Meu olhar sobre o Peru

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3 Meu olhar sobre o Peru

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5 Aldina Geraldes Meu olhar sobre o Peru 1ª Edição POD Petrópolis KBR 2013

6 Edição de texto Noga Sklar Editoração: KBR Capa KBR sobre foto da autora Fotos do miolo acervo pessoal da autora Copyright 2013 Aldina Geraldes Todos os direitos reservados à autora. ISBN: KBR Editora Digital Ltda Geografia e viagens

7 Aldina Geraldes nasceu em Portugal e é naturalizada brasileira. Formada em Geografia pela PUC-SP, foi professora de várias escolas particulares e na rede pública de São Paulo. Nunca se interessou por escrever, até que resolveu viajar para o Peru. Viajar, e escrever sobre isso, são seus maiores interesses. da autora: aldinasp@hotmail.com

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9 Sumário 1. Relato de uma viagem rápida 9 2. Segundo tempo, segunda visita Primeiras impressões Cusco Expedição para Machu Picchu Ainda Cusco Puno Arequipa Vale do Colca Caminho de volta Cusco: última parada De volta para casa 89 9

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11 1. Relato de uma viagem rápida Este texto não tem a intenção de servir como roteiro turístico, mas apenas de compartilhar, com quem possa se interessar, a intimidade de um olhar em passagem pelo Peru: o que vimos, como vimos, como foi a nossa estadia, o que ficou como imagem do país. É um texto pessoal, mas que pode servir de apoio para quem pretende visitar o país. Viajar não é apenas um momento de descanso, relaxamento, diversão, aprendizagem ou relacionamento. É muito mais. É viver e aprender, aprender que cada lugar tem suas características peculiares, que poderão, ou não, ser apreciadas conforme o olhar e interesse de cada um. Cada lugar tem uma cultura que merece o nosso respeito e admiração; os que por ali passaram deixaram marcas dos sonhos, desilusões, habilidades, e até mesmo de sua luta pela sobrevivência. Para alguns, isso ainda se definiria como curtir a vida. São momentos esperados e sonhados para os períodos de férias ou recesso, tanto por jovens quanto por adultos, e até por idosos. Depois de algum tempo sem fazer uma viagem original, surgiu a dúvida: vamos para onde? Pensamos em algo diferente, que escapasse à mesmice, ao popular, ao mero consumismo, e que nos acrescentasse algo, tanto 11

12 Aldina Geraldes em conhecimentos culturais como em contato com pessoas diferentes. Optamos por uma viagem alternativa, aquela que não está nos planos de muita gente, mas que é o sonho dos curiosos e aventureiros. E após mais de 30 anos, voltamos ao Peru: nossa primeira visita ao país havia sido uma aventura inesquecível, uma viagem inteiramente por terra, e alguns dos meios de transporte da época hoje estão desativados. Naquele tempo não existiam pacotes turísticos, e a viagem dependia da criatividade de cada um. Fizemos o roteiro, Brasil/ Bolívia/ Peru. Foi muito interessante, e ficaram na lembrança alguns momentos curiosos, bizarros, mesmo. Um trecho da viagem foi no trem da morte, entre Corumbá e Santa Cruz de La Sierra. Nesse trem presenciamos coisas muito pitorescas: brasileiros com engradados portando galos para brigas de galo em Santa Cruz, o que pretendiam transformar num meio de sobrevivência, por exemplo. Os galos iam cocoricando o tempo todo, não permitindo nem um cochilo. O número de passageiros sempre excedia o número de assentos e a solução era acrescentar um vagão tipo boiada, lotado de passageiros em pé. Quando se é jovem e desencanado, tudo é interpretado como diversão. De Santa Cruz a Cochabamba tomamos um ônibus e, a partir daí, para subir os Andes, um trem maravilhoso, que atravessaria uma paisagem deslumbrante. Os turistas tentavam calcular quanto dinheiro iriam gastar e faziam o cálculo de 30 dólares por dia, era a média na época. O roteiro seguiu por La Paz, Tiahuanaco, Nossa Senhora de Copacabana, Ilha do Sol, e a partir daí, o Peru, que comentaremos em seguida. 12