedos pode ainda estar dependente de procedimentos especiais na autorização. Existem 15 órgãos intervenientes reguladores no licenciamento de importação: Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA Agência Nacional do Cinema - ANCINE Comando do Exército - COMEXE Departamento de Operações de Comércio Exterior - DECEX Departamento de Polícia Federal - DPF Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA As importações brasileiras, em termos de classificação, estão agrupadas em Importações Permitidas e Importações Não-Permitidas. As Importações Não-Permitidas podem ocorrer 54

56 devido ao país de origem da mercadoria (por razões de ordem económica, política ou social, ou em função de recomendações de organismos internacionais) ou devido à própria natureza da mercadoria a importar (com o objetivo de preservar o meio ambiente, a saúde pública, etc). A lista de produtos sujeitos a autorização abrange as importações de: Bens alimentares; Bebidas; Produtos farmacêuticos e veterinários; Cosméticos; Produtos agrícolas, incluindo sementes e fertilizantes. A entrada de determinado tipo de bens, como máquinas eletrónicas programadas, diamantes brutos, brinquedos, coco (seco, ralado ou sem casca), produtos automotivos sujeitos ao acordo sobre política automotora comum Brasil-Argentina, pode ainda estar dependente de procedimentos especiais na autorização. Os procedimentos de importação estão informatizados através do Sistema Integrado de Comércio Exterior, denominado SISCOMEX que, por via do estabelecimento de um fluxo único das várias informações promove a integração das atividades de registo, acompanhamento e controlo das operações de importação/exportação. O SISCOMEX surge, assim, como um instrumento que visa agilizar e facilitar a tramitação administrativa na área do comércio externo. Todas as mercadorias importadas no mercado brasileiro estão sujeitas a Despacho Aduaneiro, processado pelas entidades alfandegárias com base nas informações constantes na Declaração de Importação. As Importações Permitidas são, em geral, processadas no Siscomex, podendo ser efetuadas pelo importador, por conta própria, mediante habilitação prévia, ou por intermédio de representantes credenciados, nos termos e condições estabelecidos pela Receita Federal do Brasil (RFB). Além disso, os bancos autorizados a operar em câmbio e as sociedades corretoras que atuam na intermediação de operações cambiais podem ser credenciados a elaborar e transmitir para o Sistema operações sujeitas a licenciamento, por conta de importadores, desde que sejam por eles expressamente autorizados. O sistema administrativo das importações brasileiras encontra-se disciplinado pela Portaria nº 23, de 14 de Julho de 2011, e compreende as seguintes modalidades: a) Importações Dispensadas de Licenciamento; b) Importações Sujeitas a Licenciamento Automático; c) Importações Sujeitas a Licenciamento Não Automático. Como regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, devendo os importadores somente providenciar o registo da Declaração de Importação no Siscomex, com o objetivo de dar início aos procedimentos de Despacho Aduaneiro junto à unidade local da RFB. 55

57 As importações sujeitas a licenciamento ocorrem nos casos em que a legislação exija a autorização prévia de órgãos específicos da Administração Pública para a importação de determinadas mercadorias, ou quando condições específicas devam ser observadas. Nesses casos, o importador deve formular uma Licença de Importação com a antecedência prevista na legislação. Previamente à importação, o importador deverá sempre consultar o Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) a fim de verificar se há exigência de tratamento administrativo para a operação que deseja realizar. Nesse sentido, o Simulador do Tratamento Tributário e Administrativo das Importações disponibilizado pela Receita Federal do Brasil (RFB) também permite ao público simular uma siutação com fins de verificar qual tratamento administrativo incidente sobre determinada mercadoria, eventual órgão de governo responsável pela emissão de licença de importação e o valor dos tributos incidentes sobre a operação, a partir de um valor aduaneiro informado. No entanto, o Simulador é apenas ferramenta de referência, não vinculando o tratamento a ser dado na operação real. Importa, ainda, destacar que a exportação de produtos portugueses de origem animal (ex.: produtos da pesca, carnes de suíno, leites e seus produtos) para o Brasil está sujeita ao cumprimento dos seguintes procedimentos: O estabelecimento português deve entrar em contacto com os Serviços Veterinários da respetiva região (Direções de Serviços Veterinários Regionais DSVR) da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV); As DSVR efetuam um controlo ao estabelecimento para verificação do cumprimento dos requisitos legais. A legislação brasileira pode ser consultada no seguinte Site: LegislacaoFederal&chave=50674&tipoLegis=A Se o operador observar as regras em vigor, a DGAV solicita à autoridade brasileira a inclusão do estabelecimento na lista de estabelecimentos aprovados a exportar para o Brasil. Esta lista pode ser consultada no portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA) Sistemas de Informação SIGSIF Sistema de Informações Gerências do Serviço de Inspeção Federal Listas de Estabelecimentos Estrangeiros Habilitados à Exportação para o Brasil: ; &p_id_pais=189&p_id_area=&p_id_produto=&p_serial= &paramform=no. O operador pode, então, iniciar o processo de registo de rótulos, ou seja, para cada tipo de produto que pretende exportar para o Brasil, necessita de preencher um formulário. Este formulário tem que ser conferido e assinado pela respetiva DSVR antes do operador o submeter à apreciação da autoridade brasileira (MAPA); Quando concluído o processo do registo do rótulo e inclusão do estabelecimento na lista de estabelecimentos habilitados a exportar para o Brasil, o operador pode começar a exportar, solicitando o certificado de salubridade à DSVR. No que respeita aos vinhos, interessa referir que os exportadores já não necessitam de se cadastrar previamente, junto do MAPA, nem de proceder ao registo das respetivas marcas 56

58 desde Novembro de 2009 (Instrução Normativa n.º 54, de ). De qualquer modo, mantém-se a premissa de que a autorização para a importação de vinhos só é concedida se os mesmos respeitarem o previsto na legislação específica, nomeadamente, Lei n.º 7.678/88, de 8 de Novembro, dispõe sobre a produção, circulação do vinho e derivados da uva e do vinho: E no Decreto n.º /90, de 8 de Março, regulamenta a Lei n.º 7.678: Relativamente aos problemas de genuinidade de azeite exportado de Portugal, embalado no Brasil e comercializado como sendo azeite genuíno, induzindo fraudulentamente o consumidor em erro, foi recentemente assinado, entre os Ministérios da Agricultura dos dois países, um Memorando para cooperação no domínio do azeite, o qual tem por objetivo promover a cooperação institucional e técnica entre Portugal e o Brasil, tendo em vista o cumprimento pelos agentes económicos dos dois países das normas que regulam o controlo da qualidade do produto, em conformidade com os respetivos Direitos internos. Segundo o mencionado memorando, o controlo da qualidade do azeite é feito à saída de Portugal por laboratórios acreditados pelos dois países, implicando uma relevante cooperação institucional e técnica dos agentes económicos, para que nos processos de produção, análise, certificação, rotulagem e comercialização sejam respeitadas as normas de qualidade. A Lista de laboratórios estrangeiros Ativos para Classificação do Azeite de Oliva e Óleo de Bagaço de Oliva na importação encontra-se disponível no Site do MAPA: 2º QUAIS OS IMPOSTOS A SUPORTAR? Quanto aos direitos alfandegários, o Brasil adotou, em 1 de Janeiro de 1995, a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), baseada no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH). Com a entrada em vigor da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, o Brasil passou a aplicar, na maioria dos produtos importados de países terceiros, o mesmo nível de direitos alfandegários que os restantes parceiros, sendo que, periodicamente, são estabelecidas listas de exceções para os produtos considerados sensíveis (no âmbito destas exceções é de destacar o anúncio recente do aumento temporário do imposto de importação numa lista de 100 produtos, lista esta ainda sujeita a confirmação pelos restantes parceiros do MERCOSUL: A União Europeia (UE) e o MERCOSUL estão em negociações (após anos de suspensão do diálogo as partes voltaram às conversações no final de 2009/início de 2010) com vista à eliminação das barreiras tarifárias, no âmbito do Acordo Inter-Regional de Cooperação entre a UE e o 57

59 Mercosul, assinado em Dezembro de 1995, sem que no entanto haja data certa para a conclusão das mesmas. O Imposto de Importação (II), cobrado aquando da entrada do produto no mercado, é calculado numa base ad valorem sobre o valor CIF das mercadorias e pode ser consultado no Site Market Access Database, da responsabilidade da União Europeia: (clicar em Applied Tariffs Database). Para além das imposições alfandegárias, há, também, lugar ao pagamento dos seguintes encargos: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em geral, é calculado numa base ad valorem, embora para certos produtos (por exemplo, da indústria vitivinícola e cervejeira) seja calculado por um valor fixo por unidade; Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) presentemente as taxas deste tributo, similar ao IVA, variam consoante o Estado de destino das mercadorias (em São Paulo, por exemplo, a taxa normal é de 18%, com exceção de alguns produtos previstos em lei própria) mas desde 1 de Janeiro de 2013 vigora uma taxa única de 4% em todos os Estados: A unificação da taxa não se aplica, no entanto, aos bens e mercadorias importados do exterior que não tenham similar nacional, a serem definidos em lista a emitir pelo Conselho de Ministros da CAMEX Câmara de Comércio Exterior: Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Património do Servidor Público (PIS/PASEP) taxa de 1,65%; Contribuição para o Financiamento da Segurança Social (COFINS) taxa de 7,60%. A aplicação destes impostos é feita em cascata, ou seja, de forma cumulativa: Valor CIF x II (Imposto de Importação) = A A x IPI (Imposto sobre Produtos Industriais) = B B + PIS + COFINS (determinados pela tabela oficial da Receita Federal) = C C + taxa do SISCOMEX (sistema informático de comércio exterior, que é de R$ 40, mais $ 10 por cada adição, ou seja, por cada produto com classificação pautal diferente) = D D / ICMS (Imposto sobre a Circulação de Bens e Serviços, calculado por dentro, i. e. no caso do ICMS ser 18% taxa normal, em vez de multiplicar por 18%, divide por 0,82; já se o ICMS for 12%, divide por 0,88) = Resultado dos principais impostos aduaneiros. A este resultado há ainda que adicionar taxas aduaneiras (que em média oscilam até 6%), tais como: FRMM Frete para Renovação da Marinha Mercante, que é 25% do valor do frete internacional; 58

60 Imposto pago pela mercadoria que passa pelo cais de embarque; Taxa de armazenagem; Desconsolidação; Desimpedimento; Serviços do despachante; Libertação do bill of lading. Os interessados podem aceder ao Simulador do Tratamento Tributário e Administrativo das Importações (Receita Federal) para identificar o exato valor das taxas de importação e eventuais exigências administrativas na entrada de produtos: 3º QUAL O QUADRO LEGAL QUE REGULA O REGIME DE IMPORTAÇÃO? Resolução do Senado Federal n.º 13/2012, de 25 de Abril Estabelece uma taxa única de ICMS (4%), nas operações interestaduais com bens e mercadorias importadas do exterior, a vigorar a partir de 1 de Janeiro de 2013; Resoluções da CAMEX (Câmara de Comércio Exterior) 2011 e 2012 Relativas à Lista Brasileira de Exceção à Tarifa Externa Comum do MERCOSUL; Portaria n.º 23, de 14 de Julho de 2011 Consolida as normas e procedimentos aplicáveis às operações de comércio exterior; Decreto n.º 6.759/2009, de 6 de Fevereiro (com alterações posteriores) Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, a fiscalização, o controlo e a tributação das operações de comércio exterior; Decreto n.º 660, de 25 de Setembro de 1992 (alterado pelo Decreto n.º 1.408, de 2 de Março de 1995) Cria o Sistema Integrado de Comércio Externo (SISCOMEX) Registo, acompanhamento e controlo das diferentes etapas das operações de comércio externo; Lei n.º 8.078, de 12 de Setembro de 1990 (com alterações posteriores) Dispõe sobre a proteção do consumidor; Lei n.º 4.886, de 9 de Dezembro de 1965 (com alterações posteriores) Regula a atividade de representação ou agência comercial. REGIME DE INVESTIMENTO ESTRANGEIRO 4º QUE TIPO DE INSTRUMENTOS DE APOIO PODE BENEFICIAR? Relativamente aos incentivos, existem alguns incentivos federais ao investimento produtivo, à inovação e exportação que foram aprovados no âmbito do Plano Brasil Maior (Agendas Estratégicas Setoriais abril 2013). No que se refere especificamente ao investimento estrangeiro, os apoios existentes são decididos, essencialmente, a nível estadual e local, tendo em conta a qualidade do investimento e o impacto para a região. Por outro lado, apesar de não se tratar propriamente de incentivos, há também a possibilidade de financiamento através do 59

61 BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Económico, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A APEX Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, enquanto entidade responsável pela angariação Investimento Direto Estrangeiro, pode ser abordada por potenciais promotores externos interessados em investir no Brasil. Finalmente importa realçar que, por forma a promover e a reforçar o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países, foi assinado entre Portugal e o Brasil o Acordo sobre a Promoção e a Proteção Recíproca de Investimentos (que aguarda a troca de instrumentos de ratificação para a respetiva entrada em vigor) e celebrada a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento (em vigor desde 5 de Outubro de 2001). 5º QUAIS AS RESTRIÇÕES À INICIATIVA PRIVADA? A maioria das áreas de atividade está aberta à iniciativa privada, com exceção de alguns setores. Com efeito, algumas atividades económicas como saúde pública, correios e telégrafos, energia nuclear, voos domésticos, saneamento e indústria aeroespacial, não podem ser exercidas por empresas de capital estrangeiro. Em instituições financeiras e companhias de seguros, assim como em atividades relacionadas aos media é permitida apenas uma participação minoritária, existindo também restrições à participação estrangeira em atividades sujeitas ao controlo da segurança nacional e à posse de propriedades rurais e negócios em zonas de fronteira. Serviços de Saúde Indústria pesqueira Atividades vedadas ao capital estrangeiro Indústria de produção de álcool enquanto combustível alternativo Indústria de energia atómica Serviços de correios e telégrafos Serviços de transporte aéreo Setores que apresentam Restrições à Iniciativa Privada Meios de comunicação social (jornais, revistas e outras publicações, televisão e rádio) Desenvolvimento de actividades envolvendo energia nuclear Indústria aeroespacial 60

62 Restrições: a) Aquisição de terras rurais por sociedades brasileiras sob controlo estrangeiro, por estrangeiro residente no país ou por pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil sujeita-se a condicionamentos previstos em lei e, em alguns casos, à autorização do Congresso Nacional; b) Destacam-se restrições no que se refere à aquisição de propriedades localizadas em áreas de fronteira, consideradas indisponíveis à segurança nacional, terras estas cuja aquisição dependerá de prévio consentimento da Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional; c) À participação do capital estrangeiro em instituições financeiras, embora tais restrições possam ser afastadas por interesse nacional; d) Exploração de serviços aéreos públicos, para operação de transporte regular, depende de prévia concessão. De acordo com a legislação, tal concessão, por sua vez, somente será dada a pessoas jurídicas brasileiras (entendidas como aquelas que possuem sede e administração no Brasil) e em que pelo menos 80% do capital com direito a voto pertença a brasileiros, prevalecendo essa limitação nos eventuais aumentos do capital social. Ademais, a administração de tais empresas deverá ser conferida exclusivamente a brasileiros. Por fim, o ingresso de capital estrangeiro, dentro do limite de 20% das ações com direito a voto, admitido pela legislação, depende de aprovação das autoridades aeronáuticas; e) Restrições ao investimento estrangeiro na propriedade e na administração de jornais, revistas e outras publicações, bem como de redes de rádio e televisão; f) Empresas brasileiras, ainda que sob controlo estrangeiro, podem solicitar e obter permissão para operar no setor de mineração. 6º O QUE DEVO FAZER PARA INVESTIR NO BRASIL? O capital estrangeiro é regido, no Brasil, pelas leis nº (Lei de Capitais Estrangeiros) e 4.390, de e , respetivamente. Ambas as leis encontram-se regulamentadas pelo Decreto nº , de , e suas posteriores alterações. Entendem-se por capital estrangeiro os bens, máquinas e equipamentos que entram no Brasil sem dispêndio inicial de divisas, destinados à produção de bens ou serviços, assim como os recursos financeiros ou monetários trazidos ao Brasil para aplicação em atividades económicas, desde que pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no exterior. Todo o investimento estrangeiro deve ser registrado no Banco Central. Tal registo é essencial para a remessa de lucros ao exterior, o repatriamento de capital e o registo de reinvestimento de lucros. O registo do capital estrangeiro deve ser efetuado pelo Sistema de Informações do Banco Central SISBACEN Módulo RDE-IED (Registo Declaratório Eletrónico Investimento Externo Direto). 61

63 Consideram-se investimentos externos diretos, para fins de registo declaratório eletrónico, as participações permanentes em empresas no País, detidas por investidor não residente, pessoa física ou jurídica, residente, domiciliada ou com sede no exterior, mediante a propriedade de ações ou quotas representativas do capital social de empresas brasileiras, bem como o capital destacado das filiais ou sucursais de empresas estrangeiras autorizadas a operar no País. O investimento estrangeiro a ser efetuado e registrado não se sujeita à prévia análise e à verificação pelo Banco Central do Brasil (Banco Central), sendo referido registo declaratório, ou seja, a empresa recetora do investimento estrangeiro e/ou o representante do investidor estrangeiro são, eles próprios, responsáveis por efetuar o registo. 7º QUAL O QUADRO LEGAL QUE REGULA O REGIME DE INVESTIMENTO ESTRANGEIRO? Lei n.º , de 30 de Agosto de 2012 Lei federal que oficializa pacote de incentivos aos investimentos produtivos e exportações; Decreto n , de 23 de Dezembro de 2011 Fixa o salário mínimo a vigorar a partir de 1 de Janeiro de 2012 em R$ 622,00; Lei n.º , de 11 de Julho de 2011 Altera o Código Civil brasileiro para permitir a constituição de empresas individuais de responsabilidade limitada EIRELI; Resolução Normativa n.º 84, de 10 de Fevereiro de 2009 Disciplina a concessão de autorização para fins de obtenção de visto permanente para o investidor estrangeiro. Circular n.º 3.280, de 29 de Março de 2005 (com alterações posteriores) Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais; Lei n.º , de 30 de Dezembro de 2004 (com alterações posteriores) Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública; Lei n.º 8.955, de 15 de Dezembro de 1994 Regula a atividade de Franchising; Decreto n.º 365, de 16 de Dezembro de 1991 Dispõe sobre o registo dos reinvestimentos de lucros decorrentes de investimentos de capitais estrangeiros, efetuados na forma da Lei n.º 4.131, de 3 de Setembro, de 1962; Lei n.º 6.404, de 15 de Dezembro de 1976 (com alterações posteriores) Regulamenta as Sociedades Anónimas; Decreto n.º , de 17 de Fevereiro de 1965 (com alterações posteriores) Regulamenta a Lei n.º 4.131, de 3 de Setembro de 1962, que disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as remessas de valores para o exterior; Lei n.º 4.131, de 3 de Setembro de 1962 (com alterações posteriores) Disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as remessas de valores para o exterior. A legislação brasileira pode ser consultada: Senado Federal Presidência da República Federativa do Brasil 62

64 8º QUAIS OS ACORDOS RELEVANTES? Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo (em vigor desde 1 de novembro de 2008); Acordo sobre a Facilitação de Circulação de Pessoas (em vigor desde 5 de dezembro de 2007); Acordo sobre a Contratação Recíproca de Nacionais (em vigor desde 20 de outubro de 2003); Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento (em vigor desde 5 de Outubro de 2001); Acordo de Segurança Social ou Seguridade Social (em vigor desde 16 de abril de 1995); Acordo sobre a Promoção e a Proteção Recíproca de Investimentos (que aguarda a troca de instrumentos de ratificação para a respetiva entrada em vigor). 63

65 3.11 SÍNTESE ESTRATÉGICA Prós Contras - Vasto potencial ao nível de recursos minerais e - Riqueza por habitante muito desigual por estado; naturais; - Sexta maior economia mundial e com um papel - Persistência de níveis elevados de pobreza em de destaque no relacionamento internacional diversas regiões do país; (pertence ao G20 e BRICS); - Primeira economia da américa latina, a mais - Alguns problemas que o país ainda enfrenta, tais atrativa, estando entre as economias do como: a eliminação da pobreza, aperfeiçoamento continente mais apetecíveis para os investidores; da formação e educação, melhoria das infraestruturas e o reconhecimento da marca nacional; - Grandes capacidades de expansão económica e - Setor dos transportes e das infraestruturas pouco consequente clima de otimismo e potencial de desenvolvidos que acarreta limitações para o crescimento; crescimento económico; - A situação geografia e posição de destaque no - Corrupção, fraude e falta de segurança do país e MERCOSUL fazem do Brasil um país atraente para do próprio mercado, investimentos; - Oferece menos vulnerabilidade à crise externa, - Impostos que desanimam o potencial de taxas de inflação relativamente baixas e melhorias expansão; no bem-estar social. A estabilidade financeira tem sido sustentada por um sistema bancário forte e um quadro de regulação e supervisão; - Crescimento nos níveis de produção, políticas - Falta de confiança dos empresários brasileiros e sociais e reformas aliadas ao desenvolvimento; desaceleração do comércio; - Investimentos públicos para apoiar grandes - País muito burocrático e protecionista; eventos; - Saúde assinalável da economia do país, com a - Apresenta uma forte (e complexa) carga fiscal reorientação de políticas para gerar poupanças incidente sobre a importação da maioria dos fiscais e prestar apoio monetário contraciclo, o produtos e serviços; relaxamento da política monetária, a flexibilidade cambial e provisão de liquidez e as iniciativas que tiveram como objetivo reforçar a poupança e competitividade e aumentar produtividade; - Melhoria das condições de vida dos brasileiros; - Processo de exportação moroso, dispendioso e complicado; - Classe média em crescimento com aumento do - Muito controlo, restrições e condições para o poder de compra; investimento estrangeiro, estrutura pouco amiga 64

66 do investimento estrangeiro; - Crescimento dos níveis de produção e participação ativa da população em diversas ações de desenvolvimento; - Crescimento e melhoria das condições da produção industrial, potencialidade do setor imobiliário em destaque a exploração petrolífera e setor energético; - Setor agroindustrial e do turismo têm uma posição de destaque a nacional e internacional, com sustentabilidade capaz de dinamizar o país e contribuir para o desenvolvimento económico e crescimento do Brasil; - A posição estratégica do Brasil na América do Sul alavanca outros mercados emergentes e de rápido crescimento, como a Argentina, Chile, Colômbia e Peru; - Crescimento do investimento estrangeiro, sinal evidente das potencialidades do país; - A lei brasileira não impõe um limite mínimo de capital social para a constituição das duas principais formas de sociedades: sociedade limitada e sociedade anónima; - Existência de Acordo de Proteção Recíproca do Investimento; - Progressos alcançados tornaram menos difícil a abertura de um negócio (redução do número de procedimentos necessários e do tempo para o fazer); - Legislação exige formação de parcerias para laborar no mercado brasileiro, o que implica escolher uma forma jurídica de acordo com o direito brasileiro, a elaboração dos estatutos ou contrato social e registar a sociedade recémcriada, entre outras formalidades; - Produto considerado de incorporação nacional deve ser, pelo menos, 55% ou 65% de origem brasileira, incluindo a mão-de-obra. - Nível de poupança cerca de 20% do PIB dos mais baixos da américa do sul; - Forma negocial demorada, instável, exigente e dura, com uma discussão muito protecionista dos seus interesses; - Ter que se ponderar a parceria local, a subcontratação ou a compra total ou parcial duma empresa brasileira para entrar no mercado. - Mercado de difícil penetração; - Os trabalhadores estrangeiros precisam de visto de residência e permissão de trabalho, e dada a complexidade da burocracia é uma das principais dificuldades: pode levar até seis meses para se conseguir todos os papéis - A lei brasileira impõe um limite mínimo de capital social para a constituição das duas principais formas de sociedades: sociedade limitada e sociedade anónima, para investimento estrangeiro. 65

67 - Baixo risco político e aplicação, de uma forma geral, de boas políticas macroeconómicas; 66

68 CAPÍTULO DESPISTE DE OPORTUNIDADES 4 BASE PARA IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES RELEVANTES DE NEGÓCIO PARA PME NACIONAIS. 1.INTRODUÇÃO 1.1 Enquadramento 1.2 Objetivos do estudo 1.3 Estrutura do estudo 2.UMA VISÃO GLOBAL 2.1 O Mundo em números 2.2 Tendências globais PARTE I: Enquadra 3. BRASIL: UM PAÍS DE NOVAS OPORTUNIDADES 3.1 Indicadores Chave 3.2 Perfil Geral 3.3 Situação Económica 3.4 Comércio Internacional 3.5 Principais produtos transacionados 3.6 Investimento Estrangeiro 3.7 Caraterização do tecido empresarial e dos setores de atividade 3.8 Estádio de Desenvolvimento e Índice de Competitividade 3.9 Relações bilaterais Portugal/Brasil 3.10 Condições Legais de Acesso ao Mercado 3.11 Síntese Estratégica 4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES 4.1 Oportunidades de negócio no mercado brasileiro 5. UMA VISÃO PRÁTICA SOBRE OS NEGÓCIOS NO BRASIL 5.1 Como desenvolver negócios 5.2 Entidades facilitadoras 5.3 Cultura de negócios 5.4 Dicas e curiosidades para vender e investir no Brasil 5.5 O que é importante ter em conta numa relação negocial com o mercado brasileiro 5.6 Tributação no Brasil 5.7 Brasil na voz de outros 6. GRANDES CIDADES DO BRASIL 6.1 São Paulo 6.2 Rio de Janeiro 6.3 Minas Gerais 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 67

69 4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES 4.1 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO NO MERCADO BRASILEIRO Em oposição a grande parte das economias mundiais, o Brasil é uma excelente plataforma de entrada para toda uma região com margens de crescimento e oportunidades de negócio bastante significativas. A estabilidade política e económica que o país tem vindo a registar, em paralelo com a crescente evolução positiva do ambiente negocial, o aumento dos postos de trabalho e do número de pessoas com poder de compra são cartões-de-visita - com elevado relevo -, que traduzem o estado atual de contraciclo que esta economia está a viver. O mercado brasileiro continua a ser um dos mais promissores, graças a uma economia que deverá continuar em forte crescimento: 4% no quarto trimestre de 2012 e acima de 4,5% no primeiro semestre de 2013, segundo o Banco Central do Brasil. As questões linguísticas são mais uma grande vantagem. Contudo, é preciso ter em atenção que existem inúmeras diferenças entre Portugal e o Brasil, quer a nível empresarial, quer a nível cultural e ainda ao facto de ser um mercado com uma forte concorrência. Posto isto, é fundamental que os agentes nacionais sejam extremamente rigorosos no sentido de melhor definirem a forma de penetrar neste mercado. Fazendo uma análise mais específica às oportunidades de negócio existentes no Brasil, listamos uma série de setores onde entidades portuguesas podem fazer a diferença e conquistar este poderoso mercado: Como refere uma notícia da Lusa, de 8 de Outubro de 2009, o então Ministro das Obras Públicas do Governo Português, Mário Lino, lembra que as áreas de telecomunicações, energia e obras públicas são algumas daquelas em que as empresas portuguesas estão presentes. O Ministro salientou que as empresas portuguesas têm algumas vantagens competitivas no mercado brasileiro, nomeadamente a língua e as afinidades históricas e culturais. JOGOS OLÍMPICOS DO RIO (2016) E MUNDIAL DE FUTEBOL 2014 Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que terão lugar em 2016, considerados dos maiores eventos mundiais, serão uma oportunidade de negócio para as empresas portuguesas. No entanto, há que ter em conta que esta oportunidade é também muito apetecível para outros potenciais fornecedores. A título de exemplo, veja-se o caso espanhol. Apesar de ter perdido a realização dos Jogos Olímpicos em Madrid, muitos empresários espanhóis vêm no Rio uma oportunidade bem mais interessante. Como refere uma notícia da BBC Brasil, de 9 de Outubro de 2009, o Diretor do Serviço de Estudos da Bolsa de Valores de Madrid, Domingo García, defende que "O Rio oferece mais oportunidades porque há muito mais para construir, e os empresários que já viam o Brasil como grande foco de negócios antes, agora com o 68

70 Campeonato do Mundo e os Jogos Olímpicos têm um enorme potencial de investimentos. Segundo esta mesma notícia, pelo menos 13 empresas espanholas já estão focalizadas na parte mais rentável da competição: preparar a infraestrutura exigida pelo Comité Olímpico Internacional (COI). Estradas, estrutura de transportes e telecomunicações, sistemas de segurança, reformas e construções das instalações olímpicas que deverão estar prontas dentro de sete anos. Há que ter presente que desde os anos 90 que, logo depois dos Estados Unidos, a Espanha é o segundo maior investidor mundial no Brasil. Em 1998, 2000 e 2007 chegou a ser o primeiro investidor, concentrando capital nos setores de energia, telecomunicações e na área financeira. Em Abril de 2012 o Observatório das Metrópoles estimou que para o Mundial de 2014 fossem criadas 539 oportunidades de negócios no Distrito Federal. Com isso, a expectativa é que sejam criadas micro e pequenas empresas, e empregos diretos. Os números fazem parte do Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas. O levantamento foi feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O mapa aponta como principais setores a serem beneficiados os de construção civil, de tecnologia da informação, de madeira, de móveis, têxtil, de vestuário, de turismo, da produção associada ao turismo, do comércio a retalho, do agro-indústria e de serviços. De acordo com o Sebrae, só o setor ligado ao turismo deverá apresentar 88 oportunidades de negócios. O da tecnologia da informação deve ter 86 oportunidades. O governo do Distrito Federal acredita que cerca de mil milhões de dólares serão injetados na economia do Distrito Federal. Como fomento para que este quadro possa ser executado torna-se necessário a elaboração de uma série de investimentos em infraestruturas aeroportuárias, nos setores viários e de transporte, nos serviços de atendimento ao público, em especial estrangeiros, nos serviços de hotelaria e um grande investimento no espaço para os jogos e solenidades do evento da Copa do Mundo de Futebol. Para tanto uma série de obras deverão ser executadas. Outro dos grandes eventos desportivos, o Mundial de Futebol, passará igualmente pelo Brasil no ano de Embora alguma parte dos investimentos e construções sirvam os interesses de ambas as competições desportivas, a realização deste importante evento, permitirá igualmente a criação de inúmeras oportunidades para as empresas portuguesas de projetos, engenharia e serviços. Infraestruturas Alinhado com a abertura crescente da economia brasileira e o aumento dos níveis de estabilidade e condições macroeconómicas de crescimento, o Governo brasileiro tem vindo a adotar, ao longo dos últimos anos, um conjunto de medidas que visam o desenvolvimento das infraestruturas e o incremento da produtividade no setor dos serviços, indústria e agrícola. 69

71 Uma dessas medidas consubstanciou-se no denominado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que se iniciou em 2007 e teve o seu término em Para além de criar um conjunto de incentivos ao investimento, de minimizar as taxas e custos de produção, o PAC tem vindo a providenciar e providenciará até 2014 apoios ao investimento em infraestruturas. A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) que falamos anteriormente visa fornecer infraestrutura por meio de investimentos no período de 2011 a 2014, em que 50% do total de investimentos se direciona para o setor da energia e 30% para o programa de habitação Minha Casa, Minha Vida. Para a segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida ( ), o objetivo é construir 2,6 milhões de unidades, com investimentos previstos para um total de 143 mil milhões de reais. As Parcerias Público-Privadas para financiar projetos relevantes também são incentivadas, uma vez que o Brasil precisa investir em grandes projetos de infraestrutura em setores tais como telecomunicações, energia e transporte. Estes incentivos e programas do governo brasileiro, aliados aos Jogos Olímpicos de 2016 e ao Mundial de 2014, podem constituir uma oportunidade de negócio para as empresas portuguesas no Brasil. Mercado Imobiliário O mercado imobiliário é um dos setores de atividade para os quais se prevê um grande crescimento e, consequentemente, um incremento das oportunidades de negócio a médio e longo prazo. Esta ideia é suportada por um conjunto de factos e premissas que a permitem consubstanciar. Atualmente, graças à sua pujança e potencialidades a diversos níveis, o Brasil é avaliado internacionalmente como um grande mercado na área imobiliária, colocando-se assim na rota de muitos investidores. Ao contrário do que acontece com muitos outros países, cujos mercados habitacionais se encontram saturados e estagnados, o Brasil encontra-se numa posição privilegiada e com perspetivas de crescimento futuro. Esta tendência está, aliás, alinhada com a evolução positiva que o setor do turismo tem registado, que supera a prestação de outros setores tradicionais e que apresenta um ritmo de crescimento superior à média da economia brasileira como um todo. Atendendo ao facto de que a taxa de crescimento previsto das famílias brasileiras se situar na ordem dos 2% ao ano nos próximos 18 anos, o mercado brasileiro terá que criar condições que lhe permitam responder ao aumento da procura habitacional que, inevitavelmente, se irá verificar. A indústria da construção encontra-se em ritmo crescente e, de acordo com estudos recentemente efetuados, prevê-se que se verifique a evolução de alguns fatores, entre 2007 e 2030, nas seguintes ordens percentuais: Investimento habitacional: +4,4%; 70

72 Valor das construções: +3,9%; Venda de materiais de construção: +4,8%; Crédito imobiliário: +11,2%. A estas previsões acresce ainda um facto de relevo - ao contrário do que acontece nos mercados norte-americano e europeu, no Brasil as condições de acesso ao crédito habitacional são mais restritivas e existe um horizonte de aumento da procura. Em jeito de síntese, as necessidades habitacionais que se destacam no mercado brasileiro para os próximos anos resultam da conjugação de dois fatores: Dinâmica familiar: deriva do processo de formação de novas famílias, influenciado pela evolução da renda e pelo crescimento populacional. Neste sentido, no Brasil prevê-se que entre 2007 e 2030, o número de famílias no Brasil passará de 60,3 milhões para 95,5 milhões, crescimento que ronda os 58%. Inevitavelmente, a procura por habitação irá aumentar de forma proporcional a este aumento, conduzindo a um crescimento das oportunidades na indústria da construção e atividades associadas. Passivo habitacional: o denominado passivo habitacional refere-se às carências habitacionais e abrange duas dimensões: Inadequação envolve as moradias em favelas e os cortiços, bem como os domicílios improvisados e as casas rústicas; Coabitação diz respeito ao número de casas onde reside mais que uma família. Geograficamente, esta carência habitacional verifica-se sobretudo nas regiões do Norte, Nordeste e Sudeste brasileiro. Se considerarmos valores absolutos, as regiões do Sudeste e do Nordeste são as que assumem uma posição mais crítica. Se, por outro lado, considerarmos valores relativos, isto é, tendo em conta a relação entre deficit e número de domicílios, as regiões Norte e Sudeste são as que apresentam piores resultados. O Brasil tem o mercado imobiliário mais efervescente do mundo, tendo ficado, em 2012, em primeiro lugar no ranking global de valorização dos preços dos imóveis, segundo apontou uma pesquisa da consultoria imobiliária Knight Frank. O Global House Price Index, índice de preços imobiliários no mundo produzido pela empresa, apontou que os preços no Brasil subiram 15,2% entre o terceiro trimestre de 2011 e o mesmo período de Setor da energia PETRÓLEO E GÁS NATURAL A empresa estatal PETROBRÁS responsável pelo setor energético aponta que a produção petrolifera duplique até 2020, existindo espaço para a participação de empresas privadas num quadro legal que rege as reservas petroliferas na vasta area pré-sal. É uma área de crescente relevância e que pôs o Brasil na lista de exportadores internacionais. 71

73 Relativamente ao gás natural projeta-se uma ampliação da oferta do consumo em refinarias e as fábricas de fertilizantes, passando de um total de 58 milhões de m³/dia em 2011 para 114 milhões de m³/dia em Prevêem-se investimentos de cerca de 510 mil milhões de reais nas atividades E&P (Petróleo e gás natural) no Brasil entre 2011 e Para o gás natural de 9 mil milhões de reais. Tais investimentos permitirão ao Brasil superar a atual dependência externa para o abastecimento dos principais derivados, como o óleo diesel, e incrementar a qualidade dos combustíveis vendidos no mercado doméstico em benefício da sociedade brasileira. A melhoria da qualidade dos combustíveis ficará mais adequada aos padrões de especificação requeridos pelo mercado internacional, permitindo ganhos de rentabilidade nas vendas externas. COMBUSTÍVEIS ALTERNATIVOS (BIODIESEL) O Brasil é um dos maiores países que procuram investidores para a descoberta de recursos naturais. Em 1997, através de uma lei, acabou o monopólio que a Petrobras detinha no que concerne à exploração, produção, refinação e transporte de petróleo, abrindo o mercado brasileiro e aumentando a competitividade neste setor de atividade. Nos últimos anos, o biodiesel tem-se revelado um combustível com muitas potencialidades no Brasil tendo vindo a ser muito aproveitado enquanto energia alternativa ao petróleo. O Brasil é, aliás, um importante player e líder a nível mundial. Até há pouco tempo, Portugal tinha-se mantido um pouco à parte da propagação do negócio do biodiesel, todavia, este impulso proporcionado pelo Brasil, parece ter despertado Portugal para novas oportunidades. O Grupo português Martifer deu um dos primeiros exemplos do aproveitamento da oportunidade nesta área ao efetuar alguns investimentos através da participada Prio de forma a explorar 60 mil hectares em solo brasileiro. A soja constitui-se na principal matéria-prima para a produção do biodiesel em Portugal. Algumas empresas portuguesas estão a entrar na produção nacional de biocombustíveis, como a Iberol, Torrejana, Biovegetal, Prio, Sovena, Enerfuel, entre outras interessadas. A empresa portuguesa Iberol tem investido na fabricação do biodiesel, importando soja do Brasil para transformá-la em ração para diversas finalidades no campo da alimentação. Ao esmagar a soja, um dos subprodutos é o óleo que pode ser convertido para fins combustíveis. Como apontado, o avanço na utilização dos biocombustíveis em Portugal está subjugado aos mecanismos de importação de matérias-primas. Nesse caso, vislumbra-se a importação desse biocombustível tendo o Brasil como o principal fornecedor pois o etanol brasileiro é muito mais barato e competitivo, já que o Brasil conta com toda a tecnologia para produzi-lo, diferentemente de Portugal e outros países da UE, que teriam de investir em pesquisas voltadas para o setor. 72

74 ENERGIA HIDRÁULICA No que respeita a investimento no Brasil por parte de Portugal neste setor, a AICEP destaca a importância da hidroelétrica de Peixe Angical (estado do Tocantins), cuja construção foi da responsabilidade da EDP Energias do Brasil em parceria com a estatal Furnas. Mais recentemente, novos investimentos da EDP e da Galp avolumam esta área de internacionalização, enquanto, avança a AICEP, outras parcerias estão em perspetiva. É por isso um setor de interesse para Portugal. Transportes e telecomunicações TELECOMUNICAÇÕES Inicialmente um setor exclusivamente público, a rede de comunicações brasileira foi alvo de um programa de privatização na década de 90. Este programa conduziu à criação de várias empresas que, posteriormente, foram vendidas a investidores internacionais como a Telecom Italia Movile, BT, MCI, Sprint e Portugal Telecom. Pese embora a rede de telecomunicações tenha vindo a ser continuamente melhorada nos últimos anos, existe ainda grande parte do mercado para ser explorado, nomeadamente no que diz respeito à 3ª geração de telecomunicações via wireless. Adicionalmente, as empresas de telecomunicações estão a concentrar os seus esforços no sentido de otimizar a rede, parecendo ser esta uma oportunidade interessante para fornecedores externos de equipamento e serviços neste setor. TRANSPORTES O sistema de transportes no Brasil é bastante deficitário, sendo um dos setores alvo preferencial dos investidores. Os caminhos-de-ferro apresentam-se deteriorados e as principais linhas do país estão apenas concentradas nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, não servindo a população brasileira de forma equitativa. Apesar dos significativos avanços obtidos a partir do programa de privatização, o desempenho do sistema ferroviário brasileiro ainda deixa muito a desejar, sendo os próprios utilizadores que em inquéritos manifestam essa opinião. Para este programa de privatização dos caminhos-de-ferro e dos portos, muito contribuiu o investimento estrangeiro no qual Portugal, no período compreendido entre 1991 e 2000, representou 14,9% do total desse investimento externo. Deste modo, o desenvolvimento e promoção de portos e caminhos-de-ferro, é visto como um investimento que terá grandes hipóteses de ser rentável até pelo esforço efetuado por parte do Governo Federal e que se consubstanciou na alocação de recursos e implementação de políticas para dar prioridade a estes setores. O PAC previu investimentos de 34 mil milhões de reais entre 2007 e 2010 no setor dos transportes, oriundos do Orçamento Geral da União a juntar com os 17 mil milhões de reais do 73

75 Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) o que poderá dar um espaço para as empresas portuguesas investirem neste setor a precisar de se desenvolver. Setor do Turismo O setor do turismo em conjunto com o setor dos transportes são importantes para Portugal uma vez que representam 90,2% dos serviços exportados para o Brasil. No campo das importações do Brasil para Portugal os serviços deste setor que foram importados: as viagens e turismo são 42,3% do total, transportes 33,2% e nos serviços fornecidos às empresas 7,5%. De acordo com o Turismo de Portugal em 2010 o nosso país foi o 4º destino escolhido pelos brasileiros que registaram um aumento médio anual de 3,9% entre 2008 e Em 2011 Portugal recebeu 458,2 mil hóspedes brasileiros (+22,6% face a 2010) significando mais de um milhão de dormidas (+23,5% face a 2010 e posicionando este mercado na 6ª posição no ranking com outros países com uma cota de 3,9%) e 382 milhões de euros em receitas (+13,4% face a 2010 e posicionando Portugal no 5º lugar relativamente a receitas e número de hóspedes). No primeiro semestre de 2012 o número de hóspedes, dormidas e as receitas registaram uma subida, 22,4%, 23,7% e 6,4%, respetivamente. A região escolhida pelos turistas brasileiros em 2011 foi Lisboa 63% e o Norte 20%. Turismo do Brasil em Portugal Receitas (% do total de estrangeiros) Hóspedes (% do total de estrangeiros) Dormidas (% do total de estrangeiros) 2012 Jan/Jun 24% % % % % % 2012 Jan/Jun 23% % % % % % 2012 Jan/Jun 25% % % % % % Fonte; Instituto Nacional de Estatística, Banco de Portugal Com os dados apresentados denota-se um crescimento do interesse dos brasileiros no turismo português contudo existem algumas limitações e desafios. Do lado contrário, dado o crescimento económico brasileiro, o investimento português no turismo brasileiro também pode ser uma boa aposta para as empresas portuguesas do setor. 74

76 O touring cultural e paisagístico é um dos produtos mais procurados pelos turistas estrangeiros que visitam Portugal, tendo potencial para atrair ainda mais visitantes. A proximidade linguística torna este produto com um potencial de desenvolvimento assinalável. Tal como referido num documento publicado pela AICEP, dentro deste conceito destacam-se os seguintes segmentos: Turismo cultural dada a nossa proximidade histórica com o Brasil; Turismo Eno-gastronómico revela-se como sendo o segmento em maior crescimento neste momento, existindo um grande e crescente interesse por parte do mercado brasileiro; Turismo Religioso o Brasil é um país marcadamente católico e, como tal, Fátima é um ponto obrigatório para os turistas que visitam o nosso país; Turismo de luxo não só no turismo como nos restantes setores o segmento de luxo tem tido uma procura crescente. Fatores positivos: Dimensão do Mercado; Diversificação de produtos e destinos; Ligações históricas, familiares e culturais com Portugal; Distâncias curtas entre as cidades portuguesas; Facilidade de comunicação; Preços competitivos; Boa situação económica brasileira e valorização do real; Boa posição ao nível dos fluxos aéreos; Portugal como porta de entrada na Europa. Fatores negativos: Imagem distorcida da realidade portuguesa; Oferta aérea limitada a uma companhia portuguesa (TAP); Pacotes turísticos incluem Portugal como destino opcional; Pouca presença de operadores turísticos portugueses no Brasil; Concentração da procura a Lisboa. Oportunidades: Tamanho e potencial do Mercado; Crescente interesse por parte dos media em Portugal; Criação de pacotes turísticos mais alargados e atraentes; Aproveitamento das sinergias existentes entre Portugal e Brasil; Constituição de parcerias com outras companhias aéreas; 75

77 Principais desafios: Forte concorrência de países mais próximos (Argentina), países com uma cultura mais proeminente no Brasil (EUA) e destinos europeus com maior visibilidade (França, Itália e Reino Unidos); Uma maior capacidade económica brasileira pode levar a um reforço do turismo no próprio país; Preços do transporte aéreo; Concorrência forte por parte do mercado norte-americano. Existem muitos exemplos de investimentos portugueses no Brasil no setor do turismo, como os desenvolvidos pelos grupos Vila Galé, Espírito Santo, Pestana, Aquiraz Golf & Beach Villas, Dom Pedro e grupo Solverde. Por todas estas razões este setor é importante para Portugal crescer estabelecendo-se no Brasil. Produtos Cosméticos Dados publicados em 2012 pela Euromonitor e difundidos pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos ABIHPEC indicam que o Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos a nível mundial, sendo não só um mercado gerador de receitas mas também um foco estratégico dos grandes players internacionais. O Brasil possui 10,1%, de market share global, contra 11,1% do Japão e 14,8% dos Estados Unidos. Em quarto lugar está a China (6,5% de market share), seguida de Alemanha (4,5%), França (4,1%), Reino Unido (4%), Rússia (3,3%), Itália (3%) e Espanha (2,6%). Na América Latina o Brasil mantém a liderança, com 58% de market share da região. Entre os fatores que têm contribuído para o crescimento do setor, importa destacar: A crescente participação da mulher brasileira no mercado de trabalho; Utilização de tecnologia de ponta e mais eficiente que permite a redução de custos no consumidor final e, consequentemente, tornar o produto mais atrativo aos olhos do consumidor; Aumento da esperança média de vida que conduz à necessidade sentida de conservar uma imagem de juventude; Lançamentos constantes de novos produtos que criam apetite no consumidor; O aumento da comunicação entre os grandes centros e os pontos mais afastados pode ser igualmente considerado como um motivo para este crescimento, tal como o clima tropical tipicamente associado ao país e que permite a utilização de roupas mais leves e que colocam o corpo mais exposto; A importância que este setor assume na economia brasileira e a relevância que o mercado brasileiro de produtos cosméticos tem no contexto internacional, provocam um despertar de oportunidades para as empresas deste setor. 76

78 Setor agroindustrial Numa análise geral os produtos com maior potencial para serem exportados e comercializados no mercado brasileiro são: Automóveis, partes e peças; Máquinas e instrumentos mecânicos e elétricos; Produtos de plástico; Produtos alimentares; Produtos de metais não ferrosos; Fios, fibras, tecidos sintéticos e seus produtos; Produtos de borracha; Produtos de ferro e aço; Produtos químicos; Pescado; Tintas e pigmentos. Vinhos Aproveitando a imagem de qualidade que os vinhos portugueses possuem e o facto do consumo de vinhos no mercado brasileiro continuar em franco crescimento (e longe do seu potencial máximo), o comércio de vinhos é uma área de negócio que poderá ser muito interessante intensificar. Embora concorra com os vinhos argentinos e chilenos e, consequentemente, com o preço mais competitivo com que estes conseguem chegar ao mercado brasileiro, os vinhos portugueses diferenciam-se pela qualidade acima da média. O consumidor brasileiro de vinhos de alta qualidade sabe muito bem distinguir a qualidade dos diversos vinhos e, como tal, valoriza o vinho português. As autoridades brasileiras puseram termo a estudos que visavam a aplicação de medidas de salvaguarda a vinhos importados, o que implicará o encerramento da comissão 1 que investigava o assunto, avançou o Governo brasileiro á Lusa a 22 de Outubro de Decisão que levou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, a afirmar que este recuo protege os 29 milhões de euros que o país arrecada em exportações de vinho para o Brasil. 1 A comissão foi criada em Março deste ano, em função de um pedido feito no final de 2011 pelas instituições: União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a Federação das Cooperativas do Vinho (Fecovinho) e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho). 77

79 Azeite O azeite português continua a ser o mais vendido no mercado brasileiro uma vez que o consumidor associa-o a um produto de grande qualidade. De facto, o mercado brasileiro é maioritariamente dominado por marcas portuguesas, embora as espanholas também assumam alguma relevância. O Brasil compra 40% do azeite que consome a Portugal. De acordo com dados do INE, no bolo total das exportações portuguesas, o Brasil pesa 57% em valor. Daqui se infere a janela de oportunidade significativa que se abre para os produtores de azeite portugueses que surgem, naturalmente, associados a um produto de qualidade. A exportação de azeite português totalizou, em termos globais 194 milhões de euros em 2011, o que representa uma subida de 22% face ao ano anterior. Os primeiros oito meses do ano de 2012 renderam 93 milhões de euros em vendas para este mercado, mais 35% face ao período homólogo. Os maiores operadores como a Sovena (dona da Oliveira da Serra), a Gallo Worldwide e o Grupo Manuel Serra (azeite português Serrata), que faz parte do Top 5 das marcas de azeite mais importadas no Brasil, há muito encontraram no Brasil um destino rentável para os seus produtos. Atualmente são cerca de 50 as empresas que se dedicam ao mercado brasileiro. Portugal e Brasil assinaram a 21 de Junho de 2012 um Memorando de Entendimento no domínio do azeite, segundo o qual as análises são feitas na origem (Portugal) com o reconhecimento por parte das autoridades brasileiras da certificação atribuída pelas autoridades portuguesas e dos respetivos boletins, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Esta medida é fundamental para os exportadores de azeite nacional, como é o caso da marca Sovena, que além do azeite Oliveira da Serra, detêm desde 2004 a marca Andorinha, que é a segunda mais vendida no Brasil. Castanhas Basta procurar alguns fóruns na internet para perceber o modo como a castanha portuguesa é apreciada junto dos consumidores brasileiros. Embora a produção deste fruto já se faça no Brasil, no entanto a sua qualidade ainda não é do agrado dos consumidores que continuam a preferir castanhas importadas, fazendo com que as importações de castanhas tenham aumentado. Esta crescente apetência para o consumo de castanhas, aliada à qualidade reconhecida da castanha portuguesa, abre uma janela de oportunidade que poderá ser bastante proveitosa. E com o intuito de reforçar o negócio e a valorização da Castanha de Portugal, sobretudo no exterior, surge a RefCast Associação Portuguesa da Castanha, resultado de um trabalho em rede desenvolvido, desde Dezembro 2007, por diversos agentes ligados à fileira da castanha, o qual começou sob o impulso da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), da empresa de consultadoria agronómica Espaço Visual e da associação Arbórea. 78

80 Frutos Secos Dentro do grupo dos frutos secos os que o Brasil mais importa, por não ter produção interna são, entre outros, amêndoas, avelãs, uvas passas, nozes e figos. Frutos As exportações de peras frescas para o mercado brasileiro têm vindo a aumentar nos últimos anos e Portugal continua a manter a posição de segundo maior fornecedor desta fruta para o Brasil, A pêra portuguesa é muito apreciada pelos consumidores brasileiros. Queijos Os queijos tradicionais portugueses, sobretudo o queijo da serra tem vindo a ganhar um destaque especial pelos apreciadores deste produto no Brasil, tendo vindo a aumentar a sua procura. Foi em finais de 2005, inícios de 2006 que cerca de 30 tipos de queijos portugueses ficaram disponíveis no mercado brasileiro. A aposta na diferenciação, complementaridade e especificidade de produtos de qualidade fez com que estes queijos portugueses tenham vindo a ganhar mais consumidores. Têxteis O setor têxtil tem uma enorme tradição em Portugal, contando com uma oferta de qualidade e sendo fornecedor de várias das principais marcas internacionais. Por seu turno, o Brasil apresenta um défice na produção de vestuário de alta qualidade. Apostando nesta lacuna, o setor têxtil português tem vindo aos poucos a redescobrir o mercado brasileiro desde a aposta na distribuição, passando pela produção em unidades próprias. De acordo com Paulo Vaz, diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) no Brasil há uma grande apetência para produtos de luxo europeus. É reconhecida internacionalmente a qualidade dos produtos portugueses, não sendo por isso de admirar que, em 1996, o Grupo português Quintas & Quintas tenha investido cerca de 5 milhões de euros na aquisição de uma empresa brasileira produtora de têxteis e fibras sintéticas, a Brascorda. Não só o Brasil como também a Argentina e o Chile são importadores tradicionais de têxteis e uma vez que Portugal desfruta de uma reconhecida tradição nesta atividade, é natural que se assista nos próximos anos a uma contínua expansão do investimento português neste setor. E este investimento deverá passar não só pelo Brasil como pelos restantes países sul-americanos. No entanto o Brasil apresenta um setor têxtil forte, é o quinto maior produtor têxtil mundial e é o segundo maior empregador da indústria transformadora (sendo a primeira posição para os 79

81 alimentos e bebidas). Segundo a Revista Exame é o setor que emprega 16,4% da indústria de transformação. O Governo está preocupado com a importação, sendo os maiores exportadores para o Brasil a China, India, Indonésia, Estados Unidos, Argentina, Tailândia, Coreia do Sul e Bangladesh. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confeção (ABIT), Fernando Pimentel, afirmou que os empresários brasileiros vão aproveitar as oportunidades criadas pela crise na Europa e adquirir empresas do setor têxtil em Portugal. Em declarações ao Jornal de Negócios, o presidente da ABIT, que elogiou a larga experiência e os produtos têxteis de qualidade e inovadores que saem das fábricas portuguesas, disse que Portugal pode ser uma porta de entrada para o mercado europeu através da aquisição de empresas ou da constituição de parcerias. As maiores sociedades brasileiras de têxtil e vestuário estão interessadas em entrar no capital de empresas portuguesas do setor, atraídas pela experiência, qualidade e inovação da fileira nacional, que é vista como "uma porta de entrada" no mercado europeu. Em troca acenam com capital, financiamento mais barato e o acesso mais facilitado a um mercado emergente, mas ainda muito protegido, de quase 200 milhões de consumidores. O diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) confirmou ao Jornal de Negócios, em setembro de 2012, que tem havido muitas abordagens por parte de empresas brasileiras de grande dimensão, que têm escala mundial e que podem encontrar aqui a plataforma para saltar para o mercado europeu. O diretor-geral da ATP adiantou ver com bons olhos esta incursão brasileira na região norte do país 85% das empresas têxteis estão localizadas num raio de 50 quilómetros à volta da cidade de Famalicão desde que tragam o que as empresas portuguesas precisam. Por um lado, recursos financeiros e acesso ao financiamento, atendendo a que as empresas brasileiras estão bem capitalizadas e podem facilmente investir milhões de euros para a modernização e expansão de indústrias portuguesas e pelo outro abrir portas ao próprio mercado brasileiro, onde subsistem elevadas taxas para a importação de bens e obstáculos administrativos que travam as mercadorias na fronteira. Segundo o Portugal Têxtil, os têxteis-lar portugueses estão a conquistar cada vez mais compradores no Brasil, tendo conhecido um aumento das exportações nos últimos anos. Apesar de um volume de exportação ainda diminuto (cerca de 500 mil euros em 2011), os produtos made in Portugal estão a crescer, sobretudo, nas categorias de tapeçarias (mais 24,9% do que em 2010) e cortinados, cortinas e estores, sanefas e reposteiros (mais 24,3%). Para além da qualidade conhecida e reconhecida mundialmente, a estratégia das empresas portuguesas de têxteis-lar para ganhar quota no mercado brasileiro passa pela aposta na marca própria em feiras como a Textil House, considerada por muitas empresas do setor como o trampolim para o mercado da América do Sul e uma oportunidade de angariação de novos clientes (lojistas e grandes grupos principalmente) e representantes. No espaço de um ano, Portugal duplicou o número de expositores na Têxtil House. O objetivo é «efetuar uma prospeção de mercado de forma a poder aferir do verdadeiro potencial do mercado, identificar os clientes-alvo e, a partir daí, poder delinear as melhores estratégias que permitam a introdução dos nossos produtos no mercado brasileiro», indica Paulo Pacheco, diretor comercial da J. F. Almeida. «Queremos tomar o pulso a este tão potencial quanto difícil mercado, em 80

82 todas as suas vertentes; como nos estruturar no sentido de conseguir uma penetração efetiva. Para isto, temos que perceber como funciona e obviamente como deve ser trabalhado», acrescenta Vasco Pereira, sócio-gerente da Safártêxtil. Como oportunidades salientamos a especialização industrial, concentração e cooperação empresarial para ganhar dimensão crítica e competitividade, clientes de proximidade e pequenas séries de alto valor acrescentado e ainda a distribuição da marca made in Portugal. Cortiça Portugal garantiu, em 2011, uma quota mundial de 62% no setor da cortiça, exportando 169 mil toneladas equivalentes a 806 milhões de euros, uma recuperação de sete por cento face ao ano anterior. Os dados são do International Trade Center e do Instituto Nacional de Estatística e foram divulgados pela Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR). Portugal é também o terceiro maior importador mundial de cortiça natural, que é exportada posteriormente sob a forma de produtos de consumo final. Em 2011, as importações atingiram 135 milhões de euros e 63 mil toneladas. Apesar da já significativa presença deste produto no mercado brasileiro e de algumas empresas já se encontrarem instaladas no Brasil, a perspetiva de crescimento da produção vinícola brasileira nos próximos anos abre excelentes oportunidades para a exportação deste tipo de produtos. Pescado A abundância de peixe e a sua qualidade, a extensão da linha de costa e a tradicional inclinação para as artes de pesca, aliado com o interesse na cozinha portuguesa por parte dos brasileiros criaram entre nós condições ímpares para a exportação de peixe para o Brasil seja em conservas ou salgado. Portugal é um dos principais fornecedores de peixe para o Brasil. Bens de equipamento O Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil promoveu um estudo sobre o potencial das exportações portuguesas para o Brasil. O estudo foi realizado pela Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo (CPC-SP) com apoio da Cisa Trade. Foram identificados 250 produtos com potencialidades para serem exportados para o Brasil que se encontram subaproveitados. Do setor dos bens de equipamento destacamos os automóveis, partes e peças; máquinas e instrumentos mecânicos e elétricos; produtos de plástico; produtos de metais não ferrosos; produtos de borracha e plástico e torneiras. 81

83 CAPÍTULO ASPETOS PRÁTICOS DE NEGÓCIO 5 PRETENDE-SE FORNECER UM CONJUNTO DE INFORMAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS, CAPAZES DE FACILITAR O DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS NO BRASIL. VISA AUMENTAR O CONHECIMENTO EM DIMENSÕES POR VEZES DESCONSIDERADAS MAS QUE ASSUME GRANDE RELEVÂNCIA NUM PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO. PARTE I: Enquadra 1.INTRODUÇÃO 1.1 Enquadramento 1.2 Objetivos do estudo 1.3 Estrutura do estudo 2.UMA VISÃO GLOBAL 2.1 O Mundo em números 2.2 Tendências globais 3. BRASIL: UM PAÍS DE NOVAS OPORTUNIDADES 3.1 Indicadores Chave 3.2 Perfil Geral 3.3 Situação Económica 3.4 Comércio Internacional 3.5 Principais produtos transacionados 3.6 Investimento Estrangeiro 3.7 Caraterização do tecido empresarial e dos setores de atividade 3.8 Estádio de Desenvolvimento e Índice de Competitividade 3.9 Relações bilaterais Portugal/Brasil 3.10 Condições Legais de Acesso ao Mercado 3.11 Síntese Estratégica 4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES 4.1 Oportunidades de negócio no mercado brasileiro 5. UMA VISÃO PRÁTICA SOBRE OS NEGÓCIOS NO BRASIL 5.1 Como desenvolver negócios 5.2 Entidades facilitadoras 5.3 Cultura de negócios 5.4 Dicas e curiosidades para vender e investir no Brasil 5.5 O que é importante ter em conta numa relação negocial com o mercado brasileiro 5.6 Tributação no Brasil 5.7 Brasil na voz de outros 6. GRANDES CIDADES DO BRASIL 6.1 São Paulo 6.2 Rio de Janeiro 6.3 Minas Gerais 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 82

84 5. UMA VISÃO PRÁTICA SOBRE OS NEGÓCIOS NO BRASIL 5.1 COMO DESENVOLVER NEGÓCIOS Abrir uma empresa Com vista à abertura de uma empresa no Brasil, os interessados necessitam constituir uma sociedade, o que implica escolher uma forma jurídica de acordo com o direito brasileiro, a elaboração dos estatutos ou contrato social e registar a sociedade recém-criada, entre outras formalidades. A lei brasileira não impõe um limite mínimo de capital social para a constituição das duas principais formas de sociedades: sociedade limitada e sociedade anónima. Se for investimento estrangeiro impõe. Embora não seja obrigatório o recurso a sócio brasileiro, em muitas situações, a inclusão de parceiro local pode ser considerada uma mais-valia fundamental para o bom sucesso do negócio, ainda que não signifique qualquer simplificação de procedimentos legais a observar. Existem duas maneiras de constituição de empresas no Brasil: Investimento de reais (que tem de passar pelo Banco Central); Investimento de reais (que tem de passar pelo Banco Central) mais a criação de 10 postos de trabalho para brasileiros no período de dois anos. 2 De destacar que, recentemente, a Lei n.º , de 11 de Julho de 2011, alterou o Código Civil brasileiro para permitir a constituição de empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI), tendo a mesma entrado em vigor a 9 de Janeiro de A empresa individual de responsabilidade limitada é constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, que não pode ser inferior a 100 vezes o maior salário mínimo vigente no País (2012 = R$ 622,00/mês): 4e7-a94b bfbe23b1ff9. 2 Disponível em D1E394163B4A%7 83

85 Pontos fortes do mercado Estabilidade política e económica sistémica; 200 Milhões de consumidores; Ascendência de cerca de 36 milhões de pessoas à classe média durante a vigência de Lula da Silva; Pleno emprego; Mercado sofisticado e com forte concorrência; Mercado favorece o investimento produtivo; Redução progressiva do Estado na economia: Existência de Acordo de Proteção Recíproca do Investimento. Doing Business Elaborado pelo Banco Mundial, o relatório denominado de Doing Business 2013 Brazil que reporta a evolução dos negócios no Brasil, destaca o país na 130ª posição do ranking mundial Doing Business, do qual fazem parte 183 economias. De notar que, no período homólogo, o país perdeu 2 lugares. A presente classificação do Brasil é o resultado da combinação dos seguintes indicadores: Indicadores Doing Business Resolução de Insolvência Resolução de Contratos Comércio Internacional Abertura de Negócio Licença de Construção Obter Eletricidade Registo de Propriedade Brasil 2013 Média da América Latina e Caribe Pagamento de taxas Proteção dos investidores Obtenção de crédito Fonte: Doing Business in Brazil, World Bank Fazendo uma análise mais aprofundada e desagregando os indicadores anteriormente referidos, é possível concluir sobre a evolução do Brasil nos dois últimos anos, assim como a sua posição relativa em cada sub-indicador: Indicador Brasil 2013 Brasil 2012 Iniciar negócio

86 Procedimentos (nº) Tempo (dias) Custo (% das receitas per capita) 4,8 45,4 Capital mínimo de entrada (% das receitas per capita) 0,0 0,0 Lidar com licenças de construção Procedimentos (nº) Tempo (dias) Custo (% das receitas per capita) 36,0 40,2 Obter eletricidade Procedimentos (nº) 6 6 Tempo (dias) Custo (% das receitas per capita) 116,7 130,3 Registo de propriedade Procedimentos (nº) Tempo (dias) Custo (% do valor do imóvel) 2,6 2,6 Obtenção de crédito Força do índice dos direitos legais (0-10) 3 3 Profundidade do índice de informação de crédito (0-6) 5 5 Cobertura de registo público (% de adultos) 46,8 36,1 Cobertura de agências privadas (% de adultos) 62,2 61,5 Proteção dos investidores Índice de transparência (0-10) 6 6 Índice de responsabilidade dos diretores (0-10) 7 7 Índice de acionistas adequados (0-10) 3 3 Índice de força de proteção dos investidores (0-10) 5,3 5,3 Pagamento de taxas Pagamentos (nº por ano) 9 9 Tempo (horas por ano) Comércio Internacional Documentos para exportar (nº) 7 7 Tempo para exportar (dias) Custo para exportar (US$ por contentor) Documentos para importar (nº) 8 8 Tempo para importar (dias) Custo para importar (US$ por contentor) Resolução de contratos Procedimentos (nº) Tempo (dias) Custo (% de queixas) 16,5 16,5 Resolução de insolvência Tempo (anos) 4 4 Custo (% da propriedade) Taxa de recuperação (centavos por dólar) 15,9 17,9 Fonte: Doing Business in Brazil, World Bank 85

87 Apesar de uma perda aparente em alguns subsetores de 2012 para 2013, o Brasil encontra-se com evolução positiva em vários domínios. O indicador que respeita à obtenção de eletricidade é claramente o ponto forte do Brasil, uma vez que o país ocupa, atualmente, a 60ª posição do ranking. Acompanhando esta boa classificação está a proteção aos investidores (82º). Indicadores Positivos: Brasil Média da América Latina Média da Proteção dos investidores Brasil e Caribe OCDE Índice de transparência (0-10) Índice de responsabilidade dos diretores ( ) Índice de acionistas adequados (0-10) Índice de força de proteção dos investidores (0-10) 5,3 Fonte: Doing Business in Brazil, World Bank 5,0 6,1 Inversamente, os restantes indicadores expostos na tabela anterior apresentam resultados muito pouco competitivos, pois no total das 185 economias analisadas, o Brasil está sempre situado nas posições mais desfavoráveis, acima do centésimo posto. A título de exemplo, podem referir-se indicadores como obtenção de licença de construção, pagamento de taxas ou a resolução de insolvências, onde o país se encontra em 131º, 156º e 143º, respetivamente. Indicadores Negativos: Brasil Média da América Latina Média da Pagamento de Taxas Brasil e Caribe OCDE Pagamentos (nº por ano) Tempo (horas por ano) Fonte: Doing Business in Brazil, World Bank Tal como já havia sido referido anteriormente, iniciar atividade no Brasil é um processo relativamente moroso e burocrático segundo o ranking Doing Business 2013 Brazil, está na posição 121 num ranking de 185 economias, estando a América Latina e o Caribe na 98ªposição. No entanto, o país tem demonstrado, desde 2004, uma grande evolução, tendo reduzido as burocracias necessárias para iniciar um negócio. De notar que em cerca de 8 anos o número de procedimentos necessários passou de 17 para 13 e o número de dias para se iniciar atividade de 152 para 119. De uma forma sucinta, o percurso necessário para iniciar uma atividade empresarial no Brasil pode ser dividido em 13 etapas, como se pode verificar no seguinte esquema: 86

88 Iniciar Atividade no Brasil: Procedimentos, dias e custos associados 1. Verificar o nome da empresa com o Registo Comercial do Estado; 1 dia; Custo: sem custo 2. Pagar o imposto de registo; 1 dia; Custo: ver no passo 3 3. Registar na Junta Comercial do Estado onde o novo estabelecimento está localizado e obter o número de identificação NIRE; 1 dia: Custo: R$75 do registo + R$ 50 da taxa de expedição 4. Registar na Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, SRF/MF) e obter o número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ e o número fiscal, que regista o s empregados no Instituto Nacional da Segurança Social; 15 a 25 dias, incluindo uma visita de inspeção; Custos: sem custos 8. Aplicar e obter a certificação digital (token) para o uso da fatura eletrónica; 2 dias; Custo: de R$450 a R$ Pagar a taxa de fiscalização do estabelecimento TFE; 1 dia em simultaneo com o passo 6; Custo: R$ (para negócios de retalho) e pode variar consoante a atividade 6. Registar-se na Secretaria Municipal de Finanças em São Paulo; 5 dias; Custo: sem custos 5. Receber a inspeção dos Impostos; 1 dia em simultâneo com o passo 3); Custos: sem custos 9. Pedir um auto de licença de funcionamento na Secretaria Municipal de Finanças; 90 dias ; Custo: sem custos 10. Registar os empregados no Programa de Integração Social PIS; 1 dia; Custo: sem custos 11. Abrir um fundo para o desemprego numa conta bancária, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGTS integrando-os no Programa de Integração Social, PIS/PASEG; 1 dia, em simultâneo com o passo 10; Custo: sem custos 12. Notificar o Ministério do Trabalho, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CAGED; 1 dia em simultâneo com o passo 10; Custos: sem custos 13. Registar no Sindicato dos Patrões e no Sindicato dos Empregados ; 5 dias, simultâneo com o passo 10; Custo: Imposto anual dependendo do Sindicato Fonte: Doing Business in Brazil, World Bank 87

89 5.2 ENTIDADES FACILITADORAS Para encurtar os quase 8 mil quilómetros entre Portugal e o Brasil, os empresários podem e devem recorrer a entidades coletivas, públicas e privadas, que prestam informação e serviços de proximidade entre os dois mercados. EM PORTUGAL AICEP Portugal Global, E.P.E., Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal Porto Rua Júlio Dinis, 748 9º Dto Porto Portugal Tel.: Fax: Lisboa Av. 5 de Outubro, Lisboa Portugal Tel.: aicep@portugalglobal.pt A AICEP Portugal Global é uma entidade pública de natureza empresarial vocacionada para o desenvolvimento de um ambiente de negócios competitivo que contribua para a globalização da economia portuguesa, tendo como principais objetivos a promoção da internacionalização das empresas portuguesas e apoiar a sua atividade exportadora, captar investimento estruturante e promover a imagem de Portugal com iniciativas criadoras de valor para o nosso país. 88

90 Através dos seus Gestores de Cliente e da sua rede comercial externa que, em articulação com a rede diplomática e consular assegura presença em cerca de 80 mercados a aicep Portugal Global presta serviços de suporte e aconselhamento sobre a melhor forma de abordar os mercados externos, identifica oportunidades de negócios internacionais e acompanha o desenvolvimento de processos de internacionalização das empresas portuguesas, nomeadamente, PME. Esta Agência tem procurado aumentar o seu foco no cliente / investidor, isto é, nas empresas. Com este propósito criou na sua organização a figura do Gestor de Cliente que vai ao encontro das necessidades da sua carteira de clientes através de várias soluções e relacionamentos de longo prazo. A AICEP tem assim um papel fundamental na internacionalização das empresas portuguesas. A aicep Portugal Global tem uma vasta Rede Externa integrada com o Ministério dos Negócios Estrangeiros para apoiar as PME nacionais no seu esforço de internacionalização ou atividade exportadora. A Rede, constituída por diversas delegações e escritórios dentro e fora da Europa, é uma frente avançada na identificação de novos negócios, mercados e potenciais investidores no nosso país. No Brasil a AICEP está presente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Embaixada do Brasil em Lisboa Estrada das Laranjeiras, Lisboa Tel.: I Fax: geral@embaixadadobrasil.pt 89

91 Consulado Geral do Brasil em Lisboa Praça Luís de Camões, 22 1º Esq Lisboa Fax: Consulado Geral do Brasil no Porto Avenida de França, 20 1º Porto Tel.: Fax: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira Av. Conselheiro Fernando de Sousa, nº 11-6º Lisboa Tel.: I Fax: geral@ccilb.net Autoridade Tributária e Aduaneira Rua da Alfândega, n.º 5, r/c Lisboa Portugal Tel.: Linha Azul: at@at.gov.pt/dgaiec@dgaiec.min-financas.pt Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) Av. Conde Valbom, Lisboa Tel.: (+351) Fax: (+351) correio.asae@asae.pt I Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DAGV) Largo da Academia Nacional das Belas Artes, Lisboa Tel.: (+351) Fax: (+351) Linha Azul veterinária@mail.telepac.pt 90

92 Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) Direção de Serviços de Higiene Pública Veterinária Dr. Miguel Cardo Rua Elias Garcia, 30 Venda Nova Amadora Portugal Tel.: (+351) I Fax.: (+351) agoncalves@dgv.min-agricultura.pt NO BRASIL ENTIDADES OFICIAIS PORTUGUESAS Embaixada de Portugal em Brasília Avenida das Nações, Quadra 801, Lote 2 CEP Brasília DF Tel.: Fax: embaixadadeportugal@embaixadadeportugal.org.br Consulado Geral de Portugal em Belém Rua dos Mundurucus, 3100 Sala 1202 e 1203 Edifício Metropolitan Tower CEP Belém do Pará PA Tel.: (+55 91) Fax: (+55 91) mail@belempara.dgaccp.pt Consulado Geral de Portugal em Belo Horizonte Avenida Álvares Cabral, º Belo Horizonte MG Tel.: (+55 31) Fax: (+55 31) mail@cnbel.dgaccp.pt Consulado Geral de Portugal em Curitiba Rua Visconde do Rio Branco, º CEP Curitiba Centro Tel.: (+55 41) Fax: (+55 41) mail@curitiba.dgaccp.pt Consulado de Portugal no Recife Avenida Eng.º Domingos Ferreira, º Edifício Blue Tower 91

93 Boa Viagem CEP Recife PE Tel.: (+55 81) Fax: (+55 81) Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro Avenida Marechal Câmara, 160 Sala 1809 Edifício Orly CEP Rio de Janeiro RJ Tel.: (+55 21) Fax: (+55 21) / mailconsulado@rio.dgaccp.ptmailto:mail@rio.dgaccp.pt Consulado de Portugal em Salvador Avenida Tancredo Neves, 1632 Edf. Salvador Trade Center Torre Norte Sala 109 CEP Salvador-Bahia Tel.: (+55 71) /1499 Fax: (+55 71) mail@salvador.dgaccp.pt Consulado de Portugal em Santos Rua Ana Costa, nº 25 5º andar Vila Mathias Santos SP Tel.: (13) / 1068 / I Fax: (13) mail@santos.dgaccp.pt I Consulado Geral de Portugal em São Paulo Rua Canadá, 324 Jardim América São Paulo SP Tel.: (+55 11) Fax: (+55 11) Instituto Camões - Centro Cultural Português em Brasília Avenida das Nações, Quadra 801 Lote Brasília DF Tel.: (+55 61) Fax: (+55 61) geral@institutocamoes.org.br aicep Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo Edif. do Consulado Geral de Portugal Rua Canadá, Jardim Europa São Paulo SP Tel.: / 1832 Fax: aicep.s.paulo@portugalglobal.pt 92

94 s Nacionalidade Vistos Transcrições Bilhete de Identidade e Passaporte passaporte@cgspl.dgaccp.pt Apoio social socialcultural@cgspl.dgaccp.pt Outros assuntos duvidas@cgspl.dgaccp.pt ENTIDADES OFICIAIS BRASILEIRAS Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA SIA Trecho 5, Área Especial, 57 lote 200 CEP Brasília DF Brasil Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos APEX Setor Bancário Norte SBN Quadra 2 Lote 11 Ed. Apex-Brasil Brasília DF Tel.: A APEX Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, enquanto entidade responsável pela angariação de Investimento Direto Estrangeiro, pode ser abordada por potenciais promotores externos interessados em investir no Brasil. Câmara de Comércio Exterior CAMEX Esplanada dos Ministérios, Bloco J 7º Sala 700 CEP Brasília DF Tel.: / Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI Rua Mayrink Veiga, nº 9 Praça Mauá, 7 CEP Rio de Janeiro RJ Tel.: Fax:

95 Instituto Brasileiro de Turismo EMBRATUR SCN Quadra 2, Bloco G Brasília DF Tel.: (+55 61) Ministério da Fazenda Esplanada dos Ministérios, Bloco P Brasília DF Tel.: (+55 61) / Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) Esplanada dos Ministérios, Bloco J - 8º andar Brasília DF Tel.: (+55 61) secex@desenvolvimento.gov.br Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE Rua Vergueiro, 1117 Paraíso CEP São Paulo SP Tel.: (+55 11) ASSOCIAÇÕES Associação Brasileira de Comércio Exterior ABRACEX Alameda Joaquim Eugénio de Lima, 1467 CEP São Paulo SP Tel.: abracex@abracex.org.br Associação de Comércio Exterior do Brasil AEB Avenida General Justo, º CEP Centro Rio de Janeiro RJ Tel.: Fax:

96 Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT Rua Minas Gerais, 190 Higienópolis São Paulo SP Tel.: BANCOS Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, BNDES Órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil que pode avaliar e financiar investimentos em território brasileiro, sendo atualmente o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia. Edifício de Serviços do Rio de Janeiro - EDSERJ Av. República do Chile, Centro Rio de Janeiro RJ Edifício Ventura Corporate Towers Av. República do Chile, Centro Rio de Janeiro - RJ Banco Central do Brasil, BACEN SBS Quadra 3, Bloco B Edf. Sede - Segundo Subsolo Brasília DF Fax: Banco Banif Brasil Rua Minas de Prata, º e 17.º São Paulo SP Tel.: Fax:

97 BPN Brasil Banco Português de Negócios Av. das Nações Unidas, º CEP São Paulo SP Tel.: Fax: Banco Caixa Geral Rua Joaquim Floriano, º São Paulo SP Tel.: S. Paulo E.S. Representações Ltda. Av. Brigadeiro Faria Lima, º CEP São Paulo SP Tel.: ( ) I Fax: ( ) administracao@besrep.com.br I Finantia Brasil. Ltd. Rua James Joule, º - CJ São Paulo SP Tel.: (+55 11) Fax: (+55 11) financia@finantia.com.br Millennium BCP Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, º - Conj. 152 CEP São Paulo SP Tel.: (+55 11) Fax: (+55 11) CÂMARAS DE COMÉRCIO BILATERAIS Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil Avenida da Liberdade, º São Paulo SP Tel.: Fax.:

98 Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil Baía Rua Fonte do Boi, 216 Hotel Pestana, Loja F Rio Vermelho CEP Salvador Bahia Brasil Tel.: Fax: diretoriaba@brasilportugal.org.br Câmara Brasil-Portugal no Ceará Comércio. Indústria e Turismo Avenida Barão de Studart, º Edf. Casa da Indústria FIEC CEP Fortaleza Ceará Tel.: Fax: secretariace@brasilportugal.org.br Câmara de Comércio Luso-Brasileira em Minas Gerais Av. do Contorno, º andar Bairro Funcionários CEP Belo Horizonte MG Tel.: Fax: secretaria@camarabrasilportugal.com.br Câmara Luso-Brasileira de Indústria, Comércio e Serviços do Pará Travessa Quintino Bocaiúva, Bloco A 2º CEP Belém PA Tel.: Fax: contato@camaraportuguesa-pa.com.br Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil Paraná Rua Dr. Faivre, 123 Centro CEP Curitiba Paraná Brasil Tel.: (+55 41) I Fax.: (+55 41) camarabrptparana@gmail.com I Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil / Portugal Pernambuco Rua da Aurora, º Santo Amaro Recife PE Tel.: Fax:

99 Câmara de Comércio Portuguesa no Brasil Rio Grande do Sul Rua Andrade Neves, 155 Conj. 134 Cep Porto Alegre RS Tel.: Fax: Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro Avenida Graça Aranha, 1 6 º CEP Rio de Janeiro RJ Tel.: / Fax: atendimento@camaraportuguesa-rj.com.br Câmara Brasil-Portugal Distrito Federal Embaixada de Portugal Av. Das Nações, lote 2 Qd. 801 CEP 30, Brasília DF Tel.: I Fax.: secretariadf@brasilportugal.org.br I Câmara Brasil-Portugal do Rio Grande do Norte Rua Raimundo Chaves, 2182 Sala 101 CEP Natal RS Tel.: Câmara-rn@brasilportugal.com.br I OUTRAS ENTIDADES Bolsa de Valores do Estado de São Paulo BOVESPA Praça Antonio Prado, 48 Rua XV de Novembro, 275 CEP São Paulo SP Tel.: (+55 11) I Fax: (+55 11) bovespa@bovespa.com.br 98

100 Centro de Distribuição Eletrónico de Produtos Portugueses no Brasil Operado pela Cisa Trading, S.A. Av. Juscelino Kubitschek, Torre II 8.º São Paulo SP Tel.: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior FUNCEX Av. Rio Branco, Gr Rio de Janeiro RJ Tel.: Fax: funcex@funcex.com.br 99

101 ACORDOS BILATERAIS Importa ainda referir que, por forma a promover e a reforçar o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países, foram celebrados os seguintes acordos/convenções entre Portugal e o Brasil: Turismo Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo(em vigor desde 1 de novembro de 2008) Pessoas Acordo sobre a Facilitação de Circulação de Pessoas(em vigor desde 5 de dezembro de 2007); Acordo sobre a Contratação Recíproca de Nacionais(em vigor desde 20 de outubro de 2003); Acordo de Segurança Social ou Seguridade Social(em vigor desde 16 de abril de 1995). Fiscalidade Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento(em vigor desde 5 de Outubro de 2001) Investimento Acordo sobre a Promoção e a Proteção Recíproca de Investimentos(que aguarda a troca de instrumentos de ratificação para a respetiva entrada em vigor); Acordo sobre Cooperação Económica e Industrial (em vigor desde 1982). Azeite O acordo implica uma validação por parte dos laboratórios portugueses, públicos e privados, que são especializados na certificação da qualidade do azeite nacional. O documento prevê ainda uma cooperação institucional e técnica, desenvolvida pelos agentes económicos dos dois países, permitindo o respeito pelas normas de controlo de qualidade nos processos de produção, análise, certificação, rotulagem e comercialização do azeite. Fonte: aicep Portugal Global, Brasil Ficha de Mercado (maio 2013) 100

102 5.3 CULTURA DE NEGÓCIOS O Brasil sofreu influência de vários povos (europeus, africanos, japoneses, americanos), costumes e etnias que formaram o povo brasileiro de maneira que não podemos dizer que há uma cultura brasileira bem definida, mas sim uma diversidade cultural. No entanto, apesar da diversidade étnica existente, há muitos autores no campo das ciências sociais brasileiras que apontam para a existência de uma discriminação velada, implícita nas relações sociais que está relacionada não só com a raça mas sim com a situação económica e cultural. O povo brasileiro é por natureza um povo alegre, acolhedor, criativo, simpático, positivo, individualista e pouco poupado. A forma de viver brasileira assenta no otimismo. Regra geral os brasileiros repudiam o conservadorismo europeu, conseguem ser simples e esforçados como ao mesmo tempo podem com o jeitinho brasileiro encurtar distâncias, aproximar diferenças, reunindo o público e o privado. A situação económica e a fase de crescimento e prosperidade que o Brasil atravessa tem tido influências na sociedade, hábitos e costumes brasileiros. Exemplo disso é a utilização crescente da informática nas relações populacionais. No entanto apresenta alguns problemas que retardam o seu desenvolvimento tais como a corrupção, educação e segurança. A falta de segurança é uma das marcas do país e é necessário tomar certos cuidados, para se deslocar é preferível ir de automóvel e preferencialmente de dia e acompanhado. Na cultura brasileira o contacto físico é um elemento importante na comunicação. Para fazer negócios é necessário tempo, muita relação e diálogo onde as conversas informais têm um papel importante. O tempo é um recurso em que vale a pena investir. O relacionamento entre as pessoas é muito importante na cultura brasileira, uma vez que os brasileiros preferem fazer negócios com quem confiem. No contexto negocial, apesar de sermos países culturalmente próximos, fatores de cariz cultural tais como a violência, a falta de pontualidade, o excesso de informalidade no ambiente de trabalho, o carácter pouco direto da comunicação, entre outros fatores, podem incomodar os empresários portugueses, pelo que devem procurar entender uma nova cultura e os seus códigos sociais, de modo a saberem interpretar com naturalidade a realidade local. A sociedade e o profissionalismo do país devem ser valorizados e para firmar um negócio devese ter paciência, vontade, esforço e um planeamento prévio consciente. Encontrar uma solução rápida e estar preparado para mudanças de planos é algo importante na negociação com um brasileiro, uma vez que são conhecidos por encontrar rapidamente formas de contornar problemas. Pode demorar até que um brasileiro vá direto ao assunto, pode demorar até conseguir conquistar a sua confiança e a simpatia do parceiro comercial brasileiro. É preferível que a postura seja de procurar juntar forças e oferecer o know-how e não uma postura de competir com as empresas locais. Relativamente a processos burocráticos os trabalhadores estrangeiros precisam de visto de residência e permissão de trabalho. Os portugueses não precisam de visto se viajarem como 101

103 turistas ou a negócios mas, nestes casos, a permanência não pode ultrapassar os três meses. A complexidade da burocracia é uma das principais dificuldades: pode levar até seis meses para se conseguir todos os papéis. Assim, observando detalhadamente os vários momentos relacionados com o protocolo de negócios, destaca-se o seguinte: Cumprimento ou Saudação Um aperto de mão com a mão direita é a forma mais usual de se cumprimentar alguém nas mais variadas situações, no entanto, não será de estranhar que o cumprimento seja feito com as duas mãos. Em situações mais informais os brasileiros tendem a cumprimentar com um ou dois beijos na face ou abraçar levemente. A parte relativa à saudação das pessoas é muito importante e bastante apreciada pelo povo brasileiro, mesmo quando não se conhece as pessoas. Estilo de Comunicação Na cultura brasileira o contacto físico é um elemento importante na comunicação. Para fazer negócios é necessário tempo, muita relação e diálogo em que as conversas informais têm um papel importante nomeadamente falar de futebol, família, filhos e música e evitar falar da Argentina, politica, pobreza, religião e floresta tropical. Se alguém interromper não se pode ofender, porque interrupções são vistas como "sinais de entusiasmo". Conversas longas e animadas são um hábito apreciado pelos brasileiros que falam alto, principalmente em ocasiões informais. Os brasileiros comunicam muito com o corpo, falam muito próximos com muito contacto físico. Pontualidade e Horários O horário de trabalho é longo e costuma ir das 8h30 até além das 18h. Em São Paulo, por exemplo, é frequente prolongar o dia de trabalho até as 21h. Não é habitual, no entanto, trabalhar aos fins-de-semana. No entanto, tempo é abordado de uma forma descontraída e flexível, a pontualidade e planos precisos não são muito comuns. Os brasileiros tendem a viver num ritmo mais lento o que em termos de negócios pode resultar em negociações longas. Desta forma, pode acontecer que os brasileiros não sejam muito pontuais ou cancelem sem aviso prévio o que não se deve interpretar como má educação ou desleixo. Os compromissos/reuniões começam e acabam tarde. Tabus Não é correto ou moralmente aceitável recusar convites para um almoço, um jantar ou outro acontecimento semelhantes. Não é correto ou moralmente aceitável recusar alimentos ou bebidas oferecidas durante as reuniões. Não ficar melindrado quando interrompido durante uma reunião. 102

104 Não mostrar sentimentos de frustração ou impaciência porque reflete negativismo e pode causar algum desagrado nos parceiros brasileiros, uma vez que estes orgulham-se da sua capacidade de estar no controle e agindo de forma semelhante irá melhor a relação entre ambos. Aconselhável agendar tempo entre as reuniões para dar margem de manobra para possíveis adiamentos ou reagendamentos de última hora. Não é correto mudar as pessoas envolvidas na negociação a meio do processo, pois causa desconfiança e má imagem. Esperar firmar o negócio com uma refeição, uma vez que simboliza uma celebração. Se pretende dar um presente ao anfitrião da reunião evite as cores preto e roxo (cores fúnebres no Brasil) e escolha algo inteligente, de pequeno porte e/ou exclusivas do seu país. Indumentária No mundo dos negócios é importante ter uma vestimenta bem engomada e com um ar limpo, sendo aconselhado um traje conservador para ambos os sexos, embora tecidos mais leves sejam aceites. Mais especificamente: Nos homens Um fato ou umas calças clássicas escuras com uma camisa e gravata. Nas mulheres Um fato ou um vestido com um blazer e evitar demonstrações extravagantes de riqueza por questões de segurança. Títulos e Cartões-de-Visita O uso de títulos e nomes próprios variam de empresa para empresa, no entanto numa primeira reunião deve dirigir-se ao seu parceiro comercial brasileiro pelo título e sobrenome. Nos contactos seguintes é comum usar o nome próprio ou então o título seguido do nome próprio. Em relação aos cartões-de-visita as informações devem vir em inglês e português e distribui-los a todos os presentes dando um aperto de mão e certificando-se que o texto em português fica a cima. Atenção para o facto de que este procedimento deve ser realizado sempre com a mão direita. Reuniões As reuniões devem ser programadas com duas semanas de antecedência e confirmadas dois dias antes por cortesia. Aconselha-se a marcar reuniões entre as 10 e o meio-dia ou entre as três e as cinco da tarde porque os almoços podem ser demorados. As reuniões nunca começam a horas, no entanto é aconselhável que no caso de um estrangeiro, este seja pontual, pois poderá haver algum tipo de conversa mais informal pré reunião. O primeiro afazer numa reunião, deverá ser cumprimentar as pessoas com cargos mais elevados dentro da empresa. Saber se com quem estamos a falar é quem toma as decisões. Apesar da primeira reunião ser num tom formal, as seguintes decorrerão num ambiente mais informal e descontraído. 103

105 Comummente, uma pequena conversa casual antecede uma conversa mais formal, pelo que é recomendado perguntar sobre a saúde da pessoa ou sobre a família, antes de começar o negócio. É igualmente usual a negociação começar com a pessoa que iniciou a reunião, ficando o seu desfecho a cargo da pessoa hierarquicamente mais influente. No final o processo de apertos de mão e beijos tem que ser repetido o que pode levar algum tempo. A decisão final é comunicada pessoalmente uma vez que o contacto visual é muito importante. Processo de Negociação Mais uma vez se refere a importância do relacionamento pessoal para fechar negócios e construir uma parceria duradoura. Inicialmente pode-se sentir alguma desconfiança que passará com o estabelecimento de contactos (reuniões, almoços e jantares) mais constante. Em cada negociação com brasileiros é estabelecida uma relação de amizade e esperado um favor em troca. Outra forma de estabelecer confiança é através de networking e referências anteriores, contratar um advogado local facilitador dos processos burocráticos. É aconselhável marcar o encontro para a introdução de um negocio e depois continuar a discussão por ou telefone até voltar a fechar negócio num encontro presencial. Outra característica dos brasileiros é o incumprimento de prazos e a emotividade transferida para as reuniões e processos de negociação. Alguma discussão durante o negócio é expectável. Os brasileiros estão abertos a novas ideias mas no entanto não sabem lidar com críticas e tomam as coisas muito pessoalmente. Sendo que se espera que os negociantes brasileiros proponham preços inflacionados podendo mover-se cerca de 40% entre o valor final e a oferta inicial. Podem usar técnicas enganosas e de pressão de modo a obter vantagens. As ofertas finais podem ser feitas mais do que uma vez e raramente são finais. Deve-se portanto deixar espaço para várias concessões em diferentes períodos de negociação. No entanto não devem ser usadas técnicas de pressão de tempo porque podem dar sinal de indisponibilidade levando até ao fim da negociação. 104

106 5.4 DICAS E CURIOSIDADES PARA VENDER E INVESTIR NO BRASIL 1. Quais os passos para entrar no mercado Brasileiro? A primeira medida a ser tomada deverá ser contactar uma Sociedade de Advogados para facilitar a comunicação, facto que se apresenta como uma grande vantagem competitiva para penetrar neste mercado. Posteriormente, devem começar as ações que dizem respeito à constituição de uma sociedade no Brasil, onde se pode referir: Verificar o nome da empresa com o Registo Comercial do Estado; Pagar o imposto de registo; Registar na Junta Comercial do Estado onde o novo estabelecimento está localizado e obter o número de identificação NIRE; Registrar na Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, SRF/MF) e obter o número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ e o número fiscal, que regista o s empregados no Instituto Nacional da Segurança Social; Receber a inspeção dos Imposto; Registar-se na Secretaria Municipal de Finanças em São Paulo; Pagar a taxa de fiscalização do estabelecimento TFE; Aplicar e obter a certificação digital (token) para o uso da fatura eletrónica; Pedir um auto de licença de funcionamento na Secretaria Municipal de Finanças; Registar os empregados no Programa de Integração Social PIS; Abrir um fundo para o desemprego numa conta bancária o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGTS integrando-os no Programa de Integração Social, PIS/PASEG; Notificar o Ministério do Trabalho, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CAGED; Registar no Sindicato dos Patrões e no Sindicato dos Empregados; 2. Que entidades devem ser contactadas para obter melhor suporte? Destaque para: A APEX Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, enquanto entidade responsável pela angariação Investimento Direto Estrangeiro, pode ser abordada por potenciais promotores externos interessados em investir no Brasil: A AICEP Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo, uma entidade portuguesa pública de natureza empresarial vocacionada para o desenvolvimento de um ambiente de negócios competitivo, promovendo a internacionalização das empresas portuguesas e apoiar a sua atividade exportadora, captar investimento captar investimento estruturante, promover a imagem de Portugal com iniciativas criadoras de valor para o nosso país e presta serviços de suporte e aconselhamento sobre a melhor forma de abordar os mercados externos: A CAMEX - Câmara de Comércio Exterior Conforme Decreto nº 4.732/2003, é um órgão integrante do Conselho de Governo da Presidência da República brasileira e tem por objetivo a 105

107 formulação, adoção, implementação e coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, incluindo o turismo. E como áreas de atuação engloba as seguintes: Defesa Comercial; Tarifa Externa Comum; Consolidação de Normas; Facilitação de Comércio e Logística; Financiamento e Garantia às Exportações e Negociações Internacionais. A SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, é uma entidade privada sem fins lucrativos que promove programas de capacitação, estímulo ao associativismo, desenvolvimento territorial e acesso a mercados. Trabalha pela redução da carga tributária e da burocracia para facilitar a abertura de mercados e ampliação de acesso ao crédito, à tecnologia e à inovação das micro e pequenas empresas. As áreas de atuação da SEBRAE assentam nos pilares da economia brasileira: Comércio e Serviços; Indústria e Agro-indústria. Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil é uma associação civil, sem fins lucrativos que tem como objetivos: promover e assessorar o comércio e incentivar o desenvolvimento dos negócios e das relações económicas e sociais entre Portugal e o Brasil; realizar encontros, seminários, palestras e missões empresariais visando o aprimoramento das relações bilaterais, bem como o intercâmbio tecnológico, cultural e turístico dos dois países; acompanhar o processo decisório do poder público em assuntos que afetem os negócios bilaterais, com o objetivo de representar os legítimos interesses dos membros associados; promover redes de contactos entre os seus membros associados, bem como mantê-los informados acerca das tendências dos setores de comércio, investimentos e tecnologia; desenvolver, promover e realizar projetos culturais de fomento e divulgação das culturas brasileira e portuguesa, em todas as áreas de manifestação artística, executando a captação de verbas, e realizando eventos culturais e artísticos; e criar e/ou operar centro de mediação e arbitragem para administrar as mediações e arbitragens que lhe forem submetidas. O BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social é uma empresa pública federal, e é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental. Tem programas, fundos e apoio financeiro que pode ajudar as empresas

108 3. É necessário ter um sócio nativo para iniciar atividade? Por norma, a legislação comercial brasileira não requer que parte do capital social de uma sociedade comercial seja possuída por um sócio brasileiro. No entanto, e como já referido anteriormente, em muitas situações a inclusão de um parceiro local pode ser uma mais-valia para o sucesso do negócio, ainda que não signifique qualquer simplificação de procedimentos legais a observar. 4. Qual é o investimento mínimo necessário para entrar no mercado Brasileiro? Existem duas maneiras de constituição de empresas no Brasil: Investimento de reais (que tem de passar pelo Banco Central); Investimento de reais (que tem de passar pelo Banco Central) mais a criação de 10 postos de trabalho para brasileiros no período de dois anos. Disponível em: 5. Que tipo de serviços de apoio e incentivos ao investimento existem? O Acordo sobre a Promoção e a Proteção Recíproca de Investimentos assinado por Portugal e o Brasil (que aguarda a troca de instrumentos de ratificação para a respetiva entrada em vigor) e celebrada a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento (em vigor desde 5 de Outubro de 2001). Relativamente aos incentivos, existem alguns incentivos federais ao investimento produtivo, à inovação e exportação: Estes foram aprovados no âmbito do Plano Brasil Maior: consultar as medidas mais recentes. A nível de incentivos federais existem os seguintes regimes: Regime de Redução de Imposto de Importação para Bens de Capital sem Similar Nacional; Regime Especial para Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (RECAP); Medidas de Fortalecimento da Indústria - Estímulo às Exportações e à Reestruturação Produtiva; Incentivos à Inovação Tecnológica. A nível de financiamento existem os seguintes organismos: Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES); Banco da Amazónia; Banco do Nordeste do Brasil; Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul; Financiadora de Estudos e Pesquisas (FINEP). 107

109 6. O Brasil é um país de destino privilegiado para o investimento? Desde logo apresenta-se como um país de referência no panorama sul-americano, sendo que está em expansão e é elogiado por analistas internacionais. A transmissão de segurança parece cativar bastante os empresários. A situação geografia e a sua posição de destaque no MERCOSUL fazem do Brasil um país atraente para investimentos. Por sua vez, o governo brasileiro tem vindo a: Implementar reformas e políticas; Gerar poupanças fiscais; Prestar apoio monetário contraciclo, através do relaxamento da política monetária, da flexibilidade cambial e da provisão de liquidez; Reforçar a poupança e competitividade; Aumentar produtividade. 108

110 5.5 TRIBUTAÇÃO NO BRASIL Os impostos existentes em cada país e o seu regime tributário são fatores fundamentais para possíveis investidores e empresários que pretendam internacionalizar o seu negócio. O sistema tributário brasileiro é regulado pela Constituição Federal e pelo Código Tributário Nacional (CTN), aplicados a toda a União Federal, Estados, Municípios e Distrito Federal. O sistema fiscal brasileiro abrange várias categorias de impostos, sendo os principais: Impostos sobre o rendimento; Impostos sobre a produção e circulação de bens, e sobre serviços e comércio transfronteiriço; Impostos sobre as operações financeiras. Principais impostos: 1. Tributos Federais Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto de Importação (II); Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); 2. Impostos Estaduais e do Distrito Federal Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e restação de Serviços (ICMS); 3. Contribuições Contribuição Social sobre o lucro (CSL); Contribuição Social para o financiamento da Segurança Social (COFINS); Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS); 4. Tributos Municipais Imposto sobre Serviços (ISS). 5. Tributação de certos pagamentos ao Estrangeiro: Imposto sobre mais-valias; Dividendos; Juros; Juros sobre o Capital Próprio (JCP); Tratados para evitar dupla tributação; Regras de subcapitalização. Os quadros que se seguem, pretendem efetuar uma descrição mais aprofundada dos principais impostos, relatando as suas principais taxas e especificações: 109

111 Tributos Federais Residentes no Brasil estão sujeitos à tributação em bases universais, ou seja, toda a renda auferida deve ser oferecida à tributação, independentemente de a fonte estar situada no Brasil ou no exterior. Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) As pessoas jurídicas residentes no Brasil podem optar por três diferentes métodos para apurar a base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSL): lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado. A escolha do lucro real e do lucro presumido é facultativa, todavia, o método do lucro real é obrigatório para pessoas jurídicas que se enquadrem nas seguintes condições: cujo total de receitas auferidas no ano anterior seja superior a R$ ,00; cujos rendimentos ou ganhos tenham sido auferidos no exterior por meio de filiais estrangeiras ou de escritórios de representação (rendimentos derivados de exportação de bens ou serviços não são considerados como obtidos no exterior); que sejam instituições financeiras ou assemelhadas; que realizem atividade de factoring; que tenham direito a benefícios fiscais e a isenções específicas. No lucro real, o imposto é calculado em base anual ou trimestral sobre o lucro apurado antes dos impostos, devidamente ajustado de acordo com as disposições da legislação tributária aplicável. Na hipótese de a empresa optar pelo pagamento em bases anuais, o lucro será calculado com base nas demonstrações financeiras levantadas em 31 de Dezembro, referente ao anocalendário inteiro, no entanto, o imposto deverá ser pré-pago mensalmente. A pessoa jurídica optante pelo lucro real está sujeita ao Imposto de Renda com taxa de 15%, acrescida do adicional de 10% caso seu lucro exceda R$ ,00 por mês. No lucro presumido o imposto é calculado em bases trimestrais, com uma margem de lucro calculada mediante a aplicação de um percentual fixo sobre a receita bruta auferida pela pessoa jurídica, sem nenhum ajuste ou dedução. O percentual de presunção pode variar de acordo com as atividades exercidas pelo contribuinte, de 8% (operações comerciais e industriais) até 32% (prestadores de serviço). O lucro arbitrado é aplicado apenas em casos excecionais, quando, a autoridade tributária encontra sinais de fraudes ou, por outra razão o contribuinte não pode fornecer a declaração à autoridade competente. No lucro arbitrado, consideram-se todas as operações de vendas, operações financeiras e outras fontes que podem fornecer uma estimativa de lucros. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Incide na saída de produtos industrializados, bem como na importação. Não sendo cumulativo, permitindo que o valor do imposto devido seja compensado com os créditos relativos ao imposto cobrado na compra de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem. Todavia, não é admitido crédito relativo a bens destinados ao ativo permanente. As taxas, que incidem sobre o valor da operação da qual decorra a saída da mercadoria, variam de acordo com a essencialidade do produto (em média 10%). Esse imposto não incide nas operações de exportação. Imposto de Importação (II) Incide na importação de produtos do exterior para o território brasileiro. O II possui taxa que varia de acordo com a natureza do produto importado e com a classificação que este possui na Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM). Em geral, a taxa varia de 0% a 35%. O II não é um imposto recuperável. 110

112 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) Incide sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou a valores mobiliários. As taxas do IOF variam de 0% até 25% e há circunstâncias de isenção, de acordo com os objetivos monetários, com o câmbio e com políticas fiscais. Impostos Estaduais e do Distrito Federal Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) O Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), principal imposto estadual, incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias (onerando toda a sua fase de industrialização e comercialização, inclusive importação) e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. É um imposto não cumulativo, permitindo que o valor do imposto devido seja compensado com os créditos relativos ao imposto cobrado na compra de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem. O crédito relativo a bens destinados ao ativo permanente é admitido com restrições. O ICMS não incide nas operações de exportação. Contribuições Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSL) Incide sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas antes do imposto de renda apurado nos termos da legislação comercial, ajustado na forma da lei. A taxa da CSL para entidades não financeiras é de 9% (15% para entidades financeiras). Contribuintes que optem pelo lucro presumido estão sujeitos a uma base de presunção de 12% ou 32%. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) São contribuições cobradas mensalmente sobre a receita auferida por pessoas jurídicas. Existem dois regimes para o PIS e a COFINS. Geralmente, empresas que optam pelo lucro presumido estão sujeitas ao regime cumulativo, ao passo que as empresas que optam pelo lucro real são sujeitas ao regime não cumulativo de PIS e COFINS. Salvo raras exceções, no regime cumulativo o PIS e a COFINS incidem à taxa combinada de 3,65% sobre vendas e prestação de serviços e, no regime não cumulativo, o PIS e a COFINS incidem à taxa combinada de 9,25% sobre a receita bruta. O PIS e a COFINS também incidem na importação de bens e serviços do exterior à taxa combinada de 9,25%. O montante pago é, normalmente, recuperável como crédito fiscal de entrada, caso o contribuinte seja optante pelo regime não cumulativo. Tributação de certos pagamentos no estrangeiro A tributação incidente sobre investimentos detidos por estrangeiro no Brasil dependerá do regime adotado para registo desse investimento perante o BACEN. Existem dois regimes para realizar o registo de investimento estrangeiro em pessoas jurídicas no Brasil, a saber: um regime de acordo com a Lei nº 4.131/62, como Investimento Estrangeiro Direto por meio de aquisição de participações societárias, ou outro por meio da Resolução BACEN nº 2.689/00. Investidores estrangeiros, geralmente, são tributados no Brasil na fonte produtora de renda, 111

113 por meio de retenções. Como regra, investidores estrangeiros estão sujeitos às regras descritas abaixo. Imposto sobre Mais-Valias Por regra, as mais-valias auferidas por residentes estrangeiros estão sujeitas a imposto sobre o rendimento à taxa de 15%, que deve ser retido na fonte e entregue ao Estado pela fonte brasileira de rendimentos, a menos que o beneficiário seja residente num paraíso fiscal; neste caso, será aplicada a taxa de 25%. As mais-valias auferidas no estrangeiro relativamente a transações que envolvam bens situados no Brasil estão sujeitas ao Imposto de Renda brasileiro, mesmo se a transação se efetue apenas entre residentes estrangeiros. Dividendos Os dividendos distribuídos por uma sociedade brasileira aos seus acionistas, dentro ou fora do Brasil, não estão sujeitos a qualquer retenção na fonte. Juros Para além do pagamento de dividendos, as sociedades brasileiras, em certas circunstâncias, podem remunerar os seus acionistas através do pagamento de juros sobre o capital próprio. O pagamento de juros sobre o capital próprio provoca a aplicação de retenção de impostos à taxa de 15%, sendo aumentado para a taxa de 25% se o beneficiário for residente num paraíso fiscal. Juros sobre Capital Próprio (JCP) O pagamento de juros efetuado por uma entidade brasileira a um não-residente, no que diz respeito a empréstimos, está sujeito à retenção na fonte à taxa de 15%, sendo aumentado para a taxa de 25% se o beneficiário for residente num paraíso fiscal ou a taxa reduzida prevista na convenção fiscal em vigor entre o Brasil e o país onde o beneficiário se encontre domiciliado. Tratados para Evitar a Dupla Tributação O Brasil é signatário de diversos tratados bilaterais para evitar a dupla tributação da renda e do capital que, a priori, seguem o modelo de convenção da Organização para Cooperação Económica e Desenvolvimento (OECD) (com algumas relevantes diferenças). Regras de subcapitalização Para além das regras de preços de transferência, a partir de 2010, as regras de subcapitalização passaram a ser aplicáveis às operações de empréstimo entre pessoas relacionadas. Como resultado, os juros pagos a pessoas relacionadas no exterior são dedutíveis para efeitos fiscais, de acordo com diferentes limites dependendo conforme o beneficiário dos juros seja residente num paraíso fiscal ou não. Fonte: Guia Legal para o Investidor no Brasil 112

114 5.6 O QUE É IMPORTANTE TER EM CONTA NUMA RELAÇÃO NEGOCIAL COM O MERCADO BRASILEIRO No seu trabalho de exploração de mercados externos, a AICEP Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, desenvolve um conjunto de documentos que se constituem como uma importante ferramenta para empresas nacionais que procurem mais presença nos mais diversos contextos internacionais. Além destes documentos de suporte, ainda fornece uma série de serviços de apoio às entidades portuguesas que pretendam investir além-fronteiras. Num desses documentos, datado de Janeiro de 2012, disponíveis para consulta, são apresentadas algumas indicações e chamadas de atenção que poderão fazer toda a diferença a quem pretenda iniciar atividades com o mercado do Brasil. Entre estas, evidenciam-se: Estudar muito bem o mercado antes de decidir e ter em consideração que não é um mercado de fácil penetração; Planear com rigor o negócio, obter um visto e atender à diversidade jurídica, legislativa, fiscal e cultural entre os vários Estados; Não esquecer a consulta ao cadastro dos devedores, antes de firmar qualquer negócio, nomeadamente na busca de informação sobre parceiros; Ponderar a parceria local, a subcontratação ou a compra total ou parcial duma empresa brasileira para entrar no mercado; Recorrer a um bom advogado ou contabilista para o acompanhar no negócio; Identificar bem o segmento-alvo e qual região melhor se adequa ao investimento; Ter em atenção, para efeitos fiscais, que um produto considerado de incorporação nacional deve ser, pelo menos, 55% ou 65% de origem brasileira, incluindo a mão-de-obra; Conhecer as restrições ao investimento estrangeiro relativamente a: aquisição de imóveis e participação do capital estrangeiro em instituições financeiras; exploração de serviços públicos aéreos; propriedade e administração de jornais, revistas e afins, redes de TV e rádio; setor da mineração, energia nuclear, serviços de saúde, correios, telégrafos e indústria aeroespacial. Adicionalmente deverão ser tidas em conta algumas diretrizes básicas que podem influenciar a relação negocial: Registar a marca. Os registos de marcas ou empresas estrangeiras feitos no exterior não são reconhecidos pela Lei brasileira; Ter em conta que o mercado brasileiro é muito sofisticado e exigente, superando, por vezes, as mais fortes economias do mundo; Ter presente que apesar da proximidade cultural e da língua, o mundo dos negócios é diferente do de Portugal; Relação negocial muito dura, exigente e profissional; Registar o investimento estrangeiro no Banco Central do Brasil para legalizar a entrada de dinheiro, a remessa de lucros e o repatriamento de capitais. 113

115 5.7 BRASIL NA VOZ DE OUTROS É importante analisar todo o tipo de informação sobre os mercados onde se pretende entrar. Para além dos indicadores socioeconómicos e da avaliação de especialistas, é essencial conhecer a experiência de testemunhas no terreno. A recolha de experiências e impressões de quem já se encontra instalado ou em contacto com os países-alvo, é efetivamente um fator de grande mais-valia, que pode fazer a diferença e evitar alguns erros básicos na abordagem a um novo mercado. A VEZ DO BRASIL, UMA ALTERNATIVA DE INVESTIMENTO ANA GISELA SANTORO JORNAL DE NEGÓCIOS, 10/02/2013 O Brasil quer mudar no sentido de extinguir as preocupações dos investidores estrangeiros. Eis-nos chegados ao ano Já que afinal sobrevivemos a 2012, não nos podemos contagiar pela triscaidecafobia! Explicome, caros leitores: triscaidecafobia corresponde ao medo (irracional) do número 13. Pois a crise económica, a incerteza sociopolítica, a instabilidade no cenário empresarial têm de ser considerados fatores constantes nos vossos planos de negócios e, como tal, continuar a aguardar por um céu mais azul e límpido quer no cenário interno, quer no cenário internacional, é receita certeira para novo falhanço! Caro leitor deixe-se lá de superstições, pois é hora de investir, apostar, expandir, alcançar novos horizontes! E o B da vez continua a esperar por si B de BRICS B de Brasil. De acordo com o resultado da 15ª Pesquisa Anual de Líderes Empresariais de 2012 (15th Annual Global CEO Survey), o Brasil é indicado como o terceiro país mais importante numa perspetiva expansionista e de desenvolvimento. Note-se, ainda, que o Brasil tem sido uma presença constante nesta lista. É verdade que nem tudo são flores A falta de adequada qualificação dos profissionais locais, a ainda inadequada infraestrutura básica, o excesso de regulamentação e a complexa e excessiva carga tributária brasileira constituem as principais preocupações relativamente ao investimento no Brasil. Contudo, a boa notícia é que o Brasil esteve atento às críticas e aponta para mudanças no sentido de colmatar as preocupações dos investidores estrangeiros e recuperar a confiança algo abalada! Para esse efeito, note-se a preocupação da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, designadamente no início da segunda metade do seu mandato, com a viabilização da reforma tributária e uma consequente redução da carga fiscal; com a realização de novas obras de infraestrutura; com a implementação de um pacote de incentivos e recurso a medidas que garantam liquidez no mercado, bem como com a disponibilização de verbas para o investimento. Acresce, ainda, que o fenómeno do aumento contínuo da classe C brasileira (classe média) fortalece o Brasil como o país da vez. De acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia 114

116 e Estatística - na classe C está incluída a população brasileira cujo rendimento familiar mensal está compreendido entre 4 a 10 salários mínimos (salário mínimo = R$ 622 / mês, aproximadamente 235 euros / mês, durante o ano de 2012; atualizado para R$ 678 / mês, aproximadamente 255 euros / mês, a partir de 1 de janeiro de 2013). O aumento da classe C advém, maioritariamente, da mobilidade social da população da classe D (cujo rendimento familiar mensal está compreendido entre 2 a 4 salários mínimos), que, com o aumento do nível de rendimento, modificou o respetivo padrão de consumo, passando a consumir em maior quantidade e maior diversidade, que lhe era antes inatingível. Esse fenómeno pode ser claramente observado nas telenovelas brasileiras, como, por exemplo, na telenovela Avenida Brasil. Responsável por boa parte do crédito mal parado em 2012, a classe C deve, contudo, voltar a recorrer ao crédito já em E, se poderá haver alguma incerteza quanto à maior prudência dos consumidores desta classe, é certo que continuará a ser a classe C um dos propulsores da tendência de alta de compra de bens e serviços no Brasil. O investimento no Brasil, em comparação com a prestação de serviços ou a venda de bens a partir de Portugal, proporciona, por um lado, o aproveitamento de todo e qualquer benefício fiscal disponível para investigação e desenvolvimento a nível local e, por outro, fortalece as relações com o cliente local. Quando se pensa sobre a estruturação da entrada no Brasil, o mercado de fusões e aquisições (F&A) é uma realidade, sendo que, de acordo com a 8ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros (pesquisa esta que integra a 15ª Pesquisa Anual de Líderes Empresariais de 2012), a entrada via F&A representou para 14% dos líderes empresariais brasileiros a principal oportunidade de crescimento. Acresce que, ao contrário do que se demonstra internacionalmente, boa parte dos líderes empresariais brasileiros (cerca de 37%), mantêm-se convictos que as F&A constituem a principal oportunidade de crescimento. Posto isto, caros leitores, é tempo de esperança, mas sobretudo, é tempo de ação! O Brasil lá está para ser redescoberto e nós cá estamos para ajudá-lo a chegar a bom porto! E, inspirada pelas palavras da Senhora Presidente Dilma Rousseff, os votos de um "pibão grandão" para nós também! MERCADO BRASILEIRO NA ROTA DE PORTUGAL INÊS DAVID BASTOS DIÁRIO ECONÓMICO, 27/06/2012 Com a atrativa posição de sexta maior economia do mundo, o Brasil consolida cada vez mais o seu estatuto de parceiro especial na rota económica, política e empresarial de Portugal. O interesse de governos e empresários portugueses no mercado brasileiro não é de hoje e já leva com quinhentos anos de história, mais propriamente desde 1532, data em que os portugueses aí fixaram o primeiro entreposto comercial, trinta anos depois de Pedro Álvares Cabral ter descoberto o maior país da América Latina. 115

117 Hoje, 512 anos depois da chegada da frota a Vera Cruz (Porto Seguro), um outro Pedro, este de apelido Passos Coelho, centra o olhar económico e empresarial no outro lado do Atlântico, num país-irmão que, apesar da desaceleração do crescimento económico em 2011, alcançou um PIB de 2,48 biliões de dólares, posicionando-se como a segunda maior economia do continente americano (apenas ultrapassada pelos EUA). O banco de investimento Goldman Sachs diz mesmo que o Brasil será em 2050 a quarta maior economia do mundo. No ano passado, o Brasil ultrapassou mesmo o Reino Unido. Com Portugal a enfrentar uma crise económica e financeira que obrigou a um resgate por instituições internacionais, a pujança económica do Brasil surge - mais que nunca como uma possível lufada de ar fresco, não só ao nível das exportações de bens de empresas portuguesas (que subiram 8,1% este ano), mas também das importações e do próprio investimento direto estrangeiro. Por isso, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e a AICEP, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, têm privilegiado os contactos com o Brasil, colocando o país como ponto obrigatório da diplomacia económica. Até porque, o país do Samba e do Carnaval é já um dos principais países exportadores de Portugal (fora da União Europeia), com quem partilha um capital: a mesma língua materna. O ministro dos Negócios Estrangeiros, que lidera a diplomacia económica, foi quem deu o pontapé de saída. Em Maio, esteve em missão no Brasil, procurando investimento brasileiro, sobretudo para as privatizações que estão em curso em terras lusas. Passos e Portas piscam o olho aos empresários brasileiros para as privatizações. Paulo Portas reuniu-se com responsáveis políticos e empresários brasileiros, explicou as reformas que estão a ser feitas em Portugal (justiça, laboral ou fiscal), apelidando-as de amigas do investimento e tentou derrubar barreiras comerciais que ainda existem entre os dois países. O caso da equivalência nos títulos académicos esteve também em cima da mesa. Objetivo? Promover as exportações (nomeadamente de vinho e azeite) e captar investimento no e do país-irmão. É que se as exportações e o investimento português no Brasil estão em linha ascendente, o mesmo não se passa com o investimento direto do Brasil em Portugal, que no primeiro trimestre de 2011 caiu 33,6% para 22,7 milhões de euros face a igual período de 2010, quando foi de 109,2 milhões de euros, segundo dados do INE. Daí que a diplomacia económica do Governo PSD/CDS faça do Brasil uma rota a repetir e que, além de Angola, o país irmão tenha já sido identificado por Pedro Passos. Coelho como um parceiro especial. Um mês depois, Portas voltava ao Brasil, desta vez integrado numa visita oficial de Pedro Passos Coelho. O primeiro-ministro levou consigo uma comitiva de empresários e responsáveis da AICEP e, além do Brasil, fez também contactos no Perú e na Colômbia. Na passada semana, Passos Coelho comemorou um ano de Governo no Rio de Janeiro, ao lado da Presidente, Dilma Rousseff, a quem disse que os investimentos brasileiros são muito bem-vindos. Na mira estavam de novo as privatizações das empresas portuguesas (ANA, TAP, CTT e Estaleiros de Viana). E para conseguir atrair investimento, Passos teve que deixar por terras brasileiras a garantia de que, apesar da crise e do resgate, Portugal está a reconquistar credibilidade nos mercados e resiliência aos contágios, enumerando, como Portas já o tinha feito, as reformas que estão a ser conduzidas em Portugal por imposição da troika. Com a ponte iniciada pelo Governo ao mais alto nível, o chefe do 116

118 Executivo faz questão de manter o olhar no Brasil e já tem pensada uma nova missão: um roadshow no segundo semestre deste ano para apresentar o know-how das empresas portuguesas no setor naval e offshore. Já são muitas as empresas portuguesas que têm negócios e investimentos no Brasil, fazendo jus a uma história iniciada há quinhentos anos. Passos e Portas apostam, agora, em trazer para Portugal cada vez mais investimento brasileiro. BRASIL: O DIFÍCIL CAMINHO PARA O SUCESSO EMPRESARIAL BERNARDO IVO CRUZ, CEO DA TRUE BRIDGE CONSULTANCY E EX-DIRECTOR-COORDENADOR DO CENTRO DE NEGÓCIOS DA AICEP NA AMÉRICA DO SUL EDIÇÃO ESPECIAL DA REVISTA OJE, JUNHO DE 2012 O atual momento que a economia brasileira atravessa e as dificuldades que alguns mercados tradicionais das nossas empresas conhecem têm transformado o Brasil num destino de exportações e de investimento cada vez mais interessante e apetecido para as empresas portuguesas. E se é verdade que o Brasil apresenta enormes oportunidades de negócio em muitos e variados setores, não é menos verdade que o caminho para um lugar confortável debaixo do sol brasileiro é difícil, complexo, exigente e caro. As razões que levam as empresas portuguesas a olharem com crescente interesse para o Brasil são bem conhecidas: as taxas de crescimento económico na casa dos 3% a 4%; o enorme mercado interno de quase 200 milhões de consumidores; as oportunidades em campos tão variados como as necessidades de infraestruturas; o Mundial de Futebol em 2014; os Jogos Olímpicos de 2016 ou as possibilidades do chamado Pré-Sal, para citar apenas os mais óbvios. No entanto, as dificuldades que as empresas estrangeiras enfrentam quando decidem fazer negócio no Brasil são menos conhecidas. Vejamos algumas das mais importantes. A primeira característica que temos que considerar é o facto de o Brasil, pelo seu tamanho e pela forma como se formou e evoluiu, ser um país federal, composto por 26 Estados e pela capital federal de Brasília. Ou seja, existe uma grande descentralização política, legal e fiscal com implicações muito importantes para as empresas portuguesas que lá queiram fazer negócios. Por isso, apenas as leis, regras e impostos que sejam aprovadas em Brasília se aplicam no país inteiro e as leis, regras e impostos que tenham origem nos Estados federados podem ser e são muito diferentes entre si. Em resumo, o que é verdade em São Paulo poderá não o ser no Rio de Janeiro ou em Belém do Pará. Outro aspeto que devemos considerar é o sistema fiscal brasileiro. Embora todos, incluindo as autoridades brasileiras, sejam unânimes em reconhecer que o sistema é complexo, difícil, pesado e que a soma dos impostos, taxas e contribuições federais, estaduais e locais que as empresas e os particulares são sujeitos dificultam e encarecem significativamente as operações empresariais no Brasil, a realidade é que ainda não foi possível fazer a reforma profunda que todos reclamam. Para enfrentar o sistema fiscal brasileiro, será avisado utilizarmos os serviços de um bom fiscalista que ajude as empresas a compreender e melhor se adaptar às complexidades e dificuldades fiscais do país. Também a grande burocracia que as autoridades brasileiras exigem às empresas e pessoas tem o seu custo. Por ser um estado federal, o Brasil tem três níveis de burocracia que, tal como o 117

119 sistema fiscal, não se anulam, mas acumulam-se. Para além disso, há uma tradição latina de desconfiança que leva a uma enorme carga burocrática que as empresas têm que ultrapassar. A melhor forma de o fazer é fazê-lo. Ou seja, cumprir escrupulosamente todas as exigências burocráticas que se apresentam, sob pena de ficarmos presos numa rede de papéis, assinaturas e carimbos que prejudicarão profundamente os nossos negócios e que não conseguiremos vencer. Falta mão-de-obra e há protecionismo Quem pretender investir no Brasil, encontrará uma grande falta de mão-de-obra qualificada, já que se vive uma situação virtual de pleno emprego, na qual apenas as pessoas sem qualquer tipo de qualificações estão excluídas do mercado de trabalho. Naturalmente, quando um bem é escasso, torna-se caro. Assim, os salários no Brasil são muito mais altos do que os praticados em Portugal, com as implicações óbvias para a estrutura de custos das empresas. Mas a maior dificuldade que as empresas portuguesas enfrentam quando vendem ou investem no Brasil é o protecionismo. O Brasil é um país orgulhosamente protecionista, que utiliza o sistema fiscal para o efeito. Assim, as exportações de bens e (em menor escala) serviços para o Brasil são muito caras, chegando, em alguns casos, à casa dos 130% em taxas alfandegárias. A melhor defesa contra o protecionismo brasileiro é procurar transformar o nosso produto num produto brasileiro, através da abertura de uma empresa de direito brasileiro e da chamada incorporação nacional, segundo a qual um bem que tenha uma percentagem (significativa) de matérias-primas e/ou mão--de-obra brasileira passa a ser um produto brasileiro e, portanto, isento de taxas alfandegárias de acesso ao mercado. Chegados a este ponto, perguntamo-nos se valerá a pena considerar o Brasil para os nossos negócios. Sem prejuízo para as dificuldades enunciadas, a resposta é claramente sim. Temos, no entanto, de nos proteger e precaver. A primeira medida a tomar é esquecer tudo o que se pensa que se sabe sobre o Brasil e estudar o mercado. Por causa do seu sistema federal, o Brasil não é um mercado homogéneo, mas sim 26 mercados distintos, com regras, fiscalidade e burocracia diferentes e, por causa da sua dimensão, poucas serão as empresas com capacidade para trabalhar o Brasil e os seus 192 milhões de consumidores como um todo. Uma estratégia bem estruturada de entrada no Brasil passará necessariamente pelos seguintes passos principais: 1. Identifique onde estão os seus clientes e procure entrar o mais próximo possível do seu mercado; 2. Estude as condições fiscais, legais e logísticas do Estado onde pretende trabalhar; 3. Estude as condições fiscais e legais com origem federal, pois as mesmas irão afectar o seu negócio, independentemente do Estado ou Estados onde vá trabalhar; 4. Se o seu bem ou serviço tiver mercado em mais do que um Estado, compare as respectivas condições, pois há grandes variações e concorrência entre os Estados brasileiros; 5. Estude a concorrência. O Brasil tem excelentes empresas nacionais e há uma forte presença internacional; 118

120 6. Obtenha o conselho de um bom fiscalista que possa ajudar a tirar partido da complexidade do sistema fiscal brasileiro; 7. Se possível, nacionalize o seu negócio no Brasil, por forma a ficar isento das taxas aduaneiras e de outros mecanismos de protecionismo; 8. Considere a possibilidade de uma parceria com uma empresa brasileira que disponha de canais de distribuição e mercados já estabelecidos; 9. Seja persistente. As coisas não acontecem de um dia para o outro; O Brasil é um país com enormes oportunidades para as empresas portuguesas, onde é possível fazer excelentes negócios e ganhar muito dinheiro. Mas o Brasil não é um el dourado onde se chega a uma quarta-feira e fica-se rico no domingo. É um país sofisticado, complexo, concorrencial e difícil, e deve ser encarado como tal. Quem tratar o Brasil com o respeito que este exige, estudar bem as suas muitas variáveis e características e perceber a cultura de negócios, encontrará, neste país, um enorme mercado ávido de novidades e cheio de oportunidades onde as empresas portuguesas são bem-vindas, necessárias e úteis. Interesses do Brasil em Portugal Edição especial da revista Oje, Junho de 2012 As privatizações têm sido alvo do interesse dos empresários brasileiros. Nas próximas operações, o Governo vai envolver-se diretamente, via o banco público de desenvolvimento, o BNDES, que vai ter linhas de financiamento para o mercado português. Afirmações recentes do embaixador brasileiro em Portugal revelam que não houve, como até agora, tanto interesse por Portugal. Aliás, o IDE (investimento direto) do Brasil em Portugal, em 2011, caiu e representou apenas 0,3% do IDE total, o que contrasta com os anos de 2009 e 2010, com pesos de 1% e 4,6%, respetivamente, de acordo com dados do INE/AICEP. Entre 2007 e 2011, o investimento bruto brasileiro em Portugal atingiu, ainda assim, valores recorde de 1,8 mil milhões de euros, o que compara com uma média de 158 milhões de euros/ano nos 15 anos anteriores. No entanto, o desinvestimento foi igualmente elevado, sendo que, no ano passado, o desinvestimento foi superior em 62% ao investimento. O Brasil entrou em Portugal pelos grandes investimentos e pela indústria e setores estratégicos. Aços, cimentos, aeronáutica ou banca são áreas de forte interesse, enquanto manifestaram interesse nas telecomunicações e entretenimento e nas energias, nomeadamente na Galp, mas perderam a corrida para os angolanos. A Embraer, uma das grandes empresas aeronáuticas mundiais destaca-se. O grupo brasileiro tem desenvolvido um cluster aeronáutico em Portugal, primeiro com a tomada da maioria do capital das OGMA, oficinas de aeronáutica em Alverca, onde estão associados ao gigante francês EADS. Mais recentemente, foi o anúncio da operação em Évora, o que permite fechar o cluster tecnológico e industrial, potenciando ainda a ligação a várias universidades. Um investimento relevante, mas mais antigo, envolveu os aços com a entrada da CSN Companhia Siderúrgica Nacional, também com a Weg Motores, a Marcopolo, um gigante na 119

121 montagem de veículos pesados ou ainda a Odebrecht na construção civil, embora aqui a atividade tenha caído rapidamente. O mesmo acontece com a Andrade Gutierrez, que chegou a estar entre as empresas com as obras emblemáticas construídas em Portugal, ou a Haco, a trabalhar etiquetas, para além da mais recente, a Camargo Correa, uma megaempresa que comprou o controlo da Cimpor à Caixa e à brasileira Votorantim, passando a controlar um colosso mundial. A Cimpor é considerada, por analistas, como a empresa portuguesa com melhor exposição internacional. A Camargo Correa pretende concentrar atividades em Portugal e aproveitar a Europa como plataforma para mercados emergentes em forte crescimento. O Brasil tem ainda colocado em Portugal milhares de pequenos empresários que atuam no retalho, restauração e hotelaria e na consultadoria. O Brasil tem mostrado forte capacidade de vender os seus produtos e serviços na Europa, e Portugal tem sido essa porta de entrada. Algumas das atividades que começam em Portugal acabam por ser replicadas em outros países europeus, já que a crise em que o país está envolvido não permite grande mobilidade nos negócios, nem expansões rápidas. Portugal faculta ao Brasil uma plataforma de distribuição na Europa Edição especial da revista Oje, Junho de 2012 A localização geoestratégica de Portugal, as frequências aéreas diárias e, sobretudo, o potencial como hub de produtos e serviços para o espaço europeu tornam o país nuclear para os interesses dos empresários brasileiros, afirma António Bustorff, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira em Portugal (CCILB). Qual a tendência do fluxo comercial entre Portugal e o Brasil? A tendência é manifestamente crescente nos dois sentidos. A corrente comercial entre os dois países tem vindo a crescer sistematicamente a taxas de dois dígitos e sempre superiores ao crescimento médio do comércio mundial. Apesar da enorme concentração das exportações portuguesas no espaço europeu, o Brasil tem vindo progressivamente a ganhar posições, representando hoje o terceiro cliente mundial logo após Angola e os EUA, fora deste espaço. Quem tem pedido mais apoios à Câmara de Comércio, os empresários brasileiros ou os portugueses? A maior parte das solicitações tem origem nas pequenas e médias empresas portuguesas que buscam, no Brasil, um mercado para o escoamento dos seus produtos e serviços, bem como parceiros de negócios. Por que áreas se interessam mais os empresários brasileiros e vice-versa? No momento presente, o interesse brasileiro em Portugal manifesta-se ao nível das grandes empresas que procuram oportunidades em setores estratégicos, beneficiando-se do preço muito atrativo de alguns ativos em Portugal. Inversamente, existe um contingente expressivo de empresários portugueses atuando em quase todos os setores de atividade que procuram, no Brasil, o mercado em expansão que aqui lhes falta. 120

122 Que dificuldades estão a sentir os empresários portugueses que, pela primeira vez, tentam internacionalizar para o Brasil? Falar a mesma língua ajuda, mas é claramente insuficiente para se desbravar um mercado que se rege por códigos diferentes, condicionado por um normativo tributário complexo e exigente e cuja cultura empresarial se aproxima muito mais da americana do que da europeia. As dificuldades são várias, sobretudo para aqueles empresários que, por serem vencedores aqui, entendem que, sem grande esforço e trabalho prévio, podem vencer em qualquer lugar. Que impacto tem para as transações comerciais as barreiras e as taxas alfandegárias colocadas a determinados produtos que são por excelência os exportáveis por Portugal, caso dos vinhos? O caso do vinho é paradigmático e, infelizmente, desencorajador das nossas exportações para o Brasil, a exemplo dos produtores franceses, italianos ou espanhóis. No entanto, o vinho português tem vindo a ganhar quota de mercado relativamente aos seus pares, sendo um produto pelo qual os brasileiros nutrem particular preferência. Que importância tem Portugal para o empresariado brasileiro? Numa ótica pragmática, o interesse por Portugal é diretamente proporcional à dimensão do seu mercado, produto e grau de desenvolvimento socioeconómico. Existem, no entanto, outros fatores que potenciam este interesse, como as dez frequências aéreas diárias que nos ligam a várias cidades brasileiras, a localização geoestratégica de Portugal, facultando uma importante plataforma de distribuição de produtos e serviços no espaço europeu, norte africano e oriente médio e, naturalmente, as afinidades culturais que nos ligam. O Brasil precisa de Portugal para incentivar as trocas comerciais com África? Não. O Brasil está presente em praticamente todo o continente africano, e nele tem feito uma aposta estratégica muito consistente nos últimos anos. A utilidade que Portugal terá na distribuição de produtos originários de países não lusófonos não tem paralelo com o Brasil. Como devem ser entendidos os investimentos recentes brasileiros em Portugal, caso da Embraer? Enquanto terceiro maior fabricante de aeronaves no mundo, a Embraer conta com uma frota apreciável de aviões com a sua marca a voar no espaço europeu. Esta frota necessita de manutenção e reparação permanente, o que exige uma plataforma europeia para a apoiar. Paralelamente, Portugal ofereceu condições de instalação e disponibiliza mão-de-obra qualificada em condições muito competitivas, permitindo, nesta fase, construir partes de aviões e até desenvolver projetos de raiz a partir desta plataforma. 121

123 Neste caso específico, estão de parabéns as autoridades e entidades portuguesas nele envolvidas pela conquista para Portugal deste projeto, polarizador de vários recursos e competências nacionais, sendo, sem qualquer dúvida, um centro de excelência. Que papel pode ter o Brasil na absorção de excesso de mão-de-obra qualificada que Portugal produziu? Neste particular, o Brasil poderá ter um papel da maior importância. As escolas brasileiras não produzem mão-de-obra qualificada na quantidade e qualidade necessárias para atender as necessidades atuais de crescimento e modernização da sua economia, sobretudo em setores mais técnicos da área da engenharia. Temos notícia de que as autoridades dos dois países trabalham na construção de acordo de concessão de vistos de longa duração, cinco anos, a profissionais portugueses. O Brasil tem capacidade para ser a plataforma de expansão para outros países do continente? O Brasil é a maior economia de um continente que caminha para se transformar num dos principais eixos de desenvolvimento do planeta e, como tal, terá sempre um papel de charneira nas relações económicas da região. Importa realçar que a grande maioria dos países latino-americanos passou recentemente por importantes reformas políticas e socioeconómicas que permitiram reduzir para níveis muito confortáveis o seu endividamento externo, debelaram índices de inflação insuportáveis, conquistaram ganhos de produtividade expressivos e liberalizaram as políticas cambiais, garantindo a sua estabilidade. Este fenómeno tem permitido àquela região manter níveis de crescimento e modernização da economia notáveis face à crise financeira que assola a Europa e os EUA. Que projetos tem a CCILB previsto para este ano a nível de divulgação de oportunidades de negócios entre os dois países? A CCILB tem um programa de eventos para o ano em curso, dos quais destacaria, no âmbito da divulgação de oportunidades, o Seminário de Exportação para o Brasil, a realizar no próximo mês de Julho, e o Fórum Empresarial sobre Investimento Recíproco, a realizar em Outubro. Realizámos, no passado dia 6, uma interessantíssima apresentação do plano estratégico Petrobras 2020, no qual tivemos a oportunidade de analisar detalhadamente todos os produtos e serviços envolvidos neste que será, porventura, o maior plano de investimentos levado a cabo por uma companhia a nível mundial, no prazo a que respeita. Além da informação pormenorizada das necessidades deste plano, ao nível de equipamentos e serviços, os empresários presentes receberam informação detalhada sobre a forma de se candidatarem a fornecedores da Petrobras neste contexto. 122

124 CAPÍTULO GRANDES CIDADES DO BRASIL 6 PONTO DE PARTIDA PARA QUALQUER NEGÓCIO. ONDE SE PROCURA ANALISAR O MERCADO DE DESTINO NAS SUAS MAIS VARIADAS COMPONENTES: MICROECONOMIA; COMPETITIVIDADE; RELAÇÕES BILATERAIS; PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS E DE INVESTIMENTO; CONDIÇÕES LEGAIS DE ACESSO AO MERCADO; PARTE I: Enquadra 1.INTRODUÇÃO 1.1 Enquadramento 1.2 Objetivos do estudo 1.3 Estrutura do estudo 2.UMA VISÃO GLOBAL 2.1 O Mundo em números 2.2 Tendências globais 3. BRASIL: UM PAÍS DE NOVAS OPORTUNIDADES 3.1 Indicadores Chave 3.2 Perfil Geral 3.3 Situação Económica 3.4 Comércio Internacional 3.5 Principais produtos transacionados 3.6 Investimento Estrangeiro 3.7 Caraterização do tecido empresarial e dos setores de atividade 3.8 Estádio de Desenvolvimento e Índice de Competitividade 3.9 Relações bilaterais Portugal/Brasil 3.10 Condições Legais de Acesso ao Mercado 3.11 Síntese Estratégica 4. DESPISTE DE OPORTUNIDADES 4.1 Oportunidades de negócio no mercado brasileiro 5. UMA VISÃO PRÁTICA SOBRE OS NEGÓCIOS NO BRASIL 5.1 Como desenvolver negócios 5.2 Entidades facilitadoras 5.3 Cultura de negócios 5.4 Dicas e curiosidades para vender e investir no Brasil 5.5 O que é importante ter em conta numa relação negocial com o mercado brasileiro 5.6 Tributação no Brasil 5.7 Brasil na voz de outros 6. GRANDES CIDADES DO BRASIL 6.1 São Paulo 6.2 Rio de Janeiro 6.3 Minas Gerais 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 123

125 6.GRANDES CIDADES DO BRASIL Por causa do seu sistema federal e da sua dimensão (território e consumidores), o Brasil não é um mercado, mas sim vários mercados! 6.1 SÃO PAULO A CIDADE QUE SE RENOVA É difícil falar sobre São Paulo sem citar as suas dimensões: é uma das maiores cidades do mundo e a maior do Hemisfério Sul. Nos km² de área do município, espalham-se mais de 11 milhões de habitantes, segundo o último Censo realizado no Brasil em A Região Metropolitana da capital paulista inclui, além de São Paulo, outros 38 municípios que a circundam. Como qualquer metrópole de grandes dimensões, a densidade demográfica é grande e quase não se vê a divisão entre os municípios. Ao todo, são 20 milhões de pessoas, muitas vindas de vários pontos do Brasil e do mundo. De Potência Industrial A cidade de São Paulo já foi a capital da indústria brasileira. A partir dos anos trinta, a metrópole viu a criação de impérios industriais, como o dos Matatazzo, e ganhou impulso com a necessidade de substituição de importações devido à Segunda Guerra Mundial. O coração da produção nacional estava no município, mas o avanço da economia global a partir da década de 50 com o início da formação do polo automobilístico do ABC paulista -, processo que se acelerou nas décadas seguintes, mudou o perfil da capital. A cidade perdeu as fábricas, mas manteve as sedes e os centros de inteligência das empresas. Enquanto a produção industrial se espalhava pelo Brasil em busca da proximidade de insumos, portos e mão-de-obra, a cidade concentrou o poder decisório e consolidou a sua vocação de centro financeiro e de serviços. Em 2011 a cidade concentrava mais de 60% das sedes de companhias multinacionais com atuação no Brasil, a BM&FBovespa a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado -, além dos principais escritórios de advocacia, agências de publicidade e propaganda, hospitais e instituições de ensino superior da América Latina. A mudança foi radical: em quatro décadas, São Paulo passou de uma cidade em que a atividade industrial correspondia à metade do PIB para uma metrópole que concentra 80% da sua receita nos setores dos serviços e comércio. A evolução da economia paulista seguiu o caminho dos maiores centros financeiros do mundo, como Nova York, Londres e Berlim. 124

126 Agora a cidade dá mais um passo em direção ao avanço económico baseado na expansão da prestação de serviços, concentração de atividades intelectuais de alto valor agregado, que privilegiem o uso intensivo de tecnologia, arte e integração cultural. A Metrópole Criativa A economia criativa é um conceito que engloba uma série de atividades que, no seu cerne, giram em torno da criação e execução de novas ideias. O setor começou a ser discutido de forma estruturada no fim da década de 90 na Europa. As estimativas mais recentes apontam que, em 2011, as atividades relacionadas à economia criativa representavam entre 7% e 10% do PIB global, e a expectativa é que essa fatia dobre até As estimativas apontam que 2,5% do PIB brasileiro é resultado da economia criativa o Reino Unido, um dos maiores expoentes, chega a 5,6%. O estado de São Paulo está acima da média, com uma taxa de 3,7% e a capital tem 10% da sua riqueza oriunda da criatividade, equiparada à vizinha Buenos Aires. Londres conta com 15% e Barcelona, que desenvolve um programa voltado para setores criativos desde que sediou os Jogos Olímpicos em 1992, registrou 25% em Entre os maiores desafios para que São Paulo possa chegar a níveis similares está o desenvolvimento da mão-de-obra criativa. Alguns profissionais e empreendedores souberam aproveitar a diversidade cultural e o público consumidor da cidade para criar e gerir negócios de destaque que ganharam o Brasil e são produto de exportação. As áreas criativas mais expressivas para São Paulo São Paulo vive um grande momento criativo, com uma diversidade cultural igualável à das maiores metrópoles mundiais. Aliado a isso, cresce na cidade o empreendedorismo que processa o conhecimento, estimula o talento e gera riquezas. É o celeiro de oportunidades ligadas à economia criativa que tem ajudado o maior centro económico do Brasil a consolidar a sua posição de cidade global, centro de negócios, serviços financeiros e polo cultural. O levantamento, realizado pela Análise Editorial, revelou uma forte conexão entre os empresários que atuam na cidade de São Paulo e o desenvolvimento urbano utilizando os setores criativos. Entre os interessantes aspetos abordados na pesquisa, está a perceção das atividades criativas, consideradas as mais expressivas para a economia da cidade de hoje, além daquelas com menor importância na atual conjuntura de São Paulo. 125

127 Quais as áreas criativas mais relevantes para a economia da cidade? Quais as áreas criativas menos relevantes para a economia da cidade? 55% 54% 50% 48% 45% 91% 80% 79% 77% 75% Fonte: Anuário São Paulo 2012 Rendimento per capita alto é o principal atrativo para novos negócios De acordo com o levantamento de questionários sobre os atrativos da cidade para a condução de negócios, feito pela Análise Editorial, a maior vantagem da cidade é o alto rendimento per capita do município. O segundo ponto forte da cidade é a oferta de mão-de-obra qualificada. As razões que levam uma empresa a instalar-se ou a manter-se em São Paulo são o facto de a cidade ser o principal centro financeiro do país e um dos maiores do mundo, sendo o maior centro do consumo do Brasil. 126

128 Quais os pontos fortes da cidade? Infraestrutura e social O que beneficia o negócio Infraestrutura de comunicação 59% Serviços de TI 38% Alto nível de escolaridade 61% Proximidade de clientes 60% Infraestrutura para eventos 64% Networking 67% Qualidade da mão-de-obra 68% Centro de consumo 82% Rendimento per capita alto 79% Centro financeiro 91% Fonte: Anuário São Paulo 2012 Trânsito e Segurança continuam a ser os problemas na cidade Embora a mobilidade urbana e a insegurança tenham diminuído de 2011 para 2012, estes continuam a ser os principais inimigos da cidade paulista. Outros pontos considerados a melhorar são os preços dos imóveis e o custo da mão-de-obra. Relativamente aos negócios, os itens com mais entrave são o custo e a qualidade dos serviços e a carga tributária, tanto municipal como estadual. 127

129 Que pontos a cidade precisa melhorar? Infraestrutura e social O que afeta o negócio Custo da mão-de-obra 46% Qualidade dos serviços 60% Preço dos imóveis 66% Carga tributária municipal 67% Segurança 75% Carga tributária estadual 82% Trânsito e locomoção 89% Custo de serviços 91% Fonte: Anuário São Paulo 2012 Comparação de São Paulo com as metrópoles dos países desenvolvidos Os restaurantes estão no topo da lista na comparação com as grandes metrópoles. Os 12,5 mil restaurantes e 15 mil bares que funcionam na cidade ajudam a atrair os 11,7 milhões de turistas que visitam São Paulo por ano. A cidade também aparece em vantagem na prestação de serviços jurídicos, médicos e de publicidade, além da oferta de imóveis. Na lista das principais desvantagens da cidade, em relação às cidades desenvolvidas, continua a figurar a preocupação com a mobilidade e a segurança. Vantagens Desvantagens Serviços médicos 29% Banda Larga 59% Oferta de imóveis 30% Custo de aluguer de imóveis 66% Agências de publicidade 32% Custo de aquisição de imóveis 66% Serviços de advocacia 32% Segurança 78% Restaurantes 59% Transporte 79% Fonte: Anuário São Paulo

130 São Paulo em números ACOLHE: 38% das 100 maiores empresas privadas de capital nacional; 63% dos grupos internacionais instalados no Brasil; 17 dos 20 maiores bancos; 8 das 10 maiores corretoras de valores; 31 das 50 maiores seguradoras; Aproximadamente 100 das 200 empresas de tecnologias; BOVESPA a maior bolsa de valores da América do Sul; Bolsa de Mercadoria e Futuros - BM&F, a sexta maior do mundo em volume de negócios; Hospital das Clínicas, o maior e mais conhecido complexo hospitalar da América Latina; O maior shopping center da América Latina o Centro Comercial Aricanduva, com 500 lojas; Dos 7 portais de Internet mais conhecidos, 6 estão em São Paulo; Estabelecimentos de saúde, 40 hospitais públicos, 61 hospitais particulares, leitos hospitalares, 99 bases móveis da Polícia Militar, 93 distritos policiais, 26 universidades, 146 faculdades; 22 Centros de Educação Tecnológica; A Corrida de São Silvestre, que atrai em média 15 mil corredores de todo o mundo de cerca de 20 países. TURISMO 11,7 Milhões de visitantes em 2010, sendo 10,1 milhões de turistas nacionais e 1,6 milhão de estrangeiros; Motivo: 56,1% - Negócios; 22,4% - Eventos; 10,9% - Lazer; 4,0% - Estudos; 2,6% - Visitar parentes e amigos; 2,5% - Saúde. HOTELARIA São Paulo reúne as principais redes hoteleiras nacionais e internacionais; 410 Hotéis (42 mil apartamentos disponíveis); Taxa de ocupação média dos hotéis: 62,2%. GASTRONOMIA 12,5 mil restaurantes; 129

131 52 tipos de cozinhas; 15 mil bares; 3,2 mil padarias (10,4 milhões de pães por dia e 7,2 mil por minuto); 500 Churrascarias; 250 Restaurantes japoneses; 1,5 mil pizzarias (1 milhão de pizzas por dia, 720 por minuto); 2 mil opções de delivery. CULTURA E LAZER 160 Teatros; 110 Museus; 260 Salas em 55 cinemas; 280 Salas de teatro (600 espetáculos teatrais em média por ano); 40 Centros culturais; 64 Parques e áreas verdes; 7 Parques temáticos (na Grande São Paulo); 7 Grandes casas de espetáculos; 294 Salas para concertos; 1000 ginásios; 2 iate clubs; 12 Clubes de golfe; 7 Estádios de futebol; 1 Autódromo internacional; Locais mais visitados por turistas em São Paulo: 83% museus, 81% parques e áreas naturais, 67% bares ou casas noturnas, 56% teatros e 37% casas de concertos. EVENTOS São Paulo é a capital sul-americana de feiras de negócios e está entre os top 15 destinos para eventos internacionais no mundo (12º lugar); Realiza 90 mil eventos por ano (1 evento a cada 6 minutos); 75% do mercado brasileiro em feiras de negócios; R$ 2,9 mil milhões de receita por ano; R$ 700 milhões em locação de área para exposição; R$ 700 milhões em serviços; R$ 8,5 mil milhões em viagens, hospedagem e transporte terrestre e aéreo Cerca de 500 mil empregos diretos e indiretos; 29 mil empresas expositoras; Cerca de 700 mil m² em grandes espaços para realização de eventos, além de centenas de espaços menores; Anhembi tem cerca de 400mil m² - é o maior complexo de eventos da América do Sul; 4,3 milhões de pessoas, entre profissionais e compradores, sendo 45 mil compradores estrangeiros; 130

132 As áreas que mais realizam feiras, reuniões e eventos na cidade são: medicina, científico, tecnológico, industrial e educacional. CONSUMO 240 mil lojas; 79 Shoppings; 59 Ruas especializadas em mais de 51 segmentos; 4 mil farmácias; 5 mil pet shops; 900 Feiras livres semanais; 864 mil transações de cartão de crédito por dia; Agências bancárias; 34 mil indústrias. TRANSPORTES 37 mil taxis; 15 mil autocarros urbanos; Linhas de autocarros; 28 Terminais de autocarros; 5 Linhas de metro; 62,3 km de linhas de metro + 20,0 km em construção; 55 Estações do metro; 270 km de linhas de comboio; Segunda maior frota de helicópteros do mundo; 44 Empresas aéreas; 4 Aeroportos na Grande São Paulo, sendo 1 em Campinas e 1 em Guarulhos. NEGÓCIOS 38% das 100 maiores empresas privadas de capital nacional; 63% dos grupos internacionais instalados no Brasil; 17 dos 20 maiores bancos; Aproximadamente 100 das 200 empresas de tecnologias; BM&FBOVESPA a maior bolsa de valores da América do Sul; Hospital das Clínicas o maior e mais renomado complexo; A maior Parada do Orgulho LGBT do mundo com mais de 3,5 milhões de pessoas. A cidade que se renova Décima cidade mais rica do mundo e sétima maior cidade do mundo com mais de 11,2 milhões de habitantes, São Paulo enfrenta desafios e desenvolve projetos proporcionais ao seu tamanho. A metrópole tornou-se a décima mais rica do planeta em 2009, com PIB de quase

133 mil milhões de reais se fosse um país, seria a 40ª maior economia do planeta, à frente de Israel, Egito e Chile. É o município com a maior área do Hemisfério Sul, 1,5 mil km 2, conta com uma frota de 7 milhões de automóveis, a maior frota de helicópteros da América Latina e tem a maior bolsa de valores da América do Sul. Simplesmente, pela sua magnitude, São Paulo é uma cidade em constante movimento: reformas no sistema rodoviário, obras para a construção de novos edifícios e complexos imobiliários, a ampliação das linhas de metro, reformas de aeroportos e os preparativos para receber a próxima edição da Copa do Mundo ocorrem simultaneamente. Uma das mais recentes e importantes conquistas ocorreu na área da segurança pública, com a obtenção de um reconhecido indicador de redução da violência. Pela primeira vez, o número de assassinatos na cidade ficou abaixo de dez por 100 mil habitantes, patamar considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A taxa vinha em queda acentuada desde o início da década passada, caiu de 51 homicídios, em 2000, para nove por 100 mil habitantes em 2011, resultado atribuído ao policiamento preventivo e a políticas de combate à criminalidade. A média brasileira é de 22,3 por 100 mil habitantes. Assim como reverteu a sua imagem no setor da segurança, a capital persegue outros indicadores de qualidade de vida. Um dos grandes desafios é melhorar a mobilidade urbana. A cidade é conhecida pelo seu sistema de tráfego complexo e sobrecarregado. Nesse sentido, um dos investimentos ocorre na expansão da rede de metro, que deve passar dos atuais 74 km de extensão para 137 km, com investimento previsto de 40 mil milhões de reais até Outra frente para melhorar o transporte público e a fluidez do tráfego é o investimento em corredores exclusivos de autocarros e na renovação da frota. Para tirar o transporte de cargas da rodovia da capital, têm ocorrido investimentos na construção de anéis estruturais circundando a cidade. O Rodoanel já tem dois trechos em operação e a sua conclusão está prevista para 2014, facilitando o acesso a rodovias, ao Porto de Santos e ao Aeroporto Internacional de São Paulo. Outra iniciativa nesse sentido é a construção do Ferroanel, com 211 km de caminho ferroviário interligando a Região Metropolitana ao litoral e ao interior. Além de obras para desimpedir o trânsito, como a construção e a ampliação de avenidas, principalmente nas zonas sul e leste da capital, a prefeitura paulista também tem investido numa série de medidas para ordenar o tráfego. Uma delas foi a proibição da circulação de camiões na Marginal do Tietê nos períodos de maior congestionamento, adotada em Esta medida levou a que cai-se mais de 10% na cidade e 24% na Marginal, pela manhã. A prefeitura já havia regulamentado a circulação de veículos de carga na capital. Foi criada uma zona de restrição de embarque e desembarque de passageiros, para evitar pontos de paragem irregulares em grandes avenidas, que atrapalhavam a fluidez do trânsito. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também reduziu o limite de velocidade nos principais corredores de tráfego, com o objetivo de diminuir a incidência de acidentes graves. A cidade também está a investir em ações de conscientização e educação no trânsito para aumentar a segurança dos peões. 132

134 Para enfrentar o desafio dos congestionamentos, uma série de propostas têm sido discutidas nos últimos anos. A capital já conta com o rodízio de veículos, que desde 1997 obriga os motoristas a deixar os seus carros em casa uma vez por semana. A criação de um percurso urbano no centro expandido da cidade já chegou a ser avaliada, assim como a cobrança de uma taxa para circulação nas Marginais do Tietê e Pinheiros. Mas as duas medidas são consideradas polémicas e continuam em discussão. Sustentabilidade Ambiental Outro tema que ganha importância na agenda das grandes cidades - a sustentabilidade - também está cada vez mais integrada no planeamento de São Paulo. A capital é uma das pioneiras na adoção de uma política de combate às mudanças climáticas e está a preparar um novo inventário sobre a emissão de gases causadores do efeito de estufa. São Paulo tem investido no uso de combustíveis limpos nos transportes públicos, incentiva o uso de bicicletas com a ampliação de ciclovias e ciclofaixas e combate o desperdício com a adoção de lâmpadas mais eficientes na iluminação pública. A capital tem ganho cada vez mais áreas verdes: já conta com 81 parques e tem um plano para chegar a 100. Em 2012, por meio de um acordo com o governo de São Paulo, as redes de supermercados suspenderam a distribuição de sacos descartáveis para acondicionar as compras. Agora as compras são feitas com sacos reutilizáveis, como já tendência em várias cidades do mundo. Renovação Urbana Novas obras e empreendimentos redesenham a cidade. Cartão-postal da cidade, a Avenida Paulista ganha novo fôlego com a inauguração de novas torres corporativas e a construção de mais um shopping de luxo, escritórios e opções de lazer. Para dar conta da procura por centros comerciais, as construtoras anunciam novos empreendimentos na zona sul da capital, expandindo o centro económico da região da Avenida Luís Carlos Berrini em direção ao Morumbi. Numa cidade de grandes distâncias como São Paulo, uma das soluções é aproximar o emprego da moradia para reduzir ao máximo as deslocações. Esta é justamente uma das preocupações dos paulistas identificada numa pesquisa sobre como a cidade deve ser em No cenário de 2040, São Paulo aparece como centro de comando empresarial da América Latina e precisa estar preparada para novos desafios e nova procura. Os preparativos para sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014 também já movimentam a cidade. O Mundial deve atrair 15 milhões de turistas para a capital paulista. Os investimentos necessários para a realização dos jogos e também para facilitar a circulação dos adeptos pela cidade incluem adequação dos aeroportos, melhoria nas infraestruturas rodoviárias e obras nos estádios. Setores Económicos AGRONEGÓCIO A economia brasileira tem no agronegócio uma importante fonte de entrada de divisas. Em 2011 este setor de negócio apresentou um superávit de cerca de US$ 65 mil milhões, enquanto para os restantes setores o saldo da balança comercial apresentou um déficit de US$ 35 mil milhões. 133

135 O conceito de agronegócio engloba uma ampla gama de atividades que vão desde produtos agrícolas básicos a pesquisa aplicada à biotecnologia. São diversos os segmentos industriais que trabalham com matérias-primas agropecuárias alimentícias e não alimentícias (fiação e calçados, por exemplo) e fornecedores de insumos (fertilizantes, tratores, máquinas agrícolas, defensivos, etc.). Esta diversidade assume contornos mais acentuados na economia paulista em decorrência do grau de sofisticação de sua estrutura produtiva e da sua base de pesquisa científica e tecnológica. O Estado de São Paulo teve 23,4% (US$ 23 mil milhões) do total exportado pelo agronegócio brasileiro em 2011, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola - IEA. Merecem destaque na economia paulista os produtos industrializados, responsáveis por 81% das exportações do setor de agronegócios (US$ 18,72 mil milhões). Quando se observa que esta participação na economia brasileira é de 43%, evidencia-se a maior capacidade de agregação de valor do agronegócio paulista. As maiores contribuições para este resultado foram por ordem de importância: cana e sacarídeas (US$ 10,34 mil milhões), bovídeos-bovinos (US$ 2,83 mil milhões), frutas (US$ 2,48 mil milhões), produtos florestais (US$ 2,25 mil milhões) e café e estimulantes (US$ 1,12 mil milhões). A importância do Estado de São Paulo no agronegócio do país ainda pode ser aferida pela elevada participação dos complexos da cana, carne bovina e frutas na produção nacional. A cana-de-açúcar é a principal atividade geradora de valor na maior parte das regiões do Estado, que respondem com mais de 58% da exportação de açúcar e 81% da exportação de etanol, concentrando também 95% da produção de sumo de laranja exportado pelo Brasil e 40% da carne bovina exportada pelo país. AERONÁUTICO A indústria aeronáutica mundial é composta por apenas um pequeno número de atores globais, entre os quais está a Embraer. Com 42 anos de existência, a Embraer é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, atuando nas várias etapas do processo: projeto, desenvolvimento, fabricação, venda e suporte pós-venda de aeronaves. Com sede em São José dos Campos, a Embraer possui cinco unidades industriais, com atividades de engenharia, desenvolvimento e produção, em São José dos Campos, Eugênio de Melo, Botucatu e Gavião Peixoto, para além de dois centros de logística em Taubaté e Campinas. No exterior, a empresa inaugurou a sua primeira unidade industrial nos Estados Unidos, no Aeroporto Internacional de Melbourne, na cidade de mesmo nome, na Flórida. Além desta, está também a implantar duas novas unidades industriais na cidade de Évora, na região do Alentejo, em Portugal. A Embraer conta ainda com centros próprios de serviço e de venda de peças de reposição em São José dos Campos, Fort Lauderdale (Flórida, EUA), Mesa (Arizona, EUA), Nashville (Tennessee, EUA), Windsor Locks (Connecticut, EUA), Villepinte, na França, e em Singapura. Atuando em 95 países, nos cinco continentes, a empresa opera nos segmentos de aviação comercial, executiva e de defesa e segurança, sendo a maior fabricante mundial de aeronaves comerciais até 120 lugares. No segmento da aviação executiva, mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo mercado, a Embraer obteve um aumento da sua participação: em relação às unidades entregues, o crescimento foi de 14% em 2009 para 19% em Consolidando a sua 134

136 posição central na indústria nacional de material de defesa, a empresa criou a Embraer Defesa e Segurança, que, no final de 2010, acumulava uma carteira de pedidos de US$ 3,3 mil milhões. Além da Embraer, o Estado de São Paulo abriga também os seus principais fornecedores nacionais e estrangeiros. O caráter predominantemente paulista da indústria aeronáutica brasileira evidencia-se pelas informações do IBGE para o setor. Em 2009, o Estado respondeu com 76% das unidades locais, 97% do pessoal empregado e 96% do Valor da Transformação Industrial - VTI da indústria aeronáutica nacional. Outro aspeto de destaque refere-se ao comércio exterior. A indústria aeronáutica respondeu, em 2010, com 8% das exportações realizadas a partir de São Paulo, tendo como principal mercado a União Europeia para onde forma 36% dessas exportações. AUTOMÓVEL O complexo automóvel ainda é, em todo o mundo, uma importante fonte de desenvolvimento e progresso tecnológico, composto por fabricantes de automóveis, camiões, autocarros, máquinas agrícolas e fornecedoras de autopeças. A sua produção concentra-se em países como a China, o Japão, os Estados Unidos da América, a Alemanha e a Coreia do Sul. No Brasil esta indústria assumiu um papel estratégico no processo de industrialização e constitui, desde então, uma das principais atividades económicas do país. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - Anfavea, em 2010 o Brasil foi o sexto maior produtor mundial de veículos, com uma produção de cerca de 3,64 milhões de unidades. O país conta com subsidiárias das grandes transnacionais do setor, como a Volkswagen, GM, Fiat, Ford, PSA-Peugeot/Citroën, Renault/Nissan, Honda, Toyota e Mitsubishi, Mercedes-Benz, VW Caminhões, Scania, Volvo, Caterpillar, CNH, entre outras. O complexo possui fábricas em nove Estados, 40% delas em São Paulo, berço da indústria automobilística nacional. As principais empresas instaladas no Estado são a Ford, GM, Honda, Mercedes-Benz, Scania, Toyota e Volkswagen, concentradas, principalmente, na Região Metropolitana de São Paulo, no Vale do Paraíba e região de Campinas. Em 2009, segundo o IBGE, São Paulo concentrava 47% do Valor da Transformação Industrial - VTI e 49% do pessoal empregado no segmento de fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carroçarias nacional. Embora com uma participação decrescente na produção de veículos devido à desconcentração deste segmento industrial, o Estado de São Paulo aglutina cada vez mais atividades tecnológicas e de engenharia em razão da qualidade e disponibilidade da sua mão-de-obra, dos seus centros de pesquisas e laboratórios e da presença consolidada de centros de desenvolvimento dos principais fabricantes de autopeças. Este conjunto de atributos, aliado ao processo de reestruturação mundial da indústria automóvel, permitiu ao Estado abrigar alguns projetos desenvolvidos fora da matriz da Volkswagen (como o Polo Sedan e o Fox), da GM (Celta e Meriva) e da Ford (novo Ka). Assim, a indústria automóvel instalada no país experimenta a novidade de ser uma unidade gestora de projetos mundiais, em toda a sua extensão, e sediar a engenharia que qualifica ou veta fornecedores e analisa solicitações de adaptação e modificação originárias de outras unidades, entre outras funções. 135

137 Cabe também realçar a importância da sede de projetos para as decisões estratégicas da cadeia de fornecedores nacionais e da sua capacidade de atração de investimentos. Segundo dados da Anfavea, a indústria automobilística atraiu, nos últimos dez anos, investimentos na ordem de US$ 19 mil milhões, de destacar que 52% desses investimentos (US$ 9,8 mil milhões) ocorreram entre 2008 e Para o setor de autopeças, a participação da indústria paulista tem aumentado em relação ao total do país, apesar da desconcentração das atividades de montagem e produção. De acordo com informações do IBGE, o país contava, em 2009, com empresas, unidades locais. O Estado de São Paulo abrigava 58% dessas unidades, sendo responsável por 65% do Valor da Transformação Industrial - VTI e 60% do pessoal empregado do segmento no país. A indústria de autopeças instalada no Brasil passou por uma acentuada reestruturação patrimonial, a partir da segunda metade dos anos 1990, articulando-se ao processo de modernização e integração mundial da indústria automobilística. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores - Sindipeças, em 1994, 48% das empresas de autopeças eram estrangeiras, participação que atingiu 73% em Essa internacionalização e a intensa modernização transformaram radicalmente a inserção dessa indústria no cenário mundial: o Brasil passou de importador de peças a exportador. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, o setor nacional de autopeças exportou, em 2010, pouco mais de US$ 5 mil milhões, tendo o Estado de São Paulo respondido por cerca de 65% desse montante. Considerando que o mercado nacional apresenta um elevado potencial de crescimento - a relação habitante/automóvel é de 6,5, enquanto nos EUA é de 1,2 - e dada a inserção internacional desse complexo, é possível concluir que o Brasil desempenhará uma posição estratégica no plano mundial. O dinamismo desse mercado pode ser medido pelos sucessivos recordes de vendas da indústria automobilística no país. O Estado de São Paulo, principal polo económico, ao abrigar o maior complexo tecnológico do país e maior mercado consumidor, qualifica-se como importante lócus de investimento dessa indústria. FARMACÊUTICO Uma das principais atividades produtivas do complexo industrial da saúde - a indústria farmacêutica - é composta pelos segmentos produtores de fármacos (matérias-primas farmacêuticas) e de medicamentos. No Brasil, esta indústria apresenta uma estrutura concentrada, sob controlo de um pequeno grupo de empresas de grande dimensão, principalmente de capital estrangeiro. Estas empresas convivem com um grande número de empresas de menor dimensão, muitas de capital privado nacional, além de laboratórios públicos. Outra das suas características é uma estrutura de produção e comercialização de produtos farmacêuticos muito concentrada em medicamentos. O Estado de São Paulo destaca-se no cenário nacional por concentrar, de forma maioritária, todos os agentes do complexo industrial da saúde, principalmente nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas. Segundo o IBGE, com 42% das unidades locais e 53% do pessoal empregado, o Estado foi responsável, em 2009, por 70% do Valor da Transformação Industrial - VTI do segmento no país. 136

138 O setor farmacêutico brasileiro exibe taxas de inovação superiores às da indústria como um todo. Entre 2006 e 2008, as empresas fabricantes de produtos farmoquímicos e farmacêuticos atingiram taxas de inovação de quase 64%, ao passo que na indústria de transformação foi de aproximadamente 38%. Os investimentos realizados pelas empresas do setor em atividades inovadoras foram superiores a US$ 800 milhões e sua participação sobre a receita líquida de vendas das empresas atingiu 4,9%, em Com o objetivo de incrementar um dos grandes desafios competitivos do setor farmacêutico brasileiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social - BNDES possui, entre as suas linhas de financiamento, o Programa BNDES de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde - BNDES Profarma. Voltado para todos os setores do complexo industrial da saúde, o programa inclui entre os seus objetivos estratégicos o estímulo à disseminação da atividade inovadora. O governo paulista, através da Fundação para o Remédio Popular - Furp, destaca-se como produtor de medicamentos. A Furp é um dos maiores fabricantes públicos de medicamentos do Brasil, ocupando uma posição estratégica nas políticas de saúde nacionais. Fundada em 1974, a sua produção é composta por 52 tipos de medicamentos, entre os quais, os anti-infeciosos, anti-inflamatórios, antirretrovirais, remédios para controlo da hipertensão, diabetes e saúde mental. A Furp produziu, em 2010, mais de 1,6 mil milhões de unidades farmacêuticas (medicamentos), atendendo cerca de três mil municípios brasileiros. PETRÓLEO E GÁS NATURAL A cadeia produtiva de petróleo e gás natural é bastante ampla. Tradicionalmente pode ser dividida em dois grandes blocos: as atividades do upstream (exploração e produção) e as do downstream (transporte, refinaria e distribuição). Entretanto, as suas ligações são mais extensas uma vez que as atividades citadas utilizam grande número de equipamentos complexos e específicos (plataformas, dutos, equipamentos para refino e processamento) e serviços especializados (engenharia, automação, consultoria, construção, manutenção, segurança, entre outros). No segmento da refinaria, a participação do Estado de São Paulo assume destaque. As suas cinco refinarias representam 44% da capacidade total do país, além de serem responsáveis por uma significativa produção de derivados, como gasolina, GPL, óleo diesel, querosene, entre outros. Este desempenho está estreitamente relacionado com o mercado regional de combustíveis derivados do petróleo, no qual São Paulo assume relevância, com 25% do mercado nacional. O Estado sobressai também em relação ao consumo de gás natural, com participação, em 2011, de 31% no total nacional. Antes caracterizado pela amplitude do seu mercado consumidor de combustíveis, mas também pela inexistência de campos de onde pudessem ser extraídos volumes significativos de petróleo e gás natural, atualmente, com as sucessivas descobertas de grandes quantidades destes produtos no pré-sal (parte do subsolo situado no fundo do mar que se encontra sob uma camada de sal) da Bacia de Santos, o Estado de São Paulo ampliou bastante o seu potencial para o setor. Em 2010, foram realizadas importantes descobertas no pré-sal, com destaque para as áreas de Lula e Cernambi, cujos volumes recuperáveis chegam a 6,5 mil milhões e 1,8 mil milhões de 137

139 barris de óleo equivalente, respetivamente. Como consequência do seu alto potencial, foi constituído o Projeto Piloto de Lula que prevê a interligação de seis poços produtores e a construção de um gasoduto com 139 km de extensão, por onde será escoado o gás até a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, em Caraguatatuba, cuja capacidade de processamento será de 18 milhões de metros cúbicos de gás natural e de 42 mil barris de óleo por dia. Em relação à Bacia de Santos, em 2012, a produção chegou a 111 mil barris de petróleo por dia (bpd) com a manutenção do elevado índice de sucesso exploratório e a constatação de elevada produtividade nos poços produtores. Apenas em 2012 foram perfurados 14 poços, totalizando 51 (37 exploratórios) poços na Bacia. Existem, ainda, 15 sondas em operação na área, de um total de uma frota de 23 sondas que operam em lâmina d'água ultra profundas. A confirmação dos investimentos da Petrobras na região até 2025, R$ 176 mil milhões, representará para o Estado de São Paulo na fase de implantação dos projetos, 130 mil empregos diretos e, na fase de operação, 70 mil. Já em empregos indiretos, estima-se a geração total de 120 mil postos de trabalho. Neste contexto, São Paulo, devido ao seu conjunto estruturado de instituições de ensino e pesquisa e por sediar 23% do parque nacional de fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços para o segmento de petróleo, tende a ampliar o seu papel como referência tecnológica ao longo dos próximos anos. Com foco neste potencial, o governo do Estado criou a Comissão Especial de Petróleo e Gás Natural do Estado de São Paulo Cespeg, a fim de internalizar os benefícios económicos e sociais das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural e minimizar o risco de impactos ambientais e populacionais, tornando o Estado referência internacional no setor. Em 2010, o governo estadual lançou o Programa Paulista de Petróleo e Gás Natural, que busca viabilizar investimentos em obras de infraestrutura e saneamento nas áreas de influência do pré-sal, além de promover incentivos à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação tecnológica na cadeia produtiva do setor. Outras medidas importantes foram a ampliação da oferta de cursos de capacitação profissional e a criação de planos de incentivo para tornar o Estado mais atraente às empresas de petróleo e gás, estimulando o fortalecimento da indústria e a geração de emprego e renda no setor. O governo de São Paulo lançou também, em 2010, uma linha de financiamento voltada para as pequenas e médias empresas da cadeia de fornecedores do setor de petróleo e gás. Operada pela agência paulista de fomento, Desenvolve SP, a linha financia empréstimos com juros a partir de 0,57% ao mês e prazo de pagamento de até dez anos, com carência máxima de dois anos, para empresas localizadas no Estado e com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões. Na esfera federal, destaca-se o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural Prominp, responsável, entre outros projetos, pelo Plano Nacional de Qualificação Profissional PNQP, cujo objetivo é ampliar a formação de mão-de-obra a partir de cursos oferecidos em conjunto com instituições regionais, como as Fatecs e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. 138

140 Voltado para o estímulo da inovação e para a formação e qualificação de recursos humanos da cadeia produtiva do setor, o Fundo Setorial do Petróleo e Gás Natural CTPETRO, da Finep, tem libertado recursos para diversas instituições paulistas, entre elas, a Universidade Estadual de Campinas Unicamp, a Universidade de São Paulo USP e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica ITA. Em linhas gerais, os projetos são voltados para o aumento da produção e da produtividade, a redução de custos e preços e a melhoria da qualidade dos produtos do setor. Por fim, fruto de uma parceria entre a Unicamp e a Petrobras, o Centro de Estudos de Petróleo Cepetro, criado em 1987, tem exercido um papel relevante para o desenvolvimento científico e tecnológico na área do petróleo e gás no Estado de São Paulo, unindo profissionais da universidade e da indústria em busca de novos conhecimentos e tecnologias para o setor. TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO O Estado de São Paulo constitui o mais importante polo nacional de tecnologia de informação - TI. O setor compreende: Atividades de serviços de tecnologia de informação, que inclui empresas voltadas para o desenvolvimento e a comercialização de programas de computador, consultoria, suporte técnico e manutenção em tecnologia de informação; Serviços de tratamento de dados e conteúdos da internet; Produção de equipamentos de informática e periféricos. Em relação às atividades de serviços de tecnologia de informação São Paulo abrigava, em 2011, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, 34% das unidades locais do país, detendo 46,5% do total dos trabalhadores nacionais do setor. Na distribuição interna estadual, concentrava-se nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas 74% e 9,5% dos empregos, respetivamente. No segmento da consultoria em tecnologia de informação destacava-se a Região Metropolitana de São Paulo, alcançando 92% dos trabalhadores da atividade no Estado. Em 2011 o estado de São Paulo concentrava 38% das unidades locais e 43% do total dos empregados nacionais do segmento de tratamento de dados e conteúdos da internet. A concentração destes empregos também ocorria na Região Metropolitana de São Paulo (67%) e Campinas (5,5%). Já o setor paulista de produção de equipamentos de informática e periféricos, concentrou em 2011, de acordo com o IBGE, 47% do pessoal empregado e 46% do Valor da Transformação Industrial - VTI do segmento no país. Intensivo em tecnologia, a atividade apresentava uma taxa de inovação superior à da indústria de transformação nacional: 54% e 38%, respetivamente. Em auxílio ao setor, o Programa BNDES para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e Serviços de Tecnologia da Informação - BNDES Prosoft tem como principais objetivos: Ampliação significativa da participação das empresas nacionais no mercado interno; 139

141 Promoção do crescimento das suas exportações; Fortalecimento do processo de inovação e das atividades de pesquisa e desenvolvimento no setor; Promoção da difusão e da crescente utilização do software nacional no Brasil e no exterior, entre outros. O programa financia os investimentos e os planos de negócios de empresas de software e serviços de tecnologia de informação: Sediadas no Brasil (BNDES Prosoft - Empresa); Na comercialização no mercado interno (BNDES Prosoft - Comercialização); Nas exportações (BNDES Prosoft - Exportação). BIOTECNOLOGIA A biodiversidade brasileira garante ao país um grande potencial para o desenvolvimento do setor da biotecnologia, um dos mais promissores da economia e que apresentou um rápido crescimento nos últimos anos. Conforme aponta a Fundação Biominas, as empresas de biotecnologia são aquelas cuja atividade comercial principal é a aplicação tecnológica que utiliza organismos vivos, sistemas ou processos biológicos, na pesquisa e desenvolvimento, na transformação ou na provisão de serviços especializados. Estas empresas podem ser divididas em sete categorias: i. Saúde humana (kit de diagnóstico, vacinas, curativos e peles artificiais, etc.); ii. Saúde animal (kit de diagnóstico, vacinas, transferências de embriões, etc.); iii. Agricultura (clonagem de plantas, diagnóstico molecular, melhoramento genético, etc.); iv. Meio ambiente (biorremediação, tratamento de efluentes e áreas degradadas); v. Bioenergia, insumos (enzimas, kit para extração de DNA); vi. Misto (kit de diagnóstico para doenças humanas e animais). Uma pesquisa realizada em 2010, pela mesma fundação, identificou 271 empresas privadas de biociências no Brasil, 53% delas (143 empresas) de biotecnologia. O conjunto das empresas de biociências ou ciências da vida é mais amplo do que o da biotecnologia, pois inclui segmentos como serviços de validação de novos medicamentos (ensaios pré-clínicos e clínicos) e o desenvolvimento de dispositivos médicos de última geração, que não se enquadram na definição estrita de biotecnologia e tem assistido a uma ampliação da sua importância no país. Líder no setor, o Estado de São Paulo abriga 38% das empresas de biociências nacionais. O polo de biotecnologia paulista é alimentado pela presença de uma ampla rede de universidades e instituições de pesquisa e por um importante contingente de mão-de-obra qualificada. Em resposta à importância representada pelos avanços que as pesquisas na área da biotecnologia podem trazer para a qualidade de vida da população e para o desenvolvimento económico e social, as empresas e pesquisadores do setor dispõem de diversas linhas de financiamento. 140

142 Especificamente na esfera estadual, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Fapesp, tem uma linha de fomento voltada para a inovação tecnológica, que inclui programas exclusivos para os setores de biotecnologia, biodiversidade e biotecnologia molecular: Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo Biota - Fapesp; Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia - Bioen; Programa Genoma Fapesp. Na esfera federal, entre outras linhas de financiamento, podem ser citados o Fundo Setorial de Biotecnologia da Financiadora de Estudos e Projetos - Finep, os programas Capital Semente - Criatec e o de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde - Profarma, ambos do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social - BNDES. SERVIÇOS FINANCEIROS A cidade de São Paulo é o município-sede do terceiro maior aglomerado urbano do mundo, principal centro das atividades terciárias do país, além de centro financeiro da América Latina, abrigando a sede das principais instituições bancárias nacionais e a BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, uma das maiores bolsas do mundo em valor de mercado. No Estado de São Paulo está a maioria das prestações de serviços financeiros no Brasil, considerando-se as atividades realizadas pelo sistema bancário, serviços de seguros e atividades mobiliárias. Segundo informações do Banco Central do Brasil, em dezembro de 2011, estavam registadas em São Paulo 33% das operações de crédito do país. Estudos sobre o sistema bancário, parte relevante do sistema financeiro, afirmam que a concentração bancária não é uma mera sombra do grau de desenvolvimento económico, representando, mais que isso, a concentração qualitativa das atividades dinâmicas da economia. Esta afirmação mostra-se particularmente verdadeira uma vez que estas atividades envolvem operações da mais elevada sofisticação e/ou magnitude. Nestes casos ganham importância as externalidades de localização, como a qualidade da infraestrutura de comunicação, a oferta de mão-de-obra especializada, as economias de escala operacionais, a qualidade de foro jurídico, entre outras. Esta concentração do sistema bancário no Estado de São Paulo tem se aprofundando nos últimos anos devido, entre outros fatores, ao processo de reestruturação patrimonial pelo qual passou o sistema bancário nacional a partir da segunda metade dos anos 90, motivado pela busca de ganhos de escala aliados à presença de externalidades e economias de aglomeração presentes na economia paulista. A rearticulação do setor acelerou a entrada dos bancos estrangeiros no mercado nacional, a privatização de bancos públicos e o processo de fusões e aquisições. Como resultado, as empresas que se instalam em São Paulo têm um acesso ainda mais facilitado a diferentes modalidades de apoio financeiro via crédito para alavancar os negócios e 141

143 a uma extensa gama de serviços financeiros. Além disso, podem contar com serviços de consultorias de acesso ao crédito, diagnósticos e organização de sistemas de gestão financeira, planos de negócios e estudos de viabilidade económica e financeira. ECONOMIA VERDE Segundo levantamento da Investe SP, o Estado possui o maior mercado de economia verde do país e também o mais diversificado: existem 141 mil empresas que atuam no setor, empregando 1,14 milhões de pessoas. O Estado responde com quase um 1/3 dos empregos verdes do país. Uma verdadeira floresta de micro e pequenas empresas. Além disso, São Paulo foi a primeira região do Brasil a incorporar o tema da economia verde na sua agenda política e empresarial. Criando leis vanguardistas, o Estado foi pioneiro na regulamentação de questões como resíduos sólidos (Lei Estadual nº /2006) e mudanças climáticas (Lei Estadual nº /2009). Ambas abrem oportunidades para a prospeção de novos negócios, uma vez que criam procuras específicas como, por exemplo, a necessidade de se investir em transportes sustentáveis. Com o perfil de uma economia de baixo carbono, é o Estado com a matriz energética mais limpa do Brasil, com 55% de participação de fontes renováveis, segundo o Balanço Energético do Estado de São Paulo (BEESP). Ficando ainda melhor, com a Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável do Estado de São Paulo 2020 (Decreto nº , de 5 de junho de 2012), que visa estabelecer uma agenda para o desenvolvimento sustentável estadual, apresentando metas setoriais que definirão a ação do Governo do Estado até Em relação à produção de cana-de-açúcar, São Paulo é o maior produtor mundial e o maior produtor nacional de etanol (56% da produção do país). Além do etanol, o Estado de São Paulo possui pequenas centrais hidroelétricas espalhadas pelo território e conta com a produção de componentes para aerogeradores, destinada a aproveitar a grande capacidade de geração de energia eólica do país. Tais perspetivas colocam São Paulo numa posição de vanguarda no desenvolvimento de tecnologias verdes e na geração de energias renováveis, abrindo um vasto campo de oportunidades para novos investimentos. Respondendo com cerca de 34% do PIB industrial do país, o Estado ainda mantém 17,5% da sua área conservada. De acordo com o levantamento da Investe SP, entre 2007 e 2010, o setor florestal paulista apresentou um aumento no número de empregos formais de 11%. Em São Paulo há ainda linhas de financiamento e incentivos tributários específicos para o setor da economia verde. Por isso a Investe SP ajuda a encontrar a melhor forma de aproveitar todas estas oportunidades, oferecendo: Apoio à localização de áreas adequadas ao seu empreendimento; Apoio nas infraestruturas; Obtenção de financiamento; 142

144 Assessoria tributária; Assessoria ambiental; Articulação com órgãos públicos e privados. Oportunidades de Negócio com o Mundial 2014 Cerca de 300 mil micro e pequenas empresas paulistas, de todos os setores, têm hipótese de crescimento económico com a chegada da Copa do Mundo de Este dado, entre outros igualmente auspiciosos, estão no "Mapa de Oportunidades de Negócios para Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede", levantamento encomendado pelo Sebrae à Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Mapa é uma ação do Programa Sebrae 2014 que tem sido apresentado em seminários em todo o Brasil para cerca de 6,8 mil empresários até ao momento. Em São Paulo, o levantamento identifica 456 oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas (MPE) que deverão surgir com o mundial de futebol (antes, durante e após os jogos) no estado de São Paulo. O setor do comércio concentra 51% delas, seguido pelo setor dos serviços (30%) e a indústria (19%). O destaque no estado fica por conta da tecnologia de informação, na qual foram identificadas 80 oportunidades de negócios. Em seguida, vem o agronegócio com 75. O turismo e a produção associada ao turismo levantaram 139 oportunidades. Entre as oportunidades listadas na tecnologia da informação estão: Serviços de suporte à distância (online) a equipamentos e sistemas de comunicação de dados; Projeto e implantação de sistemas de proteção de redes (firewalls, contingências e outros); Dispositivos para apresentação (Projetor, LED,TV, DVD); Soluções de gestão hoteleira. Investimentos - Até 2013, por meio do Programa Sebrae 2014, serão investidos R$ 80 milhões em iniciativas para possibilitar que os pequenos negócios aproveitem as oportunidades da competição. Em todo o país, o estudo revela 930 oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas nas 12 cidades-sede. 143

145 Expo 2020 Jornal O Estado de S. Paulo, 10 de Junho de 2013 A cidade de São Paulo vai defender esta semana, em Paris, a sua candidatura para sediar a Expo O prefeito Fernando Haddad (PT), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o vicepresidente Michel Temer (PMDB) embarcaram para França no fim de semana para tratar pessoalmente do assunto. A candidatura de São Paulo é considerada uma das favoritas ao lado do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Outras três cidades vão oficializar a candidatura: Izmir, na Turquia; Ekaterinburgo, na Rússia; e Ayutthaya, na Tailândia. O resultado deve ser anunciado em novembro. Os diplomatas dizem que a candidatura de São Paulo ganhou robustez nos últimos seis meses e que a integração explícita das três esferas de poder pode produzir um resultado positivo. A feira de 2020 deve durar seis meses e atrair 30 milhões de visitantes. O governo do Estado pretende aproveitar a viagem para garantir investimentos em projetos considerados prioritários. Durante a estadia em Paris deve ser anunciado um financiamento para a Linha 13-Jade da CPTM, que chegará até o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Alckmin deverá, ainda, apresentar a carteira de Parcerias Público-Privadas (PPP) para os empresários franceses. "Temos uma carteira de PPP s que prevê R$ 50 mil milhões de investimento em linhas de comboio, metro e outras obras", diz o secretário de Planeamento e Desenvolvimento Regional, Júlio Semeghini. "Também vamos mostrar para os empresários que São Paulo é um bom lugar para se investir." Uma das justificações para a realização da Expo é o legado que o evento pode deixar. A construção de um novo centro de convenções pode levar o desenvolvimento para a região noroeste da capital. Além disso, a cidade pode ganhar um novo cartão-postal: uma torre de 155 metros de altura. Nos sete anos que antecederam a Expo 2010, a cidade de Xangai, na China, gastou o equivalente a R$ 330 mil milhões em projetos de infraestruturas. O metro, por exemplo, duplicou o seu tamanho e passou a ter 420 km. 144

146 6.2 RIO DE JANEIRO CIDADE MARAVILHOSA Rio de Janeiro Capital do estado homónimo; Segunda maior metrópole do Brasil, situada no Sudeste do país; Cidade brasileira mais conhecida no exterior; Maior rota do turismo internacional no Brasil; Principal destino turístico na América Latina e em todo o Hemisfério Sul. Área: 1.182,296 km² População: 6,4 milhões de habitantes Densidade Populacional: 5,4 hab./km 2 Atualmente, o Rio de Janeiro é a 2ª maior cidade do país, depois de São Paulo. Em 2012, a paisagem urbana da cidade foi considerada Património Cultural da Humanidade pela UNESCO. É um dos principais centros económicos, culturais e financeiros do país. Ícones culturais e paisagísticos: Pão de Açúcar; Morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor; Praias dos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca (entre outros); Estádio do Maracanã; Estádio Olímpico João Havelange; Teatro Municipal do Rio de Janeiro; Florestas da Tijuca e da Pedra Branca; Quinta da Boa Vista; Biblioteca Nacional; Ilha de Paquetá; Réveillon de Copacabana; Carnaval carioca; Bossa Nova; Samba. 145

147 Representa o 2º maior PIB do país e o 30º maior do mundo, cerca de 140 mil milhões de reais (IBGE/ 2012). É sede: Das duas maiores empresas brasileiras: a Petrobras e a Vale; Das principais companhias de petróleo e telecomunicações do Brasil; Do maior conglomerado de empresas de media e comunicações da América Latina: as Organizações Globo. Contemplado pelo grande número de universidades e institutos, é o 2º maior pólo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 19% da produção científica nacional. Porquê o Rio de Janeiro? EVENTOS GLOBAIS GRANDES EMPRESAS Cerca de 50% da capitalização do mercado da BM&FBOVESPA (companhia que administra mercados organizados de títulos, valores mobiliários e contratos derivativos, além de prestar serviços de registro, compensação e liquidação, atuando, principalmente, como contraparte central garantidora da liquidação financeira das operações realizadas em seus ambientes) são de empresas sediadas no Rio de Janeiro, para além da presença de grandes empresas: 146

148 EXCELÊNCIA ACADÉMICA Ranking do MEC Graduação O Rio de Janeiro acolhe 4 das 9 melhores universidades no ranking do Ministério da Educação (MEC): UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro; IBMEC RJ - Faculdade IBMEC Rio de Janeiro; IME Instituto Militar de Engenharia; FGV - Fundação Getulio Vargas. Ranking CAPES Pós-Graduação Acolhe também 4 das 9 melhores universidades no ranking da CAPES: 147

149 UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro; PUC-RIO Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; CBPF Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas; IMPA - Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada. Ranking Financial Times Escola de Negócios O COPPEAD é única escola de negócios da América Latina listada no ranking global do Financial Times entre as 100 melhores do mundo. 148

150 CENTRO DE PESQUISA E DE DESENVOLVIMENTO O Rio de Janeiro é um dos mais importantes centros de Pesquisa em energia do mundo. CENPES Centro de Pesquisa da Petrobras 149

151 Algumas empresas e laboratórios presentes no parque tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro: Mapa do Parque Tecnológico INCUBADORA DE EMPRESAS 2 LABORATÓRIO NUTRE 3 EMPRESA BAKER HUGHES 4 LABORATÓRIO LAMCE 5 LABORATÓRIO MÓDULO DE PROTOTIPAGEM 6 LABORATÓRIO LABOCEANO 7 EMPRESA USIMINAS 8 LABORATÓRIO LEAD 9 EMPRESA SCHLUMBERGER 10 EMPRESA - HALLIBURTON 11 EMPRESA TENARIS 12 EMPRESA FMC 150

152 ATRAÇÃO E RETENÇÃO DE TALENTOS O Rio de Janeiro é uma cidade global e atrativa com uma alta correlação entre inovação e qualidade de vida. Com mais de 90 Km de praias e 30% de áreas verdes, incluindo a maior floresta urbana do mundo, o Rio possui como meta, até 2020, a redução dos gases do efeito de estufa e o reflorestamento de 24M de árvores. A cidade ocupa a 1 posição no ranking de estrangeiros residentes no Brasil. Dos vistos de trabalho concedidos no País em 2010, 46% foram para o Rio. Investimentos Estão previstos cerca de R$ 614 mil milhões em investimentos para os próximos anos, representando um crescimento de 59% sobre o período de Só o setor do Petróleo e Gás corresponde a 62% desses investimentos. Os 4 principais setores (petróleo e gás, indústria extrativa, siderurgia e petroquímica) representam 84% dos futuros investimentos do país, sendo o Rio de Janeiro a capital estratégica. Investimento por setor Var.% período Var.% anual Petróleo e Gás % 13% Indústria extrativa % 0,9% Siderurgia % 3,2% Petroquímica % 12,3% Veículos % 5,6% Eletrónico % 8,2% Papel e Celulose % 8,7% Têxtil % 9,0% Total % 9,7% Fonte: BNDES Oportunidades no Rio de Janeiro ENERGIA Alguns atributos fazem da Cidade do Rio de Janeiro a Capital da Energia do Brasil: Petrobras: A maior empresa de energia do Brasil possui a sua sede no centro da Cidade do Rio de Janeiro, onde são tomadas as suas decisões estratégicas; Pré-Sal: Os principais campos recém descobertos estão localizados em frente à Cidade do Rio de Janeiro, fazendo dela o melhor local para o apoio logístico de exploração das reservas; Pólo de pesquisa em petróleo e gás: A Cidade do Rio de Janeiro abriga universidades de excelência no setor e centros de pesquisa como o CENPES da Petrobras e o Parque 151

153 Tecnológico da UFRJ na Ilha do Fundão, onde se encontram unidades de referência mundial de empresas como a Schlumberger, a Halliburton e a GE (futuramente) Logística: A rede de logística desenvolvida, extensa (portos, aeroportos, autoestradas e ferrovias) e de fácil conexão com outros importantes polos de petróleo (ex.: Voo Petroleiro do Rio a Houston ), fazem da Cidade do Rio de Janeiro o local ideal para a conexão com o país e com mundo. POLOS TECNOLÓGICOS E DE INOVAÇÃO O Rio de Janeiro conta com hubs Tecnológicos nas áreas da Telecom, da Energia, da Saúde, da Tecnologia, da Inovação e da Media e Entretenimento. Telecom, Energia e Saúde: Fundão (COPPE/UFRJ, CEPEL/Eletrobas, CENPES/Petrobas, Incubadora de empresas),fiocruz, sinergia entre pesquisa académica e mercado. Tecnologia: Desenvolvimento de software (sistemas de gestão administrativa, financeira, planeamento e controlo, inteligência de negócios, etc): INT, ABC, INPI. Media e Entretenimento: Projac/Globo. Inovação: PUC-Rio, IMPA, CBPF. INDÚSTRIA CRIATIVA A Indústria Audiovisual, uma das vocações do Rio de Janeiro, gera mais de 30 mil empregos diretos, dos quais 20 mil são qualificados e com uma remuneração acima da média. Dos filmes nacionais lançados, 55% foram produzidos na Cidade, 2/3 dos lançamentos ultrapassaram 100 mil bilhetes vendidos. Adicionalmente acolhe 2 das 3 maiores distribuidoras brasileiras, 7 das 10 maiores produtoras e possui 3 grandes centros de produção. O Rio de Janeiro é o local escolhido por 48% das produções estrangeiras realizadas no país e é a sede do maior festival de cinema da América Latina (Festival do Rio). 152

154 EVENTOS DESPORTIVOS Em 2016 o maior evento desportivo do planeta terá lugar na América do Sul pela primeira vez na história. A cidade do Rio de Janeiro terá o orgulho de sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Serão mais de 100 mil pessoas envolvidas diretamente na organização, incluindo 70 mil voluntários do país e do continente. Espera-se mais de atletas representando cerca de 205 nações diferentes, para além de milhares de profissionais da imprensa, de apoio e turistas de todos os cantos do mundo. Para receber todos estes visitantes o Rio passará por uma grande transformação, mas sem nunca perder o seu espírito carioca e a energia brasileira que contagia toda a gente. Recintos Desportivos Temporári o 20% Existente 54% Adicional 26% PETRÓLEO E GÁS NATURAL Destino de grandes empresas e investimentos nacionais e internacionais, o Estado do Rio de Janeiro diversifica cada vez mais a sua economia. Destaque para o segmento de Petróleo e Gás, que cada vez mais se destaca no estado. O Rio de Janeiro produz, por dia, 1,6 milhões de barris de petróleo e 28 milhões metros cúbicos de gás que representam 73% e 43% da produção brasileira, respetivamente. De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin) estão em curso projetos na ordem dos US$ 60,1 mil milhões. A produção de petróleo deve superar os três milhões de barris por dia até Como maior pólo do setor no Brasil, o estado abriga a sede de todas as empresas operadoras da Petrobras e 153

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