LUTAR É PRECISO 7 HORAS. Campanha intensifica luta pela jornada

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1 LUTAR É PRECISO 109/01 E D I Ç Ã O N º ª Q U I N Z E N A D E AG O S TO D E w w w. s i n d j u s. c o m. b r Impresso Especial DR/RS Sindjus RS CORREIOS 7 HORAS Campanha intensifica luta pela jornada Desencadeada a partir da reunião de representantes, campanha pela jornada de sete horas toma o Estado a partir dos roteiros realizados pelo Sindjus/RS em agosto PLANO DE CARREIRA Em reunião com sindicato, presidente da Comissão do PCS garante participação dos trabalhadores LEI MARIA DA PENHA Implantada há quatro anos, lei mostra que ainda há um longo caminho a percorrer PERDAS DA CATEGORIA 1º DE JUNHO DE ,90%

2 EDITORIAL Pé na estrada, para fortalecer a luta A direção do Sindjus/RS i- niciou, em agosto, roteiros por todas as regiões do Estado. O objetivo é debater com a categoria as pautas que estão colocadas. Nesta edição, os roteiros trazem uma novidade: o Café da Manhã com o Sindicato. Definido entre as a- ções estratégicas desta gestão, o Café possibilita um ambiente descontraído e de integração. Nas comarcas onde já foi realizada, a prática se mostrou positiva e garantiu boa participação. Feito antes de iniciar a jornada de trabalho, possibilita que um número maior de servidores se faça presente. Entre os temas que têm sido mais discutidos nos roteiros estão o Plano de Carreira, a campanha pela jornada de trabalho de sete horas e a URV. Há uma grande expectativa em relação a estes assuntos, especialmente pelo seu impacto na vida funcional e pessoal dos trabalhadores. A busca de uma relação mais próxima e estreita com a categoria vem sendo uma constante da direção do Sindicato. E os resultados desta estratégia estão sendo sentidos na prática. Os encontros têm cada vez mais participação, as assembleias são mais lotadas, e as atividades têm um engajamento significativo dos trabalhadores. Com isso, temos garantido conquistas e avanços em muitas de nossas demandas. Além disto, esta relação é fundamental para fortalecer a nossa luta. O Sindjus /RS só tem representatividade e legitimidade com a participação de fato da categoria. A sindicalização é importante, mas apenas ela não basta. É necessário que cada trabalhador e trabalhadora deem vida ao sindicato. Neste momento, em que intensificamos nossa campanha em defesa da jornada de sete horas, será novamente a unidade e mobilização que poderão fazer a diferença. Por isso, o sindicato já colocou o pé na estrada e convida toda a categoria a participar dos cafés e dos encontros que estão sendo feitos nas comarcas. LENTA E PARCIAL Pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas mostrou que para 88% da população, a justiça é lenta; para 80%, é cara e para 60%, parcial. Os dados são do estudo Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil). Além desses dados, para 61% das pessoas, o Judiciário não é honesto; 72% acham que é difícil de utilizar e 54% o classificam como nada ou pouco competente. Entre os estados pesquisados, o RS foi o que demonstrou maior aprovação do Judiciário. APAGÃO Os trabalhadores do Judiciário federal realizaram, dia 4 de agosto, o Dia do Apagão no Judiciário Federal. A mobilização paralisou as atividades dos servidores do Judiciário federal por duas horas e teve como objetivo pressionar para que o STF e o governo federal se comprometam com a aprovação do Projeto de Lei 6.613/09. O PL garante os recursos necessários à implementação da revisão salarial dos trabalhadores das Justiças Federal, do Trabalho, Eleitoral e Militar. MAIS AUMENTO? O presidente do STF, Cezar Peluso, enviou ao Congresso o anteprojeto de lei com revisão de subsídios da magistratura. A proposta prevê a correção de 14,76%. Se for aprovado, o salário de um ministro do STF passará de R$ ,00 para R$ ,00, a partir de janeiro de Como o reajuste é em cascata, os ministros do STJ, TST, TSE e STM ganham 95% dos proventos dos colegas do STF. Já os da Justiça Federal, Justiça Trabalhista, do Distrito Federal e as justiças estaduais, 90,25% destes. O motivo é "a reposição das perdas inflacionários com base no IPCA e em resíduos", incluindo uma a expectativa de inflação de EXPEDIENTE Publicação do Sindicato dos Servidores da Justiça do RS Rua Quatro Jacós, 26, Porto Alegre/RS - CEP Fone (51) sindjus@sindjus.com.br Diretoria Executiva: Valter Assis Macedo, Osvaldir Rodrigues da Silva, Iara Besestil, Gilson da Cunha Braga, Valquir Lauermann Spielmann, Luiz Osmar Mendes, Luiz Carlos Passos Filho, Catarina Fátima Amaral Bolzan, Sílvia Regina Pereira Ramos, Carlos Leonel Camargo de Lima, Edson Vargas do Nascimento Edição: Interlig Propaganda Jornalista Responsável: Nara Roxo (MTb 4436) Tiragem: exemplares Impressão: Pontocom Gráfica e Editora Ltda.

3 NOSSA CATEGORIA Principais alterações nos direitos dos servidores aposentados O objetivo do evento é retomar as atividades do Núcleo dos Aposentados do Sindjus/RS e garantir maior participação dos inativos na vida sindical da categoria, encaminhando pautas e definindo prioridades. Participe. Juntos, somos mais fortes. 24 a 25 de setembro de Recepção, credenciamento, abertura dos trabalhos e atividade cultural 25 Qualidade de vida e protagonismo Ministrante: Dra. Jane Wolff - médica do Trabalho do SINDJUS/RS Paridade salarial, URV e mudança de entrâncias e outras questões juridicas: Ministrantes: Acessoria Juridica do SINDJUS/RS Outras atividades Organização do sistema diretivo do Núcleo Escolha dos coordenadores Local: City Hotel, R. josé Montaury, nº 65 POA-RS ENCONTRO DOS APOSENTADOS DO JUDICIÁRIO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL NÚLCEO DOS APOSENTADOS DO JUDICIÁRIO DO RS Auxílio-alimentação: tramitação depende da mobilização dos trabalhadores O Projeto de Lei 111/2010, que altera a base de cálculo do auxílio-alimentação, teve parecer favorável do relator, deputado Luiz Augusto Lara (PTB). Mas seu andamento foi interrompido pelo pedido de vista do deputado Nelson Marchezam Júnior (PSDB), durante sessão na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa no dia 17 de agosto. O parecer favorável foi garantido depois que o deputado Lara recebeu inúmeros e- -mails e telefonemas da categoria pedindo a votação do mesmo na CCJ. O deputado ainda se reuniu com a direção do Sindicato, que explicou ao parlamentar o que significava o PL para os trabalhadores. Na prática, não há elevação do valor do auxílio. Mas, com a nova base de cálculo, o número de servidores que receberá o valor na sua integralidade passa de para A mudança da base de cálculo do auxílio é uma luta antiga da categoria que agora está perto do seu final. As negociações começaram ainda em 2008, quando o Sindjus/RS, de forma inédita, garantiu a mudança numa mesa de negociação com a presidência do TJRS. A expectativa da categoria é que o andamento do PL seja retomado imediatamente, o que dependerá especialmente da unidade e da mobilização da categoria, que pode enviar mensagens ao deputado, através do site, pedindo a liberação do projeto. O Sindjus/ RS esclarece que o PL 111/ 2010 altera a base de cálculo do auxílio-alimentação. Não há alteração no valor do mesmo. Esta correção se dá anualmente, em janeiro, de acordo com o índice IGP-DI/FGV, que, em janeiro de 2010, foi negativo. PEC 190: Continuam articulações em Brasília Os representantes dos sindicatos dos servidores dos judiciários estaduais continuam as articulações em Brasília pela a- provação da PEC 190, que cria o Estatuto Único dos Servidores do Judiciário. A idéia é aproveitar o Esforço Concentrado que os deputados farão no final de agosto, para a- provar as matérias pendentes de votação. Semanalmente, uma Comissão percorre o Congresso Nacional, garantindo o compromisso dos deputados com a a- provação da PEC.

4 JORNADA DE TRABALHO DE SETE HORAS: ESTA LUTA É NOSSA Pauta antiga dos trabalhadores, a campanha pela jornada de trabalho de sete horas toma o Estado e se fortalece na categoria Os roteiros iniciados pela direção do Sindicato no início de agosto têm, como pauta principal entre os temas que estão sendo debatidos com os trabalhadores, a luta pela jornada de trabalho de sete horas. O tema é antigo e aparece entre os eixos de reivindicações da categoria há mais de dez anos. Mas agora ganha novo impulso. A decisão dos trabalhadores, na reunião de representantes, de intensificar a luta, e os exemplos e situações em outros judiciários estaduais vem dando destaque ao tema. Isonomia Os primeiros movimentos em relação ao horário buscavam a isonomia entre o primeiro e o segundo graus. A ideia era trabalhar em dois turnos de seis horas. Posteriormente, houve discussões a respeito do turno único, das 12h às 19h. Ao longo dos anos, o tema apareceu em praticamente todas as pautas de reivindicações dos trabalhadores. Em 2004, uma pesquisa realizada pela própria Corregedoria-Geral de Justiça sobre a questão, mostrou que 70% da categoria aprovava a jornada de sete horas. Reunião de Representantes debateu jornada de sete horas. (Foto: Maria Rosa Junges) Além desta luta, os trabalhadores defendem a igualdade de tratamento entre os servidores do primeiro e segundo grau. O entendimento da categoria é que a diferenciação na jornada destes segmentos é uma atitude discriminatória. Mudança impactou na Vida dos trabalhadores Recentemente, a questão do horário tomou novas configurações, com a atitude unilateral do Tribunal de Justiça de alterar o horário dos trabalhadores do segundo grau. A iniciativa, a- lém de desrespeitar a categoria, vendeu a ideia para a sociedade que apenas isto iria melhorar o atendimento à população. Os trabalhadores reagiram imediatamente contra a medida e iniciaram uma intensa campanha contra o aumento da jornada. Consideraram que a medida estava na contramão da expectativa da categoria, que há tempos luta pela jornada de trabalho de sete horas. Ação na justiça O Sindjus/RS entrou na Justiça contra a medida do Manifestação na sessão do Pleno às segundas-feira. (Foto: Maria Rosa Junges) TJ, visando à anulação da Ordem de Serviço que estabeleceu novo horário de expediente para os serviços administrativos do Tribunal de Justiça. Depois de cerca de um ano, os trabalhadores celetistas foram vitoriosos, na justiça trabalhista, e o TJ foi obrigado a retornar ao horário feito anteriormente. Quanto aos estatutários, o processo continua com juiz da Vara da Fazenda Pública de POA, aguardando sentença Jornada é pauta do Café da Manhã com o Sindicato durante roteiros. (Foto: arquivo Sindjus) de 1º grau. Jornada de sete horas para todos Chamados a debater a questão, a reunião de representantes, realizada em julho, deliberou pela intensificação da campanha pela jornada de sete horas de trabalho. A partir disso, estão sendo distribuídos cartazes, adesivos e faixas nas comarcas e realizados roteiros para debater o assunto com os trabalhadores. A- lém disso, estão sendo desenvolvidas outras atividades, como as manifestações silenciosas nas sessões do Pleno, com vistas a chamar a atenção dos desembargadores na proposta dos trabalhadores. A campanha está nas ruas. Mas o Sindjus/RS reforça que a unidade e a mobilização dos trabalhadores serão fundamentais para garantir mais esta conquista da categoria. A JORNADA NOS OUTROS ESTADOS Acre Alagoas Amapá Amazonas Bahia Ceará Espírito Santo Goiás Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Pará Paraíba Paraná Pernambuco Piauí Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rio de Janeiro Rondônia Roraima Santa Catarina São Paulo Sergipe Tocantins - Aguardando votação do Pleno - Projeto para aguardando votação na Assembleia Legislativa - Projeto para aguardando votação na Assembleia Legislativa 30 nos foruns e na Secretaria TJ com 1h de almoço e comissionados

5 SECRETARIAS Sindicato busca participação efetiva no PCS comissões, bem como da remessa do anteprojeto de lei à Assembleia Legislativa. O que defendemos PCS foi debatido em seminários regionais com toda categoria. (Foto: arquivo Sindjus) O Sindjus/RS esteve, no dia 6 de agosto, reunido com o presidente da Comissão que discute o Plano de Cargos e Salários, desembargador Voltaire de Lima Moraes. No encontro, a direção da entidade buscou informações sobre o andamento da proposta e questionou sobre a participação efetiva dos trabalhadores. O presidente afirmou que o grupo está analisando cada um dos itens da proposta XV e a tendência é que o- corram muitas mudanças. Destacou as dificuldades impostas pelo grande número de cargos no Judiciário e as restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Afirmou que a intenção da Comissão é concluir os trabalhos até o final do segundo semestre de Trabalhadores serão chamados Ele também garantiu que após a conclusão desta etapa, os trabalhadores serão chamados a colaborar. Isto será feito antes da tramitação interna nas demais O Sindjus/RS reitera sua luta contra a extinção de cargos e o fim das chefias de cartórios por concurso público, a defesa de data- -base, a manutenção da integralidade das gratificações trienais e por tempo de serviço, a avaliação por desempenho com foco na valorização do servidor e crescimento profissional, além da recuperação total das perdas históricas. O tema também está sendo pauta dos roteiros que o Sindicato vem realizando durante todo o mês de agosto nas comarcas do RS. URV continuará sendo paga Recentemente, a Diretoria de Recursos Humanos do TJRS enviou comunicado aos trabalhadores, informando que colocaria nos contra cheques de julho, agosto e setembro, informação sobre despacho do CNJ relacionado a URV. A medida gerou angústia entre os trabalhadores. O Sindjus/RS reitera que a medida não tem relação com o pagamento da URV. Ela tão somente atende a uma solicitação do CNJ de Defesa Mesmo assim, frente ao cumprimento do Pedido de P r o v i d ê n c i a n º /URV, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Sindjus/ RS entrou com defesa coletiva no CNJ, representando todos os trabalhadores ativos e inativos. Na defesa, o Sindjus/RS reitera a inexistência de irregularidade no pagamento das diferenças efetuadas aos servidores. Lembra que há ação transitada em julgado e pede a improcedência e arquivamento do Pedido de Providências em relação aos servidores. A entidade afirma que tomou todas as medidas necessárias para garantir a continuidade do pagamento da URV aos trabalhadores e está atenta a qualquer movimento em relação à questão.

6 GIRO PELAS COMARCAS NOVO HAMBURGO IPE/Saúde é pauta de reunião com prefeito de Novo Hamburgo Prefeito de Novo Hamburgo, ao centro, ouve demanda dos trabalhadores. (Fotos: Maria Rosa Junges) A direção do Sindjus/ RS, acompanhada de representação dos servidores da comarca, esteve reunida, dia 6 de agosto, com o prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann. No encontro, os trabalhadores apresentaram os problemas de atendimento pelo IPE/Saúde na cidade, especialmente na rede hospitalar, e solicitaram ajuda para buscar uma solução. O prefeito, acompanhado do secretário municipal de Saúde, Florizeu Campos, ouviu as colocações dos trabalhadores e propuseram mediar o encontro entre o Sindicato e algumas instituições hospitalares da cidade, com objetivo de garantir o atendimento. Uma nova reunião deverá ser agendada até final de agosto. Fórum dos servidores O Sindjus/RS também propôs que o Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, que representam diversas categorias de servidores públicos, participe do encontro. O objetivo é somar forças para que os trabalhadores tenham um atendimento pelo IPE/Saúde digno e satisfatório, tanto médico, como ambulatorial e hospitalar. PONTO DE VISTA A hora dos servidores: 7 horas já. Ao que parece, o momento colocado para nós, servidores, é da possibilidade de garantirmos uma vitória referente a uma luta que perdura por muitos anos. Desde que cheguei ao Judiciário, tenho o sonho de trabalhar no horário das 12h às 19h, tal qual os colegas do 2º grau, em Porto Alegre. Ou ainda, conforme diz a administração do Tribunal de Justiça, igual à Justiça Federal e do Trabalho. Afinal, se teremos um PCS aos moldes deles, queremos também a mesma jornada de trabalho e mesmo horário de expediente de nossos colegas federais. Temos a nos apoiar a resolução 88 do CNJ e a PEC 190 que, muito em breve, irá unificar a justiça em todo o Brasil. A- credito não ser utopia. A luta pelo expediente das 12h às 19h não terminou. Iremos comer mingau quente pelas beradas. Mas, quanto a nossa jornada de trabalho, com certeza é o momento da mudança. Queremos a jornada de 7 horas. Os comparativos de outros estados mostram que o RS é um dos poucos estados que continuam com uma carga horária estafante aos servidores. Hoje, conforme dados do próprio Tribunal, nossa carga de trabalho é invencível, pelo número de servidores que somos para o número de processos e- xistentes. Ademais, vivem dizendo em todo o país que somos o melhor Judiciário, em todos os dados de pesquisas recentes, inclusive do CNJ. Se é tanto assim, que a administração do TJ gaúcho faça a mudança da nossa jornada de trabalho, para 7 horas ininterruptas, no primeiro e no segundo graus. Para que possamos também sair do primeiro lugar em s t r e s s, L E R / D O RT, Assédio Moral, entre outras várias doenças relacionadas ao excesso de trabalho. Colegas, acredito que todos (as) devem se engajar nesta luta pela jornada de 7 horas. Esse é o momento de mostrarmos ao TJ que, além de magistrados, o Judiciário do RS possui mais de oito mil servidores, que vestem a camisa e levam este Judiciário nas costas há muito tempo. É hora de valorização também dos servidores. É hora de 7 horas. Carmelo Gomes, Oficial Escrevente, 1ª Vara Cível da Comarca de Ijuí Os artigos publicados nesta coluna são de inteira responsabilidade de seus autores

7 PLURAL LEI MARIA DA PENHA: Encorajando as mulheres a não se calarem frente à violência No dia 13 de agosto, o Sindjus/RS participou da mesa de abertura do Seminário pelo Fim da Violência contra a Mulher. Foi mais um dos tantos encontros para debater a questão, ensejados pelos quatro a- nos de implantação da Lei /06, conhecida como Lei Maria da Penha. A norma estabelece regras mais rígidas aos agressores de mulheres e trouxe avanços importantes. A celeridade na prisão do agressor e a proteção das vítimas e dos filhos são alguns. Também há consenso de que a Lei é um marco na luta por igualdade, mas ainda está longe da necessária mudança de mentalidade. Segundo a própria Maria da Penha, ela mesma vítima de violência, a lei serve principalmente para encorajar a mulher a denunciar. Já a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, vê entre os ganhos com a lei o de criação de novas estruturas, como os juizados especializados na violência contra a mulher. Para ela, a prática deriva das desigualdades que permeiam a sociedade brasileira, uma cultura que, em alguns locais, atinge inclusive o Judiciário. Como exemplo, cita o caso de Eliza (do jogador Bruno). No caso, o inquérito foi aberto no âmbito do Judiciário, e a juíza responsável interpretou que o mesmo não se enquadrava na Lei Maria da Penha e ainda manifestou preconceito em torno da própria vítima. NÚMEROS ASSUSTADORES Apenas nos sete primeiros meses de 2010, o Disque Denúncia (180), criado para receber queixas de violência doméstica contra a mulher, registrou atendimentos. A busca de informações sobre a Lei Maria da Penha corresponde a 50% das informações prestadas. Os relatos de violência somaram registros, e referem violência física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. Em 68,1% dos casos, a violência é presenciada pelos filhos, e em 16,2% das situações, o filho sofre a violência junto com a mãe. A maioria das mulheres que ligou para a central tem entre 25 e 50 anos (67,3%) e nível fundamental de escolaridade (48,3%). Os agressores têm entre 20 e 45 anos (73,4%) e nível fundamental de escolaridade (55,3%). AGENDA Dias 24 e 25 de agosto I Encontro dos Aposentados do Judiciário Estadual - Rio Grande do Sul. No City Hotel, em Porto Alegre. No primeiro dia, haverá recepção, credenciamento e abertura dos trabalhos pela direção do Sindjus, além de atividade cultural. No segundo dia, serão abordados os temas de saúde e qualidade de vida e as questões jurídicas. A participação de todos os aposentados será fundamental para que as pautas deste segmento da categoria sejam definidas e encaminhadas pelo Sindicato, além de garantir maior participação na vida sindical da categoria. CULTURA Fotografia Está sendo realizado, desde o dia 17 e até 31 de agosto, no Memorial do Ministério Público, a exposição com as fotos do "I Concurso de Fotografia: Centro Histórico de Porto Alegre". O concurso é uma iniciativa cultural realizada entre o Memorial do Ministério Público e a Câmera Viajante, com o objetivo de valorizar o Centro Histórico de Porto Alegre fomentando novos olhares através produção da arte fotográfica. A diretora e responsável pelo Núcleo de Aposentados do Sindjus/RS, Maria Rosa Junges, teve uma de suas imagens selecionadas para o Concurso. O Memorial fica no Palácio do Ministério Público do RS, Praça Marechal Deodoro, 110, Centro Histórico.