DOSIMETRIA DA SANÇÃO E REFORMATIO IN PEJUS
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- Angélica Klettenberg Barata
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1 DOSIMETRIA DA SANÇÃO E REFORMATIO IN PEJUS 05 de Outubro de 2010 Marcelo Bechara Procurador-Geral
2 DOSIMETRIA DA SANÇÃO A metodologia de cálculo visa, densificar o principio da isonomia e da impessoalidade na seara sancionatória administrativa; Não constitui em imperativo legal, mas medida recomendável, para conferir transparência e reduzir a margem de discricionariedade da administração, ao aplicar sanções e fixar o seu valor; A não utilização de uma metodologia de cálculo, por si só, não tem capacidade de gerar a nulidade da aplicação da sanção imposta, tendo em vista a existência de parâmetros fixados no art. 173 e seguintes da LGT, somado às normas contidas no Regulamento de Aplicação de Sanções Administrativas, aprovado pela Resolução nº. 344, de 18 de julho de 2003.
3 DOSIMETRIA DA SANÇÃO Lei do Processo Administrativo Lei 9784/99 Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: (...) VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
4 DOSIMETRIA DA SANÇÃO Dosimetria na LGT Art Na aplicação de sanções, serão considerados a natureza e a gravidade da infração, os danos dela resultantes para o serviço e para os usuários, a vantagem auferida pelo infrator, as circunstâncias agravantes, os antecedentes do infrator e a reincidência específica. Art A multa poderá ser imposta isoladamente ou em conjunto com outra sanção, não devendo ser superior a R$ ,00 (cinqüenta milhões de reais) para cada infração cometida. 1 Na aplicação de multa serão considerados a condição econômica do infrator e o princípio da proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensidade da sanção.
5 DOSIMETRIA DA SANÇÃO CONCLUSÃO Os arts. 176 e 179, 1º da LGT, combinados com as normas contidas no Regulamento de Aplicação de Sanções, indicam os critérios a serem avaliados na aplicação e na dosimetria das sanções; Não exigem a elaboração de uma fórmula matemática para ser adotada como metodologia do cálculo como pressuposto da validade da multa imposta e da fixação de seu valor; Possibilidade de imposição de sanção e de fixação do valor devido sem a utilização de uma metodologia de cálculo, desde que o ato sancionador preencha os requisitos essenciais à sua validade, dentre os quais, a necessidade de motivação suficiente.
6 REFORMATIO IN PEJUS CONCEITO Reformar para pior. Sua incidência prática no âmbito do Processo Administrativo possibilita a modificação de uma decisão de forma a estabelecer tratamento mais severo do que o registrado anteriormente.
7 REFORMATIO IN PEJUS APLICABILIDADE EM SEDE DE RECURSO Lei nº 9.784/99 Lei do Processo Administrativo Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. (grifo nosso)
8 REFORMATIO IN PEJUS INAPLICABILIDADE EM SEDE DE PEDIDO DE REVISÃO Lei nº 9.784/99 Lei Geral do Processo Administrativo Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. (grifo nosso)
9 REFORMATIO IN PEJUS Conforme o doutrinador José dos Santos Carvalho Filho [1] : A Lei do processo administrativo admitiu que a autoridade decisória possa modificar, total ou parcialmente, a decisão recorrida; Se na apreciação do recurso, puder haver gravame ao recorrente, a autoridade terá que dar ciência do fato para que este apresente suas alegações; A lei admitiu a reformatio in pejus, atenuando-a, com a possibilidade de manifestação prévia do recorrente. [1] CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 17ª ed. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Juris, 2007, pág. 827
10 REFORMATIO IN PEJUS NO ÂMBITO DA ANATEL Constatam-se duas hipóteses de trâmite quando há possibilidade de reformatio in pejus: 1. A área técnica, após interposição do recurso, emite informe, em que se vislumbre o agravamento da situação do recorrente, devendo notificá-lo; 2. O Conselho Diretor, após ultrapassar manifestação da área técnica e dos órgãos regimentalmente competentes sem que se tenha percebido a possibilidade de reformatio in pejus, pode vir a reformar a decisão originária para pior, devendo retornar os autos à área competente para que notifique o recorrente. Não há mudança essencial de rito de uma hipótese para a outra: em ambas, as necessárias etapas de trâmite estão presentes e em consonância com as normas de regência (Lei do processo administrativo - Lei nº 9.784/99 e procedimento previsto no Regimento Interno).
11 REFORMATIO IN PEJUS CONCLUSÃO Não existem limites legais ao agravamento da sanção administrativa pela autoridade superior na análise do recurso; Na lei de processo administrativo, a regra é a possibilidade de agravamento da situação do recorrente, em razão do poder de ampla revisibilidade do administrador; Se o legislador, desejasse vedar a reformatio in pejus na análise recursal, o teria feito de modo expresso, a fim de destacar uma situação de excepcionalidade; As exceções estão claramente especificadas no texto legal, quais sejam, a revisão do processo (art. 65, parágrafo único) e o não conhecimento do recurso (art. 63, 2º).
12 TEMAS ATUAIS Parcelamento Lei n /2010 (art. 65) e Portaria AGU 1.197/2010: parcelamento em até 180 meses de débitos de qualquer natureza administrativa, constituídos ou não, desde que vencidos até 30/11/2008. Acordos substitutivos TAC, obrigação de fazer (LPA)
13 Obrigado
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