Não atendimento dos seguintes dispositivos legais:

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1 294 Processo nº: /12-8 Natureza: Processo de Contas de Governo Origem: Executivo Municipal de Capela de Santana Gestor: Wilson Capaverde Procuradores: Bruna Teixeira de Oliveira OAB nº e Bruno Bossle OAB nº Exercício: 2012 Data da Sessão: Órgão Julgador: Segunda Câmara Relator: Conselheiro PEDRO FIGUEIREDO PROCESSO DE CONTAS DE GOVERNO. Não atendimento ao art. 42 e 1º do art. 1º da LC Federal nº 101/2000. Não-atendimento à LRF. Emissão de Parecer Desfavorável. Trata-se do Processo de Prestação de Contas de Governo do Executivo Municipal de Capela de Santana, exercício de 2012, gestão de Wilson Capaverde. A análise dos documentos juntados aos autos resultou no Relatório Geral de Consolidação das Contas,, emitido pelo órgão técnico, evidenciando a ocorrência de inconformidades quanto aos seguintes tópicos: Da Gestão Fiscal Não atendimento dos seguintes dispositivos legais: Item Restos a Pagar art. 42 da LC Federal nº 101/2000; nº 101/2000. Item Equilíbrio Financeiro - 1º do art. 1º da LC Federal A Instrução Técnica Final/Encerramento do exercício financeiro de 2012, realizada pelo Serviço de Acompanhamento de Gestão SAG, refere que, conforme levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios CNM, as desonerações do IPI, concedidas pelo Governo Federal, no exercício de 2012, implicaram em uma queda de arrecadação para o Município no montante de R$ ,04, o qual não seria suficiente para a cobertura das insuficiências financeiras

2 295 apuradas nos itens 5.1 e 5.2. Sugere, por isso, que seja advertido o Administrador para o fato de que a reincidência das irregularidades apontadas nos itens e 2.2 do Relatório Geral de Consolidação das Contas,, poderá refletir na verificação do atendimento da Lei Federal nº /2011 e da LC Federal nº 101/2000, respectivamente, em exercício futuro, e que as matérias repercutirão na respectiva análise de Contas. Por fim, tendo em vista a inexistência de disponibilidades financeiras nos Recursos 0001 Livre e 8001 Extraorçamentário para cobertura dos valores inscritos em Depósitos, conforme relatado no item 5.2, sugere-se se a consideração de tal matéria nas CONTAS do respectivo exercício, para que o Administrador se manifeste quanto à utilização do montante de R$ ,65, de propriedade de terceiros, para cobertura de outras obrigações financeiras assumidas. Dos documentos Não foram enviados a este Tribunal, em infringência ao disposto no art. 113 do Regimento Interno do TCE, regulamentado pela Resolução nº 962/2012, os seguintes documentos: Subitem Declaração firmada pelo Prefeito de que os agentes públicos que desempenham atividades no Poder Executivo estão em dia com a apresentação da declaração de bens e rendas, nos termos da Resolução nº 833/2008; Subitem Pareceres dos conselhos que, por força de lei, devem se manifestar sobre as contas do fundo previdenciário próprio, nos termos da Resolução nº 962/2012. Relatório Complementar nº 185/2013 Insuficiente investimento realizado na Educação Infantil, constatando no Município de Capela de Santana. Por outro lado, não foram verificadas inconformidades no exame dos seguintes tópicos: - da entrega da documentação da prestação de contas art. 80, 1º do Regimento Interno, regulamentado pela Resolução nº 962/2012, quanto ao prazo; - da Aplicação em MDE e ASPS.

3 296 Devidamente intimado a prestar esclarecimentos, o Senhor Wilson Capaverde, através de Procuradores (fl. 270), apresentou suas razões (fls. 219 a 225 e 243 a 252). Após a devida instrução do feito, a Supervisão de Instrução de Contas Municipais - SICM conclui que, relativamente ao não atendimento da LC Federal nº 101/2000 (item Restos a Pagar - art. 42 e item Equilíbrio Financeiro - 1º do art. 1º da Gestão Fiscal), pela manutenção integral dos apontes. De igual forma, acerca do insuficiente investimento na educação infantil (Relatório Complementar nº 185/2013),, sugere a sua manutenção, bem como a permanência das falhas que se refertem ao não encaminhamento da documentação (itens e da Documentação). Relativamente aos itens e 2.2 da Gestão Fiscal, sugere alerta ao atual Administrador. Parecer do Ministério Público de Contas A Adjunta de Procurador Daniela Wendt Toniazzo, por intermédio do Parecer nº 9868/2014, manifestou-se pela imposição de multa ao Sr. Wilson Capaverde; pela emissão de Parecer Desfavorável à aprovação das contas do Administrador; pela ciência ao Procurador-Geral de Justiça e ao Procurador Regional Eleitoral; pelo não-atendimento à Lei Complementar Federal nº 101/2000, e recomendação ao atual Administrador para que corrija e evite a reincidência dos apontes criticados, bem como verificação, em futura auditoria, das medidas implementadas nesse sentido. É o relatório. Inicialmente, em relação a não adequação aos requisitos impostos pela Lei Federal nº /11 (item do Relatório de Gestão Fiscal) acompanho a manifestação do Ministério Público de Contas, pelo afastamento do aponte, em decorrência da referida Lei só ter iniciado sua vigência em maio de Acompanho o Agente Ministerial, também, no que se refere ao alerta ao atual Administrador,, quanto à necessidade de realizar as audiências públicas nos

4 297 prazos legais, conforme o disposto no 4º do artigo 9º da LC nº 101/2000 (item 2.2 do Relatório de Gestão Fiscal). Relativamente aos apontes constantes do Relatório Geral de Consolidação das Contas, concernentes a não apresentação de declaração firmada pelo Prefeito que os agentes públicos estão em dia com a apresentação da declaração de bens e rendas (item 2.1.1) e a não emissão dos pareceres dos Conselhos que devem se manifestar, por força da lei, sobre as contas do Regime Previdenciário Próprio (item 2.1.2), cabe recomendação ao atual Administrador para observância das correspondentes normativas, devendo tal matéria ser objeto de futura auditoria. Em relação ao item 1.1, letras a, b, c, todos do Relatório Complementar 185/2013,, que tratam da insuficiente alocação de recursos na Educação Infantil e do não atendimento integral das metas do Plano Nacional de Educação, entendo que os argumentos apresentados pelo Administrador não são suficientes para afastar os apontes. A alocação insuficiente de recursos na Educação Infantil, como é o caso, mostra a pouca importância conferida a esse tão importante segmento pela Administração local. Em razão disso entendo como imprescindível advertir ao atual Gestor para que implemente as medidas necessárias à regularização das inconformidades apresentadas no Relatório Complementar, especialmente no que diz respeito à compatibilidade do investimento e ao cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Educação quanto ao número de crianças com acesso à Educação Infantil, objetivando o perfeito atendimento à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, lembrando a necessidade da criação de 218 novas vagas em creches e 128 vagas na pré-escola, conforme demonstra o trabalho detalhado oferecido pela nossa equipe técnica. No que diz com as inconformidades relacionadas à Gestão Fiscal, (itens 5.1 e 5.2), nota-se um injustificado acréscimo nos restos a pagar registrados ao final do exercício, comparativamente ao exercício base. A insuficiência financeira ao final de 2012 aumentou significativamente, em mais de 154 vezes, em relação ao exercício de 2008, totalizando R$ ,42,, representando em torno de 4,7% da RCL do Município, muito acima dos percentuais excepcionalmente aceitos por esse Tribunal.

5 298 Enfim, porque não observado às disposições do artigo 42 e 1º do art. 1º da LC Federal, demonstrando uma situação de desequilíbrio financeiro, considera-se não atendida à LC nº 101/2000. No que tange ao Parecer Desfavorável sugerido pelo Ministério Público de Contas em relação à gestão de Wilson Capaverde, notadamente em razão das falhas relacionadas à Gestão Fiscal, resta acompanhar a posição da Dra. Daniela Toniazzo, pela reprovação das Contas de Governo ora em exame. Diante o exposto, vota-se: a) pelo não-atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, exercício de 2012; b) pela recomendação e alerta à Origem a fim de que evite a reincidência das falhas relatadas, as quais deverão ser, necessariamente, objeto de verificação em futura auditoria; c) pela emissão de Parecer Desfavorável à aprovação das Contas de Governo de Wilson Capaverde, Prefeito do Executivo Municipal de Capela de Santana, no exercício 2012, nos termos do artigo 3º da Resolução nº 414/92; d) dar conhecimento da presente decisão à Procuradoria-Geral de Justiça e ao Ministério Público Eleitoral, na forma do art. 87 do Regimento Interno; e e) após o trânsito em julgado, seja o processo encaminhado ao Legislativo Municipal de Capela de Santana,, para os fins legais. PEDRO FIGUEIREDO, Conselheiro-Relator. 12